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* * Direito do Trabalho II Aula V – Rescisão indireta e Culpa Recíproca Hector Luiz * * Nomenclaturas Todos estes nomes são possíveis: Despedida indireta, Dispensa indireta, Rescisão forçada, Demissão forçada, Rescisão indireta, Justa causa do empregador. O empregador é quem comete falta grave na relação de emprego. * * Conceito É a faculdade que possui o empregado de romper o contrato por justo motivo quando o empregador praticar uma das hipóteses prevista em lei como justa causa. Diploma legal: Art. 483, CLT. * * Requisitos Devem ser preenchidos concomitantemente; sob pena da punição ser afastada pelo judiciário convertendo-se a despedida indireta em pedido de demissão. Já que foi o empregado que tomou a iniciativa. São 4 requisitos a saber: BASTA LEMBRAR DOS REQUISITOS DA JUSTA CAUSA COMUM – SÃO OS MESMOS! * * 1) Gravidade da falta do empregador A falta do empregador deve ser muito grave a ponto de tornar insuportável a continuidade da relação de emprego. Há a quebra de confiança. Uma síntese de faltas leves ou reiteração podem tornar grave a falta de modo a se tornar insuportável a convivência laboral. * * 2)Imediatidade, Atualidade, Contemporaneidade É um requisito recíproco, aplicado tanto nas faltas cometidas pelo empregado e pelo empregador. Logo que tomar conhecimento da falta deve romper o contrato, sob pena de perdoar a falta. O prazo máximo sugerido para doutrina é de 30 dias. Contudo, o caso concreto pode diminuí-lo ou estendê-lo. ATENÇÃO: Este prazo é uma construção doutrinária, não há artigo na CLT! * * 3) Teoria dos fatos determinantes Esta teoria conclui que entre a falta e a resolução do contrato por justa causa deve haver uma relação de causa e efeito, um nexo causal. RELEMBRANDO: Nexo causal é o vínculo existente entre a conduta do agente e o resultado por ela produzido! * * 4) Não ter havido perdão tácito ou expresso Se o empregado expressamente declarar que perdoa a falta praticada pelo patrão (empregador), não poderá mais tarde punir essa falta. LEMBRAR: Havendo o perdão não há que se falar em punição posterior! * * Forma - Teórica Em tese, a despedida indireta se opera-se apenas com a declaração de vontade emitida pelo empregado ao empregador. - Ope iuris. Bastaria simples comunicação ao empregador da extinção do contrato, seja via telegrama, pessoalmente ou através de ação judicial. O legislador expressamente apontou as únicas hipóteses em que o trabalhador poderá permanecer em serviço e postular judicialmente a resolução contratual. Art. 483, §3º, CLT. Nas demais hipóteses, a permanência no emprego é incompatível com a falta alegada. * * Forma – Prática Infelizmente, a prática tem nos demonstrado que ação trabalhista tem sido utilizada como meio para comunicar o empregador do afastamento do empregado em face do término do contrato. Assim, cabe ao trabalhador ingressar perante a Justiça do Trabalho com de rescisão indireta do contrato de trabalho. Julgada procedente tal ação, estará extinto o vínculo e, como punição, será o empregador condenado a pagar todas as verbas devidas em caso de despedida sem justa causa. * * Em síntese: Em regra, deve primeiro o empregado romper o contrato por rescisão indireta, comunicando este fato ao patrão. Num segundo momento deve-se postular a reclamação trabalhista após expirado o prazo do vencimento da obrigação contratual. Salvo as hipóteses do Art. 483, §3º, CLT * * Art. 483, §3º, CLT Apenas nestas hipóteses, alíneas “d” e “g” o empregado pode continuar no trabalho. Nas demais hipóteses a permanência no serviço é incompatível com a falta alegada. Devendo-se romper o contrato enquanto se ajuíza (ou para ajuizar) a ação trabalhista. d) Não cumprir o empregado as obrigações do contrato. g) O empregador reduzir seu trabalho, sendo este por peça ou tarefa... * * Pedido justo de demissão São hipóteses que não se encontram no rol de alíneas do Art. 483, CLT, por não se tratarem de rescisão indireta e sim de extinção justa. Elas estão nos §1º e §2º do 483. Tratam-se de pedido de demissão “justo”, isto é, pedido de demissão sem que o empregado tenha que conceder aviso prévio ao patão. Há outras hipóteses de demissão justa na CLT. Arts: 394 e 408 da CLT * * Tipos do Art. 483, CLT * * a) Serviços superiores às forças do empregado, defesos por lei, contrários aos bons costumes ou alheios ao contrato. O empregado deve prestar serviços que estejam relacionados com o trabalho e que sejam compatíveis com sua força física e intelectual e que sejam legais e não firam o bom costume. Exemplos: Artigos: 198 e 390 da CLT – (força física) Empregador que obriga empregado a vender produto falsificado como se fosse original Condomínio pede pra porteiro “puxar um gato” do prédio vizinho. * * b) Tratado pelo empregado ou superior hierárquico com rigor excessivo Rigor excessivo significa intransigência exagerada, má educação, maus tratos, tortura, ou falta de cortesia, desproporcionalidade na punição. Podem ser: repreensões verbais grosseiras; exagero nas ordens, perfeição na realização de tarefas, punições desnecessárias e excessivo, maus tratos, etc. Exemplos: >Assédio moral > Impedimento de ir ao banheiro ou sentar-se no horário de trabalho. * * c) Correr perigo manifesto de mal considerável Perigo significa um risco anormal, não previsto no contrato de trabalho. Manifesto é aquilo que é flagrante, indiscutível. O tipo estará afastado se o perigo a saúde não for iminente. Exemplos: Motorista de empresa / transportadora que sai pra viajar com caminhão ou com carro da empresa com pneus “carecas”. Empregador sabe da situação mas o obriga a trabalhar sob estas condições. FALTA DE EPI E EPC * * d) Não cumprimento das obrigações contratuais O contrato de trabalho implica em compromissos bilaterais decorrentes de lei. O acúmulo de faltas leves, sua reiteração pode se tornar grave e incidir nesse tipo. Ex. não pagamento de salário. Súmula 13, TST * * e) e f) praticar ato lesivo da honra...praticar ofensa física O primeiro consiste na ofensa moral à pessoa do trabalhador; tanto faz se a ofensa é cometida diretamente pelo empregador ou através de seus subordinados. O segundo caso é a ofensa física praticada pelo empregador ou por seus prepostos. A legítima defesa elide a falta. * * g) Redução de trabalho por parte do empregador quando este for por peça ou tarefa Se o empregado tem o salário fixado por produção e empregador reduz significativamente de forma a reduzir sensivelmente sua remuneração, estará configurado este tipo. Ex: PROFESSOR! OJ – SDI 1 – 244 - A redução da carga horária do professor, em virtude da diminuição do número de alunos, não constitui alteração contratual, uma vez que não implica redução do valor da hora-aula. * * Art. 407, CLT Importante! Quando o empregador não tomar as medidas para mudar o menor de função, quando esta lhe for prejudicial a saúde ou à moral, o trabalhador menor poderá lhe aplicar a justa causa prevista no art. 407, §U, da CLT * * Culpa recíproca Conceito: É a concorrência de culpas. Dificilmente é reconhecida pelas partes, pois ambas sempre se julgam com a razão. A culpa recíproca na maioria das vezes é reconhecida pelo judiciário, já que as partes sequer alegam-na em sua suas petições. É fato conhecido de ofício pelo juiz. Diploma legal: Art. 484, CLT * * Requisitos A) duas faltas graves; B)proporcionalidade entre as faltas; C)atualidade ou contemporaneidade; D) nexo de causalidade; * * Súmula 14 do TST A súmula 14 do TST se posicionou pela aplicação analógica do art. 484 da CLT para todas as verbas resilitórias no caso de culpa recíproca. 50% das férias proporcionais, 50% do aviso prévio; 50% do 13º proporcional; além do FGTS + 20%. As férias vencidas e 13º vencidos são devidos integralmente.
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