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FICHAMENTO CAPÍTULO 19 - A DEMOCRACIA, BONAVIDES

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FICHAMENTO CAPÍTULO 19, A DEMOCRACIA, LIVRO CIÊNCIA POLÍTICA – PAULO BONAVIDES
A DEMOCRACIA
1. Do conceito de democracia — 2. A democracia direta: sua prática tradicional no Estado-cidade da Grécia: 2.1 As bases da democracia grega: a isonomia, a isotimia e a isagoria — 2.2 O elogio histórico da democracia na antigüidade clássica — 3. A democracia indireta (representativa) e a impossibilidade do retorno à democracia direta: 3.1 Os traços característicos da democracia indireta — 3.2 A democracia semidireta — 4. A democracia semidireta no século XX. Apogeu e declínio de seus institutos — 5. A democracia e os partidos políticos: a realidade contemporânea do Estado partidário.
Do conceito de democracia
1º § - “Se houvesse um povo de deuses, esse povo se governaria democraticamente”. Com tais palavras, repassadas de pessimismo, mostra Rousseau, no Contrato Social...” 
2º § - “... ai o mesmo conceito nas palavras de Duverger: “Nunca se viu e nunca se verá um povo governar-se por si mesmo.”
5º § - “De qualquer maneira, bem ponderada, serve-nos já aquela advertência, porquanto, examinado a fundo o desenvolvimento da democracia, partindo-se do conceito de que ela deve ser o governo do povo, para o povo, verificar-se-á que as formas históricas referentes à prática do sistema democrático tropeçam por vezes em dificuldades. E essas dificuldades procedem exatamente — assim pensam os seus panegiristas — de não lograrmos alcançar a perfeição, na observância deste regime, o que, de outra parte, não invalida, em absoluto, segundo dizem, a diligência que nos incumbiria fazer por praticá-lo, visto tratar se dá melhor e mais sábia forma de organização do poder, conhecida na história política e social de todas as civilizações.”
Comentário: Há autores pessimistas em relação a democracia, na prática há dificuldades, é uma utopia, mas mesmo não sendo perfeita é a melhor forma de organização do poder. 
9º § - “Marnoco e Sousa, o afamado jurisconsulto português de começos deste século, escrevia que a melhor justificação do princípio democrático “resulta da impossibilidade de encontrar outro que lhe seja superior.”
10º § - “Nos dias correntes, a palavra democracia domina com tal força a linguagem política deste século, que raro o governo, a sociedade ou o Estado que se não proclamem democráticos...” 
14º § - “Para Kelsen, a democracia é sobretudo um caminho: o da progressão para a liberdade.”
Comentário: Hoje não há nenhuma outra possibilidade para assegurar a liberdade e igualdade que não seja a democracia, tanto é que é raro governo que não é democrático. 
15º § - “... genial definição lincolniana de democracia: governo do povo, para o povo, pelo povo; “governo que jamais perecerá sobre a face da Terra...”
16º § - “De um ponto de vista meramente formal, distinguem-se, na história das instituições políticas, três modalidades básicas de democracia: a democracia direta, a democracia indireta e a democracia semidireta; ou, simplesmente, a democracia não representativa ou direta, e a democracia representativa — indireta ou semidireta —, que é a democracia dos tempos modernos.”
Comentário: Seja na forma direta, indireta ou semidireta, a democracia é do povo, pelo povo e para o povo, ele é soberano.
A democracia direta: sua prática tradicional no Estado-cidade da Grécia
1º § - “A Grécia foi o berço da democracia direta, mormente Atenas, onde o povo, reunido no Ágora, para o exercício direto e imediato do poder político, transformava a praça pública “no grande recinto da nação.”
Comentário: O povo se reunia em praça pública para tratar sobre assuntos da pólis e tomar decisões.
4º § - “A escura mancha que a crítica moderna viu na democracia dos antigos veio porém da presença da escravidão. A democracia, como direito de participação no ato criador da vontade política, era privilegio de intima minoria social de homens livres apoiados sobre esmagadora maioria de homens escravos.”
5º § - “De modo que autores mais rigorosos asseveram que não houve na Grécia democracia verdadeira, mas aristocracia democrática o que evidentemente traduz um paradoxo...”
Comentário: Porém não eram todos quem participavam da democracia grega, que excluía as mulheres, menores de 21 anos, escravos e estrangeiros, não era uma democracia de todos e sim dos que eram considerados cidadãos, tanto que há autores que dizem que até não houve democracia. 
6º § - “Quais as condições que consentiram ao Estado-cidade da Grécia ter em funcionamento aquele sistema de democracia direta?”
7º § - “Em primeiro lugar, a base social escrava, que permitia ao homem livre ocupar-se tão-somente dos negócios públicos, numa militância rude, exaustiva, permanente, diuturna. Nenhuma preocupação de ordem material atormentava o cidadão na antiga Grécia. Ao homem econômico dos nossos tempos correspondia o homem político da antiguidade: a liberdade do cidadão substituía a liberdade do homem.”
8 º § - “Em segundo lugar, depara-se-nos outra condição social que compelia o cidadão grego a conservar aceso o interesse pela causa da sua democracia e a valorar aquela ponta de participação soberana com que sua vontade entrava para moldar a vida pública, a vida da cidade.”
Comentário: A democracia direta funcionava porque o cidadão, homem livre, tinha seu escrevo e podia se ocupar com a vida pública e consentia o acesso a democracia. A progressão para a liberdade, segundo Kelsen, era somente para o cidadão e não para população.
16º § - “Compreendendo e enaltecendo a liberdade e a democracia dos gregos, filósofos da envergadura de Rousseau, Hegel e Nietzsche entendem que verdadeiramente livre foi o homem grego e não o homem moderno; o homem das praças atenienses e não o homem da sociedade ocidental de nossos dias.”
Comentário: Realmente é um paradoxo, pois a democracia deveria ser para haver liberdade e igualdade, e a partir do momento em que somente parcela da sociedade tem direitos iguais, não há liberdade, então o homem, cidadão grego, participou diretamente das políticas públicas, o que é diferente do homem dos dias atuais, em que, na sua maioria, só vai até as urnas votar no seu representante e não acompanha e muitas vezes no ano seguinte nem se lembra em quem votou.
 As bases da democracia grega: a isonomia, a isotimia e a isagoria
2º § - “Com a isonomia — acrescenta o mesmo pensador — proclamava o gênio político da Grécia a igualdade de todos perante a lei, sem distinção de grau, classe ou riqueza...” 
Comentário: Tratamento igual garantia a igualdade, independentemente de sua classe, bastava ser cidadão.
3º § - “Com a isotimia, abolia a organização democrática da Grécia os títulos ou funções hereditárias, abrindo a todos os cidadãos o livre acesso ao exercício das funções públicas...”
Comentário: Abolir a hereditariedade das funções públicas é democrático, pois dava chance de igualdade para todos participarem de cargos públicos, porem também eram só para os cidadãos. 
6º § - “Quanto à isagoria, trata-se do direito de palavra, da igualdade reconhecida a todos de falar nas assembleias populares, de debater publicamente os negócios do governo...”
Comentário: O simples camponês poderia sobrepor a opinião de um aristocrata ou alguém de muitas posses, se tivesse fundamento. 
A democracia indireta (representativa) e a impossibilidade do retorno à democracia direta
1º § - “... passamos à concepção de democracia indireta, a dos tempos modernos, caracterizada pela presença do sistema representativo.”
Comentário: O povo elege um parlamentar para lhe representar.
5 º § - “Não seria possível ao Estado moderno adotar técnica de conhecimento e captação da vontade dos cidadãos semelhante àquela que se consagrava no Estado-cidade da Grécia. Até mesmo a imaginação se perturba em supor o tumulto que seria congregar em praça pública toda a massa do eleitorado, todo o corpo de cidadãos, para fazer as leis, para administrar.”
Comentário: Ao pegarmos o Brasil como exemplo, mais de 200 milhões de habitantes, seria impossível reunir e coletar opiniões de todos, sendoassim necessários representantes 
10 º § - “Evidentemente, só há pois uma saída possível, solução única para o poder consentido, dentro no Estado moderno: um governo democrático de bases representativas.” 
Comentário: Atualmente é só assim para representar todas as minorias e trazer liberdade e igualdade, só na democracia representativa, mas ela também não é perfeita, é uma utopia. 
11º § - “Dizia Rousseau, criticando a democracia indireta ou representativa, que o homem da democracia moderna só é livre no momento em que vai às urnas depositar o seu voto.”
Comentário: Infelizmente nesse sistema o homem só exerce a democracia votando e muitas vezes como já citado, nem lembra em quem votou. 
 3.1 Os traços característicos da democracia indireta
Único § - “A moderna democracia ocidental, de feição tão distinta da antiga democracia, tem por bases principais a soberania popular, como fonte de todo o poder legítimo, que se traduz através da vontade geral (a volonté générale do Contrato Social de Rousseau); o sufrágio universal, com pluralidade de candidatos e partidos; a observância constitucional do princípio da distinção de poderes, com separação nítida no regime presidencial e aproximação ou colaboração mais estreita no regime parlamentar; a igualdade de todos perante a lei; a manifesta adesão ao princípio da fraternidade social; a representação como base das instituições políticas; a limitação de prerrogativas dos governantes; o Estado de direito, com a prática e proteção das liberdades públicas por parte do Estado e da ordem jurídica, abrangendo todas as manifestações de pensamento livre: liberdade de opinião, de reunião, de associação e de fé religiosa; a temporariedade dos mandatos eletivos e, por fim, a existência plenamente garantida das minorias políticas, com direitos e possibilidades de representação, bem como das minorias nacionais, onde estas porventura existirem.”
Comentário: Esses traços são a prova de que o sistema indireto é o que hoje é o mais eficiente para uma grande nação para garantir a democracia e a liberdade e igualdade de todos, mesmo não sendo perfeito na prática.
 3.2 A democracia semidireta
1º § - “Quanto à terceira forma de democracia, a chamada democracia semidireta, trata-se de modalidade em que se alteram as formas clássicas da democracia representativa para aproximá-la cada vez mais da democracia direta.”
Comentário: A democracia semidireta é a mistura da democracia direta e indireta.
5º § - “Com a democracia semidireta, a alienação política da vontade popular faz-se apenas parcialmente. A soberania está com o povo, e o governo, mediante o qual essa soberania se comunica ou exerce, pertence por igual ao elemento popular nas matérias mais importantes da vida pública. Determinadas instituições, como o referendum, a iniciativa, o veto e o direito de revogação, fazem efetiva a intervenção do povo, garantem-lhe um poder de decisão de última instância, supremo, definitivo, incontrastável.”
Comentário: Há mecanismos que fazem com que o povo participe de forma direta, mesmo sendo representado. 
6º § - “O povo na democracia semidireta não se cinge apenas a eleger, senão que chega do mesmo passo a estatuir, como pondera Prélot20 ou conforme Barthélemy e Duez: não é apenas colaborador político, consoante se dá na democracia indireta, mas também colaborador jurídico. O povo não só elege, como legisla..”
Comentário: Diferente da democracia indireta que o homem moderno, na sua maioria, se restringe apenas a votar.
A democracia semidireta no século XX. Apogeu e declínio de seus institutos
1º § - “A democracia semidireta teve o período de mais larga proliferação no curso das três primeiras décadas deste século, quando gozou de indisputável prestígio, mormente após a Primeira Grande Guerra Mundial, durante a fase sensivelmente aguda de crise das instituições democráticas do ocidente.”
Comentário: Apogeu foi devido a necessidade de participação do povo diretamente quando o regime era representado. 
2º § - “Fora a Suíça o seu berço tradicional. Dali se irradiou para o continente europeu. Algumas instituições da democracia semidireta são conhecidas e praticadas na América do Norte desde fins do século XVIII. Na Suíça, o referendum e a iniciativa permanecem. Sua aplicação se dá tanto na órbita federal, em matéria constitucional, como no âmbito dos cantões, ou seja, na órbita das autonomias...”
Comentário: Suíça foi o berço e até hoje em algumas partes utiliza o referendum como meio de participação direta.
7º § - “O sistema parlamentar de vários Estados europeus tem testemunhado em suas mudanças constitucionais, no período de entre guerras, a combinação do parlamentarismo com algumas técnicas do governo semidireto. Não resultou das mais afortunadas a experiência.”
8º § - “Após a segunda conflagração mundial, o constitucionalismo contemporâneo fez emprego muito mais sóbrio das técnicas de intervenção popular direta. Arrefeceu o entusiasmo que rodeara a democracia semidireta...”
Comentário: Combinação com o parlamentarismo com o governo semidireto não teve sucesso e após a Segunda Guerra Mundial as constituições modernas voltaram mais para intervenção popular direta e a semidireta entrou em declínio.
A democracia e os partidos políticos: a realidade contemporânea do Estado partidário
1º § - “...Em verdade, o Estado de nossos dias é dominantemente partidário.”
Comentário: Hoje é a vontade do partido, e não a do povo representada pelo seu representante, como deveria ser.
2º § - “A irresistível pressão oriunda das camadas economicamente inferiores da sociedade produziu, pois, a necessidade do emprego de um instrumento que de pronto servisse à comunicação dos anseios populares de teor reivindicatório. Tal instrumento no século XX não é outro senão o partido político.”
Comentário: Torna-se necessário haver partido com pensamentos e ideologias distintas para atender todas as minorias e poder representar todos e haver democracia.
3º § - “A medida que cresce a participação popular no exercício do poder, ou os fins da atividade estatal se dirigem de preferência para o atendimento dos clamores de melhoria e reforma social, erguidos pelas classes mais impacientes da sociedade, cresce concomitantemente o prestígio do partido, e se firma no consenso geral a convicção de que ele é imprescindível à democracia em seu estado atual, e com ela se identifica quanto a tarefas, fins e propósitos almejados.”
Comentário: O povo se identifica com o partido quanto às suas ideias e o povo se sente acolhido e representado.
4º § - “O Estado social consagra pois corajosamente a realidade partidária. Tanto na democracia como na ditadura, o partido político é hoje o poder institucionalizado das massas...”
Comentário: As massas são representadas pelos partidos, quando deveria ser representada pelos seus representantes, para ele tentar efetivar todos os assuntos do seu povo que lhe representa e não os interesses do partido.
6º § - “A lição de nossa época demonstra que não raro os partidos, considerados instrumentos fundamentais da democracia, se corrompem. Com a corrupção partidária, o corpo eleitoral, que é o povo politicamente organizado, sai bastante ferido.”
Comentário: Hoje a corrupção partidária é realmente um problema, o pensamento gira em torno de se manter no poder a qualquer custo e não de atender prioritariamente os anseios do povo que os elegem. 
8º § - “A ditadura invisível dos partidos, já desvinculada do povo, estende-se por outro lado às casas legislativas, cuja representação, exercendo de fato um mandato imperativo, baqueia de todo dominada ou esmagada pela direção partidária.”
Comentário: Na hora de buscar votos o representante vai até uma massa e busca ouvir o povo em troca de representar seus desejos, mas quando eleito não segue o desejo dos seus eleitores e sim do partido. 
11º § - “A democracia do Estado social é a democracia do Estado partidário, que se não confunde com a democracia parlamentar e representativa do Estado liberal. Nela são os partidosa expressão mais viva do poder...”
Comentário: Não é possível votar no representante sem votar no partido, porque o representante segue o partido e não o povo.
14º § - “Sobre o “eleitor”, Gilberto Amado já escrevera: “Em todos os países o eleitor não vota “livre”, isto é, fora dos partidos. Não é admitido a votar senão em nome dos partidos, no sistema uni nominal, nas pessoas que representam esses partidos; no sistema proporcional, nas ideias ou no programa desses partidos.”
Comentário: O que prova que o Estado é partidário e não representativo.

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