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Resumo Direito Administrativo

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Resumo Direito Administrativo
Unidade 1: Direito Administrativo
Considerações Iniciais: o direito administrativo é um dos ramos do direito público, uma vez que rege a organização e o exercício de atividades do Estado voltadas para a satisfação de interesses públicos.
O Prof. Celso Antônio Bandeira de Mello aduz um conceito sintético de direito administrativo, definindo-o como "o ramo do Direito Público que disciplina a função administrativa e os órgãos que a exercem".
A Prof.ª Maria Sylvia Zanella Di Pietro define o direito administrativo como "o ramo do direito público que tem por objeto os órgãos, agentes e pessoas jurídicas administrativas que integram a Administração Pública, a atividade jurídica não contenciosa que exerce e os bens de que se utiliza para a consecução de seus fins, de natureza pública".
Objeto: Essencialmente DIREITO PÚBLICO
Contribuições:
França: estudo da jurisprudência; dualidade da jurisdição (jurisdição administrativa ao lado da jurisdição comum)
Alemanha: estudo da doutrina; estudiosos do direito (elaboração sistemática e científica, mais abstrata, a cargo dos doutrinadores)
Itália: Sob o aspecto doutrinário, o Direito Administrativo, na primeira fase, sofreu influência da doutrina francesa e paralelamente se inspirou nos esquemas do direito privado. Na segunda fase, já abandonando gradativamente o apego aos métodos de direito privado e à escola exegética, foi assumindo caráter científico, com sistematização própria, embora com influência alienígena, especialmente do direito alemão.
Relação do DA em outros ramos do Direito
Direito constitucional: art. 37 da CF até o 41- Da administração pública
Direito tributário: administração das taxas
Direito processual: Dos crimes contra a administração pública
Direito Civil: Contratos > Código Civil > Responsabilidade
Princípios que regem a Administração Pública
Princípios expressos
LEGALIDADE: A Administração Pública só pode fazer o que estiver expressamente previsto em lei. Em decorrência disso, a Administração Pública não pode, por simples ato administrativo, conceder direitos de qualquer espécie, criar obrigações ou impor vedações aos administrados; para tanto, ela depende de lei.
IMPESSOALIDADE: o administrador não pode se valer da sua imagem para se beneficiar, agindo sempre para o benefício de toda a coletividade. Assim, ele não pode agir de forma a beneficiar alguém ou um grupo de pessoas. Exigir impessoalidade da Administração tanto pode significar que esse atributo deve ser observado em relação aos administrados como à própria Administração. O princípio estaria relacionado com a finalidade pública que deve nortear toda a atividade administrativa. Significa que a Administração não pode atuar com vistas a prejudicar ou beneficiar pessoas determinadas, uma vez que é sempre o interesse público que tem que nortear o seu comportamento. 
MORALIDADE: O administrador quando age deve buscar a moral social. *
PUBLICIDADE: todo ato administrativo deve ser publicado no Diário Oficial da União para efeitos de controle/fiscalização e para dar conhecimento à sociedade dos atos praticados pela AP. O princípio d a publicidade, que vem agora inserido no artigo 37 d a Constituição, exige a ampla divulgação dos atos praticados pela Administração Pública, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas em lei. **
EFICIÊNCIA: A Emenda Constitucional nº 19, de 4-6-98, inseriu o princípio da eficiência entre os princípios constitucionais da Administração Pública. É o que se impõe a todo agente público de realizar suas atribuições com presteza, perfeição e rendimento funcional. (Reforma Administrativa > mudar o modelo de gestão: Burocrático para Gerencial > busca por resultados)
* Lei 8429/92: Improbidade Administrativa 
Lesão ao erário
Enriquecimento ilícito
Ferimento a qualquer princípio da administração
**Exceções:
Ações que correm em segredo de justiça
Ações do Estado que podem colocar em risco a segurança nacional
Princípios implícitos
Supremacia do Interesse Público sobre o Interesse Privado: ninguém pode sofrer o prejuízo do seu direito em nome do interesse público. Num embate entre o interesse público e o privado, geralmente prevalece o interesse público.
Indisponibilidade do Interesse Público: ninguém pode abrir mão do interesse público. O interesse público é inegociável. O interesse público, ao mesmo tempo que não pertence a ninguém, também pertencer a todos. 
Autotutela: a administração tem o dever de anular os seus próprios atos quando eivados de vícios. Esse poder da Administração está consagrado em duas súmulas do STF. Pela de nº 346, "a administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos"; e pela de nº 473, "a administração pode anular os seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial". Também se fala em autotutela para designar o poder que tem a Administração Pública de zelar pelos bens que integram o seu patrimônio, sem necessitar de título fornecido pelo Poder Judiciário. Ela pode, por meio de medidas de polícia administrativa, impedir quaisquer atos que ponham em risco a conservação desses bens.
Motivação: todo ato administrativo tem que ser motivado, ou seja, fundamentado. A motivação é a justificativa do por quê da prática daquele ato, visando o bem da coletividade. O princípio exige que a administração pública indique os fundamentos de fato e de direito de suas decisões.
Finalidade: possui relação com o princípio da impessoalidade. Quando a administração age, deve buscar o bem da coletividade.
Razoabilidade e proporcionalidade: a razoabilidade trata-se de princípio aplicado ao Direito Administrativo como mais uma das tentativas de impor-se limitações à discricionariedade administrativa, ampliando- se o âmbito de apreciação do ato administrativo pelo Poder Judiciário. O princípio da razoabilidade, entre outras coisas, exige proporcionalidade entre os meios de que se utiliza a Administração e os fins que ela tem que alcançar. O princípio da razoabilidade, sob a feição de proporcionalidade entre meios e fins, está contido implicitamente no artigo 2º, parágrafo único, da Lei nº 9.784/99, que impõe à Administração Pública : adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público (inciso VI) ; observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados (inciso VIII) ; adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados (inciso IX) ; e também está previsto no artigo 29, § 2º, segundo o qual "os atos de instrução que exijam a atuação dos interessados devem realizar-se do modo menos oneroso para estes".
Segurança jurídica: interpretação da norma de forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada a aplicação retroativa de nova interpretação. (Artigo 2º, caput, da Lei nº 9. 784/99.)
Continuidade do serviço público: o serviço público não pode parar, e se parar, deve conter um percentual mínimo de pessoas em serviço, determinado por lei. O serviço público, sendo a forma pela qual o Estado desempenha funções essenciais ou necessárias à coletividade, não pode parar.
Unidade 2: Organização Administrativa Brasileira
Considerações iniciais:
Evolução do Direito Administrativo Brasileiro 
Decreto-Lei nº 200/67 (recepcionado pela CF de 88)
1ª fase: AP Patrimonialista > marcada pelo objetivo de criar um patrimônio inicial 
2ª fase: Burocrática > marcada pela lentidão e improdutividade a) toda autoridade baseada na legalidade; b) relações hierarquizadas de subordinação entre órgãos e agentes; c) competência técnica como critério para seleção de pessoal; d) remuneração baseada na função desempenhada, e não pelas realizações alcançadas; e)controle de fins; f) ênfase em processos 
3ª fase: Gerencial > marcada pela eficiência e produtividade. Diversos institutos de Direito Administrativo refletem esse modelo de administração gerencial como o princípio da eficiência, o contrato de gestão, as agências executivas, os instrumentos de parceria da Administração, a redução de custos com pessoal, descentralização administrativa etc. A noção central da administração gerencial é o princípio da subsidiariedade pelo qual não se deve atribuir ao Estado senão as atividades de exercício inviável pela iniciativa privada.
Processo de Desconcentração e Descentralização
Desconcentração: Na desconcentração as atribuições são repartidas entre órgãos públicos pertencentes a uma única pessoa jurídica, mantendo a vinculação hierárquica.
Descentralização: Já na descentralização, as competências administrativas são exercidas por pessoas jurídicas autônomas, criadas pelo Estado para tal finalidade. 
Divisão
Administração direta: caracterizada pelos órgãos
Administração indireta: composta por pessoas jurídicas autônomas com natureza de direito público ou de direito privado.
Obs: 
ÓRGÃO: a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura da Administração indireta; 
ENTIDADE: a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica; 
AUTORIDADE: o servidor ou agente público dotado de poder de decisão
Entidade de AP Indireta
Autarquias: Autarquias são pessoas jurídicas de direito público interno, pertencentes à Administração Pública Indireta, criadas por lei específica para o exercício de atividades típicas da Administração Pública, com status de lei ordinária.
Características:
Dotadas de autonomia gerencial, orçamentária e patrimonial: autonomia é capacidade de autogoverno representando um nível de liberdade na gestão de seus próprios assuntos, intermediário entre a subordinação hierárquica e a independência.
Nunca exercem atividade econômica: autarquias somente podem desempenhar atividades típicas da Administração Pública (art. 5º, I, do Decreto-Lei n. 200/67), como prestar serviços públicos, exercer o poder de polícia ou promover o fomento.
São imunes a impostos: por força do art. 150, § 2º, da Constituição Federal, autarquias não pagam nenhum imposto.
Seus bens são públicos: os bens pertencentes às autarquias são revestidos dos atributos da impenhorabilidade, inalienabilidade e imprescritibilidade;
Praticam atos administrativos: os atos praticados pelos agentes públicos pertencentes às autarquias classificam-se como atos administrativos sendo dotados de presunção de legitimidade, exigibilidade, imperatividade e autoexecutoriedade;
Celebram contratos administrativos: como decorrência da natureza de pessoas públicas, os contratos celebrados pelas autarquias qualificam-se como contratos administrativos, ou seja, constituem avenças submetidas ao regime privilegiado da Lei n. 8.666/63 cujas regras estabelecem uma superioridade contratual da Administração Pública sobre os particulares contratados;
Possuem as prerrogativas especiais da Fazenda Pública: as autarquias possuem todos os privilégios processuais característicos da atuação da Fazenda Pública em juízo, como prazos em dobro para recorrer e em quádruplo para contestar, desnecessidade de adiantar custas processuais e de anexar procuração do representante legal, dever de intimação pessoal, execução de suas dívidas pelo sistema de precatórios etc.
Responsabilidade objetiva e direta: as autarquias respondem objetivamente, isto é, sem necessidade de comprovação de culpa ou dolo, pelos prejuízos causados por seus agentes a particulares. Além de objetiva, a responsabilidade também é direta, porque é a própria entidade que deve ser acionada judicialmente para reparar os danos patrimoniais que causar. A Administração Direta (entidades federativas) só poderá ser acionada em caráter subsidiário, vale dizer, na hipótese de a autarquia não possuir condições patrimoniais e orçamentárias de indenizar a integralidade do valor da condenação;
Outras características: além das características mencionadas, as autarquias sofrem controle dos tribunais de contas, têm o dever de observar as regras de contabilidade pública, estão sujeitas à vedação de acumulação de cargos e funções públicas, devem realizar licitação e seus dirigentes ocupam cargos em comissão de livre provimento e exoneração.
Fundações: são pessoas jurídicas de direito público interno, instituídas por lei específica mediante a afetação de um acervo patrimonial do Estado a uma dada finalidade pública. Exemplos: Funai, Funasa, IBGE, Funarte e Fundação Biblioteca Nacional.
Natureza jurídica: prevista no Código Civil. Existem 4 correntes de pensamento que visam identificar a natureza jurídica das fundações:
Decreto-Lei nº 200/67: fundação pública é “a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes”.
Celso Antônio: Pessoa Jurídica de Direito PÚBLICO, segundo estudo mundial feito por análise em direito comparado
Di Pietro: Está entre os que defendem a possibilidade de o Poder Público, ao instituir fundação, atribuir-lhe personalidade de direito público ou de direito privado, de acordo com a origem do capital disponibilizado para instituir as fundações.
Estados: Possibilidade de o Estado instituir uma fundação e dar a ela caráter privado. Ela não será regida apenas pelo Código Civil (Público), mas também pelo código competente do Direito Privado (Ex: CLT)
Criação: art. 37, XIX, CF (somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação)
Fundação privada: se cria a partir de registro em cartório 
Fundação pública: são criadas pelo Estado por meio de lei. A lei específica institui a fundação e a lei complementar define a área de atuação da fundação. 
Características: Todas as características aplicadas para as autarquias também são aplicadas às fundações.
OBS: A diferença entre Autarquia e Fundação está na sua criação
Empresas Estatais: Dá-se o nome de empresas estatais às PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO pertencentes à Administração Pública Indireta, a saber: empresas públicas e sociedades de economia mista. 
Empresas públicas são pessoas jurídicas de direito privado, criadas por autorização legislativa, com totalidade de capital público e regime organizacional livre.
Sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de direito privado, criadas mediante autorização legislativa, com maioria de capital público e organizadas obrigatoriamente como sociedades anônimas.
Em que pese a personalidade de direito privado, empresas públicas e sociedades de economia mista têm em comum as seguintes características:
a) sofrem controle pelos Tribunais de Contas, Poder Legislativo e Judiciário;
b) dever de contratar mediante prévia licitação. Entretanto, as empresas públicas e sociedades de economia mista exploradoras de atividade econômica não precisam licitar para a contratação de bens e serviços relacionados diretamente com suas atividades finalísticas, sob pena de inviabilizar a competição com as empresas privadas do mesmo setor;
c) obrigatoriedade de realização de concurso público;
d) proibição de acumulação de cargos, empregos ou funções públicas;
e) contratação de pessoal pelo regime celetista de emprego público, com exceção dos dirigentes, sujeitos ao regime comissionado (cargos “de confiança”);
f) remuneração dos empregos não sujeita ao teto constitucional, exceto se receberem recursos públicos para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral;
g) jurisprudência do Supremo TribunalFederal considerando inconstitucional a exigência de aprovação prévia, no âmbito do Poder Legislativo, como requisito para nomeação de seus dirigentes pelo Chefe do Executivo;
h) impossibilidade de falência (art. 2º, I, da Lei n. 11.101/2005).
Agências Estatais: Com a expressão empresa estatal ou governamental designamos todas as entidades, civis ou comerciais, de que o Estado tenha o controle acionário, abrangendo a empresa pública, a sociedade de economia mista e outras empresas que não tenham essa.
Agências reguladoras: Agência reguladora, em sentido amplo, seria, no direito brasileiro, qualquer órgão da Administração Direta ou entidade da Administração Indireta com função de regular a matéria específica que lhe está afeta. Se for entidade da Administração indireta, ela está sujeita ao princípio da especialidade, significando que cada qual exerce e é especializada na matéria que lhe foi atribuída por lei. Aliás, a ideia de especialização sempre inspirou a instituição das agências norte-americanas, como também foi uma das inspiradoras da instituição de autarquias no direito europeu continental.
Histórico: Origem na concepção originária dos EUA anterior à 1990
Natureza jurídica: autarquia em regime especial 
Criação: lei específica 
Características: 
Todas as características das autarquias comuns
Independentes em relação ao poder Executivo
Especializadas por área de atuação: para cada área privatizada pelo Estado, é criada uma agência reguladora correspondente 
Neutralidade: o dirigente da agência reguladora exerce um mandato fixo (não pode ser exonerado a qualquer tempo)
Discricionariedade: o juiz não pode decidir uma causa sem antes ouvir a agência
Poder regular: poder de editar normas com força de lei
OBS: ANATEL e ANP: únicas agências com poder regular constitucional 
Agências executivas: Agência executiva é a qualificação dada à autarquia ou fundação que celebre contrato de gestão com o órgão da Administração Direta a que se acha vinculada, para a melhoria da eficiência e redução de custos. 
OBS: Qualificação ≠ Criação: a qualificação exige a assinatura de um contrato de gestão. Não se trata de entidade instituída com a denominação de agência executiva. Trata-se de entidade preexistente (autarquia ou fundação governamental) que, uma vez preenchidos os requisitos legais, recebe a qualificação de agência executiva, podendo perdê-la, se deixar de atender aos mesmos requisitos.
Pelo § 1 º desse dispositivo, a qualificação como Agência Executiva será feita em ato do Presidente da República. O § 2º incumbe o Poder Executivo de editar medidas de organização administrativa específicas para as Agências Executivas, visando assegurar a sua autonomia de gestão, bem como a disponibilidade de recursos orçamentários e financeiros para o cumprimento dos objetivos e metas definidos nos contratos de gestão.
TERCEIRO SETOR: O nome “terceiro setor” designa atividades que não são, nem governamentais (primeiro setor), nem empresariais e econômicas (segundo setor). Desse modo, o terceiro setor é composto por entidades privadas da sociedade civil que exercem atividades de interesse público sem finalidade lucrativa. O regime jurídico aplicável a tais entidades é predominantemente privado, parcialmente derrogado por normas de Direito Público.
Pessoas que compõem o Terceiro Setor:
Entidades de apoio: criadas por servidores públicos, dentro dos órgãos públicos, utilizando os bens públicos, mas sem que haja legislação ou marco regulatório, isto é, não há lei que trate do assunto.
O Sistema “S”: Pessoas privadas sem fins lucrativos e sem lei que os regulamente, existem de fato, mas não de direito. EX: SESI, SEBRAE, SESC, SENAI
Organização Social (OS): Criada pela Lei n. 9.637/98, organização social é uma qualificação especial outorgada pelo governo federal a entidades da iniciativa privada, sem fins lucrativos, cuja outorga autoriza a fruição de vantagens peculiares, como isenções fiscais, destinação de recursos orçamentários, repasse de bens públicos, bem como empréstimo temporário de servidores governamentais. As áreas de atuação das organizações sociais são ensino, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico, proteção e preservação do meio ambiente, cultura e saúde. Desempenham, portanto, atividades de interesse público, mas que não se caracterizam como serviços públicos stricto sensu, razão pela qual é incorreto afirmar que as organizações sociais são concessionárias ou permissionárias.
Para Di Pietro: Organização social é a qualificação jurídica dada a pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, instituída por iniciativa de particulares, e que recebe delegação do Poder Público, mediante contrato de gestão, para desempenhar serviço público de natureza social. Nenhuma entidade nasce com o nome de organização social; a entidade é criada como associação ou fundação e, habilitando-se perante o Poder Público, recebe a qualificação; trata-se de título jurídico outorgado e cancelado pelo Poder Público.
Podem ser apontadas as seguintes características na organização social:
É definida como pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos;
Criada por particulares, deve habilitar-se perante a Administração Pública, para obter a qualificação de organização social; ela é declarada, pelo artigo 1 1 da Lei nº 9.637 /98, como "entidade de interesse social e utilidade pública";
Ela pode atuar nas áreas de ensino, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico, proteção e preservação do meio ambiente, cultura e saúde;
Seu órgão de deliberação superior tem que ter representantes do Poder Público e de membros da comunidade, de notória capacidade profissional e idoneidade moral;
As atribuições, responsabilidades e obrigações do Poder Público e da organização social são definidas por meio de contrato de gestão, que deve especificar o programa de trabalho proposto pela organização social, estipular as metas a serem atingidas, os respectivos prazos de execução, bem como os critérios objetivos de avaliação de desempenho, inclusive mediante indicadores de qualidade e produtividade;
A execução do contrato de gestão será supervisionada pelo órgão ou entidade supervisora da área de atuação correspondente à atividade fomentada; o controle que sobre ela se exerce é de resultado;
A ajuda pelo Poder Público poderá abranger as seguintes medidas: destinação de recursos orçamentários e bens necessários ao cumprimento do contrato de gestão, mediante permissão de uso, com dispensa de licitação; cessão especial de servidores públicos, com ônus para a origem; dispensa de licitação nos contratos de prestação de serviços celebrados entre a Administração Pública e a organização social;
A entidade poderá ser desqualificada como organização social quando descumprir as normas do contrato de gestão.
Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) - Lei 9790/99: As organizações da sociedade civil de interesse público – Oscips – são pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, instituídas por iniciativa dos particulares, para desempenhar serviços não exclusivos do Estado, com fiscalização pelo Poder Público, formalizando a parceria com a Administração Pública por meio de termo de parceria.
Existe alguma semelhança com as organizações sociais, na medida em que ambas são entidades privadas, sem fins lucrativos, que, uma vez preenchidos os requisitos legais, recebem uma qualificação pelo Poder Público: organização social - OS, em um caso, e organização da sociedade civil de interesse público - Oscip, em outro. A grande diferença está em que a OS recebe ou pode receber delegação para a gestão de serviço público, enquanto a Oscip exerce atividade de natureza privada, com a ajuda do Estado. No caso da Oscip, o objetivo é semelhante ao que já inspirou anteriormente a outorga do título de utilidade pública. Uma vez qualificada pelo Poder Público, a entidade passa a receber algum tipo de auxílio por parte do Estado, dentro da atividade de fomento. Só que a Oscip está maisbem estruturada, já que a lei impõe requisitos mais rígidos para a obtenção da qualificação.
OBS; Benemerência social: qualquer área que faça bem à coletividade
Ato vinculado: o Poder público é obrigado a qualificar uma pessoa privada como OSCIP desde que a mesma preencha todos os requisitos da lei.
O Poder público não participa da gestão da OSCIP (Controle constitucional > Prestação de contas).
Podem ser apontadas as seguintes características na organização da sociedade civil de interesse público:
a) é pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos;
b) criada por particulares, deve habilitar-se perante o Ministério da Justiça para obter a qualificação (art. 5º);
c) deve atuar em pelo menos uma das seguintes áreas: assistência social; promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; promoção gratuita da educação ou da saúde; promoção da segurança alimentar e nutricional; defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável; promoção do voluntariado; promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza; experimentação, não lucrativa, de novos modelos socioprodutivos e de sistemas alternativos de produção, comércio, emprego e crédito; promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar; promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e de outros valores universais; estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos que digam respeito às atividades mencionadas neste artigo (art. 3º) ;
d) seu vínculo com a Administração Pública é estabelecido por meio de termo de parceria, que deve especificar, como cláusulas essenciais: o objeto, com especificação do programa de trabalho; as metas e os resultados a serem atingidos e os respectivos prazos de execução ou cronograma; os critérios objetivos de avaliação de desempenho, mediante indicadores de resultado; previsão de receitas e despesas, inclusive com detalhamento das remunerações e benefícios do pessoal a serem pagos com recursos oriundos ou vinculados ao termo de parceria; obrigatoriedade de apresentação de relatório anual, com comparação entre as metas e os resultados alcançados, acompanhado de prestação de contas; publicação na imprensa oficial do extrato do termo de parceria e de demonstrativo de sua execução física e financeira (art. 1 0, § 2º) ;
e) a execução do termo de parceria será supervisionada pelo órgão do Poder Público da área de atuação correspondente à atividade fomentada e pelos Conselhos de Políticas Públicas das áreas correspondentes de atuação existentes, em cada nível de governo (art. 1 1);
f) fomento pelo Poder Público ou cooperação entre Poder Público e entidade privada, não sendo especificadas na lei as modalidades de fomento ou cooperação; há apenas algumas referências a bens ou recursos de origem pública;
g) a entidade poderá perder a qualificação a pedido ou mediante decisão proferida em processo administrativo, no qual será assegurada a ampla defesa e o contraditório (art. 7º);
h) em caso de malversação de bens ou recursos de origem pública, os responsáveis pela fiscalização representarão ao Ministério Público, à Advocacia Geral da União ou à Procuradoria da entidade, para que requeira ao juízo competente a decretação da indisponibilidade dos bens da entidade e o sequestro dos bens de seus dirigentes, bem como de agente público ou terceiro, que possam ter enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público (art. 1 3 ) ; também são previstos a investigação, o exame e o bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações mantidas pelo demandado no país e no exterior (art. 13, § 2º) .
Unidade 3: Atos Administrativos
Ato administrativo vs. Atos da administração
Ato da Administração ou ato de gestão: Todo ato praticado apenas pela administração. Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello atos da administração situam-se entre aqueles realizados pela administração. Ato de administração são os característicos e qualificados como atos de gestão administrativa. Ato da administração consiste em todas as atividades revestidas de juridicidade ou não, que têm na administração pública a sua fonte. Segundo Maria Sylvia "todo ato praticado no exercício da função administrativa é Ato da Administração".
Ato administrativo: Pode ou não ser praticado pela administração.
Ato administrativo: gênero.
Ato da Administração: espécie.
Atos da Administração
 Atos políticos: atos praticados pela AP com ampla margem de discricionariedade e têm competência extraída diretamente da Constituição Federal 
Atos materiais: são atos de mera execução (fazer/ ações/ condutas). Consistem na prestação concreta de serviços, faltando-lhes o caráter prescritivo próprio dos atos administrativos. 
Contratos: acordos de vontades. São vinculações jurídicas bilaterais, distinguindo-se dos atos administrativos que são normalmente prescrições unilaterais da Administração.
Regidos pelo Direito Civil: atos que a administração pode praticar, previstos no CC
Atos legislativos e jurisdicionais: são praticados excepcionalmente pela Administração Pública no exercício de função atípica. Exemplo: medida provisória;
Atos administrativos: aqueles praticados no exercício da função administrativa, que tem por características ser concreta, parcial e subordinada.
*Concreta: A AP aplica a lei ao caso concreto, faltando-lhe a característica de generalidade e abstração própria da lei (princípio da legalidade) > PODER JUDICIÁRIO
* Parcial: A AP faz parte da relação jurídica (autor + juiz + réu) e é ela própria quem decide > PODER LEGISLATIVO
*Subordinada: a função administrativa é subordinada porque pode ser revista pelo Poder Judiciário. > PODER JUDICIÁRIO + PODER LEGISLATIVO
Elementos
COMPETÊNCIA: Sujeito > a pessoa que pratica os atos de acordo com os seus atributos, indicada por quem assina o ato. É aquele a quem a lei atribui competência para a prática do ato.
OBJETO: é o efeito jurídico imediato que o ato produz, basta verificar o que o ato enuncia, prescreve, dispõe. Ex: Nomeação, demissão, exoneração
MOTIVO: Motivo é o pressuposto de fato e de direito que serve de fundamento ao ato administrativo. Pressuposto de direito é o dispositivo legal em que se baseia o ato. Pressuposto de fato, corno o próprio nome indica, corresponde ao conjunto de circunstâncias, de acontecimentos, de situações que levam a Administração a praticar o ato.
FORMA: é a exteriorização do ato, é a forma pela qual ele é visualizado. Ex: Decreto, portaria, resolução, ofício, comunicado, etc.
FINALIDADE: é o resultado que a Administração quer alcançar com a prática do ato.
Atributos (características inerentes do ato)
Presunção de legitimidade ou legalidade: A presunção de legitimidade diz respeito à conformidade do ato com a lei; em decorrência desse atributo, presumem-se, até prova em contrário, que os atos administrativos foram emitidos com observância da lei.
Presunção de veracidade: A presunção de veracidade diz respeito aos fatos; em decorrência desse atributo, presumem-se verdadeiros os fatos alegados pela Administração. Assim ocorre com relação às certidões, atestados, declarações, informações por ela fornecidos, todos dotados de fé pública.
Autoexecutoriedade: Consiste a autoexecutoriedade em atributo pelo qual o ato administrativo pode ser posto em execução pela própria Administração Pública, sem necessidade de intervenção do Poder Judiciário.
Imperatividade: Imperatividade é o atributo pelo qual os atos administrativos se impõem a terceiros, independentemente de sua concordância.
Tipicidade: Tipicidade é o atributo pelo qual o ato administrativo deve corresponder a figuras definidas previamente pela lei como aptas a produzir determinados resultados. Para cada finalidade que a Administração pretende alcançar existe um ato definido em lei.
Classificação: 
 Quanto às prerrogativas:Atos de Império: aqueles praticados pela AP, valendo-se de suas prerrogativas e impondo sua vontade ao particular. Seriam os atos praticados pela Administração com todas as prerrogativas e privilégios de autoridade e impostos unilateral e coercitivamente ao particular independentemente de autorização judicial, sendo regidos por um direito especial exorbitante do direito comum, porque os particulares não podem praticar atos semelhantes, a não ser por delegação do poder público.
Atos de Gestão: aqueles praticados pela AP, em condição de igualdade com o particular, para a conservação e desenvolvimento do patrimônio público e para a gestão de seus serviços; como não diferem a posição da Administração e a do particular, aplica-se a ambos o direito comum.
Quanto aos destinatários: 
Individual: aquele que atinge sujeitos determinados
Geral: aquele que atinge sujeitos indeterminados
Quanto ao grau de liberdade do administrador:
Vinculado: é o ato praticado pelo administrador de acordo com a lei. Não possui margem de apreciação subjetiva.
Discricionário: a lei impõe um parâmetro e o administrador é livre para agir dentro desse limite.
 Quanto à vontade
Simples: é aquele cuja vontade se inicia em um único órgão que o pratica, seja ele singular ou colegiado. Só uma pessoa assina o ato.
Complexo: é aquele cuja vontade se inicia em duas ou mais pessoas que se unem e praticam um único ato. As vontades são homogêneas; resultam de vários órgãos de uma mesma entidade ou de entidades públicas distintas, que se unem em uma só vontade para formar o ato; há identidade de conteúdo e de fins.
Composto: é aquele cuja vontade se origina em dois órgãos distintos, que produzirão dois atos distintos, sendo que um é acessório do outro, um não sobrevive sem o outro. 
Mérito do Ato Administrativo: é a margem de apreciação subjetiva imposta pela lei ao administrador público. A partir da ideia de que certos elementos do ato administrativo são sempre vinculados (a competência e a finalidade, em sentido estrito), pode-se afirmar que não existe ato administrativo inteiramente discricionário. No ato vinculado, todos os elementos vêm definidos na lei; no ato discricionário, alguns elementos vêm definidos na lei, com precisão, e outros são deixados à decisão da Administração, com maior ou menor liberdade de apreciação da oportunidade e conveniência. Por isso se diz que o ato vinculado é analisado apenas sob o aspecto da legalidade e que o ato discricionário deve ser analisado sob o aspecto da legalidade e do mérito: o primeiro diz respeito à conformidade do ato com a lei e o segundo diz respeito à oportunidade e conveniência diante do interesse público a atingir.
Resumidamente, afirma-se que o mérito é o aspecto do ato administrativo relativo à conveniência e oportunidade; só existe nos atos discricionários. Seria um aspecto do ato administrativo cuja apreciação é reservada à competência da Administração Pública. Daí a afirmação de que o Judiciário não pode examinar o mérito dos atos administrativos.
Teoria dos Motivos Determinantes: uma vez motivado o ato, a AP ficará atrelada aos motivos que geraram o ato. Quando a Administração indica os motivos que a levaram a praticar o ato, este somente será válido se os motivos forem verdadeiros. Para apreciar esse aspecto, o Judiciário terá que examinar os motivos, ou seja, os pressupostos de fato e as provas de sua ocorrência. Por exemplo, quando a lei pune um funcionário pela prática de uma infração, o Judiciário pode examinar as provas constantes do processo administrativo, para verificar se o motivo (a infração) realmente existiu. Se não existiu ou não for verdadeiro, anulará o ato.
Revogação; Anulação (Invalidação) e Convalidação
Revogação: 
Ocorre por motivo de conveniência e oportunidade. 
Pode ser exercida pela administração pública. 
Poderes Judiciário e Legislativo podem revogar somente os seus próprios atos (função ATÍPICA)
Produz efeitos EX NUNC (efeitos não- retroativos)
Anulação: 
Ocorre por motivo de ilegalidade
Pode ser exercida pela AP, segundo o princípio da autotutela.
Caso a AP se recuse a anular um ato, entra em ação o Poder Judiciário, na sua função TÍPICA de julgar, não ferindo princípios.
Poderes Judiciário e Legislativo podem anular somente os seus próprios atos (função ATÍPICA)
Efeito EX TUNC (efeito retroativo para a data de publicação daquele ato)
Convalidação:
Ocorre por motivo de vício sanável. Um vício é sanável quando infringe algum dos elementos da AP
Só pode ser exercida pelas autoridades competentes.
Efeito EX TUNC (efeito retroativo para a data de publicação daquele ato)
Extinção dos Atos Administrativos
Cumprimento dos seus efeitos 
Desaparecimento do sujeito ou do objeto
Renúncia 
Retirada
Resumo Direito Administrativo- 2ª Avaliação
Unidade 4: Servidores Públicos
4.1. Considerações iniciais: 
A Constituição de 1988, na seção II do capítulo concernente à Administração Pública, emprega a expressão "Servidores Públicos" para designar as pessoas que prestam serviços, com vínculo empregatício, à Administração Pública Direta, autarquias e fundações públicas.
"Servidor público" é expressão empregada ora em sentido amplo, para designar todas as pessoas físicas que prestam serviços ao Estado e às entidades da Administração Indireta, com vínculo empregatício, ora em sentido menos amplo, que exclui os que prestam serviços às entidades com personalidade jurídica de direito privado.
Lei 8112/90: Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais > REGISTRO JURÍDICO ÚNICO
Servidores públicos são regidos por estatutos, enquanto que as empresas privadas são regidas pela CLT, em virtude do regime ser celetista.
4.2. Agentes Públicos: é toda pessoa física que presta serviços ao Estado e às pessoas jurídicas da Administração Indireta. Perante a Constituição de 1988, com as alterações introduzidas pela Emenda Constitucional nº 1 8/98, pode-se dizer que são quatro as categorias de agentes públicos:
1. agentes políticos;
2. servidores públicos;
3. militares; e
4. particulares em colaboração com o Poder Público.
Agentes políticos: Até 1998, agentes políticos eram os eleitos pelo povo, mas como o conceito só abarcava os Poderes Legislativo e Executivo, o Judiciário pediu a reforma da doutrina. Atualmente, agentes políticos são os membros ou detentores do poder. São, portanto, agentes políticos, no direito brasileiro, porque exercem típicas atividades de governo e exercem mandato, para o qual são eleitos, apenas os Chefes dos Poderes Executivos federal, estadual e municipal, os Ministros e Secretários de Estado, além de Senadores, Deputados e Vereadores. A forma de investidura é a eleição, salvo para Ministros e Secretários, que são de livre escolha do Chefe do Executivo e providos em cargos públicos, mediante nomeação.
	
	EXECUTIVO
	LEGISLATIVO
	JUDICIÁRIO
	União
	Presidente
	Senador/Dep. Federal
	Juízes
	Estados e DF
	Governador
	Dep. Estadual
	Desembargadores
	Município
	Prefeito
	Vereador
	
Militares: Não são servidores públicos, são as pessoas que compõem as forças armadas (Exército, Marinha, Aeronáutica, PM). Possuem regras e métodos de ingresso próprios ≠ Servidores
Particulares que colaboram com a AP
Convocado: qualquer pessoa convocada pelo Estado para exercer atribuição pública Ex: Mesário nas eleições
Delegatários de serviços públicos: pessoas privadas delegadas para exercer um serviço público por meio de processo licitatório (contrato) 
Ex: Transporte público (PARTICULARES > LICITAÇÃO > CONTRATO > DELEGAÇÃO > SERVIÇO PÚBLICO)
Obs: O Estado fiscaliza essas atividades, pois as delegações são dadas pelo Estado.
Gestor de negócios: são aqueles que voluntariamente decidem colaborar com a AP em caso de guerra ou situação emergencial
Servidores Públicos: Sãoservidores públicos, em sentido amplo, as pessoas físicas que prestam serviços ao Estado e às entidades da Administração Indireta, com vínculo empregatício e mediante remuneração paga pelos cofres públicos.
Efetivos: aqueles que preenchem os requisitos para a investidura em um cargo público. Submetem-se a regime estatutário, estabelecido em lei por cada uma das unidades da federação e modificável unilateralmente, desde que respeitados os direitos já adquiridos pelo servidor. Quando nomeados, eles ingressam numa situação jurídica previamente definida, à qual se submetem com o ato da posse; não há possibilidade de qualquer modificação das normas vigentes por meio de contrato, ainda que com a concordância da Administração e do servidor, porque se trata de normas de ordem pública, cogentes, não derrogáveis pelas partes.
Requisitos: 
Aprovação em concurso público
Nomeação (30 dias para tomar posse)
Posse (15 dias para entrar em exercício)
Exercício
Comissionado: aquele de livre nomeação e livre exoneração para cargo em comissão. Conhecidos popularmente como “cargos de confiança”, os cargos em comissão ou comissionados estão reservados a atribuições de direção, chefia e assessoramento (art. 37, V, da CF). O regime jurídico dos ocupantes de cargos em comissão vem parcialmente disciplinado, no âmbito federal, pelo Estatuto do Servidor Público.
Ad nutum: o ato pode ser revogado pela vontade de uma só das partes. Proveniente da área do Direito Administrativo, consideram-se "ad nutum" os atos resolvidos pela autoridade administrativa competente, com exclusividade. Exemplo de ato "ad nutum" é a demissão de funcionário público não estável, deliberada a juízo de autoridade administrativa competente.
Obs: Demissão ≠ Exoneração > Demissão: caráter de penalidade; Exoneração: nomeação típica da AP
Temporário: contratado para suprir uma necessidade temporária e de excepcional interesse público. Os da terceira categoria são contratados para exercer funções em caráter temporário, mediante regime jurídico especial a ser disciplinado em lei de cada unidade da federação. Seu tempo médio de trabalho é 1 ano, podendo ser prorrogado por mais 1 ano.
Obs: Temporário não ocupa cargo, é contratado para exercer uma função
Empregados públicos: trabalham nas empresas públicas e sociedade de economia mista. Requer aprovação em concurso público para contratação para exercer um emprego. São regidos pela CLT.
Dirigentes das Agências reguladoras
Efetividade e Estabilidade
Efetividade: ocorre no cargo > preenche os requisitos de investidura
Estabilidade: garantia dada ao servidor, na qual ele ganha estabilidade pelo serviço público. Os servidores estatutários são selecionados por concurso público para ocupar cargos públicos, tendo vinculação de natureza estatutária não contratual, e adquirem estabilidade após se sujeitarem a um estágio probatório (avaliação de 3 anos).
Obs: O estágio probatório para o cargo de juiz ou membro do MP continua a ser de 2 anos, pois eles não ganham estabilidade e sim vitaliciedade.
Art. 19 - Os servidores públicos civis da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, da administração direta, autárquica e das fundações públicas, em exercício na data da promulgação da Constituição, há pelo menos 5 anos continuados, e que não tenham sido admitidos na forma regulada no art. 37, da Constituição, são considerados estáveis no serviço público.
CARGO, EMPREGO E FUNÇÃO 
Cargo: "cargo é a denominação dada à mais simples unidade de poderes e deveres estatais a serem expressos por um agente". É um local, na AP, o qual uma pessoa pode ocupar. Pode ser:
Efetivo: ocupado por quem preencher os requisitos para a investidura do cargo
Comissionado: ocupado por qualquer pessoa maior de 18 anos, de livre nomeação e exoneração 
Emprego: exercido por empregado público, por meio de aprovação em concurso público e se dá por contratação.
Função: é o conjunto de atribuições às quais não corresponde um cargo ou emprego. Pode ser temporária ou comissionada. 
Temporários: se dá por meio de contratação para exercer função temporária; são regidos pela CLT; não exercem cargo nem emprego.
Comissionados/de confiança: ocupada exclusivamente pelo servidor ocupante de cargo efetivo
PROVIMENTO (Ocupação) E VACÂNCIA (Ausência)
Provimento: é o ato pelo qual o servidor público é investido no exercício do cargo, emprego ou função. Pode ser autônomo ou derivado:
Autônomo: é o primeiro vínculo jurídico que liga alguém a um cargo público. é o que vincula inicialmente o servidor ao cargo, emprego ou função.
Nomeação: Art. 9º da lei 8.112/90 > A nomeação far-se-á: I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isolado de provimento efetivo ou de carreira.
Derivado: ocorre quando a pessoa já tem um vínculo com a AP e algo ocorro, gerando uma nova forma de provimento. Depende de um vínculo anterior do servidor com a Administração
Promoção: Depois da CF 88, só são aceitas promoções horizontais, dentro da própria carreira, não havendo elevação de cargo como havia antes da CF.
Readaptação: é a forma de provimento derivado em que o servidor é readaptado em virtude de ter adquirido uma moléstia que o incapacita para o exercício de todas as atribuições do cargo. Neste caso o servidor não pode sofrer nenhum prejuízo financeiro. A moléstia deve ser causada pela função exercida e atestada por médico. O reenquadramento do servidor readaptando será realizado em cargo de atribuições afins, respeitada a habilitação exigida, nível de escolaridade e equivalência de vencimentos e, na hipótese de inexistência de cargo vago, o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga. Na hipótese de o readaptando, diante da gravidade de sua limitação, ser julgado incapaz para o serviço público, ele será aposentado.
Reversão: é o retorno do servidor já aposentado à atividade, ato pelo qual o funcionário aposentado reingressava no serviço público; podia ser a pedido ou ex officio, esta última hipótese ocorrendo quando cessada a incapacidade que gerou a aposentadoria por invalidez. desde que preenchidas as seguintes condições:
Haja interesse da AP
Haja cargo vago
Que a aposentadoria tenha sido voluntária
Que a aposentadoria tenha ocorrido nos últimos 5 anos
Reintegração: Retorno do servidor demitido por força de decisão judicial. É dada pelo Poder Judiciário.
Recondução: é o retorno do servidor estávelao cargo anteriormente ocupado, do servidor que não logrou êxito no estágio comprobatório de outro cargo para o qual foi nomeado decorrente de outro concurso. Não tem direito à indenização.
VACÂNCIA: Vacância é o ato administrativo pelo qual o servidor é destituído do cargo, emprego ou função. Decorre de exoneração, demissão, aposentadoria, promoção e falecimento. 
Exoneração: A exoneração não é penalidade; ela se dá a pedido ou ex officio (feita pela AP), neste último caso quando se tratar de cargo em comissão ou função de confiança; no caso de cargo efetivo, quando não satisfeitas as exigências do estágio probatório ou quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em exercício no prazo estabelecido. Já a demissão constitui penalidade decorrente da prática de ilícito administrativo; tem por efeito desligar o servidor dos quadros do funcionalismo. 
Promoção: A promoção é, ao mesmo tempo, ato de provimento no cargo superior e vacância no cargo inferior. 
Demissão: Já a demissão constitui penalidade decorrente da prática de ilícito administrativo; tem por efeito desligar o servidor dos quadros do funcionalismo. A doutrina que prevalece é a que entende que o servidor não pode retornar à esfera que o demitiu. Tem efeito temporário de 5 anos > “a bem do serviço público”
Aposentadoria: Passagem do servidor ativo para a inatividade remunerada.
REGIME CONSTITUCIONAL DOS SERVIDORES PÚBLICOS: observação da isonomia, em aspectos como o regime jurídico (que deveria ser único para os servidores da Administração Direta, autarquias e fundações públicas), a remuneração (em relação aos servidores em atividade,inativos e pensionistas) e as condições de ingresso.
Regime Jurídico Único: estatuto que contém tudo a respeito dos servidores, utilizado para quem preencheu os requisitos da investidura do cargo efetivo. 
Direito de acesso a cargos, empregos e funções: O inciso 1 do artigo 37, na redação original, assegurava o direito de acesso aos cargos, empregos e funções públicas apenas aos brasileiros que preenchessem os requisitos estabelecidos em lei, o que abrangia os natos e naturalizados, já que a Constituição não faz qualquer distinção.
Obs: Existem cargos que só podem ser ocupados por brasileiros natos: de Presidente e Vice-Presidente da República; de Presidente da Câmara dos Deputados; de Presidente do Senado Federal; de Ministro do Supremo Tribunal Federal; da carreira diplomática; de oficial das Forças Armadas; VII - de Ministro de Estado da Defesa
Condições de ingresso: Nos termos do artigo 37, II, com redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, "a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração".
Proibição de acumulação remunerada em cargos públicos: Nos termos do artigo 37, XVI, da Constituição, alterado pelas Emendas Constitucionais nlli. 19, de 4-6-98, e 34, de 13-12-01, é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto quando houver compatibilidade de horários, observado, em qualquer caso, o disposto no inciso XI (teto de vencimento ou subsídio): 
a) a de dois cargos de professor; (2 concursos públicos,2 aposentadorias, 2 acumulações lícitas/constitucionais)
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; (Cargo técnico ou científico: cargo de nível superior)
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas.
Obs: As exceções somente admitem dois cargos, empregos ou funções, inexistindo qualquer hipótese de tríplice acumulação, a não ser que uma das funções não seja remunerada. As exceções somente são possíveis quando haja compatibilidade de horário, tendo desaparecido a exigência de correlação de matérias constante da Constituição anterior.
Direito de greve e livre associação sindical
A Constituição anterior vedava, no artigo 1 62, a greve nos serviços públicos e atividades essenciais definidas em lei; silenciava quanto ao direito de associação sindical. Mas a CLT, no artigo 566, determinava: "não podem sindicalizar-se os servidores do Estado e os das instituições paraestatais. Parágrafo único - Excluem-se da proibição constante deste artigo os empregados das sociedades de economia mista, da Caixa Econômica Federal e das Fundações criadas ou mantidas pelo Poder Público da União, dos Estados e dos Municípios". O artigo 3 7, incisos VI e VII, da Constituição, com a redação da Emenda Constitucional nº 19, assegura ao servidor público o direito à livre associação sindical e o direito de greve, que "será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica". O primeiro é autoaplicável; o segundo depende de lei. Na redação original do inciso VII, exigia-se lei complementar para regulamentar o direito de greve; pela nova redação, exige-se lei específica. Como a matéria de servidor público não é privativa da União, entende-se que cada esfera de Governo deverá disciplinar o direito de greve por lei própria.
Sanção por improbidade administrativa: 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
Perda da função pública > Perda do cargo
Perder os direitos políticos > Perda do direito de votar e ser votado
Bens indisponíveis > a pessoa não pode alienar nenhum bem
Ressarcir o erário > devolver aos cofres públicos aquilo que lhe foi lesado
Servidor Público e Mandato Eletivo 
Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições: 
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;
III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;
V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores serão determinados como se no exercício estivesse.
SISTEMA REMUNERATÓRIO DOS SERVIDORES PÚBLICOS
Sistema Remuneratório: Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão conselho de política de administração e remuneração de pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos Poderes. § 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.
	Estruturação
Servidores Públicos
	Estruturação
Agentes Políticos
	VENCIMENTO BASE
	SUBSÍDIOS
	+
	PARCELA ÚNICA
	PENDURICALHOS
	CARGO COMPRESSIVO
	
GRATIFICAÇÕES
	VEDA ACRÉSCIMO DE QUALQUER TIPO DE PARCELA
	ADICIONAIS
	
	AUXÍLIO
	
Limite de remuneração: Art. 37, XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário.
Teto: Salário do Ministro do STF 
Subtetos: 
	
	EXECUTIVO
	LEGISLATIVO
	JUDICIÁRIO
	União
	Presidente
	Senador/Dep. Federal
	Desembargadores
	Estados e DF
	Governador
	Dep. Estadual
	(90,25%)
	Município
	Prefeito
	Vereador
	
Piso: 1 Salário Mínimo
Obs: Parcelas indenizatórias não têm teto, pois não são parcelas remuneratórias.
Proibição de vinculação de vencimentos: Art. 37, XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público. Vinculação de vencimentos: não se pode atrelar uma carreira à outra.
Revisão geral e anual da remuneração dos servidores: X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alteradospor lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices. 
Data-base: anualmente há uma revisão dos valores pagos aos servidores, para serem feitas as devidas correções monetárias.
Irredutibilidade de vencimentos: o vencimento-base não pode ser reduzido.
REGIME PREVIDENCIÁRIO: Aposentadoria é o direito à inatividade remunerada, assegurado ao servidor público em caso de invalidez, idade ou requisitos conjugados de tempo de exercício no serviço público e no cargo, idade mínima e tempo de contribuição. Existem dois regimes de aposentadoria: 
Regime Próprio (RPA): Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo.
Compensação recíproca: o dinheiro pago ao RGPS pode ser repassado ao RPA e vice-versa
Regime Geral (RGPS): Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. 
Contributivo: só possui direito de se aposentar quem pagar para isso
Solidário: transferência do tempo de contribuição de um regime para outro.
MODALIDADES DE APOSENTADORIA: 
Por invalidez: é proveniente de uma moléstia/ doença/ acidente que incapacita o servidor público para o trabalho. Deve ser atestada por uma junta médica (reunião de 2 ou 3 médicos do Serviço Público). Pode ser paga com proventos integrais (ganha o mesmo que ganharia em atividade) ou proporcionais (ganha cerca de 70% do que ganharia), decididos pela junta médica. É ato vinculado, a AP apenas acata a decisão da junta. 
Obs: Há casos em que os proventos são obrigatoriamente integrais > Doenças graves, contagiosas ou incuráveis; acidentes de trabalho; moléstia profissional
Compulsória (expulsória): Leva em consideração a idade do servidor. A aposentadoria compulsória (em que a invalidez é presumida) ocorre aos 70 anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição. Em consequência, somente dará direito a proventos integrais se o funcionário já tiver completado o tempo de contribuição exigido para a aposentadoria voluntária, ou seja, 35 anos, para o homem, e 30 para a mulher.
Voluntária: o servidor requer a sua aposentadoria, mediante o preenchimento de requisitos (acumulativos- para proventos integrais): 
No mínimo 10 anos de serviço público
No mínimo 5 anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria
Alínea a: Considera o tempo de contribuição e a idade (35 anos, para o homem, e 30 para a mulher)
Alínea B: Considera somente a idade- para servidores que entraram mais velhos no Serviço Público (proventos proporcionais) > 65 anos, para o homem, e 60 para a mulher
Obs: O professor da educação infantil e do ensino fundamental e médio tem direito à uma redução de 5 anos tanto no critério idade quanto no tempo de contribuição (§ 5º - Os requisitos de idade e de tempo de contribuição serão reduzidos em cinco anos, em relação ao disposto no § 1º, III, "a", para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio.)
REGIME DISCIPLINAR: poder que a AP tem de aplicar penalidades aos servidores.
Sindicância: equivalente a um inquérito policial, cuja finalidade é investigar. É um dever apurar os fatos. Forma-se uma comissão formada por 3 servidores estáveis que possuem o papel investigativo. O prazo para a conclusão da sindicância é de 30 dias, podendo ser prorrogado por mais 30. 
Consequências: 
Arquivamento: quando a AP investiga e detecta que os fatos eram inverídicos;
Advertência ou suspensão de até 30 dias: a AP investiga e decide punir com penas “leves” (repreensão > suspensão (pode durar até 90 dias) > demissão > cassação da aposentadoria > destituição de cargo em comissão)
Abertura de PAD: a AP investiga e detecta que os fatos existentes têm que ser punidos com penalidades graves.
Processo Administrativo Disciplinar: serve para apurar a responsabilidade do servidor. Tem prazo de conclusão de 60 dias, podendo ser prorrogado por mais 60.
Fases: 
Instauração: ato que dá início ao PAD > “abertura do processo”
Instrução: é a fase da defesa, produção de provas, acareações e ao final desta fase a comissão publica um relatório –resumo do PAD- e sugere a penalidade.
Julgamento: feito no prazo de até 15 dias; ao final da fase de instrução, a comissão entrega o relatório à autoridade máxima e esta, por sua vez, deverá decidir.
Obs: O servidor do qual trata o PAD pode recorrer ao Judiciário para invalidar o PAD e fazer a requisição da reintegração.
COMUNICABILIDADE DE INSTÂNCIAS
3 Esferas: 
CÍVEL PENAL ADMINISTRATIVA
A regra é que as esferas são independentes e INCOMUNICÁVEIS
Quando o funcionário for condenado na esfera criminal, o juízo cível e a autoridade administrativa não podem decidir de forma contrária, uma vez que, nessa hipótese, houve decisão definitiva quanto ao fato e à autoria, aplicando-se o artigo 935 do Código Civil de 2002. Quando a sentença for pela absolvição, há que se distinguir os seus vários fundamentos, indicados no artigo 386 do Código de Processo Penal.
Obs: Existem 2 casos em que a sentença penal vai produzir efeito na esfera administrativa
Quando alguém for absolvido na esfera penal por:
NEGAÇÃO DE AUTORIA (Não foi a pessoa que cometeu o crime)
INEXISTÊNCIA DO FATO (O fato não ocorreu)
A AP, nesses casos, NÃO pode DEMITIR o servidor, pois prevalece a sentença do juiz.

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