Buscar

RelatorioPlanoAula (26)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREITO CIVIL V - CCJ0111
Semana Aula: 4
Validade do Casamento 1
Tema
Validade do Casamento 1
Palavras-chave
Objetivos
1. Diferenciar os pressupostos de existência, validade e eficácia do casamento. 
 
2. Identificar os impedimentos matrimoniais e estudar suas consequências jurídicas. 
 
3. Identificar as causas suspensivas para o casamento e estudar suas consequências 
jurídicas. 
 
4. Conceituar o casamento putativo e delinear as consequências jurídicas de seu 
reconhecimento. 
Estrutura de Conteúdo
1. Validade do Casamento. 
 
a. Existência, validade e eficácia do casamento. 
 
b. Impedimentos para o casamento. 
i. Oposição dos impedimentos. 
c. Causas suspensivas do casamento. 
i. Oposição das causas suspensivas. 
d. Casamento putativo e consequências jurídicas. 
Procedimentos de Ensino
O presente conteúdo pode ser trabalhado em uma única aula, podendo o professor dosá-lo 
de acordo com as condições (objetivas e subjetivas) apresentadas pela turma. 
 
Sugerimos que o professor inicie a aula retomando o conceito de casamento, os 
pressupostos de existência e os principais aspectos do procedimento de habilitação. 
 
Na aula anterior destacou-se que são pressupostos de existência do casamento: 
diversidade de sexos; consentimento de ambos os nubentes e autoridade competente em 
razão da matéria, analisando-se, desta forma, o plano do ser do casamento. Verificada a 
falta de um ou mais destes elementos, o casamento será considerado inexistente, ou seja, 
será considerado um nada jurídico ou um não-casamento, não podendo sequer ser 
reconhecido como putativo. 
 
Embora corriqueiramente haja confusão entre os planos de existência, validade e eficácia 
do casamento, tecnicamente eles não se confundem, bem como, não se confundem suas 
consequências jurídicas. Assim, enquanto no plano de existência se analisam os 
elementos fundamentais intrinsecamente ligados ao plano do ser; o plano da validade 
analisará os pressupostos estabelecidos em lei para a realização do ato (conformidade 
com a ordem jurídica); e o plano da eficácia se verifica a possibilidade do casamento 
produzir os efeitos que dele se espera ou não. A análise se dará de forma progressiva, 
partindo-se do pressuposto de existência do casamento. 
 
O plano da regularidade comporta duas categorias de formalidades: as preliminares 
(que antecedem o casamento e dizem respeito ao processo de habilitação, publicação dos 
editais e certificado de habilitação, estudados na aula anterior) e as concomitantes (que 
dizem respeito ao momento da celebração do casamento e que serão estudados na aula 
seis). Inexistentes estes pressupostos, o casamento poderá ser ineficaz. 
 
Partindo-se do pressuposto que o casamento é existente, deve-se seguir para a análise do 
plano de validade do casamento, que possui como elementos: condições naturais de 
aptidão física; condições naturais de aptidão intelectual; condições de ordem moral e 
social (Eduardo de Oliveira Leite, 2005, p. 56-67). 
 
Nas condições naturais de aptidão física analisam-se a puberdade (idade núbil, arts. 1.517 
e 1.520, CC); a potência (aptidão para conjunção carnal ); sanidade. Nas condições 
naturais de aptidão intelectual observa-se o consentimento, lembrando-se que o Direito de 
Família adotou uma teoria própria dos vícios do consentimento, só servindo à anulação 
do casamento o erro substancial quanto à pessoa do outro cônjuge e a coação moral 
(lembre que a coação física é causa de inexistência do casamento). Nas condições de 
ordem moral e social aferem-se o grau de parentesco entre os nubentes, a inexistência de 
casamento anterior e a viuvez. É neste plano que o casamento encontrará sua justificação 
plena. Assim, faltando qualquer dos pressupostos de validade, o casamento será inválido 
uma vez que eivado do vício que levará à nulidade absoluta ou relativa (objeto da 
próxima aula), conforme expressa previsão legal. 
 
Resumindo as diferenças entre os planos, Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald 
(2009, p. 141) ensinam que podem ser identificadas as seguintes situações com relação ao 
casamento: ?i) existir, ser válido e eficaz (casamento celebrado entre pessoas maiores e 
capazes e desimpedidas de casar entre si; ii) existir, ser inválido e ineficaz (o casamento 
celebrado entre irmãos, em incesto); iii) existir, ser inválido , porém eficaz (como no 
exemplo do casamento putativo ? aquele que é inválido, porém, em razão da boa-fé dos 
cônjuges, obtém eficácia por força de decisão judicial, conforme permissivo do art. 1.561 
da Lei Civil); iv) inexistir, ser inválido e ineficaz (é o casamento celebrado sem a 
manifestação de vontade dos nubentes)?. 
 
Desta forma, afetam diretamente o plano de validade do casamento e da união estável os 
impedimentos matrimoniais que são proibições legais taxativamente previstas no art. 
1.521, CC, que se destinam a vedar o casamento de uma pessoa com outra determinada 
ou o reconhecimento da união estável entre certas pessoas (art. 1.723, §1º., CC). 
 
Impedimentos e incapacidade para o casamento não se confundem. Afirma Maria 
Berenice Dias (2007, p. 147) que o ?impedimento, em sentido estrito, é a impossibilidade 
de alguém casar com determinada pessoa. Trata-se de proibição que atinge uma pessoa 
com relação a outra ou outras. Assim, não podem casar ascendentes com descendentes ou 
parentes até terceiro grau. Não se trata de incapacidade para o casamento, mas apenas 
impedimento para casar com certa pessoa, estando livre, no entanto para casar com quem 
lhe aprouver?. Portanto, a incapacidade é geral (o considerado incapaz não pode casar 
com quem quer que seja) e o impedimento se dirige a certa e determinada pessoa. 
 
Os impedimentos matrimoniais são constituídos por dois elementos: a) material que diz 
respeito à situação de fato ou de direito subjacente que justifica a proibição; e b) formal 
que corresponde à previsão legal expressa. Os impedimentos dirimentes públicos podem, 
então, ser didaticamente divididos em três categorias: impedimentos resultantes do 
parentesco (?impedimentum consanguinitatis? e ?impedimentum affinitatis?); 
impedimento resultante de vínculo (?impedimentum ligaminis sue vinculi?); 
impedimento resultante de crime (?impedimentum criminis?); todos igualmente normas 
de ordem pública e caráter cogente. 
 
Os impedimentos resultantes de parentesco estão previstos nos incisos I a V, do art. 
1.521, CC (para sua análise é importante que o professor relembre dos graus de 
parentesco estudados na aula 2): 
 
1. Não podem casar os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco civil ou 
natural. 
 
a. Finalidade: impedir o incesto e incentivar a exogenia familiar (preservação da 
eugenia). 
b. Pergunta-se: a filha de uma mulher casada, havida de uma relação adulterina e 
registrada em nome do marido, poderia se casar com o filho tido pelo verdadeiro 
pai com outra mulher? O impedimento só surgirá se alguém argui-lo, uma vez que 
juridicamente, ainda não são considerados irmãos. 
2. Não podem casar os afins em linha reta (qualquer que seja o grau) 
 
a. Finalidade: proteger a harmonia familiar e a ordem moral. 
b. Pergunta-se: pode o viúvo casar com a sogra? Não porque o parentesco por 
afinidade em linha reta não se extingue com a dissolução do casamento (art. 1.595, 
§2º, CC). 
c. Pergunta-se: pode o divorciado casar com a ex-cunhada? Pode, uma vez que o 
parentesco por afinidade na linha colateral extingue-se com a dissolução do vínculo 
conjugal (art. 1.595, CC). 
d. Há impedimento entre um homem e a filha da mulher de quem ele se divorciou, 
concebida com terceiro? Não, uma vez que entre eles não há relação de parentesco. 
e. Há impedimento para o casamento se a união que deu origem à afinidade for 
declarada nula? Não. Sendo declarada nula a união originária, o parentesco por ela 
criada também desaparece. 
3. Não podem casar oadotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem 
foi cônjuge do adotante; o adotado com o filho do adotante. 
 
a. Finalidade: proteger a harmonia familiar e a ordem moral. 
b. É dispositivo desnecessário em virtude da equiparação constitucional entre os 
filhos. 
4. Não podem casar os irmãos unilaterais ou bilaterais (ou germanos) e demais colaterais 
até terceiro grau inclusive. 
 
a. Finalidade: impedir o incesto, proteger a ordem familiar e incentivar a exogenia. 
b. Deve-se lembrar que o Decreto-Lei n. 3.200/41 autoriza o casamento entre 
colaterais de terceiro após a realização de exame pré-nupcial de compatibilidade 
sanguínea. Alguns autores entendem que a lei foi revogado pelo disposto no art. 
1.521, IV, CC e a manutenção deste tipo de casamento não faz sentido na atual 
sociedade (Paulo Luiz Netto Lôbo). Outros (como Luiz Edson Fachin) entendem 
que o vigente código não a teria revogado a lei, por se tratar de norma especial. Na 
prática, este tipo de casamento continua sendo admitido e foi o entendimento 
mantido pelo Enunciado 98 das Jornadas de Direito Civil. 
 
O impedimento resultante de vínculo está previsto nos incisos VI, do art. 1.521, CC ? 
não podem casar as pessoas já casadas. É impedimento resultando do próprio princípio da 
monogamia. 
a. Finalidade: preservar a família e a ordem moral. 
b. No entanto, é impedimento que não se aplica à união estável quando a pessoa já 
se encontrar separada de fato (art. 1.723, §2º., CC). 
c. Pergunta-se: a decretação de nulidade do primeiro casamento autoriza a 
validação ?ex tunc? do segundo casamento? Sim. 
d. Pergunta-se: o segundo casamento pode ser declarado putativo (art. 1.561, CC)? 
Sim, em virtude da boa-fé do contraente, reconhecendo-se a invalidade do 
casamento, mas não e retirando sua eficácia. 
O impedimento resultante de crime está previsto no inciso VII, do art. 1.521, CC ? não 
podem casar o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de 
homicídio contra o seu consorte (conhecido como conjugicídio). 
a. Finalidade: preservar a família e a ordem moral. 
b. Trata-se de impedimento que não exige qualquer forma de participação do 
cônjuge para a prática do crime (parte-se de uma ideia de conveniência presumida), 
no entanto, exige-se que o crime seja doloso. 
i. A restrição alcança o autor do crime e seu mandante. 
c. Para a configuração deste impedimento exige-se a condenação pelo crime. 
i. Se ocorrer absolvição ou prescrição punitiva, extingue-se o impedimento. 
ii. A prescrição executória, a reabilitação, a anistia, a graça e o perdão não 
fazem desparecer o impedimento. 
iii. O casamento, então, poderia ocorrer na fase de inquérito policial ou no 
curso do processo criminal? Poderia, mas os efeitos da condenação criminal 
retroagirão gerando a nulidade do casamento. 
iv. Subsiste o impedimento ainda que se prove que o casamento desfeito era 
nulo ou anulável. 
Os impedimentos podem ser opostos até o momento da celebração do casamento por 
qualquer pessoa capaz, Ministério Público ou pelo juiz ou oficial do Registro (art. 1.522, 
CC). O denunciante não precisa ter interesse específico em relação ao casamento, mas é 
necessário que se identifique uma vez que não se aceitam oposições anônimas (arts. 
1.529, CC). O denunciante deve apresentar a denúncia por escrito e indicar, ao menos, o 
local onde as provas podem ser obtidas. Opostos os impedimentos, a celebração do 
casamento deve ser suspensa até o trânsito em final da decisão que os julgará (o rito é 
sumário conforme o art. 67, §5º., da Lei de Registros Públicos). 
 
Ainda dentro dos pressupostos do casamento pode-se analisar as causas suspensivas 
taxativamente elencadas no art. 1.523, CC, que não se tratam de proibições, mas sim, de 
recomendações de natureza inibitória que se fazem para que os nubentes não casem em 
determinadas situações. 
 
A primeira causa suspensiva aconselha: não devem casar o viúvo ou a viúva que tiver 
filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha 
aos filhos. Visa-se, com isso, evitar a confusão patrimonial na proteção dos filhos 
herdeiros. Para afastar esta causa suspensiva não basta ter dado início à partilha, é preciso 
que ela já tenha sido efetivada. É causa que também pode ser afastada se o falecido não 
tiver deixado filhos ou patrimônio a ser partilhado. 
 
A segunda causa suspensiva sugere: não devem casar a viúva, ou a mulher cujo 
casamento se desfez por ser nulo ou tiver sido anulado, até dez meses depois do começo 
da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal. Visa evitar a ?turbatio sanguinis?. No 
entanto, com a disseminação e barateamento dos exames de DNA é regra que não 
precisaria estar prevista na lei. Comprovada a inexistência de gravidez ou se o filho 
nascer após o decurso do prazo ou ainda que o casamento anterior foi anulado por 
impotência ?coeundi? está afastada a causa suspensiva. 
 
A terceira causa suspensiva recomenda: não devem casar o divorciado, enquanto não 
houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal. Se demonstrado que 
não haverá prejuízo patrimonial para o outro cônjuge pode o juiz dispensar a 
obrigatoriedade do regime de separação de bens. 
 
A última causa suspensiva propõe que: não devem casar o tutor ou o curador e os seus 
descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou 
curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as 
respectivas contas. 
 
Tem por intenção afastar pressão indevida para casamento que poderia trazer prejuízos 
patrimoniais aos tutelados e curatelados. A causa suspensiva cessa com a extinção da 
tutela ou da curatela com a respectiva aprovação das contas. 
 
Embora a nomenclatura possa levar à equivocada ideia de que são situações que 
suspendem a celebração do casamento, as causas suspensivas, uma vez que estatuídas no 
interesse particular, não obstam a realização da cerimônia e, tão-pouco, geram a anulação 
ou nulidade do casamento, que será considerado irregular, impondo-se aos cônjuges a o 
regime de separação de bens (art. 1.641, I, CC). Por fim, vale lembrar, que as causas 
suspensivas não se aplicam à união estável (art. 1.723, §2º., CC). 
 
A oposição das causas suspensivas só pode ser feita pelos parentes (consanguíneos ou 
afins) em linha reta de um dos nubentes, pelos colaterais de segundo grau (consanguíneos 
ou afins), conforme art. 1.524, CC , podendo ser apresentadas até o momento da 
celebração do casamento. O denunciante deve identificar-se, apresentando denúncia por 
escrito e indicando, ao menos, o local onde as provas podem ser obtidas (arts. 1.529 e 
1.530, CC). 
 
Embora a oposição dos impedimentos e das causas suspensivas só possa ser feita até a 
celebração do casamento, nada impede que após a sua celebração seja proposta ação 
autônoma ou que sejam arguidos incidentalmente em outras ações (como de separação ou 
inventário). 
 
CASAMENTO PUTATIVO 
 
O casamento putativo é o casamento nulo ou anulável contraído de boa-fé por um ou por 
ambos os cônjuges (art. 1.561, CC). A boa-fé aqui se refere ao desconhecimento (no 
momento da celebração) do(s) nubente(s) quanto a impedimentos que viciavam o 
casamento, incorrendo em erro (desculpável) de fato ou de direito. São exemplos 
clássicos desta espécie de casamento: os irmãos que se casaram sem conhecer a sua 
condição de irmãos; a mulher que casa com homem já casado sem conhecer sua situação 
anterior. 
 
A putatividade, para gerar efeitos, deve ser expressamente prevista na sentença que 
declara nulo ou desconstitui o casamento, dependendo, para isso, de requerimento 
expresso das partes . A sentença deve indicar quais são os efeitos (art. 1.564, CC) que 
incidirão sobre aquele casamento. Eduardo de Oliveira Leite (2005, p. 113) enumera 
como principais efeitos: 
1. Se ambos oscônjuges estavam de boa-fé: ?validade dos pactos antenupciais até a 
data da anulação; as doações antenupciais não são devolvidas; direito à herança é 
plenamente aplicável; direito aos alimentos até a data da sentença anulatória; uso 
do nome do outro cônjuge até a data da sentença anulatória; permanência da 
afinidade que nunca se extingue?; manutenção do sobrenome de casado. 
2. Para o cônjuge de boa-fé: ?tem direito aos alimentos até a sentença anulatória; 
exerce o poder parental sobre os filhos; tem direito à meação do outro cônjuge; 
sucede aos filhos?. 
3. Para o cônjuge de má-fé: ?deve alimentos à família até a data da sentença 
anulatória; perde o poder parental sobre os filhos [salvo melhor interesse da criança 
ou adolescente]; não terá direito à meação do outro cônjuge; não sucede aos filhos, 
embora estes, naturalmente, o sucedem?; perda do sobrenome de casado (salvo 
demonstração de que a perda prejudicaria sua identificação no meio social ou com 
os filhos). 
 
Ao final da aula o professor deve perguntar se ainda existem dúvidas com relação aos 
tópicos abordados. Após, deve realizar breve síntese das diferenças entre os planos de 
existência, validade e eficácia do casamento, preparando o aluno para dar continuidade ao 
assunto na próxima aula: causas de invalidade do casamento. 
 
NOTAS: 
 
1- Vale lembrar que a ?impotentia coeundi? pode ser causa de anulação do casamento 
(art. 1.557, III, CC), já a ?impotentia generandi? não justifica a anulação do casamento 
porque a prole não é elemento essencial do casamento. Além disso, o casamento 
realizado ?in extremis vitae? dispensa a potência, por razões óbvias. 
 
2- A expressão impedimento é de origem canônica e salienta o caráter excepcional da 
regra proibitiva. No CC/16 os impedimentos que geravam a nulidade absoluta do 
casamento eram chamados de impedimentos absolutamente dirimentes. No CC/02 são 
denominados impedimentos absolutos ou dirimentes públicos. 
 
3- No CC/16 eram conhecidas como impedimentos proibitivos. 
 
4- No entanto, a jurisprudência tem admitido que mesmo pessoas que não tenham 
interesse direto apresentem a oposição de causas suspensivas desde que demonstrem que 
podem ser atingidas indiretamente. 
 
5- Pode também a putatividade ser requerida em ação autônoma declaratória da 
putatividade, promovida a qualquer tempo pela pessoa interessada. 
Estratégias de Aprendizagem
Indicação de Leitura Específica
Recursos
quadro e pincel; datashow
Aplicação: articulação teoria e prática
Caso Concreto
Quando eu tinha 18 anos minha mãe se casou com João, então com 50 anos. Por dois 
anos foram casados e felizes, mas minha mãe acabou morrendo em 2006 em virtude de 
um câncer de mama tardiamente descoberto e que lhe retirou a vida em pouquíssimos 
meses. Eu tinha um relacionamento muito bom com João e, após superarmos a morte 
prematura da minha mãe acabamos descobrindo que tínhamos muita coisa em comum. 
Resultado, começamos a namorar em 2008 e, em 2009 resolvemos casar. Fizemos todo o 
procedimento de habilitação para o casamento e, naquele mesmo ano, casamo-nos. Neste 
mês, no entanto, fomos surpreendidos por uma ação de anulação do casamento proposta 
pelo Ministério Público que afirma que a lei proíbe o nosso casamento em virtude do 
parentesco. Amo João e depois de tantos anos juntos não posso acreditar que nosso 
casamento esteja sendo questionado. O Ministério Público tem legitimidade para 
propor essa ação? Depois de tanto tempo já casados este pedido não estaria 
prescrito? Nunca tive nenhum um vínculo de parentesco com João, como esse fato 
pode estar sendo alegado? Justifique suas explicações à cliente em no máximo dez 
linhas.
Questão objetiva 1
(TJPE Titular de Serviços de Notas e de Registros 2013) Em relação ao casamento, é 
correto afirmar: 
a. Não pode casar o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a 
partilha dos bens do casal, podendo o ato ser anulado por seu ex-cônjuge.
b. O casamento religioso, que atender às exigências da lei para a validade do 
casamento civil, equipara-se a este, desde que registrado no registro próprio, data a partir 
da qual produzirá efeitos.
c. Os impedimentos matrimoniais podem ser opostos, até cinco dias após a publicação 
dos proclamas, por qualquer pessoa capaz.
d. É defeso a qualquer pessoa, de direito público ou privado, interferir na comunhão de 
vida instituída pela família por meio do casamento.
e. É nulo o casamento realizado por vício da vontade, se houve por parte de um dos 
nubentes, ao consentir, erro essencial quanto à pessoa do outro.
Questão objetiva 2
(TJPE 2013) São impedidos de casar:
a. o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens 
do casal.
b. o tutor com a pessoa tutelada, enquanto não cessar a tutela e não estiverem saldadas 
as respectivas contas.
c. os parentes colaterais até o quarto grau.
d. os afins em linha reta e em linha colateral.
e. o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do 
adotante.
Avaliação
Caso Concreto
Quando eu tinha 18 anos minha mãe se casou com João, então com 50 anos. Por dois 
anos foram casados e felizes, mas minha mãe acabou morrendo em 2006 em virtude de 
um câncer de mama tardiamente descoberto e que lhe retirou a vida em pouquíssimos 
meses. Eu tinha um relacionamento muito bom com João e, após superarmos a morte 
prematura da minha mãe acabamos descobrindo que tínhamos muita coisa em comum. 
Resultado, começamos a namorar em 2008 e, em 2009 resolvemos casar. Fizemos todo o 
procedimento de habilitação para o casamento e, naquele mesmo ano, casamo-nos. Neste 
mês, no entanto, fomos surpreendidos por uma ação de anulação do casamento proposta 
pelo Ministério Público que afirma que a lei proíbe o nosso casamento em virtude do 
parentesco. Amo João e depois de tantos anos juntos não posso acreditar que nosso 
casamento esteja sendo questionado. O Ministério Público tem legitimidade para 
propor essa ação? Depois de tanto tempo já casados este pedido não estaria 
prescrito? Nunca tive nenhum um vínculo de parentesco com João, como esse fato 
pode estar sendo alegado? Justifique suas explicações à cliente em no máximo dez 
linhas.
Gabarito: João e sua esposa são parentes em linha reta de primeiro grau por 
afinidade (enteada e padrasto) e, sabe-se, o vínculo por afinidade em linha reta não 
se extingue com a dissolução do casamento (art. 1595, CC). Portanto, sendo parentes 
em linha reta de primeiro grau há impedimento para o casamento (art. 1521, II, 
CC). Ainda que o impedimento não tenha sido notado durante o procedimento de 
habilitação qualquer interessado e o Ministério Público podem pleitear sua nulidade 
a qualquer tempo (arts. 1548, II e 1549, CC), uma vez que se trata de norma de 
ordem pública.
Questão objetiva 1
(TJPE Titular de Serviços de Notas e de Registros 2013) Em relação ao casamento, é 
correto afirmar: 
a. Não pode casar o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a 
partilha dos bens do casal, podendo o ato ser anulado por seu ex-cônjuge.
b. O casamento religioso, que atender às exigências da lei para a validade do 
casamento civil, equipara-se a este, desde que registrado no registro próprio, data a partir 
da qual produzirá efeitos.
c. Os impedimentos matrimoniais podem ser opostos, até cinco dias após a publicação 
dos proclamas, por qualquer pessoa capaz.
d. É defeso a qualquer pessoa, de direito público ou privado, interferir na comunhão de 
vida instituída pela família por meio do casamento.
e. É nulo o casamento realizado por vício da vontade, se houve por parte de um dos 
nubentes, ao consentir, erro essencial quanto à pessoa do outro.
Gabarito: D - art. 1513, CC
Questão objetiva 2
(TJPE 2013) São impedidos de casar:
a. o divorciado,enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens 
do casal.
b. o tutor com a pessoa tutelada, enquanto não cessar a tutela e não estiverem saldadas 
as respectivas contas.
c. os parentes colaterais até o quarto grau.
d. os afins em linha reta e em linha colateral.
e. o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do 
adotante.
Gabarito: E - art. 1521, CC.
Considerações Adicionais
Referências Bibliográficas:
Nome do livro: Direito das Famílias
Nome do autor: FARIAS, Cristiano Chaves; ROSENVALD, Nelson.
Editora: Lumen Juris
Nome do capítulo: Capítulo II O Casamento
Número de páginas do capítulo: 73

Outros materiais