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Compilação de Direito Civil I P3

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• O Plano da Eficácia Jurídica: 
O ato que passou pelo Plano da Existência que tem os elementos essenciais, existem juridicamente e tem substância 
jurídica. Ele, porém, pode não ter validade, porque falta algum elemento do seu suporte fático, não valendo para o 
Direito. Podendo ser nulo ou anulável, dependendo do efeito maior ou menor. O ato nulo é ineficaz, não produz 
efeito nenhum a partir do momento que ele é praticado pelo agente. Mas os atos válidos nem sempre são eficazes, 
eles podem entrar no Plano da Validade, serem plenamente válidos (não possuírem nenhum defeito), mas podem 
não produzir efeito, porque há um elemento que não é essencial à constituição do ato, mas é acidental, foi aposto 
pela vontade das partes do negócio, ou seja, as partes de comum acordo resolveram acrescentar aquele elemento 
que pode impedir a 
Eficácia do ato, pode suspender a eficácia do ato, pode fazer extinguir a eficácia do ato, pode retardar a eficácia do 
ato, e pode também limitar da eficácia do ato. Assim, nós temos os elementos acidentais do ato: a condição, o termo 
e o modo ou encargo. 
1. A Condição (art. 121): espécies 
É aquele ato que futuro pode acontecer ou não, e os efeitos do negócio surgem ou extinguem a partir dessa 
condição. A condição é aposta pelas partes do negócio jurídico para modificar o efeito, as vezes, suspende o efeito 
(Condição Suspensiva) e também extingue os efeitos, resolvendo o negócio (Condição Resolutiva). A condição é 
sempre um acontecimento futuro, não pode ser algo que já aconteceu, nem algo que está acontecendo. É algo que 
pode vir futuramente e pode acontecer ou não, é um elemento externo do suporte fático porque o direito do titular 
está constituído, mas dependendo do exterior para complementá-lo, para completar o suporte fático. 
Todo fato que vai determinar o efeito do negócio. O efeito do negócio vai depender da ocorrência desse fato de 
comum acordo das partes, ambas aceitaram. 
Condição é o acontecimento futuro e incerto de que depende a eficácia do negócio jurídico. 
 1.1. Condição Suspensiva (art. 125): 
Impede os efeitos do negócio jurídico, ou seja, os efeitos estão subordinados ao acontecimento de um fato futuro e 
incerto. Se o fato futuro e incerto ocorrer, o titular adquire o direito; e se o fato não ocorrer, o titular não adquire o 
direito. Como, por exemplo, você ganha um carro se você passar em um concurso. Aqui o ato não foi puro e simples, 
porque houve uma condição aposta por uma das partes, uma interferência das partes (as partes determinaram os 
efeitos do ato de comum acordo). Então, uma condição suspensiva é aquela que suspende o efeito, a eficácia do ato 
praticado, o efeito do ato está dependente da verificação da condição da ocorrência do fato futuro e incerto. 
- Efeitos da Condição Suspensiva: 
a) O titular possui um direito futuro não definido, do tipo condicional. (Não deferido depende de um fato, 
circunstância. E o deferido depende apenas da vontade das partes). 
b) Se o fato, estipulado no negócio, se realizar, o direito do titular se tornará atual e o negócio produzirá os 
efeitos normais. (Ele adquiriu o direito com o implemento da condição, a condição se realizou e ele adquiriu o direito 
sobre o bem). 
c) Se o fato (a condição) não se realizar, o negócio será ineficaz (não produzirá efeitos). (É como se o negócio 
nunca tivesse sido realizado, não produz efeito nenhum e o negócio era plenamente válido, era existente, o suporte 
fático era completo, tinha todos os elementos. Porém não produzirá nenhum efeito porque os efeitos estavam 
dependentes de um acontecimento que não se realizou). 
 1.2 Condição Resolutiva (art. 127): 
As partes resolveram fazer o negócio jurídico e determinaram no contrato, através de uma cláusula de comum 
acordo, uma condição que vai extinguir os efeitos do negócio, uma Condição Resolutiva. Vamos encontrar em 
doação um exemplo, no art. 547 (O doador estipulou e o donatário aceitou que se o donatário morrer antes do 
doador, os bens doados voltaram ao patrimônio do doador, porque o doador não quer que esses bens sejam 
transmitidos para os descendentes do donatário. A morte então é causa absoluta da extinção do direito do 
donatário. Enquanto o donatário viver os bens estarão no patrimônio dele. Aqui o direito é personalíssimo, pois se 
extingue com a morte do donatário e não é transmitido para os seus herdeiros). 
Efeitos da Condição Resolutiva: 
a) O titular possui um direito atual e o negócio é plenamente eficaz. (O titular adquire o direito no momento que o 
negócio foi realizado e o negócio produz todos os efeitos). 
b) Se o fato (a condição) ocorrer, o direito do titular se extingue e o negócio jurídico se resolve. Era eficaz e torna-se 
ineficaz. (O negócio que era plenamente eficaz, onde estava produzindo todos os efeitos normais deixa de 
produzir os efeitos porque o fato futuro e incerto estipulado pelas partes se realizou). 
c) Se a condição não se realizar, o negócio jurídico continua a produzir seus efeitos normais. 
É o oposto da Condição Suspensiva. Pois nessa, o direito está suspenso até que ocorra o fato. Na Condição 
Resolutiva, o direito está plenamente eficaz, produzindo todos os efeitos, o direito está incorporado ao patrimônio 
do titular, mas se ocorrer o fato o titular perde o direito, o negócio se extingue e não produz mais efeito nenhum. 
1.3. Condições ilícitas (art. 122): 
As condições podem ser lícitas ou ilícitas, de acordo com o art. 122. São lícitas as condições que não contrariam, que 
não afrontam a lei, o ordenamento jurídico, a ordem pública, os bons costumes e a moral. 
 
1.3.1. Condições que atentam contra o ordenamento jurídico, a moral e os bons costumes (art.122, 1º 
parte): 
Toda condição que contraria a lei, a ordem pública, a moral e os bons costumes é ilícita. Se a condição imposta é 
imoral, é contrária a uma lei, então essa condição é ilícita. 
1.3.2. Condições Defesas (art.122, 2º parte): 
O legislador abrangeu entre as condições defesas (proibidas) se incluem as que privarem de todo o efeito o negócio 
jurídico. Quando a condição priva o efeito do negócio jurídico, a condição que foi aposta pelas partes impede que o 
efeito se realize, então a condição é considerada defesa (proibida) pelo legislador, portanto é ilícita. 
As condições defesas são: as perplexas (privam de todos os efeitos o negócio jurídico) e as potestativas (que 
depende do poder da vontade exclusiva de uma das partes, do livre arbítrio de uma das partes, é o poder de vontade 
que vai imperar). 
Vejamos uma condição perplexa: Eu dou um bem em comodato, faço um negócio em comodato, e determino uma 
cláusula pelo qual ela não pode usar o bem. O comodato é o uso gratuito do bem e se eu não permito que a outra 
pessoa use o bem, eu desnaturei completamente o negócio. Então eu privei o ato de todo o efeito jurídico, eu 
desnaturei o negócio e retirei o efeito jurídico que a própria lei estabelece. 
Vejamos uma condição potestativa: Eu irei dar uma passagem para as suas férias do final do ano se eu quiser. Aqui é 
um acontecimento futuro incerto, pois eu posso dar ou não e só depende de uma das partes e não das 
circunstâncias. Então, se tira todo o sentido, porque eu posso impedir que ocorra a condição ou fazer com que ela 
ocorra, ou seja, depende só de mim. De uma condição que pode ocorrer ou não, dependente da vontade de uma das 
partes e mais de ninguém. 
Quanto as potestativas, o legislador só trata das puramente potestativas: as que dependem do puro arbítrio de uma 
das partes, da vontade de uma das partes.. Mas veremos que o 
doutrinador considera dois tipos de potestativas: 
- As puramente potestativas (defesa): Portanto, são ilícitas. 
- As simplesmente (ou meramente) potestativas(válida): Portanto são lícitas. Vejamos um exemplo: Eu dou uma 
passagem para suas férias se eu quiser e também se eu tiver dinheiro. Aí é uma condição mista, porque não só 
depende da vontade e uma das partes, também vai depender se eu tenho dinheiro. Quando chegar o fim do ano se 
eu tiver dinheiro dou uma passagem a ele. Essa condição depende do livre arbítrio de uma das partes e de um fato 
circunstancial, então ela não seria uma condição puramente potestativa e sim uma condição simplesmente ou 
meramente potestativa, portanto considerada válida pelo doutrinador. 
1.4. Condições Impossíveis: 
Há uma impossibilidade quanto ao objeto que pode ser física ou natural, porque a própria natureza não permite que 
ocorra aquela condição, pois não depende de você e sim da natureza. Como por exemplo: Eu vou dar algo a você se 
você correr o campus do Unipê de bicicleta em 5 minutos. Isso é fisicamente impossível de se realizar, porque 
ninguém consegue. Essa condição, portanto, será inválida. 
Essa impossibilidade também pode ser jurídica, ou seja, é possível fisicamente e naturalmente ocorrer a condição (o 
fato), porém a lei não permite que ocorra. Como por exemplo: Eu faço um negócio com você se você doar todo o seu 
patrimônio. O sujeito não pode fazer porque a lei não permite, ninguém pode doar o patrimônio todo, todos os seus 
bens, juridicamente falando. Essa condição, portanto, é nula (inválida). 
1.5. Condições Inválidas (art. 123, incisos I,II e III): 
São Condições Inválidas: 
I- As condições físicas ou juridicamente impossíveis, quando suspensivas. (As condições, quando impossíveis 
fisicamente e juridicamente de se realizar, são inválidas e invalidam todo o negócio jurídico, o negócio é nulo de 
pleno direito). 
II- As condições ilícitas. (Ou também de fazer coisa ilícita. As condições ilícitas estão no art. 122, são as defesas, 
que se dividem em perplexas e potestativas, onde esta última quando feita contamina todo o negócio jurídico, 
tornando- o invalido; e aquelas que contrariam o ordenamento jurídico, a moral e os bons costumes). 
III- As condições contraditórias ou incompreensíveis. (Às vezes, as partes utilizam certas condições não se 
entendem o sentido lógico delas. Há vários tipos de contradição: a contradição lógica, onde é muito importante para 
o direito, se existe uma contradição lógica a condição é proibida, é inválida e contamina todo o negócio, pois 
ninguém entende o que se diz. Uma condição perplexa, alguns doutrinadores dizem que são consideradas também 
sem sentido lógico, como por exemplo, dar em comodato um bem e não se poder usá-lo, não tem algum sentido 
lógico. Pois o comodato é o direito de poder usar o bem, e assim eu retido todo o direito do comodatário, onde há 
uma contradição lógica no sentido. Ela modifica e desnatura o negócio, muda a natureza do próprio negócio). As 
condições contraditórias são inválidas e invalidam todo negócio a elas subordinadas. 
1.6. Condições Inexistentes (art. 124): 
Quando tratamos do Plano da Existência, vimos que o legislador não trata do Plano da Existência, mas uma vez por 
outra tropeça nele. Aqui ele diz expressamente que as condições são inexistentes. Ele considera expressamente 
essas condições inexistentes apesar de não tratar do Plano da Existência. São inexistentes as condições impossíveis, 
quando resolutivas. 
Se a condição for física ou juridicamente impossível, mas se forem resolutivas, elas são inexistentes. Se a condição 
for física ou juridicamente impossível de se realizar e ela é suspensiva (suspende o efeito do negócio realizado), ela é 
inválida e, portanto, invalida todo o negócio jurídico, de acordo com o inciso I do art. 123. 
Mas se esta mesma condição for resolutiva e não puder se verificar porque contraria a lei da natureza ou alguma 
norma expressa, então ela será inexistente. Se a condição é inexistente, o negócio jurídico é válido, porque a 
condição não existe para o direito e o negócio irá produzir todos os seus efeitos normais, é como se não existisse 
condição nenhuma, é desprezada a condição e inexistente para o direito, ou seja, não tem valor nenhum. 
As mesmas condições fisicamente ou juridicamente impossíveis, quando suspensivas, são inválidas; e quando são 
resolutivas, são inexistentes e, portanto, o negócio é válido, pois o que é inexistente é a condição. 
1. O Termo: espécies 
O Termo é o tempo. O titular adquire o direito, mas tem um tempo para exercê-lo, e então o só negócio irá produzir 
efeitos quando chegar aquele tempo determinado no contrato por acordo das partes. Como a condição, o termo 
depende do entendimento (compreensão) das partes do negócio, ou seja, é determinado de acordo por elas, de 
comum acordo. Enquanto a condição depende do acontecimento futuro e incerto, o termo depende de um 
acontecimento futuro e certo. 
Então, as características da condição são a futuridade e a incerteza do fato, enquanto que no termo, as suas 
características são a futuridade e a certeza do fato. Nesta, o fato irá ocorrer no futuro. Nós vamos ver que o termo 
tem muita semelhança (e não identificação) com a condição, sempre vai depender de algo que vai ocorrer no futuro. 
Termo é o dia ou o momento em que começa ou se extingue a eficácia do negócio jurídico, podendo ter como 
unidade de medida a hora, o dia, o mês ou o ano. 
1.1. Termo inicial ou suspensivo (“dies a quo”): 
O termo inicial suspende o exercício do direito e não a sua aquisição, porque o titular já adquiriu o bem, porém não 
exerce o direito que tem sobre ele. A diferença entre a condição suspensiva e o tempo suspensivo é que na 
condição, quando ela é suspensiva, ela impede que o direito seja adquirido, a aquisição do direito não ocorre 
enquanto o fato não acontecer. Já o termo suspende apenas o exercício do direito, o direito é adquirido mas o titular 
não pode exercer porque há um tempo determinado no contrato para que aquele negócio produza os efeitos 
normais, ser plenamente eficaz. 
Vejamos como, por exemplo, em um contrato de trabalho. Uma pessoa é contratada para trabalhar numa empresa 
por dois anos, o termo inicial é 20/05/16 e o termo final é 20/05/18. 
O doutrinador chama de “dies a quo” o termo inicial. E de “dies ad quem” o termo final. 
O dia em que se inicia o exercício do direito do titular é o “dies a quo” e o “dies ad quem” é o dia em que se termina 
o exercício do direito do titular, portanto o dia em que o negócio se torna ineficaz. 
Há uma diferença entre a formação do negócio e a sua execução, como por exemplo, eu compro a você um objeto 
(houve a formação do contrato) e logo depois eu recebo (houve a execução do contrato), houve o exercício do 
direito. 
O direito (a aquisição) é atual (imediato), mas a sua execução é deferida no tempo, ou seja, só pode exercer quando 
acabar esse tempo. 
O termo é o tempo que medeia a aquisição do direito do titular e a execução do direito do titular. 
No termo, o direito do titular é atual, no momento em que ele constituiu o contrato já adquiriu o direito, mas o 
exercício é adiado (diferido) no tempo. Porém, houve diferença entre a constituição do negócio e a execução do 
negócio. Porque, às vezes, a formação do contrato não coincide com a execução do contrato. Você faz um contrato 
hoje, mas só pode ser executado daqui a um certo tempo. 
A diferença entre a condição suspensiva e o termo suspensivo é que, na primeira, o direito só é adquirido se 
acontecer um fato, este fato é futuro e incerto, pois não se sabe se vai acontecer, se não acontecer o titular não 
adquire o direito; na segunda, o titular adquire o direito no momento da formação do contrato e o seu exercício 
depende de um fato futuro e certo, é deferido no tempo, que vai acontecer. 
1.2. Termo final ou resolutivo(“dies ad quem”): 
Quando acaba a eficácia do negócio, extingue o direito do titular. O titular adquiriu hoje e daqui a dois anos se 
extingue e, portanto, a eficácia do negócio começou hoje e daqui a dois anos terminou. 
1.3. Termo determinado (“certus quando”): 
Embora o fato seja determinado, mas o momento em que ocorre pode ser determinado ou indeterminado. Vejamos, 
o usufruto pode ser por 4 anos de acordo com o Código. O sujeito, proprietário do bem, concedeu a outrem 
(usufrutuário) o direito de usar e gozar do bem, como por exemplo, eu tenho um apartamento e concedi o direito de 
outrem morar e usar o apartamento ou então alugar a outra pessoa e ficar com o aluguel para você. O usufruto pode 
ser por 4 anos temporariamente, aqui o tempo é determinado. O momento em que começa o exercício e o 
momento em que termina, o fato está determinado. Está determinado o momento em que o termo vai iniciar. 
1.4. Termo Indeterminado (“incertus quando”): 
Mas se concedo o usufruto vitalício, que vai durar toda a vida do usufrutuário, enquanto ele viver e possa usufruir, só 
vai se extinguir o usufruto quando ele morrer. Mas eu não posso precisar o momento do “dies ad quem”, só posso 
precisar o momento do “dies ad quo”, pois o “dies ad quem” é indeterminado, porque o fato é certo, mas eu não sei 
quando ele vai morrer. Então nós dizemos que o termo é indeterminado porque não se pode precisar o momento 
exato em que ocorre o fato futuro e certo. O fato é futuro e certo, mas você não sabe quando vai ocorrer, a morte é 
o maior exemplo, pois todos nós vamos morrer, mas não sabemos quando. Por isso que a morte pode ser usada 
como condição (eu faço um negócio com você se você morrer daqui a dez anos). Mas em regra, a morte é usada 
como termo, quando ocorrer o fato morte, porque você nunca vai dizer “se ocorrer o fato morte”, pois ela vai 
ocorrer de qualquer forma, não pode ser condição. Porém, será uma condição se dizer “se a morte ocorrer primeiro; 
se a morte ocorrer daqui a 10 anos”. 
Não se pode precisar o momento exato que começa a produzir efeito o negócio. O termo pode ser certo ou incerto o 
momento da ocorrência do fato, pois ninguém pode precisar quando o fato pode ocorrer, mas é certa a sua 
ocorrência. 
1.5. O prazo e sua computação: 
Como se contam os prazos em Direito. O prazo é o intervalo entre dois termos. 
Termo inicial < prazo de dois anos > termo final. 
Então o prazo é esse intervalo entre dois termos, é o tempo que medeia os termos (o termo inicial e o termo final). 
O prazo no contrato se começa a contar do dia de imediato, como por exemplo, você recebe uma citação hoje de 
uma ação de execução contra você. Você então assina e o oficial vai até a sua casa, você tem 15 dias para contestar a 
ação para se defender, então conta-se a partir de amanhã, o dia que você assinou a citação não é contado. O Código 
Civil atual prevê que não se conta os dias feriados quando termina, como por exemplo: se começa sexta-feira, 
sábado e domingo se computa, mas se terminar em um sábado, vai se aproveitar o primeiro dia útil para acabar o 
prazo, no caso, segunda-feira. 
A importância do cômputo do prazo é grande. 
Prazo é o intervalo entre o termo a quo e o termo ad quem, ou entre a manifestação de vontade e o advento do 
termo, estando regulamentado nos arts. 132 a 134 do Código Civil. O prazo é certo ou incerto, conforme também 
seja o seu termo. 
1. Modo ou encargo: conceito: 
O Encargo é um ônus, um gravame, um peso que recai sobre um ato, sobre um negócio jurídico. O instituidor, aquele 
que pratica o ato, ele pratica um ato de liberalidade, um ato gracioso, gratuito (como a doação, comodato etc), mas 
ele impõe um ônus, um peso, diminuindo assim o benefício da outra parte. O beneficiado ao invés de receber o 
benefício completo, recebe um benefício menor, há restrição da liberalidade do negócio. Como por exemplo: eu 
concedo um bem a alguém em comodato (é um contrato gratuito e gracioso, então é um ato de liberalidade, eu não 
ganho nada com isso), mas eu acrescentei uma limitação ao benefício de receber, ele terá que pagar o condomínio e 
o IPTU. Continua a ser gracioso, pois não vai pagar aluguel, mas essas taxas ele vai ter que pagar. 
Geralmente o encargo recai sobre atos gratuitos, graciosos. Por exceção poderá recair sobre os atos onerosos, mas a 
regra é que recaia sobre os atos gratuitos, tanto é, que há uma diminuição no benefício. A outra parte é beneficiada 
com o ato, mas diminuiu e restringiu o benefício. 
A parte beneficiada não cumpre uma contraprestação, como na compra e venda, no aluguel, no contrato de locação. 
Aqui há apenas uma limitação ao benefício que você recebeu, você é beneficiado com a liberalidade de alguém, mas 
esse instituidor da liberalidade (ato despretensioso, não se quer ganhar nada) determinou no contrato que você 
teria que prestar alguma coisa, pode ser prestação de dar, de fazer ou de não fazer. 
1.1. Espécies de Encargo: 
1.1.1. Encargo puro e simples (art. 136, 1º parte): 
O Encargo, como está previsto no art. 136 é, em geral, puro e simples. O instituidor concede o benefício, a 
graciosidade, a liberalidade e determina o encargo e a outra parte aceita. Se a outra parte aceitou, não é 
contraprestação, mas tem que cumprir, ela assinou o contrato mas tem que cumprir com o ônus. O encargo é puro e 
simples, pois não suspende a aquisição, nem o exercício do direito. A partir do momento em que foi praticado o 
negócio, o titular do direito (o beneficiário), adquire o direito sobre o bem e o exerce normalmente, mas terá que 
cumprir o encargo que foi estabelecido pelo instituidor do contrato. O instituidor pode dar um prazo e pode não dar, 
se ele der esse prazo, ele pode exigir o cumprimento do encargo dentro daquele prazo; se ele não deu o prazo, ele 
poderá notificar o beneficiário e então determinar um prazo para que ele cumpra o encargo. Aqui o titular tem um 
direito atual, adquire e exerce o direito imediatamente após a feitura, desde que ele é praticado, do ato. Ele logo 
adquire o bem e o encargo é estabelecido no contrato para ele cumprir. No momento em que o negócio é feito ele 
adquire o bem e pode exercer o direito sobre ele, o ato é plenamente eficaz desde o momento que é praticado, 
depois de assinado o contrato ele produzirá os efeitos normais. 
1.1.2. Encargo sob Condição Suspensiva (art. 136, 2º parte): 
Mas o legislador, no próprio art. 136, abre uma exceção, salvo se o encargo foi feito sob condição suspensiva. Nesse 
caso, muda-se a espécie de encargo, o encargo já não é puro e simples, está sob condição suspensiva, o instituidor 
determinou que o beneficiário só adquire o direito se cumprir o encargo, aí o encargo foi feito sob condição 
suspensiva. Se o beneficiário não cumprir o encargo, não terá adquirido o direito, porque houve uma condição 
expressamente imposta no negócio pelo instituidor. 
Se ele disse: concedo a você um bem, mas você terá que fazer isso. (encargo puro e simples). O direito é atual, desde 
o momento que ele assinou o contrato. 
Se ele disse: concedo a você um bem, mas você só adquire o direito sobre ele se você fizer isso. Se você não fizer 
você não adquire o bem, você só adquire se cumprir aquela condição estabelecida como encargo. (encargo sob 
condição suspensiva). Aqui não é um acontecimento futuro e certo como no encargo puro e simples, pois ele pode 
fazer ou não, está ao seu critério. Ela é expressamente estabelecida no contrato. 
O titular tem um direito futuro e incerto do tipo condicional. Só adquire o benefício se cumprir o encargo. Se não 
cumprir não vai adquirir o benefício e o negócio será ineficaz. Como, por exemplo, eu te dou um bem se você pagar 
o IPTU atrasado. O titular não adquire o bem se não cumprir como encargo, está condicionado a aquisição do direito 
com o cumprimento do encargo. Se suspende o direito do titular até ele cumprir. 
1.1.3. Encargo Inexistente (art. 137, 1º parte): 
Aqui o legislador tropeça no novamente no Plano da Existência, só que não é expressamente. Ele diz que o encargo 
é dado como não escrito, como se não tivesse sido escrito, implicitamente ele considera inexistente, ou seja, como 
se não tivesse existido encargo. O encargo é dado como inexistente se ele for ilícito ou impossível de ser prestado. 
Quando o encargo for ilícito, porque afronta o ordenamento jurídico, a moral e os bons costumes, o encargo é dado 
como inexistente. Ou também, quando ele for impossível de ser prestado pelo beneficiário, a impossibilidade 
abrange a física ou a jurídica. Porque há ações que a natureza não permite que sejam feitas, não são possíveis de 
serem cumpridas naturalmente; ou porque há uma norma expressa e específica proibindo, assim não podendo 
cumprir o encargo. Neste caso, o negócio jurídico subsiste e é plenamente eficaz porque o encargo é inexistente. É 
dado como não escrito e o negócio subsiste como se não tivesse nenhum encargo, porque o negócio não é ilícito, 
ilícito era o encargo. Ou então o encargo era impossível de ser prestado, neste caso, o titular nada tem a ver, não é 
culpa dele, poiso encargo é inexistente e impossível de ser prestado, assim o negócio produz todos os seus efeitos, o 
ato é eficaz e o encargo desaparece. 
1.1.4. Encargo Inválido (art. 137, 2º parte): 
O encargo é considerado inválido, contaminando todo o negócio, o negócio é nulo. O ato é nulo, invalidando todo o 
negócio jurídico. Quando o encargo for o motivo da liberalidade do instituidor, quando o instituidor só fez aquela 
doação porque queria que o ato fosse praticado. 
Como, por exemplo: o sujeito tinha muita vontade de ter um terreno que era de oficinas, fábricas etc, para fazer uma 
escola e nunca fez. Deixou então no legado no testamento para o legatário e determinou uma restrição como 
encargo, de que o legatário construísse a escola como forma de encargo, ele só recebe o legado se cumprir com o 
encargo. Só que o município proibia a construção de escola naquela área, então era impossível juridicamente existir 
aquele encargo, mas como era o motivo determinante da liberalidade do testador (o testador expressou no 
testamento que queria que fosse construído uma escola naquela área), o encargo invalidou todo o negócio jurídico. 
1.2. Efeitos do descumprimento do encargo: 
O instituidor tem duas opções: 
1.2.1. O instituidor pode revogar o ato de liberalidade, dentro do prazo de 1 ano (prazo de decadência): 
Ele instituiu o ato de liberalidade beneficiando a outra parte e depois quer revogar porque não foi cumprido. É 
chamado de prazo de decadência ou caducidade, e ele só tem 1 ano para fazer. Se ele deu um prazo que não foi 
cumprido, ele notifica o beneficiário, podendo assim revogar o ato. Mas possa ser que ele não queira revogar o ato 
ou tenha perdido o prazo. Tendo assim a outra opção. 
1.2.2. Poderá, porém, promover uma ação de execução de obrigação de fazer (ação cominatória, contra o 
beneficiário para exigir o seu cumprimento): 
 Essa ação é para obrigar o beneficiário a cumprir, impõe a pena ao beneficiário. Agora, morto o instituidor, ninguém 
poderá revogar o ato de liberalidade, pois é um direito personalíssimo que só pode ser exercido pelo instituidor. Aí 
não há revogação, salvo se o instituidor começou a ação de revogação e morreu depois de iniciada. Aí os herdeiros 
poderão continuar, cabe a eles promover a ação de execução de fazer. De levar coercitivamente o beneficiário a 
cumprir o encargo. 
Se há um terceiro beneficiado que eu possa me instituir em favor de você, mas você terá que fazer alguma coisa. Aí o 
encargo é em benefício do terceiro. Morto o instituidor, o terceiro poderá entrar com uma ação, porque está sendo 
prejudicado pelo não cumprimento do encargo em favor dele. Assim, ele pode entrar com uma ação exigindo o 
cumprimento do encargo. 
Se o encargo for em benefício da coletividade, que tem um caráter social, como fazer uma escola para a comunidade 
carente. Nesse caso, quem promove a ação, morto o instituidor, é o Ministério Público, que é o representante da 
sociedade, ele exige que o beneficiário cumpra o encargo. 
Direito Civil 
1. Atos ilícitos: 
Quando falamos dos atos jurídicos, vimos que eles podem ser lícitos ou ilícitos. O ato lícito é aquele que é praticado 
pelo sujeito obedecendo as exigências da lei. O ato ilícito seria aquele que é praticado pelo agente em contrariedade 
às disposições legais. Então há uma ilicitude segundo os doutrinadores “lato sensu” (em sentido amplo). Todo ato 
que é praticado contrariando uma norma é ilícito, neste sentido, os doutrinadores entendem que o ato ilícito 
abrangeria o ato inválido também. Então, o ato ilícito seria “lato sensu” (em sentido amplo): O ato inválido (nulo ou 
anulável) e o ato ilícito “stricto sensu”. 
Fazemos, então, a distinção. Pois no ato inválido, o suporte fático se compõe da contrariedade do direito. O prejuízo 
da vítima é secundário. No ato jurídico “stricto sensu”, o suporte fático se compõe da contrariedade do direito e 
mais um dano, não há ato ilícito em Direito Civil sem o dano/ prejuízo. Se o agente contrariou o direito mas não 
causou o prejuízo diretamente à pessoa, não há ilicitude no Direito Civil. Vejamos o exemplo: Um carro atravessa a 
rua com o sinal fechado. Ele contrariou o Direito, uma norma administrativa de trânsito. Mas se ele não atropelou 
ninguém, não há ilicitude civil porque não ocorreu o dano. O dano é o elemento constitutivo do suporte fático do ato 
ilícito, sem ele não há responsabilidade. 
Então, o doutrinador faz essa distinção entre ato inválido e ato ilícito “stricto sensu”. No ato inválido, o que 
predomina e interessa é a contrariedade ao direito (a uma norma), se há prejuízo à outra parte é irrelevante. Ex: O 
ato foi praticado por um absolutamente incapaz (contrariou uma norma privada, mas de ordem pública, então esse 
ato é nulo). E o prejuízo a outra parte é secundário, o que interessa é desfazer o negócio pelo seu defeito grave. 
Já no ato ilícito “stricto sensu”, ocorre a contrariedade ao Direito e ocorre um dano, um prejuízo pela ação do 
agente. Então, o doutrinador diz que há uma ilicitude invalidante e uma ilicitude idenizante (pois há danos que 
devem ser reparados pelo autor). 
1.1. O ato ilícito “stricto sensu” (art. 186): 
Art. 186: “ Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a 
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.” 
Antes, o ato ilícito “stricto sensu” era violar o direito ou causar um dano a outrem, no Código Civil atual, é necessário 
haver os dois elementos no suporte fático. O dano moral não era tratado no C.C. anterior, apenas era em relação ao 
dano material. O dano moral foi adicionado no C.C. atual. Então, é necessário reparar os dois danos. 
Esse é o conceito de ato ilícito “stricto sensu”. Mas, o ato ilícito “stricto sensu” pode ser: ilícito absoluto e ilícito 
relativo. 
• O ato ilícito civil pode ser: 
a) O ilícito absoluto (o direito subjetivo é aposto “erga omnes”): Quando ocorre a violação do direito de 
alguém, a ocorrência de um dano, temos o ilícito civil. Sempre a solução para o ilícito civil é a restauração do 
patrimônio do ofendido. O sujeito teve um dano que foi causado pelo agente e o agente terá que restaurar esse 
patrimônio, voltar ao que era antes, o equilíbrio do patrimônio. Então ele terá que indenizar para que se volte ao 
estado anterior. Se eu sofri um dano, há uma perda no meu patrimônio. Quem causou esse dano terá que restaurar 
o meupatrimônio. Nós levamos em conta na relação jurídica sempre o direito de um lado e o dever do outro. Todas 
as vezes que o sujeito não cumpre o seu dever, ele causa sempre um ato ilícito que tem que reparar, eu tenho o 
direito e ele tem o dever. Temos o direito subjetivo do titular e o dever da outra parte. O sujeito tem que cumprir o 
seu dever, há vários tipos de dever: de dar, de fazer, de não fazer, de abster-se e de tolerar. A todo direito subjetivo 
corresponde o dever do outro. Quando um titular tem um direito que pode apor a todos indistintamente, todos têm 
o dever de respeitar esse direito, o dever de abster-se. Então, ocorre o ilícito absoluto quando o sujeito não cumpre 
o dever de abster-se, que é o dever imposto a todos. Eu não posso, no exercício do meu direito, prejudicar ninguém, 
tenho que respeitar o outro. O outro tem o direito de exigir de mim essa abstenção. Mas, às vezes, o dever não 
surge diretamente da lei. Não é a lei que impõe o dever, mas todos nós devemos respeitar a prestação do outro. 
b) O ilícito relativo: Há direitos que são relativos, porque a parte entra em uma relação com a outra 
determinada pessoa e tem que se abster de violar o direito daquela determinada pessoa. Que são direito pessoais e 
direitos de crédito. Então, o outro tem o dever de dar, fazer ou de não fazer alguma coisa. Assim, em uma relação, 
determinada pessoa está do outro lado de uma prestação a cumprir para o sujeito. O sujeito tem o direito de exigir 
daquela determinada pessoa, só pode opor o seu direito a ela. O credor só pode opor o seu direito ao devedor. Aí 
nós temos o ilícito relativo. 
Então, o ilícito absoluto nasce da lei, a lei impõe a todas as pessoas o dever de respeitar a vida, a honra, a 
propriedade do outro. Mas o ilícito relativo, nasce do contrato, é a própria pessoa que se obriga e realiza um negócio 
que tem a obrigação de dar, de fazer ou não fazer alguma coisa. Porque ela voluntariamente se obrigou, então, nós 
temos dois tipos de ilícitos: o ilícito absoluto (art. 186: Aquele que é imposto por lei de respeitar o direito do outro e 
tem o dever de abster-se de violar esse direito, se qualquer um violar o seu direito terá que pagar por isso.) e o ilícito 
relativo (art. 389: Não cumprida a obrigação, o devedor terá que pagar perdas e danos em relação ao credor, porque 
o prejudicou, contrariou seu direito). 
1.1.1. Os pressupostos de ilicitude (art.186) 
a) o fato (ação ou omissão do agente): O fato cometido pelo agente, o fato que violou o direito e causou o 
dano. O fato voluntário por ação ou omissão. Os atos podem ser por ação ou omissão do agente. O agente, 
voluntariamente, agiu de forma comissiva (ação) ou de forma omissiva (omissão). 
b) o dano (material ou moral): Vale salientar que o dano moral também é ressarcido e não era no Código Civil 
anterior. O sujeito violou o direito voluntariamente e causou um dano, por ação ou omissão. 
c) a relação de causalidade entre o fato e o dano: É a relação de causalidade entre o fato do agente e o dano 
sofrido pela vítima. Aquele fato que o agente cometeu foi o que causou o 
prejuízo à vítima. Se não houver essa relação, não haverá responsabilidade, que é a consequência da ilicitude. Essa 
relação de causalidade é muito importante, porque terá que se provar a ação que aquele fato causado pelo agente 
foi quem causou o dano à vítima. Tem que se provar o prejuízo sofrido pela vítima na ação. 
d) a culpa: A culpa do agente. Que pode ser por negligência ou imprudência, e o doutrinador acrescenta a 
imperícia (que o legislador não tratou, mas o doutrinador acrescentou). A culpa é pressuposto da responsabilidade 
do ilícito absoluto e está previsto no art. 186. Sem culpa não há responsabilidade, a vítima terá que provar que o 
agente teve culpa. A culpa é um desvio de conduta do agente, não interessa ao Direito Civil se teve a intenção de 
prejudicar (o dolo). O que interessa é que prejudicou, que ocorreu um dano e a vítima terá que ser ressarcida do 
prejuízo que sofreu. Então, o dolo é irrelevante, o que interessa é a culpa. Tem que se imputar ao agente a culpa, 
pelo fato danoso cometido à vítima, por negligência (ele se absteve de fazer o que devia fazer, deixou de fazer e por 
isso causou o dano), por imprudência (ele fez o que não deveria fazer no momento, ele não teve o cuidado quando 
praticou o ato, a diligência do agir, por isso foi imprudente) ou por imperícia (porque ele não teve capacidade para 
praticar aquele ato, ele não estava apto para a prática daquele ato e mesmo assim praticou). 
Esses pressupostos são importantes porque a vítima terá que provar na ação ordinária de indenização, que ela 
promove contra o agente causador do dano, todos esses pressupostos para poder se ressarcir. Tem que se provar 
esses pressupostos para que ocorra a responsabilidade civil, que é a consequência do cometimento do ato ilícito 
absoluto. 
• A responsabilidade civil é o efeito e a consequência de um ato ilícito, quando um agente comete um ato 
ilícito ele terá que reparar esse dano que ele causou a vítima, portanto ele é responsável pelo seu ato. Há dois tipos 
de responsabilidade civil: 
1.2. A Responsabilidade Civil Contratual (art. 389): 
Quando ocorre o Ilícito Relativo. Ela surge do cometimento do Ilícito Relativo, quando uma parte deixa de cumprir a 
prestação que se obrigou perante a outra. Toda relação contratual nasce do descumprimento do contrato. Aqui o 
titular só pode opor o seu direito a quem está dentro do contrato e não a todas as pessoas. Na relação jurídica, nós 
temos o credor e o devedor, o devedor tem uma obrigação a cumprir em relação ao credor e o credor tem o 
poder de exigir o cumprimento dessa obrigação (dar, fazer ou não fazer). Se você não cumpre sua obrigação, você 
comete uma ilicitude e acaba prejudicando, causando um dano a outra parte da relação. Eu cometi um ilícito relativo 
porque está dentro da relação. Eu estou vinculada a uma determinada pessoa, esta pessoa é que tem obrigação de 
prestar a mim, e eu só posso exigir dela, não posso exigir de todos, como no ilícito absoluto. O credor só pode exigir 
do devedor, e o devedor só está obrigado ao credor. O dever jurídico aqui nasce do contrato, o devedor 
voluntariamente (porque ele quis) e transitoriamente (porque toda obrigação é transitória, nenhuma obrigação é 
permanente, ninguém se obriga permanentemente diante de outra) se obrigou perante o credor. O ilícito relativo 
que foi cometido causou uma responsabilidade civil contratual, porque houve descumprimento da obrigação. 
Quando o devedor descumpre a obrigação, causa prejuízo ao credor, e terá que pagar perdas e danos para reparar o 
prejuízo causado. O credor terá que provar o fato do descumprimento e não é necessário se provar o seu prejuízo. 
Mas, o devedor que não cumpriu com a obrigação de pagar e prejudicou o credor, ele pode provar que o prejuízo foi 
causado por um fato necessário que ele não podia evitar e nem impedir. Como o caso fortuito, a força maior e o fato 
de terceiro. Se provando isso, ele se exime de pagar o prejuízo, não pagará as perdas e danos ao credor porque 
provou que estava acima da sua vontade o fato, que o impediu de cumprir a obrigação. 
1.3. A Responsabilidade Civil Extracontratual ou Aquiliana (art. 389): 
Ela se origina do cometimento do Ilícito Absoluto. Ela surge de um dever genérico que a lei impõe a todas as pessoas 
indistintamente, todas as pessoas têm o dever jurídico de respeitar o direito de outrem, de se abster de contrariar o 
direito de outrem e causar danos, aqui há o cometimento de um ilícito absoluto. O titular do direito tem o direito 
que pode opor a todas as pessoas (“erga omnes”). 
Aqui está fora da relação jurídica, ou seja, não há relação jurídica entre o agente que causou o dano e a vítimaque 
sofreu o dano. Não há relação jurídica entre as partes, por isso que é extracontratual ou aquiliana, que representa a 
responsabilidade civil fora dos contratos. As partes não têm contrato nenhum. O fato de você causar dano a uma 
pessoa que você não tem relação nenhuma com ela. Nasce apenas do dever que a lei impõe para você de respeitar o 
outro, se você desrespeita descumpre um dever genérico. 
1.4. Os excludentes de ilicitude (art. 188): 
O Código Civil prevê os excludentes de ilicitude e a Doutrina prevê as escusativas de responsabilidade. 
São excludentes de ilicitude são: 
a) Legítima defesa: É a reação à injusta agressão de outrem. O sujeito reage a uma ação injusta de outra 
pessoa, e por isso pode até sacrificar a vida do outro. O sujeito pode reagir e prejudicar o outro para salvar um 
direito seu. Acontece na legítima defesa da posse. Isento da ilicitude e da responsabilidade. O sujeito quando causa 
dano na legítima defesa, está excluído da ilicitude e da responsabilidade. Ele não paga indenização, porque não 
cometeu ato ilícito, portanto, não responde pelo ato. 
b) O exercício regular de um direito reconhecido: É quando o sujeito exerce o seu direito regularmente, dentro 
daquilo que o direito lhe conferiu, lhe concedeu, assim, ele está exercendo regularmente o seu direito. Mesmo que 
cause dano ele não é responsável pelo fato danoso, porque está dentro das exigências que a lei prevê, está dentro 
dos limites da lei. Quando o credor ameaça o devedor de executá-lo em juízo, ele está no seu direito. Quando o 
locador ameaça o locatário de expulsá-lo por falta de pagamento, ele está no seu direito e deverá fazer, sem ocorrer 
coação nem ato ilícito. Pois o sujeito mesmo prejudicando o outro, violando o direito do outro, ele está no exercício 
regular do seu direito, um direito reconhecido por lei. Isento da ilicitude e da responsabilidade. Mesma coisa 
acontece quando o sujeito está no exercício regular do seu direito. 
c) O estado de necessidade: É quando o titular do direito (o agente), viola e ofende o direito de alguém para 
salvar uma vida, que é um bem maior. Nesse caso, ocorre o estado de necessidade. Excluído da ilicitude, mas não 
está isento da responsabilidade. No estado de necessidade, o sujeito apenas está excluído da ilicitude, mas não está 
isento da responsabilidade, porque se a culpa do perigo não foi da vítima o agente pagará pelo dano, como, por 
exemplo, no fato de terceiro. 
1.5. As escusativas de responsabilidade: 
a) A culpa exclusiva da vítima: 
b) O caso fortuito, a força maior e o fato de terceiro: 
1.6. O abuso de direito (art. 187): 
27/05/16 
Direito Civil 
1. A prescrição: conceito: 
Nós já vimos que o decurso de tempo é um fato jurídico “stricto sensu” ordinário, que pode gerar a aquisição ou a 
extinção dos direitos. Por exemplo, nós podemos adquirir a maioridade pelo decurso de tempo. 
Então, a prescrição a perda do direito do titular pelo decurso do tempo e pela inércia do titular, o titular ficou 
parado, estático e inerte, deixou o tempo passar e terminou perdendo o seu direito. Então, nós temos que reunir os 
dois elementos do suporte fático, a inércia do titular continuada até o tempo passar. 
1.1 A interpretação do art. 189: 
Art. 189: “Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue pela prescrição, nos prazos a que 
aludem os arts. 205 e 206.” 
A prescrição não extingue o direito, mas a ação, porque o direito continua vivo. 
O direito do titular é violado quando a parte não cumpre com a sua obrigação, se eu faço um contrato com alguém e 
ele terá que pagar hoje o dinheiro e ele não paga, ou seja, não cumpriu com sua obrigação, ele violou o meu direito. 
Então nasceu para mim uma pretensão contra ele, de exigir dele o cumprimento da obrigação. Assim, o titular do 
direito de crédito tem contra o devedor, quando este não cumpre a obrigação, uma pretensão a exigir. A pretensão 
nesse caso é pessoal, porque o direito de crédito é um direito pessoal, nasce de uma relação de uma pessoa com a 
outra. Eu só posso exigir a outra pessoa o cumprimento daquela obrigação. Violado o meu direito, surge uma 
pretensão e toda pretensão é protegida por uma ação correspondente. O titular do direito vai fazer valer a sua 
pretensão promovendo a ação contra o violador do seu direito. Então se o devedor não paga o dinheiro que deve a 
mim, eu tive o meu direito violado e tenho contra ele, o violador do meu direito, uma pretensão de exigir o 
pagamento. Essa minha pretensão é protegida por uma ação porque se eu for procurar o violador do meu direito 
extrajudicialmente ele pode pagar ou não pagar. Se ele paga voluntariamente, resolve o problema. Mas se ele não 
paga, eu tenho que usar da ação, que é um instrumento de Direito Público. O doutrinador faz a distinção entre a 
ação material (de Direito Privado), que é a composição do interesse, quando a própria pessoa vai ao devedor pedir o 
pagamento, pedir para ele repor o direito perdido, caso ele não cumpra a obrigação voluntariamente, a pessoa irá 
promover uma ação formal; e a ação formal, que é o instrumento que o Código de Processo Civil nos oferece para 
fazer valer o nosso direito. 
Nasce para o titular a pretensão que se extingue pela prescrição, a prescrição começa a correr quando o direito é 
violado, porque violado o direito nasce a pretensão que eu uso contra o 
violador, assim começando a correr o prazo. Se o prazo é de 3 anos, eu tenho 3 anos para usar da minha pretensão 
contra o violador. Quando terminar os 3 anos, o meu direito morreu, se extinguiu e terminou o prazo da prescrição. 
O prazo da prescrição então começa a correr a partir da violação do direito, porque nasce a pretensão do titular 
contra o violador do seu direito. E ele tem um prazo para exercer essa pretensão contra o violador, se ele não exerce 
dentro do prazo estabelecido na lei, ele perde o direito, o direito se extingue pela prescrição. 
Então, o direito em si não se extingue, o que se extingue, na verdade, é a pretensão que o titular do direito tem 
contra o outro que não cumpriu a sua obrigação. Segundo o Código novo, não se conta os prazos em dias não úteis 
(no início, meio e final do prazo), antes os dias não úteis não eram contados só no final dos prazos, então houve essa 
mudança. 
1.2 As características da prescrição: 
1.2.1. A renúncia (art. 191): 
A renúncia da prescrição pode ser expressa ou tácita. Expressa, através de um instrumento; ou tácita, através da 
conduta do devedor. A renúncia só valerá se for feita sem prejuízo de terceiro quando a prescrição se consumar. 
Porque, terminado o prazo da prescrição de 2 anos, por exemplo, chegando ao termo final do prazo (“dies ad 
quem”), se consumou a prescrição, acabou a prescrição. E amanhã pode ser renunciada, não pode ser renunciada 
enquanto correr o prazo da prescrição. Só depois de consumado o prazo prescricional o devedor pode renunciar a 
prescrição, pois ele é favorecido pela prescrição, ela corre em favor dele. Desde que não prejudique direitos de 
terceiros. 
O devedor deve R$ 1.000,00 ao credor, ele se comprometeu a pagar daqui a dois meses, terminado o prazo e não 
paga a dívida, o devedor violou o direito do credor. Assim, nasceu para o credor uma pretensão contra o devedor, a 
pretensão que o credor opõe ao devedor, aí quando o credor deixa correr o prazo completo e não usou da pretensão 
o seu direito morreu. Então ele não tem mais pretensão contra o devedor, portanto não tem a ação que protege a 
pretensão. Terminado esse prazo, o devedor paga a dívida ao credor, no momento que a dívida foi paga, foi 
renunciada tacitamente a prescrição já consumada. Não existia mais a obrigação legal de pagar, porém o devedor 
achava que existia a obrigaçãomoral de pagar. Assim renunciando a prescrição que corria a favor do devedor. 
Porque o credor não tinha mais pretensão e, portanto, não tinha mais ação para promover contra o devedor. Mas o 
direito continua vivo. O pagamento de dívida prescrita é válido, porque o direito do credor não morreu, o que 
morreu foi a pretensão dele de promover uma ação contra o devedor e exigir coercitivamente o pagamento da 
dívida. 
A renúncia da prescrição ocorre quando o devedor, voluntariamente, paga ao credor uma dívida já prescrita. O 
devedor paga a dívida renunciando a prescrição que corria em favor dele. 
a) A prescrição corre contra o credor em favor do devedor. 
b) A prescrição corre contra o proprietário e a favor do possuidor. 
1.2.2 Os prazos prescricionais: 
Os prazos prescricionais não podem ser alterados por acordo das partes. A prescrição é um instituto de ordem 
pública, é de direito privado, mas de ordem pública. Sendo de ordem pública, as partes não poderão alterar nada, 
então as partes não podem alterar os prazos, nem diminuir os prazos estabelecidos na lei, nem aumentar. Tem que 
cumprir os prazos determinados nos artigos 205 (prazo geral) e 206 (prazos especiais, que vão de 1 a 5 anos). 
Quando o intérprete vai a procura dos prazos, ele vai verificar os prazos especiais se existe aquela hipótese, se não 
encontrar um prazo especial, ele usa o prazo geral de 10 anos, porque não está previsto um prazo especial para 
aquela hipótese. O legislador dá os prazos de 1 a 5 anos. Por exemplo, o prazo da ação de indenização por ato ilícito 
é de 3 anos; o prazo para cobrar alimentos é de 2 anos, desde a data do seu vencimento, há esse tempo para haver 
essa pretensão, em 2 anos esse prazo prescreve e não se pode cobrar mais. 
1.1.3. O impedimento (arts. 197 a 201): 
A pretensão não corre contra os absolutamente incapazes, é causa de impedimento. Ela não corre 
ininterruptamente. Ela é impedida, suspensa ou interrompida por diversos fatos. Porém, a prescrição corre contra os 
relativamente incapazes. 
Vejamos, há o credor e o devedor, morre o credor. Os seus herdeiros são absolutamente incapazes (ambos são 
menores de 16 anos), assim a prescrição não corre contra eles. É causa de impedimento. O fato da morte do credor 
impediu que a prescrição se iniciasse. O devedor viola o direito do credor, mas não corre até os seus herdeiros forem 
relativamente incapazes. Houve impedimento porque, havia um fato que obstava, vedava o início do prazo, que era 
a incapacidade absoluta. Agora os herdeiros são relativamente incapazes, aí começa a correr o prazo contra eles, 
pois agora assumem a posição de credores. 
O legislador reuniu as causas de suspensão e impedimento em uma seção só, ou seja, são as mesmas causas, estão 
nos arts. 197 a 201. Aqui ele oferece as hipóteses de impedimento e de suspensão. 
1.1.4. A suspensão (arts. 197 a 201): 
Se o credor morreu (fato), e já tinha começado a correr o prazo da prescrição a 1 ano, o fato é agora suspensivo. Ele 
não é impeditivo porque já se iniciou, não se pode impedir uma coisa que já começou a correr. Ele suspende, há uma 
paralização no prazo por conta do fato. O fato não é impeditivo, pois ele não está impedindo a prescrição. A 
prescrição já estava ocorrendo, aí o fato surgiu, suspendendo a prescrição, porque os herdeiros são absolutamente 
incapazes. Quando eles forem relativamente incapazes o prazo continua a correr de ondem parou, até completar os 
3 anos que a lei determinou. O prazo já havia começado há 1 ano quando o fato ocorreu (morte), os herdeiros eram 
absolutamente incapazes, então há a suspensão até eles forem relativamente incapazes, aí o prazo volta a correr até 
completar 3 anos. 
Os relativamente incapazes têm um privilégio que os absolutamente incapazes não têm, por exemplo, a prescrição 
corre contra os relativamente incapazes, mas eles têm uma ação regressiva contra o seu assistente que deu causa a 
prescrição, porque a prescrição é um prejuízo, o pai deu causa a prescrição e ele vai ter que pagar pelo prejuízo 
causado se for provado. 
1.1.5. A interrupção (arts. 202 a 204): 
A interrupção é diferente da suspensão, pois ocorre em fatos diferentes. É quando o credor tem interesse em 
receber a dívida e aí prolonga o prazo, interrompe para prolongar o prazo da prescrição, eu tenho interesse de 
receber a dívida e o devedor não está pagando, aí eu vou e interrompo o prazo e tenho mais tempo contra o 
devedor. O fato interruptivo inutiliza todo o tempo até então transcorrido. E só pode ser feito uma única vez, 
segundo o Código novo. No Código anterior, o credor podia interromper mais de uma vez, para ter mais tempo para 
usar da sua pretensão contra o devedor, então era mais vantajoso. Terminado o prazo, o credor não tem mais a 
pretensão contra o devedor, então ele interrompe para ter mais tempo para usar da sua pretensão. 
As causas da interrupção estão previstas nos arts. 202 a 204. 
O prazo era de 3 anos, passado 1 ano correndo o prazo, o credor no seu interesse usa de certos meios para pode 
parar o tempo e inutilizar o prazo já decorrido, por despacho do juiz, pois ele entra com uma ação em juízo contra o 
devedor. Ele interrompeu o prazo e o prazo já tinha corrido 1 ano (para ele perder o direito), assim, ele inutilizou o 
tempo que já havia corrido. Assim, ele tem mais 3 anos para usar da pretensão contra o devedor. Isso pode 
acontecer porque, às vezes, o devedor não tem condições de pagar, então o credor tem mais 3 anos para ver se o 
devedor melhora suas condições e paga a dívida. Quando o credor ver que o devedor não tem condições de pagar, 
ele interrompe o prazo da prescrição. 
Na suspensão, parou o prazo e quando recomeçou se aproveitou o tempo passado para somar e chegar ao fim da 
pretensão. Na interrupção, ele por ato próprio interrompe o seu interesse, interrompe a prescrição a prescrição já 
iniciada e inutiliza todo o tempo e recomeça a contar do zero. 
No Código temos cinco incisos de interrupção que cabe ao credor (os cinco primeiros), e um que cabe ao devedor (o 
último, nessa hipótese o próprio devedor pode interromper a prescrição, nela, o devedor quer pagar, mas não tem 
condições e, por isso, ele próprio pede a interrupção, ele reconhece que está devendo e não pagou, porém quer 
pagar.) 
OBS: Quando o devedor paga a dívida consumado o prazo prescricional, ocorre a renúncia (não há mais pretensão 
contra ele, ele paga porque quer). Mas quando o devedor, por um ato qualquer, reconhece a dívida e diz que quer 
pagar e paga ela durante o curso prescricional, é interrupção. Quando o devedor usa de algo durante o curso 
prescricional, enquanto está correndo a prescrição, o que importa a ele é a interrupção. Ele quer pagar, então 
aumenta o prazo ao começar do zero. 
1.3. Os direitos que prescrevem: 
São os direitos patrimoniais, são os direitos pessoais de crédito e os direitos reais de propriedade. Porque eles 
podem ser violados e cabe ao titular uma pretensão contra o outro. Nós sabemos que em matéria desses dois 
direitos, ocorre uma relação de direito de um lado e o dever do outro. Esses direitos são subjetivos, cabe ao titular o 
direito que ele opõe ao outro, e ao outro cabe um dever. No caso dos direitos pessoais de crédito, o credor tem uma 
pretensão contra o devedor e pode usar contra ele através de uma ação própria, então, o devedor tem um dever a 
cumprir em relação ao credor, que se denomina obrigação, no caso dos direitos pessoais, de dar, de fazer ou de não 
fazer. Quando o devedor não presta com o 
prazo determinado no contrato ele violou o direito, nasceu então para o credor a pretensão contra ele. 
Qual a pretensão que tem o credor contra o devedor? É o direito de exigir o cumprimento da obrigação que se 
assumiu voluntariamente.Então o credor tem esse direito subjetivo de exigir que o devedor cumpra com sua 
obrigação. E o devedor tem o dever de prestar o que se obrigou voluntariamente. 
No caso dos direitos reais de propriedade ocorre a mesma coisa, o proprietário tem o direito de exigir que todas as 
pessoas respeitem o seu bem, a sua propriedade, indistintamente. Ele opõe “erga omnes”. E todas as pessoas têm o 
dever de abster-se, de não perturbar o direito de propriedade do titular. 
A diferença é que no direito pessoal, o credor opõe a determinada pessoa dentro do contrato. No direito real, é 
“erga omnes”, o proprietário opõe a todos indistintamente. 
No direito pessoal de crédito, o credor tem uma pretensão só contra o devedor; já nos direitos reais de propriedade, 
o titular tem uma pretensão contra todos indistintamente. 
1.4 As ações são atingidas pela prescrição: 
São as ações condenatórias, porque elas compelem e forçam o devedor a cumprir o seu dever, o devedor é forçado 
em juízo através da ação de execução para pagar ao seu credor compulsoriamente, de forma forçada. Você não 
pagou voluntariamente, então foi obrigado a pagar forçadamente, coercitivamente. Paga-se o principal e os 
acessórios (juros). 
1. Decadência: conceito (arts. 207 a 211): 
A decadência também é um modo de extinção de direitos através do decurso de tempo, mas opera de modo 
diferente. Na decadência, ocorre a extinção de direitos pela falta de exercício do direito do titular no tempo 
determinado, previsto. O direito já nasce com um tempo, se não exercita naquele tempo, se extingue, ele termina 
por morrer. O prazo corre ininterruptamente até terminar. 
Na prescrição, o direito nasce quando foi violado, aí começa a correr o prazo, quando o direito é violado, surge então 
a pretensão do titular do direito contra o violador, se ele não usar dessa pretensão no tempo previsto na lei, no 
contrato, ele perde o seu direito. 
Na decadência, o direito já nasce com um tempo de vida prefixado e deve ser exercido dentro daquele tempo, se 
não for exercido ele se extingue. 
Então, na prescrição o direito corre, mas não é initerruptamente até fim, ele pode ser impedido, suspenso ou 
interrompido. Na decadência, ele tem um prazo fixado para o exercício, e o prazo corre initerruptamente até 
terminar. Não pode ser impedido, suspenso ou interrompido. Começou hoje, o prazo vai até o fim. 
Exemplo: Fez um negócio defeituoso (dolo), você tem o direito de anular esse negócio através de uma ação, revogar 
os efeitos do negócio, você tem um prazo de 4 anos para fazer, o prazo nasce no momento em que seu direito 
surgiu. Ao contrário da prescrição, que nasce a partir da violação, o titular, se quiser, entra com uma ação e revoga 
os efeitos do ato. Há interesse do titular em desfazer o negócio, porque ele foi prejudicado no negócio. 
Então, o prazo começa a correr no momento em que seu direito nasce. Seu direito nasceu no momento em que foi 
feito o contrato. Quando passa o tempo, o seu direito se extingue e não poderá ressuscitar, se extinguiu para 
sempre. 
No caso da prescrição, leva em conta a inércia do titular, ela deve ser continuada até o final do prazo. Na decadência 
é a falta de exercício continuadamente até o fim do prazo. Não há decadência contra os absolutamente incapazes. 
Na decadência não há violação do direito, apenas o interesse do titular de desfazer o ato já defeituoso desde a sua 
feitura., por isso que: 
• Os direitos que decaem são direitos protestativos: 
a) Não podem ser violados 
b) Não são munidos de pretensão contra outrem 
Nos direitos potestativos a relação é: Poder (titular) de um lado e sujeição do outro (de outrem, de outra pessoa). 
Não direito e dever. O titular do direito protestativo tem o poder de desfazer o ato no caso da anulação e ele usa se 
quiser, ele exerce unilateralmente, entra com uma ação contra a outra parte em que foi prejudicado por ela. Então 
há o interesse de desfazer o ato pela parte do titular. E a outra parte tem apenas a sujeição, ela está sujeita ao poder 
do titular. A única coisa que a outra parte pode contestar é que não houve dolo. Ela se sujeita a vontade do titular do 
direito, que pode fazer valer através da ação. 
• Quais ações atingidas pela decadência? 
São as ações constitutivas de direito. Elas não condenam ninguém. A sentença não é condenatória. No caso da 
prescrição o juiz condena o devedor a pagar a dívida, que não pagou no tempo determinado no contrato. Na 
decadência a sentença muda apenas a situação, até então o ato produzia todos os efeitos, então o titular do poder 
potestativo resolveu desfazer os efeitos do negócio entrando com uma ação de anulação, e a sentença constitui uma 
situação nova, desconstituindo uma situação anterior. E a outra parte está sujeita a vontade unilateral do titular. 
• A decadência pode ser legal (estabelecida na lei) ou convencional (acordada entre as partes). 
Art. 187 -> IMPORTANTE! 
Direito Civil I 
 
 
1 – Código civil francês (código de Napoleão) – 1804 
2 – Código civil alemão (OBGB) – 1900 
3 – Código civil suíço – 1912 
4 – Código civil brasileiro – 1916 (lei nº 3.071, 1916/1917) 
1 - parte geral 
2- parte especial 
 
5 – Código civil brasileiro atual – 2002 (lei nº 10.406, 02/03) 
1 - parte geral 
2- parte especial 
 
 
Disposições das normas 
1 – Artigo (1º a 9º, 10,11,12...) 
2 – Parágrafos (1º, 2º, 3º... parag. 1º = Parágrafo único) 
3 – Incisos (I, II, III, IV...) 
4 – Alíneas (a, b, c, d...) 
 
 
• I - Das pessoas 
• II - Das coisas 
• III - Dos fatos jurídicos 
 
 
• I - Direito de família 
• II - Direito das obrigações 
• III - Direito das coisas 
• IV - Direito das sucessões 
 
 
 
• I - Das pessoas (sujeito) 
• II - Das coisas ou dos bens (objeto) 
• III - Dos fatos jurídicos (acontecimento) 
 
 
• I - Direito das obrigações (contratos) 
• II - Direito de empresa 
• III - Direito das coisas 
• IV - Direito de família 
• V - Direito das sucessões 
 
 
 
 
 
 
Relação pessoal – Sujeito ativo 
Res 
Sujeito passivo 
Relação real – Proprietário Res (não tem sujeito passivo) 
 
 
 
 Sujeito 
 (precede o de pessoa) 
 
 
 
1 - Pessoa natural 
 É o ser humano, a criatura que provenha de mulher. A personalidade civil do homem começa do nascimento com vida
1
. Considera-se a 
respiração como sendo a melhor prova do nascimento com vida. A existência da pessoa natural termina com a morte. Presume-se a morte 
dos ausentes, assim declarados por decisão judicial. 
Pessoa – Ente que nasceu com vida. O registro é feito no livro A, demostrando a existência da pessoa. 
Nascituro – Concebido e não nascido. É sujeito, mas não é pessoa. 
Natimorto – Ente que nasceu morto. É feito o registro da ocorrência do nascimento de uma criança sem vida no livro C – auxiliar. 
2 – Capacidade 
 É a aptidão da pessoa para exercer direitos e assumir obrigações
2
. 
2.1 – Capacidade de Direito 
 Pode-se falar que a capacidade é a medida da personalidade, pois para uns ela é plena e, para outros, limitada. Aos que têm, e adquirem ao 
nascer com vida, é a capacidade de direito ou de gozo, também denominada capacidade de aquisição de direitos. 
2.1.1 – Personalidade 
 Adquire-se ao nascer com vida. Afirmar que o homem tem personalidade é o mesmo que dizer que ele tem capacidade para ser titular de 
direitos. 
2.2 – Capacidade de Fato 
 Nem todas as pessoas têm, contudo, a capacidade de fato, também denominada capacidade de exercício ou de ação, que é a aptidão para 
exercer, por si só, os atos da vida civil. 
2.2.1 – Maioridade 
 Aos 18 anos cessaa menoridade e adquire a capacidade de fato. É um fato natural e independe da vontade do indivíduo. 
 
1
 Código Civil, art. 2º - A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a 
concepção, os direitos do nascituro. 
2
 Código Civil, art. 1º - Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. 
 
 
• Pessoa natural 
• Pessoa jurídica 
 
 
 
 
 
 
relação 
jurídica 
sujeito 
objeto 
fato 
2.2.2 – Emancipação 
 A capacidade de fato pode ser adquirida antes, pela emancipação. É um ato jurídico, ato de vontade tendo o menor 16 anos completos. 
 A emancipação é irrevogável e definitiva. 
2.2.2.1 – Emancipação voluntária 
 Ocorre por concessão dos pais. Faltando um dos pais, mediante escritura pública. 
2.2.2.2 – Emancipação judicial 
 Na falta dos pais, pode dar-se emancipação por sentença do juiz, desde que o tutor seja ouvido no processo. 
2.2.2.3 – Emancipação Legal 
 Considera-se emancipado o menor pelo casamento, pelo exercício de emprego público efetivo, pela colação de grau em curso 
superior, pelo estabelecimento civil ou comercial (empreendedor) ou pelo emprego, desde que, nos últimos dois casos, sejam 
geradores de economia própria. (CC, art. 5º, § único). 
3 – Incapacidades 
A lei 13.146, de 6 de julho de 2015 instituiu o Estatuto da Pessoa Deficiente, modificando o Código Civil. 3.1 – Incapacidade absoluta 
Art. 3º - São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil: 
I - os menores de dezesseis anos; 
II- os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos; 
III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade. 
 Veda a pessoa de praticar todos os atos. O absolutamente incapaz é representado. Os pais ou tutor toma o lugar da pessoa na prática do 
ato. O ato se praticado sem seu representante legal, é nulo. 
3.2 – Incapacidade relativa 
Art. 4º - São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de exercê-los: 
I – os maiores de 16 e menores de 18 anos; 
II – os ébrios habituais, os viciados em tóxicos; 
III – aqueles que por causas transitórias ou permanentes, não puderem exprimir sua vontade; IV – os Pródigos. 
 O relativamente incapaz é assistido na prática dos atos. A assistência se dá por: 
Autorização – antes da prática do ato; 
Acompanhamento – durante o ato; 
Ratificação – posterior ao ato; 
Confirmação – quando obtiver a capacidade de fato e tácita ou expressamente valida o ato. 
 No caso de pródigo, a assistência se limita à esfera patrimonial, podendo exercer atos de mera administração. 
O ato praticado sem a devida assistência é anulável. 
4 – Individualização da Pessoa Natural 
4.1 – O nome 
 É o primeiro sinal distintivo e declaratório. 
Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome. 
 Prenome – é o nome próprio de cada pessoa e serve para distinguir membros da mesma família. 
 Sobrenome – (patronímico) é sinal que identifica a procedência da pessoa, indicando a sua filiação ou estirpe. 
4.1.1 – Mudança do nome 
4.1.1.1 – Mudanças necessárias 
Lei do divórcio – mudança facultativa 
4.1.1.2 – Mudanças voluntárias 
 Quando o nome traz constrangimento, pode requerer a mudança. 
- nomes iguais; 
- nome registrado diferente do nome conhecido; 
- testemunha de crime; - mudança de gênero. 
4.1.1.3 - Retificação 
 Quando o nome é escrito de modo errado. 
4.2 – O estado 
 Situação e que a pessoa se encontra na sociedade. 
4.2.1 – O estado político 
 É a qualidade que advém da posição do indivíduo na sociedade política, podendo ser nacional (nato ou naturalizado) e estrangeiro. 
4.2.2 – O estado familiar 
 É o que indica a sua situação jurídica na família, em relação ao matrimônio (solteiro, casado, viúvo, divorciado, separado judicialmente), e ao 
parentesco, por consanguinidade ou afinidade (pai, filho, irmão, sogro, cunhado, etc.). A união estável é reconhecida como entidade familiar 
pela Constituição Federal. Trata-se de situação que produz efeitos jurídicos, conferindo a quem nela se encontra direito a alimentos, a 
meação, a benefícios previdenciários, etc. 
4.2.3 – O estado individual 
 É os caracteres específicos da pessoa. É o modo de ser da pessoa quanto à idade, sexo, cor, altura, saúde (são ou insano e incapaz), etc. Diz 
respeito a aspectos ou particularidades de sua constituição orgânica que exercem influência sobre a capacidade civil (homem, mulher, 
maioridade, menoridade, etc.). 
4.3 – O domicílio 
 Todos os sujeitos de direito devem ter, pois, um lugar certo, no espaço, de onde irradiem sua atividade jurídica. Clóvis Beviláqua define 
domicílio da pessoa natural como “o lugar onde ela, de modo definitivo, estabelece a sua residência e o centro principal da sua atividade”. 
 Residência é o lugar em que a pessoa habita ou tem o centro de suas atividades. Trata-se de um lugar onde a pessoa para ou detém para 
descanso, seja de caráter transitório ou permanente. 
Art. 70. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo. 
Art. 71. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer 
delas. 
Art. 72. É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes à profissão, o lugar onde esta é exercida. 
Parágrafo único. Se a pessoa exercitar profissão em lugares diversos, cada um deles constituirá domicílio para as relações que lhe 
corresponderem. 
Art. 73. Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência habitual, o lugar onde for encontrada. 
Art. 74. Muda-se o domicílio, transferindo a residência, com a intenção manifesta de o mudar. 
Parágrafo único. A prova da intenção resultará do que declarar a pessoa às municipalidades dos lugares, que deixa, e para onde vai, 
ou, se tais declarações não fizer, da própria mudança, com as circunstâncias que a acompanharem. 
4.3.1 – Elementos do domicílio (art. 70) 
Elemento objetivo – lugar, mero estado de fato material; 
Elemento subjetivo – o animus, intenção de aí fixar-se de modo permanente. 
4.3.2 – Princípios que disciplinam o domicílio 
Pluralidade – se a pessoa natural tiver diversas residências onde alternativamente viva, ou vários centros de ocupações habituais, 
considerar-se-á domicílio seu qualquer destes ou daquelas. No que diz respeito à competência jurídica, o indivíduo que possui vários 
domicílios pode ser acionado em qualquer um destes lugares (art. 71). 
Mutabilidade – muda-se o domicílio, transferindo a residência, quando o indivíduo tiver intenção manifesta de mudar (art. 74). 
4.3.3 – Espécies de domicílio 
 O domicílio pode ser classificado em necessário, voluntário e especial. Voluntário – é aquele que depende da vontade exclusiva do 
interessado (maior e capaz). 
Necessário – é o determinado pela lei, em razão da condição ou situação de certas pessoas que necessitam de proteção legal (art. 76). 
Especial – fixado com base no contrato. (art. 78). 
José Antônio de Morais, brasileiro, casado, interditado por prodigalidade, residente e domiciliado à rua das 
bandeiras, nº 37, nesta cidade de João Pessoa. 
Nome: 
José Antônio – Prenome 
De Morais – Sobrenome Estado: 
Brasileiro – estado político de brasileiro nato 
Casado – estado familiar de cônjuge 
Pródigo – relativamente incapaz (estado individual) assistido por curador Domicílio: 
Geral, necessário (domicílio de seu assistente) 
5 - Extinção da personalidade natural 
5.1 – Morte RealÉ responsável pelo término da existência da pessoa natural. Este é o primeiro efeito jurídico, a extinção da personalidade. O segundo efeito 
jurídico é a transmissão do patrimônio do morto para os herdeiros. A sua prova faz-se pelo atestado de óbito (livro C). 
5.2 – Morte presumida 
5.2.1 – Morte presumida com declaração de ausência 
 É quando o ausente desaparece de seu domicílio sem dar notícia de seu paradeiro e sem deixar um representante, produz efeitos 
patrimoniais, permitindo a abertura da sucessão provisória e, depois, a definitiva. 
 A declaração de ausência é por sentença. 
 O credor também pode pedir a declaração. 
5.2.2 – Morte presumida sem declaração de ausência 
Art. 7º Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência: 
I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; 
II- se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra. 
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e 
averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento. 
5.2.3 – Efeitos da ausência 
 Caracteriza-se a ausência, quando a pessoa desaparece de seu domicilio, sem deixar representante ou procurador (art. 22). 
 A característica fundamental deste instituto é a incerteza sobre a vida do ausente. 
 A pedido de qualquer interessado ou do Ministério Público, o magistrado nomeará um curador, o qual administrará os bens deixados pelo 
ausente, ou seja, aqueles que foram arrecadados judicialmente. 
 Caso o ausente retorne, cessa a curadoria. Entretanto, se decorrer o prazo de um ano da publicação do primeiro edital, e não houver 
notícias sobre o ausente, os interessados indicados no art. 27 poderão requerer a abertura da sucessão provisória. 
5.2.3.1 – Efeitos jurídicos patrimoniais Sucessão provisória (art. 26 ao 36) 
 Concede: 
a) o uso dos bens do ausente; 
b) o gozo dos bens do ausente (posse). Não pode alienar os bens. 
Sucessão definitiva (art. 37 ao 39) 
 Concede: 
a) o direito de alienar os bens do ausente (domínio – os herdeiros se imitem no domínio dos bens) 
5.2.3.2 – Efeitos jurídicos pessoais 
Exercício do poder familiar 
1 – é o exercício pelo cônjuge do ausente; 
2 – cessa o vinculo do casamento com a decretação da morte presumida (art. 1.571) 
5.3 – Comoriência ou morte simultânea 
Art. 8º Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião (não precisa ser no mesmo lugar), não se podendo averiguar qual 
deles morreu primeiro, presumir-se-ão simultaneamente mortos. 
O principal efeito da presunção de morte simultânea é que, não tendo havido tempo ou oportunidade para a transferência de bens 
entre os comorientes, um não herda do outro. Não há, pois, transferência de bens e direitos entre os comorientes. Por conseguinte, se 
morrem em acidente casal sem descendentes e ascendentes, sem saber qual morreu primeiro, um não herda do outro. Assim, os colaterais 
da mulher ficarão com a meação dela, enquanto os colaterais do marido ficarão com a meação dele. 
Diversa seria a solução se houvesse prova de que um faleceu pouco antes do outro. O que viveu um pouco mais herdaria a meação 
do outro e, por sua morte, a transmitiria aos seus colaterais. 
6 – Direitos da personalidade: Conceito 
 Atributo que a norma dá para pessoa que nasce com vida. São direitos inalienáveis, que se encontram fora do comércio, e que merecem a 
proteção legal. 
6.1 –Características 
 São direitos subjetivos, extrapatrimoniais, absolutos (erga omni), intransmissíveis, inalienáveis (“inter-vivos” ou causa mortos – herança, 
sucessão), imprescritíveis, natos e vitalícios. 
6.2 – Espécies 
 Direitos à integridade física e direitos à integridade moral. 
 
6.3 – Tutela jurídica 
 Proteção que a norma confere a esses direitos (art. 12) 
Preventiva – fazer cessar 
Repressiva – indenização 
6.3.1 – Tutela pública 
 Direito constitucional – proteção do indivíduo (particular) em relação ao Estado. (CF – art. 5º) 
 Direito Penal – tutela o direito da personalidade na esfera criminal (define os crimes e as penas). 
6.3.2 – Tutela privada 
Código civil – prevê e utiliza de instrumentos do código de processo civil. 
Preventiva – fazer cessar a lesão (liminar, medida cautelar) 
Repressiva – indenizar o dano (ação ordinária) 
7 – Pessoas Jurídicas 
 É a entidade constituída de homens ou bens, com vida, direitos, obrigações e patrimônios próprios. 
7.1 – Espécies 
 As pessoas jurídicas são subdivididas em direito público interno, ou externo, e em direito privado. 
São pessoas jurídicas de direito interno: a União, cada um de seus Estados, o Distrito Federal, Territórios e cada um dos Municípios 
legalmente constituídos (art. 41) e administração indireta (autarquia, fundações públicas e demais entidades de caráter público criadas por 
lei). 
São pessoas jurídicas de direito privado: as sociedades, as associações e as fundações particulares, os partidos políticos, as 
organizações religiosas e as empresas individuais de responsabilidade limitada. 
As associações, as sociedades e as fundações já estavam no Código Civil de 1916. Já as organizações religiosas e partidos políticos 
foram acrescidos pela lei 10.825/2003, e as empresas individuais de responsabilidade limitada foi incluída pela lei 12.441/2011 alterando o 
art. 44. 
7.2 – Pessoas jurídicas de Direito privado 
7.2.1 – As associações 
 São organizações sem fim lucrativo, em regra, exercendo atividades culturais, religiosas, recreativas, etc. 
 É constituída por pessoas naturais (associados). 
 Na extinção, o patrimônio é liquidado, onde o associado pode requerer sua parte investida. O restante é destinado a outra associação que 
exerça atividade semelhante. 
7.2.2 – As sociedades 
 São organizações com fins lucrativos, podendo ser personificadas ou não personificadas. 
 É constituída por pessoas naturais (sócios). 
 Os sócios se vinculam a sociedade e entre si com direitos e deveres, mas o sócio não tem direitos e deveres para com outro sócio. 
 As sociedades se dividem em duas espécies: 
- sociedade simples – congrega pessoas que exercem a mesma atividade; 
- sociedade empresárias – finalidade de empresa – produz ou circula bens e/ou serviços. 
7.2.3 – As fundações 
 É a pessoa jurídica composta pela organização de um patrimônio, destacado pelo instituidor para uma finalidade especifica. Não tem 
proprietário, nem titular, nem sócios. Tem apenas um patrimônio, gerido por curadores. 
 O instituidor de uma fundação pode ser pessoa natural ou pessoa jurídica (sociedade) que destina parte de seu patrimônio para criar uma 
fundação. 
 A fundação pode ser criada por escritura pública ou testamento, devendo o instituidor doar os meios necessários e especificar o fim a que se 
destina, declarando também, se quiser a maneira de administrá-la (art. 62). 
 A forma de administração pode ser direta, em que o próprio instituidor prevê no ato de instituição. Pode ser também de forma indireta ou 
fiduciária, remete a terceiros a tarefa de fazer o estatuto (boa fé, confiança). (art. 65). 
 Mesmo não tendo fins econômicos, o estatuto estabelecerá uma forma de fazer o dinheiro crescer, investir e render dinheiro para mantê-la. 
 O fim da fundação é imutável, ninguém pode modificar, mas o estatuto pode ser alterado desde que os administradores (2/3) estejam de 
acordo (art. 67). 
 Qualquer pessoa que tenha interesse e o Ministério Público pode pedir a extinção da fundação quando desvia sua finalidade praticando atos 
ilícitos, impossível ou inútil. 7.2.4 – Os partidos políticos 
 É registrado no cartório como pessoa jurídica

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