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TUTELAS PROVISÓRIAS No CPC de 73, possuíamos apenas 2 tipos de medidas de satisfação do direito pleiteado, a ação cautelar e a tutela antecipada. No Novo CPC, instituiuse o gênero Tutela provisória para as 2 espécies de tutelas: tutela provisória de urgência e a tutela provisória de evidência (figura criada pelo NCPC). O novo dispositivo uniu os institutos do CPC de 73, os inserindo dentro da espécie Tutelas provisórias de urgência. Assim: 1) Tutela Provisória de Urgência: é necessário que a configuração de um perigo de dano irreparável ou de difícil reparação + verossimilhança (prova) do direito + possibilidade de reversão. A) Tutela Provisória de Urgência Antecipada: Nessa tutela, o que se busca é a antecipação do mérito que só seria concedida na sentença. Como o objeto do direito é de caráter urgente, pelo qual a espera poderia configurar um perigo de dano irreparável ou de difícil reparação, o legislador permite a concessão antecipada do pedido. O que ocorre aqui é a satisfação do direito. È importante notar que, para a concessão, o pedido deve ser possível de reparação, uma vez que, durante o trâmite processual, o juiz pode mudar a decisão, e nos por fins do processo, proferir uma sentença negativa quanto ao que foi concedido, objeto do mérito. Exemplo: X precisa fazer uma cirurgia mas o plano de saúde não quer cobrir e ele não tem condições de arcar. Ai entra, pedindo a tutela antecipada do direito a realização da cirurgia e depois resolve o mérito. A grande inovação do CPC nesse tema, foi que, ao contrário do CPC de 73, no novo código, a tutela antecipada poderá ser pedida não só na inicial, mas também durante o curso do processo. Quando se trata do pedido na inicial, como o novo CPC, é possível o fracionamento desta, uma vez que, para que uma inicial seja feita, ela requer tempo, o que é incompatível, tendo em vista o caráter imediatista da urgência. Assim, possibilitouse que a tutela antecipada seja concedida em caráter antecedente, ou seja, possibilitou a apresentação de uma inicial constando apenas a discussão e o pedido da tutela antecipada. Após a sua distribuição e o deferimento, será concedido o prazo de 15 dias para que se emende a inicial, e esta esteja completa. Quando pedida durante o curso do processo, será tutela antecipada incidental. B) Tutela Provisória de Urgência Cautelar: Nessa tutela, o que se busca é o resguardo da utilidade do processo, ou seja, proteger o processo de algum problema que vai dificultar a discussão do seu mérito, conservando o direito. Ex: X está voltando de viagem, dirigindo de madrugada, de boa, ai de repente, sofre um acidente causado por um motorista embriagado. Por sorte, X tem uma testemunha do ocorrido. X entra com a ação e descobre que a testemunha está doente e pode vir a falecer a qualquer momento, ai como não sabe se ela vai viver até o momento processual de produção de provas, X pede a tutela cautelar, pedindo a oitiva de imediato da testemunha para que, depois, quando for o momento probatório, ele possa se valer do testemunho. A grande inovação do novo CPC nesse tema foi que, ao contrário do CPC de 73, não será mais necessário efetuar o duplo pagamento da ação quando em caráter antecedente, isso porque no novo CPC, a inicial da tutela cautelar antecedente (ou preparatória) se transforma na inicial principal. Assim, ao ingressar com a ação em caráter antecedente, pagase de imediato as custas, e efetivada a tutela cautelar, dáse o prazo de 30 dias para que a petição inicial definitiva seja apresentada no processo de conhecimento. 2) Tutela Provisória de Evidência: È uma figura nova criada pelo Novo CPC. Nessa tutela, o que se busca é evidenciar o direito, ou seja, o que se busca é mostrar para o juiz que o direito pleiteado é tão evidente, que o processo pode ser encurtado. È uma tutela não urgente, portanto, é dispensável a comprovação de perigo de dano irreparável. Apesar de não ter subclassificações, a Tutela Provisória de Evidência vai ocorrer em 3 situações: A) Quando o réu começa a praticar abusos no direito de defesa ou a praticar condutas procrastinatórias, a fim de atrasar o curso do processo e postergar a sentença. B) Quando o direito do autor só puder ser provado por documento e houver tese firmada em incidente de resolução de demanda repetitiva ou súmula vinculante. ( Se tiver como provar por documento + outro meio, ou o entendimento for feito por súmula impeditiva não cabe, tem que ser só documento e súmula vinculante ou IRDR) C) Quando houver condenação para a restituição de um bem dado em contrato de depósito. È importante salientar que os itens B e C podem ser concedidos liminarmente, ou seja, sem a prévia oitiva do réu. O item A não o pode ser pois depende de uma conduta exclusiva do réu. O Novo CPC vem com uma polêmica em relação a concessão liminar do pedido no caso do item C. Porque ele não parametriza os poderes da liminar, então, o juiz pode ou não conceder a condenação do réu de forma liminar, por haver essa omissão. Se o juiz optar pela condenação liminar, tecnicamente, há uma violação do direito de defesa do réu, o que é algo que pode ser objeto de posterior ação. Exemplo A: Z é réu e é litigante habitual. Sempre apresenta algo que acaba atrasando o processo, colocando jurisprudência errada, pleiteando algo que não consta da inicial, não impugna especificamente, etc. O juiz pode antecipar a tutela por não fazer sentido ele cumprir com todos os trâmites processuais sendo que é evidente que o réu está abusando do direito de defesa para retardar o processo. Exemplo B: X entra com ação pleiteando a restituição do valor pago de uma taxa. Já foi consolidado entendimento em sede de recurso repetitivo que a restituição para essa taxa é devida. O juiz pode conceder a antecipação da tutela, que é evidente, porque não faz sentido o processo tramitar com todos os aspectos e severidades do processo normal, se já se sabe que o direito é devido.
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