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A CONSTITUIÇÃO POLITICA DO IMPERIO DO BRAZIL.pdf

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UNIVERSIDADE JOSÉ DO ROSÁRIO VELLANO – UNIFENAS 
ALESSANDRO MENEZES 
LUANA SOARES DO ROSÁRIO 
LUÍS FELIPE DOS REIS 
RANNA FERNANDES TEMÍSTOCLES 
SAMUEL ALEIXO 
TALITA SANTOS PESSOA 
 
 
 
 
CONSTITUIÇÃO POLÍTICA DO IMPÉRIO DO BRASIL 
1824 
 
 
 
 
 
 
 
Alfenas – MG 
2016 
 
 
A CONSTITUIÇÃO POLITICA DO IMPERIO DO BRAZIL (1824) 
 
A Constituição Política do Império do Brasil, foi elaborada por um Conselho de Estado e 
outorgada à Nação no dia 25/03/1824 por Sua Majestade Imperial Dom Pedro I, Pela Graça de 
DEUS e Unânime Aclamação dos Povos, Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do 
Brasil, após ele dissolver a Assembleia Constituinte de 1823, alegando que os constituintes não 
defendiam a autonomia política brasileira, a integridade da Nação, além de defenderem o direito 
do voto sob um aspecto elitista e ainda tentarem tirar do Imperador o direito que ele possuía, 
como Imperador e Defensor do Brasil, de punir os políticos por seus erros. 
Não era o desejo de Sua Majestade Imperial Dom Pedro I imperar como um déspota, pois "sua 
ambição era ser guardado pelo amor de seu povo e pela fidelidade das suas tropas e não impor 
sua tirania". O Imperador, por tal razão, encarregou o Conselho de Estado criado em 13 de 
novembro de 1823 de redigir um novo projeto de Constituição que estaria finalizado em apenas 
quinze dias. Era um "conselho de notáveis" formado por juristas renomados, sendo todos 
brasileiros natos. O grupo incluía Carneiro de Campos, principal autor da nova Carta, além de 
Villela Barbosa, Maciel da Costa, Nogueira da Gama, Carvalho e Mello, dentre outros. O 
Conselho de Estado utilizou como base o projeto da Constituinte e assim que terminou, enviou 
uma cópia da nova Constituição para todas as Câmaras Municipais. Esperava-se que a Carta 
servisse como um projeto para uma nova Assembleia Constituinte. Contudo, as Câmaras 
Municipais sugeriram ao Imperador que, em vez disso, se adotasse "imediatamente" o projeto 
como a Constituição Brasileira. Em seguida, as Câmaras Municipais, compostas por vereadores 
eleitos pelo povo brasileiro como seus representantes, votaram a favor por sua adoção como a 
Carta Magna do Brasil Independente. Pouquíssimas Câmaras fizeram qualquer tipo de 
observação a Constituição e praticamente nenhuma fez alguma reserva. A primeira Constituição 
Brasileira foi então presenteada à Nação por Sua Majestade Imperial Dom Pedro I e solenemente 
jurada na Catedral do Império, no dia 25/03/1824. 
A constituição de 1824 foi influenciada pelas Constituições francesa de 1791 e espanhola de 
1812. Era um "belo documento de liberalismo do tipo francês", com um sistema representativo 
baseado na teoria da soberania nacional. A forma de governo era a monárquica, hereditária, 
constitucional e representativa, sendo o país dividido formalmente em províncias e o poder 
político estava dividido em quatro, conforme a filosofia liberal das teorias da separação dos 
poderes e da teoria política de Benjamin Constant (o pensador, escritor e político suíço-francês, 
não o traidor republicano brasileiro). 
A constituição era uma das mais liberais que existiam em sua época, superada apenas pela 
Constituição Americana (1787). Era mais liberal, em diversos pontos, e menos centralizadora que 
o projeto da constituinte de 1823, revelando que os "constituintes do Primeiro Reinado estavam 
perfeitamente atualizados com as ideias da época". 
Para se ter uma ideia das diferenças entre o projeto que Sua Majestade Imperial Dom Pedro I 
mandou encerrar e o que vingou, na questão do federalismo, a "constituição da mandioca" era 
centralizadora, pois dividia o país em comarcas, que são divisões meramente judiciais e não 
administrativas. As qualificações para eleitor eram muito mais restritivas que a Carta de 1824. 
Definia também que seriam considerados cidadãos brasileiros somente os homens livres no 
Brasil, e não os escravos que eventualmente viessem a serem libertados, diferentemente da 
Constituição de 1824. 
Apesar da constituição prever a possibilidade de liberdade religiosa somente em âmbito 
doméstico, na prática, ela era total. Tanto os protestantes, como judeus e seguidores de outras 
religiões mantiveram seus templos religiosos e a mais completa liberdade de culto. Continha uma 
inovação, que era o Poder Moderador, cujo surgimento na letra da lei fora atribuída a Martim 
Francisco de Andrada, um grande admirador de Benjamin Constant. Este poder serviria para 
"resolver impasses e assegurar o funcionamento do governo". A separação entre o poder 
executivo e o moderador surgiu a partir da prática no sistema monárquico-parlamentarista 
britânico. 
Havia na constituição "algumas das melhores possibilidades da revolução liberal que andava pelo 
ocidente – as que iriam frutificar, [...], no reinado de D. Pedro II". Isabel Lustosa diz que "segundo 
[Neill] Macaulay, ele [D. Pedro I] proporcionou uma Carta invulgar, sob a qual o Brasil 
salvaguardou por mais de 65 anos os direitos básicos dos cidadãos de maneira melhor ‘do que 
qualquer outra nação do hemisfério ocidental, com a possível exceção dos Estados Unidos’". De 
acordo com João de Scantimburgo: 
"D. Pedro e os seus constituintes tiveram o bom senso de escolher o melhor regime para a nação 
tropical, que se emancipava na América, sem copiar os Estados Unidos já consolidados, e as 
nações hispano-americanas retaliadas por tropelias sem fim, pelo revezamento de breves 
períodos democráticos e ditaduras caudilhescas". 
 
Em relação a classificação quanto as normas a Constituição de 1824 era: 
Escrita, pois era codificada e sistematizada em um único texto constitucional; 
Dogmática, pois sistematizava os dogmas e os ideais fundamentais da conjuntura política 
vigorante na época; 
Semirrígida, pois seu texto era em maior parte flexível e com uma pequena parte rígida no que 
tratava o seu artigo 178: “É só constitucional o que diz respeito aos limites e atribuições 
respectivos dos poderes políticos e aos direitos políticos e individuais dos cidadãos; tudo o que 
não é constitucional pode ser alterado sem as formalidades referidas, pelas legislaturas 
ordinárias.”; 
Analítica, pois examinava e regulamentava todos os assuntos que entenda relevantes à 
formação, destinação e funcionamento do Estado. 
Outorgada, pois foi elaborada por um Conselho de Estado e ratificada pelo Imperador, mas uma 
das mais democráticas para a época e da nossa história, pois mesmo que previa o voto censitário 
em que poderiam votar aqueles que apresentassem certa quantidade de renda líquida anual (100 
mil réis) , no Segundo Reinado, esta quantia tornou-se tão irrisória que a maior parte da 
população livre podia votar haja vista que o menor salário de um trabalhador médio no Império 
era cerca de 25 mil réis, sendo o Império do Brasil um exemplo de democracia, onde cerca de 
13% da população votava, sendo que na Inglaterra este percentual era de 7%; em Portugal, 9%, 
na Itália, 2%, etc. O percentual mais alto, 18%, foi alcançado pelos Estados Unidos da América. 
Na primeira eleição após o golpe militar que implantou a república em nosso país, apenas 2,2% 
da população votou. Esta situação pouco mudou até 1930, quando o percentual não ultrapassava 
a insignificante casa 
dos5,6%.Liberal: Uma das mais liberais de seu tempo, perdendo somente para a Constituição Americana, 
sendo uma das primeiras, senão a primeira, a incluir em seu texto (artigo 179) um rol de direitos e 
garantias individuais, tratando do que havia de mais moderno na época. 
A Constituição de 1824 é considerada por inúmeros juristas e estudiosos como a melhor 
Constituição que o Brasil já teve. Como já explicado ela previa a existência de quatro poderes: 
O Poder Legislativo era bicameral, onde a Assembleia Geral (atual Congresso Nacional) era 
composto da Câmara dos Deputados (eletiva e temporária) e do Senado (membros escolhidos e 
nomeados pelo Imperador dentre um lista tríplice indicada pelas Províncias, era vitalício), 
O Poder Executivo que era exercido por um ministério, de livre nomeação e demissão pelo 
Imperador; 
O Poder Judiciário era constituído de um órgão superior, o Supremo Tribunal de Justiça situado 
na capital do Império - que na época era a cidade do Rio de Janeiro-, dos Tribunais de Relação 
nas Províncias, dos juízes de direito, juízes de paz e jurados nas cidades, e o 
O Poder Moderador, considerado o mais vital dos Poderes, chave de toda a organização 
política. Poder este que era privativo do Imperador que exercia as atribuições de um sentinela 
institucional, um mediador neutro capaz de resolver os conflitos entre os poderes instituídos, 
responsável por manter o equilíbrio entre eles, ou seja caso houvesse alguma séria ameaça 
à estabilidade institucional, atentado à Constituição ou algum esquema de corrupção por parte do 
Parlamento, o Imperador tinha condições de intervir e solucionar os problemas. Isto podia se dar 
por três formas: dissolvendo o parlamento e convocando novas eleições, demitindo os políticos 
envolvidos ou simplesmente destituindo o Primeiro-Ministro, decisões estas que só eram tomadas 
com o aval de um Conselho de Estado. Essas atribuições nada mais são do que os dispositivos 
do parlamentarismo - exceto a livre demissão de políticos-, adotados atualmente pelas nações 
mais democráticas e menos corruptas do mundo, como Noruega e Dinamarca, por exemplo. 
A Constituição de 1824 passou por uma emenda importante no Ato Adicional de 1834, onde os 
liberais venceram a ala conservadora e dentre as realizações destes podem ser citadas, por 
exemplo, a colocação em prática do federalismo, do parlamentarismo imperial e a oficialização da 
criação das Assembleias Legislativas, que eram estrategicamente inseridas nas Províncias. 
A Constituição de 1824 vigorou por 65 anos, do dia 25/03/1824 até o dia do golpe republicano de 
15/11/1889, quando foi ultrajada e se deu a implantação da ditadura militar de Deodoro da 
Fonseca e Floriano Peixoto, conhecida como República da Espada. Realmente no quesito 
antidemocrático somos campeões visto que após o golpe republicanos já passamos por dois 
golpes de Estado, um contragolpe, cinco repúblicas sendo que estamos na 6ª, seis ou sete 
Constituições (1891,1934,1937,1946,1967/1969,1988) e três períodos ditatoriais ou autoritários: 
República da Espada, Estado Novo e Regime Militar o que representa 66 anos de ditaduras ou 
regime de exceção - mais da metade dos nossos 127 anos de regime republicano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
Casa Imperial do Brasil. O Regime Imperial. Disponível em: http://www.monarquia.org.br/-
/obrasilimperial/regimeImperial.html. Acesso em 30 mar 2016 
 
CONSTITUIÇÃO POLITICA DO IMPERIO DO BRAZIL (DE 25 DE MARÇO DE 1824). Disponível 
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao24.htm. Acesso em 30 mar 2016 
 
Diga sim à Monarquia Parlamentarista. Disponível em: http://monarquiabrasil.wix.com/monarquia. 
Acesso em 31 mar 2016 
 
LEI Nº 16 DE 12 DE AGOSTO DE 1834. Disponível em: 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lim/lim16.htm . Acesso em 31 mar 2016 
 
VAINFAS, Ronaldo. Dicionário do Brasil Imperial. Rio de Janeiro: Objetiva, 2002, p.170 
 
HOLANDA, Sérgio Buarque de. O Brasil Monárquico: o processo de emancipação. 4. ed. São 
Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1976, p.253 
 
LIMA, Manuel de Oliveira. O Império brasileiro. São Paulo: USP, 1989, p.60 
 
LUSTOSA, Isabel. D. Pedro I. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p.175 
 
CALMON, Pedro. História da civilização brasileira. Brasília: Senado Federal, Conselho Editorial, 
2002, p.203

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