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NOÇÕES BÁSICAS DE TEORIA GERAL DO ESTADO

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NOÇÕES DE TEORIA GERAL DO ESTADO
CONCEITOS DE ESTADO
Seguindo a lição de Cicco e Gonzaga (2008), podemos conceituar Estado como instituição organizada, política, social e juridicamente, a qual ocupa um território definido e é regida por uma lei maior, usualmente na forma de Constituição. Ademais, é dirigida por um governo soberano, reconhecido interna e externamente ao território e responsável pela organização e controle social, uma vez que detém a competência legítima do uso da força e da coerção.
Conforme ensina Hely Lopes Meireles, o conceito de Estado varia
segundo o ângulo em que é considerado. Nas palavras do ilustre doutrinador, "do ponto de vista sociológico, o Estado é corporação territorial dotada de um poder de mando originário; sob o aspecto político, é comunidade de homens, fixada sobre um território, com poder superior de ação, mando e coerção; sob o prisma constitucional, é pessoa jurídica territorial soberana".
Corporação (do latim corporis e actio, corpo e ação), é um grupo de pessoas que agem como se fossem um só corpo, uma só pessoa, buscando a consecução de objetivos em comum. Num sentido amplo é um grupo de pessoas submetidas às mesmas regras ou estatutos, e neste sentido é sinônimo de agremiação, associação ou ainda empresa. Num sentido mais estrito é uma pessoa jurídica (diferente de pessoa física) que possui direitos similares a uma pessoa física, mas sem se confundir com a natureza desta última.
O nosso Código Civil caracteriza o Estado como pessoa jurídica de
direito público interno (art. 40 e 41). O Estado é um ente personalizado, ou seja, é um sujeito capaz de adquirir direitos e obrigações na ordem jurídica, podendo se relacionar tanto internamente- com seus servidores e empregados, com os cidadãos, com as empresas, etc. - quanto externamente - com outros Estados soberanos ("países")
Ao tratar do conceito de Estado, costuma-se também fazer referência ao conceito de Estado de Direito. O Brasil, por exemplo, é um Estado de
Direito, conforme prescreve o art. 1° da Constituição Federal:
Art. 1° A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel
dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em
Estado Democrático de Direito (...)
Hely Lopes Meireles diz que o Estado de Direito é aquele juridicamente organizado e obediente às suas próprias leis, ou seja, ao mesmo tempo em que o Estado cria o direito deve sujeitar-se a ele. Portanto, para caracterizar o Estado de Direito, não basta apenas a existência de um ordenamento jurídico para balizar a atuação do Estado. Também é necessária a criação de mecanismos para assegurar que o próprio Estado e a sociedade cumpram as normas presentes nesse ordenamento.
A ideia de Estado de Direito surgiu para fazer frente ao chamado
Estado Absolutista, no qual o poder centrava-se na figura do soberano (rei, príncipe), cujos atos não comportavam controle, sob o postulado de que o rei não podia errar ou que o conteúdo do direito valia o mesmo que a vontade do príncipe.
Os princípios do Estado de Direito vieram, então, para impor freios à atividade estatal, utilizando a lei como mecanismo de contenção do
poder, mediante a fórmula do "rule of law" (o Estado é que cria as regras, mas a estas deve se sujeitar).
Classifica-se a evolução do Estado de Direito em:
a) Estado Liberal – surge com a revolução burguesa na França, suas características básicas são a não intervenção do Estado na economia, igualdade formal, autonomia e divisão dos poderes, Constituição como norma suprema e limitadora dos poderes públicos e garantia de direitos fundamentais individuais, surgindo os denominados direitos de primeira geração; 
b) Estado Social – surge com a Revolução Russa, em 1917, após constantes reivindicações dos trabalhadores por melhores condições de vida, suas características básicas são a intervenção do Estado na economia para garantir um mínimo necessário ao cidadão, aproximação a uma igualdade material, autonomia e divisão dos poderes, Constituição como norma suprema e limitadora dos poderes públicos e garantias de direitos sociais como, educação, saúde, trabalho, moradia, entre outros, surgindo os direitos de segunda geração; 
c) Estado Democrático – surge após a Segunda Guerra mundial, dissociando-se das políticas totalitárias como o nazismo e fascismo, sendo suas características principais a representatividade política pelo voto do povo, detentor da soberania e uma Constituição não apenas limitadora de poderes e políticas públicas, mas regulamentadora das prestações positivas do Estado em prol do cidadão e da coletividade, direitos fundamentais individuais e coletivos, tais como, direito a paz, ao meio ambiente ecologicamente correto, às tutelas de liberdade do pensamento, expressão, autoria e intimidade, o respeito e a autodeterminação dos povos, as políticas de reforma agrária e moradia popular, os benefícios e aposentadorias previdenciários, a assistência social, entre outros, surgindo os direitos de terceira geração e outros, denominados de quarta geração, ligados ao constante progresso científico e tecnológico contemporâneo e outros fenômenos políticos como a globalização e a unificação dos países, de modo à regular a cibernética, a informática, a biogenética, entre outros.
ELEMENTOS DO ESTADO
O Estado é formado por três elementos: povo, território e governo
soberano.
Esses três elementos são indissociáveis e indispensáveis para a noção de um Estado independente: o povo, em um dado território, organizado segundo sua livre e soberana vontade. Povo, então, é o componente humano do Estado; Território, a sua base física; Governo Soberano, o elemento condutor do Estado.
A soberania é característica própria dos Estados independentes, indicando que possuem poder absoluto para se organizar e se conduzir segundo a livre vontade de seu povo. A vontade do Estado, derivada da vontade de seu povo, se manifesta através dos denominados Poderes de Estado.
FORMAS DE ESTADO
O Estado pode se organizar politicamente na forma de:
 Estado unitário- se caracteriza pela centralização política.
Existe, então, apenas um poder político central a conduzir toda a
população, em todo o território, nos níveis local, regional e nacional. O Uruguai, por exemplo, é um Estado unitário: justiça, educação, saúde, segurança e demais serviços públicos são administrados em todo o país por um único poder político central.
Estado federado (complexo ou composto)- ao contrário, se caracteriza pela descentralização política. Existem poderes políticos distintos e autônomos coexistindo num mesmo território, os quais dividem as responsabilidades nos níveis local, regional e nacional.
O Brasil, por exemplo, é um Estado federado, pois, em seu território, coexistem pessoas políticas distintas - a União, os Estados-membros, o Distrito Federal e os Municípios. Nossa Constituição define os limites de atuação dessas esferas políticas. Assim, temos um poder político central (União), poderes políticos regionais (estados) e poderes políticos locais (municípios), além do Distrito Federal, que, em virtude da disposição constitucional para sua divisão em municípios, acumula poderes regionais
e locais (CF, art. 32, §1°).
Destaque-se que, nos Estados federados, ainda existe um poder central, que cuida das matérias de interesse predominantemente nacional (no Brasil, é a União). A peculiaridade é que, diferentemente dos Estados unitários, nos Estados federados outras esferas também possuem poder político e autonomia para exercer competências de interesse regional e local (no Brasil, exercidas pelos Estados-membros, municípios e Distrito Federal).
Carvalho Filho ensina que, na confederação, existe uma
aliança entre vários Estados soberanos, resultando daí um vínculo caracterizado pela
fragilidade e instabilidade. Na federação, ao contrário, os entes integrantes do
regime se associam numa união indissolúvel, como forma de dar à unidade resultante preponderância sobre as partes que a formam. Ademais, na confederação,todos os membros seriam soberanos; já na federação, apenas o Estado em si (Estado Federal) detém soberania.
No regime federativo brasileiro, não existe relação de hierarquia
ou subordinação entre os diversos entes políticos. É o que prescreve a
Constituição Federal:
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.
Todos os componentes da federação materializam o Estado, cada um deles atuando dentro dos limites de competência traçados pela Constituição, com autonomia política, administrativa e financeira. Assim, por exemplo, o governo de determinado município não precisa se submeter à vontade dos governos estadual ou federal para organizar serviços de interesse local, como a coleta de lixo, pois a Constituição lhe outorga competência para decidir sobre o assunto (CF, art. 30).
Carvalho Filho ensina que autonomia significa ter a entidade
integrante da federação capacidade de auto-organização, autogoverno
e autoadministração. No primeiro caso, a entidade pode criar seu
diploma constitutivo (Constituição Federal, Constituições Estaduais e Leis
Orgânicas Municipais); no segundo, pode organizar seu governo e eleger
seus dirigentes; no terceiro, pode ela organizar seus próprios serviços.
Cumpre destacar a existência de diferentes tipologias de federalismo, de acordo com a perspectiva assumida. Três grupos são de maior relevância:
SIMÉTRICO (REGULAR) VS ASSIMÉTRICO (IRREGULAR)
		A doutrina de  Felipe Neri Horwath Almeida expõe:
“Esta classificação entre o Estado Federal Simétrico e Assimétrico leva em consideração variados fatores, dentre eles a cultura, o desenvolvimento, a língua etc.
No Federalismo Simétrico verifica-se a existência de características dominantes, envolve uma homogeneidade de cultura e desenvolvimento, assim como de língua, como é o caso dos Estados Unidos (LENZA: 2010). A simetria, em matéria de federalismo, é assim analisada por Dircêo Torrecillas Ramos, levando em consideração a divisão de poderes e a distribuição das atividades do governo:
O ideal no sistema federal simétrico é que: cada Estado mantenha, essencialmente, o mesmo relacionamento para com a autoridade central; a divisão de poderes entre os governos centrais e dos Estados seja virtualmente a mesma base para cada componente político e o suporte das atividades do governo central seja igualmente distribuído. (RAMOS, 2000, p. 62).
Simétrico, portanto, dispõe sobre o grau de conformidade e do que possui de comum cada unidade política vista separadamente do sistema, bem como a relação para o sistema como um todo e para as outras unidades membros. Simetria seria a maneira pelo qual os entes seriam tratados por parte da União, que afastaria as desigualdades regionais, em busca de uma igualdade.
Em contrapartida, no Federalismo Assimétrico, ocorre um distanciamento da homogeneidade comum no Federalismo Simétrico, com o escopo de reduzir as desigualdades regionais e manter o equilíbrio. Segundo Uadi Lammêgo Bulos:
Diz-se federalismo assimétrico a busca do equilíbrio, da cooperação, do entendimento entre as ordens jurídicas parciais perante o poder central, dentro de uma realidade naturalmente contraditória e nebulosa, em que o interesse de uns sobrepõe-se às necessidades de muitos. Por isso, são depositadas nas constituições normas destinadas a minorar essas diferenças. (BULOS, 2007, p. 716).
Para elucidar a assimetria, esta ocorre em Estados complexos, que vivem com uma diversidade linguística e étnica de especial complexidade histórica. Como exemplo, podemos citar a Suíça (quatro grupos étnico - cantões) e o Canadá, país bilíngue e multicultural.
Com grande propriedade, o professor Dircêo Torrecillas Ramos expõe aspectos que devem ser considerados perante a simetria e a assimetria, vejamos:
A população, o território e a riqueza de cada ente federado afeta o seu poder, sua influência e a necessidade de atenção a lhe ser dada;
O grau de autonomia e de poderes conferidos ou exercidos na prática por cada Estado-Membro;
A representação nas instituições federais;
A representação relativa e a influência de cada ente federado, onde há acordos ou processos para a conduta das relações intergovernamentais;
O grau de uniformidade na aplicação de uma Declaração de Direitos;
A existência de uniformidade ou variação no peso relativo ou no papel do Estado-Membro o processo de Emenda Constitucional;
O grau de uniformidade imposto sobre os entes federados nos dispositivos relativos a suas próprias Constituições. (RAMOS, 2000, p 29-32).
Desta feita, o que se pode extrair é que o relacionamento entre os entes da federação no plano do direito/constitucional é simétrico, contudo, analisando sob o plano fático, relevando aspectos na seara cultural, social, econômica e no aspecto de fatores políticos, a assimetria é patente.
Nesse viés, são diversos os artigos da Constituição Federal que expressam a assimetria: art. 43, § 1º, I, II, § 2º, I, II, III, IV, § 3º; art. 151, I e art. 155, I, b, § 2º, VI, XII, g. Estes enunciados normativos estabelecem uma cooperação entre os entes da federação e visam a erradicação, ou ao menos a diminuição das desigualdades, o desenvolvimento equilibrado, a criação de regiões e o estabelecimento de distribuição de receitas e outras formas de incentivos como os juros favorecidos, isenções, reduções e adiamento temporário de tributos federais devidos por pessoas físicas ou jurídicas.
Conforme alerta o ilustre jurista Pedro Lenza, no Brasil ocorreu certo “erro de simetria” (LENZA: 2010). Explicita o autor o fato de o constituinte tratar de modo equiparado os Estados, tal qual se verifica com a representação do parlamento, que pela interpretação sistemática do art. 46, §§ 1º e 3º da Constituição Federal, cada Estado, pouco importando o seu tamanho, seu desenvolvimento, elege o número fixo de 3 (três) Senadores, cada qual com 2 (dois) suplentes.” (site: http://felipenha.jusbrasil.com.br/artigos/114760808/caracteristica-do-federalismo-simetrico-e-assimetrico) 
COOPERATIVO VS DUAL
		Segundo a doutrina de Lisiê Ferreira Prestes:
“Existem diferentes classificações de federalismo e, no que diz respeito à separação de suas competências, o federalismo pode ser classificado como federalismo cooperativo ou como federalismo dual.
O federalismo cooperativo caracteriza-se por uma divisão não rígida de competências entre a entidade e os demais entes.
Contrapondo-se ao federalismo cooperativo, existe o federalismo dual, que tem por característica central uma rígida separação de competências entre a entidade central, representada pela União, e os demais federados, conforme se adota nos Estados Unidos.
O Brasil enquadra-se no tipo de federação de equilíbrio, a qual se baseia no equilíbrio entre as competências e autonomia conferida aos entes federados pela Constituição Federal.
Tal equilíbrio está disposto nas regras para a criação de regiões de desenvolvimento entre os Estados, conforme se afere na leitura do caput do artigo 43 da Constituição Federal, que assim versa: “ Art. 43. Para efeitos administrativos, a União poderá articular sua ação em um mesmo complexo geoeconômico e social, visando a seu desenvolvimento e à redução das desigualdades regionais. [...]’
Nesse sentido, a Constituição Federal, em seu art. 25, parágrafo 3º, também dispõe sobre a criação de regiões metropolitanas. Ainda, a Constituição Federal traduz a espécie de federação de equilíbrio ao dispor sobre a concessão de benefícios fiscais, assim versando: Art. 151. É vedado à União:I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional (...) a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País”. (site: http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=13396) 
FORMAÇÃO DO ESTADO POR AGREGAÇÃO VS 
FORMAÇÃO DO ESTADO POR DESAGREGAÇÃO
		Conforme trecho extraído do artigo da Rede de EnsinoLuiz Flávio Gomes:
“Fala-se em federação por desagregação ou centrífuga quando essa se origina de um Estado unitário, que se divide. Há, assim, a desagregação (divisão) do poder central, nas novas unidades que se formam. No entanto, parcela maior deste poder continua com o Estado central, que restringe a autonomia dos estados-membros.
Em contrapartida, em sede de federação por agregação ou centrípeta, o Estado se origina da união de entes antes soberanos, que renunciam à parcela da soberania, para a formação da federação. É o exemplo dos Estados Unidos, quando da independência em relação à Inglaterra: união das treze colônias”. (site: http://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/2922369/o-que-se-entende-por-federacao-por-desagregacao-e-federacao-por-agregacao-o-que-as-diferencia-patricia-donati-de-almeida) 
CONCEITO DE GOVERNO
Como ensina Hely Lopes Meireles, Governo é a "expressão política de comando, de iniciativa, de fixação de objetivos do Estado e de manutenção da ordem jurídica vigente". Trata-se, portanto, do conjunto de Poderes e órgãos responsáveis
pela função política do Estado, cujas atribuições decorrem diretamente
da Constituição.
Assim, o conceito de Governo, enquanto responsável pela função
política do Estado, está relacionado ao comando, coordenação, direção
e fixação de objetivos, diretrizes e de planos para a atuação estatal
(as denominadas políticas públicas). 
SISTEMAS DE GOVERNO
O sistema de governo é definido pelo modo como se dá a relação
entre o Poder Legislativo e o Poder Executivo no exercício das funções governamentais. Pode ser:
Sistema monocrático. Monocrático - As funções executivas e legislativas estão sob a tutela de um chefe supremo (religioso, militar ou de um partido).
Sistema presidencialista ou presidencialismo. A característica marcante do presidencialismo é a independência entre os Poderes. O Presidente da República exerce plenamente a chefia do Poder Executivo, acumulando as funções de Chefe de Estado e de Chefe de Governo. Ademais, cumpre mandato fixo, sem precisar
depender da confiança do Poder Legislativo para sua investidura ou para o
exercício do cargo. Por sua vez, o Poder Legislativo não está sujeito a ser
dissolvido pelo Executivo, uma vez que seus membros são eleitos para um
período certo de tempo.
O Presidente da República é o Chefe do Poder Executivo federal e, consequentemente, da Administração Pública federal. Por sua vez, nos Estados, Distrito Federal e Municípios, os Chefes dos Poderes Executivos e das administrações públicas locais são, respectivamente, os Governadores e os Prefeitos.
No presidencialismo o Poder Executivo é uno, ou seja, não há distinção entre Chefe de Estado e Chefe de Governo, as duas funções se concentram em uma única pessoa. A relativa autonomia do Executivo e do Legislativo na condução de suas funções típicas. As funções executivas centrais cabem ao presidente da república, não havendo interferência direta do Parlamento. Os Ministros de Estado podem ser nomeados e exonerados discricionariamente (ad nutum). Não há possibilidade de dissolução do Parlamento sem eleições gerais. Na prática, é compatível apenas com a forma republicana.
Sistema parlamentarista ou parlamentarismo. Já a característica marcante do parlamentarismo é a colaboração entre os Poderes Executivo e Legislativo. No Poder Executivo parlamentarista, as funções de Chefe de Estado e de Chefe de Governo são exercidas por pessoas distintas: a chefia de Estado é exercida pelo
Presidente da República ou pelo Monarca, e a chefia de governo pelo Primeiro Ministro ou pelo Conselho de Ministros. Sua permanência no cargo depende da confiança do Poder Legislativo, o qual pode exonera-lo a qualquer tempo. Por outro lado, se o governo entender que o Parlamento perdeu a confiança do povo, poderá optar por sua dissolução, convocando novas eleições para formação de outro Parlamento.
No parlamentarismo o Poder Executivo é dual, ou seja, a função de Chefe de Estado o Chefe de Governo pertencem a pessoas diferentes. Há elevada interdependência dos poderes executivo e legislativo. Existe um órgão executivo (gabinete de ministros) dirigido pelo Primeiro-ministro (chefe de governo), cujos atos são referendados pelo Parlamento. Existe a possibilidade dissolução do gabinete e do Parlamento. É compatível com a forma monárquica e com a republicana.
Segundo o autor Jacinto Lamas:
“No parlamentarismo, todo o poder concentra-se no Parlamento, que é, de fato, o único poder. Se o governo executivo discordar do Parlamento, a maioria dos deputados dissolve este governo. 
Em um regime parlamentarista, distingue-se o chefe de estado do chefe do governo. O chefe de estado apenas simboliza a nação, mas não tem poderes administrativos. Pode ser um monarca ou presidente escolhido pelo Parlamento ou eleito diretamente pelo povo. A Rainha da Inglaterra, por exemplo, reina, mas não governa: ela é chefe de estado apenas.
O chefe do governo é quem governa e administra. Ele é sempre escolhido pelo Parlamento, que pode destituí-lo.
Após as eleições, o partido político ou a coligação que teve a maioria dos votos escolhe um Primeiro Ministro e os que vão ocupar os diferentes ministérios. Levam esses nomes ao Chefe de Estado, que os submete ao Parlamento.
Se os nomes forem aprovados pela maioria, esse ministério (Gabinete) será empossado e governará até que haja novas eleições (quatro ou cinco anos depois), ou até que perca a confiança da maioria parlamentar.
Se a maioria, em algum momento, discordar do Gabinete, votará uma moção de desconfiança e o governo cai. A maioria vitoriosa no Parlamento indicará ao Chefe de Estado os nomes dos novos ministros, que serão submetidos a votação. Se forem aprovados, começam a governar; se não forem, novos ministros terão de ser escolhidos, até que o Gabinete indicado tenha o apoio da maioria dos deputados.
Pode acontecer que a maioria aprove uma moção de desconfiança ao Gabinete, mas o Primeiro Ministro ache que ele representa a vontade da maioria do povo. Neste caso, ao invés de cair o Gabinete, dissolve-se o Parlamento, e realizam-se eleições imediatamente (prazo de poucas semanas). O povo então decidirá a quem dá maioria. Se ele der maioria aos partidários do Gabinete, este se mantém. Se der aos seus adversários, cai o governo, e seus oponentes submetem ao Parlamento um novo ministério.
No parlamentarismo, o Executivo é um mero delegado da maioria parlamentar. Em um regime parlamentarista puro, só parlamentares podem ser ministros, e eles comparecem normalmente às sessões do Parlamento, dando contas de sua atuação e sendo interpelados por seus pares.
As funções parlamentares são exercidas em sua plenitude por uma casa legislativa que se pode chamar, por exemplo, de Câmara dos Deputados, Parlamento, Câmara dos Comuns (Reino Unido) ou Assembleia Nacional (França). Este poder não pode ser dividido com outra casa legislativa que não tenha as características populares do Parlamento. No Reino Unido, por exemplo, existe a Câmara dos Lordes, mas suas funções são praticamente decorativas, na elaboração das leis. Os lordes não destituem gabinetes”. (site: http://www.buscalegis.ufsc.br/revistas/files/anexos/28127-28137-1-PB.html)- 
vide aula sobre parlamentarismo: https://www.youtube.com/watch?v=66HV0W9o2pY&list=PLyHUGQqCJLLmUeSjLkuI9503MXeKpKkzo&index=4 
O Brasil adota o sistema presidencialista de governo.
FORMAS DE GOVERNO
A forma de governo depende da maneira como ocorre a instituição e
a transmissão do poder na sociedade e como se dá a relação entre governantes e governados.
Monarquia é o nome dado ao regime político comandado por um monarca (rei, imperador, príncipe, etc.) que exerce de modo hereditário e vitalício, sem qualquer consulta ao povo. O local onde o monarca vive e trabalha é chamada corte, e os cidadãos de uma monarquia são referidos como súditos. Tal sistema de governo predominou em todas as sociedades humanas até o final do século XIX, momento em que o regime republicano passa a ser preferido pela maioria dos países.Desde o momento em que o ser humano adotou o estilo de vida sedentário em detrimento ao nomadismo, dezenas de séculos atrás, nós convivemos com sistemas monárquicos, similares aos que existem ainda hoje. Nos grupos nômades, o líder é aquele que demonstra habilidade em guiar seu povo, não necessariamente garantindo o poder aos seus descendentes. A prática da agricultura e o estabelecimento das cidades permitiu a um grupo restrito acumular riquezas e recursos, reter o poder em suas mãos, e passá-lo a seus herdeiros. Um fator importante na conservação do poder era a religião, pois todo o soberano, mesmo hoje, atribui a si e à sua família uma bênção especial de Deus, que lhe garante o comando sobre aquela coletividade. Aliás, com a monarquia, costuma vir também uma religião oficial. No Brasil, por exemplo, a religião cristã, de vertente católica, foi a religião oficial do Estado até o estabelecimento da república.
A maior parte dos regimes monárquicos, ao longo de sua história teve cunho absolutista, ou seja, o rei tinha o poder de tomar qualquer medida sem que sofresse oposição de seus súditos, pois estavam resguardados pela riqueza, o poder de seus exércitos, e a adoração religiosa da população. Assim foi com os faraós do Egito ou com os imperadores romanos na antiguidade. A idade média presenciou um esfacelamento dos poderes constituídos na Europa, e a única instituição que de fato tinha poder sobre a população, atuando como uma verdadeira monarquia era a igreja católica. Os senhores feudais exerciam o poder dentro de suas terras, os feudos, e alguns tinham até mais poder que o monarca. Aos poucos, surge o estado nacional, liderado pelo monarca, reinando mais uma vez com poderes absolutos. O mais famoso destes é sem dúvida Luís XIV, o rei-sol, que governou entre os séculos XVII e XVIII, sendo autor da conhecida expressão l’État cést moi (o Estado sou eu). O Brasil foi uma monarquia durante boa parte do século XIX (de 1822 a 1889), uma completa exceção no continente americano, povoado por repúblicas (apenas Haiti e México tiveram brevíssimas experiências monárquicas no mesmo século XIX).
Com o surgimento das ideias humanistas e depois iluministas, onde o homem passa a ter uma maior relevância, os regimes monárquicos vão gradualmente perdendo espaço para os regimes democráticos representativos. Hoje em dia, não há mais nenhuma monarquia absolutista, e as que sobrevivem são limitadas em seus poderes pelos parlamentos: são as monarquias constitucionais.
Na monarquia há irresponsabilidade do Chefe de Estado (não há prestação de contas das decisões ou crime de responsabilidade). Caracteriza-se a monarquia a hereditariedade e vitaliciedade do Chefe de Estado.
A república se caracteriza pela eletividade e pela temporalidade dos mandatos do Chefe do Poder Executivo, o qual possui o dever de prestação de contas.
República é uma forma de governo na qual o governante é eleito pelo povo.
O termo República vem do latim “res publica”, ou seja, bem comum, coisa pública. É utilizada como administração dos bens e dos interesses públicos. Durante a Idade Média, a organização das cidades-estados italianas e o renovado interesse pelas obras clássicas de Grécia e Roma antigas induziram os escritores do século XV a utilizar a expressão latina. Outra influência para popularização do termo tem ligação com a obra do intelectual latino Cícero, que traduziu o termo grego politeia para o latim como res publica, o que os estudiosos do Renascimento adaptaram para República. O termo ingressou na língua portuguesa também no século XV e sofreu uma série de adaptações desde sua expressão em latim até assumir a forma atual. Hoje, contudo, República é um termo dotado de ambiguidades e, por vezes, se confunde com democracia ou liberalismo, mas, de modo geral, representa um governo que emana do povo.
Pelos parâmetros atuais, podemos considerar como Repúblicas clássicas os casos de Atenas, Esparta e Roma. Porém há outras Repúblicas antigas que têm ganhado destaque nos estudos históricos atualmente, como é o caso de Arwad, na atual Síria, e da Índia, por exemplo.
A República constitui-se em uma organização político na qual os cidadãos, ou seja, o povo, elegem um chefe de Estado para representa-los por tempo determinado. O chefe de Estado é chamado, geralmente, de Presidente da República. Normalmente, sua eleição é dada através de voto livre e secreto. Mas nem sempre é assim. Em alguns lugares ou em alguns momentos da história pode-se exemplificar casos de governos que permanecem no poder por mais tempo do que o esperado. No caso do Brasil, por exemplo. Getúlio Vargas tomou o poder em 1930 através de um golpe e utilizou várias medidas para permanecer no poder até 1945. Em outras situações, o Presidente da República não é o único representante do Estado ou não é detentor do maior poder, como é o caso das Repúblicas Parlamentaristas. Nestas, o Presidente aparece em segundo lugar em uma escala de poder na qual o principal representante da nação é o Primeiro Ministro. O Presidente de uma República pode deter ou não o Poder Executivo. Quando acumula essa função é o maior representante do Estado. Quando não acumula, há um outro posto político importante no governo da nação.
Na República há responsabilidade política do Chefe de Estado (há prestação de contas das decisões e crime de responsabilidade). Caracteriza-se a República pela elegibilidade e temporariedade.
O Brasil é uma República Federativa, de acordo com o artigo 1º da Constituição Federal: "A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de direito e tem como fundamentos".
9- REGIME DE GOVERNO
		DEMOCRACIA. Regime democrático pode ser entendido como aquele em que o poder é emanado do povo, um regime que proporciona voz e ação à população através na criação de leis, fiscalização (remédios constitucionais), escolha dos representantes, direta ou indiretamente e etc.
		AUTOCRACIA. Trata-se de um governo autoritário, de poder absoluto, que governa conforme sua arbitrariedade todos os níveis governamentais. Neste sistema, antagônico em relação à Democracia, a gestão é exercida através do soberano ou de delegações arbitrárias feitas pelo mesmo.

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