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1 Processo de Criação na Publicidade O publicitário não pode ter a sua criatividade limitada. Mas existem alguns princípios que regem esta arte. Um dos principais dita que uma boa campanha também depende do anunciante traduzido do site http:googleusercontent.com escrito pelos publicitários franceses: Jacques Lendrevie e Bernard Brochand. A criação publicitária não pode estar sujeita a regras que espartilhem a criatividade. Mas existem princípios a seguir na elaboração de uma campanha publicitária. Um deles é fundamental: a responsabilidade pela qualidade das campanhas deve ser partilhada pelo anunciante e pela agência. Não se devem confundir os papéis. O anunciante deve colocar bem o problema e conceder à agência, meios e prazos adequados para realizar e decidir. O Briefing Esta etapa é decisiva para o êxito de qualquer ação de comunicação. O briefing é um documento que contém todas as informações e orientações de que a agência precisa para conceber eficazmente a campanha. O papel essencial da agência é saber ir mais longe. Quando o briefing é bom, ele contém todos os elementos necessários para uma boa campanha: o contexto do produto e do mercado, a estratégia de marketing do anunciante e as orientações gerais da campanha a realizar. Por vezes, o briefing pode mesmo não existir. Nestes casos, a agência deve estabelecer um diálogo franco com o anunciante para sistematizarem em conjunto os elementos base sobre o que se deve dizer do produto e que poderá induzir o consumidor à compra. O Plano de Trabalho Depois de analisar o briefing, bem como todos os estudos e informações colocados à disposição da agência, é preciso “conhecer” pessoalmente o produto ou serviço. É preciso olhá-lo, utilizá-lo, comprá-lo e observá-lo nos locais de distribuição. Enfim, colocar-se na pele do consumidor. Deste convívio nascem as grandes idéias. 2 Quando o publicitário se coloca na pele do consumidor, consegue distinguir quatro tipos de comportamento de compra do produto. Algumas decisões de compra são baseadas em pensamentos mais racionais e lógicos, enquanto outras são motivadas apenas por sentimentos e emoções. Paralelamente, algumas decisões são mais importantes do que outras para o consumidor. Existem quatro modelos de comportamento de compra: Afetivo. O consumidor dá pouco valor à informação específica, preferindo basear a opção de compra nos seus sentimentos face ao produto. A importância deste está relacionada com o seu amor-próprio. É o caso das jóias, cosméticos e artigos de moda. O anúncio mais adequado é aquele que se baseia na imagem do produto ou da marca, com um forte impacte dramático na sua execução. Este modelo segue a prioridade dos objetivos publicitários “fazer gostar”, “dar a conhecer”, “fazer agir”. Informativo. O consumidor necessita de muita informação para tomar a decisão de compra. Este modelo aplica-se à compra de automóveis e artigos para a casa, por exemplo. A seqüência aqui é “dar a conhecer”, “fazer gostar” e “fazer agir”. São necessários anúncios longos, com muita informação, e, se possível, uma demonstração do produto. Satisfação própria. O consumidor é um reativo. Este modelo refere-se a produtos que satisfaçam gostos pessoais e que referenciem a pessoa como parte de um grupo: cigarros, cerveja e doces. Aqui o importante é chamar a atenção. Segue a seguinte prioridade: “fazer agir”, “fazer gostar” e “dar a conhecer”. Formação de hábitos. O consumidor toma a decisão sem esforço. A alimentação e outros bens do dia-a-dia são comprados como resultado de um hábito. As mensagens que lembram o produto são suficientes. Prioridades: “fazer agir”, “dar a conhecer” e “fazer gostar”. 3 Depois de ter percebido o comportamento de compra, o criativo deve responder a sete questões. A quem se dirige? Deve conhecer o consumidor final, descrevendo a sua idade, a sua classe social, onde vive, o sexo, as preferências, os hábitos, etc. O que é que o consumidor pensa sobre este tipo de produtos? Identificam-se os problemas, as necessidades, as expectativas e as desilusões que o consumidor tem relativamente à classe de produtos em questão. E há que delinear o produto que ele considera ideal. Qual a opinião dos consumidores sobre os produtos concorrentes? Qual a imagem associada a cada produto concorrente ou substituto. Até que ponto a concorrência satisfaz o consumidor. O que se quer que o consumidor perceba do nosso produto? Quais as necessidades que ele vai satisfazer para se sobrepor à concorrência. Qual é a promessa? O que o consumidor vai esperar do nosso produto. Qual o suporte da promessa? Como é que o consumidor fica convencido e se apercebe da promessa feita. Qual o tom do anúncio? Qual a abordagem que o consumidor melhor aceitará para ilustrar a promessa. Nesta altura, em que já se tem a noção das características do produto ou serviço, avança-se para a sua definição publicitária. Um dos métodos utilizados é a “marca pessoa”, ou seja, descrever cada marca como se fosse um ser humano: o seu físico, que diz respeito aos benefícios e fatores diferenciadores do produto, o seu caráter, atributos ou valores e o seu estilo, que se manifesta na forma como o produto se expressa. 4 A Estratégia Criativa Agora que já se conhece o consumidor, o tipo de compra inerente ao produto e as suas características, está na altura de definir a estratégia criativa. Existem seis tipos de abordagens estratégicas, que se podem aplicar a qualquer situação publicitária. Estratégia genérica. É usada sempre que uma marca domina o seu segmento ou quando é única no mercado. Nestes casos não é necessário fazer referência à sua superioridade. Ela vale por si mesma. Reivindicação *preemptiva. Os produtos oferecem benefícios semelhantes aos da concorrência. Promete-se o básico, aquilo que todos os produtos fazem, mas a que nenhum outro faz alusão na sua publicidade. A concorrência procura distinguir-se através de outras características, deixando em aberto a promessa básica. Os anúncios devem ser extremamente imaginativos, como os do desodorizante Axe, por exemplo. *(Na língua inglesa, “preemptive” é um adjetivo relacionado com o substantivo “preemption” que podemos traduzir por preempção. Os dicionários da língua portuguesa não registram a palavra “preemptivo”, mas registram preempção com os seguintes significados: compra antecipada e precedência na compra.) Unique selling proposition. O produto tem uma vantagem competitiva duradoura, assente num benefício exclusivo. É uma estratégia pouco usada à medida que os produtos do mesmo segmento se tornam cada vez mais iguais. Estratégia de imagem de marca. A superioridade do produto baseia-se em factores externos, em fatores psicológicos. Esta estratégia enfatiza as emoções, em detrimento dos fatos. Abordagem à ressonância. O publicitário tem de compreender profundamente os diferentes tipos de informações e experiências retidas na mente do público. A campanha não evoca características do produto nem imagens de marca. Mas apresenta situações ou emoções que provocam memorizações positivas pelos consumidores É uma estratégia indicada para casos, onde existe pouca diferenciação no mercado. 5 Estratégia afetiva. Procura um contacto com o consumidor a um nível puramente emocional. É usada também em mercados em que existe pouca diferenciação entre os produtos.Definida a estratégia, elabora-se o plano de trabalho criativo (strategy copy). É um documento formal, criado em conjunto pelo anunciante e pelos comerciais da agência, com vista a orientar o trabalho de criação. Contém sete elementos. São eles: O fato principal Representa a seleção feita pela agência dos elementos do briefing que lhe pareceram essenciais para orientar o trabalho dos criativos, como os elementos do contexto produto/mercado que constituem a razão principal pela qual o anunciante decidiu fazer a campanha, e todas as informações importantes sobre o consumidor. Objetivos publicitários Uma síntese dos objetivos formulados no briefing. A agência pode reformulá-los de forma mais precisa no plano do trabalho criativo. Público Alvo Caracterização dos segmentos-alvo a que queremos dirigir a nossa campanha. A promessa É o elemento mais importante da copy strategy. É a promessa ou benefício, a identificação da vantagem principal que o cliente obterá do consumo. Em campanhas em que o principal objetivo é a notoriedade, este elemento não é muito importante. A promessa pode operar a três níveis: ela pode ser um atributo objetivo do produto e o consumidor imagina as vantagens que obterá. A promessa pode também consistir em formular explicitamente uma vantagem que o consumidor obterá ou ainda o sentimento de valorização ou de prazer que ele experimentará ao identificar-se com o produto, como ilustra a campanha de comida para gatos da Whiskas. Com esta marca, o consumidor conquistará uma satisfação “que se pode ver ou ouvir”. 6 As provas São os argumentos que se utilizam para justificar a veracidade da promessa, que é, na maior parte dos casos, uma característica intrínseca do produto. Quando a promessa é um benefício imaginário e subjetivo ou ainda um sentimento de identificação valorizada, nenhuma prova objetiva pode ser invocada. Resta às campanhas sugeri-la através da escolha das atrizes, da decoração e da música. Tom e personalidade da marca O tom é o registro da expressão utilizada. Pode ser demonstrativo, como no caso da campanha da Colgate, que demonstra como colocar a pasta de dente na escova; emotivo, como a nova campanha da Chevrolet para o corsa, que demonstra a relação familiar; humorístico, como é o caso da campanha da Hortifruti; autoritário, como foi o da Folha de São Paulo, com o slogam: “só não sabe quem não lê”; estético, como no caso da campanha das lojas Taco; alegre, como a campanha da Sky para a copa, ou ainda, dramático, como os anúncios de prevenção de acidentes nas estradas. Instruções, formatos, medidas e limitações diversas media a utilizar ou formato do anúncio, Forma de apresentação do produto, formatos do produto, Questões ligadas ao logotipo, Regras legais Regras ligadas aos “códigos de utilização” ou “manual de utilização” da marca. 7 Referências de algumas Cores VERMELHO LARANJA Associação Positiva Associação Negativa Associação Positiva Associação Negativa Paixão Dinamismo Revolução Sexo Guerra Sangue Fogo Morte Demónio Energia Atividade Generosidade Convívio Ambição Não tem associações negativas, mas pode dar imagem de "barato" AMARELO (amarelo) VERDE Associação Positiva Associação Negativa Associação Positiva Associação Negativa Sol Verão Luz celeste Inteligência/Ciência Ação Realeza Expansão Covardia Traição Dúvida Fome Doença Vegetal Natureza/Primavera Vida/Esperança Fertilidade Segurança Satisfação/repouso O verde azulado é frio, agressivo e violento O verde acinzentado é doentio AZUL VIOLETA Associação Positiva Associação Negativa Associação Positiva Associação Negativa Espiritualidade / Fé Sobrenatural Masculinidade Justiça/racionalidade Seriedade/tranquilidade Limpeza/higiene Valores introvertidos Sincretismo Penumbra Nobreza / Realeza Dignitários da igreja Poder Misticismo Inconsciente Mistério Opressão Superstição Decadência Morte PRETO BRANCO Associação Positiva Associação Negativa Associação Positiva Associação Negativa Luxo Distinção Rigor Dimensão artística Morte Desespero Desconhecido Inocência/pureza Virgindade Perfeição/verdade Sabedoria Vazio Silêncio Inatingível CINZA Associação Positiva Associação Negativa Tecnologia Ciência Impessoalidade
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