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GABARITO AD2 (2008-01) DE BIOQUÍMICA I: QUESTÃO 1: a) Os capsídeos, em geral, são formados a partir de subunidades protéicas que interagem entre si por pontes de hidrogênio e/ ou interações hidrofóbicas. Tais interações não têm um caráter forte, e sendo assim podem se desestabilizar facilmente. O capsídeo do picornavírus é formado externamente por 3 proteínas (VP1, VP2, VP3), que se organizam segundo simetria icosaédrica. Sendo assim, ao se ligar ao seu receptor celular, a VP1 sofre uma mudança de conformação, que leva à desestabilização existente entre as subunidades protéicas que formam o capsídeo, e por conseqüência à expansão do mesmo. Tal ligação também resulta na exposição de uma região hidrofóbica dessa proteína, permitindo a interação (afinidade) com a membrana da célula hospedeira (que também é hidrofóbica). b)Variações de pH podem fazer com que um radical ionizável (NH2 ou COO-) da cadeia lateral dos aminoácidos que compõem a proteína receba ou doem prótons (H+). Redução no pH aumenta a concentração de prótons, logo a tendência é que esses radicais sejam protonados. Aumento no pH reduz a concentração de H+, logo apresentam o efeito contrário em radicais ionizáveis. A estrutura terciária de proteínas é mantida por interações (pontes de hidrogênio, forças de van der Waals) entre as cadeias laterais dos aminoácidos. Deste modo, a variação de pH no endossoma altera o equilíbrio das cargas que estabilizam a estrutura terciária, induzindo a um novo “dobramento” da molécula. Essa nova conformação provavelmente deixa exposta uma região da proteína que é capaz de interagir com os lipídeos da membrana. QUESTÃO 2: a)Nesta questão os alunos devem apresentar todos os cálculos obtidos na aula: Ci.Vi=Cf.Vf p/ tubo 1: 0,1mM. 0,2mL = Cf. 4mL Cf = 0,005 mM 0,005mM → x106 → 5000 nM 5000 nM – 1 L – 1000mL X – 4 ml X= 20 nmoles/tubo O mesmo deve ser feito para os tubos 2 a 6 e preencher o quadro abaixo. Tubo Padrão p-NP Tampão NaOH Abs405 Nmoles p-NP/tubo 0 0 3,0 1,0 0 0 1 0,2 2,8 1,0 0,108 20 2 0,4 2,6 1,0 0,214 40 3 0,8 2,2 1,0 0,414 80 4 1,2 1,8 1,0 0,605 120 5 1,5 1,5 1,0 0,766 150 6 1,8 1,2 1,0 0,938 180 A curva Padrão deve ser feita em papel milimetrado. Não aceitar gráficos feitos no computador ou em outro tipo de papel. Não deixem de cobrar que a reta passe pelo ponto 0,0 e que os eixos sejam identificados. b) Para o cálculo da atividade enzimática é necessário usar o valor do fator da reta obtido, ficando assim: Fator da reta = ABS........ nmoles/tubo Exemplo de Cáculo do fator: 0,108/20 = 5,4 x 10-3 Para obtermos a quantidade de pNP formado em nmoles/tubo. Ativ.Enzimática= nmoles/tubo min.µg E min = 15 minutos µg E = 0,15 µg E Em seguida, a tabela deve ser preenchida: Tubo Tampão p-NPP Enzima Temp. NaOH Abs405 (moles p-NP/tubo (moles p-NP/min.(gEnz 1 2,2 0,3 0,5 4 1,0 0,131 25,98 8,66 2 2,2 0,3 0,5 20 1,0 0,568 112,65 37,55 3 2,2 0,3 0,5 37 1,0 1,212 240,47 80,16 4 2,2 0,3 0,5 100 1,0 0,398 96,76 32,25 5 2,2 0,3 0,5 4 1,0 6 2,2 0,3 0,5 20 1,0 7 2,2 0,3 0,5 37 1,0 8 2,2 0,3 0,5 100 1,0 O gráfico da atividade da enzima em função da temperatura deve ficar semelhante a estes gráficos a seguir: Não esquecer que os gráficos deverão ser feitos em papel milimetrado. c) A temperatura ótima para a enzima é 37º C. Esta é uma enzima presente em sistemas digestivo de mamíferos, portanto espera-se que funcione melhor na temperatura fisiológica (em homeotérmicos). d)Ocorreu queda da atividade enzimática. A atividade de uma enzima depende de uma série de fatores, e um deles é a própria energia cinética do sistema. Em última análise a velocidade das moléculas. O encontro das moléculas de substrato com as moléculas de enzima é totalmente aleatório e depende da movimentação destas no meio. Quanto mais alta a temperatura, maior é a quantidade de energia e, portanto, mais rápida é a movimentação das moléculas. O aumento da movimentação favorece o encontro e conseqüentemente a reação em si. Nos tubos 1 a redução da temperatura reduziu também a colisão entre moléculas (baixa energia cinética). Logo, a taxa de transformação de produto em substrato tende a diminuir. Em conseqüência a atividade da enzima é reduzida. Este raciocínio não pode ser aplicado ao tubo 4 pois desta forma deveríamos obter uma curva crescente a medida que a temperatura aumenta. Neste caso é importante ter em mente que a estrutura tridimensional da proteína é fundamental para uma boa atividade. Contudo, esta estrutura é sustentada por um balanço ideal de cargas e também pela estabilidade dos átomos que compõem a molécula. Se o aumento da temperatura resulta no aumento da velocidade de movimentação das moléculas, podemos esperar que o mesmo ocorra no nível atômico. Desta forma quanto mais rápido os átomos da uma molécula se movimentam mais instável ela será, assim como sua estrutura tridimensional. A 100 °C a movimentação molecular e atômica é tão elevada que a enzima sofre desnaturação. A desnaturação enzimática reduz a sua atividade, já que o número de enzimas funcionais é efetivamente reduzido. É importante lembrar que este comportamento não é uma constante para todas as moléculas, uma vez que já são conhecidas substâncias que dependem de temperaturas elevadas para funcionar corretamente. QUESTÃO 3: a)O perfil do gráfico demonstra que a atividade enzimática está associada à geração de produto ao longo do tempo de reação. Até 60 minutos podemos dizer que ainda existe substrato suficiente para gerar produto, por isso a curva tem sempre a mesma inclinação, ou seja, dividindo-se a atividade pelo tempo, temos a velocidade da reação constante (resulta num mesmo valor). Após esse intervalo a curva muda de inclinação. Quando a atividade atinge a região 2, indica que mesmo deixando por mais tempo, a atividade não está mais aumentando. A velocidade da reação está diminuindo, a catálise está ficando cada vez mais lenta. Esse perfil se deve pelo fato de a concentração de substrato no meio está diminuindo quanto mais tempo deixamos a enzima catalisando. Isso indica uma maior dificuldade de encontro da enzima com o substrato, já que ele está fiando mais escasso no meio de reação num maior tempo. b)Neste gráfico é possível acompanhar a velocidade da reação da enzima em função da concentração de substrato. Observa-se que em baixas concentrações de substrato, qualquer pequeno aumento nessa concentração acarreta um grande aumento de atividade da enzima. Enquanto em concentração muito altas de substrato, mesmo aumentos muito grandes da concentração de substrato acarretam mudanças muito pequenas na atividade. Isso se deve ao fato de em altas concentrações de substrato a enzima estar saturada, isto é, todas as moléculas de enzima presentes no meio já estão participando de alguma reação, pode se dizer que a velocidade máxima foi atingida. c)As regiões 2 dos dois gráficos mostram situações bem diferentes. No gráfico de curva temporal, a enzima está, neste ponto, encontrando cada vez menos substrato, já que a concentração dele está diminuindo em função do tempo (o mesmo está sendo transformado em produto). Já no gráfico de concentração de substrato a região 2 mostra a enzima saturada de substrato, ele está em altas concentrações (ao contrário do gráfico anterior). Apesar de terem perfis semelhantes, com as regiões constantes, eles representam situações distintas, no primeiro gráfico a enzima está com velocidade muito baixa, na região 2 do segundo gráfico a velocidade é a máxima. d) Observa-se que em baixas concentração de substrato a o inibidoré capaz de reduzir a atividade enzimática aproximadamente pela metade. Já em concentrações de substrato altas os efeitos do inibidor são muito pouco percebidos. Esse tipo de comportamento sugere que estamos tratando de uma inibição do tipo competitiva, na qual o inibidor compete com o substrato pelo sitio ativo da enzima. Dessa forma, quando as moléculas de substrato são muito mais abundantes do que as de inibidor, elas tendem a se ligar com muito mais freqüência ao sitio ativo das enzimas. e) 1/Vmax = 0,08 Vmax = 12,5 nmol pNP/µg enz.min Com inibidor: -1/Km = -0,022 Km = 45,4 µM pNPP Sem inibidor: -1/Km = -0,047 Km = 21,3 µM pNPP Este inibidor altera Km, mas não interfere na velocidade máxima da reação. Este perfil de inibição é característico de inibidores competitivos. f) Inibidores enzimáticos podem ser irreversíveis ou reversíveis. Os irreversíveis se ligam à enzima, alterando sua estrutura permanentemente, de forma que ela não consegue mais catalisar reações. Os inibidores reversíveis alteram a conformação da enzima, mas não é permanente. Dividem-se em três tipos: Competitivos: Competem com o substrato pelo sítio ativo da enzima, tendo uma estrutura similar à do substrato. Alteram o Km, mas não interferem na Vmax. Não competitivos: Interagem com a enzima em outra região fora do sítio ativo, alterando a Vmax, mas não interferem com a afinidade da enzima pelo substrato (Km). Podem interagir com a enzima livre ou ligada ao substrato. Acompetitiva ou mista: O inibidor interage com o complexo ES, não interage com a enzima livre. Altera tanto a afinidade da enzima pelo substrato (Km) quanto na Vmax. Tipo de inibição Valor de KM Valor de VMax Irreversível Não se altera Reduz Reversível Competitiva Aumenta Não se altera Não-competitiva Não se altera Reduz Acompetitiva Reduz Reduz QUESTÃO 4: Dada a vitamina escolhida deve-se dizer se esta é hidrossolúvel, lipossolúvel ou nutriente tipo vitamina e dizer como essa vitamina atua no organismo. Como exemplo, a vitamina C ou ácido ascórbico (hidrossolúvel): a vitamina C é um co-fator da enzima prolil-hidroxilase, que converte prolina em hidroxiprolina, que é um aminoácido modificado presente na estrutura do colágeno (proteína presente no tecido conjuntivo em geral – ossos, dentes, cartilagens, etc). Além disso, essa vitamina funciona como um antioxidante, aumentando a absorção de ferro pelo intestino. Sua deficiência causa uma doença chamada escorbuto, que causa hemorragias na boca, perda de dentes e feridas que não cicatrizam. QUESTÃO 5: Os lipídios são compostos com estrutura molecular variada, apresentando diversas funções orgânicas, não sendo caracterizados por nenhum grupo funcional comum, e sim pela sua alta solubilidade em solventes orgânicos e insolubilidade em água. Com isso, apresentam natureza hidrofóbica. Avaliar se as moléculas propostas pelos alunos são realmente classificadas como lipídeos e se suas estruturas estão corretas. _1273077830.xls Gráf3 21.56 29.33 34.22 0 nmoles pNP/ min.mg enz Temperatura (ºC) Atividade (nmoles p-NP/ min.ug enz) Plan1 nmoles p-NP/ tubo A405 nm 0 0 20 0.068 40 0.129 80 0.222 120 0.333 nmoles pNP/ min.mg enz Temp. nmoles pNP/ min.mg enz 21.56 4 21.56 29.33 20 29.33 34.22 37 34.22 0 100 0 Plan1 0 0 0 0 0 0 0 A405 nm Quantidade de p-NP (nmoles/tubo) Absorbância (nm) Plan2 0 0 0 0 nmoles pNP/ min.mg enz Temperatura (ºC) Atividade (nmoles p-NP/ min.ug enz) Plan3 _1273077831.xls Gráf3 8.66 37.55 80.16 32.25 T °C Atividade Enzimática (nmoles p-NP/min.ug Enzima) Atividade x Temperatura Plan1 7.5 4.95 2.325 15 7.3 3.44 22.5 8.55 4.54 37.5 9.52 6.66 75 10.87 10 187.5 12.5 12.35 Plan1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 [ ] p-NPP Atividade Atividade enzimática Plan2 4 8.66 20 37.55 37 80.16 100 32.25 0 0 20 0.108 40 0.214 80 0.414 120 0.605 150 0.766 180 0.938 Plan2 0 0 0 0 0 0 0 [ ] p-NP ABS Cruva Padrão Plan3 0 0 0 0 T °C Atividade Enzimática (nmoles p-NP/min.ug Enzima) Atividade x Temperatura _1273074952.xls Gráf2 0 0.108 0.214 0.414 0.605 0.766 0.938 [ ] p-NP ABS Cruva Padrão Plan1 7.5 4.95 2.325 15 7.3 3.44 22.5 8.55 4.54 37.5 9.52 6.66 75 10.87 10 187.5 12.5 12.35 Plan1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 [ ] p-NPP Atividade Atividade enzimática Plan2 0.131 25.98 8.66 0.568 112.65 37.55 1.212 240.47 80.16 0.389 96.76 32.25 0 0 20 0.108 40 0.214 80 0.414 120 0.605 150 0.766 180 0.938 Plan2 0 0 0 0 0 0 0 [ ] p-NP ABS Cruva Padrão Plan3
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