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Sistemas telefónicos – Material das aulas teóricas 1 AULA 1 CAPÍTULO I - Descrição Sumária 1.1Introdução A maior parte das actividades humanas dependem do uso da informação, estes vêm com uma grande variedade de formas, incluindo a voz humana, documentos escritos e impressos e dados de computadores. A informação pode ser processada, armazenada, transportada. Foram desenvolvidas tecnologias para executar todas essas operações. Um dos mais importantes meio de transportar informação é converte-la em sinais eléctricos e transmiti-la sobre uma distância, isto é telecomunicações. As comunicações eléctricas começaram com a invenção do telégrafo independentemente de WHEATSTONE e MORSE em 1837. Sistemas telegráficos consistiam principalmente em linhas separadas ponto a ponto, enviando informação numa direcção de cada vez (half duplex) Com o surgimento da telefonia tornou-se necessário que as linhas fossem conectadas em conjunto, de maneira a permitir conversação em ambos sentidos (full duplex) Alexander Grahan Bell (britânico), inventou o telefone em 1876 e a primeira central telefónica em New Haven, Conecticut foi inaugurada em 1878. No Mesmo ano BELL escreveu: “É concebível que cabos telefónicos possam ser estendidos sobre a terra ou suspensos em postes comunicando por fios individuais com casas de campo, lojas, fábricas, etc. Unindo-as através do cabo principal com um escritório central. Onde no escritório central os fios possam ser conectados ou interligados como desejamos estabelecendo comunicação directa entre dois quaisquer lugares da cidade. Tal plano apesar de impraticável no momento presente será, EU “Bell” acredito firmemente, o produto da introdução do telefone público, não apenas isto, mas acredito também que no futuro fios unirão os escritórios centrais da companhia telefónica em diferentes cidades e um homem numa parte do país poderá comunicar com outro noutra parte distante. ” Redes de telecomunicações cresceram em todos os países do mundo e foram acrescidas uma rede internacional que conecta mais de um bilião de telefones em mais de 200 países. Estas redes providenciam agora muitos serviços diferentes como por exemplo: Telegrafia, Telefonia, Comunicação de dados, Transmissão de televisão, etc. Sistemas telefónicos – Material das aulas teóricas 2 O negócio de telecomunicações envolve muitos participantes, dos quais se distinguem: Os utilizadores; Os operadores públicos de telecomunicações (PTO); Os provedores de serviços que envolvem telecomunicações; Os fabricantes de equipamentos e componentes (tanto hardware e software); Investidores financeiros e governos (Normas). Uma vez que os utilizadores devem pagar taxas para cobrir o custo de providenciar redes, eles são só habitualmente chamados de: assinantes ou clientes. 1.2 Estrutura da rede Se uma comunicação é requerida entre estações de “n” utilizadores, ela pode ser providenciada por uma rede constistindo numa linha de cada estação para qualquer outra, como mostrado na figura 1.2-a) está é a chamada rede totalmente interligada ou rede em malha. Cada estação necessita de linhas para as outras “n-1” estações. Portanto se a linha de A para B também transportar chamadas de B para A o número total de linhas é igual a: )1( 2 1 nnN Se n>> 1, numa rede em malha, então 2 2n N . Este arranjo é praticável se “n” for pequeno e se as linhas forem curtas. Contudo a medida que “n” aumenta e as linhas tornam-se mais compridas este arranjo torna-se muito caro. Exemplo: Um sistema servindo 10 mil estações de utilizadores necessita de aproximadamente 50 milhões de linhas. a) Totalmente interligada (malha) c) Anel Sistemas telefónicos – Material das aulas teóricas 3 b) Bus d) Estrela e) Arvóre Figura 1.2. Configurações da rede Em vez de cada estação deve estar conectada para qualquer outra, elas podem todas estar conectadas por uma única linha formando um bus que é ilustrado na figura 1.2-b) ou um anel que também é ilustrado na figura 1.2-c). Estas redes não tem utilidade para a telefonia normal uma vez que apenas uma conversação pode ter lugar de cada vez. Contudo estas redes podem ser usadas para comunicação de dados, pela transmissão de dados sobre um circuito comum a muito maior velocidade de que é gerada nos terminais individuais. Estas configurações são usadas para redes locais (LAN), para transmissão de dados sobre distâncias curtas. Para telefonia, a comunicação nos dois sentidos é requerida entre qualquer parte das estações e deve ser possível que muitas conversações tenham lugar ao mesmo tempo, estas especificações podem ser satisfeitas providenciando uma linha para cada estação de utilizador a partir de um “centro de comutação centralizado”(Exemplo: uma central telefónica). O centro de comutação centralizado interliga as linhas sempre que solicitada, esta configuração da rede mostrada na figura 1.2-d) é chamada de rede em estrela. Neste sistema o número de linhas é reduzido de: )1( 2 1 nnN para N =n. Se “n” for grande o custo de providenciar o centro de comutação é de longe ultrapassado pela poupança em custo de linha. Sistemas telefónicos – Material das aulas teóricas 4 A medida que a área coberta por uma rede em estrela e o número de estações servidas por ela cresce, os custos de linha aumentam tornando-se então económico dividir a rede em redes menores cada uma servida pela sua própria central, como é ilustrada na figura 1.2-e). O comprimento médio de uma linha do cliente é encurtado, portanto o custo total da linha decresce com o número de centrais, mas o custo de providenciar as centrais aumentem. 1.3-a) Área com uma só central 1.3-b) Área com várias centrais Como mostrado na figura 1.4, existe um número óptimo de centrais para o qual o custo é mínimo. Numa área servida por várias centrais os clientes em cada central terão que conversar com clientes de outras centrais, é necessário portanto providenciar circuitos entre centrais. Estes circuitos são chamados de circuitos de junção e eles formam a rede de junção. Se junções são providenciadas entre todas as centrais, a rede de junção tem a configuração da figura 1.2-a). Contudo se o custo de circuitos de junção for alto pode não ser económico conectar todas as centrais directamente, sendo mais barato fazer conecções entre as centrais locais dos clientes através dum centro de comutação chamado de central tandem. A rede de junção tem então uma configuração em estrela como mostrado na figura 1.2-d). Sistemas telefónicos – Material das aulas teóricas 5 Na prática junções directas entre duas centrais locais provam ser económicas quando existe uma grande comunidade de interesses entre os seus clientes (resultando numa alta carga de tráfego), ou quando a distância entre elas é curta (resultando um baixo custo de transmissão). Seguindo o mesmo principio, por encaminhamento indirecto através de uma central Tandem é mais económico quando o tráfego é pequeno ou a distância é grande. AULA 2 Consequentemente uma área multi-central tem normalmente junções directas entre algumas centrais, mas o tráfego entre outras é encaminhado através de uma central tandem. A rede da área como mostrado na figura 1.5 abaixo é então uma mistura de uma rede em estrela ligando todas as centrais locais a uma central tandem e uma rede em malha ligando algumas das centrais locais entre elas. Legenda: L – Central Local; T – Central Tandem Figura 1.5 Área multi-central Clientes que querem comunicar-secom pessoas noutra parte do país, terão que ter a sua área interligada com outras através de circuitos de longa distância, os quais formam a rede troncal. Uma vez que todas as centrais locais numa área têm junções ligadas a centrais tandem, estas providenciam o acesso conveniente a rede troncal. Contudo em cidades grandes o tráfego de longa distância é suficiente para as funções de comutação local - tandem e as de comutação local sejam efectuadas por centrais diferentes (centrais separadas). Uma vez que normalmente não é económico que todas as centrais na mesma área estejam totalmente interligadas entre si, é frequentemente não económico que todas as centrais troncais do país estejam totalmente conectadas. Consequentemente, rotas entre áreas diferentes são providenciadas por conexões tandem através de “centrais de tránsito troncais”. Sistemas telefónicos – Material das aulas teóricas 6 Numa rede nacional grande estas mesmas podem não ser totalmente conectadas e haver um ou mais níveis mais altos de centro de comutação a serem introduzidos; isto produz uma configuração (concatenação) de redes em estrela resultando na configuração em árvore mostrada na figura 1.2-e). Contudo rotas directas são providenciadas quando o tráfego é elevado ou os custos de transmissão são baixos (distâncias curtas). Daí que a árvore é completada por rotas laterais entre algumas centrais no mesmo nível, como ilustrado na figura 1.6. Figura 1.6 – rede de comunicação nacional Legenda: 1. Rede internacional “rede de transito internacional” (centrais de trânsito 3); 2. Centrais Tandem nacionais (centrais de comutação trocais terciários); 3. Centrais regionais Tandem (centrais de comutação troncais secundários); 4. Centrais locais Tandem (centrais de comutação troncais primárias); 5. Centrais locais; 6. Linhas de clientes. Numa rede do tipo mostrado na figura 1.6 onde existe uma rota directa entre duas centrais do mesmo nível, existe também uma possível rota alternativa entre elas através da central do próximo nível superior, então se o circuito directo não estiver disponível (por ex: devido a um corte no cabo) é possível escoar o tráfego através da rota indirecta. Em sistemas de comutação antigos, algumas mudanças deveriam ser feitas através de rearranjos manuais. Sistemas modernos de comutação providenciam encaminhamento automático alternativo (AAR). Com AAR se uma central origem não é capaz de deixar um circuito livre na rota directa para uma central destino, ela automaticamente encaminha a chamada para a central de nível superior, isto acontece não apenas quando não há circuitos directos devido a um corte mas também quando estes estão todos ocupados. Sistemas telefónicos – Material das aulas teóricas 7 Portanto as conexões tandem aumentam o nº dos circuitos disponíveis para transportar tráfego de pico e menos circuitos são necessários na rota directa. Numa rede moderna o uso de AAR melhora a resiliência da rede para fazer face tanto aos cortes como as sobrecargas de tráfego. Uma rede de telecomunicações comutada por uma (PSTN) consiste na seguinte hierarquia. 1. Redes locais: Que interligam estações do clientes às suas centrais locais (são também chamadas redes de distribuição de assinantes, redes de acesso dos clientes ou loop de cliente). 2. Redes de junção: Que interligam um grupo de centrais locais servindo uma área e uma central tandem ou troncal. 3. Rede troncal: Que providencia circuitos de longa distância entre áreas locais através do país. Acima desta hierarquia existe a rede internacional que providencia circuitos ligando as redes nacionais dos diferentes países através de uma ou mais centrais internacionais de tandem. Abaixo da hierarquia da rede nacional pública, alguns clientes tem linhas internas servindo telefones de extensão, estas são conectadas entre elas e a linha da central pública através de uma central privada: PBX (Private Branch Exchange) ou PABX (Private Automatic Branch Exchange). Para comunicações de dados eles também podem ter uma LAN que pode também ser conectada a uma rede pública de dados. Grandes companhias tem também redes privadas, normalmente usando circuitos alugados a um operador público de telecomunicações, que ligam os seus PBX’s ou LAN’s em diferentes partes do país até em diferentes países. Uma rede de telecomunicações contém um grande número de links de transmissão juntando diferentes locais, que são conhecidas como: nós da rede, portanto cada terminal do cliente é um nó. Centrais de comutação formam outros nós. Em certos nós, certos circuitos não são comutados, mas os seus links de transmissão são ligados de uma forma semi-permanente. Os clientes requerem conexão a nós onde existem operadores telefónicos que os possam assistir a fazer chamadas e há serviços de emergência pública (Ex: policia, bombeiros e serviços de ambulância), eles também querem obter ligações a provedores comerciais de serviços de rede de “valor acrescentado” (VANS) tais como: caixas de correio de voz, preços de bolças, metereologia, resultados desportivos. Consequentemente uma rede de telecomunicações pode ser considerada como a totalidade dos links de transmissão e dos nós, os quais são dos seguintes tipos: Nós do cliente; Nós de comutação; Nós de transmissão; Sistemas telefónicos – Material das aulas teóricas 8 Nós de serviços. De maneira a estabelecer uma ligação para um destino requerido e desligá-lo quando não for mais necessário, o cliente deverá enviar uma informação para a central. Para uma conexão que passa através de várias centrais, tal informação deve ser enviada entre todas as centrais na rota, esta troca de informação é chamada de Sinalização. Uma rede de telecomunicações pode portanto ser considerada como um sistema que consiste nos seguintes subsistemas de interacção: Sistema de transmissão; Sistema de comutação; Sistema de sinalização. 1.3 Serviços da rede Os clientes dum operador público de telecomunicações (PTO) requerem muitos serviços diferentes dos quais aparentam requerer redes diferentes, por ex: Rede telefónica de comutação pública (PSTN); Rede telegráfica de comutação pública (telex); Redes privadas de voz e dados (usando circuitos alugados dos PTO); Redes móveis celulares; Rede pública de dados (PDN) empregando habitualmente comutação de pacotes; Redes de serviços especiais introduzidas para satisfazer necessidades especiais dos clientes. Estes serviços podem usar centros de comutação separados e os circuitos privados usam linhas de transmissão conectados duma forma semi-permanente nos nós das redes sem comutação.Contudo como mostrado na figura 1.7, os diferentes serviços usam uma “rede de suporte de transmissão” comum que consiste nos circuitos de junção troncais. Figura 1.7 Relação entre serviços e rede de suporte de transmissão Legenda: CP – Circuitos privados; PDN – Rede pública de dados; PSTN – Rede pública de comutação telefónica; Telex – Rede telegráfica de comutação pública. Os clientes são conectados a esta através de sua central local. Os serviços providenciados sobre as redes de telecomunicações podem portanto serem subdivididos em duas categorias: Sistemas telefónicos – Material das aulas teóricas 9 1. Teleserviços Nos quais a provisão de um serviço depende de um particular aparelho terminal (ex: telefone ou teleimpressor). 2. Serviços de transmissão (ou de suporte) Que fornecem ao cliente capacidade de transmissão e que pode ser usada para qualquer função desejada (circuitos privados). 1.4 Terminologia Nomes diferentes para as várias redes e os seus centros de comutação são usados em diferentes países.Internacionalmente centrais troncais são chamadas de centrais primários, secundários e terciários como mostrado na figura 1.6. O termo “tronco” é usado num circuito entre comutadores dentro de uma central. O centro primário está no nível mais baixo da hierarquia troncal e faz a interface com as centrais locais. Na terminologia ITU (Organização Internacional de Telecomunicações), uma central de internacional do tipo GATEWAY é chamada de centro de trânsito 3 (CT3). Centrais CT2 e CT1 interligam apenas circuitos internacionais. Centrais CT2 comutam tráfego entre grupos regionais de centrais entre países. Centrais CT1 comutam tráfego entre continentes. 1.5 Regulamentação O negócio de operar redes de telecomunicações teve a tendência de ser um monopólio. É extremamente caro escavar estradas, instalar condutas e cabos através de um país. Este custo alto constitui uma barreira para que muitos competidores entrassem no mercado. Ultimamente se tem assistido a uma liberalização do mercado, fazendo com que sejam usados métodos para regular o negócio das telecomincações. Em Moçambique o órgão que regula as telecomunicações é o Instituto Nacional de Telecomunicações de Moçambique que é encarrgado de estabelecer as regras que devem ser seguradas no país pelos operadores de telecomunicações e de fazer implementar recomendações e regras internacionais que dizem respeito a este negócio (atribuição de bandas de frequência de funcionamento - divisão ou gestão de espectro de frequência, atribuição de licenças à operadores de telecomunicações, diminuir conflitos entre operadores e outros casos). AULA 3 Sistemas telefónicos – Material das aulas teóricas 10 1.6 Padrões (Standard’s) O sucesso do planeamento e operação das telecomunicações internacionais depende da cooperação entre os países envolvidos. A padronização que tornou possível, uma rede internacional efectiva possível é executada pela União Internacional das Telecomunicações (ITU), foi fundada em 1865 como União Internacional Telegráfica e é a mais antiga agência especializada das Nações Unidas. O trabalho da ITU é feito através de dois corpos principais: 1. O sector de telecomunicações do ITU (ITU-T). Que foi anteriormente o Comite Consultatif Internacional Telegraphique et Telephonique (CCITT). Os seus deveres incluem estudos de questões técnicas, métodos de operação de tarifas para telefonia, telegráficas e de comunicação e dados. 2. O sector da rádio comunicação do ITU (ITU-R). Que foi antes o Comite Consultatif Internacional de Rádio Comunication (CCIR). Ele estuda todas as questões técnicas e operativas de rádio telecomunicações incluindo comunicações ponto a ponto, serviços móveis e emissões comerciais ( públicas de rádio televisão). Associado a este está o Gabinete Internacional do Registo de frequência (IFRB) o qual regula a atribuição de frequência de rádio para prevenir interferência entre transmissões diferentes. O ITU-R e o ITU-T são compostos por representantes dos governos, operadores e organizações industriais, ambas têm um grande número de estudos activos na forma de grupos de estudos. As recomendações dos grupos de estudo são apresentadas em sessões plenárias que se reúnem de alguns em alguns anos. Os resultados das sessões plenárias são publicados em série de volumes que providenciam registos autorizados do nível de desenvolvimento do sector (o que há de mais recente em telecomunicações). Na teoria estes campos do ITU emitem recomendações que são apenas aplicáveis as comunicações internacionais, contudo uma comunicação internacional passa por parte das redes nacionais de dois países para além dos circuitos internacionais envolvidos, consequentemente os padrões nacionais são inevitavelmente afectados. Por exemplo uma conexão telefónica internacional não pode satisfazer os requisitos de transmissão do ITU-T se esses forem violados por parte da rede nacional entre o cliente chamado como o chamador e a central internacional de transito. Portanto na prática os PTO’s devem ter em consideração as recomendações da ITU-T no planeamento das suas redes e os fabricantes devem produzir o equipamento que satisfaça as especificações do ITU-T. Sistemas telefónicos – Material das aulas teóricas 11 Para além disso, existe a Internacional Standard Organization (ISO) que produz padrões em muitos campos incluindo tecnologia de telecomunicações. Dá particular importância para as telecomunicações, é o modelo de referência ISO para inter-conexão de sistemas abertos (OSI for ISO). Existe também o instituto europeu de telecomunicações (ETSI). Nos EUA os padrões são produzidos por American National Standard Institute (ANSI) e pelo Institute of Electrical and Electronic Engineers (IEEE). Outras organizações de padrões nacionais incluem a Association Francaise de Normalization (AFNOR), o British Standard Institute (BSI) e o Deutshes Institute Fur Nor Mung (DIN). Os padrões de grandes companhias individuais podem também ser influentes. Ex: certas companhias de computadores, fabricam equipamentos compatíveis com a IBM. Nos EUA a Organização de pesquisa e engenharia das companhias BELLCORE, produz padrões que facilitam a comunicação entre diferentes operadores regionais BELL. 1.7 Modelo de referência para inter-conexão de sistemas Para comunicação de dados com sucesso através de uma rede, procedimentos de operação adequados devem ser estabelecidos. Eles devem ser especificados em detalhe e estritamente seguidos pelo Terminal de dados emissor; Terminal receptor e por; quaisquer centros de comutação intervenientes. Estes procedimentos são chamados de: protocolos. Muitas LAN’s inter-conectam terminais de dados do mesmo fabricante e operam usando protocolos proprietários. Contudo, a medida que a comunicação de dados se desenvolve surgiu a necessidade de comunicações entre computadores e terminais de diferentes fabricantes, isto levou-nos ao conceito de “interconecção de sistemas abertos (OSI)” para permitir que as redes sejam independentes da máquina. O desenvolvimento das especificações e protocolos necessários para o OSI foi executado pela ISO. Os standards ISO são baseados num protocolo de 7 camadas conhecido como modelo de referência ISO para o OSI. O principio de funcionamento é mostrado na figura 1.8. Sessão Sessão Conexão física Sistemas telefónicos – Material das aulas teóricas 12 1.8 – Modelo de 7 camadas OSI para inter-conexão de sistemas abertos Cada camada é um utilizador de serviços da camada de baixo e providencia serviços a camada acima. Também cada camada é especificada independentemente das outras camadas, contudo tem uma interface definida com a camada de baixo e com a camada de cima. Portanto no que diz respeito aos utilizadores a comunicação parece ter lugar através de cada camada como mostrado pelas linhas tracejadas na figura 1.8. De facto, cada troca de dados passa para a camada de baixo (camada física) no terminal emissor, atravessa a rede para o terminal receptor e então sobe de novo. As camadas do modelo OSI são como se seguem: Camada 1: Camada física. Esta define a interface em termos de conexões, tensões e velocidade de dados de maneira que os sinais sejam transmitidos bit a bit. Camada 2: Link. Esta providencia detecção de erros e correcção para um link de maneira a assegurar que a troca de dados seja confiável. Ele pode requerer que os dados sejam divididos em blocos chamados “pacotes”, para inserir bits de verificação de erros ou de sincronização. Contudo a transparência é preservada para os bits de dados nestes blocos. Camada 3: Camada de rede. Esta diz respeito a operações da rede entre os terminais. Ela é responsável pelo estabelecimentodas conexões correctas entre os nós da rede apropriados. Camada 4: Camada de transporte. Ela é responsável pelo estabelecimento do caminho de comunicação independente da rede, apropriado para um equipamento terminal particular (por exemplo: providenciando a apropriada velocidade de dados e controle de erros). Ele portanto liberta o utilizador da possibilidade de se preocupar com esses detalhes. Camada 5: Camada de sessão. Ela diz respeito ao estabelecimento e manutenção de uma secção operacional entre terminais. Camada 6: Camada de apresentação. Diz respeito ao formato de dados apresentados de maneira a ultrapassar diferenças na representação da informação tal como ela é fornecida por um terminal e requerida por outro terminal. O seu propósito é fazer com que a comunicação sobre a rede seja independente da máquina. Sistemas telefónicos – Material das aulas teóricas 13 Camada 7: Camada de aplicação. Define a natureza da tarefa a ser executada. Ela fornece ao utilizador programas de aplicação necessária. (Exemplo: Correio electrónico, processamento de palavras, transações bancárias, etc). É bastante útil analisar sistemas de comunicação em termos do modelo OSI. Sistemas estão agora a ser especificados e projectados com protocolos em camadas de acordo com o modelo OSI. Exemplo: o sistema de sinalização CCITT nº7. Os projectistas de rede de telecomunicações estão principalmente ocupados com as camadas 1 á 3. As camadas mais altas dizem respeito aos projectistas de software para aplicações particulares de rede. No caso da telefonia a camada 3 apenas requer os sinais de “chamar” e “desligar” (fora de descanso e no descanso ou pedido de chamada), toque de chamada, tons de endereçamento (discagem). Protocolos para as camadas mais altas podem ser desenvolvidos “ad hoc” pelo utilizador a medida que a conversação avança. Em contraste para comunicação entre máquinas (computadores) devem ser todos trabalhados em detalhe e programados com antecedência. AULA 4 1.8 Funcionamento do telefone Recepção As correntes de voz de entrada passam entre os fios A e B através do enrolamento de 35Ohm e do transmissor. As forças electromotrizes induzidas nos enrolamentos de 75O e 30 Ohm são ambas nas mesmas direcções, e tendem a produzir correntes em direcções opostas em R1. As proporções dos enrolamentos e das impedâncias dos circuitos conectados são contudo tais que a corrente resultante em R1 é pequena e introduz pouca queda de tensão. A tensão dos enrolamentos de 75 Ohm e 30 Ohm é portanto quase toda a disponível o que provoca o fluxo da corrente no circuito local de recepção (auscultador). Isto contudo inclui não apenas o receptor mas também o transmissor. Pedido de chamada Quando a linha de assinante esta vaga, a bateria da central alimenta a linha através do enrolamento de um relé de linha (normalmente conhecido como relé L). Nenhuma corrente flui normalmente mas quando o assinante retira o auscultador do descanso, um loop de corrente continua estabelece-se via GS2, o enrolamento de 35 Ohm e o transmissor. Sistemas telefónicos – Material das aulas teóricas 14 O relé de linha é operado pela corrente que flui a volta do loop, como mostrado na figura 4.29- a). A operação do relé L, faz com que a central tome conhecimento do pedido de chamada. Discagem A operação do relé L numa central automática resulta no reconhecimento por parte da central de um pedido de chamada o qual dá origem ao envio de um sinal de marcar. A operação de discagem é feita através dos contactos D1 e D2 que estão fechados e abertos o número de vezes correspondente ao número discado, de maneira que trens de impulsos estejam directamente ligados ao loop. Desligar Quando uma conexão é estabelecida entre um assinante e outro, uma ponte de transmissão é induzida no circuito de maneira a tornar a conversação possível, incluídos nessa ponte estão reles de supervisão em cada lado da comunicação. Na figura 4.27 LA e LC são relés de supervisão. Quando o assinante chamador repõe o auscultador no descanso, o relé de supervisão LA que foi operado pelo loop de assinante liberta-se imediatamente quando o loop é desconectado em GS2. Isto permite que o equipamento ocupado na chamada volte a situação de desocupado ou vaga. Recepção de uma chamada Quando se recebe uma chamada, a central envia um sinal de baixa frequência que passa pelo terminal A, campainha, condensador e terminal B fazendo tocar a campainha. Ao se levantar o auscultador os contactos GS introduzem um circuito de baixa impedância, fazendo com que a corrente do loop de assinante aumente dando assim a conhecer a central que a chamada foi atendida. Os restantes processos são idênticos aos descritos anteriormente. Sinalização da linha de assinante (LOOP-DISCONECT) Numa rede local telefónica a sinalização loop-disconnect é usada para enviar os sinais de ligar e desligar dos clientes para a central. Uma vez que existe uma corrente mínima de linha que a central pode detectar, existe portanto uma resistência de linha máxima permissível isto limita o comprimento máximo da linha e o tamanho da área servida pela central (em adição a ser limitada pela resistência em curto circuito, o comprimento das linhas é também limitado pela atenuação permissível das frequências locais independente ambos limites devem ser os mesmos). Quando o telefone de discos marcadores é usado, os clientes enviam informação de endereço por impulsos de cada digito. Para cada digito o disco marcador estabelece e corta o circuito para enviar o trem de até 10 impulsos de loop-disconect à aproximadamente 10 impulsos por segundo. Sistemas telefónicos – Material das aulas teóricas 15 A central é capaz de detectar o fim de cada trem de impulsos devido a mínima pausa entre dígitos (ex: de 400 milisegundos e 500 milisegundos), resultando no estado de loop significativamente maior que os estados de loop estabelecidos durante os impulsos (ex: 33 milisegundos). Um circuito de relé para receber impulsos de disco marcador é necessário em cada selector numa central stowger. Contudo a introdução de registos reduziu o número de receptores por disco marcador necessários abrindo a possibilidade destes poderem ser mais complexos isto levou-nos a introdução de telefones por teclado, os quais enviam impulsos de frequência vocal e portanto providenciam uma sinalização mais rápida. Um telefone com botões (teclas) usando sinalização “multifrequência entre dois tons” (DTMF), ele envia cada dígito por meio de uma combinação de duas frequências, uma de cada 2 grupos de 4 frequências como mostrado na figura 1.11 Hz\Hz 1209 1336 1477 1633 697 1 2 3 Reserva 770 4 5 6 Reserva 852 7 8 9 Reserva 941 * 0 # Reserva Figura 1.11 – Codificação de frequências usado pelo telefone de teclas - DTMF Isto é feito para reduzir o risco de “imitação de sinal”, uma vez que cada digito usa duas frequências e estas não estão harmonicamente relacionadas, existe uma possibilidade muito menor desta combinação ser produzida pela voz ou por ruído duma sala captada pelo transmissor do telefone do que se uma única frequência fosse usada. Em adição aos dígitos de 1 à 0, o teclado do telefone tem os símbolos asterisco e cardinal, que podem ser usados por centrais por programa armazenado para activar facilidades que estão sobre o controle dos clientes. CAPÍTULO II – Transmissão em Telecomunicações 2.1 Introdução Os sistemas de transmissão providenciam circuitos entre nós numa rede de telecomunicações. Se um circuito usa um caminho de transmissão separada para cada derivação, estes são chamados de canais. Em geral um canal completo passa através do equipamento de emissão numa “estação terminal”, uma “linhade transmissão” que pode conter “repetidores” em “estações intermédias” e equipamento de recepção noutra estação terminal. Sistemas telefónicos – Material das aulas teóricas 16 2.2 Níveis de potência Uma larga gama de níveis de potência é encontrada em sistemas de transmissão de telecomunicações, é portanto conveniente usar uma unidade logarítmica para potências. Esta é o decibel (dB) que é definido como o seguinte: Se a potência de saída P2 é maior que a potência de entrada então o ganho em decibéis é: 1 2 10.10 P P LogG dB (2.1.a) Contudo se P2 é menor que P1 então a perda ou atenuação em dB é igual a: 2 1 10.10 P P LogL dB (2.1.b) Se os circuitos de entrada e saída tem a mesma impedância então: 2 1 2 2 1 2 1 2 I I V V P P saidaent ZZ Então: 1 2 10.20 V V LogG , dB ou 1 2 10.20 I I LogG , dB (2.2) Em alguns países a unidade empregue é o Neper (N) definido como se segue: 1 2.10 I I LogG eNeper , N (2.3) Portanto se os circuitos de entrada e saída tiverem a mesma impedância obtemos um ganho neper equivalente à : N=8,69 dB. Uma unidade logarítmica de potência é conveniente quando um número (série) de circuitos tendo ganhos ou perdas estão conectados em tandem. O ganho ou perda total de uma serie de circuitos em tandem é simplesmente a soma algébrica dos seus ganhos ou perdas individuais medidas em dB ou N. Se uma rede passiva tal como um atenuador ou filtro é introduzido no circuito entre o gerador e a carga, o acréscimo da perda total do circuito é chamado de perda de inserção da rede. Numa rede activa tal como um amplificador é inserida a potência, e essa faz com que a potência recebida pela carga aumente, existe portanto um “ganho de inserção” . Sistemas telefónicos – Material das aulas teóricas 17 O dB como definido acima é uma unidade relativa de nível de potência. Para medir o nível absoluto de potência em decibéis é necessário especificar um nível de referência, este é usualmente tomado como sendo de 1 mW e o simbolo é “dBm” é usado para indicar níveis de potência relativos a 1 mW. Ex: 1 W = +30dBm 1 microW = -30dBm. Algumas vezes (por ex: sistemas de satélite) o nível de referência é tomado como sendo 1W, o simbolo usado é então dBw. Uma vez que o sistema de transmissão contém ganhos e perdas, um sinal terá diferentes níveis em diferentes pontos do sistema, é portanto conveniente expressar os níveis em diferentes pontos no sistema a em relação a um ponto do sistema escolhido chamado “ponto de referência zero (0)”. O nível relativo dum sistema em qualquer outro ponto do sistema em relação a este nível no ponto de referência é denotado como dBr. É frequentemente conveniente expressar um nível do sinal em termos do nível correspondente no ponto de referência, isto é denotado como dBm0, consequentemente: dBm0=dBm-dBr Ex: Se um sinal tem o nível ebsoluto de -6 dBmnum ponto onde o nível relativo é .10 dB, o nível do sinal referido ao ponto de referência zero é: dBm0= dBm-dBr =-6-(-10)=-6+10=+4 dBm0 Fig2.1 Exemplo dos níveis relativos (dBr) 2.3 Circuito a 4 fios 2.3.1Principio de operação É frequentemente necessário usar amplificador para compensar a atenuação do caminho de transmissão. Uma vez que a maior parte dos amplificadores é unidireccional, é normalmente necessário providenciar canais separados para as direcções de transmissão de “IDA” e “VOLTA”. Sistemas telefónicos – Material das aulas teóricas 18 O termo “circuito de 4 fios” é então usado, apesar dos canais de IDA e de VOLTA poderem ser providenciados por canais num sistema multiplex como mostrado na figura 2.2 ao invés de ser em pares num cabo. Fig 2.2. Circuito à 4 fios (hibrido) AULA 5 Cada extremo do circuito a 4 fios deve ser comutado a uma linha a dois fios ligada a um telefone. Se ambos caminhos do circuito a 4 fios estiverem conectados directamente ao circuito a dois fios em cada extremo, um sinal poderia circular a volta do loop completo então criado, isto resultaria em oscilação continua conhecida como singing a menos que a soma dos ganhos nas duas direcções fossem menores que zero. Para evitar isto, a linha de dois fios em cada extremo é conectada à linha de 4 fios através de um “equipamento terminal de 2 fios/4 fios”. Este contém um transformador híbrido (consistindo em dois transformadores conectados inversamente) e uma rede de balanceamento de linha cuja impedância é semelhante a do circuito a 2 fios sob a banda de frequência requerida. O sinal de saída do amplificador de recepção faz com que tensões iguais sejam induzidas nos enrolamentos secundários do transformador T1. Se as impedâncias da linha de 2 fios e do balanceamento de linha (N) forem iguais então correntes iguais fluirão nos enrolamentos primários do transformador T2. Estes enrolamentos estão conectados em anti-fase, portanto nenhuma f.e.m. é induzida no enrolamento secundário do T2 e nenhum sinal é aplicado a entrada do amplificador de emissão. Sistemas telefónicos – Material das aulas teóricas 19 Deve-se notar que a potência de saída do amplificador de recepção divide-se igualmente entre a linha de 2 fios e o balanceamento de linha. Quando um sinal é aplicado a partir da linha de dois fios a ligação usada entre os enrolamentos do transformador resulta numa corrente zero na rede de balanceamento de linha. A potência então divide-se igualmente entre a entrada do amplificador de emissão e a saída do amplificador de recepção (não produz qualquer efeito). O preço para evitar o “singing” é portanto a perda de 3 dB em cada direcção de transmissão para além de qualquer perda nos transformadores (tipicamente 0,5 a 1 dB). A impedância de linha a 2 fios varia com a frequência. Para conseguir uma operação correcta dum terminal 2/4 fios seria necessário projectar uma rede de balanceamento complexa para uma adaptação muito aproximada sobre banda de frequência, isto seria muito caro e talvez impraticável. Para além disto quando a linha a 4 fios é conectada a linha de 2 fios por comutadores, numa central telefónica electromecânica, não se sabe previamente a qual linha de 2 fios esse equipamento de 4 fios será ligado. Sendo assim um simples “balanceamento de compromisso” é usado normalmente. Por exemplo: uma R=600 ou 900Ohm portanto uma pequena fracção de potência recebida no lado da recepção no circuito de 4 fios passará através do transformador híbrido e será retransmitida noutra direcção. 2.3.2 Ecos Num circuito a 4 fios, um balanceamento de linhas imperfeito faz com que parte da energia do sinal transmitido numa direcção volte na outra. O sinal reflectido para o lado do falador é chamado “eco do falador ou eco do que fala”, e o do lado do que escuta é chamado “eco do que escuta”. O sinal reflectido para o extremo de quem escuta é chamado “eco de quem escuta”. Os caminhos atravessados por estes ecos mostrados na figura 2.3. Figura 2.3. Caminhos de eco e do singing no circuito a 4 fios Sistemas telefónicos – Material das aulas teóricas 20 A atenuação entre uma linha a 2 fios e a linha a 4 fios e vice-versa foi mostrada que seria de 3 dB. Portanto, a atenuação total de um circuito a 2 fios para outro a 2 fios é: L2 = 6 - G4 (dB) (2.4). Onde: G4 é o ganho líquido de um lado do circuito a 4 fios (isto é ganho total de amplificação menos perda total da linha). A atenuação através do transformador híbrido de um lado do circuito a 4 fios para outro é chamada de “perda/atenuação trans-hibrida”. Ela pode ser demonstrada (aperda) que é 6+B, dB, onde: ZN ZN B lg.20 , dB (2.5) Z – é impedância da linha a dois fios; N – é a impedância da rede de balanceamento. A perda B representa aquela parte da perda trans-hibrida que é devida a não adaptação da impedância entre a linha de 2 fios e a rede de balanceamento e é conhecida como “perda de retorno de balanceamento” (BRL). A atenuação Lt (talker) do eco que atinge a linha de dois fios de quem fala a volta do caminho mostrado na figura 2.3 é: Lt = 3-G4+(B+6)-G4+3 = 2.L2+B, dB O eco é atrasado por um tempo Dt=2.T4 onde: T4 é o atraso do circuito a 4 fios (entre as suas terminações a 2 fios). A atenuação Ll (listener) do eco que atinge a linha de dois fios de quem escuta (relativo ao sinal recebido directamente) é: Ll = (B+6)-G4+(B+6)-G4 = 2.L2+2.B, dB E é atrasado por um tempo de 2.T4 em relação ao sinal recebido directamente. O efeito de um eco é diferente para quem fala e pode quem escuta. Para quem fala ele interrompe a sua conversação e para quem escuta reduz a compreensão da fala recebida. O eco de quem fala é usualmente o mais problemático porque tem o nível mais alto (de uma quantidade igual a do BRL).O efeito incomodativo do eco aumenta com a sua magnitude e atraso. Quanto mais longo (comprido) for o circuito, maior é a atenuação do eco Lt requerida, isto pode ser conseguido fazendo com que a perda total L2 aumente com o comprimento do circuito. Sistemas telefónicos – Material das aulas teóricas 21 Existe um limite para o qual a perda nas conexões pode ser aumentada para controlar o eco, este é usualmente atingido quando o atraso a volta do loop de 2.T4 é de cerca de 40 milisegundos. Este atraso é excedido em circuitos intercontinentais, via satélite e outros, sendo portanto impossível obter tanto uma adequada baixa perda de transmissão como uma adequada e alta atenuação de eco. Em tais circuitos é necessário controlar o eco pela introdução dos dispositivos chamados supressores de eco ou canceladores de eco. Um supressor de eco consiste num atenuador operando a voz o qual é instalado no caminho do circuito a 4 fios e é operado por sinais do outro caminho. Sempre que a voz é transmitida numa direcção, a transmissão na direcção oposta é atenuada, interrompendo portanto o caminho do eco. Existe um destes supressores em cada extremo do circuito. Uma série de dificuldades surgem com supressores de eco simples deste tipo. Numa conexão comutada de muito longa distância é possível haver uma série de circuitos equipados com supressores de eco ligados em tandem. Se estes circuitos operassem independentemente poderiam aumentar problemas em relação ao sinal, é portanto necessário desactivar os supressores de eco nos links intermédios da conexão e é também necessário desactivar os supressores de eco durante a transmissão de dados, uma vez que sistemas de transmissão de dados frequentemente usam um canal de retorno para requerer a retransmissão de blocos de informação quando erros são detectados. Supressores de eco mais sofisticados foram criados para providenciar estas facilidades e para acomodar tempos de propagação muito longos (250 ms em cada direcção) encontrados em links de satélites síncronos. Canceladores de eco são agora usados também. O eco é cancelado pela subtracção de uma sua réplica. Esta réplica é sintetizada por meio de um filtro controlado por um loop de feedback o qual se adapta as características de transmissão do caminho do eco e detecta/segue quaisquer variações nele que possam ocorrer durante uma conversação. 2.3.3 Estabilidade Se as perdas de retorno de balanceamento dum circuito a 4 fios são suficientemente pequenas e os ganhos dos seus amplificadores forem suficientemente altos. O ganho líquido a volta do loop pode ser maior que zero e o singing irá ocorrer. A perda liquida Ls do caminho do singing mostrado na figura 2.3 é : Ls=2.(B+6-G4), dB (2.6) Sistemas telefónicos – Material das aulas teóricas 22 Substituindo 2.4 na 2.6 tem-se que: Ls=2.(B+L2), dB (2.7) Portanto a perda do caminho do singing é igual a soma das 2 perdas de dois a dois fios nas duas direcções de transmissão e dos BRL’s em cada extremo. A condição necessária de estabilidade é Ls>0, isto requer que L2+B>0, isto é G2<B onde G2=-L2. O ganho G2 que pode ser obtido num circuito a 4 fios é limitado por BRL. A equação (2.5) mostra que se N = Z, a perda do retorno de balanceamento é infinita. Nos casos limites onde tanto Z ou N são 0 ou infinito a perda do retorno de balanceamento é zero. A perda entre os canais de IDA e de VOLTA é então de apenas 6 dB (mais quaisquer perdas devido a influência dos transformadores). Circuitos de 4 fios são normalmente criados para ser estáveis incondicionalmente, isto é devem ser estáveis mesmo quando as linhas de 2 fios em cada extremo são circuitos abertos ou curto circuitos (B=0), isto exige uma operação com uma perda liquida total (G2<0). AULA 6 Na prática a atenuação do caminho do singing é deliberadamente (de propósito) feita maior que zero, isto dá uma margem de segurança e evita a distorção de atenuação causada pelos ecos quando o circuito opera perto do seu ponto de singing. O ponto de singing dum circuito é definido como sendo o ganho máximo “S” que pode ser obtido (de uma linha de 2 fios a outra de 2 fios) sem produzir singing. Portanto da expressão 2.7 “S=B”, isto é: O ponto do singing é dado pelo BRL (ou pela média dos 2 BRL’s se estes forem diferentes nos dois extremos do circuito). Margem de estabilidade é definida como quantidade máxima do ganho adicional M que pode ser introduzido (igualmente e simultaneamente) em cada direcção de transmissão sem causar singing, isto é “Ls-2M = 0”. Portanto da equação 2.7 M = B+L2, dB (2.9). A margem de estabilidade é a soma da perda de dois fios a dois fios e do BRL. Na prática uma margem de estabilidade de 3 dB é considerada adequada (isto é Ls=6dB). Se o circuito for construído para zero BRL, portanto a perda total do circuito dois fios a dois fios é 3 dB. Sistemas telefónicos – Material das aulas teóricas 23 No estabelecimento de conexões comutadas de longa distância é frequentemente necessário conectar uma serie de circuitos a 4 fios em tandem. É vantajoso eliminar o equipamento terminal dos interfaces entre as linhas a 4 fios do que interconectá-los numa base de 2 fios. A conexão completa portanto consiste numa série de circuitos a 4 fios em tandem (ver a figura 2.3) com uma terminação de 4 fios/2 fios em cada extremo de conexão. É necessário assegurar que este circuito tenha uma estabilidade adequada, uma vez que o desvio standard de Q4 aumenta com o número de circuitos em tandem, tal deve acontecer também com a perda total. Uma simples regra que foi adoptada por operadores de telecomunicações em alguns países é: L2 = 4+0,5*n dB Onde: n é o número de circuitos a 4 fios em tandem em conexão comutada. 2.5 Multiplexação por divisão de frequência Na transmissão do multiplex por divisão de frequências, uma série de canais de banda base são enviados sob um caminho de transmissão comum de banda larga usando cada canal para modular uma diferente frequência de portadora. Sistemas usando este processo são chamados de sistemas de portadora multi-canal. Um equipamento de multiplexação para 12 canais telefónicos é mostrado na figura 2.6-(a). O extremo de emissão de cada sinal de banda base (10<fm<Fm) dum circuito de áudio frequência é aplicado a um modulador balanceado fornecido com a portadora adequada (fc). A saída deste modulador é um sinal de portadora suprimida com banda lateral dupla fc ± fm, este sinal é aplicado a um filtro passa banda que elimina a banda lateralsuperior (fc+fm) e transmite a banda lateral inferior (fc-fm). As saídas destes filtros são ligados em comum para dar um sinal de saída composto contendo o sinal de cada canal telefónico transladado para uma diferente parte do espectro de frequência como mostrado na figura 2.6-c). Sistemas telefónicos – Material das aulas teóricas 24 No extremo de recepção o sinal de entrada é aplicado a um banco de filtro passa banda, cada qual seleccionando a banda de frequências contendo o sinal de um canal. Este sinal é aplicado a um modulador fornecido com a portadora adequada fc e a saída deste modulador consiste no sinal de banda base e componentes de alta frequência não desejados. Os componentes não desejados são suprimidos por um filtro passa baixo e o sinal banda base é transmitido para o circuito de audiofrequência no nível correcto por meio de um amplificador. Modulação por portadora suprimida é usada para minimizar a potência total dos amplificadores do sistema de transmissão de banda larga. O uso de modulação de banda lateral única maximiza o número de canais que podem ser transmitidos na largura de banda disponível. Para evitar interferência entre canais, as bandas laterais dos canais adjacentes obviamente não se devem sobrepor. Filtros passa banda práticos não podem ter uma característica perfeitamente abrupta (ideal), portanto é necessário deixar uma pequena banda de guarda entre as bandas de frequências de canais adjacentes. A figura 2.6-c mostra-nos o grupo básico padrão de 12 canais (grupo básico B do CCITT).O espaçamento entre portadoras é de 4 KHz, portanto 12 canais ocupam a banda de 60 a 108 KHz. Cada canal tem uma banda base de 300 Hz a 3,4 KHz. A frequência de filtros de cristal é usada para obter as necessárias transições abruptas entre as bandas.Para transmissão sobre um lado de pares balanceados, o grupo básico de 12 canais, modula uma portadora de 120 KHz de maneira a produzir uma banda lateral inferior na banda de frequência de 12 KHz a 60 KHz. Sistemas telefónicos – Material das aulas teóricas 25 O grupo básico é também usado como bloco de construção para sistemas maiores como mostrado na figura 2.7. 2.6 Multiplexação por divisão de tempo 2.6.1 Princípios O sistema de multiplexação por divisão de tempo (TDM) básico é mostrado na figura 2.8-a). Cada canal de banda base é conectado ao caminho de transmissão através duma porta de amostragem, a qual é aberta durante curtos intervalos por meio de um trem de impulsos modulados na amplitude. Pulsos com a mesma frequência de repetição fr mas deslocados no tempo como mostrado na figura 2.8-b) são aplicados nas portas de emissão de outros canais. Portanto o caminho de transmissão comum recebe trens de impulsos intercalados modulados pelos sinais de canais diferentes. Sistemas telefónicos – Material das aulas teóricas 26 No terminal de recepção, as portas são abertas por impulsos coincidentes com os recebidos no caminho de transmissão de maneira que o desmodulador de cada canal esteja conectado ao caminho de transmissão durante o seu intervalo atribuído. O sinal modulado na amplitude pode ser correctamente desmodulado por um filtro passa baixo com uma frequência de corte de 0,5.fr desde que fr seja maior que o dobro da maior frequência da banda base. O sinal de entrada é portanto limitado na banda pelo filtro de entrada mostrado na figura 2.8-a) para acomodar canais telefónicos com uma banda de 300 Hz à 3,4KHz usando filtros passa baixo baratos. A frequência de amostragem internacional acordada é de 8 KHz. O gerador de impulsos de terminal receptor deve ser sincronizado com o terminal emissor. Um impulso de sincronização emitido é portanto enviado em cada período de repetição para além dos trens dos impulsos dos canais. A completa forma de onda transmitida durante cada período de repetição contém portanto um “time slot” para cada canal e um para sinal de sincronismo e ele é chamado por frame. O sistema TDM elementar mostrado na figura 2.8 usa modulação de impulsos de amplitude. Modulação por comprimento de impulso e modulação por posição de impulso podem também ser empregues contudo estes métodos não são usados em linhas de transmissão porque a atenuação e a distorção devido ao atraso provocam a dispersão dos impulsos transmitidos. Eles Sistemas telefónicos – Material das aulas teóricas 27 espalham-se no tempo e interferem com os impulsos dos canais adjacentes. Para ultrapassar este problema é usada a modulação por codificação de impulsos PCM. Na modulação por codificação de impulsos cada amostra analógica é aplicada a um conversor A/D, o qual produz um grupo de impulsos que representam a sua tensão em código binário. No lado de recepção, um conversor D/A executa o processo inverso. Uma vez que um codificador usado para conversão A/D e um descodificador usado para conversão D/A, são necessários para executar as suas operações durante o tempo do time slot de um canal, eles podem ser ligados em comum a todos sistemas dos canais TDM como mostrado na figura 2.9. O grupo de bits representando uma amostra é chamado de word ou byte. Um byte de 8 bits é normalmente chamado de octeto. Para telefonia a amostragem é feita a 8 KHz e a codificação de 8 bits é usada. Portanto um canal telefónico requer que os dígitos binários sejam encaminhados a velocidade de 8x8=64 Kilobauds. Uma vez que a largura de banda mínima requerida é metade da velocidade dos impulsos, uma largura de banda de pelo menos 32 KHz é necessária para transmitir um único canal telefónico. As vantagens de transmissões digitais são conseguidas de uma muito maior necessidade de largura de banda. AULA 7 2.6.2Grupo Multiplex Primário - PCM Sistemas PCM foram desenvolvidos primeiro para a transmissão sobre cabos projectados originalmente para transmissão em audiofrequências. Foi achado que estes são satisfatórios usando uma adequada codificação bipolar para uma transmissão até 2 Megabits/s. Consequentemente os canais telefónicos são combinados por multiplexação por divisão no tempo para formar um conjunto de 24 ou 30 canais, isto é Sistemas telefónicos – Material das aulas teóricas 28 conhecido como grupo primário multiplex. Ele é também usado como bloco de construção para um maior número de canais em sistemas multiplex de ordem superior. A operação de um multiplex primário é mostrado na figura 2.11. O comprimento do frame é de 125 μs correspondente ao intervalo de amostragem. Ele contém uma amostra de voz de cada canal em conjunto com dígitos adicionais usados para sincronização e sinalização. Duas estruturas de frame são usadas na maior parte dos casos, em sistema europeu de 30 canais e o sistema BS1 de 24 canais usado na América do Norte e no Japão. Ambos sistemas empregam codificação de 8 bits, contudo o sistema de 30 canais usa companding da lei A. E o sistema de 24 canais usa a lei μ. Como mostrado na figura 2.11, o frame do sistema de 30 canais é dividido em 32 time slots, cada com 8 dígitos. Portanto a velocidade total dos bits é de 8 KHz x 8 bits x 32 canais = 2048 Kb/s. Os time slots de 1 a 15 e de 17 a 31 estão alocados a um canal de voz. O time slot 0 é usado para alinhamento do frame e o time slot 16 é usado para sinalização. 2.6.3 Hierarquia Digital Plesiocrona O grupo primário multiplex de 24 canais ou 30 canais é usado como bloco de construção para um número maior de canais em sistemas multiplex de ordem superior. A cada nível de hierarquia, vários conjuntos de bits conhecidos com “tributários” são combinados por um multiplexador. A saída de cada multiplexador pode servir como tributário aSistemas telefónicos – Material das aulas teóricas 29 um multiplexador no próximo nível superior na hierarquia ou pode ser enviado directamente para linha ou para um link de rádio. Numa rede de transmissão que não foi projectada para operação síncrona, as entradas de um multiplexador digital não serão em geral exactamente síncronas, contudo elas têm a mesma velocidade de bits nominal. Elas normalmente têm como origem, diferentes osciladores de cristal e podem variar dentro de uma tolerância de clock, diz-se então que eles são plesiócronos. A primeira geração de sistemas multiplex digital de ordem superior foram projectados para esta situação, eles formam a hierarquia digital plesiócrona (PDH). Mais recentemente a introdução de redes digitais integradas resultam em sistemas de transmissão totalmente sincronizados e isto levou a emergência (surgimento) da nova hierarquia digital síncrona (SDH). Se as entradas de um multiplex, são síncronas, isto é elas têm a mesma velocidade de bits e estão em fase, elas podem ser intercaladas tomando um bit ou um grupo de bits de cada um a vez, isto pode ser feito por um comutador que faz a amostragem, de cada entrada sobre o controle do clock do multiplexador, como mostrado na figura 2.13. Existem dois métodos principais de intercalação de sinais digitais: Intercalação de bits; Intercalação de palavras. Em intercalação de bits, um bit é tomado de cada tributário a vez. Se existem N sinais de entrada, cada um com uma velocidade ft bits/s, então a velocidade combinada será N*ft bits/s e cada elemento do sinal combinado terá uma duração igual a 1/N de um digito de entrada. Em intercalação de palavras, grupos de bits são tomados de cada tributário a vez, e isto envolve o uso de memória em cada entrada para manter os bits a espera de serem amostrados. A intercalação de bits foi escolhida pela hierarquia digital plesiócrona e mais tarde a intercalação de palavras foi escolhida para SDH. Existem três padrões incompatíveis de multiplexação digital plesiócrona centrados na Europa, América do Norte e Japão. Os standards europeus são baseados no multiplex primário de 30 canais e os norte americanos e Japoneses no multiplex de 24 canais ilustrado na figura 2.14. Estes sistemas usam intercalação de bits, o comprimento do frame é o mesmo do multiplex primário isto é 125 μs, uma vez que este é determinado pela velocidade de amostragem básica do canal de 8 KHz. Sistemas telefónicos – Material das aulas teóricas 30 Contudo quando N tributários são combinados, o número de dígitos contidos no frame de ordem superior é maior que N vezes do número de dígitos do frame do tributário, isto é porque, é necessário adicionar um overhead extra de dígitos por duas razões: A primeira razão: Alinhamento do frame Um desmultiplexador de ordem superior deve reconhecer o início de cada frame por forma a encaminhar os dígitos subsequentemente recebidos para os tributários de saída correctos tal como um desmultiplexador primário deve encaminhar os dígitos recebidos para os canais de saída correcto. Mesma técnica é empregue. Um código único é enviado como palavra de alinhamento de frame (FAW) , a qual é reconhecida pela desmultiplexação e usada para manter as suas operações em sincronismo com o sinal de entrada. A hierarquia europeia usa um bloco FAW no início de cada frame. A segunda razão: Para adicionar dígitos extra ao frame e para desempenhar o processo conhecido como justificação (justify do word). Este processo é para permitir que o multiplexador e o desmultiplexador mantenham uma operação correcta apesar dos sinais de entrada dos tributários entrando no multiplexador possam estar desviados uns em relação aos outros. Se um tributário de entrada é lento, um dígito extra (isto é um dígito de justificação) é adicionado para manter a velocidade de dígito correcta de saída. Se o tributário de entrada aumenta a velocidade, nenhum dígito é adicionado. Estes dígitos de justificação devem ser removidos pelo desmultiplexador de maneira a enviar a sequência correcta dos dígitos do sinal para o tributário de saída. Portanto outros dígitos adicionais chamados “dígitos de serviço de justificação” devem ser adicionados ao frame do multiplexador para sinalizar ao desmultiplexador se dígitos de desmultiplexação foram adicionados em cada tributário. Quando a intercalação de bits é usada, bits para um canal particular ocorrem em diferentes bytes dum frame de ordem superior. De maneira que para separar um canal de um conjunto de bits agregados um processo de desmultiplexação total é necessária, isto resulta na montanha de multiplex mostrado na figura 2.16 (Montanha multiplex PDH). Sistemas telefónicos – Material das aulas teóricas 31 140 Mb/s Terminal de linha 140 Mb/s Terminal de linha 34 Mb/s 8 Mb/s 2 Mb/s 2 Mb/s 140 14034 34 34 34 8 8 8 8 2 2 A nova hierarquia digital síncrona, utiliza intercalação de byte/palavra, isto permite-nos drop and insert ou add/drop ou ainda muldexers para inserir ou remover conjuntos de ordem superior com relativa facilidade. 2.6.4 Hierarquia digital síncrona As redes tornaram-se totalmente digitais, operando de uma forma síncrona, usando sistemas de transmissão de fibra óptica de alta capacidade e comutação por divisão de tempo. É vantajoso que os multiplexadores usados nesta rede sejam compatíveis com os comutadores usados nos nós da rede, isto é, eles devem ser síncronos em vez de plesiócronos. Em 1990 o CCITT definiu uma nova hierarquia multiplex conhecida como hierarquia digital síncrona (SDH). A hierarquia digital síncrona usa velocidade de dígitos de 155,52 Mb/s e múltiplos desta por factores de 4.n. Por exemplo: 622,08 Mb/s e 2488,32 Mb/s resultando na hierarquia ilustrada na figura 2.17. Qualquer das existentes velocidades plesiócronas CCITT até 140 Mb/s pode ser multiplexada na velocidade de transporte comum da hierarquia digital síncrona de 155,52 Mb/s. A SDH inclui também canais de gestão os quais têm um formato padrão para mensagens de gestão de rede. Sistemas telefónicos – Material das aulas teóricas 32 AULA 8 O sinal básico SDH chamado módulo de transporte síncrono do nível 1 (STM-1) mostrado na figura 2.18-a), tem 9 segmentos iguais, com bytes de overhead no início de cada um. Os restantes bytes contêm uma mistura de tráfego e overhead dependendo do tipo de tráfego transportado. O comprimento total é de 2430 bytes com cada overhead usando 9 bytes, portanto, a velocidade de bit toal é de 155520 kbps que é normalmente chamado 155 Mbps. O frame é normalmente apresentado com 9 filas e 270 colunas de bytes de 8 bits como mostrado na figura 2.18-b). As primeiras 9 colunas são para overheads de secção – SOH, tais como: Alinhamento de frame; Monitorização de erro; Dados As restantes 261 colunas constituem o payload no qual uma variedade de sinais pode ser mapeada. Cada tributário do multiplex tem a sua própria área de payload conhecida como unidade tributária (TU). Cada coluna contém 9 bytes (1 de cada linha) com cada byte tendo a capacidade de 64 Kb/s; 3 colunas de 27 bytes podem transportar o sinal PCM de 1,5 Mb/s com 24 canais e alguns overheads; 4 colunas de 36 bytes podem transportar um sistema PCM de 2 Mb/s com 32 timeslots. O frame STM-1 pode também suportar payload a velocidades europeias de 8, 34 e 140 Mb/s. No processo de multiplexação os bytes de um tributário são colocados num container. e um overhead de encaminhamento é adicionado para formar um container virtual (VC). O VC viaja através da rede, como um pacote completo até ele ser desmultiplexado. Uma vez que o container virtualpode não estar totalmente sincronizado com o frame STM-1, o seu ponto de início é indicado por um pointer. O VC em conjunto com o seu pointer, constituem a unidade tributária. Portanto é a unidade tributária que está sincronizada com o frame STM-1. Os pointers ocupam lugares fixos do frame e os seus valores numéricos mostram onde começam os containers virtuais sem permitir que a desmultiplexação seja feita. O frame STM-1 é usado desta maneira para transportar sinais que usam TDM plesiócrono. Devido ao facto de SDH providenciar interfaces para mensagens de gestão de redes num formato padrão, ele pode nos levar a uma rede de transmissão com gestão da emissão na qual Sistemas telefónicos – Material das aulas teóricas 33 a capacidade de transporte pode ser reconfigurada de uma forma flexível a vários serviços. A rede pode ser reconfigurada sobre controle de software a partir de terminais remotos. A facilidade do SDH em providenciar multiplexers add/drop leva-nos a novas estruturas de rede. A figura 2.19 mostra-nos 4 unidades de comutação remota (RSU) ligadas a uma central principal (PLE), numa configuração em anel; Existem duas rotas alternativas em cada par de centrais e os multiplexadores síncronos (SMX) podem ser arranjados para reencaminhar o tráfego no caso de avaria, sem qualquer intervenção do nível mais alto de gestão de rede. CAPÍTULO 3 - Evolução dos sistemas de comutação 3.1 Introdução Sistemas de comutação e sistemas de sinalização associados são essenciais para operação das redes de telecomunicações. As funções executadas por um sistema de comutação ou pelo seu subsistema de maneira a fornecer aos clientes serviços são chamados de facilidades. Ao longo dos anos o projecto de sistemas de comutação tornou-se cada vez mais sofisticado de maneira a providenciar facilidades adicionais que permitem que as redes forneçam mais serviços aos clientes e que facilitem a operação e manutenção. 3.2 Comutação de mensagens Nos primeiros dias de telegrafia, um cliente poderia querer enviar uma mensagem da cidade A para cidade B, apesar de não haver circuito telegráfico entre A e B. Contudo se houvesse um circuito entre A e C e outro circuito entre C e B, isto poderia ser alcançado pelo processo conhecido como “comutação de MENSAGEM”. O operador A enviava MENSAGEM para o C onde ela era rescrita pelo operador receptor, o operador reconhecia o endereço da mensagem como sendo de B e então transmitia a mensagem sobre o circuito para B, este processo manual (é mostrado na figura 3.1.a). Sistemas telefónicos – Material das aulas teóricas 34 Figura 3.1 – Evolução da comutação de mensagens a) Transferência manual da MENSAGEM directamente sobre papel; b) Transferência manual em pepel perfurado; c) Transferência manual em papel perfurado com selecção de rotula automática; d) Sistema de comutação de mensagem automática. Onde. T – teleimpressor; R/P – reprofurador (profurador de fita); A/T – transferência automática; S – memória. Desenvolvimentos técnicos subsequentes permitiram melhorias na comutação de mensagens. Primeiro, a mensagem recebida em C era gravada em fita perfurada e recolhida subsequentemente para o operador que lia o endereço a partir da fita. A mensagem era posteriormente transmitida automaticamente a partir da mesma fita como mostra na figura 3.1-b. Mais tarde a rota de saída passou a ser seleccionada automaticamente (figura 3.1-c). Finalmente a fita perfurada foi eliminada através de armazenamento electrónico de mensagens e da análise dos seus endereços através da lógica electrónica (figura 3.1-d). Num centro de comutação de mensagem, uma mensagem de entrada não é perdida quando a rota de saída requerida está ocupada, ela é armazenada numa bicha com quaisquer outras mensagens para outra rota e é retransmitida quando o circuito requerido se torna livre. Comutação de mensagens é portanto um sistema de atraso ou sistema de bicha (fila). A comutação de mensagens continua a ser usada para tráfego telegráfico e numa forma modificada conhecida como comutação de pacotes é utilizada extensivamente em comutação de dados. Uma rede de comutação de dados pode necessitar de manusear uma grande variedade de tráfego, algumas mensagens podem ser muito curtas por exemplo, o utilizador de uma unidade display (VDU) pode pressionar apenas algumas teclas para acessar um “main frame” dum Sistemas telefónicos – Material das aulas teóricas 35 computador e esperar uma resposta rápida, em contraste, a transferência de ficheiros de dados entre o computador resulta em mensagens muito longas. O operador de display (VDU) não obterá a resposta rápida desejada se tiver que esperar para que se complete a transferência dum grande arquivo. Este problema é resolvido pela divisão de longas mensagens em unidades menores conhecidas como pacotes.Um comutador de pacotes envia cada um destes como uma mensagem separada. Portanto pacotes de diferentes mensagens são intercalados no circuito de saída e uma mensagem curta (ex: um único pacote) não tem que esperar pela transmissão duma mensagem longa. 3.3 Comutação de circuitos A invenção do telefone introduziu uma nova necessidade: comunicação em ambos os sentidos em tempo real, isto, não poderia ser obtido com comutação de mensagens, devido ao seu inerente atraso. Tornava-se necessário conectar os circuitos do telefone chamador ao do telefone chamado quando pedido e manter esta conexão durante o período de duração da chamada, a isto é chamado de comutação de circuitos. É inerente em comutação de circuitos que se o circuito requerido de saída dum comutador estiver já envolvido noutra chamada, a nova chamada oferecida a ele não pode ser conectada. A chamada não pode ser armazenada como na comutação de mensagens ela é perdida.. Comutação de circuitos é portanto um exemplo de sistema à chamadas perdidas. 3.4 Sistemas manuais As primeiras formas do comutador tinham circuitos de entrada conectados a barras de metal vertical e linhas de saída conectados a barras de metais horizontais como mostrado na figura 3.2. Figura 3.2 Antigo comutador crossbar Sistemas telefónicos – Material das aulas teóricas 36 O operador fazia a conexão através da inserção de um parafuso metálico onde as apropriadas barras verticais e as horizontais se cruzam, isto é num “crosspoint”. Este foi o precursor das matrizes crosspoint usadas em sistema de comutação modernos. Se todas as linhas dos clientes são conectadas a barras verticais, o operador faz a conexão duma linha chamadora “J” para uma linha chamada “K”, através da escolha de uma linha horizontal “Z” e inserindo as conexões metálicas (parafusos metálicos) nos crosspoints com coordenadas (J,Z) e (K,Z). Portanto a conexão é feita através de 2 estágios de comutação crosspoint e de um link intermédio. Estes “sistemas de links” são usados com dois ou mais estágios de comutação em centrais telefónicas modernas. A necessidade de centrais maiores com muitos operadores a manusear o tráfego levou-nos ao comutador do tipo de cordão como mostrado na figura 3.3. Cada operador atende chamadas dum grupo de clientes. Quando um destes chama o operador responde ao sinal de lâmpada pela inserção de um “plug” no correspondente “jack” de resposta e operando uma chave para conectar o auscultador do circuito do cordão ligado a este plug. O operador obtém o número da linha chamada conversando com o assinante chamador e então completa a conexão, se a linha estiver livre, pela inserção de outro plug do circuito cordão no jack associado a essa linha como mostrado na figura 3.3. Existe uma série destes jacks em intervalos ao longo do comutador de maneira que cada operador tenhaacesso a cada linha. Tendo feito a conexão para a linha chamada o operador alerta o cliente chamado pela operação de uma chave no circuito cordão para conectar o sinal de chamar a linha. O operador é informado por um sinal de lâmpada quando o assinante chamado atende e então desliga o sinal de alerta, o operador então supervisiona a conexão para detectar sinais de lâmpada dos clientes que indicam o fim da conversação e então desliga a conexão pela remoção dos 2 plugs dos jacks. Este processo de monitorização é chamado de supervisão. AULA 9 O exemplo da central normal mostra as seguintes facilidades que estão também presentes em sistemas de comutação automáticas. Operação com bateria central; Sinalização loop-disconect; O múltiplo; Teste de ocupação; Sistemas telefónicos – Material das aulas teóricas 37 Concentração; Facturação por contador e ticketing; Classes de serviços; Controle comum (operador p/ uma central manual); Varrimento (operador p/ uma central manual); Controle de programa armazenado; Sinalização de canal comum (sinalização esta na mesma linha que o assinante fala). A operação a bateria central significa que a corrente dos telefones dos clientes é fornecida a partir de uma grande bateria secundária na central em vez de pequenas baterias primárias nos telefones. Quando o auscultador do telefone está no descanso a linha está desconectada e nenhuma corrente flúi, quando ele está fora do descanso, o loop da linha é completado e a corrente flúi, isto dá-nos a sinalização loop-disconect. Um cliente chama a central levantando o auscultador, a corrente flúi na linha e opera o relé de linha do circuito da linha do cliente da central (exemplo: relé L da figura 3.3). No caso de uma central manual, isto dá-nos o sinal de pedido de chamada, ao operador através de uma lâmpada que se acende quando o operador faz a conexão para a linha ele opera um relé de corte o qual desliga a lâmpada chamadora. Quando o cliente chamado responde o sinal de alerta levantando o auscultador, corrente de loop flui para dar o operador um “sinal de resposta”. No fim da conversação os telefones de ambos os clientes voltam a condição do descanso, isto interrompe as correntes de loop e providencia então sinais de “desligar” a partir das lâmpadas do circuito do cordão que instruem o operador a desligar a conexão. Para que qualquer operador possa fazer conex1ões facilmente para todas as linhas dos clientes, um jack para cada linha aparece num campo de colunas e linhas e é repartido em intervalos ao longo da central como mostrado na figura 3.3. Contactos correspondentes de todos os jacks para um cliente estão cableados em conjunto. A este arranjo é chamado de múltiplo. Um operador num extremo de comutador querendo fazer uma conexão a uma linha particular não pode ver se essa linha já tem uma conexão feita por um outro operador no outro extremo do comutador, isto seria tanto uma perda de tempo como uma intrusão do operador, ele ligar-se a linha e escutar se uma conversação está em processo ou não. Em vez disto o operador executa um teste de ocupação antes de fazer a conexão. Cada conexão através do comutador tem 3 fios, apesar de ter apenas duas linhas externas, cada plug tem 3 contactos concêntricos conhecidos como : “TIP” (T), “RING” (R), Sistemas telefónicos – Material das aulas teóricas 38 “SLEEVE” (S) Sendo o TIP o contacto mais interno e o sleeve o contacto mais externo. Os fios conectados ao TIP e ao RING providenciam o caminho da conversação (estão ligadas aos pólos positivo e negativo da central). O fio ligado ao SLEEVE é conhecido como “fio privado” (P), uma vez que ele não se estende para além da central, e este fio providencia o teste de ocupação. Quando uma conexão é feita por uma linha, o potencial do fio sleeve no circuito do cordão é aumentado pela queda de tensão a volta do relé de corte (CO). Para fazer o teste de ocupação o operador troca o tipo de PLUG no SLEEVE do jack. Se o circuito estiver ocupado a corrente flúi através de auscultador para fazer um click audível, mesmo principio é usado em sistemas automáticos mais modernos. Os comutadores são multiplados em conjunto e os troncos tem 3 fios, eles são normalmete conhecidos como os fios + , - e P mas também as vezes continuam a ser chamados de T, R e S. O comutador testa o potencial do fio P para ver se um tronco está livre antes de fazer uma conexão para ele. Portanto o fio P executa uma função de “GUARDA”, ele previne que qualquer chamada subsequente interfira com uma chamada já estabelecida. Um circuito de linha (contendo uma linha, um relé de corte e uma lâmpada de chamada) e jack’s do comutador deve ser providenciado para cada linha dos clientes. Contudo o número de chamadas em progresso é sempre muito menor que o número total de clientes, consequentemente, o número de circuitos de cordão requeridos é de uma ordem de magnitude menor que o número de linhas. O tráfego de um grande número de linhas de clientes ligeiramente carregados é dito como sendo concentrado por um número muito menor de circuitos de cordão. As lâmpadas e chaves usadas pelos operadores para supervisionar e controlar as conexões estão localizadas no circuito de cordão em vez de nos circuitos de linha. Portanto muito menos são necessárias e uma considerável economia é obtida. Centrais automáticas também executam a função de supervisão onde o tráfego já foi concentrado no mínimo ao número de troncos. O circuito de cordão contém uma “ponte de transmissão” para alimentar corrente para a linha chamada e chamadora após a conexão ter sido feita. Uma ponte de transmissão típica é mostrada na figura 3.4. Sistemas telefónicos – Material das aulas teóricas 39 Figura 3.4 – Ponte de transmissão O condensador em serie e as indutâncias em paralelo providenciam o filtro passa alto para transmitir os sinais de voz em corrente alternada, enquanto que os relés respondem independentemente aos sinais de corrente continua, loop-disconect dos assinantes chamado e chamador respectivamente. A função de supervisão executada pelo operador inclui o pagamento de tarifas por cliente correspondente a chamadas feitas (facturação de chamadas) para além de monitorização das conexões para desligá-las quando as chamadas terminarem. Dois métodos são usados para fazer a facturação: Contador; Ticketing. Em Ticketing o operador quando estabelece a conexão escreve em papel/ticket os nºs dos clientes chamador e chamado e o tempo em que o cliente chamado responde O operador regista também o tempo em que a conexão foi desligada. Portanto, a duração da chamada e o seu preço pode ser subsequentemente calculado para facturar o chamador. O ticketing é muito trabalhoso para o uso em grandes números de chamadas locais de tarifa unitária, consequentemente algumas administrações adoptaram o contador. Um contador consiste num dispositivo operado a solenóide, conectado ao fio P no circuito de linha. Pela operação de uma chave no circuito cordão, o operador envia um impulso de corrente no fio P o qual incrementa o contador do cliente chamador. Sistemas de comutação automática continuaram a usar estes dois métodos para facturação de chamada. Para contagem de impulsos, os impulsos são gerados em intervados determinados pela taxa de facturação de chamada. Quanto maior a taxa de facturação, mais frequentemente estes impulsos ocorrem. O número de vezes que o contador é operado é determinado pela duração da chamada. Portanto, a taxa facturada é proporcional tanto a taxa unitária como a duração da chamada. Sistemas telefónicos – Material das aulas teóricas 40 Agora quando o ticketing é empregue,
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