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Aula 3 Extinção do Contrato de trabalho

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Direito do trabalho II – Aula III
Terminação do contrato de trabalho
Hector Luiz
Conceito
Extinção é o modo pelo qual os contratos deixam de existir, ou seja, retornam à inexistência.
A CLT utiliza diversas nomenclaturas empregando-as como sinônimas, tais como rescisão, terminação e cessação, dissolução. Vide arts. 477 e §2º, 482, 483, 484, CLT e etc.
Princípios aplicáveis
Princípio da continuidade da relação de emprego;
Princípio das presunção favorável ao trabalhador. Ver súmula 212 do TST
Ônus da Prova - Término do Contrato de Trabalho - Princípio da Continuidade O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de serviço e o despedimento, é do empregador, pois o princípio da continuidade da relação de emprego constitui presunção favorável ao empregado.
Modalidades
As modalidades de extinção do contrato de trabalho podem ser normais e anormais.
Essas modalidades extintivas tendem a produzir efeitos jurídicos diferenciados, os quais se expressam, em regra pela incidência de verbas rescisórias de tipo e importância também distintos.
Extinção normal
É a morte natural do contrato, pode ter também a terminologia caducidade ou resolução do contrato. São as extinções que ocorrem com o implemento do termo final ou da condição resolutiva.
As formas normais de extinção são aplicadas aos contratos com prazo (ou tempo) determinado, em que exista um termo final previsto. 
Art. 443, § 1º CLT
Espécies de extinção normal
Pode ser:
Terminação antecipada do contrato a termo;
b) Força maior ou culpa recíproca;
c) Contratos submetidos à condição resolutiva.
DIREITOS:
Extinto o contrato por prazo determinado ou a termo, em seu fim o empregado terá direito a levantar o FGTS, a receber o saldo salários dos dias trabalhados, férias (simples ou proporcionais) e 13º salário.
Iniciativa do empregador
Iniciativa do empregado
Saldo de salário
Saldo de salário é o montante devido pelo empregador ao empregado, referente aos dias trabalhados no mês da rescisão.
No momento que o CT é extinto, as obrigações vencem antecipadamente, devendo ser liquidada no prazo do §6º do art. 477, CLT
Exemplo: José, recebia R$ 900, 00 por mês (tendo trabalhado 3 meses) e foi dispensado no dia 20.01.2011. neste caso terá direito ao pagamento do saldo de salário correspondente aos 20 dias trabalhados. 
 
Cálculo: 900 : 30 por dia -> saldo de salário = 30 x 20 = R$ 600,00.
a)Terminação antecipada do contrato a termo
I. Iniciativa do empregador: : de acordo com o Art. 479, CLT a extinção antecipada do contrato a termo, por iniciativa do empregador, sem justa causa do empregado, dá a este o direito a uma indenização correspondente à metade da remuneração do período que restava para o término natural do contrato.
 + 40% sobe o FGTS de acordo com o art. 14 do Decreto nº 99.684/90. Que aduz: nas extinções antecipadas dos contratos a termo (sem justa causa) é devida a indenização de 40% incidente sobre o FGTS, sem prejuízo do disposto no art. 479 da CLT.
Mesmo em sendo contrato por prazo determinado, o autor faz jus ao acréscimo de 40% do FGTS.
II. Iniciativa do empregado: quando o empregado toma a iniciativa de romper antecipadamente o contrato a termo, sem justa causa, a indenização é tarifada pelo Art. 480, CLT desde que o empregador não sofra prejuízos com o rompimento.
De acordo com a JURISPRUDÊNCIA o valor da indenização será de forma idêntica ao preceituado no art. 479 da CLT, sem exigir a prova do dano. Trata-se portanto, de indenização por perdas e danos, já que o empregado não paga ao seu patrão indenização por tempo de serviço.
b) Força maior ou culpa recíproca
A indenização nesses casos é prevista pela metade. A CLT não distingue força maior do caso fortuito, força maior engloba os dois casos. 
Art. 502, III, CLT – força maior
Art. 484, CLT c/c Súm. 14 TST– culpa recíproca
c) Contratos submetidos a condição resolutiva
1. quando o contrato se extingue por implemento da condição resolutiva devem ser aplicadas as regras referentes aos contratos indeterminados (aviso prévio, 40% sobre o FGTS, etc.)
2. se o empregado for demitido antes do implemento da condição terá direito ao aviso prévio ou a reintegração no emprego com salários até o implemento da condição.
Extinção anormal
Aplica-se ao contrato por prazo indeterminado, que é a regra do contrato de trabalho, sua forma de extinção se dará, sempre, de forma anormal, pois será necessária a ocorrência de um dos fatos legais para que se tenha a sua ruptura.
Espécies de extinção anormal
Resilição – distrato, despedida e demissão.
Resolução – justa causa, rescisão indireta e culpa recíproca.
Rescisão – nulidade do contrato.
Força maior – impossibilidade de execução.
Factum principis – paralisação temporária do trabalho.
Morte – do empregador pessoa física.
Extinção da empresa, fechamento e falência.
Aposentadoria - de 3 tipos.
Ope judicis – determinação judicial.
Suspensão disciplinar por mais de 30 dias consecutivos – Art. 474 da CLT.
Resilição 
É a extinção do contrato sem justa causa. 
São hipóteses de resilição: 
 
 
3. “Pedido de demissão”: é o tipo de terminação unilateral do CT indeterminado, cuja iniciativa é do empregado, sem justa causa do empregador.
1. Distrato: a resilição do contrato de trabalho pode se dar de 2 modos: bilateral ou unilateral. Quando ambas as partes ajustam o fim do contrato, chama-se distrato.
2. Dispensa ou despedida: é a terminação unilateral do CT indeterminado, cuja iniciativa é do rompimento é do empregador, sem justa causa do empregado
Resolução 
É a extinção do contrato por:
 justa causa, 
falta grave ou
culpa recíproca.
Arts. 482, 483, 484, CLT.
Rescisão
Rescisão é a extinção do contrato em face de sua nulidade.
Ex. objeto ilícito do contrato, simulação etc.
Nestes casos nada é devido, salvo o saldo de salários se ainda não foi pago e o FGTS.
Força maior
A força maior pode causar prejuízo, interromper ou extingui-lo.
Para estes casos a lei concede a benesse de o empregador pagar a indenização adicional do FGTS pela metade – 20% ou a indenização do Art. 478 pela metade.
Não é devido o aviso prévio, pois o empregador não tinha como prever a força maior.
Factum principis
É a paralisação temporária ou definitiva do trabalho em razão de ato de autoridade municipal, estadual ou federal, ou pela promulgação de lei ou resolução que impossibilite a continuação da atividade.
A autoridade que tomou a medida será responsável pela indenização resultante do contrato de trabalho. Art. 486, caput, CLT.
ATENÇÃO
A doutrina e a jurisprudência majoritárias não consideram o fechamento das casas de bingo caso de factum principis, já que estas funcionavam de forma precária. Portanto, não terão que indenizar em nada seus funcionários após terminação do contrato.
Morte
Não cabe aviso prévio, nem a indenização adicional de 40%, pois não houve despedida injusta, e sim a morte = (fato imprevisível)
Extinção da empresa, fechamento ou falência:
São devidas ao empregado todas as parcelas decorrentes da extinção – súmula 44 do TST. 
Para maior parte da doutrina, nesse caso é devido o aviso prévio, indenização adicional de 40%, bem como as penalidade previstas nos artigos 477, §6º, e 467 da CLT. 
Cessação da Atividade da Empresa - Indenização - Aviso Prévio
   A cessação da atividade da empresa, com o pagamento da indenização, simples ou em dobro, não exclui, por si só, o direito do empregado ao aviso prévio.
Aposentadoria
Na ótica trabalhista a aposentadoria pode ser de 3 tipos: compulsória, por invalidez e voluntária (espontânea).
1. compulsória: rompe o contrato de trabalho pelo patrão, que deverá pagar todas as verbas resilitórias, como se fosse uma despedida imotivada – Art. 51 da Lei nº 8.213/91
2. por invalidez: A aposentadoria por invalidez por ser provisória só rompe o contrato quando a Previdência Social a tornar definitiva, podendo este fato ocorrer mesmo após 5 anos. Já que a lei não impõe
qualquer limite.
SÚMULA 160, TST - Aposentadoria por Invalidez - Retorno ao Emprego – Indenização. Cancelada a aposentadoria por invalidez, mesmo após 5 (cinco) anos, o trabalhador terá direito de retornar ao emprego, facultado, porém, ao empregador, indenizá-lo na forma da lei.
3. espontânea: não rompe o contrato quando o empregado continua trabalhando após a concessão do benefício. Vide art. 49 da Lei nº 8.213/91.
Referida lei exigiu a baixa na CTPS e previu a possibilidade de o empregado continuar no emprego após o requerimento da aposentadoria.
O requerimento da aposentadoria pelo empregado , por si só, não rompe o contrato de trabalho, salvo se assim o desejar e pedir sua demissão.
Atualmente não há lei que determine a extinção do pacto laboral em virtude de aposentadoria voluntária.
Conclusão:
O requerimento/deferimento do pedido de aposentadoria, não extingue, por si só, o contrato de trabalho por iniciativa do empregado. Se o empregador após tomar conhecimento de que este se aposentou terá que pagar a indenização adicional de 40% sobre todos os depósitos do FGTS, inclusive sobre o período anterior à aposentadoria.
Nesse sentido OJ nº 361, SDI - I
Atenção! – OJ nº 361 da SDI - I
A aposentadoria espontânea não é causa de extinção do contrato de trabalho se o empregado permanece prestando serviços ao empregador após a jubilação. Assim, por ocasião da sua dispensa imotivada, o empregado tem direito à multa de 40% do FGTS sobre a totalidade dos depósitos efetuados no curso do pacto laboral.
Ope Judicis
Ocorre quando a terminação do contrato depende de autorização do Judiciário. (Art. 496, CLT).
É necessária para os empregados estáveis, pois a lei exige que o rompimento contratual se dê através do Judiciário, que se pronuncia na ação de inquérito judicial interposta pelo empregador para apurar e aplicar a justa causa no empregado estável. 
Suspensão disciplinar por mais de 30 dias consecutivos – Art. 474 da CLT.
Art. 474 - A suspensão do empregado por mais de 30 (trinta) dias consecutivos importa na rescisão injusta do contrato de trabalho.
O empregador não poderá suspender ou privar o empregado do exercício de suas funções por mais de 30 dias, sob pena de sofrer uma rescisão indireta. 
Tal procedimento implica falta grave do empregador, possibilitando ao empregado o ingresso de ação trabalhista, pleiteando a rescisão indireta de seu contrato de trabalho, como preceitua o 483 caput da CLT.

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