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45 GEOLOGIA DE ENGENHARIA 10. ÁGUA SUBTERRÂNEA 10.1 OCORRÊNCIA DA ÁGUA SUBTERRÂNEA A água subterrânea ocorre na natureza em: a) Camada de SOLO - ZONA DE AERAÇÃO (solo + ar + água) ----------------------------------- Nível Freático (separa as zonas) ZONA SATURADA (solo + água) b) ROCHA - Água escoa através das fraturas das rochas AQUÍFEROS: são formações geológicas permeáveis que permitem o armazenamento e o movimento das águas através dele. Existem dois tipos de aquíferos: Livre – está sujeito as CNTP Poço Freático Confinado – está sob pressão entre duas camadas impermeáveis Poços Artesianos Surgente e Não Surgente DEFINIÇÕES: ARTESIANO – é um termo que significa que a água do poço sobe acima do nível do aquífero. POÇOS – são perfurações feitas para extração de água subterrânea contidas nos aquíferos, podendo ou não estar sob pressão. 10.2 MOVIMENTO DA ÁGUA SUBTERRÂNEA A água subterrânea escoa lentamente no subsolo dos lugares mais altos para os mais baixos e seu movimento depende do tipo de solo atravessado. 46 Existem várias propriedades que influem no movimento da água subterrânea, onde podemos destacar: POROSIDADE: é a relação entre o Volume de Vazios do solo ou rocha e o seu Volume Total, expresso em percentagem (%). P(%) = (Vv / Vt) x 100 Classificação – alta porosidade > 20% média porosidade 5 a 20% baixa porosidade < 5% Exemplos Solos: areia 30 a 40% Rochas: arenito 10 a 20% argila 45 a 55% granito 0,5 a 2 % Observação – a porosidade representa a quantidade de água contida em um aquífero, muito embora não signifique o volume de água que possa ser utilizado. PERMEABILIDADE: é a propriedade que possui um aquífero de permitir o escoamento das águas através dele, com uma certa velocidade, desde que haja uma diferença de pressão entre os pontos. OBSERVAÇÕES: O fluxo de água no através do solo segue a LEI DE DARCY (1856): Q = k × i × A Q = vazão k = coeficiente de permeabilidade i = gradiente hidráulico (h/L) A = área da seção atravessada pelo fluxo Os valores da permeabilidade dos solos (k) podem ser medidos através de aparelhos denominados PERMEÂMETROS que podem ser de carga constante (solos mais permeáveis – arenosos ou pedregulhosos) ou de carga variável (solos menos permeáveis – siltosos ou argilosos). Para os diversos tipos de solos existe um coeficiente de permeabilidade expresso por k (cm/seg). PERMEABILIDADE DOS SOLOS GRAU DE PERMEABILIDADE TIPOS DE SOLOS COEFICIENTE DE PERMEABILIDADE (K) CLASSIFICAÇÃO DOS AQUÍFEROS Solos Permeáveis Alta Média Baixa Pedregulhos Areias Areias finas, siltes e argilas > 10 –1 10 –1 – 10 –3 10 – 3 – 10 –5 Excelentes Bons Pobres Solos Impermeáveis Muito baixa Baixíssima Argilas Argilas 10 –5 – 10 –7 < 10 –7 Fracos Impermeáveis ATENÇÃO: solo granular: boa permeabilidade – alta porosidade solo fino: baixa permeabilidade – alta porosidade 10.3 APROVEITAMENTO DA ÁGUA SUBTERRÂNEA A captação de água subterrânea é realizada de duas maneiras distintas, a saber: 47 Natural FONTES Artificial POÇOS FONTES: surgem quando o N.F. é interceptado pela superfície topográfica ou quando uma camada impermeável deixa escoar a água retida na camada permeável afluindo na superfície. Existem basicamente 04 tipos de fontes: de falha, de camada, eluvionar e de fratura. POÇOS: são perfurações feitas nos solos ou rochas para a extração de água subterrânea do subsolo. Classificam-se de acordo com a profundidade do Nível Freático em Poços: Rasos e Profundos. POÇOS RASOS – são aqueles em que a captação ocorre no comumente chamado de 1º lençol e normalmente de fácil contaminação. Existem dois tipos principais de poços rasos: CRAVADOS AMAZONAS ou CACIMBAS POÇOS PROFUNDOS – são perfurações em solos e/ou rochas, com profundidades superiores a 30 m e o diâmetro variando de 6 a 12”. Etapas Construtivas de um Poço Profundo a) Locação do Poço Métodos Elétricos Radiestesia b) Operações de Perfuração Dependendo do tipo de material a ser perfurado pode-se utilizar os seguintes equipamentos: Sonda PERCUSSIVA Rochas Sonda ROTATIVA Solos e Rochas Brandas (Sedimentares) Sonda ROTO-PNEUMÁTICA Solos e Rochas RESUMO das CARACTERÍSTICAS dos EQUIPAMENTOS de PERFURAÇÃO Percussão Roto-pneumático Rotativo ( com circulação direta) Vantagens Facilidade de transporte; Baixo custo operacional; Qualidade das amostras. Facilidade de transporte; Rapidez da perfuração. Atinge grandes profundidades; Permite perfurar em grandes diâmetros. Desvantagens Tempo demorado para perfuração; Não atinge grandes profundidades; Desaconselhado para rochas friáveis. Qualidade das amostras; Compressor de grande porte; Não atinge grandes profundidades; Desaconselhável para rochas friáveis. Alto custo operacional; Transporte; Requer muita água na perfuração. 48 c) Construção Poços em Solos e Arenitos(água de lençol freático) Poços em Rochas (água de fratura) d) Plungeamento ou Desenvolvimento É uma operação realizada nos poços (em solos) para facilitar a percolação da água para dentro do poço. e) Limpeza - Remoção da água e lama da construção e as primeiras águas do aquífero. f) Vazão - É a medida do volume d’água extraído do poço, em m³/h. g) Instalação - É a etapa final na construção de um poço, deixando-o apto a funcionar. 10.4 AÇÃO DA ÁGUA SUBTERRÂNEA O movimento das águas subterrâneas pode ocasionar três fenômenos: I. Surgimento de Cavernas – quando a água subterrânea percola em regiões de calcários. Problema: Movimento da água subterrânea aumenta as aberturas e provoca subsidência da área ocasionando o surgimento de DOLINAS. Dolina: é uma depressão no solo característica de relevos cársticos formada pela dissolução química de rochas calcárias abaixo da superfície. Espeleologia: é a ciência que estuda as cavernas. II. Deslocamentos de Massas – pode ser sintetizado em dois tipos principais: Rastejos São movimentos de terra lentos e contínuos nas encostas, com limites normalmente indefinidos. Escorregamentos São movimentos de terra rápidos e de duração relativamente curta, com volume bem definido (Tipos: em talude natural, corte ou aterro e corridas de lama). III. Movimento de Blocos Rochosos – consiste em deslocamentos, por gravidade, de blocos de rocha, podendo ser classificado em vários tipos, a saber: a) queda de blocos b) rolamento de blocos c) desplacamento de rocha . FATORES QUE INFLUEM NOS DESLOCAMENTOS DE MASSAS Complexo Geológico – tipos de solos (granulometria, espessura de camada), tipos de rochas (grau de alteração e de fraturamento, direção e mergulho das camadas, etc). Complexo Morfológico – características do relevo. Complexo Climático – Hidrológico – água subterrânea, clima, precipitação, vegetação, etc. Ação do Homem – corte nas estradas, ausência de drenagem, falta de impermeabilização.
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