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Aula 10 Crimes Contra a Ordem Tributária

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Direito Penal – TRE/MG 
ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Renan Araujo – Aula 10 
 
 
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 68 
AULA 10: DOS CRIMES CONTRA A ORDEM 
TRIBUTÁRIA, A ORDEM ECONÔMICA E AS 
RELAÇÕES DE CONSUMO. 
 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
Apresentação da aula e sumário 01 
I – Dos Crimes contra a Ordem Tributária 02 
II – Dos Crimes contra a Ordem Econômica 14 
III – Dos Crimes contra as Relações de Consumo 24 
Lista das Questões 39 
Questões comentadas 46 
Gabarito 68 
 
Olá, meus amigos concurseiros! 
Hoje vamos estudar alguns tipos de delitos bem interessantes, que 
são os crimes contra a Ordem Tributária, Econômica e as Relações 
de Consumo. 
 Os crimes contra a Ordem Econômica sofreram grandes 
alterações com o advento da Lei 12.529/11. Então, por se tratar 
de uma lei bem recente, é muito possível que essas alterações 
sejam exploradas na prova! 
 Chega de papo! 
Vamos ao trabalho!!! 
 
 
 
 
 
 
 
Direito Penal – TRE/MG 
ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Renan Araujo – Aula 10 
 
 
Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 68 
I – CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA 
 
Considerando a relevância da matéria tributária, eis que são os 
tributos pagos por todos nós que sustentam o país, nada mais natural que 
determinadas condutas atentatórias à ordem tributária sejam tuteladas 
penalmente, de forma a tentar garantir o respeito a estes bens jurídicos. 
Para tanto foram criados alguns tipos penais denominados de 
CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA, previstos na Lei 8.137/90 
(que prevê crimes contra a ordem econômica também). 
Vejamos cada um dos delitos previstos. 
 
A) Art. 1° da Lei 8.137/90 
 
Art. 1° Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou 
reduzir tributo, ou contribuição social e qualquer acessório, 
mediante as seguintes condutas: (Vide Lei nº 9.964, de 
10.4.2000) 
I - omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades 
fazendárias; 
II - fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos 
inexatos, ou omitindo operação de qualquer natureza, em 
documento ou livro exigido pela lei fiscal; 
III - falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de 
venda, ou qualquer outro documento relativo à operação 
tributável; 
IV - elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento 
que saiba ou deva saber falso ou inexato; 
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Teoria e exercícios comentados 
Prof. Renan Araujo – Aula 10 
 
 
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V - negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal 
ou documento equivalente, relativa a venda de mercadoria ou 
prestação de serviço, efetivamente realizada, ou fornecê-la em 
desacordo com a legislação. 
Pena - reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. 
Parágrafo único. A falta de atendimento da exigência da 
autoridade, no prazo de 10 (dez) dias, que poderá ser 
convertido em horas em razão da maior ou menor complexidade 
da matéria ou da dificuldade quanto ao atendimento da 
exigência, caracteriza a infração prevista no inciso V. 
Os cinco incisos previstos são os cinco meios pelos quais o agente 
poderá praticar as condutas previstas no caput do artigo. Desta forma, 
pelo princípio da taxatividade, só haverá crime se o agente reduzir ou 
suprimir tributo MEDIANTE UMA DESTAS CONDUTAS. 
Os termos “tributos”, “contribuições sociais” e “acessórios” 
são elementos normativos jurídicos, e a menção às “contribuições 
sociais” é desnecessária, na medida em que são espécie de tributo. 
O acessório, para estes fins, deve ser entendido como o valor 
decorrente do descumprimento de alguma obrigação acessória (que não 
seja o pagamento do tributo), como a prestação de uma declaração, etc. 
Existem várias condutas possíveis, de forma que temos um crime de 
ação múltipla. Caso o agente pratique mais de uma conduta, mas 
relativamente ao MESMO TRIBUTO OU ACESSÓRIO, teremos um 
crime único. 
No entanto, ainda que o agente pratique apenas uma das 
modalidades de conduta, mas relativamente A DIVERSOS TRIBUTOS 
DIFERENTES, teremos pluralidade de crimes, cometidos em concurso 
formal ou material, a depender do caso. 
Direito Penal – TRE/MG 
ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA 
Teoria e exercícios comentados 
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O sujeito ativo aqui é o contribuinte ou o responsável tributário. 
O elemento subjetivo exigido É O DOLO, não se punindo 
criminalmente na forma culposa. No inciso IV permite-se tanto o dolo 
direto quanto o DOLO EVENTUAL. 
A consumação do crime se dá com A OCORRÊNCIA DO 
RESULTADO DANOSO, que consiste na SUPRESSÃO OU REDUÇÃO 
do tributo. A tentativa é admissível. No entanto, na conduta prevista no 
§ único o delito se consuma com o mero descumprimento ou não 
atendimento da ordem legal da autoridade, sendo, portanto, 
INADMISSÍVEL a tentativa. 
 
B) Art. 2° da Lei 8.137/90 
 
O art. 2° da Lei 8.137/90 prevê o seguinte: 
 
Art. 2° Constitui crime da mesma natureza: (Vide Lei nº 9.964, 
de 10.4.2000) 
I - fazer declaração falsa ou omitir declaração sobre rendas, 
bens ou fatos, ou empregar outra fraude, para eximir-se, total 
ou parcialmente, de pagamento de tributo; 
II - deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou de 
contribuição social, descontado ou cobrado, na qualidade de 
sujeito passivo de obrigação e que deveria recolher aos cofres 
públicos; 
III - exigir, pagar ou receber, para si ou para o contribuinte 
beneficiário, qualquer percentagem sobre a parcela dedutível ou 
deduzida de imposto ou de contribuição como incentivo fiscal; 
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IV - deixar de aplicar, ou aplicar em desacordo com o estatuído, 
incentivo fiscal ou parcelas de imposto liberadas por órgão ou 
entidade de desenvolvimento; 
V - utilizar ou divulgar programa de processamento de dados 
que permita ao sujeito passivo da obrigação tributária possuir 
informação contábil diversa daquela que é, por lei, fornecida à 
Fazenda Pública. 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. 
 
O crime previsto aqui possui a mesma natureza do anterior, sendo, 
entretanto, condutas menos gravosas e, até por isso, receberam sanção 
mais branda. 
Além disso, todas as condutas previstas neste artigo são DE MERA 
CONDUTA. Na verdade, não concordo com essa parcela da Doutrina que 
afirma serem de mera conduta, pois entendo que se tratam de CRIMES 
FORMAIS, na medida em que há possibilidade de que ocorra resultado 
naturalístico. 
O sujeito ativo é o contribuinte ou o responsável, ou seja, aquela 
pessoa que possui uma relação direta ou de responsabilidade em relação 
à obrigação tributária. Temos, portanto, um crime PRÓPRIO. 
CUIDADO! Crime próprio não é sinônimo de crime praticado por 
funcionário público. Crime próprio é um crime não pode ser cometido por 
qualquer pessoa, mas somente por aquelas que se encontrem em 
determinada situação, como é o caso do artigo. 
O sujeito passivo será a administração fazendária prejudicada (se o 
tributo for federal,a Fazenda Nacional, se estadual, a Fazenda Estadual, 
etc). 
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O tipo subjetivo (elemento subjetivo) das condutas descritas 
no art. 2° é o DOLO. No inciso I, entretanto, exige-se, ainda, um 
ELEMENTO SUBJETIVO ESPECÍFICO (especial fim de agir), consistente 
na intenção de se eximir do pagamento total ou parcial do tributo. 
A consumação do delito se dá com a mera prática de qualquer 
das condutas enumeradas, sendo IRRELEVANTE, para a 
consumação do delito, A OCORRÊNCIA DO EFETIVO PREJUÍZO 
(supressão ou redução do tributo). A tentativa só será admissível nas 
condutas que possam ser fracionáveis. Portanto, apenas a título de 
exemplo, nas modalidades omissivas (“omitir”, “deixar de aplicar”, 
etc), não cabe tentativa, pois não se pode fracionar a execução do delito, 
de forma que, ou o crime se consuma, ou sequer chega a ser tentado. 
Como a pena máxima prevista para este delito é de DOIS ANOS, 
temos aqui uma INFRAÇÃO DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO – 
IMPO, de forma que a competência para o processo e julgamento deste 
crime é dos Juizados Especiais Criminais (art. 61 da Lei 9.099/95). 
Portanto, aplicam-se a este crime os institutos despenalizadores da 
SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO E DA TRANSAÇÃO 
PENAL. 
 
C) Questões comuns aos arts. 1° e 2° da Lei 8.137/90 
 
Em ambos os crimes, se das condutas praticadas resultar grave dano 
à sociedade, ou se forem praticadas por servidor público no exercício das 
funções, ou ainda, se forem praticadas em relação à prestação de 
serviços ou ao comércio de bens essenciais à vida ou à saúde, a pena é 
aumentada de 1/3 à metade. Vejamos o que diz o art. 12 da Lei: 
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Art. 12. São circunstâncias que podem agravar de 1/3 (um 
terço) até a metade as penas previstas nos arts. 1°, 2° e 4° a 
7°: 
I - ocasionar grave dano à coletividade; 
II - ser o crime cometido por servidor público no exercício de 
suas funções; 
III - ser o crime praticado em relação à prestação de serviços ou 
ao comércio de bens essenciais à vida ou à saúde. 
 
O inciso III praticamente não possui aplicação aos crimes contra a 
ordem tributária, tendo mais sentido no que se refere aos crimes contra a 
ordem econômica. 
Se o crime for cometido em concurso de agentes, e um dos agentes 
confessar o crime, revelando à autoridade a trama delituosa, terá a pena 
reduzida de 1/3 a 2/3. Vejamos: 
Parágrafo único. Nos crimes previstos nesta Lei, cometidos em 
quadrilha ou co-autoria, o co-autor ou partícipe que através de 
confissão espontânea revelar à autoridade policial ou judicial 
toda a trama delituosa terá a sua pena reduzida de um a dois 
terços. (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.080, de 19.7.1995) 
 
É necessário, portanto, que esta confissão seja ESPONTÂNEA. 
Não se exige, no entanto, VOLUNTARIEDADE, ou seja, não se exige 
que essa vontade parta do agente. Pode ser que ele espontaneamente se 
prontifique a confessar quando informado das vantagens dessa confissão. 
Trata-se de DIREITO SUBJETIVO DO RÉU, ou seja, ele tem o 
direito de realizar esta confissão e ter sua pena reduzida nos moldes 
legais. 
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A ação penal nestes crimes É PÚBLICA INCONDICIONADA, por 
força do art. 15 da Lei: 
Art. 15. Os crimes previstos nesta lei são de ação penal pública, 
aplicando-se-lhes o disposto no art. 100 do Decreto-Lei n° 
2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal. 
 
Quando um delito é cometido surge para o Estado o poder-dever de 
punir o infrator. Esse poder é chamado de Ius Puniendi. Entretanto, esse 
poder pode desaparecer, em razão de diversos fatores (prescrição, 
abolitio criminis, etc). A punibilidade não é elemento do crime. 
A Lei 8.137/90 trouxe uma hipótese especial de EXTINÇÃO DA 
PUNIBILIDADE, prevista em seu art. 14. Vejamos: 
Art. 14. Extingue-se a punibilidade dos crimes definidos nos 
arts. 1° a 3° quando o agente promover o pagamento de tributo 
ou contribuição social, inclusive acessórios, antes do 
recebimento da denúncia. (Artigo revogado pela Lei nº 8.383, de 
30.12.1991) 
 
Como vocês podem ver, este artigo está riscado, pois fora revogado 
pela Lei 8.383/91. No entanto, essa modalidade de extinção da 
punibilidade foi novamente prevista, desta vez, no art. 34 da Lei 
9.249/95: 
Art. 34. Extingue-se a punibilidade dos crimes definidos na Lei 
nº 8.137, de 27 de dezembro de 1990, e na Lei nº 4.729, de 14 
de julho de 1965, quando o agente promover o pagamento do 
tributo ou contribuição social, inclusive acessórios, antes do 
recebimento da denúncia. 
 
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Agora eu vos pergunto: Não dava pra incluir um artigo na Lei 
8.137/90 pra dizer isso? Precisava colocar em outra lei, só pra f... a 
vida do candidato? 
Bom, o importante é que a punibilidade estará extinta caso o agente 
promova o PAGAMENTO INTEGRAL do tributo, contribuição social 
ou acessórios ANTES DO RECEBIMENTO DA DENÚNCIA. 
Como disse a vocês, o pagamento do tributo, antes do 
recebimento da denúncia, EXTINGUE A PUNIBILIDADE. 
Entretanto, existe uma possibilidade de SUSPENSÃO DA 
PRETENSÃO PUNITIVA DO ESTADO, que irá ocorrer quando o 
agente reconhecer o débito relativo ao crime e realizar o 
PARCELAMENTO DA DÍVIDA. 
Enquanto a dívida estiver sendo paga parceladamente, não há 
extinção da punibilidade, pois pode ser que o camarada deixe de pagar o 
parcelamento. Assim, a punibilidade só estará extinta quando o agente 
TERMINAR DE PAGAR O PARCELAMENTO. 
Essa previsão de suspensão da pretensão punitiva está 
prevista na Lei 8.137/90? NÃO... 
 
 
Cada vez mais eu me convenço que o Legislativo gosta de f... a vida 
dos operadores do Direito! Essa previsão está contida no art. 9° da Lei 
10.684/03: 
Art. 9o É suspensa a pretensão punitiva do Estado, referente aos 
crimes previstos nos arts. 1o e 2o da Lei no 8.137, de 27 de 
dezembro de 1990, e nos arts. 168A e 337A do Decreto-Lei no 
2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, durante o 
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período em que a pessoa jurídica relacionada com o agente dos 
aludidos crimes estiver incluída no regime de parcelamento. 
§ 1o A prescrição criminal não corre durante o período de 
suspensão da pretensão punitiva. 
§ 2o Extingue-se a punibilidade dos crimes referidos neste artigo 
quando a pessoa jurídica relacionada com o agente efetuar o 
pagamento integral dos débitos oriundos de tributos e 
contribuições sociais, inclusive acessórios. 
 
Percebam, ainda, meus caros alunos, que enquanto o camarada 
(inclusive Pessoa Jurídica, obviamente) estiver pagando o parcelamento,NÃO CORRE O PRAZO DE PRESCRIÇÃO. 
O STJ tem entendido, ainda, que em se tratando de prejuízo 
inferior a R$ 10.000,00, temos hipótese de aplicação do 
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA, de forma a afastar a tipicidade do 
fato, ou seja, o fato seria atípico (por ausência de lesividade social apta a 
justificar a tutela penal, já que por esse valor a Fazenda sequer promove 
a execução fiscal, de modo que não faz sentido aplicar o Direito Penal se 
não se aplica nem o Direito Administrativo ao caso). Vejamos: 
 
HABEAS CORPUS. SONEGAÇÃO FISCAL. PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO 
EXECUTÓRIA. TERMO INICIAL. TRÂNSITO EM JULGADO PARA AMBAS AS 
PARTES. LAPSO TEMPORAL NÃO VERIFICADO. CONSTRANGIMENTO ILEGAL 
NÃO EVIDENCIADO. 
(...) 
SONEGAÇÃO FISCAL. ICMS. TRIBUTO DE COMPETÊNCIA ESTADUAL. 
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ATIPICIDADE MATERIAL DA CONDUTA. INAPLICABILIDADE DO PATAMAR 
DISPOSTO NO ARTIGO 20 DA LEI N. 10.522/02. LEGISLAÇÃO APLICÁVEL 
APENAS AOS TRIBUTOS DE COMPETÊNCIA DA UNIÃO. 
1. Não obstante esta Corte Superior de Justiça tenha entendimento 
pacificado no sentido de aplicar o princípio da insignificância aos crimes 
contra a ordem tributária nos quais o valor da exação suprimido ou 
reduzido não ultrapasse a quantia de R$ 10.000,00 (dez mil reais), é 
certo que a referida construção jurisprudencial encontra arrimo no 
disposto no artigo 20 da Lei n. 10.522/02, que trata do Cadastro 
Informativo dos créditos não quitados de órgãos e entidades federais. 
(...) 
(HC 180.993/SP, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 
13/12/2011, DJe 19/12/2011) 
 
D) Art. 3° da Lei 
 
Art. 3° Constitui crime funcional contra a ordem tributária, além 
dos previstos no Decreto-Lei n° 2.848, de 7 de dezembro de 
1940 - Código Penal (Título XI, Capítulo I): 
I - extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, 
de que tenha a guarda em razão da função; sonegá-lo, ou 
inutilizá-lo, total ou parcialmente, acarretando pagamento 
indevido ou inexato de tributo ou contribuição social; 
II - exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou 
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de iniciar seu 
exercício, mas em razão dela, vantagem indevida; ou aceitar 
promessa de tal vantagem, para deixar de lançar ou cobrar 
tributo ou contribuição social, ou cobrá-los parcialmente. Pena - 
reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. 
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III - patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado 
perante a administração fazendária, valendo-se da qualidade de 
funcionário público. Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) 
anos, e multa. 
 
O art. 3° inaugura a seção II, que conta também com o art. 4°. 
Ambos os arts. Prevêem crimes FUNCIONAIS, ou seja, são 
praticados por funcionários públicos no exercício de suas funções. 
São, portanto, CRIMES PRÓPRIOS. 
O sujeito ativo é o funcionário público, mas nada impede que um 
particular pratique este crime, quando em concurso de agentes com um 
funcionário público, e desde que conheça esta condição do comparsa, nos 
moldes do art. 30 do CP. 
No inciso I o elemento subjetivo exigido é o DOLO, exigindo-
se, ainda, UM ESPECIAL FIM DE AGIR, consistente na vontade de 
praticar a conduta com a finalidade de acarretar pagamento inexato ou 
indevido de tributo (esse ponto não é pacífico na Doutrina). 
A consumação da conduta do inciso I se dá com a prática de uma das 
condutas previstas no núcleo do tipo, SENDO NECESSÁRIA A 
OCORRÊNCIA DO RESULTADO (pagamento indevido ou inexato do 
tributo). 
A tentativa somente é admissível na modalidade de extravio e 
inutilização, pois são condutas PLURISSUBSISTENTES. Na 
modalidade “sonegar”, ou o agente sonega e o crime se consuma ou o 
agente não sonega e o crime não chega nem a ser tentado. 
As condutas previstas no INCISO II se assemelham aos crimes de 
concussão e corrupção passiva, previstos nos arts. 316 e 317 do CP. 
Entretanto, são crimes especiais, pois possuem todos os elementos 
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daqueles e mais um adicional que lhe confere especialidade, que é o fato 
de serem praticados em detrimento da ordem tributária. 
O elemento subjetivo é o DOLO, exigindo-se o especial fim de 
agir consistente na expressão “para deixar de lançar ou cobrar 
tributo ou contribuição social, ou cobrá-los parcialmente”. 
A consumação na modalidade exigir se dá com a mera exigência, 
sendo, portanto, CRIME FORMAL. Na modalidade de solicitação também 
temos crime FORMAL. Em ambos os casos, o crime não admite 
tentativa, pois ou o agente exige ou solicita a vantagem e o crime se 
consuma, ou o crime sequer chega a ser tentado. 
Na conduta de “aceitar promessa” e “receber vantagem”, o 
crime se consuma com o ato de aceitação ou recebimento, sendo que, 
neste último, a efetiva entrega da vantagem é necessária para a 
consumação do delito. 
O inciso III, por fim, traz modalidade especial de ADVOCACIA 
ADMINISTRATIVA (que também é crime previsto no art. 321 do CP). No 
entanto, aqui o crime é específico para a advocacia administrativa perante 
a administração fazendária. 
O elemento subjetivo exigido aqui também é o dolo, NÃO HAVENDO 
PREVISÃO DE ESPECIAL FIM DE AGIR. 
A consumação ocorre com a prática do ato de advocacia 
administrativa, ou seja, com o ato de intermediação junto à 
administração fazendária, sendo irrelevante que haja sucesso na conduta 
Exige-se, no entanto, que esse patrocínio de interesses se dê de 
forma escrita, pois não há ato administrativo sujeito a decisão, tendo sido 
formulado verbalmente, de forma que o crime seria impossível. Assim, o 
mero protocolo de uma petição um requerimento, perante a 
administração fazendária, consuma o crime. 
A tentativa é plenamente possível, embora seja muito difícil a sua 
caracterização no caso concreto. 
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II – DOS CRIMES CONTRA A ORDEM ECONÔMICA 
 
Os crimes contra ordem econômica estão previstos nos arts. 4°, 5° e 
6° da Lei 8.137/90, bem como nos arts. 1° e 2° da Lei 8.176/91. 
É um erro, portanto, dizer que a Lei 8.137/90 trata somente dos 
crimes contra a ordem tributária. Ela trata, ainda, de alguns crimes contra 
a ordem econômica, bem como crimes contra as relações de consumo 
(embora estes não sejam objeto do nosso estudo). 
A finalidade da criação de delitos contra a ordem econômica é tutelar 
o regular desenvolvimento das atividades econômicas do país, 
notadamente acerca de seu principal fundamento, que é a LIVRE 
CONCORRÊNCIA. 
Vejamos, agora, os tipos penais previstos. 
 
A) Art. 4° da Lei 8.137/90 
 
Art. 4° Constitui crime contra a ordem econômica: 
I - abusar do poder econômico, dominando o mercado ou 
eliminando, total ou parcialmente, a concorrência mediante: 
(Vide Lei nº 12.529, de 2011) 
a) ajuste ou acordo de empresas; 
b) aquisiçãode acervos de empresas ou cotas, ações, títulos ou 
direitos; 
c) coalizão, incorporação, fusão ou integração de empresas; 
d) concentração de ações, títulos, cotas, ou direitos em poder de 
empresa, empresas coligadas ou controladas, ou pessoas físicas; 
e) cessação parcial ou total das atividades da empresa; 
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f) impedimento à constituição, funcionamento ou 
desenvolvimento de empresa concorrente. 
II - formar acordo, convênio, ajuste ou aliança entre ofertantes, 
visando: 
a) à fixação artificial de preços ou quantidades vendidas ou 
produzidas; 
b) ao controle regionalizado do mercado por empresa ou grupo 
de empresas; 
c) ao controle, em detrimento da concorrência, de rede de 
distribuição ou de fornecedores. 
III - discriminar preços de bens ou de prestação de serviços por 
ajustes ou acordo de grupo econômico, com o fim de estabelecer 
monopólio, ou de eliminar, total ou parcialmente, a 
concorrência; 
IV - açambarcar, sonegar, destruir ou inutilizar bens de 
produção ou de consumo, com o fim de estabelecer monopólio 
ou de eliminar, total ou parcialmente, a concorrência; 
V - provocar oscilação de preços em detrimento de empresa 
concorrente ou vendedor de matéria-prima, mediante ajuste ou 
acordo, ou por outro meio fraudulento; 
VI - vender mercadorias abaixo do preço de custo, com o fim de 
impedir a concorrência; 
VII - elevar, sem justa causa, os preços de bens ou serviços, 
valendo-se de monopólio natural ou de fato. 
VII - elevar sem justa causa o preço de bem ou serviço, 
valendo-se de posição dominante no mercado. (Redação dada 
pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994) 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, ou multa. 
I - abusar do poder econômico, dominando o mercado ou 
eliminando, total ou parcialmente, a concorrência mediante 
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qualquer forma de ajuste ou acordo de empresas; (Redação 
dada pela Leu nº 12.529, de 2011). 
a) (revogada); (Redação dada pela Leu nº 12.529, de 2011). 
b) (revogada); (Redação dada pela Leu nº 12.529, de 2011). 
c) (revogada); (Redação dada pela Leu nº 12.529, de 2011). 
d) (revogada); (Redação dada pela Leu nº 12.529, de 2011). 
e) (revogada); (Redação dada pela Leu nº 12.529, de 2011). 
f) (revogada); (Redação dada pela Leu nº 12.529, de 2011). 
II - formar acordo, convênio, ajuste ou aliança entre ofertantes, 
visando: (Redação dada pela Leu nº 12.529, de 2011). 
a) à fixação artificial de preços ou quantidades vendidas ou 
produzidas; (Redação dada pela Leu nº 12.529, de 2011). 
b) ao controle regionalizado do mercado por empresa ou grupo 
de empresas; (Redação dada pela Leu nº 12.529, de 2011). 
c) ao controle, em detrimento da concorrência, de rede de 
distribuição ou de fornecedores. (Redação dada pela Leu nº 
12.529, de 2011). 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos e multa. (Redação 
dada pela Leu nº 12.529, de 2011). 
III - (revogado); (Redação dada pela Leu nº 12.529, de 2011). 
IV - (revogado); (Redação dada pela Leu nº 12.529, de 2011). 
V - (revogado); (Redação dada pela Leu nº 12.529, de 2011). 
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VI - (revogado); (Redação dada pela Leu nº 12.529, de 2011). 
VII - (revogado). (Redação dada pela Leu nº 12.529, de 2011). 
Tutelam-se aqui a livre concorrência e a livre iniciativa, fundamentos 
da Ordem Econômica. 
O sujeito ativo é, em sua essência, o empresário ou quem atua nessa 
condição jurídica. Sujeito passivo serão os empresários concorrentes 
prejudicados e a coletividade, pois é direito de todos nós termos uma 
Ordem Econômica livre de monopólios, oligopólios, etc. 
O crime pode ser praticado mediante quaisquer das condutas 
previstas nos incisos do artigo e tem como ELEMENTO SUBJETIVO O 
DOLO. Exige-se, ainda, um especial fim de agir, consistente na 
INTENÇÃO DE DOMINAR O MERCADO, ELIMINANDO, TOTAL OU 
PARCIALMENTE, a concorrência. 
Todas as modalidades são delitos de resultado, de forma que a 
consumação se dá com a efetiva dominação do mercado ou eliminação, 
ainda que parcial, da concorrência através de uma das condutas 
previstas. A tentativa, portanto, é plenamente admissível. 
 
CUIDADO, GALERA! Como vocês podem perceber, muitos incisos do 
art. 4º (e também os artigos 5º e 6º INTEIROS) foram revogados pela 
Lei 12.529/11 (que começou a vigorar em JUNHO DE 2012), que passou 
a tratar do assunto considerando a maioria destas condutas (antes 
crimes), como meras INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS. Uma destas 
condutas, talvez a mais famosa, era o crime de VENDA CASADA, que 
deixou de ser crime (abolitio criminis), passando a ser considerada 
MERA INFRAÇÃO CONTRA A ORDEM ECONÔMICA, sujeitando os 
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infratores a sanções administrativas, como pagamento de multas, 
proibição de contratar com o Poder Público, etc. Vejamos como era e 
como ficou a situação desta conduta, apenas a título exemplificativo: 
ANTES: 
Art. 5° Constitui crime da mesma natureza: (Revogado pela Lei 
nº 12.529, de 2011). 
(...) 
II - subordinar a venda de bem ou a utilização de serviço à 
aquisição de outro bem, ou ao uso de determinado serviço; 
 
AGORA: 
§ 3o As seguintes condutas, além de outras, na medida em que 
configurem hipótese prevista no caput deste artigo e seus 
incisos, caracterizam infração da ordem econômica: 
(...) 
XVIII - subordinar a venda de um bem à aquisição de outro ou 
à utilização de um serviço, ou subordinar a prestação de um 
serviço à utilização de outro ou à aquisição de um bem; e 
MUITO CUIDADO COM ISSO, GALERA! AS BANCAS COM 
CERTEZA IRÃO COBRAR ISSO NOS PRÓXIMOS CONCURSOS!! 
 
 
B) Arts. 5° e 6º da Lei 8.137/90 
 
Art. 5° Constitui crime da mesma natureza: (Revogado pela Lei 
nº 12.529, de 2011). 
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I - exigir exclusividade de propaganda, transmissão ou difusão 
de publicidade, em detrimento de concorrência; 
II - subordinar a venda de bem ou a utilização de serviço à 
aquisição de outro bem, ou ao uso de determinado serviço; 
III - sujeitar a venda de bem ou a utilização de serviço à 
aquisição de quantidade arbitrariamente determinada; 
IV - recusar-se, sem justa causa, o diretor, administrador, ou 
gerente de empresa a prestar à autoridade competente ou 
prestá-la de modo inexato, informando sobre o custo de 
produção ou preço de venda. 
Pena - detenção, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, ou multa. 
Parágrafo único. A falta de atendimento da exigência da 
autoridade, no prazo de 10 (dez) dias, que poderá ser 
convertido em horas em razão da maior ou menor complexidade 
damatéria ou da dificuldade quanto ao atendimento da 
exigência, caracteriza a infração prevista no inciso IV. 
Art. 6° Constitui crime da mesma natureza: (Revogado pela Lei 
nº 12.529, de 2011). 
I - vender ou oferecer à venda mercadoria, ou contratar ou 
oferecer serviço, por preço superior ao oficialmente tabelado, ao 
regime legal de controle; 
II - aplicar fórmula de reajustamento de preços ou indexação de 
contrato proibida, ou diversa daquela que for legalmente 
estabelecida, ou fixada por autoridade competente; 
III - exigir, cobrar ou receber qualquer vantagem ou importância 
adicional de preço tabelado, congelado, administrado, fixado ou 
controlado pelo Poder Público, inclusive por meio da adoção ou 
de aumento de taxa ou outro percentual, incidente sobre 
qualquer contratação. Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) 
anos, ou multa. 
 
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Como já adiantei a vocês, todas estas condutas, que antes eram 
consideradas crimes, foram DESCRIMINALIZADAS (abolitio criminis) 
com o advento da Lei 12.529/11, que começou a vigorar em 1º de 
JUNHO de 2012. 
Agora, estas condutas são consideradas apenas INFRAÇÕES 
ADMINISTRATIVAS, puníveis com sanções de índole meramente 
administrativa, não sendo mais tuteladas pelo Direito Penal. 
Portanto, muito cuidado, já que isso com certeza cairá nos próximos 
concursos. 
 
D) Disposições aplicáveis aos arts. 4°, 5° e 6° da Lei 8.137/90 
 
Em todos os crimes, se das condutas praticadas resultar GRAVE 
DANO À SOCIEDADE, ou se forem praticadas POR SERVIDOR 
PÚBLICO NO EXERCÍCIO DAS FUNÇÕES, ou ainda, se forem 
PRATICADAS EM RELAÇÃO À PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS OU AO 
COMÉRCIO DE BENS ESSENCIAIS À VIDA OU À SAÚDE, a pena é 
aumentada de 1/3 à metade. Vejamos o que diz o art. 12 da Lei: 
Art. 12. São circunstâncias que podem agravar de 1/3 (um 
terço) até a metade as penas previstas nos arts. 1°, 2° e 4° a 
7°: 
I - ocasionar grave dano à coletividade; 
II - ser o crime cometido por servidor público no exercício de 
suas funções; 
III - ser o crime praticado em relação à prestação de serviços ou 
ao comércio de bens essenciais à vida ou à saúde. 
 
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Se o crime for cometido em concurso de agentes, e um dos agentes 
confessar o crime, revelando à autoridade a trama delituosa, terá a pena 
reduzida de 1/3 a 2/3. Vejamos: 
Parágrafo único. Nos crimes previstos nesta Lei, cometidos em 
quadrilha ou co-autoria, o co-autor ou partícipe que através de 
confissão espontânea revelar à autoridade policial ou judicial 
toda a trama delituosa terá a sua pena reduzida de um a dois 
terços. (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.080, de 19.7.1995) 
 
É necessário, portanto, que esta confissão seja ESPONTÂNEA. 
Não se exige, no entanto, VOLUNTARIEDADE, ou seja, não se exige 
que essa vontade parta do agente. Pode ser que ele espontaneamente se 
prontifique a confessar quando informado das vantagens dessa confissão. 
Trata-se de DIREITO SUBJETIVO DO RÉU, ou seja, ele tem o 
direito de realizar esta confissão e ter sua pena reduzida nos moldes 
legais. 
A ação penal nestes crimes É PÚBLICA INCONDICIONADA, por 
força do art. 15 da Lei: 
Art. 15. Os crimes previstos nesta lei são de ação penal pública, 
aplicando-se-lhes o disposto no art. 100 do Decreto-Lei n° 
2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal. 
 
E) Art. 1° da Lei 8.176/91 
 
Art. 1° Constitui crime contra a ordem econômica: 
I - adquirir, distribuir e revender derivados de petróleo, gás 
natural e suas frações recuperáveis, álcool etílico, hidratado 
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carburante e demais combustíveis líquidos carburantes, em 
desacordo com as normas estabelecidas na forma da lei; 
II - usar gás liqüefeito de petróleo em motores de qualquer 
espécie, saunas, caldeiras e aquecimento de piscinas, ou para 
fins automotivos, em desacordo com as normas estabelecidas na 
forma da lei. 
Pena: detenção de um a cinco anos. 
 
O escopo primordial da Lei foi reprimir e prevenir as condutas 
atentatórias à ordem econômica, só que mais especificamente aquelas 
relacionadas ao mercado de combustíveis (fontes energéticas). 
O sujeito ativo aqui pode ser QUALQUER PESSOA, logo, temos 
um CRIME COMUM. O sujeito passivo será a UNIÃO e as 
EMPRESAS AUTORIZADAS A EXPLORAR OS BENS E MATÉRIAS-
PRIMAS A ELA PERTENCENTES. 
Outra vez, só se pune a conduta dolosa. Não se exige nenhuma 
finalidade especial de agir. 
A consumação se dá, no inciso I, com a AQUISIÇÃO, 
DISTRIBUIÇÃO OU REVENDA DOS PRODUTOS CITADOS. É 
admissível a tentativa. Já no inciso II a consumação ocorre com o 
ato de USAR, logo, a TENTATIVA É INADMISSÍVEL. 
A ação penal é PÚBLICA INCONDICIONADA, pois a lei é silente 
quanto a isso, e no caso de silencia da Lei aplica-se a regra geral, 
de que todo crime é de ação penal pública INCONDICIONADA. 
Como a pena mínima é IGUAL a um ano, é CABÍVEL A 
SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO (art. 89 da Lei 9.099/95). 
F) Art. 2° da Lei 8.176/91 
 
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Art. 2° Constitui crime contra o patrimônio, na modalidade de 
usurpacão, produzir bens ou explorar matéria-prima 
pertencentes à União, sem autorização legal ou em desacordo 
com as obrigações impostas pelo título autorizativo. 
Pena: detenção, de um a cinco anos e multa. 
§ 1° Incorre na mesma pena aquele que, sem autorização legal, 
adquirir, transportar, industrializar, tiver consigo, consumir ou 
comercializar produtos ou matéria-prima, obtidos na forma 
prevista no caput deste artigo. 
§ 2° No crime definido neste artigo, a pena de multa será fixada 
entre dez e trezentos e sessenta dias-multa, conforme seja 
necessário e suficiente para a reprovação e a prevenção do 
crime. 
§ 3° O dia-multa será fixado pelo juiz em valor não inferior a 
quatorze nem superior a duzentos Bônus do Tesouro Nacional 
(BTN). 
 
Aqui não há menção expressa a se tratar de um crime contra a 
ordem econômica, mas como a Lei é a Lei que “define crimes contra a 
ordem econômica e cria o Sistema de Estoque de Combustíveis”, todos os 
delitos ali previstos devem ser considerados CRIMES CONTRA A ORDEM 
ECONÔMICA. 
Busca-se tutelar o patrimônio da União, referente aos bens e 
matérias-primas que lhe pertençam. 
Na primeira parte do caput do artigo e no seu §1° o CRIME É 
COMUM, podendo ser praticado por QUALQUER PESSOA. Já na 
segunda parte do caput o crime é PRÓPRIO, pois somente quem detenha 
o título autorizativo é que poderá praticar o delito. 
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O elemento subjetivo exigido é o dolo. Não há previsão de especial 
fim deagir. 
O crime se consuma com a efetiva produção de bens ou exploração 
de matéria-prima da União SEM AUTORIZAÇÃO LEGAL ou em 
DESACORDO COM AS NORMAS DO TÍTULO AUTORIZATIVO 
(elemento normativo do tipo). A tentativa é plenamente admissível. 
A consumação do crime, na modalidade do §1°, se dá com a 
realização de qualquer das condutas previstas, exceto a conduta “ter 
consigo”, que configura um CRIME PERMANENTE. A tentativa é 
admissível, salvo na modalidade “consumir”, pois é CRIME 
INSTANTÂNEO. 
A ação penal é PÚBLICA INCONDICIONADA, pois a lei é silente 
quanto a isso, e no caso de silencia da Lei aplica-se a regra geral, 
de que todo crime é de ação penal pública INCONDICIONADA. 
Como a pena mínima é IGUAL a um ano, é CABÍVEL A 
SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO (art. 89 da Lei 9.099/95). 
Há, ainda, previsão de PENA DE MULTA, que deverá ser fixada na 
forma dos §§ 2° e 3°. 
 
III – CRIMES CONTRA AS RELAÇÕES DE CONSUMO 
 
Os crimes contra as relações de consumo se encontram previstos na 
Lei 8.078/90 (Código de Proteção e Defesa do Consumidor) e na 
Lei 8.137/90. Vejamos a regulamentação prevista na Lei 8.078/90, a 
partir do art. 61: 
 
Art. 61. Constituem crimes contra as relações de consumo 
previstas neste código, sem prejuízo do disposto no Código 
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Penal e leis especiais, as condutas tipificadas nos artigos 
seguintes. 
 
Primeiro precisamos definir quem é consumidor. Nos termos do 
art. 2º da Lei 8.078/90: 
 
Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire 
ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. 
Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de 
pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas 
relações de consumo. 
 
Vejam que o § único ainda faz menção à figura do consumidor por 
equiparação. 
Fornecedor, por sua vez: 
Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou 
privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes 
despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, 
montagem, criação, construção, transformação, importação, 
exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou 
prestação de serviços. 
 
Mas o que seria produto ou serviço? Qual o conceito? Isto fica 
claro na leitura dos §§ 1º e 2º do art. 3º da Lei 8.078/90: 
 
Art. 3° (...) 
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§ 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou 
imaterial. 
§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de 
consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza 
bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as 
decorrentes das relações de caráter trabalhista. 
 
Importante frisar a vocês que os crimes previstos nesta Lei (Crimes 
contra as relações de consumo) somente podem ter PESSOAS 
FÍSICAS como SUJEITOS ATIVOS, pois não há previsão de crimes de 
responsabilidade de pessoas jurídicas, embora a grande maioria dos 
fornecedores sejam pessoas jurídicas. Neste caso, respondem pelo crime 
aqueles que ordenaram a prática do ato criminoso (gerentes, sócios-
administradores, etc.). 
 
A) Dos crimes em espécie 
 
Meus caros, são doze figuras típicas diferentes, mas cujos 
contornos são extremamente semelhantes, de forma que 
transcreveremos o texto da lei e, ao final, faremos os comentários 
pertinentes, de forma a otimizar nosso estudo: 
 
Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade 
ou periculosidade de produtos, nas embalagens, nos invólucros, 
recipientes ou publicidade: 
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa. 
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§ 1° Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de alertar, 
mediante recomendações escritas ostensivas, sobre a 
periculosidade do serviço a ser prestado. 
§ 2° Se o crime é culposo: 
Pena Detenção de um a seis meses ou multa. 
Art. 64. Deixar de comunicar à autoridade competente e aos 
consumidores a nocividade ou periculosidade de produtos cujo 
conhecimento seja posterior à sua colocação no mercado: 
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa. 
Parágrafo único. Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de 
retirar do mercado, imediatamente quando determinado pela 
autoridade competente, os produtos nocivos ou perigosos, na 
forma deste artigo. 
Art. 65. Executar serviço de alto grau de periculosidade, 
contrariando determinação de autoridade competente: 
Pena Detenção de seis meses a dois anos e multa. 
Parágrafo único. As penas deste artigo são aplicáveis sem 
prejuízo das correspondentes à lesão corporal e à morte. 
Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir 
informação relevante sobre a natureza, característica, qualidade, 
quantidade, segurança, desempenho, durabilidade, preço ou 
garantia de produtos ou serviços: 
Pena - Detenção de três meses a um ano e multa. 
§ 1º Incorrerá nas mesmas penas quem patrocinar a oferta. 
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§ 2º Se o crime é culposo; 
Pena Detenção de um a seis meses ou multa. 
Art. 67. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria 
saber ser enganosa ou abusiva: 
Pena Detenção de três meses a um ano e multa. 
Parágrafo único. (Vetado). 
Art. 68. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria 
saber ser capaz de induzir o consumidor a se comportar de 
forma prejudicial ou perigosa a sua saúde ou segurança: 
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa: 
Parágrafo único. (Vetado). 
Art. 69. Deixar de organizar dados fáticos, técnicos e científicos 
que dão base à publicidade: 
Pena Detenção de um a seis meses ou multa. 
Art. 70. Empregar na reparação de produtos, peça ou 
componentes de reposição usados, sem autorização do 
consumidor: 
Pena Detenção de três meses a um ano e multa. 
Art. 71. Utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça, coação, 
constrangimento físico ou moral, afirmações falsas incorretas ou 
enganosas ou de qualquer outro procedimento que exponha o 
consumidor, injustificadamente, a ridículo ou interfira com seu 
trabalho, descanso ou lazer: 
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Pena Detenção de três meses a um ano e multa. 
Art. 72. Impedir ou dificultar o acesso do consumidor às 
informações que sobre ele constem em cadastros, banco de 
dados, fichas e registros: 
Pena Detenção de seis meses a um ano ou multa. 
Art. 73. Deixar de corrigir imediatamente informação sobre 
consumidor constante de cadastro, banco de dados, fichas ou 
registros que sabe ou deveria saber ser inexata: 
Pena Detenção de um a seis meses ou multa. 
Art. 74. Deixar de entregar ao consumidor o termo de garantia 
adequadamente preenchido e com especificaçãoclara de seu 
conteúdo; 
Pena Detenção de um a seis meses ou multa. 
 
 
 Todos os sujeitos passivos são, NECESSARIAMENTE, PESSOAS 
FÍSICAS. Não há responsabilidade penal das pessoas jurídicas por 
crimes contra as relações de consumo; 
 Todos os crimes são COMUNS (Podem ser praticados por 
qualquer pessoa, desde que estejam na qualidade de fornecedor de 
produtos); 
 O SUJEITO PASSIVO é sempre a COLETIVIDADE. 
Secundariamente, algumas condutas apresentaram o consumidor 
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também como sujeito passivo (as condutas dos arts. 70 a 74); 
 O objeto jurídico (bem jurídico tutelado) é a Ordem Consumerista, 
ou em outras palavras, o interesse coletivo das relações de 
consumo. Porém: a) Na conduta do art. 71 tutela-se a honra e a 
intimidade do consumidor; b) Na conduta do art. 72 tutela-se o 
direito que o consumidor possui de ter acesso aos seus dados 
constantes em quaisquer bancos de dados; c) Na conduta do art. 
73 tutela-se o direito que o consumidor possui de ver retificados 
dados seus que estejam incorretos em quaisquer bancos de dados; 
d) Na conduta do art. 74 tutela-se, ainda, o direito que o 
consumidor possui de receber seu termo de garantia. 
 O OBJETO MATERIAL será, em qualquer caso, o produto ou 
serviço prestado de maneira defeituosa ou incompleta; 
 As CONDUTAS são sempre DOLOSAS, embora haja previsão 
de condutas CULPOSAS nos arts. 63, §2º e 66, §2º (e somente 
NESTAS!); 
 Os crimes contra as relações de consumo são considerados crimes 
FORMAIS, de forma que a efetiva ocorrência de um dano 
individual é prescindível à consumação do crime, que se consuma 
com a mera realização da conduta incriminada; 
 Os crimes contra as relações de consumo representam condutas 
que, na verdade, são infrações GRAVES a DEVERES do 
fornecedor, como, por exemplo, o crime do art. 63, que é uma 
infração grave (e, por isso, transformada em CRIME) ao dever de 
informação, previsto no art. 9º do CPC; 
 A maioria das condutas é COMISSIVA (AÇÃO), embora alguns 
crimes possam ser praticados na forma OMISSIVA. A tentativa 
somente será admitida no primeiro caso; 
 O crime do art. 67 merece destaque, pois não deve ser confundido 
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com o crime do art. 7º, II da Lei 8.137/90. O crime do art. 67 é um 
crime de perigo abstrato (perigo presumido) e não trata de uma 
relação de consumo específica, mas tutela a boa-fé nas relações de 
consumo abstratamente considerada. Já o crime do art. 7º, II da 
Lei 8.137/90 pune o fornecedor que VENDER produto em 
desacordo com as especificações contidas na embalagem, ou seja, 
pune uma conduta específica na qual houve DANO DIRETO a um 
consumidor. Vejamos: 
Art. 7° Constitui crime contra as relações de consumo: 
(...) 
II - vender ou expor à venda mercadoria cuja 
embalagem, tipo, especificação, peso ou composição 
esteja em desacordo com as prescrições legais, ou que 
não corresponda à respectiva classificação oficial; 
 
B) Disposições Gerais 
 
O art. 75 do CDC trata do concurso de agentes nos crimes contra 
as relações de consumo. Vejamos: 
 
Art. 75. Quem, de qualquer forma, concorrer para os crimes 
referidos neste código, incide as penas a esses cominadas na 
medida de sua culpabilidade, bem como o diretor, administrador 
ou gerente da pessoa jurídica que promover, permitir ou por 
qualquer modo aprovar o fornecimento, oferta, exposição à 
venda ou manutenção em depósito de produtos ou a oferta e 
prestação de serviços nas condições por ele proibidas. 
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No entanto, a Doutrina entende que este artigo fora revogado 
pelo art. 11 da Lei 8.137/90, que também prevê crimes contra as 
relações de consumo. Vejamos: 
Art. 11. Quem, de qualquer modo, inclusive por meio de pessoa 
jurídica, concorre para os crimes definidos nesta lei, incide nas 
penas a estes cominadas, na medida de sua culpabilidade. 
Parágrafo único. Quando a venda ao consumidor for efetuada 
por sistema de entrega ao consumo ou por intermédio de outro 
em que o preço ao consumidor é estabelecido ou sugerido pelo 
fabricante ou concedente, o ato por este praticado não alcança o 
distribuidor ou revendedor. 
 
O caput do artigo é simples, e possui redação semelhante à do art. 
29 do CP. No entanto, o § único é importante, pois estabelece a 
responsabilidade apenas do fabricante e não do distribuidor quando a 
venda for feita mediante sistema de entrega ao consumo ou por 
intermédio de outro sistema em que o preço ao consumidor é 
estabelecido ou sugerido pelo fabricante ou concedente. 
EXEMPLO: Imagine que uma empresa que fabrica rolos de papel 
higiênico esteja produzindo rolos de papel higiênico com apenas 25 
metros de comprimento, e colocando na embalagem que o produto possui 
30 metros de comprimento. Nesse caso, o Supermercado no qual o 
produto foi vendido não tem responsabilidade criminal sobre o fato, já 
que não possui qualquer influência sobre o mesmo, sendo responsável 
apenas o fabricante. 
O art. 76 da Lei traz algumas circunstâncias agravantes 
especiais (pois não previstas na parte geral do CP, mas em legislação 
especial e somente aplicáveis a estes delitos). Vejamos: 
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Art. 76. São circunstâncias agravantes dos crimes tipificados 
neste código: 
I - serem cometidos em época de grave crise econômica ou por 
ocasião de calamidade; 
II - ocasionarem grave dano individual ou coletivo; 
III - dissimular-se a natureza ilícita do procedimento; 
IV - quando cometidos: 
a) por servidor público, ou por pessoa cuja condição econômico-
social seja manifestamente superior à da vítima; 
b) em detrimento de operário ou rurícola; de menor de dezoito 
ou maior de sessenta anos ou de pessoas portadoras de 
deficiência mental interditadas ou não; 
V - serem praticados em operações que envolvam alimentos, 
medicamentos ou quaisquer outros produtos ou serviços 
essenciais . 
 
É de ressaltar que provavelmente alguma delas sempre estará 
presente, pois quase sempre a condição econômico-social do infrator é 
manifestamente superior à da vítima ou as vendas envolvem alimentos ou 
produtos essenciais, ou então a vítima é maior de 60 anos ou menor de 
18, etc. Em resumo: Dificilmente o Juiz não irá aplicar uma destas 
circunstâncias agravantes. 
O art. 77 trata da aplicação da pena de multa: 
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Art. 77. A pena pecuniária prevista nesta Seção será fixada em 
dias-multa, correspondente ao mínimo e ao máximo de dias de 
duração da pena privativa da liberdade cominada ao crime. Na 
individualização desta multa,o juiz observará o disposto no art. 
60, §1° do Código Penal. 
 
Com relação à pena de multa, ela é calculada com base no 
produto de dois valores: a) o número de dias-multa; b) o valor de 
cada dia-multa. 
O número de dias-multa, segundo o CP, será de 10 a 360 dias-multa, 
de acordo com a culpabilidade do agente. Já o valor de cada dia multa 
varia entre 1/30 e cinco vezes o valor do maior salário mínimo vigente. 
O que esse artigo 77 nos traz de novidade é uma regra 
específica para a aplicação do NÚMERO DE DIAS-MULTA, que não será 
de 10 a 360, mas será aplicado de acordo com a pena mínima e 
máxima cominada ao crime. 
EXEMPLO: se o crime tem pena que varia de dois meses a seis 
meses de detenção, o número de dias-multa irá variar entre 60 e 180 
dias-multa. Entenderam? 
O valor de cada dia-multa continua sendo fixado conforme a regra 
prevista no CP, que é a constante no art. 49, §1º: 
Art. 49 (...) 
§ 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo 
ser inferior a um trigésimo do maior salário mínimo mensal 
vigente ao tempo do fato, nem superior a 5 (cinco) vezes esse 
salário. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
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O art. 78 prevê as seguintes penas restritivas de direitos a 
serem aplicadas nos casos de crimes contra as relações de 
consumo: 
Art. 78. Além das penas privativas de liberdade e de multa, 
podem ser impostas, cumulativa ou alternadamente, observado 
o disposto nos arts. 44 a 47, do Código Penal: 
I - a interdição temporária de direitos; 
II - a publicação em órgãos de comunicação de grande 
circulação ou audiência, às expensas do condenado, de notícia 
sobre os fatos e a condenação; 
III - a prestação de serviços à comunidade. 
 
Lembro a vocês que estas são as penas a serem aplicadas (restritivas 
de direitos, é claro), não sendo possível a aplicação das penas restritivas 
de direitos previstas no CP, por ser, o CDC, norma especial. No entanto, a 
forma de aplicação é a mesma prevista no CP (arts. 44 a 47 do CP). 
Os arts. 79 e 80 tratam de normas de DIREITO PROCESSUAL 
PENAL, que são relativas à fiança (valor) e ao assistente de acusação. 
Vejamos: 
Art. 79. O valor da fiança, nas infrações de que trata este 
código, será fixado pelo juiz, ou pela autoridade que presidir o 
inquérito, entre cem e duzentas mil vezes o valor do Bônus do 
Tesouro Nacional (BTN), ou índice equivalente que venha a 
substituí-lo. 
Parágrafo único. Se assim recomendar a situação econômica do 
indiciado ou réu, a fiança poderá ser: 
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a) reduzida até a metade do seu valor mínimo; 
b) aumentada pelo juiz até vinte vezes. 
Art. 80. No processo penal atinente aos crimes previstos neste 
código, bem como a outros crimes e contravenções que 
envolvam relações de consumo, poderão intervir, como 
assistentes do Ministério Público, os legitimados indicados no 
art. 82, inciso III e IV, aos quais também é facultado propor 
ação penal subsidiária, se a denúncia não for oferecida no prazo 
legal. 
 
Assim, o que o art. 80 determina é que nos crimes contra as relações 
de consumo há uma hipótese especial de legitimação para atuação como 
assistente de acusação, sendo esta condição conferida às entidades 
previstas nos incisos III e IV do art. 82. Vejamos quem são estas 
entidades: 
Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo único, são legitimados 
concorrentemente: (Redação dada pela Lei nº 9.008, de 
21.3.1995) 
(...) 
III - as entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou 
indireta, ainda que sem personalidade jurídica, especificamente 
destinados à defesa dos interesses e direitos protegidos por este 
código; 
IV - as associações legalmente constituídas há pelo menos um 
ano e que incluam entre seus fins institucionais a defesa dos 
interesses e direitos protegidos por este código, dispensada a 
autorização assemblear. 
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Portanto, nas ações penais públicas relativas a crimes contra as 
relações de consumo, temos duas outras hipóteses de legitimação para 
atuação como assistente de acusação e para ajuizamento de ação penal 
privada subsidiária da pública (que ocorre quando o MP deixa transcorrer 
o prazo legal para ajuizamento da ação penal sem nada fazer). 
Frise-se que estas legitimações conferidas pelo CDC não 
excluem aquelas já previstas pela norma geral (CPP). 
 
C) Os crimes contra as relações de consumo na Lei 8.137/90 
 
A Lei 8.137/90 também prevê condutas que ofendem as relações de 
consumo, também sendo tipificadas como crimes. Vejamos o art. 7º da 
Lei: 
 
Art. 7° Constitui crime contra as relações de consumo: 
I - favorecer ou preferir, sem justa causa, comprador ou freguês, 
ressalvados os sistemas de entrega ao consumo por intermédio de 
distribuidores ou revendedores; 
II - vender ou expor à venda mercadoria cuja embalagem, tipo, 
especificação, peso ou composição esteja em desacordo com as 
prescrições legais, ou que não corresponda à respectiva classificação 
oficial; 
III - misturar gêneros e mercadorias de espécies diferentes, para 
vendê-los ou expô-los à venda como puros; misturar gêneros e 
mercadorias de qualidades desiguais para vendê-los ou expô-los à 
venda por preço estabelecido para os demais mais alto custo; 
IV - fraudar preços por meio de: 
a) alteração, sem modificação essencial ou de qualidade, de elementos 
tais como denominação, sinal externo, marca, embalagem, 
especificação técnica, descrição, volume, peso, pintura ou acabamento 
de bem ou serviço; 
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b) divisão em partes de bem ou serviço, habitualmente oferecido à 
venda em conjunto; 
c) junção de bens ou serviços, comumente oferecidos à venda em 
separado; 
d) aviso de inclusão de insumo não empregado na produção do bem 
ou na prestação dos serviços; 
V - elevar o valor cobrado nas vendas a prazo de bens ou serviços, 
mediante a exigência de comissão ou de taxa de juros ilegais; 
VI - sonegar insumos ou bens, recusando-se a vendê-los a quem 
pretenda comprá-los nas condições publicamente ofertadas, ou retê-
los para o fim de especulação; 
VII - induzir o consumidor ou usuário a erro, por via de indicação ou 
afirmação falsa ou enganosa sobre a natureza, qualidade do bem ou 
serviço, utilizando-se de qualquer meio, inclusive a veiculação ou 
divulgação publicitária; 
VIII - destruir, inutilizar ou danificar matéria-prima ou mercadoria, 
com o fim de provocar alta de preço, em proveito próprio ou de 
terceiros; 
IX - vender, ter em depósito para vender ou expor à venda ou, de 
qualquer forma, entregar matéria-prima ou mercadoria, em condições 
impróprias ao consumo; 
Pena - detenção, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, ou multa. 
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II, III e IX pune-se 
a modalidade culposa, reduzindo-sea pena e a detenção de 
1/3 (um terço) ou a de multa à quinta parte. 
 
Vejam que o § único prevê expressamente a modalidade CULPOSA 
para ALGUMAS das condutas (não todas). No caso de se tratar de 
conduta culposa (nas hipóteses admitidas), a pena privativa de liberdade 
será reduzida em 1/3 e a de multa em 1/5. 
Isso é importante, pois vocês devem saber que há possibilidade de 
crime culposo contra as relações de consumo e que não se aplica a regra 
geral da punibilidade dos crimes culposos, que geralmente se dá com o 
estabelecimento de um novo tipo penal com penas mínimas e máximas 
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em patamares diferentes, sendo, neste caso, uma CAUSA DE 
DIMINUIÇÃO DE PENA. 
 
Por hoje chega! 
Bons estudos pra vocês! 
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01 - (FCC - 2009 - TCE-GO - ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO - 
DIREITO) 
Constitui crime funcional contra a ordem tributária, dentre outros, 
A) negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou 
documento equivalente, relativo à venda de mercadoria ou à prestação de 
serviço efetivamente realizada, ou fornecer a nota em desacordo com a 
legislação. 
B) fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou 
omitindo operação de qualquer natureza, em documento ou livro exigido 
pela lei fiscal. 
C) exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou 
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de iniciar seu exercício, 
mas em razão dela, vantagem indevida; ou aceitar promessa de tal 
vantagem, para deixar de lançar ou cobrar tributo ou contribuição social, 
ou cobrá-los parcialmente. 
EXERCÍCIOS PARA PRATICAR 
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D) falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou 
qualquer outro documento relativo à operação tributável. 
E) omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades 
fazendárias. 
 
02 - (FCC - 2010 - TCE-AP - PROCURADOR) 
Nos crimes contra a ordem tributária, 
A) não tipifica delito funcional o ato de utilizar ou divulgar programa de 
processamento de dados que permita ao sujeito passivo da obrigação 
tributária possuir informação contábil diversa daquela que é, por lei, 
fornecida à Fazenda Pública. 
B) é admissível o concurso de pessoas apenas na forma de coautoria. 
C) a pena pode ser aumentada até a metade, se praticado o delito por 
funcionário público e ocasionar grave dano à coletividade. 
D) é punível apenas a supressão de tributo ou contribuição social. 
E) é admissível a forma culposa. 
 
03 - (FCC - 2006 - BACEN - PROCURADOR - PROVA 2) 
Nos crimes contra a ordem tributária, 
A) não cabe a chamada delação premiada. 
B) o sujeito ativo não pode ser funcionário público. 
C) a pena pecuniária deve ser fixada em dias-multa. 
D) a ação penal é pública ou privada. 
E) a pena de multa pode ser elevada até o triplo. 
 
04 - (FCC - 2009 - SEFAZ-SP - AGENTE FISCAL DE RENDAS - 
PROVA 2) 
Nos crimes contra a ordem tributária, 
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A) é inadmissível a forma culposa. 
B) o sujeito ativo é sempre o contribuinte ou funcionário público. 
C) é inadmissível o concurso de pessoas. 
D) é cabível a tentativa, se formais. 
E) são puníveis apenas condutas comissivas. 
 
05 - (FCC - 2010 - TRE-AM - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA 
ADMINISTRATIVA) 
De acordo com a Lei nº 8.137/90, são circunstâncias que podem agravar 
as penas previstas para os crimes contra a Ordem Tributária, a Economia 
e as Relações de Consu- mo, praticados por particulares, dentre outras, 
A) valer-se de posição dominante no mercado para elevar, sem justa 
causa, o preço de bem ou serviço. 
B) estabelecer monopólio com a finalidade de eliminar a concorrência. 
C) praticar o crime em relação à prestação de serviços essenciais à vida 
ou à saúde. 
D) cometer o crime em detrimento de pessoa maior de 70 (setenta) anos. 
E) ocasionar prejuízo à sociedade controlada pelo Poder Público. 
 
06 - (ESAF – 2003 – ANALISTA TRIBUTÁRIO DA RECEITA 
FEDERAL) 
A Lei Federal nº 8.137, de 27 de dezembro de 1990, acresceu o seguinte 
tipo penal aos crimes funcionais contra a ordem tributária, além dos 
previstos no Código Penal: 
 
a) extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, de que 
tenha guarda em razão da função; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou 
parcialmente, ainda que não acarrete pagamento indevido ou inexato do 
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tributo. 
b) patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a 
administração fazendária, valendo-se da condição de funcionário público. 
c) exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora 
da função, ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem 
indevida. 
d) facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contrabando ou 
descaminho. 
e) retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-
lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou 
sentimento pessoal. 
 
07 - (ESAF – 2002 – AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO 
BRASIL) 
Constitui crime contra a ordem econômica, previsto na Lei n.º 8.137/90: 
 
a) fazer propaganda, transmissão ou difusão de publicidade, em 
detrimento de concorrência. 
b) auxílio à constituição, funcionamento ou desenvolvimento de empresa 
concorrente. 
c) prestar o diretor, administrador ou gerente de empresa, à autoridade 
competente, informação sobre o custo de produção ou preço de venda. 
d) vender ou oferecer à venda mercadoria, ou contratar ou oferecer 
serviço, por preço inferior ao oficialmente tabelado, ao fixado por 
órgão ou entidade governamental, e ao estabelecimento em regime legal 
de controle. 
e) subordinar a venda de bem ou a utilização de serviço à aquisição de 
outro bem, ou ao uso de determinado serviço. 
 
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08 - (ESAF – 2001 – PROCURADOR DO BANCO CENTRAL DO 
BRASIL) 
De acordo com a Lei no 8.137/90, que define crimes contra a ordem 
tributária, econômica e contra as relações de consumo, é possível afirmar 
que: 
 
a) apenas a redução ou supressão de imposto constitui crime. 
b) só condutas comissivas são tipificadas. 
c) há previsão de crimes formais. 
d) o sujeito ativo é somente o contribuinte. 
e) admite-se a responsabilidade penal da pessoa jurídica. 
 
09 - (ESAF – 2002 – AUDITOR FISCAL DE RENDAS ESTADUAIS – 
SEFA/PA) 
Os crimes cometidos por agentes públicos contra a ordem tributária, 
previstos na Seção II do Capítulo I da Lei nº 8.137/90, são apenados 
com: 
 
a) detenção 
b) multa 
c) detenção e multa 
d)reclusão e multa 
e) reclusão 
 
10 - (CESPE – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL – 2004) 
No item a seguir, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma 
assertiva a ser julgada. 
Uma indústria lançou no mercado nacional um pequeno lote de pneus 
automotivos que, posteriormente, descobriu-se ter sido fabricado com 
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material de baixa qualidade, que poderia romper-se caso fosse submetido 
às temperaturas que os pneus alcançam quando um automóvel é 
conduzido em alta velocidade sobre asfalto muito quente. Mesmo 
conscientes do defeito, os diretores da empresa decidiram manter silêncio 
sobre o fato, para evitar danos à imagem da empresa. 
 
Nessa situação, os referidos diretores cometeram crime punível com pena 
restritiva de liberdade, mesmo que nenhum acidente tenha resultado 
diretamente do referido defeito de fabricação. 
 
11 - (FCC – ANALISTA DO MPU – ÁREA PROCESSUAL – 2007) 
O emprego, na reparação de produtos, de peças ou componentes de 
reposição usados 
 
a) constitui crime contra as relações de consumo mesmo que se esse 
procedimento seja feito com autorização do consumidor e não ocasione 
dano ao produto. 
b) só constitui crime contra as relações de consumo se esse 
procedimento, embora com autorização do consumidor, ocasionar dano 
ao produto. 
c) só constitui crime contra as relações de consumo se esse procedimento 
for feito sem autorização do consumidor. 
d) só constitui crime contra as relações de consumo se esse 
procedimento for feito em época de grave crise econômica, ainda que 
com autorização do consumidor. 
e) só constitui crime contra as relações de consumo se esse 
procedimento, com ou sem autorização do consumidor, for feito em 
operações que envolvam produtos essenciais. 
 
12 - (CESPE – AGU – PROCURADOR FEDERAL – 2010) 
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Acerca dos crimes relativos a licitação, crimes contra a fé pública e crimes 
contra as relações de consumo, julgue o item a seguir. 
Segundo o STJ, o crime de exposição à venda de mercadoria em 
condições impróprias ao consumo é material, não bastando, para a sua 
caracterização, a potencialidade lesiva. 
 
13 - (CESPE – AGENTE DE TRIBUTOS ESTADUAIS/MT – 2004) 
Julgue o item a seguir. 
A conduta daquele que expôs à venda mercadoria com peso inferior ao 
consignado na respectiva embalagem é punida também a título de culpa. 
 
14 - (CESPE – PROCURADOR DO MP JUNTO AO TC/DF – 2002) 
O item a seguir apresenta uma situação hipotética, seguida de uma 
assertiva a ser julgada. 
Paulo, proprietário de lanchonete, mantinha em seu depósito várias latas 
de maionese, atum, milho e outros produtos, para confecção dos 
sanduíches que vendia. Ocorre que a data de validade desses enlatados 
estava ultrapassada há mais de um mês. Nessa situação, Paulo cometeu 
crime contra as relações de consumo, sendo despicienda a verificação 
pericial após a apreensão do produto, de ser este realmente impróprio 
para o consumo, já que o crime em questão é de perigo presumido. 
 
15 - (FCC – 2007 – ISS/SP – AUDITOR FISCAL TRIBUTÁRIO 
MUNICIPAL) 
Nos crimes contra a ordem tributária, 
a) a pena deve ser aumentada se praticados em relação ao comércio de 
bens essenciais à vida ou à saúde. 
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b) a pena de multa deve ser fixada entre 10 (dez) e 180 (cento e oitenta) 
dias-multa. 
c) o sujeito ativo só pode ser funcionário público. 
d) a pena de multa não pode ser diminuída, mesmo que de excessiva 
onerosidade para o agente. 
e) a ação penal é privada. 
 
16 - (ESAF – 2002 – SEFAZ/PA - AUDITOR FISCAL DE RECEITAS 
ESTADUAIS) 
Os crimes cometidos por agentes públicos contra a ordem tributária, 
previstos na Seção II do Capítulo I da Lei nº 8.137/90, são apenados 
com: 
a) detenção 
b) multa 
c) detenção e multa 
d) reclusão e multa 
e) reclusão 
 
QUESTÕES COMENTADAS 
 
 
01 - (FCC - 2009 - TCE-GO - ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO - 
DIREITO) 
Constitui crime funcional contra a ordem tributária, dentre 
outros, 
A) negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou 
documento equivalente, relativo à venda de mercadoria ou à 
prestação de serviço efetivamente realizada, ou fornecer a nota 
em desacordo com a legislação. 
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B) fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, 
ou omitindo operação de qualquer natureza, em documento ou 
livro exigido pela lei fiscal. 
C) exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou 
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de iniciar seu 
exercício, mas em razão dela, vantagem indevida; ou aceitar 
promessa de tal vantagem, para deixar de lançar ou cobrar tributo 
ou contribuição social, ou cobrá-los parcialmente. 
D) falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de 
venda, ou qualquer outro documento relativo à operação 
tributável. 
E) omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades 
fazendárias. 
COMENTÁRIOS: Os crimes contra Ordem Tributária, previstos nos arts. 
1° a 3° da Lei 8.137/90 são comuns nos dois primeiros casos e funcionais 
apenas no caso do art. 3°. Vejamos as condutas incriminadas no art. 3° 
da Lei: 
Art. 3° Constitui crime funcional contra a ordem tributária, além 
dos previstos no Decreto-Lei n° 2.848, de 7 de dezembro de 
1940 - Código Penal (Título XI, Capítulo I): 
I - extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, 
de que tenha a guarda em razão da função; sonegá-lo, ou 
inutilizá-lo, total ou parcialmente, acarretando pagamento 
indevido ou inexato de tributo ou contribuição social; 
II - exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou 
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de iniciar seu 
exercício, mas em razão dela, vantagem indevida; ou aceitar 
promessa de tal vantagem, para deixar de lançar ou cobrar 
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tributo ou contribuição social, ou cobrá-los parcialmente. Pena - 
reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. 
III - patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado 
perante a administração fazendária, valendo-se da qualidade de 
funcionário público. Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) 
anos, e multa. 
Portanto, temos que a conduta descrita na alternativa C e amolda à 
hipótese do inciso II do art. 3° da Lei. 
Assim, a alternativa correta é a letra C. 
 
02 - (FCC - 2010 - TCE-AP - PROCURADOR) 
Nos crimes contra a ordem tributária, 
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