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DIREITO CONSTITUCIONAL AULA EXTRA 02

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DIREITO CONSTITUCIONAL - AULA EXTRA 02 (21/07/12)
DIREITOS DE NACIONALIDADE
- É uma das espécies dos direitos fundamentais.
01) Espécies
- Existem dois tipos de espécies:
1) Nacionalidade Primária/Originária: o indivíduo adquire com o seu nascimento. Estamos falando, no caso do Brasil, dos brasileiros natos.
- Há dois critérios que a CF escolheu para atribuir este tipo de nacionalidade: O 1º é o critério territorial (jus soli), que é a regra. O 2º é o critério sanguíneo (jus sanguinis).
- O critério territorial leva em consideração o território em que a pessoa nasceu, independente de quem sejam os pais do indivíduo.
- O critério sanguíneo leva em consideração a ascendência, a filiação do indivíduo. Este critério necessita sempre de algum outro requisito, além da ascendência.
- Estes requisitos são: critério funcional (pai e mãe no exterior a serviço do Estado brasileiro); critério residencial e a opção pela nacionalidade brasileira, conjuntamente; critério do registro na repartição competente.
- O critério territorial está descrito no art. 12, I, “a”, CF. Será brasileiro nato o nascido no Brasil, ainda que os pais sejam estrangeiros.
- A exceção para que não seja reconhecida a nacionalidade brasileira originária é necessário que ambos estejam a serviço de seu próprio país ou que um deles esteja apenas acompanhando o cônjuge.
- O critério sanguíneo + critério funcional está descrito no art. 12, I, “b”, CF. É a hipótese inversa do critério territorial. O artigo afirma que os nascidos no estrangeiro, de pai ou mãe brasileira, que estiverem a serviço do Estado brasileiro, será considerado nato. Então, neste caso, o que importa é que um dos pais seja brasileiro, e que este esteja a serviço do Brasil.
- O critério sanguíneo + critério residencial e opção confirmativa e o critério sanguíneo + registro na repartição competente estão descritos no art. 12, I, “c”, CF. De acordo com o artigo, será nato o nascido no estrangeiro, de pai ou mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente (não necessita estar a serviço no Brasil) ou que venham residir no Brasil, e optar, depois de sua maioridade, pela nacionalidade brasileira.
- Parte da doutrina entende que a adoção não pode ser utilizada como critério de atribuição da nacionalidade originária. Todavia, há quem entenda, a partir do disposto no art. 227, § 6º, CF, que no caso de adoção deve ser reconhecida a nacionalidade brasileira originária.
2) Nacionalidade Secundária/Adquirida:
- Neste caso, o indivíduo será um brasileiro naturalizado.
- Trata-se de uma opção que a pessoa faz, por um ato de vontade seu.
- Existem dois tipos de naturalização: tácita (grande naturalização) ou expressa.
- Naturalização tácita é adquirida pelo simples fato da pessoa estar morando naquele país, sendo que só não haverá naturalização se o indivíduo afirmar expressamente que não quer se naturalizar. Este tipo de naturalização é utilizado em países que estão em formação.
- Não há naturalização tácita na CF/88. Nossa constituição adota somente a naturalização expressa, que é dividida em ordinária e extraordinária.
- A naturalização expressa ordinária pode ser adquirida na forma da lei, ou no caso de pessoas originárias de países de língua portuguesa, pelo menos 1 ano de residência ininterrupta no Brasil e idoneidade moral (art. 12, II, “a”, CF).
- No caso da naturalização expressa ordinária, por se tratar de um ato de soberania estatal, não há direito público subjetivo à aquisição da nacionalidade. Trata-se, portanto, de um ato discricionário do governo brasileiro.
- Na naturalização expressa extraordinária a CF estabelece o requisito de 15 anos de residência, sem condenação penal e a opção pela nacionalidade brasileira (art. 12, II, “b”, CF).
OBS: Segundo o entendimento do STF em razão da expressão utilizada no dispositivo “desde que requeiram”, há um direito subjetivo à aquisição da nacionalidade quando os requisitos são cumpridos. Por isso, não se trata de um ato discricionário do Estado.
02) “Quase-nacionalidade”
- Trata-se de uma hipótese prevista no art. 12, § 1º, CF.
- Esta hipótese só é permitida para portugueses (e não todos os originários de países de língua portuguesa). Para que ele possa ter os direitos do brasileiro se houver reciprocidade por parte de Portugal.
- Os direitos que os portugueses terão serão os do brasileiro naturalizado, em razão da expressão “salvo os casos previstos nesta constituição”, pois estes casos são os que diferenciam os brasileiros natos e naturalizados.
03) Diferenças de tratamento
- A lei não pode estabelecer a diferença de tratamento. Somente a própria CF pode estabelecer (art. 12, § 2º, CF).
- São quatro diferenças de tratamento:
1) Para determinados cargos, prevista no art. 12, § 3º;
2) Com relação a 6 assentos no conselho da república (órgão consultivo do presidente), prevista no art. 89, VII, CF;
3) Propriedade de empresas jornalísticas, prevista no art. 222, CF;
4) Extradição, prevista no art. 5º, LI.
1) A CF adotou alguns critérios para destinar alguns cargos somente para brasileiro nato. O primeiro critério diz respeito aos cargos na linha sucessória da presidência da república, e o segundo critério diz respeito à segurança nacional.
- Na linha sucessória, temos o presidente e vice-presidente, o presidente da câmara dos deputados, o presidente do senado e o presidente do STF.
- Como há rodízio na presidência do STF, qualquer ministro deverá ser brasileiro nato.
- Quanto à segurança nacional, temos os cargos de carreira diplomática, oficial das Forças Armadas e Ministro de Estado da Defesa.
- Pergunta: Presidente do CNJ tem que ser brasileiro nato? R: Tem que ser brasileiro nato, pois o presidente do CNJ é o presidente do STF (art. 103, “b”, § 1º, CF).
2) No art. 89, VII, CF, afirma que devem ser 06 brasileiros natos, por questões de segurança pública.
3) No art. 222, afirma-se que a propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão é privativa de brasileiros natos e naturalizados a mais de 10 anos.
4) O art. 5º, LI, CF trata da extradição.
- A extradição do brasileiro nato não é admitida em hipótese alguma.
- O naturalizado poderá ser extraditado se praticar um crime em outro país antes de se naturalizar ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins.
- Nesta segunda hipótese, o crime poderá ser anterior ou posterior à naturalização.
04) Hipóteses de Perda da Nacionalidade
- O brasileiro poderá perder a sua nacionalidade em razão da ação de cancelamento da naturalização. Esta hipótese só se aplica aos brasileiros naturalizados.
- Há uma segunda hipótese, que é chamada de naturalização voluntária, que se aplica tanto aos brasileiros natos como naturalizados.
- Estas duas hipóteses estão previstas no art. 12, § 4º, CF.
- No caso de naturalização voluntária, o brasileiro poderá adquirir a dupla nacionalidade através do descrito nas alíneas “a” e “b”, do inciso II, do § 4º, art. 12, CF. A alínea “a” é cabível apenas ao nato e a alínea “b” é para nato e naturalizado.
- Em que pese o entendimento adotado por José Afonso da Silva a maioria da doutrina entende que quando um brasileiro nato perde a sua nacionalidade ele só pode readquiri-la através da naturalização.
DIREITOS POLÍTICOS
- São divididos em Direitos Políticos Positivos e Negativos.
Direitos Políticos:
Positivo:
Direito de Sufrágio:
Universal
Restrito:
Capacitário
Censitário
Sexo/Gênero
Alistabilidade
Elegibilidade
Negativo
Inelegibilidade:
Absoluta:
Inalistáveis
Analfabetos
Relativa:
Cargos:
Eletivos:
Mesmo cargo
Outros cargos
Não-eletivos
Parentesco:
Cônjuge
Parentes consangüíneos ou afins até o 2º grau e por adoção.
Lei Complementar
Perda/Suspensão dos Direitos Políticos
Direitos Políticos Positivos: 
- São aqueles que conferem ao indivíduo a participação na vida política do Estado.
- Existem 03 espécies de D.P. Positivo previsto na CF: Direito de Sufrágio; Alistabilidade; Elegibilidade.
- Existem duasespécies de Sufrágio: Universal e Restrito.
. O Restrito é dividido em Capacitário (leva em consideração alguma capacidade do indivíduo – Ex: somente pessoas com curso superior podem participar de uma eleição), Censitário (leva em consideração alguma condição econômica), e em razão do Sexo/Gênero.
- A CF/88 adota o Sufrágio Universal. Embora existam algumas condições previstas, isso não faz com que o sufrágio seja restrito, não retirando a sua universalidade.
- A Alistabilidade é uma capacidade eleitoral ativa, que é o direito de votar.
- Características do voto no Brasil:
1) Voto direto, que é uma cláusula pétrea. Neste tipo de voto, elege-se diretamente o candidato.
- Há uma exceção prevista no art. 81, § 1º, CF em que o presidente e o vice são eleitos indiretamente, que diz respeito à vacância nos últimos dois anos do período presidencial. A vacância terá de ser dos dois cargos (presidente e vice). Neste caso, quem elege é o Congresso Nacional.
2) Voto igual para todos.
3) Voto periódico. Também é uma cláusula pétrea, por ser uma conseqüência da periodicidade das eleições.
4) Voto livre. O escrutínio é secreto justamente para garantir a liberdade do voto.
5) Voto personalíssimo. Não é possível votar por procuração.
- O alistamento e o voto são obrigatórios para os eleitores entre 18 e 70 anos. São facultativos para os que têm entre 16 e 18 anos, para os analfabetos e para os maiores de 70 anos (art. 14, § 1º, CF).
- A CF/88 traz como inalistáveis os: estrangeiros (salvo no caso dos portugueses, se houver reciprocidade), os conscritos durante o período de serviço militar obrigatório (art. 14, § 2º, CF).
OBS: O conceito de conscrito se estende aos médicos, dentistas, farmacêuticos e veterinários que estejam prestando serviço militar obrigatório (L. 5.292/67, art. 4º). São os profissionais que não prestaram o serviço militar obrigatório com 18 anos, pois passaram nos respectivos cursos, e prestarão o serviço depois de formados.
- A Elegibilidade é a capacidade eleitoral passiva, ou seja, o direito de ser votado.
- No Brasil, a “plena cidadania” é adquirida com 35 anos, pois é com esta idade mínima que a pessoa poderá concorrer aos cargos de presidente da república, vice-presidente e senador da república.
- Para governador e vice, a idade é de 30 anos. Para deputado, prefeito e juiz de paz, a idade é de 21 anos. Para vereador, a idade é de 18 anos.
- A idade mínima é exigida no momento da posse (L. 9.504/97, art. 11, § 2º). Trata-se de uma exceção, pois todas as demais condições de elegibilidade e hipóteses de inelegibilidade são exigidas no momento do registro da candidatura.
- As condições de elegibilidade estão descritas no art. 14, § 3º, CF. São eles: a nacionalidade brasileira, o pleno exercício dos direitos políticos, o alistamento eleitoral, o domicílio eleitoral na circunscrição, a filiação partidária e a idade mínima.
Direitos Políticos Negativos:
- São aqueles que impedem ou restringem a participação do indivíduo na vida política do Estado.
- São divididos nas seguintes espécies: Inelegibilidades e Perda/Suspensão dos Direitos Políticos
- As Inelegibilidades são divididas em Absolutas e Relativas.
- A Inelegibilidade Absoluta só pode ser estabelecida pela CF. Não admite desincompatibilização, ou seja, a pessoa não tem como deixar o cargo para se livrar da inelegibilidade.
- São absolutamente inelegíveis os Inalistáveis e os Analfabetos. Esta inelegibilidade, que é a única que existe, está consagrada no art. 14, § 4º, CF.
- A Inelegibilidade Relativa pode se dar em razão de alguns cargos, que poderão ser eletivos ou não-eletivos.
- A única inelegibilidade relativa de cargos eletivos são dos cargos do Poder Executivo. As restrições, neste caso, são no caso do indivíduo querer concorrer ao mesmo cargo ou a outro cargo. Para o mesmo cargo, a restrição é em relação à reeleição (art. 14, § 5º, CF).
OBS: A diferença entre sucessão e substituição, prevista no art. 14, § 5º, CF, é que a primeira é definitiva e a segunda é temporária.
OBS: O STF, no RE 366.488/SP entendeu que a simples substituição não deve ser computada para fins de reeleição.
- No caso do chefe do executivo quiser se candidatar a outro cargo, também existe uma restrição, prevista no art. 14, § 6º, CF. A restrição é a renúncia dos mandatos até 06 meses antes do pleito.
- Para o cargo não-eletivo, a restrição é para os militares (art. 14, § 8º, CF), para os juízes (art. 95, p. único, III, CF) e para os representantes do MP (art. 128, § 5º, II, “e”, CF).
- Existem ainda algumas inelegibilidades relativas em razão do parentesco, que é chamada de inelegibilidade reflexa.
- Este tipo de inelegibilidade está sempre ligada ao chefe do Poder Executivo. São os casos de cônjuge e de Parentes consangüíneos ou afins até o 2º grau ou por adoção. A inelegibilidade só atinge se eles não forem titulares de mandato eletivo. Ex: Nenhum parente consangüíneo do Presidente da República até o 2º grau poderá se candidatar a qualquer cargo. No caso do Governador, vale a mesma vedação, mas apenas dentro do Estado.
- A inelegibilidade em razão do parentesco está descrita no art. 14, § 7º, CF.
OBS: Cônjuge abrange os companheiros, união estável, união homoafetiva estável e casamento apenas religioso. A interpretação é ampla.
- Havendo a possibilidade de reeleição para o titular, se este se afastar até 06 meses antes das eleições, o cônjuge ou os parentes poderão concorrer a outros cargos ou até mesmo à reeleição permitida para o titular.
- Quanto às inelegibilidades relativas, a Lei Complementar poderá estabelecer outras hipóteses. Esta Lei Complementar é a n. 64/90, que foi alterada em 2010 pela Lei da Ficha Limpa.
- No RE 633.703, o STF entendeu que a aplicação da Lei da Ficha Limpa nas eleições de 2010 é inconstitucional. Com relação ao mérito da Lei da Ficha Limpa, discutiu-se se violava o princípio da presunção de inocência e se violava o princípio da irretroatividade. O STF entendeu que não haveria violação de nenhum destes dos princípios.
- As hipóteses de Perda/Suspensão dos Direitos Políticos estão previstas no art. 15, CF.
- A CF veda a cassação dos direitos políticos, que é a retirada arbitrária destes direitos.
- A perda é definitiva, e, segundo a doutrina, as hipóteses são: cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado (inciso I); recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII (inciso IV).
- A suspensão é temporária, e, segundo a doutrina, as hipóteses são: incapacidade civil absoluta (inciso II); condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos (inciso III); improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º (inciso V).

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