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O Caso dos Exploradores de Caverna - Defesa - Opinião

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O caso dos exploradores de Caverna
Opinião da Defesa
Primeiramente gostaria de afirmar que os réus são inocentes.
Os réus não podem nem comparecer ao fórum para julgamento por estarem em um tratamento médico sob observação para repor todas as perdas calóricas e se reidratarem e, após isso irão também passar por um tratamento psicológico extensivo devido ao grande sofrimento psicológico, emocional e físico pelo tempo que passaram na caverna presos.
Os cinco exploradores estavam em uma caverna fria, escura e sem água, e em determinando momento ficaram sem alimentos e não havia nenhuma outra forma para se alimentarem. 
Foram chamados dez homens para o resgate dos réus, pessoas que morreram na tentativa de tira-los da caverna, o que foi uma fatalidade, mas infelizmente eles sabiam do risco e ganhavam adicionais de periculosidade e insalubridade para este trabalho. E, se é justo mandarem dez homens para morrem por cinco, porque seria não seria justo um morrer por quatro?
Após dias conseguiram comunicação com o exterior da caverna em um diálogo com Médico que deixou explicito que não haveria forma alguma de sobreviver sem se alimentarem, devido ao fato, a própria vítima perguntou para os médicos, juízes, padres e autoridades do Estado ali presentes se eles poderiam sacrificar uma vida para salvar as outras quatros, e após a pergunta a comunicação ficou em silêncio e não se obteve mais respostas, o que é um fato imoral e é pertinente para o caso, pois o Estado que julga e condena é o mesmo que foi omisso quando os réus clamaram por uma resposta, mas sabiam que não poderiam concordar porque não poderiam julgá-los depois, assim decretando a morte dos exploradores nos próximos dias, foi então que Roger propôs jogar os dados e quem perdesse daria a vida para salvar os outros porque era a única forma de saírem vivos. Porém, em determinado momento, Whetmore desistiu do tratado, porém não foi aceita a sua petição, então jogaram o dado em seu nome e teve a sorte adversa de perder, porém isso não é uma complicação, pois ele poderia ter contestado o lançamento de dados após o seu resultado, não contestou, pois, creu na licitude do sorteio. Prosseguindo, os réus comeram a carne de Roger e sobreviveram.
Após saírem da caverna foram condenados em primeira instância como culpados, recorrendo então que aquilo não era correto, não seguia a lei, devido ao fato de que os pobres homens não foram julgados por um júri popular, que de acordo com o art. 5, inciso XXVIII da nossa Constituição Federal que instituiu o tribunal do júri para que desse ao cidadão julgado a oportunidade para ser julgado pelos seus semelhantes, para que vocês possam julgar de acordo com suas convicções e as suas consciências, deve-se valor da moral, da ética, do bom senso e do conceito de justiça, porque o ideal do direito é a justiça. 
Poderia estar no júri advogados, delegados, juízes, desembargadores, mas não, o tribunal do júri é composto pela sociedade para que os membros da sociedade possam dar justiça ao julgamento. 
É um equívoco dizer que a lei deve ser aplicada tal qual escrita. As leis são passiveis de interpretação para que se adeque aos casos, caso contrário não precisaria de juiz, se a lei está escrita então e deve somente se cumprir o direito positivo de acordo de como é, nem precisaria de julgamento, nem precisaria haver juiz e também não haveria justiça.
Deve se atentar para como a situação foi conduzida pelos exploradores. Eles foram sinceros, foram justos, foram leais, agiram da moral, pois após perguntarem se poderiam sobreviver sem comida e o médico dizer que não e depois perguntarem se sobreviveriam com carne humana e o médico dizer provavelmente sim, eles poderiam muito bem ficar em silêncio e matar qualquer e depois alegar que ele morreu por causa natural por isso comeram sua carne para sobreviver. Mas não, eles foram sinceros, e comunicaram para dar ciência as autoridades, para ser justo, para todo mundo ter uma oportunidade de sobreviver e, por isso, exclui-se o fator dolo. O que os exploradores fizeram, levaram em consideração a equidade e a sinceridade, foi um ato humano e admirável considerando o estado psicológico, emocional e físico naquele momento.
Eles, infelizmente, sacrificaram a vida de seu amigo, que hoje é considerado um herói, pois foi ele quem teve a ideia para tirar seus amigos com vida da caverna. E, esse sacrifício, foi cometido pelo estado de necessidade, que fica claro pelo próprio conto da história, ninguém em plena consciência jogaria sua vida em dados, isso mostra o extremo estado de necessidade dos exploradores, e por estado de necessidade, a sentença deve ser anulada e o júri deve julgar os réus como inocentes e absorve-los.
Pois, segundo artigo 23 do Código Penal: “Não a crime quando o agente pratica o fato: I – Em estado de necessidade”. Reforçado no artigo 24 do Código Penal: Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.  
Neste art. 24 CP. Para que configure o estado de necessidade temos como requisitos indispensáveis:
Perigo atual: relativamente o perigo de morte era iminente, pois o próprio médico da equipe de resgate informou a quase inexistência de chance de sobreviverem, neste período que fora estipulado de dez dias para o resgate, que na verdade foi de doze dias.
Então, condená-los, seria um ato de vingança e não de justiça, pois em todos os momentos eles foram justos e mataram por estado de necessidade. 
Não manifestação de vontade: relativamente nenhum dos exploradores deu causa ao perigo de morte por inanição, uma vez que estavam presos devido ao desmoronamento natural da caverna bloqueando sua saída.
Inevitabilidade do perigo: relativamente, a caverna na qual os exploradores se encontravam, não oferecia qualquer forma de alimento que eles pudessem utilizar como sustento do próprio corpo, tendo como última alternativa a carne humana.
Não razoabilidade: relativamente os bens juridicamente tutelados são a vida de cada um dos exploradores, não sendo razoável exigir que um deles sacrificasse sua vida, para servir os bens jurídicos dos outros.
Então, com respaldo jurídico, afirmo, que os inocentes que estão sendo acusados pela promotoria que representa o Estado, o qual foi omisso no derradeiro momento, devem ser absolvidos para que seja haja justiça, assim como 90% da população tem plena certeza que os réus devem ser absolvidos.

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