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UNIÃO DA VITÓRIA - PR 2016 1. Causas que levam à “emigração forçada” Segundo a Carta Capital (2015): O mundo vive a maior crise de migratória de refugiados, por motivos de guerra ou perseguição política e étnica, desde a Segunda Guerra Mundial. Segundo a ONU, em 2014, 59,5 milhões de pessoas foram forçadas a abandonar seus países devido à violência. Em decorrência de guerras recentes, muitas pessoas veem-se obrigadas a abandonarem suas nações em busca de lugares seguros. Ainda, segundo a Carta Capital, os países com maior incidência de evacuações são Afeganistão, Síria, Somália, Sudão, contudo, de acordo com o G1, também estão incluídos àqueles, a Eritéia, Kozovo, Sérvia, Paquistão, Irã, e Rússia, devido à situação extrema de violência e pobreza de seus países. Incluso segue um gráfico ilustrativo referente às solicitações de refúgio na União Europeia no ano de 2014: Essas pessoas enfrentam travessias clandestinas absolutamente arriscadas, a mercê de criminosos, e ainda encaram a estigmatização social por serem um povo sem nação, sem dúvidas só é “aceita” quando ponderado o pelo caos instaurado nos países de origem, totalmente desolados pelas crises políticas, guerras, extrema miserabilidade, onde não existe possibilidade de uma qualidade de vida mínima. 2. Países mais procurados por refugiados Com base na página eletrônica “Ultimo Segundo” da IG (2015): O destino preferido é a Alemanha, que no ano passado recebeu 202.700 requisições, ou 32% do total. A Suécia veio logo em seguida com 81.200, ou 13%. Seguem Itália, com 64.600, ou 10% do total, França, 62.800, ou 10%, e a Hungria, 42.800, ou 7%. Ainda, a notícia veiculada identifica que nos países Africanos (Senegal, Mali, Guiné e Gâmbia), os refugiados, em sua maioria, são homens solteiros na faixa etária dos 20 anos, e que buscam a imigração ilegal rumo a Europa. Contudo, antes de concluírem a viagem no destino pretendido, muitos migrantes passam por outros países, como a Turquia e o Líbano, que vivem uma crise estrutural e econômica em decorrência da chegada constante de refugiados, que em verdade, encontram-se desamparados internacionalmente, acabam por pressionar os refugiados a continuarem a viagem. Atualmente, a rota mais utilizada por aqueles que conseguem chegar à Europa, é a fronteira terrestre da Hungria com a Sérvia, onde o número de migrantes detidos ultrapassara os 10 mil apenas no primeiro trimestre de 2015. Para Cukier da Revista Exame (2015) “diferentemente dos seus pares árabes e turcos, os países do Golfo (Arábia Saudita, Kuwait, Emirados Árabes, Catar, Bahrein e Omã) não ofereceram nenhum abrigo para refugiados sírios.”, vez que esses países não assinaram a Convenção de 1951, não reconhecendo os refugiados. Ainda, Cukier traz que “esses países preferiram doar dinheiro ao invés de abrir suas fronteiras. O Kuwait é o quinto maior doador entre 2012 e 2015, mas nenhum deles aceitou sequer abrigar um refugiado em seu território”. Segundo ele, caso esses países tivessem que absorver e assimilar tantos imigrantes os “Regimes que sobreviveram a Primavera Árabe” temem não sobreviver a esta crise, em virtude da grande instabilidade instaurada na região. Segundo a BBC, os mais procurados pelos refugiados, conforme dados de 2014 e 2015 são a Áustria, França, Alemanha, Grécia, Hungria, Itália, Suécia, Turquia e Grã-Bretanha, conforme se extrai do gráfico incluso: Ainda, a Europa é uma escolha apenas dos sírios com melhores condições financeiras, vez que a entrada no país é feita por contrabandistas que cobram valores consideráveis para tal travessia, logo os menos abastados acabam por ficar pelos países vizinhos do Médio Oriente. 3. Prós e contras de um país oferecer abrigo a refugiados Na visão de Cukier (2015) “o maior perigo é a inserção de mais um fator desestabilizador no frágil processo de integração europeu.” Na opinião do jornalista, inserção de imigrantes e refugiados tende a agravar ainda mais “as crises econômica e política, o crescimento do sentimento anti-europeu e a ascensão de partidos nacionalistas já são problemas suficientemente complexos para o Bloco.”. Existe ainda a questão do dispêndio de recursos para a incorporação de tantas pessoas, que coloca em cheque o “modelo de bem estar social europeu”, e ainda acaba expondo o território europeu a abertura de suas fronteiras e livre circulação que fere os princípios do projeto europeu. Sem contar a questão da assimilação cultural e social, devido a característica cultural e nacionalista conservadora do povo europeu, que com a inserção de povos distintos certamente gerará muitos atritos e tensão social. E quanto mais pessoas a Europa recebe, mais vítimas das crises instauradas em seus territórios se veem motivadas a migrarem, ocasionando problemas ainda maiores, vez que o números de Estados em situação caótica é imensa e crescente, sem perspectiva de melhora a curto e médio prazo, e para a Europa a invasão de todas essas pessoas seria o colapso político. A tratativa em pró de se receber refugiados dá-se no sentido de que os refugiados, também entendidos como imigrantes, consomem, aumentam a população, a necessidade de mais postos de trabalho aumenta porque há mais gente a necessitar de bens e serviços. Não existem só como trabalhadores, existem como consumidores para os quais é necessário mais trabalhadores, logo um aumento de postos de trabalho. Ainda, há que se repisar que, ao contrário do medo crescente dos europeus em recepcionar os refugiados, considerando que são “extremistas”, os refugiados não devem ser confundidos com esses, já que esses imigrantes são homens, mulheres e crianças que fogem desses mesmos extremistas islâmicos no seu país, assim como não devemos confundir todos os europeus com os mesmos fascistas que têm derramaram tanto sangue no decorrer de sua história, mesmo antes do início da Segunda Guerra Mundial. Estes refugiados são pessoas que, como nós, querem simplesmente sobreviver, com a agravante que têm de fugir (com as crianças ao colo) a uma guerra terrível, até que ela termine, para poderem voltar e recomeçar uma vida em parte destruída. 4. Consequências políticas para a aceitação/ negativa de se receberem refugiados A mais significativa medida foi apresentada pela Comissão Europeia, sendo um novo plano para frear a chegada de migrantes refugiados, no intuito especial de conter as pressões diplomáticas exercidas pela Turquia, após um polemico acordo entre este Estado e a União Europeia. Segundo a agência de notícias Público de Portugal, a proposta se baseia em “limitar a ajuda ao desenvolvimento e as parcerias comerciais da UE com países africanos e do Médio Oriente que não contenham os fluxos migratórios que tenham origem, ou que passem, pelos seus territórios.” Também chamados de “incentivos negativos” no intuito de controlar a longo prazo o ingresso de imigrantes no território Europeu. O vice-presidente da Comissão, Frans Timmermans, em um discurso no Parlamento Europeu, reforçou que “Temos de encontrar soluções sustentáveis” Ainda para o vice-presidente da Comissão “A cooperação com países terceiros é essencial para permitir que os migrantes e refugiados fiquem perto de casa em vez de empreenderem viagens perigosas”. Conforme a agência de notícias portuguesa: A curto prazo, o plano da Comissão prevê canalizar 8000 milhões de euros até 2020 para os países com quem serão feitas estas parcerias, provenientes de fundos já previstos para a ajuda ao desenvolvimento. Serão usados para lidar com “os problemas que estão na origem da migração”, explicou o comissário Frans Timmermans.A agência de notícias espanhola El País, informou que “nenhuma política deve ser deixada de fora desta abordagem – ciência, energia, alterações climáticas, e também o comércio, que até agora tem estado ligado a outros critérios”. Plano ambicioso, porém traz a esperança de uma solução efetiva ao problema que se apresenta. 5. Legislação/Tratados Internacionais Segundo o Artigo 14 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, toda e qualquer pessoa pode procurar e se beneficiar de refúgio, vez que aquele que recorre a necessidade indiscutível de que os refugiados, são pessoas em uma situação específica que exigem salvaguardas adicionais. Alçando o status de “proteção internacional dos refugiados”. Contudo apenas na Convenção de 1951, relativa ao Estatuto dos Refugiados, é que foi definido o conceito universal de refugiado, e o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), que também é conhecido como a Agência da ONU para Refugiados, foi incumbido de supervisar sua implementação. Os mais importantes documentos do regime de proteção de refugiados moderno são: A Convenção da ONU de 1951 e seu Protocolo de 1967, assim como instrumentos legais regionais, como a Convenção de 1969 da Organização de Unidade Africana (UOA) que rege os aspectos específicos dos problemas dos refugiados na África. Responsáveis também pela incorporação de direitos e deveres básicos dos refugiados. As disposições da Convenção de 1951 continuam sendo o padrão internacional para o julgamento de qualquer medida para a proteção e tratamento dos refugiados. Impossibilitando a devolução ou expulsão do refugiado ao seu Estado, considerado um princípio fundamental das normas relativas a refugiados. 6. Conclusão Enquanto haja guerra e a fome extrema, existirão pessoas vivendo em condições sub-humanas, e a fuga em massa desses indivíduos em busca de condições mínimas de existir e viver, será inevitável. Soluções meramente paliativas não vão resolver de fato o caos instaurado nas nações de onde originam as fugas e os locais de destino desses viajantes, é preciso erradicar a fome e a violência no mundo, utópico ou não, a solução cabe a todos os seres humanos no planeta. Sem dúvidas a pesquisa ampliou o escopo de raciocínio crítico a respeito das questões políticas mundiais e a crise atual vivida em tantos países, e nos dê a real percepção do quanto somos privilegiados por vivermos em um Estado, onde mesmo frente a crises políticas, temos paz. Ainda, um tanto quanto esperançoso, espero que esse caos sirva de precursor para que no futuro essa situação não se repita e não existam mais motivos que levem famílias inteiras a abandonarem seus lares. 7. Referências: Perguntas e respostas: crise imigratória na Europa. A resposta descoordenada e, por vezes, xenofóbica de governos europeus coloca a União Europeia no centro da crise. Carta Capital, por Redação, publicado 11/09/2015 06h06, última modificação 11/09/2015 09h10. Disponível em: <http://www.cartacapital.com.br/internacional/perguntas-e-respostas-crise- imigratoria-na-europa-9337.html > Acesso em: 16 jun. 2016. Refugiados na Europa: a crise em mapas e gráficos. G1. Da BBC. 06/09/2015 09h46 - Atualizado em 06/09/2015 09h46. Disponível em: <http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/09/refugiados-na-europa-crise-em-mapas- e-graficos.html > Acesso em: 16 jun. 2016. BARATA, Clara. Comissão Europeia ameaça tirar ajudas a países que não travem migração para a UE. Público Comunicação Social S/A. 07/06/2016. Disponível em: < https://www.publico.pt/mundo/noticia/comissao-europeia-ameaca- tirar-ajudas-a-paises-que-nao-travem-migracao-para-a-ue-1734358> Acesso em: 17 jun. 2016. CAMPOS, Amanda. Entenda a crise migratória na Europa. São Paulo: Último Segundo. 2015. Disponível em: <http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2015-08-29/entenda-a-crise-migratoria-na- europa.html> Acesso em: 17 jun. 2016. CUKIER, Heni Ozi. O dilema dos refugiados na Europa. Revista Exame. 08/09/2015 - 17:50. Disponível em: <http://exame.abril.com.br/rede-de-blogs/risco- politico-global/2015/09/08/o-dilema-dos-refugiados/> Acesso em: 17 jun. 2016. MARTINS, João Pedro. Discursos anti-refugiados: respostas aos argumentos mais comuns. 7 de setembro de 2015. Disponível em: <https://www.facebook.com/notes/jo%C3%A3o-pedro-martins/discursos-anti- refugiados-respostas-aos-argumentos-mais-comuns/1122039864492535/> Acesso em: 17 jun. 2016.
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