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Processo Civil III - RECURSOS NCPC

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Processo Civil – III
Professor: Fabiano Aquino
Teoria Geral dos Recursos
Conceito: os recursos são um remédio voluntario e idôneo, a ensejar, dentro do mesmo processo, a reforma, invalidação, esclarecimento ou a integração da decisão que se impugna.
O recurso como remédio voluntário significa dizer que a interposição do recurso é um ato de vontade. O recurso é uma manifestação de insatisfação.
Desta forma, não se pode atribuir natureza de recurso ao reexame necessário, também chamado duplo grau de jurisdição obrigatório, regido pelo art. 942 NCPC, exatamente pelo fato de não se tratar de remédio voluntário, ou seja, não decorre da manifestação das partes.
Cumpre ressaltar que esse remédio voluntário surge dentro do mesmo processo em que foi proferida a decisão impugnada/recorrida. Esta é uma das características essenciais dos recursos, capaz de distingui-los das "ações autônomas de impugnação”, como a "ação rescisória”, pois esta gera a incidência de um novo processo, nova causa de pedir, etc. O recurso, ao contrário da "ação autônoma de impugnação” (ação rescisória), não dá origem ao aparecimento de um novo processo, sendo, em verdade, um incidente do mesmo processo em que prolatado o pronunciamento impugnado.
Reforma: (infringe direito material) Isto se dará toda vez que o recorrente afirmar a existência, no provimento recorrido, de um error in iudicando, isto é, de um erro de julgamento. Ocorre o error in iudicando quando o magistrado atribui ao direito positivo uma vontade que não é a sua verdadeira,4 ou seja, quando o juiz profere uma declaração errônea da vontade concreta da lei.
Invalidação: quando o recurso é interposto sob o fundamento de a decisão impugnada ter sido proferida com error in procedendo. Este é um vício de forma, ao contrário do anterior, em que havia um vício de conteúdo. O error in procedendo está sempre ligado ao descumprimento de uma norma de natureza processual6 e consiste em vício formal da decisão, que acarreta sua nulidade. Nesta hipótese, o objeto do recurso não será a reforma da decisão recorrida, mas sua invalidação.
No primeiro tipo de vício, em que o recurso objetiva a reforma da decisão, o que se espera do órgão julgador do recurso é a prolação de nova decisão sobre a mesma questão decidida pelo provimento impugnado, devendo esse novo pronunciamento substituir o provimento recorrido, na segunda hipótese, em que o recurso tem por fim a invalidação da decisão recorrida, o que se espera obter no julgamento do recurso é uma decisão que anule o pronunciamento impugnado, retirando-o do processo e determinando ao órgão que o havia prolatado que profira nova decisão sobre aquela mesma questão.
Esclarecimento: Há situações em que a decisão proferida pelo órgão judicial é obscura ou contraditória. Nestas hipóteses, é possível a interposição de recurso tendo por fim o esclarecimento da decisão. O que se p retende nestas situações é que o juízo prolator da decisão reexprima o que já havia afirmado em sua decisão, mas que não havia sido expresso de forma clara.
Em outros termos, o que se quer aqui não é que se redecida, mas sim que se reexprima. O único recurso cabível nessa hipótese, como se verá mais adiante, no estudo dos recursos em espécie, é o de embargos de declaração.
Integração: Por integração entende-se a atividade de suprir lacunas, o que nos faz concluir que aqui o recurso será destinado a suprir omissões contidas na decisão judicial (e, também aqui, o recurso cabível é chamado de embargos de declaração). Neste caso, quer-se não somente que o juiz reexprima o que já havia dito, mas se pretende reabrir a própria atividade decisória, com a apreciação da questão que ainda não havia sido apreciada.
Por fim, e concluindo a análise do conceito de recurso, há que se dizer que só se admite recurso, em nosso sistema, contra decisões judiciais, ou seja, contra provimentos judiciais que tenham conteúdo decisório. Significa isto dizer, em outras palavras, que nosso Direito Processual Civil admite recurso contra sentenças, decisões interlocutórias e acórdãos. Os despachos de mero expediente, provimentos desprovidos de qualquer conteúdo decisório, são irrecorríveis. (Art. 1001 NCPC)
Classificação:
Recurso Total e Parcial: àquele que ataca todo o conteúdo impugnável da decisão, e parcial ao que deixa incólume parte desse conteúdo impugnável.
Note-se que, ao definir o recurso total e o recurso parcial, não falo em impugnar toda a decisão, ou parte dela, mas em atacar todo o conteúdo impugnável da decisão ou parte dele. Isso porque a lei pode limitar esse conteúdo, não se admitindo recurso contra toda a decisão, mas apenas contra parte dela. O recurso que ataque toda essa parte contra a qual se admite sua interposição será um recurso total.
Recurso Principal e Adesivo: Nos termos do art. 997 do CPC, cada parte interpõe seu recurso no prazo, independentemente, e observadas as exigências legais. Pode ocorrer, assim, que ambas as partes recorram contra uma dada decisão. O recurso de cada uma delas será independente do outro e, por isso, chamado de recurso principal. Pode acontecer, porém, que numa hipótese de sucumbência recíproca, assim considerada aquela situação em que a decisão acarreta satisfação parcial dos interesses de ambas as partes (pense-se numa demanda em que o autor quer ver o réu condenado a pagar mil; o réu contesta alegando nada dever; e a sentença o condena a pagar quinhentos: nesta hipótese o autor terá sucumbido em parte, pois não terá obtido tudo o que pretendia, e o réu também terá sucumbido em parte, pois terá sido condenado a pagar uma certa soma, quando afirmava não ser devedor), uma das partes fique, em princípio, satisfeita com o resultado, optando por aceitar o resultado do processo.
A outra parte, porém, interpõe recurso (o qual será, obviamente, um recurso principal). Permite a lei (no mesmo art. 997 do CPC) que, nesta situação, a outra parte interponha recurso adesivo, ou seja, um recurso subordinado ao da outra parte. Este recurso só será julgado se o recurso principal for admitido. Julgado inadmissível o recurso principal, automaticamente se terá por inadmissível o recurso adesivo, aplicando-se aqui a conhecida regra segundo a qual o acessório segue o principal.
Nesta hipótese, ocorrerá o trânsito em julgado da decisão, o que - afinal de contas - havia sido considerado satisfatório pela parte que deixara de interpor recurso principal, optando por recorrer adesivamente.
Recurso Ordinário e Excepcional: São ordinários os recursos cujo objeto imediato é a tutela do direito subjetivo, e excepcionais aqueles cujo fim imediato é a tutela do direito objetivo. Encontram-se na primeira espécie recursos como a apelação, o agravo e os embargos infringentes, e na segunda localizam-se o recurso extraordinário e o recurso especial.
Nos recursos ordinários, em que o objeto imediato é a tutela do direito subjetivo do recorrente, podem-se discutir questões de fato e de direito (afinal, o direito subjetivo nasce quando uma situação fática concreta se enquadra na descrição abstrata contida na norma; assim sendo, tanto os aspectos de fato como os de direito podem ser aqui discutidos). Já nos recursos excepcionais, cujo objeto imediato é a tutela do direito objetivo (CF e Direito federal), e apenas mediatamente se tutela o direito subjetivo, apenas questões de direito poderão ser suscitadas. Isto explica, por exemplo, a existência do Enunciado nº 7 da Súmula da Jurisprudência Predominante do STJ, que proíbe se admita recurso especial para mero reexame de prova (afinal, as provas estão ligadas às alegações de fato, e não às de direito).
Princípios
Taxatividade: neste a intenção do legislador é de não permitir que as partes criem modalidades de recursos para expressarem o seu inconformismo em relação às decisões judiciais.
Sendo assim, em síntese, o princípio da taxatividade pode ser entendido como sendo a explícita proibição à criação de novos recursos pelas partes, considerando-se que tão-somente os recursos previstosno ordenamento jurídico, e criados em consonância com o procedimento legislativo estabelecido, podem ser utilizados com o fim de se reformar as decisões judiciais.
No Brasil, o artigo 22, I, da Constituição Federal confere à União Federal a competência exclusiva para se legislar sobre Direito Processual, de modo que, em consonância com todo o já exposto, somente serão considerados recursos, para os fins do Direito Processual Civil, os previstos expressamente em Lei Federal, tais como os enumerados no já referido artigo 496, bem como os que forem estipulados em Lei Federal Especial.
Unirecorribilidade/Singularidade: Como conseqüência direta do princípio da taxatividade, surge o princípio da singularidade dos recursos, pelo qual se depreende que para cada ato judicial recorrível existe um recurso próprio previsto no ordenamento jurídico, ensejando-se a conclusão de que, em regra, é vedado à parte utilizar-se de mais de um recurso para impugnar o mesmo ato decisório.
A finalidade básica do princípio da singularidade é evitar que as partes possam ter a liberdade irrestrita de escolha, de acordo com os seus próprios interesses, dos recursos a serem utilizados no decorrer da lide.
Portanto, cada decisão poderá ser impugnada de acordo com os recursos previstos no ordenamento jurídico (princípio da taxatividade), observando-se, contudo, a natureza e o objetivo do recurso a ser escolhido e a sua relação com a decisão a ser recorrida, prevendo o Diploma Processual as situações e as condições de uso de cada um dos recursos definidos na Lei (princípio da singularidade), sendo defeso/proibido à parte, em regra, utilizar-se de mais de uma ferramenta recursal para questionar uma mesma decisão.
Vedação da reforma in pejus: Proíbe a reforma para pior. A parte recorre para obter uma melhora, não para ser prejudicada. Ela não pode ter sua situação piorada por meio de um recurso interposto por ela própria.
Ajuízo ação de danos morais pedindo aqueles R$ 10 mil, o juiz acolhe meu pedido, mas entende que o só me são devidos 5 mil pelo réu, que não recorre. Recorro ao tribunal, que analisa o mérito e chega à conclusão que eu, na verdade, não teria direito a nada. O juízo ad quem não pode dar provimento e reduzir a qualidade da pretensão do recorrente. Se, entretanto, o réu tivesse recorrido, aí sim, é óbvio que o autor poderia ser prejudicado. Esse princípio é básico no Direito Penal.
Existem exceções, no entanto. São três:
Matérias de ordem pública. O que é mesmo matéria de ordem pública? Prevalência do interesse público sobre o direito privado. São matérias reconhecidas de ofício. O juiz me concede R$ 5 mil dos 10 pedidos. O tribunal analisa meu recurso para majorar a condenação imposta ao réu. Mas o colegiado pode notar que eu era ilegítimo para a causa, e condições da ação são matéria de ordem pública. Extingue o processo sem resolução de mérito e, dos R$ 5 mil que eu já tinha, termino a história com zero. Prevalece sobre o interesse meramente privado.
Fato superveniente. Surge um novo fato que influencia no julgamento do recurso, e pode prejudicar quem recorreu. 
Legislação nova, por exemplo. O recurso terá que ser analisado na perspectiva do novo fato. Atingimento da maioridade, separação dos pais, edição de nova medida provisória... Tudo que mandar que se analise novamente a questão jurídica e fática. Condenação em litigância de má-fé.
Fungibilidade: neste se permite a substituição do recurso erroneamente interposto por outro que seria o adequado para questionar um determinado ato decisório.
A aplicação do aludido princípio impede que a parte seja prejudicada, diante de uma situação considerada escusável, pelo excessivo rigor na aplicação do princípio da singularidade dos recursos. De fato. Existem determinadas decisões judiciais que, em função do caráter complexo de sua natureza, ocasionam dúvidas e polêmicas nos diversos meios doutrinários e jurisprudenciais quanto ao exato instrumento recursal que poderia ser utilizado pela parte. Nessas situações, inerente ao melhor entendimento é a certeza de que o rigor extremo na aplicação dos princípios da taxatividade e da singularidade dos recursos acarretaria uma situação de extrema onerosidade à parte, a qual não poderia ser prejudicada pelas inevitáveis imprecisões do sistema jurídico. 
Em situações de dúvida objetiva acerca da adequação do recurso a ser interposto, não se configurando a ocorrência de erro grosseiro, deve-se considerar razoável a adoção da fungibilidade dos recursos, mitigando-se o excessivo rigor na aplicação do princípio da singularidade, bem como se dispensando obediência ao postulado da instrumentalidade das formas, conforme previsão do artigo 283 NCPC.
Requisitos de Admissibilidade:
Verificação de aspectos formais do recurso, os requisitos mínimos da matéria de fundo, do que efetivamente está se pedindo.
É um exame inicial, separado do exame do mérito, onde somente se fará o exame do mérito se passar por todos os requisitos da admissibilidade (as condições formais), o que se pretende levar ao juízo ad quem do recurso (ex.: as custas do processo foram recolhidas, foi interposto dentro do prazo... são as análises preliminares).
A) Intrínsecos: Dizem o direito de recorrer. A pergunta que se deve fazer é: a pessoa tem direito de recorrer? Estes requisitos dizem a existência do direito de recorrer e o exercício deste direito.
Cabimento: Neste requisito recorribilidade e adequação devem estar presentes, ou seja, todo recurso deve ter previsão legal (se não há previsão legal, também não haverá recurso) bem como, para cada ato judicial haverá uma espécie de recurso específica.
Sobre aquele ato judicial, cabe recurso? Se o juiz der um simples despacho, cabe recurso? Não, porque ele não está analisando nenhum mérito, é somente um ato de impulso oficial. Neste caso, não existe direito de recorrer porque o ato não é impugnável. Art. 994 e 1001 do NCPC.
Legitimidade: quem pode recorrer? A parte que perdeu, o terceiro interessado e o Ministério Público. Art. 996 NCPC.
Inexistência de fato impeditivo ou extintivo do direito de recorrer: A ocorrência de algum dos fatos que ensejam a extinção ou impedem o poder de recorrer faz com que o recurso eventualmente interposto não seja conhecido, proferindo-se, portanto, juízo de admissibilidade negativo. Os fatos extintivos do poder de recorrer são a renúncia ao recurso e a aquiescência/concordância à decisão; os impeditivos do mesmo poder são a desistência do recurso ou da ação, o reconhecimento jurídico do pedido, a renúncia ao direito sobre que se funda ação. Ou seja, os fatos impeditivos tem caráter de renúncia e ocorre de forma previa, ou seja, antes de propor o recurso; já os fatos extintivos tem caráter de desistência e ocorre de forma posterior a propositura do recurso. Art. 998 e 999 NCPC.
Interesse recursal: Da mesma forma com que se exige o interesse processual para que a ação seja julgada pelo mérito, há necessidade de estar presente o interesse recursal para que o recurso possa ser examinado em seus fundamentos. Assim, poder-se-ia dizer que incide no procedimento recursal o binômio necessidade + utilidade como integrantes do interesse em recorrer. É legitimada para recorrer, a parte vencida e o terceiro que tenha interesse jurídico.
B) Extrínsecos:
Tempestividade: O recurso, para ser admissível, deve ser interposto dentro do prazo legal. Não sendo exercido o poder de recorrer dentro daquele prazo, se operará a preclusão e, via de consequência, formar-se-á a coisa julgada. Trata-se, no caso, de preclusão temporal.
Regularidade formal: exige-se que o recorrente alinhe as razões de fato e de direito que fundamentam o pedido de nova decisão (CPC, art. 1010), outros, dispositivos legais fazem referência à regularidade formal de modo mais sucinto, menos explícito. A constante, porém, é que há exigência de que o recurso seja motivado, isto é, de que o recorrente leve ao órgão ad quem as razões de seu inconformismo.
Preparo: é o recolhimento das custas relativasao processamento do recurso; independentemente do resultado, haverá o recolhimento destas custas;
Prazo de Recurso – Art. 1003, §5º do NCPC
15 dias: todos os demais recursos.
5 dias: apenas os embargos de declaração
Observação: O início da contagem do prazo ocorre no momento em que as partes são intimadas da decisão, art. 1003, caput do NCPC.
Contagem: art. 219 NCPC.
Suspensão do prazo: art. 220 e art. 221 do NCPC.
Interrupção do prazo: art. 1004 e art. 1026 do NCPC.
Observação: a lei 9.099 em seu art. 50 foi alterada pelo NCPC em seu art. 1065.
Prazos diferenciados: 
Art. 180 NCPC – Ministério Publico
Art. 183 NCPC – Fazenda Publica
Art. 186 NCPC – Defensoria Publica
Art. 229 NCPC – Litisconsortes com procuradores diferentes
Art. 224 NCPC: modo como se procede a contagem do prazo.
Efeitos do Recurso
a) efeitos impeditivos: impedem o transito em julgado da sentença/decisão.
b) efeitos suspensivos: O efeito suspensivo é a qualidade que têm alguns recursos de impedir que a decisão proferida se torne eficaz até que eles sejam examinados. O comando contido na decisão não será cumprido, até a decisão no recurso.
c) efeito devolutivo: O efeito devolutivo consiste na aptidão que todo recurso tem de devolver ao conhecimento do órgão ad quem o conhecimento da matéria impugnada. A profundidade do efeito devolutivo, no que tange aos argumentos do autor e do réu a fim de que seja apreciado o recurso, o órgão ad quem pode reapreciar todos os fundamentos, ainda que não analisados pelo órgão ad quo.
d) efeito translativo: O efeito translativo é a aptidão que os recursos em geral têm de permitir que o órgão ad quem examinar de ofício matérias de ordem pública, conhecendo-as ainda que não integrem o objeto do recurso. Está presente em todos os recursos no processo civil.
e) efeito regressivo: O efeito regressivo a aptidão de que alguns recursos são dotados de permitir ao órgão a quo reconsiderar a decisão proferida, de exercer do juízo de retratação.
ANÁLISE PONTUAL SOBRE CADA RECURSO
APELAÇÃO
Cabimento: 
A apelação é o curso que é cabível contra sentença, e em conformidade com o NCPC em seu art. 1009, caput, §1º, também é cabível contra decisões interlocutórias que NÃO estejam sujeitas ao regime de agravo de instrumento (art. 1015 NCPC).
Vale ressaltar que a sentença é uma decisão do juiz que resolve o mérito, pode ser resolução com mérito ou sem mérito. Art. 485 E 487 NCPC.
Tempestividade: 
O Prazo para a interposição deste recurso são de 15 dias.
Forma: 
O art. 1010 do NCPC desdobra todo o conteúdo que deve estar presente na apelação.
Juízo de admissibilidade:
Art.1010, §3º NCPC. “Após as formalidades previstas no §1º e §2º, os autos serão remetidos ao tribunal pelo juiz, independentemente de juízo de admissibilidade”. Ou seja, não há mais duplo juízo de admissibilidade na apelação, como ocorria no CPC/73.
Efeitos: 
Interposta a apelação, além do impedimento ao trânsito em julgado da sentença, produzem-se - ordinariamente - os efeitos devolutivo e suspensivo (sendo certo que este último, em alguns casos - como se verá adiante -, não se produz). Há que se apreciarem, pois, os efeitos da apelação.
Efeito suspensivo: art. 1012 do NCPC
Produz a apelação, em regra, efeito suspensivo. Pelo efeito suspensivo o recurso funciona como condição suspensiva da eficácia da decisão, que não pode ser executada até que ocorra o seu julgamento; guarda relação direta e única com a aptidão de a decisão recorrida surtir seus efeitos desde logo ou ter a produção de seus efeitos adiada para um momento futuro: o do esgotamento in albis do prazo recursal ou, julgado o recurso com efeito suspensivo interposto, dado início a um segmento recursal que não tenha efeito suspensivo.
Este só não se produzirá nos casos expressamente previstos em lei. 
Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo.
§ 1o Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente após a sua publicação a sentença que:
I - homologa divisão ou demarcação de terras;
II - condena a pagar alimentos;
III - extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do executado;
IV - julga procedente o pedido de instituição de arbitragem;
V - confirma, concede ou revoga tutela provisória;
VI - decreta a interdição.
§ 2o Nos casos do § 1o, o apelado poderá promover o pedido de cumprimento provisório depois de publicada a sentença.
§ 3o O pedido de concessão de efeito suspensivo nas hipóteses do § 1o poderá ser formulado por requerimento dirigido ao:
I - tribunal, no período compreendido entre a interposição da apelação e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-la;
II - relator, se já distribuída a apelação.
§ 4o Nas hipóteses do § 1o, a eficácia da sentença poderá ser suspensa pelo relator se o apelante demonstrar a probabilidade de provimento do recurso ou se, sendo relevante a fundamentação, houver risco de dano grave ou de difícil reparação.
Efeito devolutivo: art. 1013 do NCPC
Em suma, esse efeito está relacionado com o princípio da correlação, ou seja, só há reexame daquilo que for devolvido para reapreciação, só daquilo que foi reclamado pela apelação. (§§ 1º e 2º). Entretanto o tribunal pode apreciar todos os fundamentos, porém não pode dos pedidos, que não forem devolvidos para reapreciação. Ou seja, a extensão do efeito devolutivo determina-se pela extensão da impugnação. O apelante só pode impugnar em seu recurso aquilo que foi efetivamente decidido na sentença que o mesmo apelou. O âmbito da devolução fica limitado, não se podendo admitir que o tribunal aprecie questões estranhas aos limites do julgamento recorrido.
Se a apelação tiver sido total (atacando inteiramente a sentença), toda a matéria nela apreciada será devolvida ao tribunal, o que não ocorrerá na mesma extensão nos casos de apelação parcial.
Assim sendo, não se pode inovar na apelação, sendo vedada a arguição de fatos novos (salvo, art. 1.014. As questões de fato não propostas no juízo inferior poderão ser suscitadas na apelação, se a parte provar que deixou de fazê-lo por motivo de força maior.). Vedação de inovar nas questões de fato que serão apreciadas pelo juízo ad quem. Isso não significa, porém, impedimento a que se produza prova em grau de apelação. É que não existe preclusão em matéria probatória nas instâncias ordinárias, devendo-se, então, admitir a produção de prova nesta fase do processo.
No que concerne à apelação contra sentença definitiva (assim entendida aquela que contém resolução do mérito), há que se considerar uma particularidade.
Sendo o recurso voltado contra uma sentença que acolheu ou rejeitou o pedido do demandante, a apelação transfere para o tribunal o conhecimento de todo o mérito da causa. Assim, caberá ao órgão ad quem, em linha de princípio (porque não se pode afastar a possibilidade de o tribunal proferir decisão terminativa, considerando, de ofício, que falta alguma "condição da ação”), julgar também o mérito da causa. 
Significa isto dizer que, se - por exemplo – o juízo a quo, ao proferir sentença de mérito, acolheu a arguição de prescrição, rejeitando a pretensão do demandante, o tribunal, ao apreciar a apelação por este interposta, poderá - negando a prescrição - passar a apreciar os demais aspectos que compõem o objeto do processo. É o que se extrai do conteúdo, art. 1013,§ 1º ‘Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que não tenham sido solucionadas, desde que relativas ao capítulo impugnado. ’
É de se notar, porém, que não se faz necessário que o juízo a quo tenha se pronunciado sobre todas as questões de mérito para que o tribunal também possa fazê-lo. Basta que tais questões pudessem ter sido apreciadas. Assim, por exemplo, se o juiz indeferiu a petição inicial sob o fundamento de que teria ocorrido a decadência, o tribunal, no julgamento de apelação interposta contra essa sentença,não poderá - ao afastar a decadência reconhecida pela sentença recorrida - apreciar as demais questões concernentes ao objeto do processo, pela simples razão de que tais questões ainda não poderiam ser apreciadas pelo juízo de primeiro grau. Se a decadência, porém, fosse reconhecida pela sentença de primeiro grau após a realização de audiência de instrução e julgamento, a apelação permitiria ao tribunal que conhecesse de todos os aspectos do mérito, já que todos se encontravam em posição de serem apreciados pelo juízo a quo.
O que pretendo art. 1013, § 3º “Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir desde logo o mérito quando: I – reformar sentença fundada no art. 485; II – decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do pedido ou da causa de pedir;III – constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-lo; IV – decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação.” é estabelecer que em certos casos em que se tenha proferido sentença terminativa (isto é, sentença que não contém a resolução do mérito) poderá o tribunal, ao apreciar a apelação, julgar o objeto do processo. Ter-se-á, aqui, uma supressão de instância, excepcionando-se a incidência do princípio do duplo grau de jurisdição. É bom lembrar, contudo, que o duplo grau não é uma garantia constitucional, tendo suas bases na legislação ordinária. Sendo assim, é perfeitamente possível à própria lei ordinária afastá-lo, como o fez no caso que ora se examina.
Tem-se, assim, a aplicação, na íntegra, do que já se denominou em sede doutrinária de teoria da causa madura. Pede-se vênia, assim, para transcrever aquela notável lição doutrinária: "Causa madura” é aquela que está completamente instruída e pronta para receber a sentença de mérito. Onde e quando se aplica o princípio da causa madura? 
Onde - no tribunal, em segunda instância. 
Quando - quando o juiz, por erro in iudicando, em lugar de julgar o mérito, põe fim ao processo por uma sentença processual, sobre a ação, julgando, por exemplo, o autor carecedor da ação. Havendo recurso, a segunda instância tem dois caminhos a seguir: 
a) cassa a sentença, fazendo baixar os autos, para que o juiz profira sentença de mérito; 
b) pelo princípio da causa madura, reforma a sentença na sua conclusão e profere um julgamento sobre o mérito, pela procedência ou improcedência do pedido. 
Dirão que, assim, se suprime uma instância. Não. Não se suprime nenhuma instância, porque na primeira instância o feito percorreu todo o seu curso, estando pronto para receber sentença de mérito, sem que o tenha feito o juiz, como já se disse acima, por erro in iudicando. O princípio da causa madura apoia-se na regra de que a segunda instância pode fazer tudo que o juiz de primeira instância, podendo fazer, não o fez, por erro no julgamento. “O princípio da causa madura atende à maravilha o princípio da economia processual.”
É de se observar, neste paragrafo, que permite a reformatio in peius. Isso porque, tendo sido proferida sentença terminativa em primeiro grau de jurisdição, e tendo o autor interposto apelação, será possível ao tribunal ad quem, julgando desde logo o mérito, pronunciar-se pela improcedência do pedido por ele formulado ao ajuizar sua demanda. Esta reformatio in peius é absolutamente legítima, já que o tribunal nada mais estará fazendo do que emitir desde logo um pronunciamento sobre o mérito que, depois, seria emitido de qualquer modo. Tudo o que se tem aqui é uma aceleração do resultado do processo, já que ao mesmo resultado prático se chegaria (embora com menos rapidez) se o tribunal determinasse a baixa dos autos ao juízo de origem para que ali se proferisse julgamento sobre o mérito, vindo depois os autos novamente ao tribunal, por força de apelação interposta pelo vencido, para que então se pronunciasse sobre o objeto do processo.
O demandante deve levar em conta, pois, mais um fator ao resolver se vai ou não recorrer contra a sentença terminativa: a probabilidade de o tribunal julgar seu pedido improcedente. Dependendo de como o demandante analisar essa probabilidade, pode ser melhor estratégia deixar a sentença terminativa transitar em julgado e, posteriormente, demandar novamente. 
Assim é que, ao julgar o mérito da apelação, poderá o tribunal apreciar todas as questões examináveis de ofício a cujo respeito o órgão a quo não se tenha manifestado, tenham elas sido ou não discutidas pelas partes em primeiro grau de jurisdição.
Da mesma forma, fundando-se o pedido (ou a defesa) em mais de um fundamento, e tendo a sentença apreciada apenas um (ou alguns) deles, a apelação permite ao tribunal que conheça dos demais. Pense-se, por exemplo, numa demanda de despejo por duplo fundamento (falta de pagamento e infração contratual). Proferida a sentença de procedência do pedido pelo primeiro fundamento, e tendo o juiz deixado de apreciar o segundo (ou o tendo rejeitado), e interposta apelação pelo demandado, poderá o tribunal, no julgamento do recurso, "confirmar” a sentença, julgando procedente o pedido do demandante pelo mesmo fundamento em que se baseou a sentença, ou pelo outro fundamento, que não havia sido apreciado (ou que havia sido rejeitado).
Juízo de Retratação na Apelação
O juízo de retratação gera o efeito regressivo. 
	O art. 494 NCPC estabelece uma vedação para o juiz quanto à inovação da sentença publicada, ou seja, para o novo código, o juiz só poderá modificar sua sentença para corrigir erros materiais ou quando provocado via embargo de declaração. Portanto, é possível concluir que a apelação não permitirá a retratação pelo magistrado.
Exceção: 
Art. 331, caput NCPC “Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de 5 (cinco) dias, retratar-se”.
Art.332, § 3º “Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 05 (cinco) dias”.
AGRAVO DE INSTRUMENTO
Cabimento: É cabível contra decisões interlocutórias (resolve questões incidentais no processo). Aquelas previstas no art. 1015 do NCPC e na lei.
O único recurso cabível contra decisões interlocutórias após a sentença (transitada em julgado) é o agravo de instrumento.
O agravo de instrumento só é admissível quando da decisão interlocutória recorrida puder advir dano grave de difícil (ou impossível, diga-se) reparação, ou nos casos de decisão que não recebe a apelação ou que declara os efeitos em que esta é recebida. Apenas nestes casos se admite o agravo de instrumento.
Prazo: 15 dias.
Requisitos formais: Art. 1016 e 1017.
“Art. 1.018. O agravante poderá requerer a juntada, aos autos do processo, de cópia da petição do agravo de instrumento, do comprovante de sua interposição e da relação dos documentos que instruíram o recurso. § 2º Não sendo eletrônicos os autos, o agravante tomará a providência prevista no caput, no prazo de 3 (três) dias a contar da interposição do agravo de instrumento.”
Conforme art. 1018, § 2º, a parte deverá, dentro do prazo de três dias, “avisar” o juízo de 1° grau sobre o recurso interposto no tribunal, desta forma o juiz poderá fazer seu juízo de retratação sobre a decisão interlocutória agravada.
Efeitos: 
 O efeito devolutivo e o efeito suspensivo. Há uma ressalva quanto ao efeito suspensivo, utilizar do recurso do agravo de instrumento não suspende o efeito da decisão, o andamento do processo continua, entretanto, temos uma exceção a essa regra, contida no artigo 1019, I do NCPC.
AGRAVO INTERNO
Cabimento:
Este recurso é cabível contra decisões monocráticas/unilaterais do Relator. Essa decisão pode ser dada em sede de recurso ou em causa de competência originaria do Tribunal. É, pois, um recurso cabível somente no âmbito dos tribunais, uma vez que ataca decisão monocrática do relator.
Prazo: o prazo do agravo interno é de 15 dias.
Observação: 
Após as contrarrazões, o relator poderá se retratar. Do contrário, será apreciado pelo órgão colegiado. A inadmissibilidade ou negativa de provimento do agravo interno gera imposiçãode multa de 1% a 5% ao agravado, tornando-se o seu recolhimento prévio uma condição de admissibilidade para os demais recursos, com exceção aos beneficiários de gratuidade de justiça e Fazenda Pública, que farão o pagamento ao final.
O artigo 1021, §4º do NCPC (Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno do tribunal. § 4º Quando o agravo interno for declarado manifestamente inadmissível ou improcedente em votação unânime, o órgão colegiado, em decisão fundamentada, condenará o agravante a pagar ao agravado multa fixada entre um e cinco por cento do valor atualizado da causa) visa evitar os recursos procrastinatórios e a ocorrência de litigância de má fé. Ex.: art. 85, §11º
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
Cabimento:
É cabível contra decisões interlocutórias, sentença, acordão (que contenha uma contradição, obscuridade, omissão ou erro material). Sua função é esclarecer ou integrar uma decisão.
Observação: alguns autores entendem que também cabe contra despacho em casos excepcionais. Art. 1001 NCPC.
Prazo: 
É recurso interposto em 5 dias, com possibilidade de dobra caso haja litisconsortes com diferentes procuradores.
Efeitos:
O embargo interrompe o prazo para interposição de outros recursos, então, desta forma, os prazos são devolvidos de forma integral. Art. 1065 NCPC.
Efeito devolutivo: Para alguns autores não há esse efeito, uma vez que está devolvendo para o mesmo órgão, já no caso de haver esse efeito é quando o recurso vai para outro órgão reexaminar.
Efeito suspensivo: Poderão os embargos de declaração excepcionalmente produzir esse efeito, conforme art. 1026, §1°. (Os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo e interrompem o prazo para a interposição de recurso. § 1o A eficácia da decisão monocrática ou colegiada poderá ser suspensa pelo respectivo juiz ou relator se demonstrada a probabilidade de provimento do recurso ou, sendo relevante a fundamentação, se houver risco de dano grave ou de difícil reparação.)
Preparo: 
Não há prepara para este recurso, ou seja, não é necessário pagamento de taxa judicial para interposição desse recurso.
Embargos de declaração com efeitos infringentes:
Haverá contrarrazões do embargado se existir risco de efeito modificativo. Neste caso, em que o embargo tem esse efeito, o juiz abre prazo para as contrarrazões, art. 1023, §2º. 
Embargos de declaração para fins de prequestionamento:
Se alguma questão suscitada na apelação não tiver sido apreciada e decidida pelo tribunal de apelação, devem ser opostos embargos de declaração para que seja suprida a omissão. Caso contrário, essa questão não poderá ensejar recurso especial, por falta de prequestionamento.
É pacífico no STF que não são cabíveis embargos de declaração para suscitar questões que não foram previamente levantadas, exatamente porque nesse caso não há omissão a ser sanada. Ou seja, somente devem os embargos de declaração versar sobre questões já suscitadas, mas não apreciadas. Por isso é que grande parte da doutrina diz que não há a possibilidade de embargos de declaração meramente "prequestionadores".
Se não há vício a sanar, os embargos são incabíveis, segundo a jurisprudência do STF.
Para acessar os órgãos superiores, é necessário que a matéria a ser discutida esteja prequestionada. Ela precisa ter sido debatida nas instâncias ordinárias, estar estampada no acórdão recorrido[1].
Nesse particular, se o tribunal se omite sobre importante questão suscitada pela parte, ou deixa de apreciar, por exemplo, questão cognoscível de ofício, é imprescindível opor embargos de declaração para provocar a manifestação do Tribunal.
Nesse sentido, o STJ sumulou entendimento de que referidos embargos não tem caráter protelatório, antes pretendem viabilizar correto acesso às vias extraordinárias.
Multa: 
Art.1026:
§2º Quando manifestamente protelatórios os embargos de declaração, o juiz ou o tribunal, em decisão fundamentada, condenará o embargante a pagar ao embargado multa não excedente a dois por cento sobre o valor atualizado da causa.
§3° Na reiteração de embargos de declaração manifestamente protelatórios, a multa será elevada a até dez por cento sobre o valor atualizado da causa, e a interposição de qualquer recurso ficará condicionada ao depósito prévio do valor da multa, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça, que a recolherão ao final.
§4º Não serão admitidos novos embargos de declaração se os 2 (dois) anteriores houverem sido considerados protelatórios.
RECURSO ORDINÁRIO
No que tange ao Recurso Ordinário o novo código é mais descritivo quanto a sua aplicabilidade limitando-o aos casos em que a decisão for denegatória. Interessante notar que no parágrafo único do art. 981, que nas causas do inciso II, referentes aos casos de competência de julgamento do STJ, alínea b, nas causas em que forem parte Estado Estrangeiro ou organismo internacional e, do outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no Brasil; caberá agravo das decisões interlocutórias. Pode-se observar uma omissão do legislador ao não especificar a espécie de agravo, na medida em que o agravo de instrumento tem especificidades legais para utilização (já explicadas) e o agravo interno a função de atacar decisão interlocutória do relator. Desse modo sendo possível o cabimento de ambos.
Art. 1.027.  Serão julgados em recurso ordinário:
I - pelo Supremo Tribunal Federal, os mandados de segurança, os habeas data e os mandados de injunção decididos em única instância pelos tribunais superiores, quando denegatória a decisão;
II - pelo Superior Tribunal de Justiça:
a) os mandados de segurança decididos em única instância pelos tribunais regionais federais ou pelos tribunais de justiça dos Estados e do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão;
b) os processos em que forem partes, de um lado, Estado estrangeiro ou organismo internacional e, de outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País.
§ 1o Nos processos referidos no inciso II, alínea “b”, contra as decisões interlocutórias caberá agravo de instrumento dirigido ao Superior Tribunal de Justiça, nas hipóteses do art. 1.015.
§ 2o Aplica-se ao recurso ordinário o disposto nos arts. 1.013, § 3o, e 1.029, § 5o.
Art. 1.028.  Ao recurso mencionado no art. 1.027, inciso II, alínea “b”, aplicam-se, quanto aos requisitos de admissibilidade e ao procedimento, as disposições relativas à apelação e o Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça.
§ 1o Na hipótese do art. 1.027, § 1o, aplicam-se as disposições relativas ao agravo de instrumento e o Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça.
§ 2o O recurso previsto no art. 1.027, incisos I e II, alínea “a”, deve ser interposto perante o tribunal de origem, cabendo ao seu presidente ou vice-presidente determinar a intimação do recorrido para, em 15 (quinze) dias, apresentar as contrarrazões.
§ 3o Findo o prazo referido no § 2o, os autos serão remetidos ao respectivo tribunal superior, independentemente de juízo de admissibilidade.
RECURSO ORDINÁRIO
	
 STF →
Art. 102,II CF
	
Mandado de Segurança
Mandado de Injunção +
Habeas Data
	
Decisões que ocorreram em única instância (competência originária) +
	
Decisões proferidas por tribunais superiores com decisão denegatória (art. 485 e 487 NCPC)
	 
 STJ →
Art. 105,II CF
	Mandado de Segurança +
Pessoa domiciliada ou residente no país ou X município.
	Decidido em única instância
Contra estado estrangeiro ou organismo internacional
	De TRF/TJ com decisão denegatória.
-
RECURSO ESPECIAL E RECURSO EXTRAORDINÁRIO
Os Recursos Especiais e Extraordinários objetivam o conhecimento de questões de direito pelo STJ e pelo STF, respectivamente. Busca-se a correta interpretação do direito objetivo, não se admitindo reanalise de questões de fato e reexame do conjuntoprobatório. (Súmula 7 STJ e Súmula 279 STF).
Importante destacar que o recurso ordinário, embora dirigido ao STJ nos casos do artigo 105, II da CF ou para STF nas hipóteses do art. 102, II CF, admite reanalise de circunstancias fáticas, discutidas no caso concreto.
Recurso Especial
Cabível nas causas decididas em única ou última instância oriundas de TRF ou TJ, art. 105, III CF.
O RO leva a apreciação de determinadas causas para o STJ. Neste caso há uma analise da correta interpretação da lei ou o alcance de determinado dispositivo, e não dos fatos.
Recurso Extraordinário
Cabível nas causas decididas em única ou ultima instancia que necessitam de analise da interpretação da constituição, artigo 102, III CF.
Observação importante: Quanto à exceção:
Juizado Especial
Quando violar lei e a constituição, e o recurso for decidido por turma recursal, cabe apenas o Recurso Extraordinário.
S. 203 STJ: Não cabe recurso especial contra decisão proferida por órgão de segundo grau dos juizados especiais.
Prazo: 15 dias, art. 1003 CPC/15.
Requisitos formais: art. 1029, CPC/15 (§2° revogado).
Juízo de Admissibilidade: 
Haverá o juízo de admissibilidade nos tribunais, juízo este que será feito na origem, ou seja, onde corre o processo (TRF/TJ), somente no caso de Recurso Especial e Recurso Extraordinário.
Art.  1.030. Recebida a petição do recurso pela secretaria do tribunal, o recorrido será intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias, findo o qual os autos serão conclusos ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, que deverá:   
I – negar seguimento:     
a)  a recurso extraordinário que discuta questão constitucional à qual o Supremo Tribunal Federal não tenha reconhecido a existência de repercussão geral ou a recurso extraordinário interposto contra acórdão que esteja em conformidade com entendimento do Supremo Tribunal Federal exarado no regime de repercussão geral;    
b)  a recurso extraordinário ou a recurso especial interposto contra acórdão que esteja em conformidade com entendimento do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça, respectivamente, exarado no regime de julgamento de recursos repetitivos;      
II – encaminhar o processo ao órgão julgador para realização do juízo de retratação, se o acórdão recorrido divergir do entendimento do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça exarado, conforme o caso, nos regimes de repercussão geral ou de recursos repetitivos;    
III – sobrestar o recurso que versar sobre controvérsia de caráter repetitivo ainda não decidida pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça, conforme se trate de matéria constitucional ou infraconstitucional;     
IV – selecionar o recurso como representativo de controvérsia constitucional ou infraconstitucional, nos termos do § 6º do art. 1.036; 
V – realizar o juízo de admissibilidade e, se positivo, remeter o feito ao Supremo Tribunal Federal ou ao Superior Tribunal de Justiça, desde que:     
a)  o recurso ainda não tenha sido submetido ao regime de repercussão geral ou de julgamento de recursos repetitivos;      
b)  o recurso tenha sido selecionado como representativo da controvérsia; ou      
c)  o tribunal recorrido tenha refutado o juízo de retratação.     
§  1º Da decisão de inadmissibilidade proferida com fundamento no inciso V caberá agravo ao tribunal superior, nos termos do art. 1.042.     §  2º Da decisão proferida com fundamento nos incisos I e III caberá agravo interno, nos termos do art. 1.021.   
Interposição simultânea.
Deverá haver a entrega dos recursos dentro do prazo de 15 dias, de forma simultânea.
Art. 1.031.  Na hipótese de interposição conjunta de recurso extraordinário e recurso especial, os autos serão remetidos ao Superior Tribunal de Justiça.
§ 1o Concluído o julgamento do recurso especial, os autos serão remetidos ao Supremo Tribunal Federal para apreciação do recurso extraordinário, se este não estiver prejudicado.
§ 2o Se o relator do recurso especial considerar prejudicial o recurso extraordinário, em decisão irrecorrível, sobrestará o julgamento e remeterá os autos ao Supremo Tribunal Federal.
§ 3o Na hipótese do § 2o, se o relator do recurso extraordinário, em decisão irrecorrível, rejeitar a prejudicialidade, devolverá os autos ao Superior Tribunal de Justiça para o julgamento do recurso especial.
Efeitos
Em regra esses recurso tem efeito devolutivo, ou seja, ele devolve toda matéria para reexame em instância superior, para que sentença seja anulada, reformada, ou, também, mantida. Porém os efeitos dessa sentença continuam vigentes. 
Há uma exceção, casos em que esses recursos podem gerar efeito suspensivo, ou seja, ocorre que a sentença proferida não pode ser executada, pois o recurso “suspende” os efeitos da mesma, até que o recurso seja julgado.
Art. 1029 - § 5o O pedido de concessão de efeito suspensivo a recurso extraordinário ou a recurso especial poderá ser formulado por requerimento dirigido:
I – ao tribunal superior respectivo, no período compreendido entre a publicação da decisão de admissão do recurso e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-lo;  
II - ao relator, se já distribuído o recurso;
III – ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, no período compreendido entre a interposição do recurso e a publicação da decisão de admissão do recurso, assim como no caso de o recurso ter sido sobrestado, nos termos do art. 1.037. 
Recurso Especial baseado em dissidio jurisprudencial
CPC/2015
Art. 1029 - § 1º Quando o recurso fundar-se em dissídio jurisprudencial, o recorrente fará a prova da divergência com a certidão, cópia ou citação do repositório de jurisprudência, oficial ou credenciado, inclusive em mídia eletrônica, em que houver sido publicado o acórdão divergente, ou ainda com a reprodução de julgado disponível na rede mundial de computadores, com indicação da respectiva fonte, devendo-se, em qualquer caso, mencionar as circunstâncias que identifiquem ou assemelhem os casos confrontados.
CF
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida: ...
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.
Repercussão Geral – Só no Recurso Extraordinário
Causas que ultrapassem limites subjetivos, ou seja, decisões que interfere/interessa a coletividade, não somente ao autor e ao réu, podendo abranger reflexos nos aspectos econômicos, políticos, social e jurídico.
Observação: O art. 102, §3 da CF estabelece a exigência da demonstração da repercussão geral como requisito de admissibilidade. A recusa deverá ser tomada por 2/3 dos ministros do STF, através de decisão irrecorrível. De acordo com art. 1035, §1º haverá repercussão geral sempre que a questão debatida ultrapassar os limites subjetivos apresentando uma relevância de ponto de vista econômico, social, político e jurídico.
Observação:
Art. 998.  O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos litisconsortes, desistir do recurso.
Parágrafo único.  A desistência do recurso não impede a análise de questão cuja repercussão geral já tenha sido reconhecida e daquela objeto de julgamento de recursos extraordinários ou especiais repetitivos
Recursos Repetitivos – art. 1036 ao 1042 NCPC
O CPC/2015 regulamenta o procedimento a ser observado para os recursos repetitivos. Tal mecanismo será aplicado sempre que existir uma multiplicidade de recursos, Recurso Especial e Recurso Extraordinário, versando sobre a mesma questão de direito, material ou processual. Neste caso, teremos a afetação do julgamento dos recursos exemplares, ou seja, o presidente ou vice presidente escolherá pelo menos dois recursos representativos da controvérsia,determinando o sobrestamento dos demais processos.
No procedimento de julgamento de recursos repetitivos o tribunal superior poderá autorizar o ingresso do amicus curae, bem como, realizar audiências públicas, conforme art. 1038 NCPC.
Aula 22.03.2016
Recurso Especial e Recurso Extraordinário Repetitivos – art. 1036 a 1041 NCPC
Art. 1.036.  Sempre que houver multiplicidade de recursos extraordinários ou especiais com fundamento em idêntica questão de direito, haverá afetação para julgamento de acordo com as disposições desta Subseção, observado o disposto no Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal e no do Superior Tribunal de Justiça.
O Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas tem o claro objetivo de atender às demandas da sociedade de massas. Deve-se dar-lhe ampla divulgação, de sorte que seja abrangido pela decisão o maior número de causas, cuja tramitação deverá ser suspensa no âmbito da competência territorial do Tribunal a quem couber a apreciação.
A decisão proferida no incidente possui efeito vinculante em relação aos órgãos de jurisdição subordinados ao tribunal que decidiu a matéria, tanto no atinente aos processos em curso e que estejam sobrestados, quanto em relação aos casos futuros que versem idêntica questão de direito.Causas Piloto
Multiplicidade de RE e Resp 
Julgamento
Remessa ao STF/STJ
Sobrestamento
Identidade de Questões de direito material ou processual
Firma-se uma tese
Padronização Decisória
Obs.: Sobrestamento: Trata-se de suspensão temporária do processo ou de ato jurídico. É a paralisação do curso do processo, deixando de dar andamento ao mesmo em virtude da existência de alguma questão prejudicial.
Tanto no âmbito interno dos órgãos colegiados, quanto na verticalidade da jurisdição nacional, deve haver vinculação dos membros do Judiciário, a propiciar ao cidadão maior previsibilidade sobre o que será decidido, em homenagem maior aos princípios da isonomia, da duração razoável do processo e da segurança jurídica (aí incluída a proteção da confiança), apanágio do Estado Democrático de Direito.
Agravo de Instrumento em Recurso Especial e Recurso Extraordinário – Art. 1042 NCPC
Cabimento:
É cabível o agravo de instrumento quando o TJ ou o TRF inadmitiu o Recurso Especial ou Recurso Extraordinário.
Art.  1.042. Cabe agravo contra decisão do presidente ou do vice-presidente do tribunal recorrido que inadmitir recurso extraordinário ou recurso especial, salvo quando fundada na aplicação de entendimento firmado em regime de repercussão geral ou em julgamento de recursos repetitivos. 
Se houver interposição simultânea dos Recursos RE e Resp e ambos forem inadmitidos deve-se agravar cada um dos recursos, em peças de agravo de instrumento separadas.
Embargos de Divergência – Art. 1043 e 1044 NCPC
Cabimento:
Este recurso é cabível apenas em caso de se tratar de decisões dos Tribunais Superiores – STJ e STF. Ou seja, este recurso é cabível quando estiver ocorrendo divergência dentro do mesmo tribunal em que os órgãos fracionários estejam decidindo de maneira diferente.
“Mesmo tribunal” = Ex.: órgãos somente do STJ.
Art. 1.043.  É embargável o acórdão de órgão fracionário que:
I - em recurso extraordinário ou em recurso especial, divergir do julgamento de qualquer outro órgão do mesmo tribunal, sendo os acórdãos, embargado e paradigma, de mérito;
II - (Revogado pela Lei nº 13.256, de 2016)
III - em recurso extraordinário ou em recurso especial, divergir do julgamento de qualquer outro órgão do mesmo tribunal, sendo um acórdão de mérito e outro que não tenha conhecido do recurso, embora tenha apreciado a controvérsia;
IV (Revogado pela Lei nº 13.256, de 2016)
§ 1o Poderão ser confrontadas teses jurídicas contidas em julgamentos de recursos e de ações de competência originária.
§ 2o A divergência que autoriza a interposição de embargos de divergência pode verificar-se na aplicação do direito material ou do direito processual.
§ 3o Cabem embargos de divergência quando o acórdão paradigma for da mesma turma que proferiu a decisão embargada, desde que sua composição tenha sofrido alteração em mais da metade de seus membros.
§ 4o O recorrente provará a divergência com certidão, cópia ou citação de repositório oficial ou credenciado de jurisprudência, inclusive em mídia eletrônica, onde foi publicado o acórdão divergente, ou com a reprodução de julgado disponível na rede mundial de computadores, indicando a respectiva fonte, e mencionará as circunstâncias que identificam ou assemelham os casos confrontados.
§ 5o (Revogado pela Lei nº 13.256, de 2016)
Art. 1.044.  No recurso de embargos de divergência, será observado o procedimento estabelecido no regimento interno do respectivo tribunal superior.
§ 1o A interposição de embargos de divergência no Superior Tribunal de Justiça interrompe o prazo para interposição de recurso extraordinário por qualquer das partes.
§ 2o Se os embargos de divergência forem desprovidos ou não alterarem a conclusão do julgamento anterior, o recurso extraordinário interposto pela outra parte antes da publicação do julgamento dos embargos de divergência será processado e julgado independentemente de ratificação.
Ordem de Processos nos Tribunais – Art. 929 a 946 NCPC
1º Distribuição para os órgãos fracionários.
2º Distribuição para definir relator.
3º Designação da sessão de julgamento.
4º Sessão de Julgamento: leitura de relatório, sustentação oral, tomada de votos, anuncio do resultado.
5º Confecção do Acordão.
Art. 930.  Far-se-á a distribuição de acordo com o regimento interno do tribunal, observando-se a alternatividade, o sorteio eletrônico e a publicidade.
Parágrafo único.  O primeiro recurso protocolado no tribunal tornará prevento o relator para eventual recurso subsequente interposto no mesmo processo ou em processo conexo.
Art. 931.  Distribuídos, os autos serão imediatamente conclusos ao relator, que, em 30 (trinta) dias, depois de elaborar o voto, restituí-los-á, com relatório, à secretaria.
Art. 932.  Incumbe ao relator: I -; II -; III -; IV - : a); b), c); V -: a), b), c); VI; VII; VIII; Parágrafo único. 
...
Art. 934.  Em seguida, os autos serão apresentados ao presidente, que designará dia para julgamento, ordenando, em todas as hipóteses previstas neste Livro, a publicação da pauta no órgão oficial.
Art. 935.  Entre a data de publicação da pauta e a da sessão de julgamento decorrerá, pelo menos, o prazo de 5 (cinco) dias, incluindo-se em nova pauta os processos que não tenham sido julgados, salvo aqueles cujo julgamento tiver sido expressamente adiado para a primeira sessão seguinte.
§ 1o Às partes será permitida vista dos autos em cartório após a publicação da pauta de julgamento.
§ 2o Afixar-se-á a pauta na entrada da sala em que se realizar a sessão de julgamento.
...
Art. 941.  Proferidos os votos, o presidente anunciará o resultado do julgamento, designando para redigir o acórdão o relator ou, se vencido este, o autor do primeiro voto vencedor.
§ 1o O voto poderá ser alterado até o momento da proclamação do resultado pelo presidente, salvo aquele já proferido por juiz afastado ou substituído.
§ 2o No julgamento de apelação ou de agravo de instrumento, a decisão será tomada, no órgão colegiado, pelo voto de 3 (três) juízes.
§ 3o O voto vencido será necessariamente declarado e considerado parte integrante do acórdão para todos os fins legais, inclusive de pré-questionamento.
Aula – 29. 03. 2016
INCIDENCIA DE ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE – art. 948 ao 950 NCPC.
O NCPC regulamenta o incidente de arguição de inconstitucionalidade a ser observado no controle difuso (Define-se como um poder-dever de todo e qualquer órgão do poder judiciário, a ser exercido no caso concreto em qualquer grau de jurisdição ou instância. Inter Partes, ou seja o controle difuso só produz efeito entre as partes do processo (autor e réu). O STF pode ampliar o efeito inter partes para erga omnes (válido para todos em todo Brasil),sendo que para isto é necessário que a decisão seja enviada ao Senado, que irá, através de ato discricionário, suspender a execução da lei). De acordo com a legislação referida o órgão fracionário após verificar esse incidente suscitada por qualquer das partes, deverá submeter a questão ao plenário do Tribunal. 
De acordo com art. 97 da CF, somente o plenário do tribunal poderá reconhecer a inconstitucionalidade de lei, clausula de reserva do plenário. De acordo com a doutrina, ocorrerá no caso um cisão funcional de competência, ou seja, caberá ao pleno o julgamento da questão constitucional enquanto que o órgão fracionário será competente para julgar a questão principal.
Vale destacar, contudo, se a questão já estiver sido decidida anteriormente pelo próprio tribunal ou pelo STF, em caso anterior, não será observado o procedimento pelo órgão fracionário. Art. 949, p.ú. NCPC.
Quem pode participar:
- Pessoa Jurídica de Direito Público
- Art. 103 CF
- Amicus curiae
Obs.: esse incidente é interposto dentro da própria peça do recurso.
INCIDENTE DE ASSUNÇÃO DE COMPETÊNCIA – art. 947 NCPC
Na esteira da ideia de padronização decisória, o NCPC prevê no art. 947 a observância do incidente de assunção de incompetência. Terá lugar sempre que uma causa chegar ao tribunal por meio de recurso, remessa necessária ou competência originária, apresentando relevante questão de direito inédita (licença morte animal).
É importante observar que a adoção do incidente exigirá uma repercussão social capaz de gerar, potencialmente, futuro processos versando sobre a mesma matéria. 
Art. 947.  É admissível a assunção de competência quando o julgamento de recurso, de remessa necessária ou de processo de competência originária envolver relevante questão de direito, com grande repercussão social, sem repetição em múltiplos processos.
§ 1o Ocorrendo a hipótese de assunção de competência, o relator proporá, de ofício ou a requerimento da parte, do Ministério Público ou da Defensoria Pública, que seja o recurso, a remessa necessária ou o processo de competência originária julgado pelo órgão colegiado que o regimento indicar.
§ 2o O órgão colegiado julgará o recurso, a remessa necessária ou o processo de competência originária se reconhecer interesse público na assunção de competência.
§ 3o O acórdão proferido em assunção de competência vinculará todos os juízes e órgãos fracionários, exceto se houver revisão de tese.
§ 4o Aplica-se o disposto neste artigo quando ocorrer relevante questão de direito a respeito da qual seja conveniente a prevenção ou a composição de divergência entre câmaras ou turmas do tribunal.
INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS – art. 976 ao 987 NCPC
IRDR
O IRDR será cabível sempre que existirem demandas repetidas, tramitando simultaneamente e versando sobre a mesma questão de direito, material ou processual. De acordo com art. 976, II NCPC, a medida objetiva preservar a ideia de segurança jurídica. Trata-se de outro instituto com o escopo/objetivo de promover uma padronização decisória. Difere da assunção de competência, pois nesta, parte-se de um ineditismo da questão controvertida.
Quando o incidente é instaurado o relator pede suspensão dos processos idênticos naquele tribunal, dentro dos limites de competência do tribunal, mas também poderá requerer suspensão em todo o território nacional, ao STF quando for questão constitucional e ao STJ quando for questão de lei federal. (Art. 982, p. 3º II e III).
	Ademais, o IRDR permite participação de amicus curiea e poderá ser realizada audiência pública. (Art. 983 NCPC).
AV2 
Aula 03/05/2016
PRECEDENTES
Conceito: Consiste na tese jurídica firmada em razão do julgamento de casos concretos em que o núcleo essencial (ratio decidendi) servirá de parâmetro decisório para casos presentes e futuros.
Importante destacar que o precedente deverá ser aplicado em consonância com o feito posterior. Ou seja, é preciso um encaixe perfeito entre o precedente para com o caso concreto reivindicante.
Ratio decidendi
Para a teoria do precedente, a ratio decidendi é a porção de um julgado, extraída do caso concreto, que vincula os demais órgãos judiciais. É justamente a norma que se extrai de um julgado e que governará casos semelhantes. A sua definição pressupõe a plena compreensão dos fatos juridicamente relevantes para a causa, da questão de direito que eles colocam, bem como o exame dos fundamentos utilizados pelo tribunal para decidir o caso concreto.
A partir desses elementos, produz-se uma descrição dos motivos que determinaram a decisão do tribunal naquele caso. É justamente esta descrição que vinculará o julgamento de casos futuros. A ratio decidendi corresponde, portanto, à questão de direito que foi enfrentada como uma premissa necessária a alcançar o dispositivo do julgamento. Este – e somente este – é o conteúdo que vinculará os casos futuros.
Aplicação da Distinção
Uma vez proferida uma decisão e, portanto, uma vez gerado um precedente vinculante, compete aos juízos vinculados interpretá-lo e aplicá-lo aos novos casos semelhantes – desde que sejam efetivamente semelhantes. Assim, caberá aos juízos vinculados produzir a primeira interpretação do precedente gerado pela corte vinculante (de sua ratio decidendi), bem como confrontar a causa que gerou o precedente com a nova ação que têm em mãos, para aferir se constituem casos idênticos ou não.
Com esse objetivo, as instâncias vinculadas identificarão os fatos relevantes de cada caso, as questões jurídicas que suscitam e os fundamentos utilizados para decidir a primeira causa. E avaliarão se tais fundamentos são suficientes para solucionar a nova causa. Quando os fatos juridicamente relevantes são diferentes e impõem a apreciação de uma questão de direito diversa, o precedente não se aplica. Trata-se de caso de distinção.
Imagine-se, por exemplo, que o STF tenha declarado a constitucionalidade de uma norma que veda o deferimento de antecipação de tutela contra a Fazenda Pública para o pagamento de vantagens a servidores e pensionistas; e que a decisão da corte tenha formado um precedente normativo no sentido de que “a vedação de antecipação de tutela contra a Fazenda Pública para pagamento de valores a servidores e pensionistas não viola o direito de acesso ao Judiciário, uma vez que tais parcelas, por serem alimentares, são irrepetíveis e poderão ser percebidas após o julgamento do mérito da ação”.
Imagine-se, contudo, que um novo caso trazido à apreciação da primeira instância coloca, de um lado, a Fazenda Pública e, de outro, um paciente terminal que precisa do valor para tratar da sua saúde e que não viverá para ver o julgamento de mérito da ação. O precedente anterior vincula a decisão do juiz de primeiro grau? Não. O fato “paciente terminal” não se encontrava presente no primeiro caso. Este fato é juridicamente relevante na nova ação porque recusar o deferimento de antecipação de tutela na última hipótese significaria recusar, em absoluto, o acesso desta pessoa ao Judiciário.
Quando fatos diferentes colocam questões de direito distintas, o precedente normativo não governa a solução do novo caso, cabendo, todavia, ao magistrado de primeiro grau o ônus de demonstrar que a aplicação não é cabível e por que.
Art. 1.037.  Selecionados os recursos, o relator, no tribunal superior, constatando a presença do pressuposto do caput do art. 1.036, proferirá decisão de afetação, na qual: [...]
§ 9o Demonstrando distinção entre a questão a ser decidida no processo e aquela a ser julgada no recurso especial ou extraordinário afetado, a parte poderá requerer o prosseguimento do seu processo.
Art. 979.  A instauração e o julgamento do incidente serão sucedidos da mais ampla e específica divulgação e publicidade, por meio de registro eletrônico no Conselho Nacional de Justiça. [...]
§ 3o Aplica-se o disposto neste artigo ao julgamento de recursos repetitivos e da repercussão geral em recurso extraordinário.
Overrruling – SUPERAÇÃO
É uma técnicaatravés da qual supera-se um precedente, ou seja, corresponde à revogação do entendimento paradigmático consubstanciado no precedente.
Através dessa técnica (overruling) o precedente é revogado, superado, em razão da modificação dos valores sociais, dos conceitos jurídicos, da tecnologia ou mesmo em virtude de erro gerador de instabilidade em sua aplicação. Além de revogar o precedente, o órgão julgador terá que construir uma nova posição jurídica para aquele contexto, a fim de que as situações geradas pela ausência ou insuficiência da norma não se repitam.
Assim, pelo menos no Brasil, se há revogação de um precedente e a construção de uma nova tese jurídica, esta passará a reger as relações ocorridas antes da decisão revogadora, mas que ainda estejam sujeitas ao crivo judicial, ou seja, que ainda não tenham sido acobertadas pela coisa julgada. É o que se denomina de retroatividade plena.
Art. 986.  A revisão da tese jurídica firmada no incidente far-se-á pelo mesmo tribunal, de ofício ou mediante requerimento dos legitimados mencionados no art. 977, inciso III.
Art. 927.  Os juízes e os tribunais observarão: [...]
§ 2o A alteração de tese jurídica adotada em enunciado de súmula ou em julgamento de casos repetitivos poderá ser precedida de audiências públicas e da participação de pessoas, órgãos ou entidades que possam contribuir para a rediscussão da tese.
RECLAMAÇÃO
Conceito:
Trata-se de uma ação, portanto não é um recurso, cabível para a preservação da autoridade das decisões de um tribunal proferida em controle de constitucionalidade ou através dos mecanismos de formação de precedentes. (Mecanismos para fixar precedentes: IRDR, RE e Resp repetitivos, Assunção de Competência, Súmulas, Repercussão Geral). Possibilita, portanto, a preservação da autoridade de um tribunal com a criação de um precedente.
Art. 988.  Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para:
I - preservar a competência do tribunal;
II - garantir a autoridade das decisões do tribunal;
III – garantir a observância de enunciado de súmula vinculante e de decisão do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade;
IV – garantir a observância de acórdão proferido em julgamento de incidente de resolução de demandas repetitivas ou de incidente de assunção de competência; 
§ 1o A reclamação pode ser proposta perante qualquer tribunal, e seu julgamento compete ao órgão jurisdicional cuja competência se busca preservar ou cuja autoridade se pretenda garantir.
§ 2o A reclamação deverá ser instruída com prova documental e dirigida ao presidente do tribunal.
§ 3o Assim que recebida, a reclamação será autuada e distribuída ao relator do processo principal, sempre que possível.
§ 4o As hipóteses dos incisos III e IV compreendem a aplicação indevida da tese jurídica e sua não aplicação aos casos que a ela correspondam.
§  5º É inadmissível a reclamação:
I – proposta após o trânsito em julgado da decisão reclamada;      
II – proposta para garantir a observância de acórdão de recurso extraordinário com repercussão geral reconhecida ou de acórdão proferido em julgamento de recursos extraordinário ou especial repetitivos, quando não esgotadas as instâncias ordinárias. 
§ 6o A inadmissibilidade ou o julgamento do recurso interposto contra a decisão proferida pelo órgão reclamado não prejudica a reclamação.
Art. 989.  Ao despachar a reclamação, o relator:
I - requisitará informações da autoridade a quem for imputada a prática do ato impugnado, que as prestará no prazo de 10 (dez) dias;
II - se necessário, ordenará a suspensão do processo ou do ato impugnado para evitar dano irreparável;
III - determinará a citação do beneficiário da decisão impugnada, que terá prazo de 15 (quinze) dias para apresentar a sua contestação.
Art. 990.  Qualquer interessado poderá impugnar o pedido do reclamante.
Art. 991.  Na reclamação que não houver formulado, o Ministério Público terá vista do processo por 5 (cinco) dias, após o decurso do prazo para informações e para o oferecimento da contestação pelo beneficiário do ato impugnado.
Art. 992.  Julgando procedente a reclamação, o tribunal cassará a decisão exorbitante de seu julgado ou determinará medida adequada à solução da controvérsia.
Art. 993.  O presidente do tribunal determinará o imediato cumprimento da decisão, lavrando-se o acórdão posteriormente.
Competência:
Compete ao Tribunal que teve o precedente violado, ou seja, aquele que teve sua autoridade/decisão afrontada. Art. 988 CPC/15.
Legitimidade:
São legítimos para arguir essa ação o interessado e o Ministério Público. Art. 990 e 988, caput.
PROCEDIMENTOS ESPECIAIS
“Recapitulando:
Tutela:				Conhecimento: Confere reconhecimento de um direito.
				Execução: Confere ao autor a satisfação de um direito que já está reconhecido em
				Um título executivo (que pode ser judicial ou extrajudicial – art. 515 e 784).
				Ação Monitória: será estudada depois.
A ação de conhecimento poderá ser feita através da Justiça Comum/Residual ou Justiça Especial sendo certo de que cada matéria do caso concreto determinará o procedimento a ser adotado. Em tese caberá à Justiça Especial devido as leis especificas, o que não tiver em lei especifica será Justiça Comum.
”
AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO
Cabimento:
É cabível para que o devedor possa obter a extinção da obrigação pela consignação, em juízo, da prestação devida. Será possível seu ajuizamento em casos como divergência no valor devido, desconhecimento de qualidade do credor ou da mora do credor (mora accipiendi).
Desjudicialização da Consignação em pagamento
Uma figura processual no sentido da desjudicialização pode ser verificada na viabilização do depósito extrajudicial, inscrito no art. 539 NCPC para a ação de consignação em pagamento, e visa imprimir efetividade e celeridade nas soluções dos conflitos. Cumpre salientar que o deposito extrajudicial não é obrigatório, tendo em vista o livre acesso à justiça.
Art. 539.  Nos casos previstos em lei, poderá o devedor ou terceiro requerer, com efeito de pagamento, a consignação da quantia ou da coisa devida.
§ 1o Tratando-se de obrigação em dinheiro, poderá o valor ser depositado em estabelecimento bancário, oficial onde houver, situado no lugar do pagamento, cientificando-se o credor por carta com aviso de recebimento, assinado o prazo de 10 (dez) dias para a manifestação de recusa.
§ 2o Decorrido o prazo do § 1o, contado do retorno do aviso de recebimento, sem a manifestação de recusa, considerar-se-á o devedor liberado da obrigação, ficando à disposição do credor a quantia depositada.
§ 3o Ocorrendo a recusa, manifestada por escrito ao estabelecimento bancário, poderá ser proposta, dentro de 1 (um) mês, a ação de consignação, instruindo-se a inicial com a prova do depósito e da recusa.
§ 4o Não proposta a ação no prazo do § 3o, ficará sem efeito o depósito, podendo levantá-lo o depositante.
Legitimidade: 
Autor – Devedor ou terceiro
Réu – Credor
Competência:
Art. 540.  Requerer-se-á a consignação no lugar do pagamento, cessando para o devedor, à data do depósito, os juros e os riscos, salvo se a demanda for julgada improcedente.
Cabe ao lugar do pagamento, aquele que estiver no contrato. Se o contrato não especificar o lugar do pagamento, este será no domicilio do devedor. Art. 327 CC.
Prestações Sucessivas:
Art. 541.  Tratando-se de prestações sucessivas, consignada uma delas, pode o devedor continuar a depositar, no mesmo processo e sem mais formalidades, as que se forem vencendo, desde que o faça em até 5 (cinco) dias contados da data do respectivo vencimento.
Procedimento:
5 dias
Defere o deposito + Cite-se
Petição Inicial
Deposito
Citação
Contestação
Provas
Sentença
Se a sentença for procedente: terá natureza declaratória – declara que foi extinta a obrigação.
Se a sentença for improcedente: quando o valor depositado for insuficiente deverá o juiz especificar o valor faltante.
	Em regra, não podeo réu usar da sentença improcedente nessa ação deverá entrar com ação de conhecimento para obter a satisfação do crédito ou poderá entrar com uma reconvenção.
	ENTRETANTO, conforme art. 545, §2º, na consignação em pagamento é possível valer-se de título executivo através da ação de execução. Fica evidente neste contexto que a ação de consignação em pagamento tem natureza dúplice.
Art. 545.  Alegada a insuficiência do depósito, é lícito ao autor completá-lo, em 10 (dez) dias, salvo se: [...]
§ 2o A sentença que concluir pela insuficiência do depósito determinará, sempre que possível, o montante devido e valerá como título executivo, facultado ao credor promover-lhe o cumprimento nos mesmos autos, após liquidação, se necessária.
Observação: LEI 8245/91 – CONTRATO DE LOCAÇÃO.
1. A respeito da competência: Nas ações de consignação em pagamento decorrentes de relação locatícia a competência será do foro da situação da coisa ou o de eleição – art. 58, II da lei 8245/91.
2. Prazo para o deposito inicial será de 24 horas, art. 67, II da lei. (Diferente da consignação que o prazo são de 5 dias).
3. Alegada a insuficiência do depósito na contestação, poderá o Autor complementar o depósito no prazo de 5 dias, desde que acrescido de 10% sobre o valor – art. 67, VII da lei.
AÇÃO DE EXIGIR CONTAS
Cabimento:
É cabível para aquele que é titular pleitear a prestação de contas em face daquele que tem o dever de presta-las em situações como a do inventariante, do administrador, do sindico, do curador, etc.
Art. 552. A sentença apurará o saldo e constituirá título executivo judicial.
	E nesta própria ação pode-se requer esse valor.
AÇÕES POSSESSÓRIAS – Art. 554 a 568 NCPC
Cabimento
Trata-se de ação cabível para a defesa do legítimo exercício dos poderes de fato sobre a coisa a ser proposta pelo possuidor diante de um esbulho, turbação ou risco de uma lesão.
Espécies:
1º Ação de reintegração de posse: Esbulho.
2º Ação de Manutenção de posse: Turbação.
3º Ação de interdito proibitório: risco de esbulho ou turbação.
Natureza: Ação fundada em direito real – art. 1196 do CC.
Aspectos processuais:
Princípio da fungibilidade: O artigo 554 do NCPC prevê a aplicação do Princípio da fungibilidade em sede de ação possessória. Trata-se de medida que flexibiliza a ideia de congruência, isto é, a necessidade de adstrição do juiz ao pedido formulado pelo autor. Trata-se de medida de caráter excepcional que autoriza o juiz a conceder a medida adequada ao caso concreto ainda que diverso o pedido do demandante.
Natureza Dúplice: Caso semelhante à consignação em pagamento. O juiz verificando que quem esbulhou/turbou foi o autor, poderá dar indenização em favor do réu, extraindo o réu algo positivo no processo. Numa mesma ação de natureza dúplice.
	Seu caráter dúplice, consistente em que as posições de autor e réu podem se alternar, sendo lícita a outorga da tutela jurisdicional a qualquer das partes, independentemente do pólo que, inicialmente, tenham assumido. O réu pode, na contestação, alegar que foi ofendida a sua posse e, por seu turno, requerer tutela possessória que garanta a sua posse, que está, quiçá, sendo turbada ou esbulhada pelo autor da ação. 
“a ação dúplice se caracteriza quando as posições de autor e réu no processo se confundem, sendo que, por esta razão, não poderá o réu deduzir reconvenção. Isto porque, em sua contestação, deduzida na ação possessória, poderá ele pedir a proteção possessória e indenização por perdas e danos (CPC 922).”
Legitimidade: autor: possuidor e réu: esbulhador/turbador
Competência: Art. 46.  A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis será proposta, em regra, no foro de domicílio do réu.
Art. 47.  Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro de situação da coisa.
Exceção: Art. 47 §2° A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da coisa, cujo juízo tem competência absoluta.
A inobservância do critério territorial gera nulidade absoluta, mas há exceção quanto a este artigo em seu §2°.
Observação: pode ser proposta no JEC, bem imóvel, conforme art. 3°, IV da lei 9.099/05.
Art. 3º O Juizado Especial Cível tem competência para conciliação, processo e julgamento das causas cíveis de menor complexidade, assim consideradas:
IV - as ações possessórias sobre bens imóveis de valor não excedente ao fixado no inciso I deste artigo.
Procedimento: 
Art. 558.  Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de posse as normas da Seção II deste Capítulo quando a ação for proposta dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho afirmado na petição inicial.
Parágrafo único.  Passado o prazo referido no caput, será comum o procedimento, não perdendo, contudo, o caráter possessório.
	O que define o procedimento a ser adotado é o tempo que o autor demora em ajuizar a ação.
Tutela de conhecimento: 	Comum:	depois de 1 ano
			 	Especial:	1 ano de 1 dia – chamada de ação de força nova.
Observação: O art. 558 do CPC prevê que as ações possessórias de força nova (proposta em um ano de um dia) observarão o procedimento especial, ao passo que aquelas ajuizadas posteriormente observarão o procedimento comum. A justificativa para a referida dualidade procedimental reside basicamente nos requisitos para a concessão da tutela antecipada.
Liminar:
De acordo com o artigo 562 NCPC, a concessão de liminar exige apenas a demonstração, pelo autor, da qualidade de possuidor e da existência da turbação ou do esbulho pelo réu. Não havendo a necessidade de comprovação do risco de dano. Por outro lado a tutela antecipada no procedimento comum demanda a comprovação da probabilidade de acolhimento do direito violado, bem como, do periculum in mora, nota-se, portanto, uma dificuldade maior no acolhimento desta última.
INVENTÁRIO E PARTILHA
Espécies
Cabimento:
Arrolamento: Os herdeiros devem ser capazes e haver consenso amigável entre os mesmos, quando for o caso de adjudicação da herança líquida a herdeiro único ou quando o valor dos bens do espólio for até 1.000 salários mínimos.
Art. 659.  A partilha amigável, celebrada entre partes capazes, nos termos da lei, será homologada de plano pelo juiz, com observância dos arts. 660 a 663.
§1° O disposto neste artigo aplica-se, também, ao pedido de adjudicação, quando houver herdeiro único.
Art. 664.  Quando o valor dos bens do espólio for igual ou inferior a 1.000 (mil) salários-mínimos, o inventário processar-se-á na forma de arrolamento, cabendo ao inventariante nomeado, independentemente de assinatura de termo de compromisso, apresentar, com suas declarações, a atribuição de valor aos bens do espólio e o plano da partilha.
EXCEÇÃO: No caso do artigo 664, há exceção: poderá ser feito o arrolamento ainda que tenha interesse de incapaz.
Art. 665.  O inventário processar-se-á também na forma do art. 664, ainda que haja interessado incapaz, desde que concordem todas as partes e o Ministério Público. (PROVA)
Extrajudicial: Aquela feita no cartório. É forma de desjudicialização, mas tem que estar acompanhado de advogado. As partes devem ser capazes e devera haver consenso entre os mesmos. Os requisitos necessários para o Inventário Administrativo são: i) herdeiros capazes, ii) ausência de testamento e iii) consenso dos herdeiros sobre a partilha.
Negativo: Consiste no inventário cujo proposito é obter a demonstração acerca da inexistência de bens a inventariar. Ex. de uso: 1523, I do CC.
Art. 1.523. Não devem casar: I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros;
Alvará: Serve para o levantamento de pequenas quantias, como por exemplo, depósitos do FGTS, PIS, caderneta de poupança. Porém, o de cujus deverá ter deixado apenas pequenas quantias, ou seja, não deixou diversos bens. O valor é pago ao dependente que não precisa ser necessariamente o herdeiro. É necessário advogado, pois é uma ação feita judicialmente.
Comum: Se não

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