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DIREITO TRIBUTÁRIO AULA 05

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DIREITO TRIBUTÁRIO - AULA 05 (02/07/12)
CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA
01) Fato Gerador
- O fato gerador é a valorização imobiliária decorrente de uma obra pública.
- Pegadinhas de Concurso: O fato gerador não é a valorização imobiliária; O fato gerador não é obra pública.
- Há um nexo entre a valorização imobiliária e a obra pública.
- Havendo desvalorização, não ocorrerá o fato gerador. Neste caso, cogita-se uma ação de indenização.
- A obra que enseja o tributo é a pública.
- Lista de Obras (curiosidade): art. 2º do Dec.-lei 195/67.
- Havendo a obra pública, que promova valorização, o contribuinte poderá ser alvo de dois tributos: a contribuição de melhoria (fato gerador instantâneo – paga-se uma única vez) e o IPTU, com o incremento na base de cálculo, sem se cogitar na impossibilidade da incidência de ambos.
- Motivo: art. 4º, CTN. A natureza jurídica do tributo é definida pelo fato gerador.
02) Base de Cálculo
- É o quantum de valorização experimentada pelo imóvel.
- Pegadinhas de concurso: A base de cálculo não tem a ver com o custo da obra; A base de cálculo não tem a ver com o valor da obra; Nota-se, portanto, que não se pode cobrar o mesmo valor de todos os beneficiários.
- No Brasil prevalece o sistema de duplo limite (ou misto): 
Limite Individual: parte-se da valorização individualmente detectada; 
Limite Global (ou Total): respeita-se o teto de valor gasto com a obra.
- Importante: veja que o tributo vem evitar o locupletamento injustificado do particular e, ao mesmo tempo, obsta que o Estado se locuplete se pudesse arrecadar mais do que gastou.
03) Quando se Paga o Tributo
- Pelo fato de a contribuição de melhoria se mostrar como regra à anterioridade (anual e nonagesimal), o tributo terá que respeitar tais esferas.
- É importante notar que o pagamento deverá pressupor uma obra finda e, naturalmente, provocadora de valorização.
- Ver art. 9º, Dec.-lei 195/67, que retrata hipótese de obra composta por etapas, ao término das quais o tributo seria exigido.
04) Um pouco de Jurisprudência
04.1) Obra de asfaltamento
- Já houve a instituição de várias taxas de asfaltamento no Brasil, todas consideradas inconstitucionais, diante da ausência do “serviço público específico e divisível”. Nesse rumo, o STF sacramentou a ideia de que o tributo adequado é a contribuição de melhoria.
- O STF também entendeu que a obra de recapeamento asfaltico não ensejará o tributo, uma vez que gera apenas um “benefício”, sem contar o fato de que é um dever de manutenção da via pública custeável por meio de impostos.
05) Importante (Procedimento)
- O art. 82, I, CTN prevê a necessidade de publicação prévia de um edital, no qual serão revelados dados sobre a obra: orçamento do custo, zona de benefício, etc.
- Perceba que isso torna o tributo “democrático, transparente e participativo” (Hugo de Brito Machado). A participação está prevista no art. 82, II e III, CTN, mediante a possibilidade de contraditório em processo administrativo.
06) Artigos sobre Contribuição de Melhoria
- Art. 145, III, CF.
- Arts. 81 e 82, CTN.
TAXA
01) Artigos sobre Taxa
- Art. 145, II, CF.
- Art. 77, 78 e 79, CTN.
- Súmula Vinculante.
02) Fato Gerador
- A taxa poderá se manifestar por meio de duas ações estatais, ou seja, dois diferentes fatos geradores:
Serviço Público: trata-se da taxa de serviço (ou de utilização). Art. 79, CTN.
Poder de Polícia: trata-se da taxa de polícia (ou de fiscalização). Art. 78, CTN.
03) Taxa de Polícia
- É de pouca solicitação em provas de concurso.
- O art. 78, CTN é o único dispositivo no âmbito da codificação que trouxe conceito do poder de polícia. Este é um caso em que o direito administrativo e tributário se encontram.
- Conceito: O poder de polícia é a ação estatal de fiscalização e limita o exercício de direitos e liberdades individuais em prol da coletividade.
- “Pista Terminológica”: taxa de fiscalização de ...
03.1) Jurisprudência Importante (TFA – taxa de fiscalização ambiental)
- O STF decidiu um importante caso ligado à mencionada taxa, entendendo que não há a necessidade de uma concreta fiscalização, bastando a existência de um aparato administrativo hábil a empreendê-la (RE 416.601, STF).
- A FGV já pediu esta questão.
04) Taxa de Serviço
- A taxa de serviço será exigida quando este for específico e divisível. Além disso, a utilização do serviço poderá ser efetiva ou potencial.
- Vamos aos conceitos:
1) Específico (singular ou ut singuli): é o serviço público prestado em unidades autônomas de utilização, sendo possível detectar o sujeito passivo. Art. 79, II, CTN.
2) Divisível: é o serviço público quantificável. Art. 79, III, CTN.
3) Utilização Efetiva (concreta): Art. 79, I, CTN.
4) Utilização Potencial: o serviço, sendo de utilização obrigatória, poderá ser colocado à disposição do beneficiário e, mesmo não sendo fruído, provocará a existência da taxa. Art. 79, I, CTN.
- Importante: O serviço público contrário aos parâmetros acima não ensejará taxa no Brasil. Ele é chamado de geral (universal ou ut universi), ou seja, aquele prestado indistintamente à coletividade.
- Ex. serviço público geral (que não é custeado através de taxa, mas sim através de Imposto): segurança pública, iluminação pública e limpeza pública (de logradouro) e outros exemplos.
- Quanto à iluminação pública, a matéria foi sumulada pelo STF. Súmula n° 670. Com o insucesso das taxas, a EC 39/02 retomou a sua existência por meio da chamada Contribuição para o Serviço de Iluminação Pública (COSIPE), conforme se nota no art. 149-A, CF.
- Limpeza pública são varrição, capinação e limpeza de bueiro.
- Não confunda a limpeza pública com a coleta de lixo, uma vez que esta poderá vir dotada de especificidade e divisibilidade. A taxa de limpeza, por outro lado, nunca poderá ocorrer (Súmula vinculante 19).
05) Dicas finais
1) Base de cálculo:
- Base de cálculo da Taxa: É o custo da ação estatal (pois o tributo é bilateral).
- Base de cálculo do Imposto: É o valor do bem.
- O art. 145, § 2º, CF e o art. 77, p. único do CTN afirmam que base de cálculo de taxa é diferente de base de cálculo de imposto. Ex: taxa com base de cálculo de IPTU.
- Ver Súmula Vinculante n° 29, STF: Trata da base de cálculo de Imposto e como pode ser usado na taxa.
2) Taxa x Tarifa:
	TAXA
	TARIFA (PREÇO PÚBLICO)
	Tributo
	Não é tributo
	Compulsória
	Facultativa/Voluntária
	Princípios tributários
	Não obedece aos princípios tributários
	Depende de lei
	Base em contrato
	Obrigação ex lege
	Obrigação ex voluntate
	Receita derivada
	Receita originária
	Ex: TFA
	Ex: tarifa de ônibus (transporte público); pedágio.
 
06) Pedágio
- O pedágio tem natureza jurídica controvertida, razão pela qual é complexo solicitá-lo em provas de concursos. Entretanto, o STF já teve oportunidade de julgar o famoso “Selo-pedágio”, criado em 1988, tendo sido associado à espécie taxa de serviço (RE 181.475, STF). Curiosamente, há uma inserção do termo pedágio no texto constitucional quando se trata do tributário princípio da liberdade ao tráfego de pessoas e bens (art. 150, V, CF). Isso, de certa forma, reforça a natureza tributária do gravame.
- Por outro lado, o pedágio brasileiro vem assumindo uma feição que o aproxima da tarifação (desrespeito aos princípios tributários; existência de vias alternativas; valores abusivos; etc). Portanto, entendemos por bem considerar o pedágio como tributo (STF) salientando que no formato doméstico ele mais se aproxima de uma tarifa.
IMPOSTO
- Previsão legal: art. 145, I, CF; art. 16, CTN.
- Conceito: Tributo não vinculado à ação estatal.
- É um tributo unilateral. O contribuinte age e paga.
- A receita do imposto é para o custeio difuso dos serviços públicos gerais.
- Princípio da não afetação dos impostos: art. 167, IV, CF. A receita de imposto não pode estar atrelada a órgão, fundo ou despesa. Ex: ICMS, 17 para 18%, sendo 1% dedicado à construção de moradias populares é inconstitucional.
- A lei ordinária é a que criaimposto no Brasil.
- Existem apenas 02 impostos brasileiros que dependem de lei complementar: Impostos sobre Grandes Fortunas e Impostos Residuais.
- Dispositivos com menção a impostos: art. 150, VI, “a”, “b”, “c”, “d”, CF (imunidade tributária); art. 145, § 1º, CF (princípio da capacidade contributiva).
- Existem 04 pessoas políticas que criam impostos: U, E, M e DF. Isto é a competência tributária.
- A competência tributária, no âmbito do imposto é a pizza, ou seja, são campos competenciais privativos. A competência tributária é indelegável.
- O art. 153, CF traz que os impostos federais serão da competência da União.
- O art. 155, CF traz que os impostos estaduais serão da competência dos Estados e Distrito Federal.
- O art. 156, CF traz que os impostos municipais serão da competência dos Municípios e Distrito Federal.
- Quais os impostos que competem ao DF? R: Os impostos estaduais e municipais.
- O art. 147, parte final, CF, traz a idéia que competem ao DF a instituição dos impostos municipais.
- Impostos Municipais: IPTU, ISS (ou ISSQN) e ITBI (ou ITIV).
- Impostos Estaduais: IPVA, ICMS, ITCMD.
- Impostos DF: IPTU, ISS (ou ISSQN) e ITBI (ou ITIV), IPVA, ICMS, ITCMD.
- Impostos Federais: O resto. II, IE, IPI e IOF, IR, ITR, Impostos sobre grandes fortunas, Imposto residual (art. 154, I, CF) e Imposto Extraordinário (de guerra – art. 154, II, CF).

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