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A hora e vez de Augusto Matraga questões

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A hora e vez de Augusto Matraga – Questões
Assinale V para as afirmações verdadeiras, ou F para as afirmações falsas:
Guimarães Rosa centraliza neste conto a prática popular da fé cristã, encarnada aqui num Augusto Matraga renascido, que viverá o resto de sua vida no trabalho humilde e penitente, para além do heroísmo e da violência.
A linguagem do autor promove uma autêntica fusão entre o que é abstrato e o que é concreto, em que os valores religiosos se enraízam no cotidiano sertanejo.
A "hora e vez" de que fala o padre vai-se concretizar, neste conto, num ato de fé e de bravura do protagonista contra um inimigo poderoso.
Socorrido por um casal de pretos, e escapando por milagre à morte, Matraga seguirá todos os conselhos do padre, trabalhando, penitenciando-se, rezando, até que chega o momento em que emprega sua força a serviço de Deus e em defesa dos mais fracos.
Da conversa com o padre, Matraga retirará força e inspiração para seguir vivendo, certo de que sua vida se acertaria e ele iria para o céu, nem que fosse "a porrete".
Reconhece-se um narrador em terceira pessoa que explora o universo das relações humanas, conforme os padrões do Naturalismo.
Guimarães Rosa se vale sobretudo dos diálogos, em que busca registrar com exatidão o modo de falar do sertanejo.
Guimarães Rosa se vale da paisagem como cenário de histórias que, na verdade, poucas marcas trazem da cultura regional.
Seguindo o mesmo princípio das descrições dos romances realistas regionais, o espaço tem como função a caracterização regional e como objetivo único a apresentação da cor local do ambiente enfocado. 
O contato de Nhô Augusto com um novo espaço coincide com a perda do seu poder em relação aos outros personagens e com a ocupação de um novo lugar social. 
A movimentação do protagonista pelos variados espaços pode ser associada à sua revisão enquanto ser humano e, assim, vê-se que os espaços se relacionam à construção de uma nova identidade do personagem. 
A personagem Matraga recebe vários nomes no desenrolar da narrativa. Enquanto rapaz esbanjador e arruaceiro ele é Augusto Esteves, filho do Coronel Afonsão Esteves. Nhô Augusto é o nome do homem, enquanto poderoso, sob cujo domínio estão os fracos. E Matraga é utilizado ao final da narrativa, o que, entre outros significados, possui o de metralhadora. 
Definido como mau, em oposição àquilo que é bom, Matraga ganha a sua dimensão ficcional ao executar uma desastrosa vingança por ter sido vítima de adultério causado por sua esposa Dinorá, quando ambos eram jovens. 
O narrador apresenta a personagem Matraga sob três perspectivas: no início da narrativa ele é o superior, não tem rival; diante do major Consilva, torna-se inferior; e na luta contra Joãozinho Bem-Bem fica semelhante ao opositor, que é respeitado e admirado por ele, Matraga. 
A trajetória de Augusto Matraga é ambígua. Os vários estágios de sua vida mostram a existência de um ser que se modifica, indo e vindo, de demônio a santo, de santo a demônio. O valentão que arremata no leilão a rapariga e a obriga a ir com ele é o mesmo herói que morre defendendo a perspectiva do povo humilde. 
Augusto Matraga transita do mal ao bem, da perdição à santificação, em função dos sofrimentos pelos quais passa, processo esse responsável pelo reconhecimento da sua fragilidade e humanidade. 
A valentia de Nhô Augusto sustenta-se no poder sócio-econômico. Quando suas ações impensadas o levam à falência, seu poder desmorona, ele perde a família, a propriedade e o respeito de seus subordinados. Consciente da determinação financeira dos fatos históricos, Guimarães Rosa não falseia essa verdade sociológica. 
Nhô Augusto não é apenas uma personagem típica da vida rural brasileira: um coronel rico, covarde e egoísta. Nhô Augusto é uma personagem complexa porque busca se redimir de um passado de violência e crueldade gratuitas. O drama psicológico do protagonista é um componente fundamental da narrativa.
Esse conto não é apenas uma narrativa épica, com um enredo em que se multiplicam as situações dramáticas. Trata-se de um conto de teor filosófico. A solução da narrativa não é moralista nem punitiva, mas especulativa: na hora da morte, Nhô Augusto adere ao Bem praticando a violência do bom combate. 
A história narrada nesse conto é uma cópia fiel da vida cotidiana no sertão nordestino. O leitor entra em contato com fatos na forma como eles realmente aconteceram. Esse é o propósito do regionalismo roseano, cujo narrador diz sem ironia: “E tudo foi bem assim, porque tinha de ser, já que foi assim”.
Encontre no conto exemplos de:
oralidade
neologismo
cristianismo e outros elementos místicos
Explique como o conto consegue ser ao mesmo tempo regional e universal.

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