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COMEÇANDO DO ZERO 
Direito Tributária - Aula 07 
Josiane Minardi 
1 
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA 
 
O responsável tributário é a pessoa que, sem ter praticado o fato gerador, a lei lhe impõe o dever de pagar o tribu-
to, excluindo a responsabilidade do contribuinte (quem praticou o fato gerador) ou atribuindo-lhe em caráter suple-
tivo do cumprimento da obrigação tributária. 
Na lição de Hugo de Brito Machado
1
, a responsabilidade, em sentido estrito, é a submissão, em virtude de dispo-
sição legal expressa, de determinada pessoa que não é contribuinte, mas está vinculada ao fato gerador da obri-
gação tributária, ao direito do fisco de exigir a prestação respectiva. 
A responsabilidade tributária pode ser classificada, segundo a doutrina, por substituição ou por transferência. 
A responsabilidade por substituição surge contemporaneamente à ocorrência do fato gerador, vez que no momen-
to da ocorrência do fato gerador o dever de pagar o tributo já recai sobre o responsável. 
Já a responsabilidade por transferência decorre de um evento posterior à ocorrência do fato gerador quando a lei 
determina que não mais o contribuinte deverá pagar o tributo, mas outra pessoa, por essa ter incorrido na situação 
estabelecida em lei como modificadora da sujeição passiva. A responsabilidade por transferência pode ser dividi-
da em responsabilidade por sucessão, por solidariedade e de terceiros. 
 
Responsável por Substituição 
 
A responsabilidade por substituição, como visto anteriormente, é quando a lei determina que uma terceira pessoa 
deve pagar o tributo em substituição ao contribuinte. Essa modalidade de responsabilidade é muito utilizada para 
facilitar a fiscalização e a arrecadação para o Fisco. 
Há dois casos de responsabilidade por substituição no ordenamento pátrio. A substituição para trás (regressiva ou 
antecedente) e a substituição para frente (progressiva ou subsequente). 
 
Substituição para trás 
 
A substituição para trás, regressiva ou antecedente é quando ocorre o fato gerador e o pagamento do tributo será 
realizado posteriormente, por uma terceira pessoa (o responsável), em substituição àquele que praticou o fato 
gerador (contribuinte). Se não fosse a substituição, ocorrendo o fato gerador, o pagamento seria imediato e efetu-
ado pelo contribuinte. 
Um exemplo de substituição para trás é a da cadeia de produção e circulação. Quando o produtor vende a sua 
mercadoria para a indústria, ocorre uma operação de circulação de mercadoria o que o abrigaria a recolher o 
ICMS, mas a lei determina que quem irá recolher esse tributo em substituição ao produtor (contribuinte, por ter 
praticado o fato gerador) será o próximo da cadeia, ou seja a indústria. 
 
Substituição para Frente 
 
A substituição para frente, progressiva, ou ainda, subsequente, é quando primeiro ocorre o pagamento do tributo 
sobre uma base de cálculo presumida e posteriormente se realiza o fato gerador. 
A Constituição Federal, no art. 150, § 7º trata sobre a possibilidade da substituição para frente. 
§ 7.º A lei poderá atribuir ao sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo pagamento de 
imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial 
restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido. (grifo nosso) 
 
Nos termos do dispositivo acima mencionado, tem-se que na substituição para frente, quando o responsável paga 
o tributo no início da cadeia e no futuro acaba NÃO ocorrendo o fato gerador, caberá a restituição daquele tributo. 
No Convênio nº 13-97, celebrado por 23 Estados brasileiros, ficou estabelecido que ocorrendo o fato gerador, na 
substituição para frente, mas por um valor inferior ao recolhimento realizado pelo responsável no início da cadeia, 
não poderá ser realizada a restituição pelo sujeito passivo. 
Em julho de 1998 a Confederação Nacional de Comércio (CNC) ajuizou ação direta de inconstitucionalidade con-
tra o Convênio, ADI 1851, por entender que deveria ocorrer a restituição do ICMS caso o fato gerador ocorresse 
por um valor inferior ao recolhido pelo responsável tributário. 
O STF entendeu ser constitucional o Convênio, pois quando a Constituição Federal previu a substituição para 
frente, no art. 150, § 7º, tratou apenas sobre a hipótese de restituição quando não ocorresse o fato gerador, sem 
falar nada sobre a ocorrência do fato gerador em valor inferior. Nesse sentido, trecho da Ementa da ADI nº 1851 
determina: 
 
1 Curso de direito tributário, 129 Ed., p. 150. 
 
 
 
 
 
 
 
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Direito Tributária - Aula 07 
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O fato gerador presumido, por isso mesmo, não é provisório, mas definitivo, não dando ensejo a restitui-
ção ou complementação do imposto pago, senão, no primeiro caso, na hipótese de sua não-realização 
final. 
Admitir o contrário valeria por despojar-se o instituto das vantagens que determinaram a sua concepção e adoção, 
como a redução, a um só tempo, da máquina-fiscal e da evasão fiscal a dimensões mínimas, propiciando, portan-
to, maior comodidade, economia, eficiência e celeridade às atividades de tributação e arrecadação. 
Assim, para as provas objetivas da FGV temos: 
 
SUBSTITUIÇÃO PARA FRENTE (ART. 150, § 7º CF) 
Quando NÃO ocorre o Fato Gerador Cabe Restituição 
Quando ocorre por valor inferior ao valor presumido 
pelo Responsável 
Não cabe Restituição 
 
Responsabilidade Por Sucessão 
 
Responsabilidade do Adquirente de Bens Imóveis - Art. 130 do CTN 
 
Nos termos do art. 130 do CTN, o adquirente de um bem imóvel responde pelos créditos tributários relativos a 
impostos cujo fato gerador seja a propriedade, posse, o domínio útil de bens imóveis, bem como o pagamento 
das taxas pela prestação de serviços referentes a tais bens, ou contribuições de melhoria, salvo se houver prova 
de quitação desses débitos. 
O título de prova de quitação a que se refere o art. 130 do CTN é uma Certidão Negativa de Débitos (CND). Logo, 
se o Comprador do bem imóvel retirar perante a Autoridade Administrativa uma CND referente a esse bem, ainda 
que sejam lançados créditos tributários posteriormente, o adquirente não estará responsável por esses pagamen-
tos, pois os créditos foram lançados após a emissão da CND. 
Assim, se uma pessoa compra um bem imóvel com dívidas de IPTU ou ITR, taxas e contribuição de melhoria, 
será o responsável pelo pagamento dos respectivos créditos tributários, apenas se não houver uma CND, uma 
prova de quitação. Por essa razão pode-se afirmar que os créditos tributários sub-rogam-se na pessoa do adqui-
rente do bem imóvel nessa situação. 
Conquanto, se a aquisição do bem imóvel for por arrematação em hasta pública, o parágrafo único do art. 130 do 
CTN determina que os créditos tributários sub-rogam-se no respectivo preço: 
 
Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio útil ou a posse 
de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de serviços referentes a tais bens, ou a contri-
buições de melhoria, subrogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes, salvo quando conste do título a prova 
de sua quitação. 
Parágrafo único. No caso de arrematação em hasta pública, a sub-rogação ocorre sobre o respectivo pre-
ço. (grifo nosso) 
Assim, se um sujeito arrematar um imóvel por R$ 100.000 em hasta pública, e existir uma dívida de R$ 50.000 de 
IPTU, essa dívida sub-roga-se no valor arrematado. E se a dívida for superior ao valor arrematado, ainda assim, o 
adquirente não ficará responsável pelo pagamento do excedente, pois a aquisição ocorreu em hasta pública. 
 
Nesse sentido, temos o entendimento do STJ: 
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE 
INSTRUMENTO. EXECUÇÃO FISCAL.IPTU SOBRE IMÓVEL ARREMATADO EM HASTA PÚBLICA. ILEGITI-
MIDADE PASSIVA. DÉBITOS TRIBUTÁRIOS. SUB-ROGAÇÃO QUE OCORRE SOBRE O PREÇO. PARÁGRA-
FO ÚNICO, DO ART. 130, DO CTN. IMPOSSIBILIDADE DE IMPUTAR-SE AO ARREMATANTE ENCARGO OU 
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA. OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA PENDENTE, QUE PERSISTE PERANTE O 
FISCO, DO ANTERIOR PROPRIETÁRIO. 
 
1. O crédito fiscal perquirido pelo fisco deve ser abatido do pagamento, quando do leilão, por isso que, 
finda a arrematação, não se pode imputar ao adquirente qualquer encargo ou responsabilidade tributária. 
(...) 
 
2. Os débitos tributários pendentes sobre o imóvel arrematado, na dicção do art. 130, parágrafo único, do CTN, 
fazem persistir a obrigação do executado perante o Fisco, posto impossível a transferência do encargo para o 
arrematante, ante a inexistência de vínculo jurídico com os fatos jurídicos tributários específicos, ou com o sujeito 
tributário. Nesse sentido: "Se o preço alcançado na arrematação em hasta pública não for suficiente para cobrir o 
 
 
 
 
 
 
 
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3 
débito tributário, nem por isso o arrematante fica responsável pelo eventual saldo." (BERNARDO RIBEIRO DE 
MORAES, Compêndio de Direito Tributário, 2º vol., Rio de Janeiro: Forense, 1995, p. 513). 
3. Assim, é que a arrematação em hasta pública tem o efeito de expurgar qualquer ônus obrigacional so-
bre o imóvel para o arrematante, transferindo-o livremente de qualquer encargo ou responsabilidade tribu-
tária. 
(AgRg no Ag nº 124.6665, Rel. Min. Luiz Fux, DJ 22-04-2010) 
 
Responsabilidade do Art. 131 CTN 
 
O adquirente ou remitente de bens é responsável pelo pagamento dos créditos tributários dos bens adquiridos ou 
remidos. No caso de aquisição de um veículo com dívidas de IPVA, o adquirente é responsável pelo pagamento 
desse tributo. 
Se o bem for adquirido em arrematação judicial, o STJ entende que se aplica o parágrafo único do art. 130 do 
CTN por analogia, assim o crédito sub-roga-se no respectivo preço. 
TRIBUTÁRIO - ARREMATAÇÃO JUDICIAL DE VEÍCULO - DÉBITO DE IPVA -RESPONSABILIDADE TRIBUTÁ-
RIA - CTN, ART. 130, PARÁGRAFO ÚNICO. 
1. A arrematação de bem em hasta pública é considerada como aquisição originária, inexistindo relação jurídica 
entre o arrematante e o anterior proprietário do bem. 
2. Os débitos anteriores à arrematação sub-rogam-se no preço da hasta. Aplicação do artigo 130, § único do CTN, 
em interpretação que se estende aos bens móveis e semoventes. 
(Resp nº 807455, Rel. Min. Eliana Calmon, DJ 21-11-2008) 
Quanto à sucessão hereditária, o art. 131, III do CTN prevê que o espólio é responsável pelo pagamento dos tribu-
tos devidos pelo de cujus até a abertura da sucessão. Durante o processo de inventário ou arrolamento, o espólio 
tem o dever de pagar os tributos cujos fatos geradores ocorrerem nesse período, sendo a responsabilidade do 
cônjuge meeiro e dos sucessores até o montante do seu quinhão, até a partilha. 
Art. 131. São pessoalmente responsáveis: 
(...) 
II - o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da partilha ou 
adjudicação, limitada esta responsabilidade ao montante do quinhão do legado ou da meação; 
III - o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão. 
 
PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. IPTU. ARREMATAÇÃO DE IMÓVEL EM HASTA PÚBLICA. AQUI-
SIÇÃO ORIGINÁRIA. ADJUDICAÇÃO. VIOLAÇÃO DO ART. 
130, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CTN. OCORRÊNCIA. OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA PROPTER REM. EXISTÊN-
CIA DE RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA. 
1. Discute-se nos autos se o credor-exequente (adjudicante) está dispensado do pagamento dos tributos 
que recaem sobre o imóvel anteriores à adjudicação. 
2. Arrematação e adjudicação são situações distintas, não podendo a analogia ser aplicada na forma pre-
tendida pelo acórdão recorrido, pois a adjudicação pelo credor com dispensa de depósito do preço não 
pode ser comparada a arremate por terceiro. 
3. A arrematação em hasta pública extingue o ônus do imóvel arrematado, que passa ao arrematante livre 
e desembaraçado de tributo ou responsabilidade, sendo, portanto, considerada aquisição originária, de 
modo que os débitos tributários anteriores à arrematação sub-rogam-se no preço da hasta. Precedentes: 
REsp 1.188.655/RS, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 8.6.2010; AgRg no Ag 1.225.813/SP, Rel. Min. 
Eliana Calmon, Segunda Turma, DJe 8.4.2010; REsp 909.254/DF, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Se-
gunda Turma DJe 21.11.2008. 
4. O adquirente só deixa de ter responsabilidade pelo pagamento do débitos anteriores que recaiam sobre 
o Bem, se ocorreu, efetivamente, depósito do preço, que se tornará a garantia dos demais credores. De 
molde que o crédito fiscal perquirido pelo fisco é abatido do pagamento, quando da praça, por isso que, 
encerrada a arrematação, não se pode imputar ao adquirente qualquer encargo ou responsabilidade. 
5. Por sua vez, havendo a adjudicação do imóvel, cabe ao adquirente (credor) o pagamento dos tributos 
incidentes sobre o Bem adjudicado, eis que, ao contrário da arrematação em hasta pública, não possui o 
efeito de expurgar os ônus obrigacionais que recaem sobre o Bem. 
6. Na adjudicação, a mutação do sujeito passivo não afasta a responsabilidade pelo pagamento dos tribu-
tos do imóvel adjudicado, uma vez que a obrigação tributária propter rem (no caso dos autos, IPTU e taxas 
de serviço) acompanha o Bem, mesmo que os fatos imponíveis sejam anteriores à alteração da titularida-
de do imóvel (arts. 130 e 131, I, do CTN). 
 
 
 
 
 
 
 
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7. À luz do decidido no REsp 1.073.846/SP, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Seção, DJe 18.12.2009, "os impos-
tos incidentes sobre o patrimônio (Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR e Imposto sobre a 
Propriedade Predial e Territorial Urbana - IPTU) decorrem de relação jurídica tributária instaurada com a 
ocorrência de fato imponível encartado, exclusivamente, na titularidade de direito real, razão pela qual 
consubstanciam obrigações propter rem, impondo-se sua assunção a todos aqueles que sucederem ao 
titular do imóvel." Recurso especial provido. 
(REsp 1179056/MG, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 07/10/2010, DJe 
21/10/2010) 
 
Responsabilidade do Art. 132 do CTN 
 
Nas operações de fusão, incorporação ou transformação, a pessoa jurídica resultante será responsável pessoal-
mente pelo pagamento dos tributos devidos até a data do ato pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionada, 
incorporada, ou transformada. 
Art. 132. A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou incorporação de outra ou em 
outra é responsável pelos tributos devidos até à data do ato pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, 
transformadas ou incorporadas. 
 
As operações de fusão decorrem da união de duas ou mais sociedades para formar sociedade nova, que lhes 
sucederá em todos os direitos e obrigações, incluindo as de natureza tributária, conforme prevê art. 228 da Lei nº 
6.404-76. 
A incorporação é quando uma empresa absorve outra empresa. E a operação de transformação ocorre quando a 
sociedade passa, independentemente de dissolução e liquidação, de um tipo para outro. (Lei nº 6.404-76, art. 
220). Quando, por exemplo, uma empresa por quotas de responsabilidade limitada transforma-se em uma socie-
dade por ações (S.A). 
Observa-se, que o Código Tributário Nacional não tratou sobre a responsabilidade nos casos de cisão, quando a 
companhia transfere parcelas de seu patrimônio para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim ou já 
existentes, extinguindo-se a companhia cindida, se houver versão de todo o seu patrimônio, ou dividindo-se o seu 
capital, se parcial a versão.(Lei nº 6.404-76, Art. 220). 
O entendimento majoritário que tem prevalecido é que nos casos de cisão, a responsabilidade pelo pagamento 
dos tributos segue a previsão do art. 233 da Lei nº 6.404-76 que estabelece: 
Art. 233. Na cisão com extinção da companhia cindida, as sociedades que absorverem parcelas do seu 
patrimônio responderão solidariamente pelas obrigações da companhia extinta. A companhia cindida que 
subsistir e as que absorverem parcelas do seu patrimônio responderão solidariamente pelas obrigações da primei-
ra anteriores à cisão. 
Parágrafo único. O ato de cisão parcial poderá estipular que as sociedades que absorverem parcelas do patrimô-
nio da companhia cindida serão responsáveis apenas pelas obrigações que lhes forem transferidas, sem solidari-
edade entre si ou com a companhia cindida, mas, nesse caso, qualquer credor anterior poderá se opor à estipula-
ção, em relação ao seu crédito, desde que notifique a sociedade no prazo de 90 (noventa) dias a contar da data 
da publicação dos atos da cisão. (grifo nosso). 
 
E nos casos de extinção de pessoas jurídicas o parágrafo único do art. 132 do CTN prevê que as regras do caput 
se aplicam quando a respectiva atividade seja continuada por qualquer sócio remanescente, ou seu espólio, sob a 
mesma ou outra razão social. 
 
Responsabilidade do Art. 133 do CTN 
 
O Adquirente de fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional que continuar a res-
pectiva exploração, ainda que modifique a razão social, é responsável pelo pagamento dos tributos devidos pelo 
fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até a data do ato. 
O adquirente responderá integralmente pelos créditos tributários se o alienante cessar a exploração do comércio, 
indústria ou atividade. 
A responsabilidade do adquirente será subsidiária com o alienante se este continuar a explorar qualquer ativi-
dade ou iniciar, dentro de seis meses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ra-
mo de comércio, indústria ou profissão. 
Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título, fundo de comér-
cio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou 
 
 
 
 
 
 
 
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outra razão social, ou sob firma ou nome individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento 
adquirido, devidos até à data do ato: 
I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade; 
II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de seis meses a contar 
da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão. 
 
O Superior Tribunal de Justiça tem entendido que o adquirente do fundo de comércio ou estabelecimento comer-
cial responderá nos termos do caput art. 133 do CTN, inclusive com relação às penalidades tributárias. 
RECURSO ESPECIAL. MULTA TRIBUTÁRIA. SUCESSÃO DE EMPRESAS.RESPONSABILIDADE. OCORRÊN-
CIA. DECADÊNCIA. TEMA NÃO ANALISADO. RETORNO DOS AUTOS. 
1. A empresa recorrida interpôs agravo de instrumento com a finalidade de suspender a exigibilidade dos autos de 
infração lavrados contra a empresa a qual sucedeu. Alegou a ausência de responsabilidade pelo pagamento das 
multas e, também, decadência dos referidos créditos. O Tribunal a quo acolheu o primeiro argumento, julgando 
prejudicado o segundo. 
2. A responsabilidade tributária não está limitada aos tributos devidos pelos sucedidos, mas também se refere às 
multas, moratórias ou de outra espécie, que, por representarem dívida de valor, acompanham o passivo do patri-
mônio adquirido pelo sucessor. 
3. Nada obstante, os art. 132 e 133 apenas refiram-se aos tributos devidos pelo sucedido, o art. 129 dispõe que o 
disposto na Seção II do Código Tributário Nacional aplica-se por igual aos créditos tributários definitivamente 
constituídos ou em curso de constituição, compreendendo o crédito tributário não apenas as dívidas decorrentes 
de tributos, mas também de penalidades pecuniárias (art. 139 c/c § 1º do art. 113 do CTN). 
4. Tendo em vista que a alegação de decadência não foi analisada em razão do acolhimento da não responsabili-
dade tributária da empresa recorrida, determina-se o retorno dos autos para que seja analisado o fundamento tido 
por prejudicado. 
5. Recurso especial provido em parte. 
(Resp nº 1017186, Rel. Min. Castro Meira, DJ 27-03-2008) 
A regra do caput do art. 133 do CTN só não é aplicável quando o fundo de comércio ou estabelecimento comerci-
al, industrial ou profissional for adquirido em processo de falência ou processo de recuperação judicial. 
Art. 133 (...) 
 § 1
o
 O disposto no caput deste artigo não se aplica na hipótese de alienação judicial: 
I – em processo de falência; 
II – de filial ou unidade produtiva isolada, em processo de recuperação judicial. 
Conquanto, o adquirente responderá pela dívida tributária, nos termos do caput, se a aquisição do fundo de co-
mércio ou estabelecimento comercial, ainda que realizada no processo de falência ou recuperação judicial, for por: 
(i) sócio da sociedade falida ou em recuperação judicial, ou sociedade controlada pelo devedor falido ou em recu-
peração judicial; 
(ii) parente, em linha reta ou colateral até o 4
o
 (quarto) grau, consanguíneo ou afim, do devedor falido ou em recu-
peração judicial ou de qualquer de seus sócios; ou 
(iii) identificado como agente do falido ou do devedor em recuperação judicial com o objetivo de fraudar a suces-
são tributária. 
Em processo da falência, o produto da alienação judicial de empresa, filial ou unidade produtiva isolada permane-
cerá em conta de depósito à disposição do juízo de falência pelo prazo de 1 (um) ano, contado da data de aliena-
ção, somente podendo ser utilizado para o pagamento de créditos extraconcursais ou de créditos que preferem ao 
tributário. (art. 133, § 3º do CTN). 
 
Responsabilidade de Terceiros 
 
Responsabilidade do Art. 134 do CTN 
 
O art. 134 do CTN prevê responsabilidade solidária a algumas pessoas, nos atos em que intervierem ou forem 
omissas, na impossibilidade de exigir o cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte. 
Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte, res-
pondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis: 
I - os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores; 
II - os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados; 
III - os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes; 
IV - o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio; 
V - o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo concordatário; 
 
 
 
 
 
 
 
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VI - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os atos praticados por 
eles, ou perante eles, em razão do seu ofício; 
VII - os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo só se aplica, em matéria de penalidades, às de caráter moratório. 
Ressalta-se primeiramente, que as pessoas enumeradas nas sete alíneas irão responder pelo pagamento das 
dívidas tributárias na impossibilidade de cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte e somente nos ca-
sos em que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis. 
Ao considerar que os créditos tributários devem ser cobrados primeiro do contribuinte para somente após a res-
ponsabilidade recair sobre as pessoas enumeradas no art. 134 do CTN, tem-se que não se trata,na verdade, de 
uma responsabilidade solidária, vez que essa modalidade não comporta benefício de ordem. Seria, então, uma 
responsabilidade subsidiária, onde primeiro cobra-se de uma pessoa e se essa não cumprir a obrigação, cobra-se 
de outra. 
Ocorre que o art. 134 do CTN tratou como responsabilidade solidária e por essa razão sugere-se que em uma 
prova objetiva o candidato considere como correta a assertiva que transcreva a disposição legal. 
Ademais, vale ressaltar que os sócios só respondem pelo pagamento das dívidas tributárias da pessoa jurídica no 
caso de liquidação de sociedade de pessoas, cuja responsabilidade dos sócios é ilimitada. No entanto, se for a 
liquidação de sociedade cuja responsabilidade dos sócios é limitada pelas regras do direito privado (sociedade 
limitada, sociedade anônima), seus sócios somente poderão responder com observância dessas limitações e não 
nos termos do art. 134 do CTN. 
(...) 
2. Quanto à alegação de que teria ocorrido dissolução irregular da sociedade, a ensejar a responsabilização dos 
sócios nos termos do art. 134, VII, do CTN, convém destacar que o aresto recorrido afastou a incidência desse 
dispositivo legal sob o argumento de que a sociedade por quotas de responsabilidade limitada não se consti-
tui numa sociedade de pessoas. 
(EDcl no Resp nº 109143, Rel. Min. Castro Meira, DJ 02-05-2005) 
 
Nota-se, ainda, que a responsabilidade do artigo acima descrito refere-se tão somente às penalidades de caráter 
moratório. 
 
Responsabilidade do Art. 135 do CTN 
Nos termos do art. 135 do CTN, respondem pessoalmente pelos créditos tributários correspondentes a obrigações 
tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração à lei, contrato social ou estatu-
to social: 
(i) as pessoas referidas no art. 134 do CTN; 
(ii) os mandatários, prepostos e empregados; 
(iii) os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado. 
Ressalta-se que as pessoas que apresentam responsabilidade pessoal de acordo com o art. 135 do CTN são 
apenas os sócios que tenham poderes de gerência, direção ou representação e não todos os sócios indistinta-
mente. Além disso, as pessoas elencadas nesse dispositivo legal só respondem pessoalmente pelos créditos tri-
butários que derem causa por excesso de poder, infração à lei ou contrato social e estatuto social. 
O mero inadimplemento de tributo por parte da pessoa jurídica não é considerado pelos Tribunais Superiores 
infração à lei e por essa razão não gera responsabilidade para os sócios com poderes de gerência. 
 
Súmula 430 STJ - O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera, 
por si só, a responsabilidade solidária do sócio-gerente. 
 
A dissolução irregular da sociedade é infração à lei e por essa razão gera responsabilidade tributária aos sócios-
gerentes, conforme prevê o art. 135, III do CTN. 
 
Súmula 435 STJ - Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu domicílio 
fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o redirecionamento da execução fiscal para o só-
cio-gerente. 
 
Responsabilidade Por Infrações – Art. 136 e 137 CTN 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação tributária independe da inten-
ção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato. 
Assim, ainda que o contribuinte tenha um motivo nobre para estar inadimplente com o Fisco, o descumprimento 
obrigacional será punível. Da mesma forma, será punível a entrega de declaração de imposto em atraso, devida-
mente justificada. 
O art. 136 do CTN, prevê, todavia, que o legislador poderá considerar aspectos subjetivos excludentes ou atenu-
antes da punibilidade para aplicação das penalidades. 
Cita-se como exemplo o art. 44 da Lei nº 9.430-96 que prevê uma multa de 75% ao sujeito passivo que deixar de 
recolher ou de declarar o imposto de renda, sendo a multa duplicada no caso de agir o contribuinte com dolo, 
fraude ou simulação. 
Nos termos do art. 137 do CTN a responsabilidade por infrações será pessoal. 
Art. 137. A responsabilidade é pessoal ao agente: 
I - quanto às infrações conceituadas por lei como crimes ou contravenções, salvo quando praticadas no exercício 
regular de administração, mandato, função, cargo ou emprego, ou no cumprimento de ordem expressa emitida por 
quem de direito; 
II - quanto às infrações em cuja definição o dolo específico do agente seja elementar; 
III - quanto às infrações que decorram direta e exclusivamente de dolo específico: 
a) das pessoas referidas no artigo 134, contra aquelas por quem respondem; 
b) dos mandatários, prepostos ou empregados, contra seus mandantes, preponentes ou empregadores; 
c) dos diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado, contra estas. 
A responsabilidade por infrações no direito tributário, relativamente ao descumprimento de obrigações principais e 
acessórias, traduz-se, geralmente, em multas e desconsidera a intenção do agente. 
Será a responsabilidade por infrações pessoal do agente nos casos do art. 137 do CTN, salvo se existir prova de 
que o agente teria agido no “regular exercício da administração” ou ainda, teria cumprido ordem expressa por 
quem de direito. 
O regular exercício da administração ocorre, por exemplo, quando o agente comete o ilícito na condição de mero 
portador da vontade da empresa. 
 
Denúncia Espontânea – Art. 138 CTN 
 
Nos termos do art. 138 do CTN a responsabilidade por infrações será excluída quando o contribuinte antes de 
qualquer procedimento administrativo, promover a denúncia espontânea de forma a pagar o tributo acompanhado 
dos juros. Assim, no caso de denúncia espontânea, o sujeito passivo não terá que pagar apenas as multas tributá-
rias. 
Conforme estabelece o parágrafo único do art. 138 do CTN, só será considerada denúncia espontânea se o con-
tribuinte fizer o pagamento do tributo antes de qualquer procedimento administrativo. 
 
Art. 138 (...) 
Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento 
administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração. 
O Superior Tribunal de Justiça mantém o entendimento de que o contribuinte só fará jus ao benefício da denúncia 
espontânea se o pagamento do tributo for à vista. 
PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE 
INSTRUMENTO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. PARCELAMENTO. INAPLICABILIDADE. ENTENDIMENTO FIR-
MADO PELA PRIMEIRA SEÇÃO SOB O REGIME PREVISTO NO ART. 543-C DO CPC. VIOLAÇÃO DO ART. 
535, II, DO CPC. ALEGAÇÕES GENÉRICAS. SÚMULA 284/STF. INCIDÊNCIA. 
(...) 
2. Entendimento da Primeira Seção deste Tribunal, firmado por ocasião do julgamento do REsp 1.102.577/DF, 
feito submetido ao regime do art. 543-C, do CPC, no sentido de que o instituto da denúncia espontânea (art. 
138 do CTN) não se aplica nos casos de parcelamento de débito tributário. (Rel. Min. Castro Meira, DJ de 
18/5/2009). 
3. Agravo regimental não provido. 
(AgRg no Ag nº 1308661, Rel. Min. Benedito Gonçalves, DJ 15-10-2010) 
O entendimento do Superior Tribunal de Justiça quanto aos tributos sujeitos ao lançamento por homologação é de 
que uma vez declarados e pagos a destempo, não fazem jus à denúncia espontânea. 
 
Súmula 360 STJ - O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por ho-
mologação regularmente declarados, mas pagos a destempo. 
 
 
 
 
 
 
 
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Isso porque, segundo a jurisprudência pacífica do STJ, a apresentação, pelo contribuinte, de Declaração de Débi-
tos e Créditos Tributários Federais – DCTF, ou guia de informaçãoe Apuração do ICMS – GIA, ou de outra decla-
ração dessa natureza, prevista em lei, é modo de formalizar a existência do crédito tributário, dispensada, para 
esse efeito, qualquer outra providência por parte do Fisco. 
Assim, quando o contribuinte entrega, por exemplo, a DCTF e declara que há dívidas de tributos, quando for pa-
gá-los posteriormente, fora da data de vencimento, por ter entregue a declaração, não poderá se valer do benefí-
cio da denúncia espontânea. 
Ademais, ressalta-se que o Judiciário tem afastado o benefício da denúncia espontânea no caso de obrigações 
acessórias, como, por exemplo, a entrega da declaração do imposto de renda extemporaneamente. Assim, se 
houver a entrega da declaração em atraso, mesmo que o contribuinte pague o imposto eventualmente devido 
antes de qualquer procedimento fiscalizatório, será devida a multa correspondente. 
 
CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
 
A lei que rege o lançamento é a da data do fato gerador, ainda que posteriormente modificada ou revogada. 
Sempre vale a lei da data do fato, não importa se depois diminuiu ou não tem mais o imposto. Não vale a regra do 
mais benéfico no direito tributário. O lançamento é o ato constitutivo do crédito tributário. 
A data do fato gerador é a regra geral para o lançamento. Salvo, artigo 106, CTN, se a lei vier a reduzir penalidade 
ou excluir infração, ou ainda, nos termos do artigo 144, §1º, CTN se a lei vier a dispor sobre novos meios de fisca-
lização. 
 
Natureza jurídica do lançamento: declaratória da obrigação e constitutiva do crédito. 
O Crédito tributário é constituído por meio do Lançamento que pode ser de três modalidades: de ofício, por decla-
ração e por homologação. 
 
LANÇAMENTO DE OFÍCIO 
 
De ofício é lançamento efetuado pela autoridade administrativa independentemente de qualquer atuação ou parti-
cipação do sujeito passivo. A própria autoridade verifica a ocorrência do fato gerador da obrigação, determina a 
matéria tributável, calcula o montante do tributo devido, identifica o sujeito passivo e, sendo caso, propõe a aplica-
ção da penalidade cabível. 
A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. 
 
Ex: IPTU- quem faz tudo é a autoridade administrativa, IPVA, taxa, contribuições de melhoria. 
 
LANÇAMENTO POR DECLARAÇÃO 
 
O sujeito passivo, ou um terceiro, declaram à autoridade administrativa a ocorrência de fatos em face dos quais 
seria possível efetuar o lançamento. Depois de ofertada essa declaração, a autoridade então efetua o lançamento 
e notifica o sujeito passivo para pagá-lo ou, se for o caso, apresentar impugnação (defesa administrativa). 
 
Ex: ITBI. 
 
LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO 
 
Por homologação é aquele lançamento no qual todos os atos de apuração, quantificação, cálculo etc., relativos à 
liquidação da obrigação tributária, são efetuados pelo próprio sujeito passivo. Depois de calcular o montante do 
tributo devido, o sujeito passivo submete essa apuração à autoridade administrativa, para que esta a homologue. 
O dever de efetuar o pagamento respectivo, entretanto, é antecipado, devendo ser o tributo recolhido antes do 
exame da autoridade e da respectiva homologação. 
 
Ex: imposto de renda, ITR, IPI, ICMS. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Exercícios 
 
1) Na denúncia espontânea, o sujeito passivo tem direito à exclusão: 
 
A) Da multa e dos juros. 
B) Da multa e da correção monetária. 
C) Apenas dos juros. 
D) Apenas da multa. 
 
2) Determinada pessoa, havendo arrematado imóvel em leilão judicial ocorrido em processo de execução 
fiscal para a cobrança de Imposto Predial Urbano, vem a sofrer a exigência pelo saldo devedor da execu-
ção não coberto pelo preço da arrematação. Essa exigência é: 
 
A) Legal, pois o arrematante é sucessor do executado em relação ao imóvel, e em sua pessoa fiscal ficam sub-
rogados os créditos dos tributos incidentes sobre o mesmo imóvel. 
B) Ilegal, pois o crédito do exequente se sub-roga sobre o preço da arrematação, exonerando o arrematante 
quanto ao saldo devedor. 
C) Legal, pois o valor pago pelo arrematante não foi suficiente para a cobertura da execução. 
D) Legal, pois a arrematação não pode causar prejuízo ao Fisco. 
 
3) Pedro adquire imóvel de João, que o alugava anteriormente a uma sociedade empresária. Sobre esse 
imóvel estavam pendentes de pagamento os seguintes tributos: o IPTU, a Contribuição de Melhoria, a Ta-
xa de Coleta Domiciliar de Lixo e a Taxa de Inspeção Sanitária devida pelo exercício do poder de polícia, 
em função da atividade ali desenvolvida. Com relação à responsabilidade tributária, assinale a afirmativa 
correta: 
 
A) Pedro só se torna responsável tributário do IPTU, da Taxa de Coleta Domiciliar de Lixo e da Contribuição de 
Melhoria, permanecendo João como sujeito passivo da Taxa de Inspeção Sanitária. 
B) Pedro só se torna responsável tributário do IPTU e da Taxa de Coleta Domiciliar de Lixo, permanecendo João 
como sujeito passivo da Taxa de Inspeção Sanitária e da Contribuição de Melhoria. 
C) Pedro é o responsável tributário de todos os tributos, devido à sucessão imobiliária. 
D) João continua sendo o sujeito passivo de todos os tributos, muito embora o imóvel tenha sido adquirido por 
Pedro. 
 
4) A responsabilidade tributária 
 
A) é atribuída expressamente por lei à terceira pessoa, que não praticou o fato gerador, mas que está a ele vincu-
lado, podendo ser exclusiva ou supletiva à obrigação do contribuinte. 
B) é atribuída ao sujeito passivo da obrigação tributária que pratica o fato gerador. 
C) é do contribuinte quando a lei lhe impõe esta obrigação, mesmo que não pratique o fato gerador. 
D) pode ser atribuída a terceiro estranho ao fato gerador através de contrato particular firmado entre o contribuinte 
e terceiro. 
E) independe de qualquer vínculo jurídico entre o terceiro e o contribuinte, bastando que haja expressa disposição 
legal ou convenção entre as partes. 
 
5) De acordo com as disposições do Código Tributário Nacional, é correto afirmar que: 
 
A) a obrigação acessória é sempre dependente da prévia existência da obrigação principal. 
B) a solidariedade passiva tributária comporta benefício de ordem. 
C) o sujeito passivo da obrigação principal diz-se responsável quando tenha relação pessoal e direita com o fato 
gerador. 
D) a capacidade tributária passiva depende de estar a pessoa jurídica regularmente constituída. 
E) a responsabilidade por infrações da legislação tributária, salvo disposição de lei em contrário, independe da 
intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato. 
 
6) Acerca da responsabilidade tributária, é correto afirmar que são pessoalmente responsáveis, por 
imposição legal, 
 
 
 
 
 
 
 
 
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A) o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da partilha 
ou adjudicação, limitada essa responsabilidade ao montante do quinhão, do legado ou da meação. 
B) os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores. 
C) os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes. 
D) os tutores, pelos tributos devidos por seus tutelados. 
E) os tabeliães, escrivães e demais serventuários, pelos tributos devidos sobre os atos praticados por eles ou 
perante eles, em razão do seu ofício. 
 
7) A lei pode atribuir de modo expresso a responsabilidade do crédito tributário a terceira pessoa, 
vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou 
atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação. Nessa 
hipótese, trata-se da: 
 
A) Aplicação do princípio da capacidadecontributiva. 
B) Solidariedade entre os contribuintes envolvidos. 
C) Responsabilidade por sucessão. 
D) Substituição tributária. 
 
8) A responsabilidade por infrações da legislação tributária: 
 
A) Depende sempre da intenção do agente ou do responsável, mas não da efetividade, natureza e extensão 
dos efeitos do ato. 
B) Independe, salvo indisposição em contrário, da intenção do agente ou do responsável, mas depende sempre 
da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato. 
C) Independe sempre da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos 
efeitos do ato. 
D) Independe, salvo disposição em contrário, da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, 
natureza e extensão dos efeitos do ato. 
 
9) São pessoalmente responsáveis, em matéria de responsabilidade tributária, por sucessão: 
 
A) O adquirente, em hasta pública, de estabelecimento comercial ou fundo de comércio, em processo de 
falência, por tributos devidos até a data da aquisição. 
B) O sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da partilha 
ou adjudicação, limitada a responsabilidade ao montante do quinhão, do legado ou meação. 
C) O alienante de bem imóvel, no caso de ter assumido em escritura pública a obrigação por tributo relativo a 
fato gerador acontecido antes da transmissão, quando não houver prova de quitação de tributos. 
D) O arrematante de bem imóvel, no caso de arrematação em hasta pública, pelos tributos devidos por fatos 
geradores anteriores à arrematação. 
 
10) Sobre a responsabilidade tributária, marque a opção CORRETA. 
 
A) A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título, fundo de comércio 
ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou 
outra razão social ou sob firma ou nome individual, somente responde pelos tributos devidos pelo 
estabelecimento adquirido se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade. 
B) A responsabilidade pelo crédito tributário pode ser atribuída por decreto à terceira pessoa, vinculada ao fato 
gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter 
supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação. 
C) São pessoalmente responsáveis o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos devidos pelo 
de cujus até a data da partilha ou adjudicação, limitada esta responsabilidade ao montante do quinhão do 
legado ou da meação. 
D) O remitente não é responsável pelos tributos relativos aos bens remidos. 
E) A vedação legal a que tabeliães respondam solidariamente pelos tributos devidos sobre os atos praticados 
por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício, diz respeito apenas ao IPTU. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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GABARITO 
 
1- D 
2- B 
3- A 
4- A 
5- E 
6- A 
7- D 
8- D 
9- B 
10- C

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