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DIREITO TRIBUTÁRIO AULA 03

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DIREITO TRIBUTÁRIO - AULA 03 (25/06/12)
Continuação Princípios
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE TRIBUTÁRIA
- Previsão Legal: art. 150, I, CF.
- U, E, M e DF só podem criar ou aumentar tributo por meio de lei.
- Vetor Axiológico: Segurança jurídica. Isto porque a lei é um produto normativo da vontade do povo.
- Pontes de Miranda afirma que o princípio da legalidade é “o povo tributando a si mesmo”.
- Pergunta: Para extinguir e reduzir tributo, também é necessário lei? R: Sim, pois a segurança jurídica deve nortear o fenômeno de extinguir e reduzir tributo, sob pena de ter um contexto de arbitrariedade.
- A regra é que o tributo seja aumentado, criado, extinto ou reduzido através de lei ordinária.
- Imposto sob grandes fortunas, empréstimos compulsórios, impostos residuais e contribuições social previdenciárias residuais dependem de Lei Complementar.
- Onde a Lei Complementar estiver a MP não poderá estar, de acordo com o art. 62, § 1º, III, CF.
- O princípio da legalidade pode ser atenuado ou mitigado (exceção). Isso é possível através da atuação do Poder Executivo.
- É o caso do tributo que nasceu mediante lei, e o Poder Executivo altera a alíquota (não base de cálculo) deste tributo.
- O art. 153, § 1º, CF traz 04 impostos federais cujas alíquotas podem ser alteradas por ato do Executivo: Imposto sobre Importação, Exportação, IPI e IOF.
- Mas a EC 33/2001 trouxe mais dois impostos: CIDE sob combustível e ICMS combustível.
- Então, estes 06 impostos são as hipóteses de mitigação do princípio da legalidade.
- Estes 06 impostos são extrafiscais. Conceito Extrafiscalidade: Instrumento tributário por meio do qual se faz uma regulação de mercado ou da economia do País, buscando corrigir externalidades.
- O art. 97, CTN pode ser chamado de estrita legalidade (ou reserva legal ou tipicidade fechada). Os elementos da lei tributária são alíquota, base de cálculo, sujeito passivo, multa e fato gerador. De acordo com o artigo, somente através de lei estes elementos do tributo podem ser criados.
- Mas a alíquota pode estar a cargo do Poder Executivo. Ocorre que não é possível fazer a previsão, e sim a alteração pelo Poder Executivo.
- De acordo com o art. 97, §§ 1º e 2º, CTN, há majoração de tributo a modificação da base de cálculo, que o torne mais oneroso. Isso somente é possível através de lei. Ocorre que a atualização do valor monetário da base de cálculo não é considerada como majoração de tributo.
- Base de Cálculo: a atualização pode ser feita por ato do Executivo, mediante a utilização de índices oficiais de correção monetária do período. Se o índice for superior, isso representará aumento de tributo, dependente de lei.
- Ex: O prefeito pode atualizar os valores venais dos imóveis (por decreto), desde que utilize os índices oficiais do período.
- A Súmula 160, STJ afirma que é defeso ao município atualizar o IPTU, mediante decreto, em percentual superior ao índice de correção monetária do período.
- Dica final: Houve uma alteração de data de pagamento do tributo (antecipação) mediante a utilização de um ato do poder executivo. Há vício de legalidade? R: Para o STF, a data de pagamento de tributo pode ser alterada por ato infralegal, uma vez que o art. 97, CTN avoca uma interpretação literal. Assim, como o dado não consta da lista de elementos estruturantes da lei tributária, nada impede tal episódio. Por outro lado, a doutrina vê com maus olhos este entendimento, uma vez que a relação entre Estado e contribuinte reclama estabilidade e o tempo do cumprimento da obrigação tributária é matéria que se liga à substância do vínculo, como o fazem, por exemplo, uma alíquota e uma base de cálculo (RE 140.669/STF – Votos vencidos Marco Aurélio e Sepúlveda Pertence).
- Dica: Pode uma Medida Provisória criar tributo? R: O art. 62, § 2º, CF, afirma que MP pode criar e aumentar impostos no Brasil apensar de falar imposto, diz respeito a qualquer tributo. Ex: MP aumenta o IR e o ITR.
OBS: Existe um único caso de imposto que a MP poderia criar. Este imposto é o Imposto Extraordinário, pois depende de lei ordinária e é um imposto federal (art. 154, II, CF). Imposto sobre grandes fortunas tem que ser criados através de lei complementar e por isso não pode ser criado por MP.
- Qual a visão do STF sobre o assunto? R: Antes mesmo da EC 32/2001, o STF já admitia a validade de uma MP na órbita dos tributos. Muitas foram (e continuam sendo) as MP’s criadoras de Contribuições no Brasil. Portanto, o STF permite que a MP seja utilizada para tributos em geral, e não apenas para os impostos.
OBS: Relembre que a MP não poderá estar onde a Lei Complementar estiver.
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE TRIBUTÁRIA
- Previsão Legal: art. 150, III, alínea “b” e “c”, CF.
- O princípio da anterioridade indica que a lei majoradora ou criadora do tributo levará o sujeito passivo ao pagamento dele após o transcurso de duas esferas no tempo: uma de índole anual (a lei se torna eficaz no próximo 1º de janeiro) e outra de índole nonagesimal (a lei se torna eficaz após 90 dias).
- A lei que reduz tributo é aplicada imediatamente.
- Vetor Axiológico: Segurança Jurídica. Este postulado quer proibir a tributação de surpresa.
- Este princípio prorroga a eficácia da norma. Portanto, a eficácia é diferida.
- Ocorre a aplicação cumulativa das duas alíneas (“b” e “c”). A alínea “c” veio com a EC 42/2003. Então, a partir de 2004 as duas anterioridades foram aplicadas cumulativamente.
Situações Práticas:
1) Lei aumenta o tributo em 15/12/11. Quando esta lei se torna eficaz? Anterioridade anual: 1º/01/12. Anterioridade nonagesimal: 15/03/12. Compare as duas datas e veja qual é a maior. R: 15/03/12.
2) Lei cria tributo em 05/10/11. Anterioridade anual: 1º/01/12. Anterioridade nonagesimal: 05/01/12. Compare as duas datas e veja qual é a maior. R: 05/01/12.
3) Lei cria tributo em 10/08/11. Anterioridade anual: 1º/01/12. Anterioridade nonagesimal: 10/08/12. Compare as duas datas e veja qual é a maior. R: 1º/01/12.
- Existe uma data do ano antes da qual sempre utilizará a anterioridade anual, e uma depois da qual sempre se usa a nonagesimal. A data de fronteira é: 02 de outubro. Se o tributo for criado ou majorado entre janeiro e 02 de outubro, a incidência da lei ocorrerá em 1º de janeiro do ano seguinte. Se isso se der entre outubro e dezembro, a incidência ocorrerá em data posterior a 1º de janeiro.
- Este princípio comporta exceções? R: Sim, de acordo com o art. 150, § 1º, CF. Ver quadro sinótico:
	Exceções à anterioridade anual
	Exceções à anterioridade nonagesimal
	Art. 150, § 1º, parte inicial, CF
	Art. 150, § 1º, parte final, CF
	II, IE, IPI e IOF
	II, IE, IR e IOF
	Imp. Extraordinário	
	Imp. Extraordinário
	Empréstimo Compulsório: 
Calamidade Pública
Guerra Externa
	Empréstimo Compulsório: 
Calamidade Pública
Guerra Externa
	EC 33/2001: 
CIDE combustível
ICMS combustível
	EC 42/2003: Alterações na base de cálculo do:
IPTU
IPVA
- Tributos que fogem às duas anterioridades: II, IE, IOF, Imp. Extraordinário e Empréstimo Compulsório (Calamidade Pública e Guerra Externa).
OBS: IPI, se majorado, 90 dias depois. A mesma conclusão do IPI também serve para a CIDE combustível e ICMS combustível.
OBS2: No campo do IR, havendo o seu aumento, em qualquer data do ano (incluindo as últimas), a lei incidirá em 1º de janeiro do ano seguinte, sempre. A mesma conclusão vale para alterações na base de cálculo do IPTU e IPVA.
Exercício:
Decreto municipal, publicado em 30/12/11, atualizou a BC do IPTU com índices oficiais de correção monetária, passando a incidir em 1º de janeiro de 2012. Há algum vício? R: Não. Alteração da BC é exceção da anterioridade nonagesimal e é regra da anterioridade anual.
Dicas Extras:
1) O que não for exceção, será regra (com base no quadro). Ou seja, tudo que não estiver no quadro, até dia 02 de outubro, será anual. Se posterior a esta data, será nonagesimal.
2) Redução e extinção de tributo será de pronta incidência.
3) Anterioridade ≠ Anualidade. Na CF/88, existea regra da anterioridade, e não “anualidade” como um postulado tributário. A anualidade tem hoje implicações na seara do direito financeiro, uma vez que condiciona a eficácia da norma ao contexto de previsibilidade da lei orçamentária. Nas construções pretéritas, a anualidade esteve ligada a tributos, indicando que a lei tributária só viria a incidir se a matéria tivesse sido previamente estipulada na anual lei orçamentária. Na CF atual, para fins tributários, isso não existe, mas apenas as duas esferas que estudamos.
4) Qual é a regra da anterioridade para as contribuições da seguridade social? R: Neste caso há uma regra especial, prevista no art. 195, § 6º, CF. A anterioridade é de 90 dias. Ex: aumento de COFINS só será pago depois de 90 dias. Estes 90 dias são chamados de noventena ou anterioridade nonagesimal.
OBS: Para o STF, o ato de modificar não equivale à alteração da data de pagamento da contribuição, o que nos parece duvidoso. Entretanto esta idéia prevaleceu, e o STF editou a Súmula 669.
5) Caso tenhamos um imposto majorado por MP, quando a norma incidirá? R: art. 62, § 2º, parte final, CF. Haverá incidência em 1º de janeiro se houver o cumprimento de duas condições: 1º) que a MP se converta em lei até 31 de dezembro; 2º) que haja o respeito ao período de 90 dias a contar da MP (data da MP).
- Ex: 10/09 – MP 90 dias (10/12 – convertido em lei). A incidência dessa lei se deu em 1º de janeiro.
- Ex2: 15/11 – MP em dezembro virou lei. Neste caso, deve guardar os 90 dias.

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