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Artigo_EIRELI_28.10

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ASPECTOS POSITIVOS E NEGATIVOS DA EMPRESA INDIVIDUAL DE 
RESPONSABILIDADE LIMITADA – EIRELI E ALGUMAS IMPLICAÇÕES 
LEGAIS
 
 
 
INTRODUÇÃO
 A Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI) é definida pelo portal 
do empreendedor como aquela constituída por uma única pessoa titular da totalidade do 
capital social, devidamente integralizado, que não poderá ser inferior a 100 (cem) vezes 
o maior salário-mínimo vigente no País.
Esta é a mais nova modalidade empresarial criada no Brasil. A EIRELI - Empresa 
Individual de Responsabilidade Limitada foi instituída pela Lei nº 12.441/2011. Por ser 
uma modalidade empresarial nova, ainda gera muitas dúvidas e alguns conflitos de 
informação e interpretação da legislação, mas foi, com certeza, uma inovação ousada e 
necessária no ramo do Direito Empresarial.
Nosso trabalho não visa esgotar as dúvidas existentes sobre o tema, mas se propõe de 
forma objetiva apresentar os pontos positivos e negativos desta modalidade de empresa 
e trazer ao debate discussões atuais sobre o tema.
ASPECTOS POSITIVOS DA EIRELI
Como a EIRELI é uma modalidade empresarial recente, muitas dúvidas ocorrem no 
momento da opção de constituir uma empresa nessa modalidade. Sendo assim, 
apresentaremos algumas características da EIRELI para subsidiar o empresário nesta 
decisão. Neste tópico nos deteremos a apresentar os principais pontos positivos da 
Empresa Individual de Responsabilidade Limitada, como seguem:
 A maior vantagem almejada com a criação da Empresa Individual de 
Responsabilidade Limitada - EIRELI é a possibilidade do exercício da atividade 
empresarial por uma só pessoa com responsabilidade limitada. Dessa forma, o 
empresário pode exercer sua atividade empresarial de forma singular sem 
comprometer seu patrimônio pessoal, ressalvado as determinações legais. Uma 
inovação em matéria de Direito Empresarial no Brasil.
 Ainda em decorrência da afirmativa anterior, aparece também a vantagem de 
possibilitar a criação de uma empresa mais transparente, sem a necessidade da 
inclusão de um sócio fictício com o simples fito de garantir ao empresário a 
manutenção de seu patrimônio particular a salvo dos riscos empresariais. 
Desaparece, portanto, a necessidade da prática comum de se incluírem sócios de 
fachada para a criação de uma sociedade limitada.
 Outra vantagem, da Empresa Individual de Responsabilidade Limitada - 
EIRELI é o exercício individual de empresário como pessoa jurídica. O 
empresário individual tradicional não possuía personalidade jurídica, ele exercia 
o comércio como pessoa natural e dessa forma não era possível a diferenciação 
do seu patrimônio particular do patrimônio empresarial. Assim era necessário 
que sua responsabilidade fosse ilimitada, ou seja, incidindo sobre a totalidade de 
seu patrimônio. Com a EIRELI foi possível a separação destes patrimônios, pois 
com sua criação surge a diferenciação entre a pessoa natural do empresário e a 
pessoa jurídica da empresa. 
 A criação da EIRELI visa, também, a diminuição da informalidade. Busca-se, 
com ela regularizar a situação do empresário individual de fato que exercia a 
atividade empresarial à margem da lei.
 Tendo em vista o princípio da continuidade da empresa, o artigo 980-A, §3º do 
Código Civil possibilita a transformação do empresário individual ou da 
sociedade de qualquer modalidade societária em EIRELI, quando suas quotas, 
por qualquer motivo, resultarem na concentração em um único sócio. Esse 
dispositivo visa à manutenção da atividade empresarial independentemente da 
forma societária em que ela se apresente. Nesse caso a doutrina já denomina esse 
tipo de EIRELI como derivada, considerando como originária a que já nasce 
como EIRELI.
 Vantagem também da EIRELI é a possibilidade de ser constituída dando 
liberdade ao empresário de escolher o modelo de tributação que melhor se 
adapte a sua atividade e a seu porte. É Possível a inserção de uma EIRELI como 
SIMPLES NACIONAL usufruindo das vantagens deste modelo de tributação, 
conforme artigo 3º da lei complementar 123/2006, alterado pela lei 
complementar 139/2011, ou de seu enquadramento no regime ordinário quando 
este for necessário ou mais conveniente aos interesses do empresário. 
 Os ramos de atividade econômica permitido a EIRELI são bem amplos e 
abrangem todas as atividades comerciais, industriais, rurais e de serviços.
 
ASPECTOS NEGATIVOS DA EIRELI
Porém, nem só pontos positivos têm a EIRELI. Então, neste tópico, nos deteremos a 
apresentar os pontos negativos desta modalidade de empresa. Vejamos:
 Uma das limitações da Empresa Individual de Responsabilidade Limitada - 
EIRELI é o fato da pessoa natural que a constituir somente poder figurar em 
uma única empresa dessa modalidade. Este aspecto não chega a ser um ponto 
negativo desta modalidade, mas sem dúvida é um limitador que leva a pessoa 
natural que possui mais de uma empresa a uma outra modalidade empresarial.
 O principal ponto negativo da EIRELI é sem dúvida a exigência de capital 
social mínimo de 100 vezes o salário mínimo vigente no país imposta pelo caput 
do artigo 980-A, in fine do Código Civil. Essa exigência se contrapõe a um dos 
objetivos da EIRELI que é a diminuição da informalidade, pois impede o acesso 
de pequenos empreendedores a essa modalidade empresarial. Foi uma medida 
cautelosa do legislador ao atribuir responsabilidade limitada a este tipo de 
empresa.
VETO PRESIDENCIAL AO §4º DO ARTIGO 980-A DO CÓDIGO CIVIL
O texto original da lei 12.441/2011 que incluiu o artigo 980-A no Código Civil 
Brasileiro possibilitando a criação da Empresa Individual de Responsabilidade Limitada 
trazia o § 4º, da forma descrita abaixo:
Art. 980-A (...)
"§ 4º Somente o patrimônio social da empresa responderá pelas dívidas da 
empresa individual de responsabilidade limitada, não se confundindo em 
qualquer situação com o patrimônio da pessoa natural que a constitui, 
conforme descrito em sua declaração anual de bens entregue ao órgão 
competente."
 
O veto se baseou na seguinte justificativa do Ministério do Trabalho e Emprego:
"Não obstante o mérito da proposta, o dispositivo traz a expressão 'em 
qualquer situação', que pode gerar divergências quanto à aplicação das 
hipóteses gerais de desconsideração da personalidade jurídica, previstas no 
art. 50 do Código Civil. Assim, e por força do § 6º do projeto de lei, aplicar-
se-á à EIRELI as regras da sociedade limitada, inclusive quanto à separação 
do patrimônio."
 
O parecer do Ministério do Trabalho e Emprego foi decisivo para a aplicação do veto 
presidencial. A utilização do termo “em qualquer situação” ampliou demais as garantias 
da EIRELI em relação à limitação de sua responsabilidade. Isso a colocaria numa 
situação privilegiada em relação às demais espécies de entidades empresariais, pois 
excluiria, até mesmo, a possibilidade de alcance do patrimônio da pessoa natural 
proprietária da EIRELI nos casos de desconsideração da personalidade jurídica.
Os casos de desconsideração da personalidade jurídica, descritos no artigo 50 do Código 
Civil são os de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, 
ou pela confusão patrimonial. Nestes casos, o dispositivo possibilita ao Juiz, quando 
motivado, que estenda aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa 
jurídica a responsabilidade de arcar com as obrigações da empresa. Vejamos a 
literalidade do dispositivo:
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo 
desvio de finalidade,ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a 
requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir 
no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações 
sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da 
pessoa jurídica.
 
Esse parágrafo era o dispositivo que estabelecia a responsabilidade limitada da EIRELI. 
Com sua supressão, o Código Civil ficou sem um dispositivo expresso específico que 
estabelecesse a responsabilidade limitada da EIRELI. Essa ausência pode ser suprida 
através da subsidiariedade da EIRELI às disposições cabíveis às sociedades limitadas, 
disposta no § 6º do artigo 980-A do Código Civil.
FUNDAMENTOS E PONDERAÇÕES A RESPEITO DA ADI Nº 4637
 
A lei 12441/2011 sofre uma Ação Direta de Inconstitucionalidade ajuizada pelo Partido 
Popular Socialista – PPS. O PPS ataca em sua ação, a parte final do caput do artigo 980-
A do Código Civil, especificamente em relação à exigência de capital social mínimo de 
100 salários mínimos.
Segundo o entendimento do partido, a exigência exclui a possibilidade dos micro e 
pequenos empresários constituírem seus empreendimentos sob a forma de EIRELI, 
cerceando o direito a livre iniciativa e contrariando o princípio constitucional da livre 
iniciativa garantido pelo artigo 1º, IV e artigo 170, caput da Constituição Federal.
A segunda inconstitucionalidade apontada na ação para o mesmo dispositivo é a 
proibição da vinculação do salário mínimo para qualquer fim, disposta no artigo 7º, IV 
da Constituição Federal.
O partido que ajuizou a ação acredita que a declaração de inconstitucionalidade deste 
dispositivo possibilitará que grande parcela de empreendedores que hoje estão 
trabalhando a margem da lei possa regularizar sua situação.

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