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DIREITO PENAL Princípios no Direito Penal Conceito de princípios: São normas não escritas ou escritas que servem para fundamentar a atuação do Direito Penal. Classificações Constitucionais: Possuem previsão na própria constituição. Ex.: Art. 5º, XXXIX, CF: “Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal.” Infraconstitucionais: São inferiores a constituição, encontram disposição em outras leis que não seja a constituição. Explícitos: São princípios que estão escritos na CF e na Legislação Extravagante. Implícitos: São princípios que não estão escritos. Para se chegar nos meios dos implícitos são necessárias técnicas interpretativas. Ex.: Princípio da Proporcionalidade. Extratividade: É a capacidade da lei se manter no tempo, atingindo fatos praticados antes mesmo de sua vigência (retroatividade) ou alcançando fatos futuros, após a sua revogação (ultratividade). Modalidades Retroatividade: Quando se aplica; Ultratividade: A lei vai ser aplicada mesmo depois de revogada. Exceção Crime continuado e crime permanente: Súmula 711, STF: “A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência.” Normas Penais Normas Processuais Penais “tempus regit actum” “tempo de agir regras”. Cria crimes e penas; Somente a norma penal move-se no tempo, seja através da retroatividade ou ultratividade. “tempus regit actum” “tempo de agir as regras”. Como as partes devem se comportar durante o tramite de um processo; Não se movem no tempo, não retroagem e não ultragem; Para a norma processual penal o critério de tempus regit actum é absoluto, não comportando exceções, portanto não retroagirá ainda que mais benéfico ao réu. Princípios 1. Princípio da Legalidade Previsto no art. 5º, inciso XXXIX, da Constituição Federal “não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal”, neste princípio a lei deve ser anterior ao fato, ou seja, nenhum ato poderá ser considerado como criminoso, sem que antes de sua execução exista lei nesse sentido. Exemplo: pensar em matar alguém não pode ser considerado como uma infração penal, pois não está previsto em lei, porém, matar alguém é considerado como uma conduta criminosa, pois está previsto em lei; Ou seja, tudo o que não estiver previsto na lei não pode ser considerado como conduta criminosa. O Princípio da Legalidade possui dois desdobramentos, sendo eles o Princípio da Reserva Legal e o Princípio da Anterioridade. Princípio da Reserva Legal Neste princípio a lei deve passar por todas as etapas legislativas, ou seja, apenas a lei elaborada diretamente pelo Poder Legislativo poderá determinar o que é considerado ato criminoso e, caso o ato seja praticado, qual será a pena aplicada. Princípio da Anterioridade da Lei Penal Neste princípio a lei penal deve ser anterior ao ato praticado, para que tal seja considerado criminoso, ou seja, quando uma lei é editada os fatos ocorridos poderão apenas ser considerados criminosos após a vigência da mesma, exceto quando favorecer o criminoso: art. 5º, inciso XL, da Constituição Federal “a lei não retroagirá, salvo para beneficiar o réu”. Desdobramentos Lex previa: Lei anterior; Lex scripta: A lei deve ser escrita/positivada em nosso ordenamento; Lex stricta: A lei deve passar por todas as etapas legislativas; Lex certa: A lei deve ser determinada/precisa. Proibir incriminações vagas, abertas Princípio da Taxatividade: os tipos penais devem estar positivados, taxativos na lei. Princípio da Determinação: o princípio que veda a incriminação de condutas vagas. 2. Princípio da Dignidade da Pessoa Humana/Princípio da Humanidade Art.: 1º, III, CF; O Direito Penal não pode atentar contra o Direito Humano. Conceito: A dignidade da pessoa humana é, em si, qualidade intrínseca e indissociável de todo e qualquer ser humano. Constituí elemento que o qualifica como tal e dele não pode ser separado. Não é algo concedido à pessoa humana, porque já lhes pertence de forma inata. Por isso, é irrenunciável e inalienável, porquanto se trata de um atributo de todo o ser humano. Enfoque objetivo: Ex.: Art. 7º, IV, CF: “Salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim.” Significa que o Direito Penal não pode atentar contra o direito humano. Enfoque subjetivo: Sentimento de respeitabilidade. Modalidades de penas não admitidas: Art. 5º, XLVII, CF 3. Princípio da Pesividade/Ofensividade “Nullum crimen sine injúria”: Não há crime sem ofensa ao bem jurídico de 3º. Para este princípio, uma conduta só será considerada Integridade física Integridade psíquica Integridade moral Sentimento que o indivíduo tem para consigo mesmo. “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XLVII. Não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; e) cruéis”. criminosa quando causar lesão ou perigo de lesão a um bem juridicamente tutelado. Perigo abstrato: são aqueles em que se presume ofensa a um bem jurídico: presunção. Perigo concreto: a própria lei exige a ocorrência de uma situação de perigo. Ex.: Art. 306, CTB. Espiritualização Desmoralização Do bem jurídico. Dinamização A. Vedação à criminalização a pensamentos; B. Vedação à criminalização de condutas que não tinham caráter transcendental; C. Vedação à criminalização pelo mero estado existencial. 4. Princípio da Culpabilidade “Nullum crimen sine culpa” Este princípio consagra a ideia de responsabilidade penal subjetiva, mediante a comprovação de dolo ou culpa. Culpa (sentido amplo) ocorre de duas formas: Dolo: Intenção, vontade, consciente. Art. 18, CP Culpa: É a quebra de um dever objetivo de cuidado. Negligência: não fazer algo; Imprudência: fazer algo; Imperícia: falta de aptidão técnica. Consequência: Sem dolo ou culpa o fato é atípico/o fato não será considerado crime. Teoria do Finalismo: para se compreender à respeito do fato criminoso, deve-se verificar a finalidade pretendida, pelo agente. Deve importar o que o indivíduo queria. Previamente prevalecia o causalismo, onde, a conduta humana se caracterizava pelo resultado. Já no finalismo (adotado pelo código penal) a conduta humana se caracteriza pela finalidade do agente. Significa que o Direito Penal está tutelando bens jurídicos coletivos. Ex.: Meio ambiente Responsabilidade 5. Princípio da Altericidade/Alteratividade/Transcedentalidade Este princípio veda a criminalização de condutas que ajeitem somente a esfera particular do indivíduo. Não há incriminação da auto lesão. Exceção: Se da auto lesão se ocorrer prejuízo a terceiros; oagente responderá pelo crime praticado. Ex.: Fraude contra o seguro. 6. Princípio da Intervenção Mínima Direito Penal deve intervir minimamente; DECORRENTES 6.1 Princípio da Subsidiariedade O Direito Penal será aplicado de forma subsidiaria aos demais. 6.2 Princípio da Fragmentariedade 1ª vertente: O Direito Penal fragmenta o bem jurídico e incrimina somente as condutas mais relevantes; 2ª vertente: O Direito Penal não é exclusividade de um único diploma, podendo encontrar disposição em diversas legislações. 7. Princípio da Insignificância ou Bagatela Conceito analítico de crime: Fato típico: Conduta descrita como crime na lei Tipicidade Princípio destinado ao legislador; “ultima ratio” “ultima instância” Neste princípio o Direito Penal deve atuar somente quando a punição por outra esfera do Direito se mostrar insuficiente. Deve ser a última instância. Lesões ínfimas devem ser desconsideradas. Não se leva em conta só o valor, mas sim a potencialidade lesiva da conduta. Material: a tipicidade material guarda relação com a potencialidade lesiva da conduta, portanto, se a lesão for irrelevante não existirá tipicidade material, consequentemente o fato será atípico. Formal: É a subsunção do fato à norma. Ex.: “Cara crachá” É obrigatório o aparecimento das duas. Quando faltarem as duas será atípico. Requisitos para aplicação sustentados pelo STF Mínima ofensividade da conduta; Ex.: Furto ao pincel do professor. Ausência de periculosidade social da ação; Reduzidíssimo grau de reprovabilidade de comportamento; Inexpressividade da lesão. 8. Princípio da Adequação Social 9. Princípio do “ne bis in idem” Se afetar a esfera individual se aplicará Se afetar a coletividade não se aplicará P. da Insignificância Não possui aplicação obrigatória Relevância Social Diz respeito a um fato positivado (criminoso) que passa a ser aceito pela sociedade (toda a sociedade). É uma conduta que perdeu a eficácia social. Ex.: Jogo do bicho. A conduta, embora ilícita, é aceita pela sociedade Art. 229, CP Motel Bordel Crítica: Costume não revoga lei/crime. A crítica gira em torno de que o costume não revoga lei penal, que só pode ser revogada por outra lei (expressamente ou tacitamente). Veda a dupla punição pelo mesmo fato ou pela mesma circunstância. 10. Princípio da Proporcionalidade 11. Princípio da Confiança Ex.: Art. 217 – A C/C Art. 61 “h”, CP Estupro de vulnerável: menor de 14 anos Agravantes Quando eventual causa de aumento de pena fizer parte da própria estrutura do delito, ela não pode ser isoladamente considerada, sob pena de “bis in indem”. Custo benefício; Voltado ao legislador; Sem previsão constitucional; 2 vertentes 1ª vertente: O legislador ao criar um crime deve estar atento ao seu custo benefício, não podendo causar única e exclusivamente temor público, ou seja, a conduta proibida deve possuir relevância social; 2ª vertente: A pena deve ser proporcional ao delito. As pessoas agem de acordo com a expectativa de que as outras atuarão dentro do que lhes é normalmente esperado. Não comete crime aquele que age de acordo com o Direito e se envolve em situação que terceiro descumpre seu dever de lealdade e cuidado. 12. Princípio da Autorresponsabilidade 13. Princípio da Personalidade/Intranscendência 14. Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa 15. Princípio do Devido Processo Legal Art. 5º, LIV, CF “Deve process of law” Os resultados danosos que decorrem da ação livre e consciente de alguém, só pode ser imputado a este, e não a quem o tenha motivado. Ex.: Kart. CUIDADO! Se induzir ou instigar ou auxiliar o suicido o indivíduo será responsabilizado. Art. 122, CP Art. 5º, XLV, CF Nenhuma pena passará da pessoa do condenado. Art. 5º, LV, CF “Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.” Autodefesa: é a defesa produzida pelo próprio acusado, quando ele expõe sua versão sobre os fatos; o silêncio também é uma forma de autodefesa, conforme o art. 5º, LXIII, CF. Defesa técnica: É aquela produzida por um profissional habilitado, como por exemplo, advogados. Esse princípio tem matriz nessa frase que é constituída na Magna Carta Inglesa de 1215. Ninguém será processado ou privado de seus bens sem o devido processo legal. 16. Princípio da Presunção de Inocência/da Culpabilidade/da Não Culpa Art. 5º, LVII, CF 17. Princípio do Juiz Natural 18. Princípio da Imparcialidade do Juiz Julgar sem paixão; Não se deixa corromper; Art. 252 e 254, CPP 19. Princípio da Publicidade Art. 93, IX, CF Art. 5º, LX, CF Regra: Todos os atos são públicos; Exceção: Defesa da intimidade: menor de idade/violência sexual; Interesse social: segurança do réu. 20. Princípio da Vedação à Provas Ilícitas Art. 5º, LVI, CF Ninguém será considerado culpado até o transito em julgado ou sentença penal condenatória. Ninguém será processado e julgado senão pela autoridade competente. Esse princípio diz respeito ao tribunal, ao órgão, que não pode julgar casos anterior a sua criação Ao juiz é vedado o julgamento com paixão, com o coração. Todos os atos processuais são públicos. Segredo de justiça. Garantia da ordem pública. Dentro de um processo as provas que porém produzidas em desacordo com as normas Processuais Penais serão consideradas ilícitas. Ex.: Interceptação telefônica sem autorização social. 21. Princípio da motivação das decisões Art. 93, IX, CF 22. Princípio da Igualdade ou Isonômia Art. 5º, “caput”, CF Eficácia da Lei Penal no tempo 1. Introdução “Tempus regit actum” Lei da data do fato. Extratividade Da lei benéfica Retroatividade Ultratividade 2. Tempo do crime Art. 4º, CP Todas as decisões judiciais devem ser devidamente fundamentadas, sob pena de nulidade. Todos são iguais perante a lei, não podendo haver distinção quanto a sexo, raça, opção sexual, etnia, religião. Deve-se tratar igualmente os iguais e desigualmente os iguais, nas medidas de suas desigualdades. Será aplicado campo social. É a possibilidade de a lei se aplicar a um momento anterior a sua vigência. Art. 5º, XL, 2ª parte CF/Art. 1º, CP. Consiste na aplicação da lei benéfica em um momento posterior a sua revogação. Considera-se praticada a infração penal no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. Teoria da atividade 3. Sucessão de leis penais no tempo Art. 5º, XL, CF 3.1 “Novatio legisincriminadora” Ex.: Art. 311, A, CP Vigência e 16/12/2011 3.2 “Novatio legis in pejus” “Lex gravior” Crime permanente e crime continuado: Súmula 711, STF. 3.3 “Abolitio crimines” Art. 2º, CP Efeitos penais desaparecem Extrapenais (Arts. 91 e 92, CP) 3.4“Novatio legis in mellius” Art. 2º, P.Ú., CP Quem aplica a lei mais benéfica? Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão. O tempo do crime é relevante para se identificar qual a lei que será aplicada ao caso concreto. Uma nova lei que passa a incriminar certa conduta anterior a lei não é crime, a lei não retroagirá a casos anteriores a sua vigência. É uma nova lei que surge para prejudicar o indivíduo de alguma forma. Não retroagirá. A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou a crime permanente, se a sua vigência é anterior a cessação da continuidade ou da permanência. Ninguém será punido por lei posterior que suprime (tira do ordenamento jurídico) uma figura criminosa, cessando em razão da nova lei todos os efeitos penais daquela conduta permanecendo os efeitos extrapenais. Uma nova lei que melhore a condição do indivíduo. Sempre é o juiz que vai aplicar através de requerimento. Se o processo tiver na fase de conhecimento é o juiz que estiver analisando o processo se estiver passado do período. Admite-se a combinação de leis? Dúvida na lei mais benéfica Em caso de dúvida à respeito da lei mais benéfica, incumbe ao julgador questionar ao réu sobre qual lei ele pretende ser beneficiado. 3.5 Princípio da Continuidade Normativa Típica Do Art. 219 passou ao Art. 148, V, CP. Crime permanente Crime continuado Lei temporária e lei excepcional Sim, sustentada pelo STF/será julgado pelo juiz da exceção. 1ª corrente: É possível, pois, se o juiz pode aplicar o todo da lei penal, é justo que aplique as frações que forem convenientes ao benefício do indivíduo sustentado pelo STF. 2ª corrente: Não é possível, pois, agindo dessa forma o magistrado estaria inovando na sua função e criando uma nova lei. Ex.: Lei de Drogas (6368/79), tinha uma pena de 3.012 anos, mas, não trazia nenhum benefício; foi revogada pela lei 11.343/06 que tem pena de 5.015 anos, mas traz benefício de redução de pena de 1/6 a 2/3. Uma nova lei não tira o caráter ilícito da conduta, mas transfere o seu teor para outro dispositivo. É aquele crime que a sua consumação se estende no tempo. Ex.: Se um sequestro está e andamento, com a vítima em cativeiro, havendo a entrada em vigor de uma lei nova, aumentando consideravelmente as penas para tal delito, aplica-se de imediato a norma prejudicial ao agente, pois o delito está em plena consumação. Quando o agente pratica várias condutas, implicando na concretização de vários resultados, terminando por cometer infrações penais de mesma espécie, em circunstâncias parecidas de tempo, lugar e modo de execução, aparentando que umas são meras continuações das outras; Em face disso aplica-se a pena de um só dos delitos. Portanto, se uma lei nova tiver vigência durante a continuidade, deverá ser aplicada ao caso prejudicando ou beneficiando. Leis autorrevogáveis Leis intermitentes Leis de vigência temporária Leis de eficácia transitória Art. 3º, CP: “A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinam, aplica-se ao fato praticado durante a sua vigência.” Lei temporária: É a lei criada com prazo certo, instituída por um prazo determinado, ou seja, é a lei que criminaliza uma conduta fixando seu prazo de início e também seu prazo final. Ex.: A partir de tal dia ela se torna vigente e a partir de tal dia ela não existe mais. Ex.: Lei 12663/2012: Tudo o que for praticado (conduta criminosa) dentro do período de vigência da lei temporária ficará sujeito às disposições desta lei, ainda que, seja mais grave que a lei posterior. Lei excepcional: A lei é editada em razão de algum evento transitório e excepcional, com o estado de guerra, calamidade pública ou qualquer outra necessidade estatal. Produz efeitos enquanto existir a situação de emergência. A lei excepcional produz efeitos enquanto existir necessidade não havendo limite temporal. Ex.: no período de seca é crime esbanjar água. 1. Características Autorrevogáveis Cessado o período de vigência (nos casos das leis temporárias) ou superada a situação de emergência (lei excepcional), a lei é automaticamente revogada, não necessitando de outra lei revogadora. Ultrativas Aplicar-se-á a lei temporária ou excepcional mesmo após seu período de vigência, desde que o fato tenha sido praticado enquanto a lei ainda produzia seus efeitos. 2. Constitucionalidade Não há que se falar em inconstitucionalidade dessas leis (excepcionais ou temporárias), uma vez que o Art. 3º, CP foi recepcionado pela CF e, portanto, é apto a produzir efeitos. 3. Lei Penal no tempo: questões complementares Retroatividade de Jurisprudência Não poderá haver retroatividade, pois, o Art. 5º, XL, CF autoriza a retroatividade da Lei Penal, e Jurisprudência não é lei (não tem período de início). Lei Intermediária Quando a lei revogadora é revogada. Temporária Excepcional Lei A Lei B Lei C Eficácia da Lei Penal no Espaço 1. Princípios aplicáveis Princípio da Territorialidade Aplica-se a Lei Nacional aos crimes praticados dentro do território brasileiro. Princípio da Nacionalidade ou Personalidade Ativa Aplica-se a lei da nacionalidade do sujeito ativo. Sujeito da Nacionalidade ou Personalidade Passiva Aplica-se a lei da nacionalidade da vítima. Princípio da Defesa ou Real ou Proteção Aplica-se a lei da nacionalidade do bem jurídico, pouco importando a nacionalidade do agente, da vítima ou do local do crime. Princípio da Justiça Universal ou Cosmopolita O agente fica sujeito a lei do país onde for encontrado, não importando a sua nacionalidade, do bem jurídico ou do local do crime. Esse princípio está relacionado com os Tratados Internacionais de Cooperação e Repressão de delitos de natureza transnacional. Princípio da Representação/Bandeira/Pavilhão/Substituição Aplica-se a lei nacional aos delitos cometidos em aeronaves e embarcações privadas brasileiras, quando praticados no estrangeiro e ai não sejam julgados. 2. Territorialidade Art. 5º, CP: “Aplica-se a lei nacional, sem prejuízo dos tratados, convenções e normas de Direito Internacional, aos crimes praticados no Brasil.” - Pena de 2 a 4 anos - Lei + severa - Vigente à época do fato Pena de 1 a 2 anos +Benéfica - Pena de 4 a 6 anos - +Severa - Vigente à época de julgamento Retroatividade Ultratividade OBS.: Sujeitos do crime Ativo: quem pratica a conduta criminosa Passivo: Vítima Regra/P. da Territorialidade Relativa ou Temperada Exceção/P.da Intraterritorialidade Território Nacional Espaço Físico Espaço Jurídico/Território por extensão/Equiparação Navio do aborto: navio holandês, com bandeiras holandesa. 2.1. Embaixada é extensão do território que representa? Não. A estrutura física da embaixada não é considerada extensão do território nacional, ficando sujeito a legislação local. Embarcações ou aeronaves Aplica-se a lei brasileira Pública ou a serviço do governo brasileiro Onde quer que se encontrem Mercante ou de propriedade privada Território Nacional, espaço aéreo correspondente ou alto mar Pública estrangeira Nunca Mercante ou de propriedade privada estrangeira Território Nacional Extraterritorialidade: a lei nacional se aplicando fora do território nacional. Intraterritorialidade: a lei do exterior se aplicando em território nacional. Faixa de 12 milhas: mar territorial/ainda é território nacional dentro da faixa. Alto mar, após a faixa de 12 milhas é território neutro. Terrestre: espaço seco Marítimo: lagos, rios, mar territorial Aéreo: linha reta a partir do espaço terrestre; vai até o limite da atmosfera c/ o espaço cósmico. Art. 5º, §1º e 2º, CP 1. Embarcações ou aeronaves brasileiras públicas ou a serviço do governo, onde ela estiver. 2. Embarcações ou aeronaves brasileiras mercantes ou privadas que se encontrem em território nacional (dentro da faixa de 12 milhas ou no espaço aéreo correspondente) ou em alto mar. 3. Abordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada que se acham em pouso no território nacional ou sobrevoando o espaço correspondente ou em porto de mar territorial do Brasil. 2.2. Direito de passagem inocente Art. 3º, Lei 8.617/93 Se uma embarcação ou aeronave adentrar ao território nacional ou o espaço aéreo correspondente, apenas como caminho (passagem) e nesse período ocorrer um crime, a passagem será considerada inocente, desde que não afete a soberania, a boa ordem e a segurança do Estado brasileiro. 3. Lugar do crime 4. Extraterritorialidade a) Inaplicável às contravenções b) Art. 7º, I, CP. Extraterritorialidade Incondicionada Vida/Liberdade do Presidente da República; Bens/Interesses da União; Contra a Administração Pública por quem esteja a serviço; Genocídio: Por brasileiro ou residente do Brasil; Punido no Brasil mesmo que punido no estrangeiro; “Bis in idem”? c) Extraterritorialidade Condicionada (Art. 7º, II, CP) Tratado ou convenção que o Brasil se obrigou a reprimir; Praticados por brasileiro; Praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes/privadas, quando em território estrangeiro e lá não sejam julgados. Art. 6º, CP Teoria do Resultado Teoria da Atividade Teoria da Ubiquidade ou Mista ou Híbrida Lei se aplicando fora do Brasil 2º Dec – Lei 3688/41 Possui incidência imediata. Em regra o indivíduo não pode ser julgado duas vezes, porém, neste princípio ele pode. A extraterritorialidade incondicionada configura a única exceção a vedação da dupla punição pelo mesmo fato. Depende das condições. Tráfico de drogas; Pedofília; Racismo... Condições Cumulativas i) entrar o agente no território nacional; ii) dupla tipicidade: deve ser crime lá e cá; iii) Brasil autorizar extradição: crimes com pena máxima maior que 1 ano; iv) não ter sido o agente absolvido, perdoado ou cumprido pena no estrangeiro. d) Extraterritorialidade Hipercondicionada (Art. 7º, § 3º, CP) i) não ter sido solicitado ou negada a extradição; ii) requisição M.J Pena cumprida no estrangeiro Instrumento de cooperação internacional, onde um Estado ou um País se obriga a entregar a outro um agente para ser processado ou para que cumpra pena. Deve preencher todos os requisitos da condicionada e mais os 2 dela mesma. Todos devem estar preenchidos no caso concreto. Autorização para o início do processamento. Crime praticado por estrangeiro contra brasileiro e não seja julgado no exterior. Art. 8º, CP. Só se aplicará na extraterritorialidade incondicionada. Critério Quantitativo: relação com a quantidade de pena. Critério Qualitativo: relação com a qualidade da pena. Por força do princípio do “NE BIS IN IDEM” ninguém pode ser condenado 2 vezes pelo mesmo crime. Porém essa regra não é absoluta. A exceção está precisamente na hipótese de extraterritorialidade incondicionada. Nesse caso, pode o país onde se deu o crime condenar o agente e o Brasil também. Por força do Art. 8º, CP, a pena cumprida no estrangeiro deve ser compensada na pena fixada no Brasil. (Luis Flávio Gomes) Eficácia da Sentença Estrangeira Contagem de prazo Frações não computáveis da pena Concurso/Conflito aparente de normas Obs. 1: Não se confunde com concurso de crimes PRAZO PENAL PRAZO PROCESSUAL Incluí o dia do início; Não incluí o dia do início; É improrrogável (Se for no domingo o dia de soltar o indivíduo ele deverá ser solto). É prorrogável (Se for domingo o dia de soltar o indivíduo poderá ser prorrogado para a segunda). Art. 9º, CP. : Reparação do dano/Cumprimento de medida de segurança; Homologação STJ Art. 105, I, “i”, CF; Súmula 420 STF. Para a sentença ser homologada faz-se necessária a comprovação do trânsito em julgado da sentença penal condenatória. Sentença penal condenatória em transito em julgado: sentença que não cabe mais recurso. Art. 10, CP. : Conta-se o dia do início de quando o indivíduo praticou o crime e foi preso ou intimado. Calendário comum/gregoriano Prazo improrrogável (PENAL): O prazo para soltar o indivíduo não pode ser prorrogado. Prazo Processual: Não conta o dia do início. Art. 11, CP; Frações de dia: HORAS; Frações de moeda (vigente): CENTAVOS. Unidade de fato: 1 único fato; Pluralidade de leis: mais de uma lei para o fato. Pressupõe a existência de mais de um crime. Obs. 2: Não se confunde com sucessão de leis penais no tempo. Critério para resolver conflito aparente de normas a) Especialidade: “lex especiatis derogat lex generalis” b) Subsidiariedade: “Soldado de reserva” c) Consunção/Absorção Se temos 2 dispositivos em vigência, só se está em dúvida em qual lei vigente será aplicada. “Critérios especializantes” Art. 12, CP. Interpretação inversa Caso exista lei especial sobre determinado tema ela deve ser utilizada, mas se for omissa utiliza-se a lei geral em caráter residual. Lei especial revoga a lei geral. A lei especial sempre vai prevalecer sob a lei geral. Ex.: Art. 132, CP (Parte geral) Uma lei tem caráter subsidiário quando o fato por ela incriminado é também incriminado por outra, tendo um âmbito de aplicação comum mas de abrangência diversa, ou seja, responderá pela infração subsidiária quando o fato não for punível como crime mais grave. Um crime é meio para a realização de outro; Ex.: Lesão corporal para causar homicídio; Ex.: Falsificação de documento para estelionato. RESPONDERÁ PELO CRIME PRINCIPAL.
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