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Aula 10%2c 11 e 12 Estabilidade

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Direito do Trabalho – II – Estabilidade – Aula 10 a 12
 
Hector Luiz
Conceito:
Estabilidade de emprego é a garantia que o empregado tem de não ser despedido senão nas hipóteses previstas em lei ou no contrato. Esse direito atenua o poder potestativo do empregador de despedida.
Cargos e atividades que não ensejam a estabilidade
A ocupação ou cargo de confiança é sempre interina e ad nutum. Por isso o empregado pode ser afastado a qualquer momento, pois não se adquire qualquer tipo de estabilidade na função de confiança – Art. 499 c/c 468, §Ú da CLT.
O mesmo raciocínio se aplica ao empregado chamado a ocupar cargo provisoriamente. Art. 450, CLT.
Extinção da estabilidade
A estabilidade extingui-se pelo seu decurso, quando provisória, ou em qualquer caso:
em face da morte do empregado, 
sua aposentadoria, 
pedido de demissão, 
extinção da empresa, 
morte do empregador pessoa física, 
culpa recíproca, justa causa (art. 482, CLT),
pelos motivos contidos no §Ú do Art. 165 da CLT ou previstos em lei.
Hipóteses:
1. Estabilidade decenal (definitiva) e FGTS;
2. Estabilidade sindical;
3. Estabilidade da gestante;
4. Estabilidade do titular da CIPA;
5. Estabilidade do acidentado.
1. Estabilidade Decenal
Decenal: ao completar 10 anos ininterruptos de prestação de serviço ao mesmo empregador, o empregado adquiria a estabilidade de emprego. – Art. 492, CLT.
Tal estabilidade além de definitiva, só permitia a dispensa mediante prática de falta grave devidamente apurada através de inquérito judicial. Art. 492 a 494, CLT.
Estabilidade do FGTS
Com a lei nº 5.107/66 o FGTS foi criado e os empregados poderiam optar por ele e renunciar a proteção do Art. 478, CLT. Assim, o FGTS excluiu a possibilidade de aquisição da estabilidade decenal do empregado.
A CF/88 revogou o art. 492 e seguintes da CLT, tornando genérico o regime do FGTS para todos os trabalhadores como forma de proteção pelo tempo de serviço.
2. Estabilidade sindical
Estabilidade do dirigente sindical. O empregado eleito para o cargo de direção sindical, titular ou suplente tem estabilidade no emprego desde o registro de sua candidatura e, se eleito, até um ano após o término do mandato, salvo se cometer falta grave devidamente apurada e comprovada em inquérito judicial. 
Art. 543, §3º da CLT c/c art. 8º, VIII da CF, c/c súmula 369 e 379 do TST. – Imunidade sindical.
Súmula 369, TST
DIRIGENTE SINDICAL. ESTABILIDADE PROVISÓRIA 
I - É assegurada a estabilidade provisória ao empregado dirigente sindical, ainda que a comunicação do registro da candidatura ou da eleição e da posse seja realizada fora do prazo previsto no art. 543, § 5º, da CLT, desde que a ciência ao empregador, por qualquer meio, ocorra na vigência do contrato de trabalho.
 II - O art. 522 da CLT foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988. Fica limitada, assim, a estabilidade a que alude o art. 543, § 3.º, da CLT a sete dirigentes sindicais e igual número de suplentes.
 III - O empregado de categoria diferenciada eleito dirigente sindical só goza de estabilidade se exercer na empresa atividade pertinente à categoria profissional do sindicato para o qual foi eleito dirigente.
IV - Havendo extinção da atividade empresarial no âmbito da base territorial do sindicato, não há razão para subsistir a estabilidade. (PROVISÓRIA)
V - O registro da candidatura do empregado a cargo de dirigente sindical durante o período de aviso prévio, ainda que indenizado, não lhe assegura a estabilidade, visto que inaplicável a regra do § 3º do art. 543 da Consolidação das Leis do Trabalho.
Súmula nº 379, TST
A dispensa só pode ocorrer mediante apuração de inquérito judicial.
Nº 379 DIRIGENTE SINDICAL. DESPEDIDA. FALTA GRAVE. INQUÉRITO JUDICIAL. NECESSIDADE. (conversão da Orientação Jurisprudencial nº 114 da SBDI-1) - Res. 129/2005 - DJ 20.04.2005
O dirigente sindical somente poderá ser dispensado por falta grave mediante a apuração em inquérito judicial, inteligência dos arts. 494 e 543, §3º, da CLT. (ex-OJ nº 114 - Inserida em 20.11.1997)
3. Estabilidade da Gestante
De acordo com o art. 10, II, b, do ADCT a empregada gestante não pode ser dispensada desde a confirmação da gravidez até 5 meses após o parto.
Importa saber: 
a) conhecimento do empregador, 
b) conhecimento pela empregada, 
c) reintegração ou indenização, 
d) interrupção da gravidez, 
e) contrato a termo, 
f) doméstica.
a. Conhecimento pelo empregador
Art. 10, II, b do ADCT. 
Art. 391 da CLT.
Gestação é fato jurídico que dá estabilidade à gestante. Sendo assim, mesmo que o empregador desconheça o estado gravídico da empregada, não poderá demiti-la.
No mesmo sentido súmula: 244, I do TST.
A estabilidade visa PROTEGER A GESTANTE até 5 meses após o parto!
I - O desconhecimento do estado gravídico pelo empregador não afasta o direito ao pagamento da indenização decorrente da estabilidade (art. 10, II, "b" do ADCT).
b. Conhecimento pela empregada
A confirmação pela gravidez que refere à CF é referente aquela íntima da empregada, feita por exames, atestados etc. 
Entretanto, a jurisprudência majoritária se posiciona no sentido de que a empregada terá direito à reintegração ou indenização desde a CONCEPÇÃO (se esta se deu no curso do CT), pois é este o marco inicial da estabilidade, mesmo que a confirmação para gestante tenha ocorrido após a dispensa.
c. Reintegração ou indenização
Com a CF de 88 a gestante dispensada sem justa causa terá direito à reintegração enquanto estiver no curso da estabilidade, salvo quando o julgador perceber problemas entre empregada e empregador, assim converterá a reintegração em indenização.
Súmula 244, II, TST
II - A garantia de emprego à gestante só autoriza a reintegração se esta se der durante o período de estabilidade. Do contrário, a garantia restringe-se aos salários e demais direitos correspondentes ao período de estabilidade.
d. Interrupção da gravidez*
Independente do nascimento com vida da criança ou da interrupção da gestação por aborto não criminoso, tem a trabalhadora estabilidade enquanto estiver grávida.
Em caso de aborto, o art. 395 da CLT garante a mulher o direito ao repouso remunerado de 2 semanas após o aborto não criminoso, negando-lhe o direito de estabilidade após o parto.
e. Estabilidade – contrato a termo
O trabalhador estável, aqui incluída a gestante, tem estabilidade durante o contrato de trabalho, ou seja, enquanto não for implementado seu prazo final.Nesse sentido é a súmula 244, III do TST.
III - A empregada gestante tem direito à estabilidade provisória prevista no art. 10, inciso II, alínea “b”, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, mesmo na hipótese de admissão mediante contrato por tempo determinado.
 
f. Doméstica
Após a lei nº 11. 324/06 a doméstica passou a ter direito a estabilidade.
Contudo, entende-se neste caso, não haver a possibilidade de reintegração compulsória da doméstica sem o consentimento do patrão, por ser a casa asilo inviolável.
LC. 150/2015 – também garantiu.
4. Estabilidade do titular da CIPA
A Comissão Interna de Prevenção de acidente tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho.
Art. 163 da CLT c/c NR 5.
As CIPAS devem ser constituídas por estabelecimentos, empresas públicas e privadas.
A maioria dos estabelecimentos com mais de 19 funcionários está obrigada a constituir CIPA. Outras, dependendo da atividade econômica, só estarão obrigadas quando tiverem, mais de 29, 50, 100 etc. empregados.
Representante dos empregados
Ao empregado eleito para cargo de direção da CIPA - (vice presidente) foi garantida a estabilidade desde o registro da candidatura até um ano após o término do mandato – art. 10, II, a do ADCT e art. 165, CLT.
Tanto a CLT quanto a CF garantiram a estabilidade apenas dos empregados eleitos a cargo de direção, excluindo assim o (presidente) por ser designado pelo empregador de acordo com art. 164, §5º.
5. Estabilidade do Acidentado
Art. 118 da Lei. 8.213/91, o empregado acidentado goza de estabilidade
de 12 meses após a cessação do auxílio-doença. Nesse sentido a súmula 378, I do TST. 
Estão excluídos do benefício os domésticos.
Os rurais possuem este direito.
 Súmula 378, I - É constitucional o artigo 118 da Lei nº 8.213/1991 que assegura o direito à estabilidade provisória por período de 12 meses após a cessação do auxílio-doença ao empregado acidentado.
Requisitos
Requisitos para ter esta estabilidade:
A) ter ocorrido um acidente de trabalho ou doença a ele equiparado;
B) ter o empregado recebido auxílio-doença;
C) ter obtido alta médica.
IMPORTANTE: 
LER EM CASA ARTIGOS, 19, 20 E 21 DA LEI. 8.213/91
Acidente/auxílio doença/alta médica
A) o empregador deverá comunicar o acidente à previdência social até o primeiro dia útil seguinte – CAT – art. 22 da lei. 
B) para aquisição desta estabilidade é necessário que o empregado tenha recebido auxílio doença, isto é, que tenha sofrido lesão capaz de afastá-lo do trabalho por pelo menos 16 dias consecutivos Art. 59 da lei e S. 378, II, TST.
C) a estabilidade do acidentado começa a fluir após a cessação do benefício previdenciário, pois enquanto recebê-lo o CT do acidentado estará suspenso.
OUTRAS ESTABILIDADES
Empregado público – Art. 41, CF
Art. 41 da CF – a estabilidade do servidor público admitido mediante concurso é adquirida após 3 anos de efetivo exercício.
De acordo com a jurisprudência majoritária a garantia deste artigo atinge o empregado público da administração direta, autárquica e fundacional, estando excluídos os empregados da economia mista e empresa pública – súmula 390, I e II do TST.
Súmula 390 do TST
ESTABILIDADE. ART. 41 DA CF/1988. CELETISTA. ADMINISTRAÇÃO DIRETA, AUTÁRQUICA OU FUNDACIONAL. APLICABILIDADE. EMPREGADO DE EMPRESA PÚBLICA E SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. INAPLICÁVEL
I - O servidor público celetista da administração direta, autárquica ou fundacional é beneficiário da estabilidade prevista no art. 41 da CF/1988. 
II - Ao empregado de empresa pública ou de sociedade de economia mista, ainda que admitido mediante aprovação em concurso público, não é garantida a estabilidade prevista no art. 41 da CF/1988
Empregado público – Art. 19 ADCT
O artigo 19 do ADCT garantiu aos empregados públicos federais da administração direta autárquica e fundacional que contassem com mais de cinco anos da promulgação da Carta, a estabilidade no emprego.
Obs. O disposto acima não atinge aos cargos de confiança ou em comissão. E também não atinge os professores de nível superior.
Art. 19 ADCT
Art. 19 - Os servidores públicos civis da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, da administração direta, autárquica e das fundações públicas, em exercício na data da promulgação da Constituição, há pelo menos cinco anos continuados, e que não tenham sido admitidos na forma regulada no Art. 37, da Constituição, são considerados estáveis no serviço público.
Empregado de empresa pública e sociedade de economia mista
De acordo com o art. 173, §1º, inc. II da CF, as empresas públicas e as sociedades de economia mista estão sujeitas ao regime jurídico (celetista) próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações trabalhistas. Isto quer dizer que, quanto à investidura no emprego público (concurso público). O contrato e sua extinção são regidos pelos mesmos princípios e regras da CLT e não por aquelas típicas dos estatutários.
Membro do conselho nacional da previdência social
A Lei nº 8.213/91, art. 3º, § 7º, garante aos representantes dos empregados (três) no CNPS, titulares e suplentes, a estabilidade desde a nomeação até um ano após o término do mandato. Sua dispensa só pode ocorrer por justa causa apurada por inquérito judicial.
Membro do conselho curador do FGTS
Os representantes dos empregados no FGTS tem estabilidade desde a nomeação até um ano após o término do mandato, inclusive os suplentes.
Membro da Comissão de Conciliação Prévia da Empresa
O §1º do art. 625 – B da CLT proíbe a dispensa do representante dos empregados eleitos das comissões de conciliação prévia instituídas no âmbito das empresa, titulares e suplentes, salvo prática de justa causa. Sua estabilidade estende-se aos titulares e suplentes, e inicia-se com a eleição e prossegue até um ano após o término do mandato que é de um ano, permitida uma reeleição.

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