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086 121310 OAB UTI ADMINISTRATIVO RESUMO 2

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Projeto UTI 50 Horas 
 
Direito Administrativo 
Prof. Matheus Carvalho 
matheuscarvalho@hotmail.com 
 
 
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REGIME JURÍDICO 
 
- Confere Prerrogativas (Princípio da Supremacia do Interesse 
Público sobre o Particular) e Restrições (Perece. da 
Indisponibilidade do Interesse Público) - São os SUPERPRINCÍPIOS, 
dos quais decorrem os outros princípios. 
 
- Garrido Falla: Denomina tal circunstância de “o Binômio do direito 
administrativo” (prerrogativas e sujeições). Maria Sylvia chama de 
“Bipolaridade do direito administrativo”. 
 
Princípios Decorrentes desses 02 Princípios (SUB-PRINCÍPIOS) 
Art. 37, caput, da CF/88: Princípios Constitucionais da Legalidade, 
Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência. 
 
 LEGALIDADE: A adm. Pública só pode atuar conforme a 
lei, todas as suas atividades estão subordinadas aos comandos 
legais. Diferentemente da Legalidade no âmbito dos particulares, 
onde o que não está proibido está permitido (art.5°, inc.II, CF), pela 
Legalidade Administrativa, o administrado só atuará com prévia 
autorização legal, sem a qual a Administração não pode agir. 
 
 IMPESSOALIDADE (§ 1°, art.37, CF): A Administração 
Pública tem que agir objetivamente em prol da coletividade. Os atos 
de pessoalidade são vedados, a atividade da administrativa é da 
Administração e a ela são imputadas todas as condutas dos agentes 
públicos. Teoria do Servidor (ou agente público de fato). 
 
- As publicidades da adm. não poderão conter nomes de 
administradores ou gestores, serão meramente informativas, 
educativas ou de orientação social. 
 
 MORALIDADE: Maurice Hauriou, 1927: noção de adm. 
proba, a moralidade administrativa seria um conjunto de regras 
extraídas da boa e útil disciplina interna da adm., conjunto de 
valores que fixam um padrão de condutas que deve ser observado 
pela Administração no sentido de que ela atue com retidão de 
caráter, ética, honestidade, decência, lealdade, boa-fé. 
 
- Não basta que as atividades da Administração estejam de acordo 
com a Lei, essas atuações têm que ser conduzidas com Lealdade, 
Ética e Probidade. 
 
 Art.5°, inc.LXXIII da CF/88  Ação popular para controlar a 
moralidade administrativa dos agentes públicos. 
 
 PUBLICIDADE: Transparência no exercício da atividade 
administrativa. 
- Exceções: Assuntos que tratem da segurança nacional; certos 
interesses sociais, ou de foro íntimo (privacidade, intimidade). 
 
 EFICIÊNCIA: Introduzido pela EC 19/98, antes já era 
princípio infraconstitucional. A atuação da Administração deve ser: 
 Rápida: Dinamismo, Celeridade, descongestionar e 
desburocratizar. 
 Perfeita: Completa, Satisfatória. 
 Rentável: ótima, máxima com menor custo. 
 
Outros Princípios da Administração Pública: 
 
 Princípio da Finalidade Pública: 
 
 Finalidade Pública Geral: impõe atuação que 
atuação administrativa seja sempre voltada à coletividade, ao 
interesse público, nunca para atender interesses particulares. 
 
 Finalidade Pública Específica: determinados atos 
devem atingir fins específicos. Se este ato é praticado para atingir 
outro fim que não seja o seu fim específico, estará ferindo o 
princípio da finalidade pública (Desvio específico de finalidade). 
 
 Princípio da Presunção de Legitimidade ou Veracidade 
dos Atos Administrativos: 
 
 Até que se prove o contrário os atos da 
Administração são legais e legítimos (presunção relativa, juris 
tantum). Sua ilegalidade terá que ser provada, e até que se prove os 
atos serão válidos. 
 
 Princípio da Auto-tutela (constitucional): 
 
 A Administração tem prerrogativa de controlar 
sua própria atuação para corrigir seus próprios atos. PODERÁ anular 
o ato que ela mesma praticou, quando o ato estiver eivado de 
ilegalidade  Súm. 346, STF :“A Administração Pública pode 
declarar a nulidade de seus próprios atos.” 
 
 A Administração PODERÁ invalidar seus próprios 
atos eivados de ilegalidade (dos quais não se originam direitos) e 
revogar atos por motivos de conveniência e oportunidade.  
Súm.473, STF : ”A Administração pode anular seus próprios atos, 
quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se 
originam direitos, ou revogá-los, por motivo de conveniência ou 
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em 
todos os casos, a apreciação judicial”. 
 
 Em todos esses casos de Invalidação e 
Revogação, o Poder Judiciário poderá ser provocado e deverá 
apreciar os atos de invalidação e os de revogação. No entanto, a 
apreciação judicial restringe-se a aspectos formais, não havendo 
controle de mérito, pois não se pode apreciar a conveniência e 
oportunidade da revogação. Daí o caráter de não definitividade do 
autocontrole da Administração, que não faz coisa julgada. 
 
 Lei 9784/99, art.53  Processo Administrativo 
Federal: “A Administração DEVE ANULAR seus próprios atos, quando 
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eivados de vícios de legalidade e PODE REVOGÁ-LOS por motivos de 
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos”. 
 
 Princípio da Motivação: 
 
 Em regra, a Administração deve enunciar as 
razões que a levaram a expedir determinado ato. Inc. IX e X, do 
Estatuto da Magistratura: As decisões administrativas no exercício 
de função atípica do judiciário devem ser fundamentadas. 
 
 Entende-se por Motivo a razão de fato ou de 
direito que autorizou ou determinou a prático de um ato. Já a 
Motivação se trata da Exigência de explicitação, de enunciação dos 
motivos. 
 
 Exceções ao Princípio da Motivação: A 
Exoneração ad nutum, que se refere àquela aplicável aos ocupantes 
de cargo em comissão, prescinde de motivação. Entretanto, se a 
Administração motivar ato que poderia não ser motivado, estará 
vinculada aos motivos que explicitou. Os motivos vinculam todo o 
ato, e se não forem respeitados, o ato poderá ser apreciado pelo 
Judiciário (Teoria dos Motivos Determinantes). Ex. agente 
destituído por improbidade, esta deverá ser provada. 
 
 Princípio da Proporcionalidade Ampla ou da 
Razoabilidade (STF) 
 
 Os meios adotados pela Administração, voltados 
a atingir determinados fins, devem se apresentar como: 
 
a) Adequados: deve lograr com sucesso a 
realização do fim. 
b) Necessários: entre os diversos meios 
igualmente adequados, a Administração tem que optar pelo meio 
que menos restrinja o direito do administrado. 
c) Proporcionais, em Sentido Estrito 
(elemento da proporcionalidade ampla): a Administração deve 
promover ponderação entre vantagens e desvantagens entre meio e 
o fim, de modo que haja mais vantagens que desvantagens, sob 
pena de desproporcionalidade do ato. 
 
PODERES ADMINISTRATIVOS: 
 
- Conjunto de medidas, meios ou instrumentos dos quais se valem 
os sujeitos da Administração Pública como necessários ao 
desempenho de suas próprias atividades administrativas. 
 
- São Poderes Instrumentais utilizados como meios para satisfação 
do interesse público, enquanto dever da administração, sem os 
quais a mesma não atuaria, eles são inerentes à Administração 
Pública, nascem com ela (Poder-Dever). São Poderes Jurídicos, 
criados pelo Direito. 
 
PODER VINCULADO: competência vinculada expedir atos 
vinculados. 
 
- Hely Lopes: Poder que a ordem jurídica confere à Administração 
para expedir atos de sua competência, cujos elementos e requisitos 
já vêm previamente estabelecidos por Lei. Confere à Administração 
uma competência para expedir Atos Vinculados ou Regrados, no 
âmbito dos quais a Administração não goza de nenhuma liberdade 
administrativa, devendo expedi-los sem ponderações.- Obs.: Alguns autores (Maria Sylvia) negam a autonomia desse 
Poder, sob o argumento de que ele só impõe sujeições e limitações à 
Administração, que não terá liberdade na prática do ato. 
 
1. PODER DISCRICIONÁRIO: 
 
- A Ordem jurídica confere à Administração Pública, na expedição de 
determinados atos, a possibilidade de se valer do juízo de 
conveniência e oportunidade na escolha do Objeto e na avaliação 
dos Motivos do ato praticado. 
 
- Concede à Administração certo espaço, com possibilidade de 
ponderações e escolhas na prática do ato. Pode deliberar a respeito 
do Motivo e do Objeto do ato, quando a Lei deixar alguns dos 
elementos para prática de um ato para que a Administração atue de 
forma mais livre, com possibilidade de tomada de mais de uma 
decisão. 
 
 Competência Sempre decorrente de lei, ato vinculado. 
Finalidade Sempre vinculada. 
Forma Quando prescrita em Lei, será vinculada. 
Motivo e Objeto Elementos deixados à discricionariedade 
administrativa. 
 
- Entretanto, a Administração deve adotar, dentre os vários motivos 
e objetos possíveis, o mais benéfico. Nunca poderá escolher 
qualquer objeto ou motivo. É uma liberdade relativa, condicionada. 
 
- Obs.: O Judiciário pode fazer o controle de mérito, não de forma 
ampla, mas dentro do contexto dos princípios constitucionais. 
 
PODER DE POLÍCIA 
 
- Conceito Estrito: O Poder de Polícia é toda atividade administrativa 
exercida pelas entidades, órgãos e agentes da Administração Pública 
para limitar e condicionar o exercício das liberdades individuais e o 
uso, gozo e disposição da propriedade, visando adequá-los e 
conformá-los aos interesses públicos e bem-estar geral da 
coletividade. É um Poder de Polícia Administrativo. 
 
- É poder jurídico, mera atividade administrativa (Ex. interdição de 
fábrica poluente). 
 
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 Objeto do P. de Polícia: Um bem, direito ou atividade 
exercida pelo particular, serão limitados pelo Poder de polícia da 
Administração que, entretanto, não poderá abolir os direitos do 
administrados, apenas limita-los de modo que não ponham a 
coletividade em risco. 
 
 Motivo: Razão de fato ou de direito que ensejam a 
atuação do Estado. 
 
 Manifestação: É uma atividade administrativa 
manifestada através de atos com destinatários indeterminados, 
gerais ou abstratos, individuais ou concretos; de prevenção ou 
fiscalização. 
 
 Delegação: O Poder de Polícia pressupõe prerrogativas a 
particulares. Portanto, se um particular detivesse o Poder de Polícia 
haveria um desrespeito ao Princípio da Igualdade. Daí porque, a 
doutrina entende que esse Poder é indelegável aos particulares. 
Exceção: Capitães de navios e aeronaves; entidades da 
Administração indireta; agências reguladoras; concessionários, 
permissionários, delegatários, também o possuem, mas de forma 
mais restrita. Obs. Apenas quanto aos atos e atividades materiais 
que precedem (colocação de fotossensores) e que sucedem (a 
efetiva demolição de uma casa) o Poder de Polícia podem ser 
delegados. 
 
 Sanções: Devem vim previstas expressamente em Lei. As 
sanções prevêem o resultado útil do Poder de Polícia. Ex. 
Interdições, apreensões, demolições, multas. 
 
ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
CONCEITO DE ATOS DA ADMINISTRAÇÃO: 
 
- Atos jurídicos, ou não, por meio dos quais a Administração emite 
uma declaração de vontade para executar a lei aos casos concretos e 
fazer prevalecer o interesse público sobre os interesses particulares, 
no desempenho das suas atividades. 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS DA ADMINISTRAÇÃO (CELSO ANTÔNIO): 
 
 -Atos Jurídicos Regidos pelo Direito Privado: a Relação Jurídica é 
horizontal, há igualdade entre os contratantes (administração x 
particular), a administração não se vale da sua supremacia. 
 
Atos Materiais = FATO ADMINISTRATIVO. Não são atos jurídicos, 
apenas realizam, executam uma atividade do Estado. (Ex. construção 
de uma estrada, pavimentação). 
 
 - Atos Políticos ou de Governo: São de natureza jurídica, editados 
pelo Estado no exercício de função política de soberania. Ex. sanção 
do presidente a um projeto de lei. 
 
 - ATOS ADMINISTRATIVOS (espécie do gênero ‘Ato da 
Administração’). 
 
 Conceito: É um ato jurídico¹ por meio do qual o 
Estado, ou quem lhe faça as vezes², exprime uma declaração 
unilateral de vontade, no exercício de suas Prerrogativas Públicas, 
consistentes em providências jurídicas complementares da Lei³, a 
título de lhe dar execução, sujeitas ao controle de legitimidade pelo 
Judiciário, no desempenho de atividades essencialmente 
administrativas da gestão dos interesses coletivos. 
 
 Atributos e Qualidades dos Atos Administrativos: 
 
 Presunção de Legitimidade, juris tantum: o ato 
administrativo presume-se editado de acordo com as normas e 
princípios gerais de Direito. Decorre da Legalidade Ampla. O ato 
vigora enquanto não afastado. 
 
 Presunção de Veracidade, relativa: ao conteúdo 
do ato e aos fatos que o compõe, corresponde à verdade de fato  
Fé Pública. 
 
 Imperatividade: não é atributo de todo ato, e 
sim dos atos que encerram obrigações para os administrados. O 
administrado fica constituído em uma obrigação, ainda que contra 
sua vontade. Coercitividade dos atos administrativos, decorrentes da 
imperatividade: só poderá haver resistência judicial ao ato, 
enquanto isso não ocorrer, o particular estará a ele obrigado. Os 
atos negociais, que apenas permitem certas atividades ao 
administrado, não possuem esse atributo. 
 
 Exigibilidade: capacidade de exigir que a 
obrigação imposta ao administrado seja cumprida, sob pena de a 
administração se valer de meios indiretos de coação. Ex. Multa. 
 
 Auto-Executoriedade: Esse atributo tem que vir 
expresso em lei, salvo se não for possível outra solução no caso 
concreto. A administração se vale de meios direitos de coação para 
execução do ato. Ex. demolição de obra. 
 
 Elementos e Requisitos dos Atos Administrativos: A 
Doutrina Majoritária aponta cinco elementos, com base na Lei de 
Ação Popular 4717/65, art.2°, a falta de um dos requisitos torna o 
ato inválido (anulável, podendo ser sanado). Diogo Gasparini e Celso 
Antônio incluem mais dois elementos (conteúdo e causa). 
 
 Competência/Sujeito: Conjunto de atribuições 
definidas por Lei, conferida aos órgãos e agentes públicos para, em 
nome do Estado, exprimir a declaração de vontade do mesmo 
através dos atos administrativos. Decorre sempre da Lei, é sempre 
Vinculada, portanto, mesmo quando o ato é discricionário, sem o 
qual o ato é inválido. 
 
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 Finalidade: Ato que foge da sua Finalidade 
específica prevista em Lei, mesmo que atenda a uma outra 
finalidade benéfica ao interesse público, estará incorrendo em 
desvio de finalidade ou desvio de poder, e será Inválido. A Finalidade 
Específica de cada ato está sempre prevista em Lei, é sempre 
elemento vinculado, mesmo que ato seja discricionário. Ex. Ato de 
remoção, a finalidade específica é uma melhor prestação do serviço 
público. Obs Não pode existir ato administrativo Inominado. 
 
 Forma: É o revestimento do Ato Administrativo. 
É, em regra, escrito e no idioma nacional, a forma está prescrita em 
Lei, (requisito vinculado). Exceções à forma prescrita em Lei: quando 
a lei se omitir a respeito da forma, está será livre, poderá ser oral, 
através de gestos, placas (ex: sinais de trânsito). 
 
*Obs: diferencia-se de Formalidade  não é elemento de todo ato 
administrativo, é uma solenidade especialpara prática de 
determinados dos atos que a exigem. O não cumprimento da 
formalidade torna o ato irregular, já o vício de forma gera nulidade. 
Ex. Regulamento (o Decreto é ato administrativo que serve como 
formalidade para eficácia do regulamento). 
 
 Motivo: Razão de fato ou de direito que autoriza 
ou determina a prática do ato por parte da Administração (Ex. 
Demissão  o motivo é a razão que levou a Administração a 
praticar o ato). O motivo será elemento Vinculado quando o Ato for 
Vinculado; Será Discricionário quando o Ato assim o for (ocorre 
quando a lei não elenca o motivo, deixando que a administração o 
pondere). 
 
*Obs: Diferencia-se de Motivação (Princípio Constitucional, é a 
exigência da Administração em revelar, manifestar os motivos do 
ato) Teoria dos Motivos Determinantes: O motivo revelado pela 
Administração para a prática do ato deve ser seguido estritamente, 
sob pena de invalidade do ato. Os motivos determinam e 
condicionam a validade do ato. 
 
 Objeto/Conteúdo: É o próprio conteúdo, 
disposição jurídica do ato (o que o ato dispõe juridicamente). É a 
própria essência do ato, a própria administração vai escolher qual o 
seu objeto. É elemento discricionário, quando o ato for 
discricionário, ou vinculado, quando o ato assim o for. Ex. Remoção 
(o objeto é a própria remoção). 
 
a) Retirada do Ato anterior por outro ato posterior: 
 
A CASSAÇÃO: a ilegalidade é superveniente à edição do ato. 
 
BCADUCIDADE: incompatibilidade do ato anteriormente editado 
que antes não existia. 
 
CCONTRAPOSIÇÃO/DERRUBADA : Edição de novo ato contrário, 
(ex. demissão). 
 
DREVOGAÇÃO; Causa de extinção ou supressão do ato 
administrativo válido e de seus efeitos, por razões de conveniência e 
oportunidade. 
 
1. Sujeito Ativo da Revogação: Só a própria Administração, no 
âmbito de cada Poder da República. Não é possível a revogação 
judicial de um ato administrativo. Os outros Poderes poderão 
revogar seus próprios atos administrativos. Obs.: O Judiciário não 
poderá revogar ato administrativo no exercício de sua função típica, 
que é a função jurisdicional, já que não pode adentrar no mérito 
administrativo. 
 
2. Objeto da Revogação: Só o Ato Válido poderá ser revogado. 
Apesar de válido, o ato torna-se inconveniente à Administração. 
 
3. Fundamento: Existência de uma competência discricionária para 
rever a conveniência e oportunidade dos atos anteriormente 
editados. 
 
4. Limites (atos irrevogáveis são a exceção): 
 - Atos Vinculados são irrevogáveis: Ex. Revoga-se uma 
autorização, nunca uma licença. 
 - Atos que já Exauriram seus Efeitos (atos Consumados). 
 - Atos fontes de Direitos Adquiridos: Nem Emenda Constitucional 
pode revogá-los. Obs: STF: Não há Direito Adquiridos a Regime 
Jurídico. Súm. 473: Poder de Autotutela da Administração. A 
Administração pode revogar seus próprios atos, respeitado o dir. 
adquirido. 
 -Atos Meramente Enunciativos: Ex. Certidão Negativa de Débito. 
 
5. Motivos da Revogação: Juízo de Conveniência e Oportunidade. O 
ato deixa de ser conveniente e oportuno. 
 
6. Efeitos da Revogação: Ex-Nunc. Impede a produção dos efeitos 
futuros do ato, permanecendo os efeitos pretéritos. 
 
E INVALIDAÇÃO : vício na origem. 
 
1. Conceito: Causa de Extinção ou 
supressão de Ato Administrativo Inválido ou Viciado, por razões 
exclusivamente de Legalidade ou Legitimidade. 
 
2. Sujeito Ativo: Administração Pública 
(Poder de Auto-tutela, Controle Interno) e o Judiciário (controle 
externo judicial, quando provocado por terceiros). Só o Judiciário 
pode Invalidar atos de todos os Poderes. 
 
3. Objeto: Ato Viciado, Ilegal, contrário 
ao Direito. 
 
4. Motivos: Ilegalidade, Ilegitimidade 
do Ato. 
 
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5. Efeitos: Ex-Tunc para os atos que 
atinjam pessoas indeterminadas, para atos restritivos dos Direitos 
dos administrados. Para os terceiros de Boa-fé e para os Atos 
ampliativos dos Direitos do administrado: A Invalidação terá efeito 
Ex-Nunc. 
 
6. Prazo Decadencial: A Administração 
Pública tem 05 anos para declarar a Invalidação do Ato. Passados os 
05 anos, a Administração não poderá mais invalida-la  
Convalidação Temporal. Obs. Ação Judicial p/ Anulação de Ato 
Administrativo: Prazo Prescricional de 05 anos. 
 
7. Espécies de Invalidação (Lei 
9784/99, art.55): 
 
- Nulidade (atos nulos): 
 
• Não podem ser reeditados, 
não são convalidáveis; 
• Quando o Vício atingir a 
finalidade, o motivo ou o objeto, o ato será nulo, não convalidável, 
não reeditável. 
• Podem ser Convertidos: 
Mudança de categoria de um ato, quando sai de uma categoria na 
qual o ato era nulo, para uma outra onde o ato seja válido, também 
tem efeito retroativo. Diferencia-se de convalidar (reeditar o mesmo 
ato sem o vício que o contamina, com efeitos retroativos). 
• Pode haver conversão de 
atos nulos com vício de conteúdo e objeto. (Nomeação de servidor 
para cargo sem concurso público, pode ser convertido em nomeação 
para cargo de confiança). 
 
- Anulabilidade (Atos Anuláveis): 
 
• Podem ser convalidados, 
racionalmente reeditados. Obs. Doutrinadores defendem que, 
quando houver possibilidade de convalidação, a Administração está 
obrigada a Convalidar o ato, apesar de a Lei 9784/99 tratar a 
convalidação como faculdade da administração. 
• Quando houver vício na 
competência: desde que o ato seja ratificado pela autoridade 
competente, Confirmado, haverá a convalidação. 
• Quando houver vício na 
forma: reedita-se o ato com a forma prescrita em lei. 
• OBS. GERAL: Os ATOS 
INVÁLIDOS NÃO GERAM DIREITO ADQUIRIDO. 
 
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA 
 
11. Formas de Prestação da Atividade Administrativa: 
 
15.1- DESCONCENTRAÇÃO: Atividade distribuída dentro do próprio 
núcleo, da própria Pessoa Jurídica. Há Hierarquia, Subordinação. 
 
 Descentralização: 
 
 Por Outorga: O Poder Público transfere a titularidade 
mais a execução do serviço. Só pode ser feita através de lei e para as 
Pessoas Jurídicas de Direito Público da Administração Indireta. 
 
 Delegação: Transfere somente a execução do serviço, 
o Poder Público mantém a titularidade. Pode ser feita a qualquer um 
(Administração Direta, Indireta, particulares). Pode ser feita por: 
 
a) Lei (Legal): quando for para Pessoas 
Jurídicas de Direito Privado da Administração Indireta (Empresas 
Públicas, Sociedade de Economia Mista). 
 
b) Contrato (contratual): quando a delegação 
for para particulares (concessionárias, permissionárias, organizações 
sociais e todos que prestem atividade administrativa). 
 
15.2.1 - ÓRGÃO PÚBLICO: 
 
- Núcleo especializado de competências que servem para prestação 
de atividade administrativa. Não pode celebrar contrato. Não têm 
Personalidade Jurídica, por isso não tem aptidão para ser sujeito de 
direitos e obrigações. Mas pode ir a juízo, desde que preenchida 02 
condições (ir em busca de prerrogativas funcionais, sempre como 
sujeito ativo). Tem CNPJ. É possível a existência de órgão público na 
Administração direta e na indireta (Lei 9784/99). 
 
15.3- ADMINISTRAÇÃO INDIRETA: 
 
- Possuem Personalidade Jurídica Própria: tem aptidão para ser 
sujeito de direitos e obrigações, é responsável pelos próprios atos e 
os de seus agentes. Não existe relação de hierarquia entre 
Administração Direta e Indireta. 
 
- Patrimônio e Recursos Próprios, autonomia técnica, financeira 
(decide como vai aplicar o dinheiro), administrativa. Só não tem 
autonomia, nem capacidade legislativa. Obs. No máximo poderá 
regular, complementar, disciplinar o que está previsto em lei. 
 
 Formas de Controle: 
 
 Interno: feito pela própria entidade da 
Administração Indireta. Exterior: Poder Legislativo (CPI´s e TCU); Poder 
Judiciário; pelos cidadãos, através da Ação Popular; Pelo Poder 
Executivo (supervisão Ministerial, dirigentes escolhidos pelo 
Ministério, receitas e despesas fiscalizadas, finalidades 
predeterminadas). 
 
 AUTARQUIAS 
 
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 Conceito: Pessoa Jurídica de Direito Público que serve 
para prestação de atividades típicas do Estado, com autonomia 
administrativa, técnica e financeira, mas sem capacidade legislativa. 
São criadas e extintas por lei ordinária específica. 
 
 Finalidade vinculada à finalidade para a qual a Lei a 
criou. Não são criadas para visar o Lucro. 
 AUTARQUIAS DE REGIME ESPECIAL 
 
 Surgiram para conceituar as 
Universidades Públicas, que têm mais autonomia e liberdade. 
Reitor: Tem prazo certo de mandato, só sairá depois da expiração 
desse. São escolhidos por eleição. Não é cargo de livre nomeação, 
nem de livre exoneração. 
 OBS. Banco Central: É autarquia 
comum, mas seu Presidente é nomeado pelo Presidente após prévia 
aprovação do Senado. 
 
 AGÊNCIAS REGULADORAS 
(Espécie) 
 
1. Finalidade: Regular, 
Fiscalizar, Disciplinar, Normatizar determinadas atividades. Não é 
atividade nova, antes era exercida diretamente pelo Estado. 
 
2. Capacidade Legislativa: 
Não a tem, não podendo, de tal sorte, legislar. Têm o papel de 
complementar as leis, com normas técnicas específicas de sua 
atuação. 
 
3. Regime Especial: Têm 
mais autonomia, Liberdade normativa, liberdade econômica e 
financeira. 
 
4. Nomeação de 
Dirigentes: Presidente nomeia com prévia aprovação do Senado. É 
investidura ou nomeação especial, porque depende de prévia 
aprovação do Senado. 
 
5. Mandato com Prazo 
certo e determinado: A Lei de criação de cada Autarquia de regime 
especial irá determinar o prazo do mandato (máximo. de 04 anos). 
Obs. Já há Projeto de Lei querendo uniformizar o prazo: 04 anos 
para todas. 
 
6. Vedação (Quarentena): 
Quando o dirigente sai do cargo, deve ficar 04 meses ou 01 ano (a 
depender da lei da autarquia especial) sem poder atuar na área de 
atuação da Agência Reguladora. 
 AGÊNCIA EXECUTIVA: 
 
a) São Autarquias ou Fundações Públicas que 
precisam ser modernizadas, e para isso fazem um planejamento 
para reestruturação. 
 
b) Contrato de Gestão: Celebrado entra uma 
Autarquia ou Fundação Pública e o Poder Público. Serve para dar 
mais autonomia ou recurso público. Ex: Autarquia A  Contrato de 
gestão  Agencia Executiva A. 
 
c) O título de Agência Executiva é temporário, 
findo o contrato de gestão, o ente que se tornou agência executiva 
temporariamente voltará a ser autarquia ou fundação pública. Ex. de 
ag.executiva: INMETRO. 
 
d) Liberdade Específica (só para agências 
executivas): Art.24, par.único, Lei 8666/93: Dispensa de Licitação. 
Regra Geral: 
 
AValor de até 10% do Convite (até R$150.000, se obras ou 
serviços de engenharia; até R$80.000 para os outros serviços); 
 
Blicitação dispensada (R$15.000 ou R$8.000). 
 
e) Dispensa para as Agências Executivas: 20% 
do Valor do Convite, ou seja, quando o valor da licitação for até 
R$30.000 ou R$16.000, a agência executiva estará dispensada de 
licitação. Essa dispensa vale também para: Sociedades de Economia 
Mista, Empresas Públicas e Consórcios Públicos. Só vale para as 
Autarquias e fundações públicas, quando qualificadas como agência 
executiva. 
 
 FUNDAÇÃO PÚBLICA 
 
 São instituídas e constituídas pelo Poder Público, 
fazendo parte da Administração. Obs.: Quando forem constituídas 
pela iniciativa privada, não serão Fundação Pública. 
 
 FUNDAÇÃO PÚBLICA de DIREITO PÚBLICO: 
 
a) Natureza Jurídica: Regime de Dir. Público. É 
uma espécie de autarquia e faz parte da Fazenda Pública. Tem todos 
os privilégios e obrigações de uma autarquia. Obs. Quando o 
concurso falar de Fundação Pública, será a de Direito Público. 
 
 FUNDAÇÃO PÚBLICA de DIREITO PRIVADO (fundações 
governamentais) 
 
a) Natureza Jurídica: Regime de Direito 
Privado, derrogado parcialmente por algumas normas de 
dir.público. 
 
b) Foro Competente (foro privativo): Justiça 
Federal ou Vara da Fazenda Pública. 
 
c) Privilégio Processual: Não tem prazo 
especial, porque não faz parte da Fazenda Pública. 
 
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d) Tem sua Criação autorizada por Lei 
Ordinária; Lei Complementar deve determinar a finalidade das 
fundações públicas de dir.privado. 
 
e) OBS: Celso Antonio entende que não há 
essa divisão. Segundo ele, quando se fala em Fundação Pública, 
todas elas são de Direito Público. 
 
 EMPRESAS ESTATAIS  Empresas Públicas 
 Sociedade de Economia Mista 
 
 EMPRESAS PÚBLICAS: 
 
a) Pessoa Jurídica de Direito Privado; Podem 
prestar serviço público ou explorar atividade econômica; sua criação 
autorizada por lei. 
 
b) Têm capital exclusivamente público: Pode 
ser capital de vários entes da federação. Entretanto, não poderá 
haver capital de uma Sociedade de Economia Mista investido na 
Empresa Pública, do contrário ela perderá esse status. 
 
c) Tem livre Constituição: Pode ser 
constituída por qualquer atividade empresarial. 
 
d) Têm Foro Privativo: Justiça Federal ou Vara 
da Fazenda Pública. 
 
 SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA: 
 
a) Pessoa Jurídica de Direito Privado; Podem prestar serviço 
público ou explorar atividade econômica; Criação autorizada por lei. 
 
b) Têm Capital Misto: O Capital do Ente Público deve ser a 
maioria do capital votante. Devem ser constituídas, 
obrigatoriamente, como Sociedades Anônimas. 
 
c) Não têm foro privativo: São julgadas na Justiça Estadual. 
 
d) FINALIDADES: 
 
A Prestar Serviço Público: Quando forem prestadoras de serviço 
público, haverá prevalência do Dir.Público sobre o Dir.Privado. 
 
B Explorar Atividade Econômica: Quando forem exploradoras de 
atividade econômica, haverá prevalência do regime de Dir.Privado, 
com alguma influencia do Dir.Público. obs: Art.173, CF (Hipóteses 
em que o Estado pode Explorar Atividade Econômica): 
 
1. Quando for necessário aos imperativos da Segurança Nacional. 
 
2. Quando houver interesse coletivo, conforme o definido em lei. 
 
INTERVENÇÃO NA PROPRIEDADE 
 
16. Direito de Propriedade: 
 
 Só é atingido pelo Estado em caráter excepcional, 
quando previsto na Constituição Federal de 1988 ou em Lei, só aí 
será possível a intervenção do Estado na propriedade. Mas, de 
Regra, não há intervenção. 
 
 É o direito de gozar, dispor, usar, usufruir, reaver. 
Tem caráter: Absoluto, Perpétuo e Exclusivo. 
 
 Obs.:Na intervenção ora será atingido seu caráter 
perpétuo, ora o absoluto, ora o caráter exclusivo. Na intervenção do 
Estado o proprietário não perderá a propriedade, salvo na 
desapropriação, onde há a transferência da propriedade. 
 
17. Fundamentos para a Intervenção (motivos): 
 
 Supremacia do Interesse Público. Prática de 
ilegalidade, art.243 da CF: Desapropriação Expropriatória, 
Confiscatória, em virtude de plantação de psicotrópicos proibidos na 
propriedade. É uma pena. 
 
18. Poder de Polícia: 
 
 Maioria da Doutrina: Poder de Polícia está sempre 
presente na limitação administrativa. Alguns doutrinadores 
entendem que só na Desapropriação não está presente o Poder de 
Polícia. 
 
19. LIMITAÇÃO ADMINISTRATIVA: 
 
 Atuação geral e abstrata do Poder Público. O 
proprietário é indeterminado. Regra Geral: Não há indenização. 
 
 Finalidade: Busca do bem-estar social, que será 
buscado através do Poder de Polícia, quando a propriedadedo 
particular será restringida p/ satisfazer o interesse coletivo. Atinge o 
caráter absoluto da propriedade, já que restringe a liberdade do 
proprietário. 
 
 Efeitos: ‘Ex nunc’, para o futuro, não atingindo 
situações já formadas. 
 
20. SERVIDÃO ADMINISTRATIVA: 
 
 Utilização do patrimônio do particular pelo Estado 
para prestar serviço público. Regra: É individual, concreta e com 
proprietário determinado. 
 
 Relação de Dominação: O Serviço Público é o 
Dominante, e a propriedade do particular á o Serviente. Há a 
dominação do serviço público sobre um bem. 
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 Obs. # Da Servidão no Direito Civil, onde há a 
dominação de um bem sobre outro bem. 
 Indenização: Só se houver dano efetivo. 
 Obs. Jurisprudência: Fios de alta tensão impedem o 
exercício da propriedade, portanto não há servidão neste caso, e sim 
Desapropriação indireta. 
 
21. REQUISIÇÃO (Art.5º, Inc. XXV, Constituição Federal de 1988): 
 
 Ocorrerá quando há iminente perigo, o Poder Público 
poderá requisitar o patrimônio do particular pelo Tempo que for 
necessário, até que cesse o iminente perigo. Obs. É possível a 
requisição tanto em tempo de paz, como em tempo de guerra. 
 
 Indenização: Só se houver dano ao patrimônio do 
particular. Obs: Há a possibilidade de reintegração do patrimônio na 
via judicial, se o Poder Público não devolvê-lo. 
 
 Objeto: Pode recair sobre bens Móveis ou Imóveis. 
Atinge o caráter exclusivo da propriedade. Obs: Quando tratar-se de 
bens fungíveis, ainda que o dono deixe de ser dono, haverá 
requisição. Ex. Estado requisita roupas e frangos de uma fábrica. 
 
 Sempre que houver bens fungíveis, e tratar-se de 
iminente perigo, haverá requisição, e não desapropriação, já que o 
poder público pode devolver objetos iguais. 
 
22. OCUPAÇÃO TEMPORÁRIA: 
 
 Hipóteses mais comuns: 
 
 Uso do Patrimônio não edificado ao lado da obra 
pública para guardar os materiais da obra. 
 Para Evitar desapropriação desnecessária: quando o 
Poder Público ocupa o imóvel para pesquisa de minérios e 
arqueologia, em havendo minérios ou objetos arqueológicos o poder 
público desapropria a área. 
 
 Indenização: Se houver Dano  Indenização Ulterior. 
 
 Natureza Jurídica: Há divergência na doutrina. 
 
 Maria Sylvia: Ocupação prevista na Lei 8666/93, 
decorrente de Contrato Administrativo: Se o particular descumpre o 
contrato administrativo  Processo Administrativo  
Administração extingue o contrato, rescinde-o (ato administrativo). 
 
Durante o processo administrativo a Administração assume a 
prestação do serviço que era prestado pela empresa por contrato 
administrativo, utilizando-se dos bens da empresa que são 
necessários à prestação do serviço. Maria Sylvia entende que há 
ocupação temporária nestes casos. Ao final do Processo a 
Administração poderá devolver os bens à empresa, ou adquiri-los 
através da Reversão, com direito ou não à indenização. Não é 
desapropriação. 
 
 Para alguns doutrinadores não há ocupação 
temporária na situação trazida por Maria Sylvia, e sim, ocupação 
decorrente do contrato (cláusula exorbitante). Mesmo que não 
esteja no contrato, ainda assim, não será ocupação temporária. 
 
23. TOMBAMENTO (Decreto Lei 25/37): 
 
 Conservação do Patrimônio Histórico, Cultural, 
Artístico e Paisagístico. 
 
 Objeto  Tanto bens móveis, como os imóveis, 
inclusive os Bens Públicos. 
 
 O Tombamento atinge o Caráter Absoluto da 
Propriedade. 
 
 Há corrente minoritária, liderada por José dos S.C. 
Filho sustentando que só é possível haver tombamento de bem 
público quando guardada uma hierarquia, do mesmo modo que na 
desapropriação. Ex A união pode tombar bens dos Estados e 
Municípios, os Estados podem tombar bens dos Municípios. 
 
 Competência para Tombar: 
 
 Patrimônio de Interesse Nacional  União 
 Patrimônio de Interesse Regional  Estado 
 Patrimônio de Interesse Local  Município. 
 
 Obs. Pode haver tombamento de Bem da União por 
um Município, porque o que importa é o interesse, não a hierarquia, 
diferentemente da desapropriação. 
 
 Obs. Bem Público Tombado  Inalienabilidade 
Absoluta. Normalmente, os bens públicos são relativamente 
inalienáveis. 
 
 Obrigações Positivas do Patrimônio tombado: 
 
 Dever de Conservação do bem pelo Dono. 
 
 Obs. Se o dono não tiver condições econômicas de 
conservar o bem, deverá comunicar à entidade que o tombou para 
que ela tome as devidas providências. Toda e qualquer conservação 
tem que ter Autorização do Instituto próprio. 
 
 Obs. O proprietário que faz conservação sem 
autorização: destruição do patrimônio, crime do art.165 do CP. A 
União tem preferência na compra do imóvel tombado, se o 
particular quiser vendê-lo. 
 
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 Obs. Poderá haver tombamento total ou parcial: O 
Tombamento pode ser feito só da fachada do imóvel; quando o 
tombamento for sobre todo o imóvel, poderá ser hipótese de 
desapropriação indireta. 
 
 Obrigações Negativas: 
 
 Não danificar, Não destruir o patrimônio tombado; 
impossibilidade de retirá-lo do país, exceto por curto espaço de 
tempo. 
 
 O vizinho ao patrimônio tombado não pode colocar 
cartazes, ou qualquer outro instrumento que prejudica a visibilidade 
do patrimônio tombado. 
 
 Obrigação de tolerar, suportar a fiscalização. 
 
 Procedimento do Tombamento: 
 
 Tombamento Provisório: Enquanto estiver em 
andamento o procedimento administrativo de tombamento. Depois 
de julgado o processo, o tombamento tornar-se-á Definitivo. 
 
 Tombamento Voluntário: Acontece a pedido do 
proprietário. 
 
 Tombamento Compulsório: A Administração 
determina. 
 
 Obs. o Tombamento não depende do registro na 
escritura do imóvel, basta o registro no Livro do Tombo, depois 
disso ele será válido. Entretanto, se o Estado não registra o 
Tombamento na escritura do imóvel, não terá a preferência numa 
eventual venda do imóvel. 
 
 Indenização: O Tombamento, por si só, não gera 
direito à indenização. Poderá haver indenização dentro do 
Tombamento, se constituída uma obrigação de fazer, se houver 
dano. 
 
24. DESAPROPRIAÇÃO 
 
 Única forma de intervenção em que o Estado toma o 
direito de propriedade do antigo proprietário. 
 
 É forma de aquisição originária da propriedade, não 
há vínculo, nem relação jurídica com o antigo proprietário, a 
vontade dele não interessa. 
 
 Objeto  Bens Móveis e Imóveis, inclusive os Bens 
Públicos. Defeito no Objeto: Vício no Objeto. Ex. Município 
desapropria bem da União. 
 
 Regra Geral: Todos os bens podem ser 
desapropriados. Exceção: Vedada a Desapropriação aos Direitos da 
Personalidade. Direitos autorais, direito á imagem, alimentos, direito 
à vida, não podem ser desapropriados. 
 
 Competência Regra Geral - Todos os entes, a 
depender da órbita de interesse. Para Bens Públicos, respeita-se a 
hierarquia  União desapropria de Estados e Municípios; Estado 
desapropria dos Municípios. Obs. Defeito na competência: Vício na 
competência. 
 
9.1. DESAPROPRIAÇÃO COMUM ou ORDINÁRIA 
 
 Por Necessidade e Utilidade Pública (D.Lei 3365/41) 
 Rol taxativo. O Dec. Lei não distingue necessidade de utilidade 
pública, entretanto, a doutrina faz essa distinção: Necessidade há 
quando a situação exija urgência; Utilidade há quando não há 
urgência. 
 
 Por Interesse Social (Dec.Lei 4132/62) Rol 
Taxativo. 
 
 Obs  Art.5º, inc.XXIV da Constituição Federal de 
1988 justifica essas duas modalidades. Competência: Todos os entes podem, a depender da 
órbita de interesses. Obs. Não há vício de competência. 
 
 Indenização: Prévia, Justa e em Dinheiro. 
 
 Objeto: Qualquer bem pode ser objeto de 
Desapropriação Ordinária, exceto nos casos previstos no Dec.Lei. 
Obs. Só cai na via judicial em algumas circunstâncias. 
 
9.2. DESAPROPRIAÇÃO SANCIONATÓRIA 
 
 Tem natureza de penalidade, de sanção. 
 
 1ª Hipótese: Decorre do Descumprimento da Função 
Social da Propriedade: 
 
a) Reforma Agrária (LC 76/93 e Art.191 da 
CF): 
 
- Proprietário não cumpre função social da propriedade. Obs. O 
Poder Público pode fazer reforma agrária mesmo sem natureza de 
penalidade, c/ fundamento no interesse social. 
 
- Competência  Só a União. Neste caso pode haver vício de 
competência. 
 
- Objeto  Só sobre bens imóveis rurais. 
 
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- Indenização TDA´s (Títulos da Dívida Agrária, resgatáveis em até 
20 anos), indenizam a terra nua. As benfeitorias têm que ser pagas 
em dinheiro. 
 
-Vedação à Desapropriação Sancionatória  Propriedades 
pequenas ou médias, que seja a única do particular e que seja 
produtiva. 
 
b) Plano Diretor: Lei que organiza o 
Município, Lei 10257/01 (Estatuto da Cidade). 
 
- Quando há desobediência ao plano diretor, fere-se a função social 
da propriedade. 
 
- Competência Municípios e DF. 
 
- ObjetoBens Imóveis Urbanos. 
 
- Indenização TDP (títulos da dívida pública, resgatáveis em até 10 
anos). 
 
- Procedimento Notificação do proprietário, pela prefeitura, para 
que este proceda à edificação (01 ano para o projeto e mais 02 para 
a construção) ou ao parcelamento da propriedade. Se não edificada 
ou parcelada: IPTU com alíquota progressiva (até 15% por ano). Se 
não cumprir as obrigações  Desapropriação Sancionatória, 
aplicada em último caso. 
 
- Obs. Desapropriação instituída pelo CC/02, não diz respeito à 
Desapropriação do Direito Público. 
 
 2ª Hipótese: Desapropriação Expropriatória 
(confiscatória, expropriação). 
 
- Pode haver expropriação apenas da área onde houve plantação 
ilegal. 
 
- Hipóteses: 
 
a) Plantação de Psicotrópicos 
Proibidos. Destinará a área desapropriada para o assentamento de 
colonos. 
 
b) Outros bens de valor econômico que 
sejam utilizados para o tráfico. A Destinação do bem expropriado 
será para a implementação da investigação do crime ou ajuda às 
casas de recuperação de viciados. 
 
- Indenização: Não há. Daí ser chamada de expropriação, espécie de 
desapropriação sancionatória. 
- Competência: União. 
 
9.3. DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA: 
 
 Acontece quando o Poder Público não observa 
formalidades necessárias, simplesmente entra no Bem. Ex. servidão 
e tombamento disfarçados. É chamado de “esbulho administrativo”. 
 
 Ex. quando o particular nada mais pode fazer em sua 
propriedade. 
 
9.4. NOÇÕES COMUNS A TODAS AS MODALIDADES 
 
 Desapropriação é possível totalmente na via 
administrativa, o que não ocorrerá, apenas, se o particular não 
aceitar o valor da desapropriação ou se o proprietário for 
desconhecido. 
 
 PROCESSO ADMINISTRATIVO DA DESAPROPRIAÇÃO: 
 
a) Fase Declaratória: 
 
- Poder Público declara a desapropriação via Decreto Expropriatório 
emitido sempre pelo Chefe do Executivo. 
 
- Exceção Poder Legislativo: Através de Lei de Efeitos concretos, 
que é lei com cara de ato administrativo, já que produz efeitos 
concretos e individuais. O Legislativo pode declará-la, mas não a 
executa. 
 
- Obs. Concessionárias e Permissionárias também podem 
desapropriar, mas somente a partir da Fase Executiva, nunca na Fase 
Declaratória. 
 
b) Fase Executiva: 
 
- O Poder Público vai efetivamente entrar no Bem. 
 
- Condição para fase executiva para entrar no bem, o poder 
público deve pagar o valor. Se o particular não aceita o valor, 
necessária a via judicial. 
 
 - O que Deve Constar no Decreto Expropriatório: 
 
1. Demonstração do Interesse público na Desapropriação, 
determinada a sua Destinação (Ex. Escola, Hospital, Estrada). Obs. Se 
o Poder Público mudar a destinação da desapropriação, esse 
fenômeno é chamado de Tredestinação. Tal fato é possível, desde 
que se mantenha o interesse público. 
 
2. Descrição do Bem c/ todas as benfeitorias. Obs. Após o 
Dec. Expropriatório só serão indenizadas as benfeitorias necessárias 
e as úteis autorizadas. 
 
c) Prazo de Caducidade do Processo Administrativo: 
 
- Prazo de tolerância entre a declaração, em decreto expropriatório, 
e a execução da expropriação. 
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- Necessidade ou Utilidade Pública: 05 anos. Se neste período, o 
poder público não pagar a indenização e ainda não entrou no bem, 
só poderá repetir o Decreto expropriatório 01 ano depois. (período 
de carência). 
 
- Desapropriação por Interesse Social: 02 anos. Neste caso, não há a 
possibilidade de repetição do decreto expropriatório. 
 
d) Ação Judicial de Desapropriação: Só será 
obrigatória em 02 circunstancias: 
 
- Quando o proprietário é desconhecido, ou há dúvida quanto ao 
proprietário. 
 
- Quando o proprietário não está de acordo c/ o valor da 
indenização. 
 
- A Ação de desapropriação é de procedimento especial. Não pode 
discutir outra coisa senão o valor e eventuais nulidades do 
procedimento expropriatório. Qualquer outra discussão só será 
possível em ação própria. 
- Antecipação da Prova Pericial: Diferentemente do que ocorre nos 
outros procedimentos, onde a prova pericial não é feita no inicio do 
processo, na Ação de Desapropriação o juiz já determina a realização 
da perícia no início do processo. 
 
- Incidente de Imissão Provisória na Posse (diferente de imissão na 
posse)  É incidente na ação de desapropriação, que serve para 
antecipar a entrada do poder público no bem, antes do julgamento 
final da ação. 
 
- Requisitos para concessão da Imissão: 
 
1. Urgência da situação; 
2. Depósito do Valor da Indenização Valor estipulado pelo 
Poder Público. Obs. A Jurisprudência vem entendendo que se o valor 
depositado for irrisório, o juiz poderá determinar a complementação 
do valor. 
 
- O Proprietário poderá levantar até 80% do valor depositado pelo 
Poder Público. Ex. Imissão Provisória (01/01/04)----------------
Sent.Final (01/01/05) 
 100.000 depositados 
Decisão Judicial: 200.000 
 80.000 levantados pelo particular (+ 100.000) 
 
Obs. Em relação aos 100.000 que a decisão judicial estabeleceu a 
mais, esses serão cobrados da Administração por meio de 
precatório. 
 
- Juros CompensatóriosIncidirão sobre a diferença entre o valor 
levantado pelo particular e o valor determinado pela justiça 
(120.000), e durante o período entre 01/01/04 e 01/01/05. 
 
- Dec.Lei 3365/41, Art.15-A (objeto de ADIN): Determinou a 
suspensão da parte que determinava os juros compensatórios de até 
06%. Atualmente o valor dos juros compensatórios é de 12% ao ano. 
Essa ADIN fez valer novamente a Súmula 618 do STF, que 
determinava os juros compensatórios de 12% a partir do depósito 
até a sentença. 
 
- Juros Moratórios Art.15-B, Dec.Lei 3365/41: Para recompor 
perdas relativas ao atraso no pagamento. 
 
 
SERVIÇOS PÚBLICOS 
 
Uma das atividades Administrativas prestadas pelo Estado, ou por 
seus delegados, para satisfazer as necessidades, comodidades e 
meras conveniências dos administrados. 
 
- São aquelas atividades Administrativas de natureza pública, criadas 
por Lei, prestadas direta ou indiretamentepelo Estado, para atender 
concretamente as necessidades ou meras comodidades da 
coletividade e dos administrados, ou simples conveniências da 
própria Administração, sujeitas a um Regime Jurídico ora 
integralmente público, ora parcialmente público e parcialmente 
privado. 
 
- OBS. Excluem-se as Atividades Legislativas e Jurisdicionais. 
 
 Prestação do Serviço Público: 
 
Direta: O próprio Estado, através dos seus órgãos públicos, prestará 
o serviço público de forma centralizada. (Forma Desconcentrada: 
quando mais de 01 órgão presta o serviço. Forma Concentrada: se 
apenas 01 órgão o presta). 
 
Indireta (Descentralização): 
 
Outorga: por meio de Lei, é uma descentralização funcional 
(Autarquias, Fundações Públicas, Empresas Públicas e Sociedades de 
Economia Mista). 
 
Delegação: É feita contratualmente (Concessionárias, PPP´s e 
Permissão) ou por ato unilateral, precário e discricionário da 
Administração (Autorização e permissão, em alguns casos). 
 
Obs. Todas estas Prestadoras de Serviço Público (Pessoas Jurídicas 
de Dir. público e privado) responderão objetivamente perante atos 
lesivos que seus agentes causem a terceiros. 
 
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 
 
1. CONCEITO: 
 
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- É uma espécie de contrato, um vínculo jurídico em que os sujeitos 
ativo e passivo comprometem-se a uma prestação visando Criar, 
Extinguir ou Modificar Direitos na consecução do interesse público, 
seguindo o Regime Público. 
2. FORMALIDADES: 
 
a) Contrato Escrito. Exceção Poderá ser verbal 
quando a lei autorizar. Art.60, Lei 8666/93 (Contratos Verbais): 
 
 Contratos com valor até 4 mil reais. 
 Contrato de pronta entrega. 
 Contrato de pronto pagam. 
 
b) Licitação Prévia/ Procedimento (art.26): 
 
- Se a licitação for inexigível ou dispensada será necessário utilizar-se 
do procedimento do art.26. 
 
- O Instrumento do contrato será Obrigatório quando o valor for o 
da Tomada ou da Concorrência, mesmo que seja caso de dispensa 
ou inexigibilidade. 
- Poderá o Instrumento de Contrato ser Facultativo quando o valor 
for correspondente a Convite e quando for possível realiza-lo de 
outra maneira. 
 
c) Forma do Ato Administrativo. 
 
- Segundo a doutrina moderna, a forma do ato administrativo é 
vinculada; Podendo ser discricionária, se a Lei Autorizar. 
 
d) Publicação (art.61, § único): 
 
- É Feita com o resumo, com o extrato do contrato. A Publicação não 
pode ultrapassar o prazo de 20 dias ou até o 5º dia do mês 
subseqüente à assinatura do contrato (o que acontecer primeiro). 
 
- É Condição de Eficácia do Contrato, ou seja, antes da publicação o 
contrato já é válido, mas é ineficaz, não produz efeitos. 
 
3. CLÁUSULAS DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS: 
 
a) Cláusulas Necessárias: Quando ausentes  
Contrato Nulo, Ilegal. 
 
 Garantia (art.55 e 56 da Lei 8.666/93) 
 
- A Administração deve exigir a garantia, em virtude da 
indisponibilidade do interesse público. 
 
- É o contratado que deve decidir qual será a forma da garantia, 
dentro das alternativas elencadas pela lei: Títulos da dívida pública; 
Caução em dinheiro; Seguro-Garantia (contrato de garantia de outro 
contrato); Fiança Bancária (garantia fidejussória). 
 
- Valor da Garantia: Até 05% do valor do contrato. Até 10% quando 
o contrato for de grande vulto, alta complexidade e causar riscos 
financeiros à Administração. 
 
 Duração do Contrato Administrativo 
(art.57 da Lei 8.666/93): 
 
- Prazo sempre determinado (art.57, §3º). A duração máxima será 
compatível com a disponibilidade do crédito orçamentário: 12 
meses (lei orçamentária anual). 
 
- Exceções (prazo maior que 12 meses): 
 
I) Quando o objeto do contrato 
estiver previsto no Plano Plurianual (PPP, art.166, CF): Prazo 
máximo do contrato administrativo será de 04 anos. 
I) Prestação Contínua: Se em 
razão do prazo o preço for melhor, nos casos de prestação contínua, 
o prazo máximo do contrato será de 60 meses. 
 
- Obs. Art.57 Admite-se uma prorrogação (60 meses + 60 meses) 
em caráter excepcional, mediante fundamentação e autorização da 
autoridade superior. 
 
II) Aluguel de equipamentos e 
programas de informática: Prazo máximo de 48 meses. 
 
III) Contratos de Concessão ou 
Permissão de Serviço Público: Podem ter prazos diferenciados, de 
acordo com a lei que cuidar do serviço delegado, a lei que cuida do 
serviço dará o prazo máximo do contrato de concessão ou 
permissão. 
 
b) CLÁUSULAS EXORBITANTES (Art.58): 
 
 - Desigualdade entre as partes no contrato, que é válida no contrato 
administrativo. 
 
 Alteração Unilateral do Contrato 
(art.65): 
 
- Se a alteração é feita bilateralmente, não há cláusula exorbitante. 
Só a administração pode alterar unilateralmente o contrato. 
 Extinção Unilateral do Contrato: 
 
- Se quem quer extinguir o contrato é o contratado, só poderá fazê-
lo na via judicial, se a Administração não aceitar extinguir 
administrativamente. 
 
 01ª Hipótese: Conclusão do Objeto 
 
 02ª Hipótese: Advento do Termo Final do contrato (prazo final) 
 
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 03ª Hipótese: Rescisão 
 
I) Consenso entre as Partes: 
Rescisão Amigável. 
II) Revisão Administrativa: A 
administração rescinde unilateralmente o contrato, extinguindo-o. 
Hipóteses: 
 
• Razões de Interesse Público: 
Necessidade de Indenização para o particular. 
 
• Descumprimento de Cláusula 
Contratual: O Contratado deverá indenizar a administração. 
 
• Rescisão Judicial. 
 
 04ª Hipótese: Extinção de Pleno de Direito: Por circunstancias 
alheias à vontade. Ex. falência. 
 
05ª Hipótese: Anulação: O contrato já nasce ilegal. 
 
c) Fiscalização do Contrato Administrativo: 
 
- A administração pode até intervir na empresa em situações 
excepcionais. 
 
d) Aplicação de Penalidades pela Inadimplência de 
Contratado (art.87, Lei 8.666): 
 
I) Advertência; 
II) Multa; 
III) Suspensão do Direito de 
Contratar com Poder Público, por, no máximo, 02 anos; 
 
- Obs. No caso de suspensão o contratado estará impedido de 
contratar apenas com o Ente que aplicou a penalidade. 
 
- Obs. Para aplicação de uma dessas 03 penalidades será feita de 
forma discricionária pelo administrador, não há um rol de hipóteses 
para aplicação de cada uma dessas penalidades. 
 
IV) Declaração de Inidoneidade da 
Empresa pelo prazo máximo de 02 anos: A Empresa deixa de ser 
idônea e fica impedida de contratar com todos os entes da 
administração. Diferencia-se da Suspensão, que é restrita ao ente 
com o qual a contratada fez o contrato. 
 
- Obs. Para empresa voltar a ser idônea tem que ser reabilitada, para 
que isso ocorra devem ser preenchidos alguns requisitos: Passar o 
prazo da declaração de inidoneidade; A contratada deve indenizar os 
prejuízos causados à administração (requisitos cumulativos). 
 
-Obs. Para aplicação da penalidade de declaração de inidoneidade 
da empresa, o contratado deve ter praticado conduta que seja 
tipificada também como crime. 
 
 
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO 
 
CONCEITO: 
 
- Obrigação que tem o Estado de reparar os danos causados a 
terceiros em razão de comportamentos lícitos e ilícitos ou atividades 
materiais. 
 
2.0 - EVOLUÇÃO HISTÓRICA: 
 
2.1 Teoria da Irresponsabilidade do Estado (“The King can do not 
wrong”) 
 
2.2 Teoria da Responsabilidade de Direito Privado: 
 
- O Estado respondia desde que se demonstrasse a culpa 
individualizada do seu agente, ou seja, a Responsabilidadedo Estado 
era idêntica à Responsabilidade do Direito Privado. 
 
2.3  Teoria da Responsabilidade de Direito Público: 
 
- Surge com o caso “Blanc”, na França, no fim de século 19. 
 
A) Teoria da Culpa Administrativa, ou Culpa do Serviço ou Culpa 
Anônima: 
 
- Pregava uma Responsabilidade Subjetiva distinta da 
Responsabilidade subjetiva do Direito Privado, na medida em que 
exigia que se provasse uma Culpa Especial do Estado, e não mais 
uma culpa individualizada do seu agente, a culpa não era mais 
atribuída ao agente pública, e sim uma culpa relacionada ao serviço, 
que seria a Culpa Administrativa, Anônima. 
 
Paul Duez: Haverá Culpa Administrativa quando (“Faute du 
Service”): 
 
 O serviço não funcionou. 
 O Serviço funcionou mal. 
 O Serviço funcionou de forma retardada, 
não célere. 
 
B) Teoria do Risco Administrativo: 
 
- A Atividade do Estado, potencialmente, pode produzir riscos aos 
administrados. Obs. A Teoria da Culpa Administrativa defende que 
só haveria responsabilidade por atos ilícitos praticados pelo Estado. 
 
- Haveria, então, uma Responsabilidade Objetiva, lastreada apenas 
em um nexo de causalidade entre a atuação do Estado e o dano 
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ocorrido, sem a necessidade do elemento culpa, mesmo que o dano 
seja produzido por Atividade Lícita do Estado. 
 
2.4Responsabilidade do Estado no Brasil: 
 
- Constituição de 1824 No Brasil a Teoria da Irresponsabilidade do 
Estado nunca foi adotada. A Constituição de 1824 adotou a Teoria 
da Culpa Administrativa, na qual a Responsabilidade do Estado só 
existiria quando prova a culpa deste. 
 
- Constituição de 1946  consagra-se a Teoria do Risco 
Administrativo, com a Responsabilidade Objetiva do Estado. 
 
- Constituição Federal de 1988  Adotou as duas teorias, a do Risco 
Administrativo e a da Culpa Administrativa. 
 
3.0-Responsabilidade do Estado por Atos Comissivos: 
 
3.1 Teoria do Risco Administrativo: 
 
- O Estado sempre responderá objetivamente por seus atos 
comissivos, lícitos ou ilícitos, jurídicos ou materiais. 
 
- Comportamento Lícito: 
 
 Jurídico: Produzido em razão de atividade jurídica do 
Estado. Ex. Decreto expedido por chefe do executivo; 
 
 Material: Produzido em razão de atividade material 
do Estado. 
 
- Comportamento Ilícito: 
 
 Jurídico: Ex. Auto de apreensão de mercadoria sem as 
formalidades legais. 
 
 Material: Ex. Tortura de um preso por um agente 
carcerário. 
 
4.0- Responsabilidade do Estado por suas Omissões: 
 
- STF A Responsabilidade do Estado é Subjetiva, fundada na Teoria 
da Culpa Administrativa. 
 
Responsabilidade objetiva pelas situações em que há CUSTÓDIA. 
 
LEI N. 8.112/90 - REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES 
PÚBLICOS CIVIS DA UNIÃO, DAS AUTARQUIAS E DAS FUNDAÇÕES 
PÚBLICAS FEDERAIS 
 
1) Regime jurídico dos servidores públicos 
 
1.1) Histórico 
 
 Antes de 1988 havia a coexistência de 
regimes. Em uma mesma repartição pública havia pessoas 
submetidas a regimes jurídicos diferentes. Existiam ainda os 
denominados “extranumerários” (sem regime). 
 O art. 39 da CF/1988, com redação original, 
passou a prever um regime jurídico funcional único para a 
Administração Pública direta, autárquica e fundacional. A CF/1988 
não obrigava o estabelecimento de regime jurídico estatutário ou 
celetista. Era necessário apenas que o regime funcional fosse único. 
Estava eliminado o problema da coexistência de regimes jurídicos 
funcionais. 
 Em 1998, a EC 19/1998, dentre outras coisas, 
alterou a redação da cabeça do art. 39. A partir de então, a regra 
que obrigava o regime jurídico único foi extraída do texto 
constitucional. Os entes federados puderam, desde então, a 
instituírem mais de um regime funcional. Colocava-se fim à 
obrigatoriedade do regime jurídico único. A lei 9.986/2000 foi o 
primeiro ato normativo a tentar criar um quadro de empregos 
públicos (autarquias especiais). 
 Pela medida cautelar deferida na ADI 2.135, a 
eficácia original do caput do art. 39 foi restaurada. A regra da EC 
19/1998, que deu nova redação ao art. 39, padeceria de uma 
inconstitucionalidade formal, por afronta ao sistema bicameral. A 
essa decisão foi conferida eficácia ex nunc. 
 Hoje, vigora a obrigatoriedade de regime 
jurídico único, salvo as exceções contempladas na própria 
Constituição. 
 
1.2) Introdução (Lei 8.112/90) 
 
 Artigos 2º e 3º: Servidor é quem ocupa cargo 
público. E cargo público é o conjunto de atribuições entregues a um 
servidor? Em âmbito federal o servidor público, em âmbito federal, é 
o ocupante de cargo público. 
 Art. 3º, parágrafo único: 
 Os cargos públicos são acessíveis a todos os 
brasileiros (regra de acessibilidade). A Constituição não permite a 
diferenciação entre brasileiros natos e naturalizados, salvo as 
exceções expressamente nela previstas (art. 13, parágrafo 3º, da 
CF/1988). 
 O art. 37, I, da CF/1988: ... assim como aos 
estrangeiros, na forma da lei. O texto original da CF não admitia a 
ocupação, por estrangeiro, de cargo, emprego ou função. Essa regra 
acabou sendo excepcionada em 1996, antes do advento da EC 
19/1998, pelo art. 207, parágrafo 1º, da CF/1988 (EC 11/1996), 
permitia a admissão de estrangeiros nas entidades de ensino 
federais. Em 1998 essa regra foi estendida a outros cargos, na forma 
da lei. Na forma da lei, segundo o STJ, significa dizer que o 
dispositivo constitucional tem eficácia limitada (RMS/STJ 16.923). 
 Os cargos “são criados por lei”. A criação de 
cargos públicos gera repercussão de ordem orçamentária. Em geral, 
pelo princípio do paralelismo de formas, um ato somente pode ser 
extinto por outro da mesma natureza. Todavia, por decreto, poderá 
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o Presidente da República extinguir funções ou cargos, quando 
vagos (art. 84, VI, “b”), se provido, por lei (art. 84, XXV). 
 “... vencimento pago pelos cofres públicos 
...”. É do conceito de cargo a sua remuneração. O trabalho gratuito 
no âmbito da Administração Pública é permitido, nos termos da lei 
(art. 4º), e.g., Lei 9.608/1998. 
 “... para provimento em caráter efetivo ou 
em comissão”. Em ambos os casos o servidor é estatutário. 
 
 
 
 
1.4) Requisitos para a investidura em cargo público (art. 5º) 
 
 Parágrafo 1º: as atribuições do cargo podem 
justificar a exigência de outros requisitos. Para isso deve esse 
requisito estar previsto em lei (aspecto formal). Súmula 686 do STF: 
só por lei se pode sujeitar ao exame psicotécnico a habilitação de 
candidato a cargo público. Além disso, deve-se observar o requisito 
teleológico, ou seja, a exigência deve guardar compatibilidade lógica 
com as atribuições do cargo (aspecto material). Súmula 683 do STF: 
o limite de idade para a inscrição e concurso público só é legítima 
quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo 
a ser preenchido. 
 
1.5) Provimento e vacância 
 
1.5.1 Formas de provimento (art. 8º) 
 
 Provimento é o preenchimento do cargo. 
 Forma originária de provimento: nomeação. 
 Forma derivada de provimento: promoção, 
readaptação, reversão, reaproveitamento, reintegração e 
recondução. 
 A ascensão e a transferência são 
inconstitucionais. 
 Súmula 685. 
 
 A) Nomeação 
 
 São fases do provimento: 
 
a.1) Concurso 
 
 Para cargos públicos efetivos o concurso será 
sempre de provas ou de provas e títulos, nunca só de títulos. 
 Existe algum direito decorrente da aprovação 
em concurso? 
 Classicamente, é difundida a idéia de que a 
aprovaçãoem concurso gera apenas expectativa de direito. Todavia, 
há decisões proferidas tanto pelo STF como pelo STJ em sentido 
diferente. Esses precedentes reconhecem o direito à nomeação até 
o número de vagas previstas no edital, ou seja, o anúncio de vagas 
gera o direito subjetivo de nomeação dos aprovados (STF/RMS 
23.657). A praxe administrativa do “cadastro de reservas” surgiu 
para contornar essa imposição. 
 Pacífico é que a aprovação do candidato dá a 
ele o direito de ver assegurada a ordem classificatória da aprovação 
(súmula 15 do STF). A súmula 15 combate o que o professor chama 
de preterição direta (alguém da mesma lista). O STJ decidiu que o 
candidato aprovado prefere a outra pessoa contratada 
emergencialmente ou nomeada em caráter precário (STJ/RMS 
18.105). O professor considera esse entendimento uma forma de se 
evitar a preterição indireta. 
 
a.2) Nomeação 
 
 É considerada forma originária de 
provimento. 
 O provimento se dá com a nomeação e a 
investidura com a posse (artigos 7º e 8º). Uma vez nomeado o 
candidato para o cargo X, este, desde já será considerado provido, 
ou seja, preenchido, dentro do prazo de que dispõe o nomeado para 
tomar posse. 
 O candidato uma vez nomeado terá direito à 
posse (súmula 16 do STF); 
 
a.3) Posse 
 
 O candidato terá o prazo improrrogável de 30 
dias para a sua posse, momento em que se tornará servidor, 
assumindo os direitos e deveres inerentes ao cargo, sendo, nesse 
momento, que se dá a investidura; 
 
a.4) Exercício 
 
 O servidor terá o prazo de 15 dias para entrar 
no exercício do cargo. 
 A inobservância do prazo de 30 para a posse 
torna sem efeito o ato de nomeação (art. 13). O candidato não será 
exonerado porque ainda não é considerado servidor. 
 Se o servidor não entrar em exercício no 
prazo de 15 dias o servidor será exonerado. 
 
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Estabilidade 
 
 Conceito: é uma garantia dos servidores 
públicos que significa limites ao seu desligamento. O estável 
somente perderá o cargo, se não for por vontade própria, em quatro 
situações (art. 41, parágrafo 1º, da CF/1988): 
 ◊ em virtude de sentença judicial transitada 
em julgado (decisão judicial que concretize regra que preveja essa 
possibilidade, e.g., art. 92 do CP, ato de improbidade etc.). Deve o 
comando de desligamento estar contido no dispositivo da sentença. 
A doutrina aponta como exceção a essa regra o caso art. 1º, 
parágrafo 5º da Lei 9.455/96 (lei de tortura); 
 ◊ mediante processo administrativo em que 
lhe seja assegurada a ampla defesa; 
 ◊ mediante procedimento de avaliação 
periódica de desempenho, na forma de lei complementar, 
assegurada a ampla defesa (essa lei complementar ainda não 
existe); 
 ◊ art. 169, parágrafo 4º: para adequação a 
patamar inferior ao limite prudencial para gastos com pessoal. 
 
Requisitos: 
 ◊ quem ocupar um cargo efetivo tendo nele 
ingresso por concurso público. Essa advertência é relevante para 
evitar que aquele que ingresse em cargo efeito sem concurso 
público obtenha a estabilidade; 
 ◊ prazo: 03 anos; 
 ◊ a partir de 1998 surge, em nível 
constitucional, um requisito novo, que é o estágio probatório. Antes 
de 1998 os requisitos eram os seguintes: 02 anos (requisito na CF) e 
estágio probatório (requisito infralegal). Antes de 1998, a ausência 
da avaliação não impedia a aquisição da estabilidade, pois não ser 
avaliado era considerado ser aprovado no estágio probatório 
(aprovação tácita). A partir de 1998 a avaliação tornou-se 
obrigatória. Enquanto não avaliado o servidor não adquire a 
estabilidade. A lei 8.112/90 foi alterada pela MP 431, de 14 de maio 
de 2008. Esse normativo deu nova redação ao art. 20 para fixar o 
prazo de 36 meses para a duração do estágio de probatório. 
Adaptou-se a lei à nova realidade constitucional. 
 
29/08/2008______________________________________________ 
 
Vitaliciedade 
 
 Conceito: é um limite ao desligamento do 
servidor público. O vitalício apenas pode perder o cargo por 
sentença judicial transitada em julgado, resultante de um processo 
especialmente intentado para fim de desligá-lo. Prazo: 02 anos, a 
exceção de alguns cargos, e.g., desembargador, conselheiros de 
tribunal de contas etc. 
 
B) Readaptação (art. 24) 
 
 Pode um servidor exercer um cargo sem 
estar nele definitivamente investido? Sim. Servidor que exerce as 
funções em caráter excedente inerentes a cargo para o qual deveria 
ser readaptado, mas que não se encontra vago (art. 24, parágrafo 
2º-A). 
 
C) Reversão 
 
 Trata-se da reversão da aposentadoria do 
servidor inativo, que retorna à atividade. 
 Existem dois casos de reversão: 
 - Art. 25, I: retorno do servidor aposentado 
por invalidez permanente pela cessação da causa da aposentação; 
 - Art. 25, II: retorno do servidor aposentado 
voluntariamente no interesse da administração (requisitos: 
aposentação voluntária, estabilidade quando na atividade, 
aposentadoria ocorrida há menos de 05 anos, existência de cargo 
vago). 
 
D) Reintegração (art. 28) 
 Retorno do servidor público ao cargo de 
origem decorrente da anulação da sua demissão. 
 O servidor reintegrado tem direito à 
indenização decorrente do período em que permaneceu sem 
receber vencimento. O servidor retorna da condição funcional como 
se nunca tivesse saído, e.g., gozando, inclusive, de promoções. 
 Art. 41, parágrafo 2º, da CF/1988. 
 
E) Recondução 
 
 É o retorno do servidor estável ao cargo 
anteriormente ocupado decorrente: da inabilitação em estágio 
probatório relativo a outro cargo; reintegração do anterior 
ocupante. 
 Observação: o STF e o STJ já reconheceram a 
figura da recondução voluntária (STF/MS 24.543 e MS 22.933 e STJ/ 
MS 8.339). Recondução voluntária é a possibilidade de o servidor 
retornar ao seu cargo de origem no qual já era estável até que seja 
estabilizado em outro cargo. 
 
F) Aproveitamento 
 
 O aproveitamento sempre vem junto da 
disponibilidade. O modo de provimento é o aproveitamento. O não 
estável, com a extinção do cargo, deixa de ser servidor público. O 
estável será colocado em disponibilidade, com direito à 
remuneração proporcional ao tempo de serviço, até que sejam 
aproveitados. Ou seja, extinto o cargo os servidores estáveis serão 
colocados em disponibilidade, com proventos proporcionais, até que 
a Administração Pública encontre um outro cargo de atribuições e 
vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado para que 
tais servidores sejam aproveitados. 
 
1.5.2 Formas de vacância 
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A) Exoneração 
 
Desligamento não-punitivo. 
 
B) Demissão 
 
Desligamento punitivo. 
 
C) Promoção e readaptação 
 
São formas simultâneas de provimento e vacância. 
 
D) Aposentadoria e falecimento 
 
Formas naturais de vacância. 
 
E) Posse em outro cargo inacumulável 
 
Para se ocupar outro cargo o servidor deve pedir a vacância no cargo 
anteriormente ocupado na forma do art. 33, VIII (e não exoneração) 
para preservar o seu direito de se reconduzir ao cargo caso seja 
reprovado no estágio probatório no novo cargo. 
 
1.6) Sistema remuneratório 
 
Como contraprestação pelo trabalho que presta à Administração 
Pública o servidor recebe, em regra, remuneração. Esta é composta 
pelo vencimento e pelas vantagens pecuniárias. 
Os agentes políticos percebem subsídio. O subsídio é pago em 
parcela única. 
 
1.6) Regime disciplinar 
 
O regime disciplinar cuida de regras de comportamento do servidor 
público bem como das penas decorrentes dasua inobservância. 
 
1.6.1 Deveres dos servidores públicos (art. 116) 
 
1.6.2 Proibições (art. 117) 
 
1.6.3 Acumulações indevidas de cargos, empregos ou funções 
públicas (art. 118) 
 
Art. 37, XVI e XVII, da CF/1988: 
a) Regra geral: não é possível a acumulação de cargos, empregos ou 
funções públicas. 
 b)Exceções: 
◊dois cargos de professores; 
◊1 cargo de professor com 1 cargo técnico (que exige um curso 
superior qualquer) ou científico (aquele que exige um curso superior 
específico); 
◊dois cargos da área da saúde com profissão regulamentada; 
◊a Constituição Federal traz mais uma hipótese no art. 38, III que 
cuida do caso de servidor investido no cargo eletivo de Vereador. 
 Para que a acumulação seja possível faz-se 
necessária a observância de duas condições: 
◊limite do teto ou subteto remuneratório definido na CF/1988; 
◊compatibilidade de horários; 
◊a jornada semanal total não pode extrapolar 60 horas. 
 
Questões 
 i) Pode um servidor público acumular um 
emprego privado? 
 Em tese pode, pois não há uma regra geral 
que proíba o servidor público de exercer função de natureza privada. 
Todavia, há preceitos que criam restrições, e.g., proibição de exercer 
cargo de gerência, proibição de prática de atos de comércio etc. O 
art. 117, XVIII diz que ao servidor é proibido o exercício de cargos 
incompatíveis com o exercício do cargo ou função e com o horário 
de trabalho. As proibições podem estar na lei que regulamenta o 
regime do servidor ou na lei que regulamenta a profissão de 
natureza privada, e.g., estatuto da OAB. 
 ii) Um servidor aposentado pode cumular os 
seus proventos com a remuneração de um cargo, emprego ou função 
pública? 
 Até 1996 a interpretação do STF era a de que 
não havia restrições. A EC 20/1998 deu nova redação ao art. 37, 
parágrafo 10º. 
 A regra que o servidor aposentado não pode 
acumular proventos com a remuneração de cargo, emprego ou 
função pública. 
 Excepcionalmente, o servidor aposentado 
poderá acumular o seu provento com a remuneração de um cargo 
em comissão, com o subsídio de um mandato eletivo ou com a 
remuneração de um cargo que seja acumulável com o que era 
ocupado quando em atividade estava o servidor aposentado. 
 iii) Pode o servidor cumular duas 
aposentadorias do regime próprio de previdência (art. 40) 
 Em regra não. 
 Excepcionalmente poderá haver a 
cumulação, desde que observado teto remuneratório, dos proventos 
decorrentes de cargos acumuláveis na atividade. 
 
1.6.4 Responsabilidade do servidor público (art. 125) 
 
 As sanções civis, penais e administrativas 
poderão cumular-se entre si (incomunicabilidade das instâncias). 
 A regra geral é que o resultado de um 
processo em uma instância não repercute no resultado de outro de 
instância diversa. A exceção vem prevista no art. 126 do estatuto. 
 
I) Penas administrativas aplicáveis aos servidores públicos (art. 127) 
 
i) Advertência (art. 129) 
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 É um ato praticado por escrito que acaba 
restando registrado no assento funcional do servidor. 
 A advertência será aplicada no caso de 
violação das proibições constantes do art. 117, I a VIII e XIX ou de 
inobservância dos deveres funcionais previstos no art. 116. 
ii) Suspensão (art. 130) 
 Pelo período de até 90 dias o servidor será 
afastado de suas atribuições com total prejuízo da sua condição 
funcional (sem remuneração, sem contar tempo de serviço etc.). 
 A suspensão poderá ser convertida em multa 
(art. 130, parágrafo 2º), ou seja, no período da punição o servidor 
receberá apenas 50% da sua remuneração. 
 Casos que justificam a aplicação da pena de 
suspensão: 
 - Reincidência de falta já punida com a 
advertência; 
 - Violação dos deveres funcionais 
contemplados no art. 117, XVII e XVIII. 
 
Observações: 
 a) A advertência e a suspensão são penas que 
não implicar o rompimento do vínculo do servidor com a 
Administração Pública. 
 b) O art. 131 traz a possibilidade de 
reabilitação administrativa (decurso de 3 anos para a advertência e 5 
anos para a suspensão). 
 
iii) Demissão (art. 136) 
 É o desligamento do servidor. Além de a 
demissão ocasionar o desligamento do servidor, outros efeitos são 
previstos pela lei, e.g., indisponibilidade de bens e o ressarcimento 
ao erário. 
 A demissão incompatibiliza o servidor para 
nova investidura em caro público federal pelo prazo de 5 anos (art. 
137). 
 Não poderão o ex-servidor retornar ao 
serviço público por violação ao art. 132, I, IV, VIII, X e XI. Parcela da 
doutrina entende que essa regra seria inconstitucional, pois a 
CF/1988 veda a aplicação de pena de caráter perpétuo (debate 
orbter dictium em julgamento no STF). Não há posicionamento 
firmado no STF. 
 Casos (art. 132): 
 - Ter o agente cometido crime contra a 
Administração Pública. A Administração Pública pode demitir o 
servidor pela prática de crime contra a Administração Pública 
mesmo antes do trânsito em julgado da sentença penal 
condenatória. O STF usa o argumento da independência das 
instâncias, embora tenha, por algum tempo, oscilado no seu 
posicionamento. 
 - Abandono de cargo (ausência intencional 
por mais de 30 dias, nos termos do art. 138). 
 - Inassiduidade habitual (faltar ao serviço 
injustificadamente pelo prazo de 60 interpoladamente nos últimos 
12 meses). 
 - Improbidade administrativa. O STF, ao 
julgar o RMS 24.699 [ler a primeira parte desse julgado sobre 
diferença entre discricionariedade administrativa e conceito jurídico 
indeterminado], disse que o servidor não pode ser demitido sem que 
haja sentença em processo judicial que o tenha condenado pela 
prática de ato de improbidade (incongruência com o caso de crime 
contra a AP). 
iv) Cassação de aposentadoria e disponibilidade 
 É a ruptura do vínculo pecuniário que o 
servidor aposentado ou em disponibilidade tem com a AP. 
 Casos (art. 134): 
 - Inativo que, na atividade, houver praticado 
fato punível com demissão. 
 - servidor que aproveitado não entre em 
exercício no prazo legal (art. 32). 
v) Destituição do cargo em comissão ou da função de 
confiança 
 Em se constatando a falta punível com 
demissão ou suspensão praticada pelo servidor deverá este ser 
destituído do cargo em comissão ou da função comissionada. Na 
prática o servidor acaba pedindo exoneração. Se se verificar a 
prática da falta a exoneração deverá ser convertida em destituição. 
 
1.6.5 Prescrição da pretensão punitiva disciplinar da AP (art. 142) 
 
 Advertência: 180 dias 
 Suspensão: 02 anos 
 Demais penas (desligamento): 05 anos 
 O prazo de prescrição começa a correr da 
data em que o fato se tornou conhecido (parágrafo 1º). 
 Os prazos de prescrição previstos no Código 
Penal aplicam-se às infrações disciplinares capituladas como crime 
(parágrafo 2º). 
 A abertura de sindicância ou de processo 
administrativo disciplinar interrompe o prazo prescricional 
(parágrafos 3º e 4º). O término do PAD ou da sindicância enseja o 
reinício do prazo de prescrição. A lei não trata da prescrição dentro 
do PAD (prescrição intercorrente). O prazo do PAD deveria durar no 
máximo 140 dias (60 + 60 + 20). Em função disso a jurisprudência 
tem considerado que instaurado o PAD o prazo prescricional 
permanece interrompido pelo prazo máximo de 140 dias, quando 
então será ele (o prazo prescricional) reiniciado (“regra do 140” - 
STF/MS 22.728). 
 
1.6.6 Apuração da infração disciplinar 
 
◊ Conhecimento do fato (de ofício ou por denúncia contendo a 
identificação do denunciante sob pena de nulidade do PAD). A 
denuncia apócrifa não pode fundamentar a instauração do PAD, mas 
esse pode ser iniciado de ofício pela autoridade administrativa. 
 
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