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THATYML RIO DE JANEIRO ALCÂNTARA: Rua Manoel João Gonçalves , 414 / 2º andar * (21) 2603-8480 CINELÂNDIA: Praça Mahatma Gandhi, 2 / 2º andar * (21) 2279-8257 CENTRO: Rua da Alfândega, 80 / 2º andar * (21) 3970-1015 COPACABANA: Av. N. Sra. Copacabana, 807 / 2º andar * (21) 3816-1142 DUQUE DE CAXIAS: Av. Pres. Kennedy, 1203 / 3º andar * (21) 3659-1523 MADUREIRA: Shopping Tem-Tudo / Sobreloja 18 * (21) 3390-8887 MÉIER: Rua Manuela Barbosa , 23 / 2º andar * (21) 3296-8857 NITERÓI: Rua São Pedro, 151 / Sobreloja * (21) 3604-6234 TAQUARA: Av. Nelson Cardoso, 1141 / 3º andar * (21) 2435-2611 SÃO PAULO ALPHAVILLE: Calçada das Rosas, 74 * (11) 4197-5000 GUARULHOS: Av. Dr. Timóteo Pentado, 714 - Vila Progresso * (11) 2447-8800 SÃO PAULO: Rua Barão de Itapetininga, 163 / 6º andar * (11) 3017-8800 SANTO ANDRÉ: Av. José Cabalero, 257 * (11) 4437-8800 SANTO AMARO: Av. Santo Amaro, 5860 * (11) 5189-8800 OSASCO: Av. Deputado Emílio Carlos, 1132 * (11) 3685-2123 INSS TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL LÍNGUA PORTUGUESA RACIOCÍNIO LÓGICO INFORMÁTICA MATEMÁTICA ATUALIDADES ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO REGIME JURÍDICO ÚNICO PREVIDÊNCIA - CONJUNTURA E ESTRUTURA CONHECIMENTOS COMPLEMENTARES 00_rosto.pmd 30/9/2010, 09:451 THATYML INSS TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL Proibida a reprodução no todo ou em partes, por qualquer meio ou processo, sem autorização expressa. A violação dos direitos autorais é punida como crime: Có- digo Penal, Art nº 184 e seus parágrafos e Art nº 186 e seus incisos. (Ambos atualizados pela Lei nº 10.695/2003) e Lei nº 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais. EDITORA EXECUTIVA Andréa Martins GERENTE DE EDITORAÇÃO Rodrigo Nascimento SUPERVISÃO DIDÁTICA E PEDAGÓGICA Claudio Roberto Bastos Marceli Lopes Rosangela Cardoso DIAGRAMAÇÃO Marcella Prata Mariana Gomes CAPA Marcelo Fraga Igor Marraschi E-MAIL apostilas@degraucultural.com.br 00_rosto.pmd 30/9/2010, 09:452 THATYML Prezado(a) candidato(a), A equipe pedagógica da Degrau Cultural elaborou esta apostila preparatória com o objetivo de auxiliar a todos aqueles que pretendem prestar concurso para o cargo de Técnico do Seguro Social do INSS. Neste material, você encontrará noções de Língua Portuguesa, Raciocínio Ló- gico, Informática, Matemática, Atualidades, Ética no Serviço Público, Regime Jurídico Único, Previdência - Conjuntura e Estrutura e Conhecimentos Com- plementares, de acordo com o edital do último concurso. Esperamos que nosso material possa ser útil na conquista da tão sonhada vaga e, desde já, lhe desejamos sucesso nesta empreitada. Aproveitamos o ensejo para solicitar-lhe a gentileza de, ao término de seus estudos, preencher a carta-resposta que se encontra na última folha da apos- tila e entregar em qualquer agência dos Correios, pois sua opinião é funda- mental para que possamos trabalhar de modo a atender, cada vez mais, às suas expectativas. Atenciosamente, Os Editores Sumário 005 Língua Portuguesa 073 Raciocínio Lógico 087 Informática 193 Matemática 233 Atualidades 263 Ética no Serviço Público 271 Regime Jurídico Único (Lei 8.112/90) 295 Previdência - Conjuntura e Estrutura 317 Conhecimentos Complementares 337 Exercícios 00_rosto.pmd 30/9/2010, 09:453 THATYML 00_rosto.pmd 30/9/2010, 09:454 THATYML Língua Portuguesa Degrau Cultural 5 07 Interpretação de textos e Tipologia textual 18 Fonética, ortografia e acentuação gráfica 24 Emprego das classes de palavras 34 Crase 35 Sintaxe da oração e do período 39 Pontuação 42 Concordância verbal e nominal 46 Regência verbal e nominal 48 Significação das palavras 51 Redação de correspondência oficial 65 Novo Acordo Ortográfico Língua Portuguesa 00_Sumário_Port.pmd 30/9/2010, 09:455 THATYML 6 Degrau Cultural Língua Portuguesa 00_Sumário_Port.pmd 30/9/2010, 09:456 THATYML Língua Portuguesa Degrau Cultural 7 INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS TIPOLOGIA TEXTUAL I. Tipologia Textual Obs.: Às vezes, um fragmento pode apresentar características que o assemelham a uma descrição e também a uma narração. Nesse caso, é interessante observar que em um fragmento narrativo a relação entre os fatos relacionados é de anterioridade e posterioridade, ou seja, existe o fato que ocorre antes e aquele que ocorre depois. Em uma narração ocorre a progressão temporal. Já na descrição a relação entre os fatos é de simultaneidade, ou seja, os fatos relacionados são concomitantes, não ocorrendo progressão temporal. 01_Interpretacao de Textos.pmd 30/9/2010, 09:457 THATYML www.baixebr.org 8 Degrau Cultural Língua Portuguesa Classifique os trechos abaixo. Marque: (A) Narração (B) Descrição (C) Dissertação 01. Ocorreu um pequeno incêndio na noite de ontem, em um apartamento de propriedade do Sr. Marcos da Fonseca. No local habitavam o proprietário, sua esposa e seus dois filhos. O fogo despontou em um dos quartos que, por sorte, ficava na frente do prédio. 02. O mundo moderno caminha atualmente para sua própria destruição, pois tem havido inúmeros con- flitos internacionais, o meio ambiente encontra-se ameaçado por sério desequilíbrio ecológico e, além do mais, permanece o perigo de uma catás- trofe nuclear. 03. Qualquer pessoa que o visse, quer pessoalmente ou através dos meios de comunicação, era logo levada a sentir que dele emanava uma serenida- de e autoconfiança próprias daqueles que vivem com sabedoria e dignidade. 04. De baixa estatura, magro, calvo, tinha a idade de um pai que cada pessoa gostaria de ter e de quem a nação tanto precisava naquele momento de de- samparo. 05. Em virtude dos fatos mencionados, somos leva- dos a acreditar na possibilidade de estarmos a caminho do nosso próprio extermínio. É desejo de todos nós que algo possa ser feito no sentido de conter essas diversas forças destrutivas, para po- dermos sobreviver às adversidades e construir um mundo que, por ser pacífico, será mais facilmente habitado pelas gerações vindouras. 06. O homem, dono da barraca de tomates, tentava, em vão, acalmar a nervosa senhora. Não sei por que brigavam, mas sei o que vi: a mulher imensa- mente gorda, mais do que gorda, monstruosa, er- guia os enormes braços e, com os punhos cerra- dos, gritava contra o feirante. Comecei a me as- sustar, com medo de que ela destruísse a barraca — e talvez o próprio homem — devido à sua fúria incontrolável. Ela ia gritando e se empolgando com sua raiva crescente e ficando cada vez mais ver- melha, assim como os tomates, ou até mais. Texto para a questão 07. (...) em volta das bicas era um zunzum cres- cente; uma aglomeração tumultuosa de machos e fêmeas. Uns após outros, lavavam a cara, incomo- damente, debaixo do fio de água que escorria da altura de uns cinco palmos. O chão inundava-se. As mulheres precisavam já prender as saias entre as coxas para não as molhar, via-se-lhes a tostada nudez dos braços e do pescoço que elas despiam suspendendo o cabelo todo para o alto do casco; os homens, esses não se preocupavam em não molhar o pêlo, ao contrário metiam a cabeça bem debaixo da água e esfregavam com força as ventas e as barbas, fossando e fungando contra as pal- mas das mãos. As portas das latrinas não descan- savam, era um abrir e fechar de cada instante, um entrar e sair sem tréguas. Não se demoravam lá dentro e vinham ainda amarrando as calças ou sai- as; as crianças não se davam ao trabalho de lá ir, despachavam-se ali mesmo, no capinzal dos fun- dos, por detrás da estalagem ou no recanto das hortas. (Aluísio Azevedo, O Cortiço) 07. O fragmento acima pode ser considerado: a) narrativo, pois ocorre entre seus enunciados uma progressão temporal de modo que um pode ser considerado anterior ao outro. b) um típico fragmento dissertativo em que se obser- vam muitos argumentos. c) descritivo, pois não ocorre entre os enunciados uma progressãotemporal: um enunciado não pode ser considerado anterior ao outro. d) descritivo, pois os argumentos apresentados são objetivos e subjetivos. 08. Filosofia dos Epitáfios Saí, afastando-me dos grupos e fingindo ler os epitáfios. E, aliás, gosto dos epitáfios; eles são, entre a gente civilizada, uma expressão daquele pio e secreto egoísmo que induz o homem a ar- rancar à morte um farrapo ao menos da sombra que passou. Daí vem, talvez, a tristeza inconsolá- vel dos que sabem os seus mortos na vala co- mum; parece-lhes que a podridão anônima os al- cança a eles mesmos. (Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas) 1 5 1 5 10 15 20 01_Interpretacao de Textos.pmd 30/9/2010, 09:458 THATYML Língua Portuguesa Degrau Cultural 9 Do ponto de vista da composição, é correto afir- mar que o capítulo “Filosofia dos Epitáfios” a) é predominantemente dissertativo, servindo os dados do enredo do ambiente como fundo para a digressão. b) é predominantemente descritivo, com a suspen- são do curso da história dando lugar à construção do cenário. c) equilibra em harmonia narração e descrição, à medida que faz avançar a história e cria o cenário de sua ambientação. d) é predominantemente narrativo, visto que o narrador evoca os acontecimentos que marcaram sua saída. II. ROTEIRO PARA LEITURA DE TEXTOS • ler atentamente o texto, tendo noção do conjunto • compreender as relações entre as partes do texto • sublinhar momentos mais significativos • fazer anotações à margem III. ENTENDIMENTO DO TEXTO O que deve ser observado para chegar à melhor compreensão do texto? 1. PALAVRAS-CHAVE Palavras mais importantes de cada parágrafo, em torno das quais outras se organizam, criando uma ligação para produzirem sentido. As palavras- chave aparecem, muitas vezes, ao longo do texto de diversas formas: repetidas, modificadas ou re- tomadas por sinônimos. As palavras-chave formam o alicerce do texto, são a base de sua sustentação, levam o leitor ao entendimento da totalidade do tex- to, dando condições para reconstruí-lo. • atenção especial para verbos e substantivos; • o título é uma boa dica de palavra-chave. Observe o texto de Bertrand Russel, “Minha Vida”, a fim de compreender a forma como ele está cons- truído: Três paixões, simples mas irresistivelmente fortes, governaram minha vida: o desejo imenso do amor, a procura do conhecimento e a insupor- tável compaixão pelo sofrimento da humanidade. Essas paixões, como os fortes ventos, levaram- me de um lado para outro, em caminhos capricho- sos, para além de um profundo oceano de angús- tias, chegando à beira do verdadeiro desespero. Primeiro busquei o amor, que traz o êxtase – êxtase tão grande que sacrificaria o resto de mi- nha vida por umas poucas horas dessa alegria. Procurei-o, também, porque abranda a solidão – aquela terrível solidão em que uma consciência horrorizada observa, da margem do mundo, o in- sondável e frio abismo sem vida. Procurei-o, final- mente, porque na união do amor vi, em mística miniatura, a visão prefigurada do paraíso que san- tos e poetas imaginaram. Isso foi o que procurei e, embora pudesse parecer bom demais para a vida humana, foi o que encontrei. Com igual paixão busquei o conhecimento. Desejei compreender os corações dos homens. Desejei saber por que as estrelas brilham. E ten- tei apreender a força pitagórica pela qual o núme- ro se mantém acima do fluxo. Um pouco disso, não muito, encontrei. Amor e conhecimento, até onde foram possí- veis, conduziram-me aos caminhos do paraíso. Mas a compaixão sempre me trouxe de volta à Ter- ra. Ecos de gritos de dor reverberam em meu co- ração. Crianças famintas, vítimas torturadas por opressores, velhos desprotegidos – odiosa carga para seus filhos – e o mundo inteiro de solidão, pobreza e dor transformaram em arremedo o que a vida humana poderia ser. Anseio ardentemente aliviar o mal, mas não posso, e também sofro. Isso foi a minha vida. Achei-a digna de ser vivi- da e vivê-la-ia de novo com a maior alegria se a oportunidade me fosse oferecida. (RUSSEL, Bertrand, Revista Mensal de Cultura, Enciclopédia Bloch, n. 53, set.1971, p.83) O texto é constituído de cinco parágrafos que se encadeiam de forma coerente, a partir das pala- vras-chave vida e paixões do primeiro parágrafo: palavras-chave • 1º parágrafo – vida / paixões • 2º parágrafo - amor • 3º parágrafo - conhecimento • 4º parágrafo - compaixão • 5º parágrafo – vida As palavras-chave vida e paixões prolongam-se em: amor, conhecimento e compaixão. Cada parágrafo irá ater-se a cada uma dessas paixões. Leia o texto abaixo para responder às questões 9 e 10. É universalmente aceito o fato de que sai mais cara a reparação das perdas por acidentes de tra- balho que o investimento em sua prevenção. Mas, então, por que eles ocorrem com tanta freqüência? Falta, evidentemente, fiscalização. Constatar tal fato exige apenas o trabalho de observar obras de engenharia civil, ao longo de qualquer trajeto por ônibus ou por carro na cidade. E quem poderia suprir as deficiências da fiscalização oficial – os sindicatos patronais ou de empregados – não o faz; se não for por um conformismo cruel, a tomar por fatalidade o que é perfeitamente possível de prevenir, terá sido por nosso baixo nível de organi- zação e escasso interesse pela filiação a entida- des de classe, ou por desvio dessas de seus inte- resses primordiais. Falta também a educação básica, prévia a qualquer treinamento: com a baixíssima escola- ridade do trabalhador brasileiro, não há compre- 1 5 10 15 20 25 30 35 1 5 10 15 01_Interpretacao de Textos.pmd 30/9/2010, 09:459 THATYML www.baixebr.org 10 Degrau Cultural Língua Portuguesa ensão suficiente da necessidade e benefício dos equipamentos de segurança, assim como da mais simples mensagem ou de um manual de instruções. E há, enfim, o fenômeno recente da terceiriza- ção, que pode estar funcionando às avessas, ao propiciar o surgimento e a multiplicação de em- presas fantasmas de serviços, que contratam a primeira mão-de-obra disponível, em vez de sele- cionar e de oferecer mão-de-obra especializada. (O Estado de S.Paulo – 22 de fevereiro de 1998 – adaptado) 09. Assinale a opção que apresenta as palavras-cha- ve do texto. a) aceitação universal – constatação – benefício – escolaridade. b) investimento em prevenção – deficiências – enti- dades – equipamentos. c) falta de fiscalização – organização – benefício – mão-de-obra. d) prevenção de acidentes – fiscalização – educa- ção – terceirização. e) crescimento – conformismo – treinamento – em- presas. 10. Assinale a opção INCORRETA em relação aos ele- mentos do texto. a) O pronome “eles” (l.4) refere-se a “acidentes de trabalho” (l.2 e 3). b) A expressão “tal fato” (l.5-6) retoma a idéia antece- dente de “falta de fiscalização” (l.5). c) Para compreender corretamente a expressão “não o faz” (l.10 e 11), é necessário retomar a idéia de “suprir as deficiências da fiscalização oficial” (l.9). d) A palavra “primordiais” vincula-se à idéia de “bási- cos, principais”. (l.17) e) “dessas” refere-se a “deficiências da fiscalização oficial” (l.9). 2. IDÉIAS-CHAVE Se houver dificuldade para chegar à síntese do texto só pelas palavras-chave, deve-se buscar a idéia-chave, que deve refletir o assunto principal de cada parágrafo, de forma sintetizada. • A partir da síntese de cada parágrafo, chega-se à idéia central do texto. Observe o texto: Existem duas formas de operação marginal: a que toma a classificação genérica de economia informal, correspondente a mais de 50% do Pro- duto Interno Bruto (PIB), e a representada pelos trabalhadores admitidos sem carteira assinada. Ambas são portadoras de efeitos econômicos e sociais catastróficos.A atividade econômica exercida ao largo dos registros oficiais frustra a arrecadação de re- ceitas tributárias nunca inferiores a R$ 50 bi- lhões ao ano. A perda de receita fiscal de tal porte torna precários os programas governa- mentais para atendimento à demanda por saú- de, educação, habitação, assistência previden- ciária e segurança pública. Quanto aos trabalhadores sem anotação em carteira, formam um colossal conjunto de excluí- dos. Estão à margem dos benefícios sociais ga- rantidos pelos direitos de cidadania, entre os quais vale citar o acesso à aposentadoria, ao seguro-desemprego e às indenizações repara- doras pela despedida sem justa causa. De outro lado, não recolhem a contribuição previdenciária, mas exercem fortes pressões sobre os serviços públicos de assistência médico-hospitalar. A reforma tributária poderá converter a expres- sões toleráveis a economia informal. A redução fiscal incidente sobre as micro e pequenas em- presas provocará, com certeza, a regularização de grande parte das unidades produtivas em ação clandestina. E a adoção de uma política consis- tente para permitir o aumento do emprego e da renda trará de volta ao mercado formal os milhões de empregados sem carteira assinada. É preci- so entender que o esforço em favor da inserção da economia no sistema mundial não pode pa- gar tributo ao desemprego e à marginalização social de milhões de pessoas. (Correio Braziliense – 13.7.97) 1º parágrafo: palavras-chave: economia informal e trabalha- dores admitidos sem carteira assinada o último período do primeiro parágrafo apresenta uma informação que vai nortear todo o texto: “Am- bas são portadoras de efeitos econômicos e soci- ais catastróficos.” Idéia-chave: Economia informal e trabalhadores admitidos sem carteira assinada trazem prejuí- zos econômicos e sociais. 2° parágrafo: palavra-chave: economia informal efeitos econômicos - perda de receitas tributárias efeitos sociais - precariedade dos programas sociais do governo Idéia-chave: A perda de receitas tributárias cau- sada pela economia informal prejudica os pro- gramas sociais do governo. 3° parágrafo: palavra-chave: trabalhadores admitidos sem car- teira assinada efeitos econômicos - não recolhem contribuição previdenciária efeitos sociais – não têm garantia de direitos sociais Idéia-chave: Trabalhadores admitidos sem car- teira assinada causam prejuízos econômicos por não recolherem contribuição previdenciária e so- frem os efeitos sociais, por não terem seus direi- tos assegurados. 20 25 01_Interpretacao de Textos.pmd 30/9/2010, 09:4510 THATYML Língua Portuguesa Degrau Cultural 11 4º parágrafo: há uma proposta de solução para cada um dos problemas apresentados no texto: para a economia informal: reforma tributária – redução fiscal para micro e pequenas empresas para os trabalhadores sem carteira assinada: política consistente para aumento do emprego e da renda Idéia-chave: A reforma tributária poderá minimi- zar os efeitos da economia informal e uma política consistente para aumento do emprego e da renda pode provocar a formalização de contratos legais para milhões de empregados. Idéia-central do texto: A economia informal tem efeitos econômicos e so- ciais prejudiciais ao indivíduo e ao sistema, mas ações políticas, como a reforma tributária, pode- rão estimular a regularização de empresas, bene- ficiado, também, os trabalhadores. 3. COERÊNCIA Coerência é perfeita relação de sentido entre as diversas palavras e/ou partes do texto. Haverá co- erência se for mantido um elo conceitual entre os diversos segmentos do texto. 4. COESÃO Quando lemos com atenção um texto bem cons- truído, percebemos que existe uma ligação entre os diversos segmentos que o constituem. Cada frase enunciada deve manter um vínculo com a anterior ou anteriores para não perder o fio do pen- samento. Cada enunciado do texto deve estabele- cer relações estreitas com os outros a fim de tor- nar sólida sua estrutura. A essa conexão interna entre os vários enunciados presentes no texto dá- se o nome de coesão. Diz-se, pois, que um texto tem coesão quando seus vários enunciados es- tão organicamente articulados entre si, quando há concatenação entre eles. 11. Numere o conjunto de sentenças de acordo com o primeiro, de modo que cada par forme uma se- qüência coesa e lógica. Identifique, em seguida, a letra da seqüência numérica correta (Baseado em Délio Maranhão). (1) Cumpre, inicialmente, distinguir a higiene do tra- balho da segurança do trabalho. (2) Na evolução por que passou a teoria do risco pro- fissional, abandonou-se o trabalho profissional como ponto de referência para colocar-se, em seu lugar, a atividade empresarial. (3) Há que se fazer a distinção entre acidentes do tra- balho e doença do trabalho. (4) O Direito do Trabalho reconhece a importância da função da mulher no lar. (5) Motivos de ordem biológica, moral, social e eco- nômica encontram-se na base da regulamenta- ção legal do trabalho do menor. ( ) A culminação desse processo evolutivo encontra- se no conceito de risco social e na idéia correlata de responsabilidade social. ( ) Daí as restrições da jornada normal e ao trabalho noturno. ( ) A necessidade de trabalhar não deve prejudicar o normal desenvolvimento de seu organismo. ( ) Enquanto esta é inerente a determinados ramos de atividade, os primeiros são aqueles que ocor- rem pelo exercício do trabalho, provocando lesão corporal. ( ) Constitui aquela o conjunto de princípios e regras destinados a preservar a saúde do trabalhador. A seqüência numérica correta é: a) 1, 3, 4, 5, 2. b) 3, 2, 1, 5, 4. c) 2, 5, 3, 1, 4. d) 5, 1, 4, 3, 2. e) 2, 4, 5, 3, 1. 12. As propostas abaixo dão seguimento coerente e ló- gico ao trecho citado, EXCETO uma delas. Aponte-a: “Provavelmente devido à proximidade com os perigos e a morte, os marinheiros dos séculos XV e XVI eram muito religiosos. Praticavam um tipo de religião popular em que os conhecimentos teo- lógicos eram mínimos e as superstições muitas.” (Janaína Amado, com cortes e adaptações) a) Entre essas, figuravam o medo de zarpar numa sexta-feira e o de olhar fixamente para o mar à meia-noite. b) Cristóvão Colombo, talvez o mais religioso entre todos os navegantes, costumava antepor a cada coisa que faria os dizeres: “Em nome da Santíssi- ma Trindade farei isto”. c) Apesar disso, os instrumentos náuticos represen- taram progressos para a navegação oceânica, fa- cilitando a tarefa de pilotos e aumentando a segu- rança e confiabilidade das rotas e viagens. d) Nos navios, que não raro transportavam padres, promoviam-se rezas coletivas várias vezes ao dia e, nos fins de semana, serviços religiosos especiais. e) Constituíam expressão de religiosidade dos ma- rinheiros constantes promessas aos santos, indi- viduais ou coletivas. Leia o texto para solucionar as questões 13 e 14. Cientistas de diversos países decidiram abra- çar, em 1990, um projeto ambicioso: identificar todo o código genético contido nas células humanas (cerca de três bilhões de caracteres). O objetivo principal de tal iniciativa é compreender melhor o funcionamento da vida, e, conseqüentemente, a forma mais eficaz de curar as doenças que nos ameaçam. Como é esse código que define como somos, desde a cor dos cabelos até o tamanho dos pés, o trabalho com amostras genéticas co- lhidas em várias partes do mundo está ajudando 1 5 10 01_Interpretacao de Textos.pmd 30/9/2010, 09:4511 THATYML 12 Degrau Cultural Língua Portuguesa também a entender as diferenças entre as etnias humanas. Chamado de Projeto Genoma Huma- no, desde o seu início ele não parou de produzir novidades científicas. A mais importante delas é a confirmação de que o homem surgiu realmente na África e se espalhou pelo resto do planeta. A pesquisa contribuiu tambémpara derrubar velhas teorias sobre a superioridade racial e está provan- do que o racismo não tem nenhuma base científi- ca. É mais uma construção social e cultural. O que percebemos como diferenças raciais são apenas adaptações biológicas às condições geográficas. Originalmente o ser humano é um só. (ISTO É – 15.1.97) 13. Assinale o item em que não há correspondência entre os dois elementos. a) “tal iniciativa” (l.5) refere-se a “projeto ambicioso”. b) “ele” (l.14) refere-se a “Projeto Genoma Humano”. c) “delas” (l.15) refere-se a “novidades científicas”. d) “A pesquisa” (l.18) refere-se a “Projeto Genoma Humano”. e) “É mais” (l.21) refere-se a “Pesquisa”. 14. Marque o item que NÃO está de acordo com as idéias do texto. a) O Projeto Genoma Humano tem como objetivo pri- mordial reconhecer as diferenças entre as várias raças do mundo. b) O ser humano tem uma estrutura única independen- te de etnia e as diferenças raciais provêm da neces- sidade de adaptação às condições geográficas. c) O código genético determina as características de cada ser humano, e conhecer esse código levará os cientistas a controlarem doenças. 5.1. PRINCIPAIS CONECTIVOS CONJUNÇÕES COORDENATIVAS 15 20 d) As amostras para a pesquisa do Projeto Genoma Humano estão sendo colhidas em diversas par- tes do mundo. e) O racismo não tem fundamento científico; é um fenômeno que se forma apoiado em estruturas sociais e culturais. 15. Indique a ordem em que as questões devem se organizar no texto, de modo a preservar-lhe a coe- são e coerência (Baseado no texto de José Onofre). ( ) O País não é um velho senhor desencantado com a vida que trata de acomodar-se. ( ) O Brasil tem memória curta. ( ) É mais como um desses milhões de jovens mal nascidos cujo único dote é um ego dominante e predador, que o impele para a frente e para cima, impedindo que a miséria onde nasceu e cresceu lhe sirva de freio. ( ) “Não lembro”, responde, “faz muito tempo”. ( ) Lembra o personagem de Humphrey Bogart em Casablanca, quando lhe perguntaram o que fizera na noite anterior. ( ) Mas esta memória curta, de que políticos e jornalis- tas reclamam tanto, não é, como no caso de Bo- gart, uma tentativa de esquecer os lances mais penosos de seu passado, um conjunto de desilu- sões e perdas que leva ao cinismo e à indiferença. a) 1, 2, 6, 5, 4, 3. b) 2, 5, 4, 6, 3, 1. c) 2, 6, 1, 3, 5, 4. d) 1, 5, 4, 6, 3, 2. e) 2, 5, 4, 1, 6, 3. 5. CONEXÕES Os conectivos também são elementos de coesão. Uma leitura eficiente do texto pressupõe, entre outros cuida- dos, o de depreender as conexões estabelecidas pelos conectivos. 01_Interpretacao de Textos.pmd 30/9/2010, 09:4512 THATYML Língua Portuguesa Degrau Cultural 13 CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS PRONOMES RELATIVOS 01_Interpretacao de Textos.pmd 30/9/2010, 09:4513 THATYML 14 Degrau Cultural Língua Portuguesa 16. A alternativa que substitui, correta e respectiva- ente, as conjunções ou locuções grifadas nos períodos abaixo é: I. Visto que pretende deixar-nos, preparamos uma festa de despedida. II. Terá sucesso, contanto que tenha amigos influ- entes. III. Casaram-se e viveram felizes, tudo como estava escrito nas estrelas. IV. Foi transferido, portanto não nos veremos com muita freqüência. a) porque, mesmo que, segundo, ainda que. b) como, desde que, conforme, logo. c) quando, caso, segundo, tão logo. d) salvo se, a menos que, conforme, pois. e) pois, mesmo que, segundo, entretanto. 17. Assinale a alternativa em que o pronome relativo “onde” obedece aos princípios da língua culta escrita. a) Os fonemas de uma língua costumam ser repre- sentados por uma série de sinais gráficos deno- minados letras, onde o conjunto delas forma a palavra. b) Todos ficam aflitos no momento da apuração, onde será conhecida a escola campeã. c) Foi discutida a pequena carga horária de aulas de Cálculo e Física, onde todos concordaram e dese- jam mais aulas. d) Não se pode ferir um direito constitucional onde visa a garantir a educação pública e gratuita para todos. e) Não se descobriu o esconderijo onde os seqües- tradores o deixaram durante esses meses todos. 18. Nos períodos abaixo, as orações sublinhadas es- tabelecem relações sintáticas e de sentido com outras orações. I. Eles compunham uma grande coleção, que foi se dispersando à medida que seus filhos se casa- vam, levando cada qual um lote de herança. (PRO- PORCIONALIDADE) II. Mal se sentou na cadeira presidencial, Itamar Fran- co passou a ver conspirações. (MODO) III. Nunca foi professor da UnB, mas por ela se apo- sentou. (CONTRARIEDADE) IV. Mesmo que tenham sido só esses dois, (...) já não se configuraria a roubalheira (...) ? (CONCESSÃO) A classificação dessas relações está correta so- mente nos períodos a) I, II e III. b) II e IV. c) I e III. d) II, III e IV. e) I, III e IV. 19. Os princípios da coerência e da coesão não foram violados em: a) O Santos foi o time que fez a melhor campanha do campeonato. Teria, no entanto, que ser o campeão este ano. b) Apesar da Sabesp estar tratando a água da Re- presa de Guarapiranga, portanto o gosto da água nas regiões sul e oeste da cidade melhorou. c) Mesmo que os deputados que deponham na CPI e ajudem a elucidar os episódios obscuros do caso dos precatórios, a confiança na instituição não foi abalada. d) O ministro reafirmou que é preciso manter a todo custo o plano de estabilização econômica, sob pena de termos a volta da inflação. e) Antes de fazer ilações irresponsáveis acerca das medidas econômicas, deve-se procurar conhecer as razões que, por isso as motivaram. As questões 20 e 21 referem-se ao texto que segue. Imposto A insistência das secretarias estaduais de Fazenda em cobrar 25% de ICMS dos provedores de acesso à Internet deve acabar na Justiça. A paz atual entre os dois lados é apenas para celebrar o fim do ano. Os provedores argumentam que não têm de pagar o imposto porque não são, por lei, considerados empresas de telecomunicação, mas apenas prestadores de serviços. Com o caixa que- brado, os Estados permanecem irredutíveis. O Mi- nistério da Ciência e Tecnologia alertou formal- mente ao ministro da Fazenda, Pedro Malan, que a imposição da cobrança será repassada para o consumidor e pode prejudicar o avanço da Inter- net no Brasil. Hoje, pagam-se em média 40 reais para se ligar à rede. (Veja – 8/1/97, p. 17) 20. Infere-se do texto que a) as empresas caracterizadas como prestadoras de serviço estão isentas do ICMS. b) todas as pessoas que desejam ligar-se à Internet devem pagar 40 reais de ICMS. c) os provedores de acesso à Internet estão proces- sando os consumidores que não pagam o ICMS. d) os Estados precisam cobrar mais impostos dos provedores para não serem punidos pelo Ministé- rio da Ciência e Tecnologia. a) o desenvolvimento da Internet no Brasil está sen- do prejudicado pela cobrança do ICMS. 21. A conjunção mas no texto estabelece uma relação de a) tempo. b) adição. c) conseqüência. d) causa. e) oposição. 22. Assinale a única conjunção incorreta para com- pletar a lacuna do texto. A partir do ofício enviado pelo fisco, começou-se a levantar informações sobre a sonegação de im- posto de renda no mundo do esporte no Brasil. “O futebol já é o quarto maior mercado de capitais do mundo”, diz Ives Gandra Martins, advogado tribu- tarista e conselheiro do São Paulo Futebol Clube, ______________ só agora a Receita começa a prestar atenção nos jogadores. 01_Interpretacao de Textos.pmd 30/9/2010, 09:4514 THATYML Língua Portuguesa Degrau Cultural 15 Em outros países não é assim. Nos Estados Unidos, ano passado, a contribuição fiscal do astro do basquete Michael Jordan chegou a 20,8 milhões de dólares. (Exame – 27 de agosto de 1997) a) todavia. b) conquanto. c) entretanto. d)não obstante. e) no entanto. IV. PARÁFRASE Paráfrase é a reprodução explicativa de um texto ou de unidade de um texto, por meio de uma linguagem mais longa. Na paráfrase sempre se conservam basicamen- te as idéias do texto original. O que se inclui são comen- tários, idéias e impressões de quem faz a paráfrase. Na escola, quando o professor, ao comentar um texto, inclui outras idéias, alongando-se em função do propósito de ser mais didático, faz uma paráfrase. Parafrasear consiste em transcrever, com novas pala- vras, as idéias centrais de um texto. O leitor deverá fazer uma leitura cuidadosa e atenta e, a partir daí, rea- firmar e/ou esclarecer o tema central do texto apresen- tado, acrescentando aspectos relevantes de uma opi- nião pessoal ou acercando-se de críticas bem funda- mentadas. Portanto, a paráfrase repousa sobre o tex- to-base, condensando-o de maneira direta e imperati- va. Consiste em um excelente exercício de redação, uma vez que desenvolve o poder de síntese, clareza e precisão vocabular. Acrescenta-se o fato de possibilitar um diálogo intertextual, recurso muito utilizado para efei- to estético na literatura moderna. Como ler um texto Recomendam-se duas leituras. A primeira chamaremos de leitura vertical e a segunda, de leitura horizontal. Leitura horizontal é a leitura rápida que tem como finalida- de o contato inicial com o assunto do texto. De posse desta visão geral, podemos passar para o próximo passo. Leitura vertical consiste em uma leitura mais atenta; é o levantamento dos referenciais do texto-base para a perfeita compreensão. É importante grifar, em cada parágrafo lido, as idéias principais. Após escrever à parte as idéias recolhidas nos grifos, procurando dar uma redação própria, independente das palavras utili- zadas pelo autor do texto. A esta etapa, chamaremos de levantamento textual dos referenciais. A redação fi- nal é a união destes referenciais, tendo o redator o cuidado especial de unir idéias afins, de acordo com a identidade e evolução do texto-base. Exemplo de paráfrase Profecias de uma Revolução na Medicina Há séculos, os professores de segundo grau da Sar- denha vêm testemunhando um fenômenos curioso. Com a chegada da primavera, em fevereiro, alguns de seus alunos tornam-se apáticos. Nos três meses sub- seqüentes, sofrem uma baixa em seu rendimento es- colar, sentem-se tontos e nauseados, e adormecem na sala de aula. Depois, repentinamente, suas energi- as retornam. E ficam ativos e saudáveis até o próximo mês de fevereiro. Os professores sardenhos sabem que os adultos tam- bém apresentam sintomas semelhantes e que, na re- alidade, alguns chegam a morrer após urinarem uma grande quantidade de sangue. Por vezes, aproximada- mente 35% dos habitantes da ilha chegam a ser aco- metidos por este mal. O Dr. Marcelo Siniscalco, do Centro de Cancerologia Sloan-Kedttering, em Nova Iorque, e o Dr. Arno G. Motul- sky, da Universidade de Washington, depararam pela primeira vez com a doença em 1959, enquanto desen- volviam um estudo sobre padrões de hereditariedade e determinaram que os sardenhos eram vítimas de ane- mia hemolítica, uma doença hereditária que faz com que os glóbulos vermelhos do sangue se desintegrem no interior dos veios sangüíneos. Os pacientes urina- vam sangue porque os rins filtram e expelem a hemo- globina não aproveitada. Se o volume de destruição for mínimo, o resultado será a letargia; se for aguda, a doença poderá acarretar a morte do paciente. A anemia hemolítica pode ter diversas origens. Mas na Sardenha, as experiências indicam que praticamente todas as pessoas acometidas por este mal têm defici- ência de uma única enzima, chamada deidrogenase fosfo-glucosada-6 (ou G-6-PD), que forma um elo de suma importância na corrente de produção de energia para as células vermelhas do sangue. Mas os sardenhos ficam doentes apenas durante a primavera, o que indica que a falta de G-6-PD da vítima não aciona por si só a doença - que há algo no meio ambiente que tira proveito da deficiência. A deficiência genética pode ser a arma, mas um fator ambiental é quem a dispara. Entre as plantas que desabrocham durante a primave- ra na Sardenha encontra-se a fava ou feijão italiano - observou o Dr. Siniscalco. Esta planta não tem uma boa reputação desde ao ano 500 a.C. , quando o filóso- fo grego e reformador político Pitágoras proibiu que seus seguidores a comessem, ou mesmo andassem por entre os campos onde floresciam. Agora, o motivo de tal proibição tornou-se claro; apenas aquelas pessoas que carregam o gene defeituoso e comiam favas cruas ou parcialmente cozidas (ou inspiravam o pólen de uma planta em flor) apresentavam problemas. todos os de- mais eram imunes. Em dois anos, o Dr. Motusky desenvolveu um teste de sangue simples para medir a presença ou ausência de G-6-PD. Atualmente, os cientistas têm um modo de de- terminar com exatidão quem está predisposto à doença e quem não está; a enzima hemolítica, os geneticistas começaram a fazer a triagem da população da ilha. Lo- calizaram aqueles em perigo e advertiram-lhes para evi- tar favas de feijão durante a estação de floração. Como resultado, a incidência de anemia hemolítica e de estu- dantes apáticos começou a declinar. O uso de marcado- res genéticos como instrumento de previsão da reação dos sardenhos à fava de feijão há 20 anos foi uma das primeiras vezes em que os marcadores genéticos eram empregados deste modo; foi um avanço que poderá mudar o aspecto da medicina moderna. Os marcadores genéticos podem prever agora a possível eclosão de outras doenças e, tal como a anemia hemolítica, podem auxiliar os médicos a prevenirem totalmente os ataques em diversos casos. (Zsolt Harsanyi e Richard Hutton, publicado no jornal O Globo). 01_Interpretacao de Textos.pmd 30/9/2010, 09:4515 THATYML 16 Degrau Cultural Língua Portuguesa 23. Assinale a opção que mantém o mesmo sentido do trecho sublinhado a seguir: Uma das grandes dificuldades operacionais en- contradas em planos de estabilização é o conflito entre perdedores e ganhadores. Às vezes reais, outras fictícios, estes conflitos geram confrontos e polêmicas que, com freqüência, podem pressio- nar os formuladores da política de estabilização a tomar decisões erradas e, com isto, comprometer o sucesso das estratégias antiinflacionárias. (Folha de S.Paulo, 7/5/94) a) Estes conflitos, reais ou fictícios, geram confron- tos e polêmicas que, freqüentemente, podem pres- sionar os formuladores da política de estabiliza- ção a tomar decisões erradas, sem, com isso, comprometer o sucesso das estratégias antiinfla- cionárias. b) O sucesso das estratégias antiinflacionárias pode ficar comprometido se, pressionados por confli- tos, reais ou fictícios, os formuladores da política de estabilização tomarem decisões erradas. c) Os conflitos, às vezes reais, outras fictícios, que podem pressionar os formuladores da política de estabilização a confrontos e polêmicas, compro- metem o sucesso das antiinflacionárias. d) O sucesso das estratégias antiinflacionárias pode ficar comprometido se os formuladores da política de estabilização, pressionados por confrontos e polêmicas decorrentes de conflitos, tomarem de- cisões erradas. e) Os formuladores da política de estabilização po- dem tomar decisões erradas se os conflitos, ge- rados por confrontos e polêmicas os pressiona- rem; o sucesso das estratégias antiinflacionárias fica, com isto comprometido. 24. Marque a opção que não constitui paráfrase do segmento abaixo: “O abolicionismo, que logrou pôr fim à escravidão nas Antilhas Britânicas, teve peso ponderável na política antinegreira dos governos britânicos du- rante a primeira metade do século passado. Mas tiveram peso também os interesses capitalistas, comerciais e industriais, que desejavam expandir o mercado ultramarino, de produtos industriais e viam na inevitável miséria dotrabalhador escravo um obstáculo para este desiderato.” (P. Singer, A formação da classe operária, São Paulo, Atual, 1988, p.44) a) Na primeira metade do século passado, a despeito da forte pressão do mercado ultramarino em criar consumidores potenciais para seus produtos in- dustriais, foi o movimento abolicionista o motor que pôs cobro à miséria do trabalhador escravo. b) A política antinegreira da Grã-Bretanha na primei- ra metade do século passado foi fortemente influ- enciada não só pelo ideário abolicionista como também pela pressão das necessidades comer- ciais e industriais emergentes. c) Os interesses capitalistas que buscavam ampliar o mercado para seus produtos industriais tiveram peso considerável na formulação da política anti- negreira inglesa, mas teve-o também a consciên- cia liberal antiescravista. d) Teve peso considerável na política antinegreira britânica, o abolicionismo. Mas as forças de mer- cado tiveram também peso, pois precisavam dis- por de consumidores para seus produtos. e) Ocorreu uma combinação de idealismo e interes- ses materiais, na primeira metade do século XIX, na formulação da política britânica de oposição à escravidão negreira. V. Perífrase Observe: O povo lusitano foi bastante satirizado por Gil Vicente. Utilizou-se a expressão “povo lusitano” para substituir “os portugueses”. Esse rodeio de palavras que substi- tuiu um nome comum ou próprio chama-se perífrase. Perífrase é a substituição de um nome comum ou pró- prio por um expressão que a caracterize. Nada mais é do que um circunlóquio, isto é, um rodeio de palavras. Outros exemplos: astro rei (Sol) | última flor do Lácio (língua portuguesa) Cidade-Luz (Paris) Rainha da Borborema (Campina Grande) | Cidade Ma- ravilhosa (Rio de Janeiro) Observação: existe também um tipo especial de perí- frase que se refere somente a pessoas. Tal figura de estilo é chamada de antonomásia e baseia-se nas qualidades ou ações notórias do indivíduo ou da enti- dade a que a expressão se refere. Exemplos: A rainha do mar (Iemanjá) O poeta dos escravos (Castro Alves) O criador do teatro português (Gil Vicente) VI. SÍNTESE A síntese de texto é um tipo especial de composição que consiste em reproduzir, em poucas palavras, o que o autor expressou amplamente. Desse modo, só de- vem ser aproveitadas as idéias essenciais, dispensan- do-se tudo o que for secundário. Procedimentos: 1. Leia atentamente o texto, a fim de conhecer o assun- to e assimilar as idéias principais; 2. Leia novamente o texto, sublinhando as partes mais importantes, ou anotando à parte os pontos que devem ser conservados; 3. Resuma cada parágrafo separadamente, mantendo a seqüência de idéias do texto original; 4. Agora, faça seu próprio resumo, unindo os parágrafos, ou fazendo quaisquer adaptações conforme desejar; 5. Evite copiar partes do texto original. Procure exercitar seu vocabulário. Mantenha, porém, o nível de lingua- gem do autor; 01_Interpretacao de Textos.pmd 30/9/2010, 09:4516 THATYML www.baixebr.org Língua Portuguesa Degrau Cultural 17 MODELO Arranchados sob um juazeiro, em meio àquela desola- ção, um bando de retirantes tentava aproveitar uma vaca já em estado de putrefação, para combater-lhe a fome de dois dias. Quando Chico Bento, com o seu bando, aproxima-se também em busca de abrigo e, compade- cendo-se daquela situação, divide com os miseráveis o resto de alimento que trazia, deixando o animal para os urubus. VII. COMO RESUMIR UM TEXTO Ler não é apenas passar os olhos no texto. É preciso saber tirar dele o que é mais importante, facilitando o trabalho da memória. Saber resumir as idéias expres- sas em um texto não é difícil. Resumir um texto é repro- duzir com poucas palavras aquilo que o autor disse. Para se realizar um bom resumo, são necessárias al- gumas recomendações: 1. Ler todo o texto para descobrir do que se trata. 2. Reler uma ou mais vezes, sublinhando frases ou palavras importantes. Isto ajuda a identificar. 3. Distinguir os exemplos ou detalhes das idéias prin- cipais. 4. Observar as palavras que fazem a ligação entre as diferentes idéias do texto, também chamadas de co- nectivos: “por causa de”, “assim sendo”, “além do mais”, “pois”, “em decorrência de”, “por outro lado”, “da mes- ma forma”. 5. Fazer o resumo de cada parágrafo, porque cada um encerra uma idéia diferente. 6. Ler os parágrafos resumidos e observar se há uma estrutura coerente, isto é, se todas as partes estão bem encadeadas e se formam um todo. 7. Num resumo, não se devem comentar as idéias do autor. Deve-se registrar apenas o que ele escreveu, sem usar expressões como “segundo o autor”, “o autor afir- mou que”. 8. O tamanho do resumo pode variar conforme o tipo de assunto abordado. É recomendável que nunca ultra- passe vinte por cento da extensão do texto original. 9. Nos resumos de livros, não devem aparecer diálo- gos, descrições detalhadas, cenas ou personagens secundárias. Somente as personagens, os ambientes e as ações mais importantes devem ser registrados. 6. Não se envolva nem participe do texto. Limite-se a sintetizá-lo. Sem copiar frases, RESUMIR, o texto abaixo: O QUINZE Debaixo de um juazeiro grande, todo um bando de reti- rantes se arranchara: uma velha, dois homens, uma mulher nova, algumas crianças. O sol, no céu, marcava onze horas. Quando Chico Ben- to, com seu grupo, apontou na estrada, os homens esfolavam uma rês e as mulheres faziam ferver uma lata de querosene cheia de água, abanando o fogo com um chapéu de palha muito sujo e remendado. Em toda a extensão da vista, nenhuma outra árvore surgia. Só aquele juazeiro, devastado e espinhento, verdejava a copa hospitaleira na desolação cor de cin- za da paisagem. Cordulina ofegava de cansaço. A Limpa-Trilho gania e parava, lambendo os pés queimados. Os meninos choramingavam, pedindo de comer. E Chico Bento pensava: – Por que, em menino, a inquietação, o calor, o cansa- ço, sempre aparecem com o nome de fome? – Mãe, eu queria comer... me dá um taquinho de rapa- dura! – Ai, pedra do diabo! Topada desgraçada! Papai, vamos comer mais aquele povo, debaixo desse pé de pau? O juazeiro era um só. O vaqueiro também se achou no direito de tomar seu quinhão de abrigo e de frescura. E depois de arriar as trouxas e aliviar a burra, reparou nos vizinhos. A rês estava quase esfolada. A cabeça inchada não tinha chifres. Só dois ocos podres, mal cheirosos, donde escorria uma água purulenta. Encostando-se ao tronco, Chico Bento se dirigiu aos esfoladores: – De que morreu essa novilha, se não é da minha conta? Um dos homens levantou-se, com a faca escorrendo sangue, as mãos tintas de vermelho, um fartum san- grento envolvendo-o todo: – De mal-dos-chifres. Nós já achamos ela doente. E vamos aproveitar, mode não dar para os urubus. Chico Bento cuspiu longe, enojado: – E vosmecês têm coragem de comer isso? Me ripuna só de olhar... O outro explicou calmamente: – Faz dois dias que a gente não bota um de-comer de panela na boca... Chico Bento alargou os braços, num grande gesto de fraternidade: – Por isso não! Aí nas cargas eu tenho um resto de criação salgada que dá para nós. Rebolem essa por- queira pros urubus, que já é deles! Eu vou lá deixar um cristão comer bicho podre de mal, tenho um bocado no meu surrão! Realmente a vaca já fedia, por causa da doença. Toda descarnada, formando um grande bloco sangren- to, era uma festa para os urubus vê-la, lá de cima, lá da frieza mesquinha das nuvens. E para comemorar o achado executavam no ar grandes rondas festivas, ne- grejando as asas pretas em espirais descendentes. Rachel de Queiroz GABARITO 01. A 02. C 03. B 04. B 05. C 06. A 07. C 08. A 09. D 10. E 11. E 12. C 13. E 14. A 15. B 16. B 17. E 18. E 19. D 20. A 21. E 22. B 23. D 24. A 01_Interpretacao de Textos.pmd 30/9/2010, 09:4517 THATYML 18 Degrau Cultural Língua PortuguesaFONÉTICA, ORTOGRAFIA E ACENTUAÇÃO GRÁFICA É a parte da lingüística que estuda os sons da fala (fones). Fonemas São as entidades capazes de estabelecer distinção entre as palavras. Exemplos: casa/capa, muro/mudo, dia/tia A troca de um único fonema determina o surgimen- to de outra palavra ou um som sem sentido. O fonema se manifesta no som produzido e é registrado pela le- tra, é representado graficamente por ela. O fonema /z/, por exemplo, pode ser representado por várias letras: z (fazenda), x (exagerado), s (mesa). Atenção: Os fonemas são representados entre barras. Exemplos: /m/, /o/. Classificação dos fonemas Os fonemas da língua portuguesa classificam-se em vogais, semivogais e consoantes. Vogais: são fonemas pronunciados sem obstáculo à passagem de ar, chegando livremente ao exterior. Exem- plos: pato, bota Semivogais: são os fonemas que se juntam a uma vo- gal, formando com esta uma só sílaba. Exemplos: cou- ro, baile. Observe que só os fonemas /i/ e /u/ átonos funcionam como semivogais. Para que não sejam con- fundidos com as vogais i e u serão representados por [y] e [w] e chamados respectivamente de iode e vau. Consoantes: são fonemas produzidos mediante a re- sistência que os órgãos bucais (língua, dentes, lábi- os) opõem à passagem de ar. Exemplos: caderno, lâmpada. Dica: Em nossa língua, a vogal é o elemento básico, suficiente e indispensável para a forma- ção da sílaba. Você encontrará sílabas constitu- ídas só de vogais, mas nunca formadas somen- te com consoantes. Exemplos: viúva, abelha. Classificação das vogais 1- Quanto à intensidade A intensidade está relacionada com a tonicidade da vogal. a- tônicas: café, cama b- átonas: massa, bote 2- Quanto ao timbre O timbre está relacionado com a abertura da boca a- abertas: (sapo), (neve), (bola) b- fechadas: ê (mesa), ô (domador), i (bico), u (útero) e todas as nasais Encontros vocálicos Há três tipos de encontros vocálicos: ditongo, hiato e tritongo. Ditongo: é a junção de uma vogal + uma semivogal (ditongo decrescente), ou vice-versa (ditongo cres- cente), na mesma sílaba. Ex.: noite (ditongo decrescente), quase (ditongo cres- cente). Tritongo: é a junção de semivogal + vogal + semivogal, formando uma só sílaba. Ex.: Paraguai, argüiu. Hiato: é junção de duas vogais pronunciadas separa- damente formando sílabas distintas. Ex.: saída, coelho Atenção: Não se esqueça que só as vogais /i/ e /u/ podem funcionar como semivogais. Quando semivogais, serão representadas por /y/ e /w/ respectivamente. Dígrafos É a união de duas letras representando um só fone- ma. Observe que no caso dos dígrafos não há corres- pondência direta entre o número de letras e o número de fonemas. Dígrafos que desempenham a função de consoan- tes: ch (chuva), lh (molho), nh (unha), rr (carro) e outros. Dígrafos que desempenham a função de vogais na- sais: am (campo), en (bento), om (tombo) e outros. Encontros consonantais Quando existe uma seqüência de duas ou mais con- soantes em uma mesma palavra, denominamos essa seqüência de encontro consonantal. O encontro pode acorrer: – na mesma sílaba: cla-ri-da-de, fri-tu-ra, am-plo. – em sílabas diferentes: af-ta, com-pul-só-rio Atenção: Nos encontros consonantais somos capazes de perceber o som de todas as conso- antes. Sílaba É a unidade ou grupo de fonemas emitidos num só impulso da voz. Classificação das palavras quanto ao número de sílabas Monossílabas - aquelas que possuem uma só sílaba: dó, mão, cruz, etc. Dissílabas - aquelas que possuem duas sílabas: sa/ pé, fo/lha, te/la, etc. Trissílabas - aquelas que possuem três sílabas: fun/ da/ção, mé/di/co, etc. Polissílabas - aquelas que possuem mais de três síla- bas: ve/te/ra/no, na/tu/re/za, pa/la/ci/a/no, etc. Divisão silábica A fala é o primeiro e mais importante recurso usado para a divisão silábica na escrita. 02_Fonetica, Ortografia e Acent.pmd 30/9/2010, 09:4518 THATYML Língua Portuguesa Degrau Cultural 19 Regra geral: Toda sílaba, obrigatoriamente, possui uma vogal. Regras práticas: Não se separam ditongos e tritongos. Exemplos: mau, averigüei Separam-se as letras que representam os hiatos. Exemplos: sa-í-da, vô-o... Separam-se somente os dígrafos rr, ss, sc, sç, xc. Exemplos: pas-se-a-ta, car-ro, ex-ce-to... Separam-se os encontros consonantais pronunci- ados separadamente. Exemplo: car-ta Os elementos mórficos das palavras (prefixos, radi- cais, sufixos), quando incorporados à palavra, obede- cem às regras gerais. Exemplos: de-sa-ten-to, bi-sa- vô, tran-sa-tlân-ti-co... Consoante não seguida de vogal permanece na sí- laba anterior. Quando isso ocorrer em início de palavra, a consoante se anexa à sílaba seguinte. Exemplos: ad- je-ti-vo, tungs-tê-nio, psi-có-lo-go, gno-mo... Acento tônico / gráfico 1 - Sílaba tônica - A sílaba proferida com mais intensi- dade que as outras é a sílaba tônica. Esta possui o acento tônico, também chamado acento de intensi- dade ou prosódico: Exemplos: cajá, caderno, lâmpada 2 - Sílaba subtônica - Algumas palavras geralmente derivadas e polissílabas, além do acento tônico, possuem um acento secundário. A sílaba com acento secundário é chamada de subtônica. Exemplos: terrinha, sozinho 3 - Sílaba átona - As sílabas que não são tônicas nem subtônicas chamam-se átonas. Podem ser pretônicas (antes da tônica) ou postôni- cas (depois da tônica), Exemplos: barata (átona pretônica, tônica, átona postônica); máquina (tônica, átona postônica, áto- na postônica). Atenção: Não confunda acento tônico com acento gráfico. O acento tônico está relacionado com intensidade de som e existe em todas as pala- vras com duas ou mais sílabas. O acento gráfico existirá em apenas algumas palavras e será usado de acordo com regras de acentuação. Classificação das palavras quanto ao acento tônico As palavras com mais de uma sílaba, conforme a tonicidade, classificam-se em: Oxítonas: quando a sílaba tônica é a última - coração, São Tomé, etc. Paroxítonas: quando a sílaba tônica é a penúltima - cadeira, linha, régua, etc. Proparoxítonas: quando a sílaba tônica é a antepenúl- tima - ibérica, América, etc. Os monossílabos podem ser tônicos ou átonos: Tônicos: são autônomos, emitidos fortemente, como se fossem sílabas tônicas. Exemplos: ré, teu, lá, etc. Átonos: apóiam-se em outras palavras, pois não são autônomos, são emitidos fracamente, como se fos- sem sílabas átonas.São palavras sem sentido quando estão isoladas: artigos, pronomes oblíquos, preposi- ções, junções de preposições e artigos, conjunções, pronome relativo que. Exemplos: o, lhe, nem, etc. Acentuação gráfica As palavras em Língua Portuguesa são acentuadas de acordo com regras. Para que você saiba aplicá-las é preciso que tenha claros alguns conceitos como tonici- dade, encontros consonantais e vocálicos... Para você acentuar uma palavra: 1º Divida-a em sílabas; 2º Classifique-a quanto à tonicidade (oxítona, paroxítona...); 3º De acordo com sua terminação, encaixe-a nos quadros abaixo. Você deve acentuar as vogais tônicas das: Atenção: não se acentuam as paroxítonas terminadas em -ens. Exemplo: itens, nuvens... 02_Fonetica, Ortografia e Acent.pmd 30/9/2010, 09:4519 THATYML 20 Degrau Cultural Língua Portuguesa Grupos gu, qu antes de e/i Quando o u é proferido e tônico, receberá acento agudo: averigúe, apazigúe, argúis, etc. Quando o referido u é proferido e átono, receberá trema: freqüente, tranqüilo, etc. Quando o u não for pronunciado, formará com q e g dígrafos, ou seja, duas letras representando um único fonema /k/ e /g /. Não apresenta nenhum tipo de acento. Acento diferencial O acento diferencial (que pode ser circunflexo ou agudo) é usado como sinal distintivo de vocábulos ho- mógrafos (palavras que apresentam a mesma escri- ta). Alguns exemplos: •ás (carta de baralho, piloto exímio) - as (artigo femini- no plural) • côa, côas (verbo coar) - coa, coas (contrações com + a, com + as) • pára (verbo) - para (preposição) • péla, pélas (substantivo e verbo) - pela, pelas (contra- ções de per + a, per + as) • pêlo (substantivo) - pelo (per + o) • pólo, pólos (extremidade, jogo) - pôlo, pôlos (falcão) • pêra (fruta) - péra ou péra-fita (grande pedra antiga, fincada no chão) • pôr (verbo) - por (preposição) • porquê (substantivo) - porque (conjunção) • quê (substantivo, pronome em fim de frase) - que (con- junção) Atenção: O verbo TER, VIR e seus derivados não possuem dois EE na 3ª pessoa do plural no pre- sente do indicativo: ele tem, eles têm; ele vem, eles vêm; ele contém, eles contêm... Sinais Gráficos Sinais gráficos ou diacríticos são certos sinais que se juntam às letras, geralmente para lhes dar um valor fonético especial e permitir a correta pronúncia das palavras. 1. Til Indica nasalidade. Exemplos: maçã, Irã, órgão... 2. Trema Indica que o u dos grupos gue, gui, que, qui é profe- rido e átono. Exemplos: lingüiça, tranqüilo... 3. Apóstrofo Indica a supressão de uma vogal. Pode existir em palavras compostas, expressões e poesias. Exemplos: caixa-d’água, pau-d’água etc. 4. Hífen Emprega-se o hífen nos seguintes casos: – em palavras compostas. Exemplos: beija-flor, amor-perfeito... – para ligar pronomes átonos às formas verbais. Exemplos: dar-lhe, amar-te-ia... – para separar palavras em fim de linha. – para ligar algumas palavras precedidas de prefi- xos. Exemplos: auto-educação, pré-escolar... Acentuam-se: 02_Fonetica, Ortografia e Acent.pmd 30/9/2010, 09:4520 THATYML Língua Portuguesa Degrau Cultural 21 Observação: o uso do hífen é regulamentado pelo Pequeno Vocabulário Ortográfico da Língua Portugue- sa. Por se tratar de um item extremamente complexo, com regras confusas e extensas, os autores são contraditórios quando tratam do assunto. Procuramos sintetizar em um quadro o uso do hífen com os prefixos mais comuns. 5. Acento agudo Indica vogal tônica aberta: pó, ré; 6. Acento circunflexo Indica vogal tônica fechada: astrônomo, três; 7. Acento grave Sinal indicador de crase: à, àquele; 8. Cedilha Indica que o c tem som de ss: pança, muçulmano, moço... Atenção: O cedilha só é acompanhado pelas vogais a, o, u. Ortografia Palavra constituída das partes: orto (correta) +grafia (escrita). A ortografia é a parte da gramática que trata da correta escrita das palavras. Nosso alfabeto é composto de 23 letras: a, b, c, d, e, f, g, h, i, j, l, m, n, o, p, q, r, s, t, u, v, x, z Observação: Você deve estar se perguntando pelas letras W, Y e K.Elas não pertencem mais ao nosso alfabeto.São usadas apenas em ca- sos especiais: Nomes próprios estrangeiros (Wellington,Willian...), Abreviaturas e símbolos de uso internacional (K- potássio,Y-ítrio...), Palavras estrangeiras (show, play...) Emprego de letras Letra H Por que usar a letra H se ela não representa nenhum som? Realmente ela não possui valor fonético, mas continua sendo usada em nossa língua por força da etimologia e da tradição escrita. Etimologia: estudo da origem e da evolução das pala- vras; disciplina que trata da descrição de uma palavra em diferentes estados de língua anteriores por que passou, até remontar ao étimo; origem de um termo, quer na forma mais antiga conhecida, quer em alguma etapa de sua evolução; étimo. Ex: fidalgo é a locução filho de algo (Dicionário Houaiss) Emprega-se o H: – Inicial, quando etimológico: horizonte, hulha, etc. – Medial, como integrante dos dígrafos ch, lh, nh: cha- mada, molha, sonho, etc. – Em algumas interjeições: oh!, hum!, etc. – Em palavras compostas unidos por hífen, se algum elemento começa com H: hispano-americano, super- homem, etc. – Palavras compostas ligadas sem hífen não são es- critas com H. Exemplo: reaver – No substantivo próprio Bahia (Estado do Brasil), por tradição. As palavras derivadas dessa são escritas sem H. Exemplo: baiano... Atenção: Algumas palavras anteriormente es- critas com H “perderam” essa letra ao longo do tempo. Exemplos: herba-erva, hibernum-in- verno, etc. 02_Fonetica, Ortografia e Acent.pmd 30/9/2010, 09:4521 THATYML www.baixebr.org 22 Degrau Cultural Língua Portuguesa Letras E / I Letras G / J Letras S / Z Atenção: O verbo catequizar é derivado da palavra catequese deveria ser escrito com “s”, mas, como é deriva- do do grego, já veio formado para nosso vernáculo (língua do país). MAIZENA é um substantivo próprio, marca registrada. Letras X / CH 02_Fonetica, Ortografia e Acent.pmd 30/9/2010, 09:4522 THATYML Língua Portuguesa Degrau Cultural 23 Uso dos porquês Porque • Em frases afirmativas ou negativas, quando pode ser substituído por pois. Ex: Venha porque precisamos de você. • Para introduzir justificativas ou causas em frases declarativas, no início ou no meio de respostas. Ex: Ela não veio porque não quis. Porquê • Em qualquer tipo de frase, desde que antecedido de artigo ou pronome. Ex: Não me interessa o porquê de sua ausência. Por que • Quando equivale a pelo qual (e suas flexões). Ex: Essa é a rua por que passamos. • Quando equivale a “por que razão”. Ex: Eis por que não te amo mais. • No início de perguntas. Ex: Por que ela não veio? Por quê • No final de frases interrogativas. Ex: Ela não veio por quê? • Quando a expressão estiver isolada. Ex: Nunca mais volto aqui. Por quê? Uso do Onde e do Aonde Onde é o lugar em que se está. Usados com verbos que não indicam movimento. Observe: Onde você estava no sábado? Onde eu pode- ria estar, estava na casa de vovó. Aonde é o lugar a que se vai. Usado com verbos que indicam movimento. Observe: Aonde você vai esta noite? Eu vou ao restau- rante mexicano, jantar com meu marido. Letras SS / Ç 02_Fonetica, Ortografia e Acent.pmd 30/9/2010, 09:4523 THATYML 24 Degrau Cultural Língua Portuguesa EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS Estudo da constituição das palavras e dos proces- sos pelos quais elas são construídas a partir de suas partes componentes, os morfemas; parte da gramática que estuda as classes de palavras, seus paradigmas de flexões com suas exceções. Estrutura das palavras As palavras são constituídas de morfemas. São eles: Radical É o elemento comum de palavras cognatas também chamadas de palavras da mesma família. É responsá- vel pelo significado básico da palavra. Exemplo: terra, terreno, terreiro, terrinha, enterrar, ter- restre... Atenção: Às vezes, ele sofre pequenas alterações. Ex.: dormir, durmo; querer, quis As palavras que possuem mais de um radical são chamadas de compostas. Ex.: passatempo Vogal Temática Vogal Temática (VT) se junta ao radical para receber outros elementos. Fica entre dois morfemas. Existe vogal temática em verbos e nomes. Exemplo: beber, rosa, sala Nos verbos, a VT indica a conjugação a que pertencem (1ª, 2ª ou 3ª ). Exemplo: partir- verbo de 3ª conjugação Há formas verbais e nomes sem VT. Exemplo: rapaz, mato(verbo) Tema Tema = radical + vogal temática Exemplo: cantar = cant + a, mala = mal + a, rosa = ros + a Afixos São partículas que se anexam ao radical para for- mar outras palavras. Existem dois tipos de afixos: – Prefixos: colocados antes do radical. Exemplo: desleal, ilegal. – Sufixos: colocados depois do radical. Exemplo: folhagem, legalmente. Desinências São morfemas colocados no final das palavras para indicar flexões verbais ou nominais. Podem ser: Nominais: indicam gênero e número de nomes (subs- tantivos, adjetivos, pronomes, numerais). Exemplo: casa - casas, gato - gata Verbais: indicam número, pessoa, tempo e modo dos verbos. Existem dois tipos de desinências verbais: de- sinências modo-temporal (DMT) e desinências núme- ro-pessoal (DNP). Exemplo: Nós corremos, se elescorressem (DNP); se nós corrêssemos, tu correras (DMT) Atenção: A divisão verbal em morfemas será melhor explicada em: classes de palavras/ verbos. Algumas formas verbais não têm desinências como: trouxe, bebe... Verbo-nominais: indicam as formas nominais dos ver- bos (infinitivo, gerúndio e particípio). Exemplo: beber, correndo, partido 03_MORFOLOGIA.pmd 30/9/2010, 09:4524 THATYML Língua Portuguesa Degrau Cultural 25 Exemplo: fidalgo (filho + de + algo), aguardente (água + ardente) NEOLOGISMO Beijo pouco, falo menos ainda. Mas invento palavras Que traduzem a ternura mais funda E mais cotidiana. Inventei, por exemplo, a verbo teadorar. Intransitivo: Teadoro, Teodora. (BANDEIRA, Manuel. Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro: José Olympio, 1970) HIBRIDISMO Consiste na formação de palavras pela junção de radi- cais de línguas diferentes. Exemplo: auto/móvel (grego + latim); bio/dança (grego + português) ONOMATOPÉIA Consiste na formação de palavras pela imitação de sons e ruídos. Exemplo: triiim, chuá, bué, pingue-pongue, miau, tique- taque, zunzum SIGLA Consiste na redução de nomes ou expressões empre- gando a primeira letra ou sílaba de cada palavra. Exemplo: UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais, IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ABREVIAÇÃO Consiste na redução de parte de palavras com objetivo de simplificação. Exemplo: moto (motocicleta), gel (gelatina), cine (cinema). CLASSIFICAÇÃO DAS PALAVRAS As palavras costumam ser agrupadas em classes, de acordo com suas funções e formas. Processos de formação de palavras Maneira como os morfemas se organizam para formar as palavras. DERIVAÇÃO • Prefixal: A derivação prefixal é um processo de for- mar palavras no qual um prefixo ou mais são acres- centados à palavra primitiva. Exemplo: re/com/por (dois prefixos), desfazer, impa- ciente. • Sufixal: A derivação sufixal é um processo de formar palavras no qual um sufixo ou mais são acrescen- tados à palavra primitiva. Exemplo: realmente, folhagem. • Prefixal e Sufixal: A derivação prefixal e sufixal exis- te quando um prefixo e um sufixo são acrescenta- dos à palavra primitiva de forma independente, ou seja, sem a presença de um dos afixos a palavra continua tendo significado. Exemplo: deslealmente (des- prefixo e -mente sufixo). Você pode observar que os dois afixos são indepen- dentes: existem as palavras desleal e lealmente. • Parassintética: A derivação parassintética ocorre quando um prefixo e um sufixo são acrescentados à palavra primitiva de forma dependente, ou seja, os dois afixos não podem se separar, devem ser usados ao mesmo tempo, pois sem um deles a palavra não se reveste de nenhum significado. Exemplo: anoitecer ( a- prefixo e -ecer sufixo), neste caso, não existem as palavras anoite e noitecer, pois os afixos não podem se separar. • Regressiva: A derivação regressiva existe quando morfemas da palavra primitiva desaparecem. Exemplo: mengo (flamengo), dança (dançar), portu- ga (português). • Imprópria: A derivação imprópria, mudança de clas- se ou conversão ocorre quando palavra comumen- te usada como pertencente a uma classe é usada como fazendo parte de outra. Exemplo: coelho (substantivo comum) usado como substantivo próprio em Daniel Coelho da Silva; ver- de geralmente como adjetivo (Comprei uma cami- sa verde.) usado como substantivo (O verde do par- que comoveu a todos.) COMPOSIÇÃO Processo de formação de palavras através do qual novas palavras são formadas pela junção de duas ou mais palavras já existentes. Existem duas formas de composição: • Justaposição • Aglutinação A justaposição ocorre quando duas ou mais pala- vras se unem sem que ocorra alteração de suas for- mas ou acentuação primitivas. Exemplo: guarda-chuva, segunda-feira, passatempo. A aglutinação ocorre quando duas ou mais pala- vras se unem para formar uma nova palavra ocorrendo alteração na forma ou na acentuação. 03_MORFOLOGIA.pmd 30/9/2010, 09:4525 THATYML 26 Degrau Cultural Língua Portuguesa Substantivo É a palavra que dá nome aos seres, coisas e senti- mentos. Classificam-se em: Os substantivos flexionam-se para indicar gênero, número e grau. I – Gênero: É a categoria gramatical que, no português, distribui os nomes masculinos e femininos, não existindo corres- pondência nenhuma entre gênero masculino e sexo masculino, ou gênero feminino e sexo feminino. a) BIFORMES – MASCULINOS, FEMININOS – regula- res (menino e menina, gato e gata) e irregulares (bode e cabra, pai e mãe). b) UNIFORMES – EPICENOS (não aceitam a flexão do determinante, referem-se somente a animais, vegetais, aves e insetos – macho e fêmea), SOBRECOMUNS (não aceitam nem a flexão do elemento determinante – a testemunha, o cônjuge), COMUM DE DOIS GÊNEROS (caracterizam-se pela flexão do elemento determinante – o/a jovem, o/a poeta). II – Número a) SINGULAR – indica um só ser. Ex.: menino b) PLURAL – indica mais de um ser ou mais de um conjunto de seres. Ex.: meninos III – Grau a) AUMENTATIVO: SINTÉTICO – usando sufixos. Ex.: poetastro ANALÍTICO: poeta grande b) DIMINUTIVO: ANALÍTICO: corpo minúsculo SINTÉTICO – usando sufixos. Ex.: corpúsculo Adjetivo VILA VELHA “Do lado oposto às verdes colinas que se perdem no horizonte, gigantescas rochas formam paredões e desenham uma paisagem árida e silenciosa, num ce- nário de terra vermelha e vegetação rasteira. Os índi- os chegaram, olharam, batizaram de Itacueretaba – “ci- dade extinta de pedras” – e trataram de se mandar para paragens mais animadas. Até hoje, os únicos ha- bitantes destes vastos campos são lobos-guarás, ja- guatiricas, perdizes e tamanduás-bandeiras. A principal atração do Parque Estadual de Vila Velha são 22 enormes blocos areníticos esculpidos pela chuva, pelo vento e movimentos de terra, ao longo de 350 milhões de anos. Neles, o tempo imitou a arte nas figuras de um ca- melo, um leão, uma bota, um rinoceronte, a proa de um navio, a cabeça de um índio, uma taça, cogumelos.” (Guia Turístico da Folha de S. Paulo) O texto acima é descritivo. O autor tem como objetivo fundamental caracterizar Vila Velha, um dos pontos tu- rísticos do Brasil. Para isso, citou alguns seres que com- põem a paisagem, identificou características de alguns deles e atribuiu características a outros. As característi- cas foram expressas pelos então chamados adjetivos. Adjetivo é uma palavra variável que modifica substanti- vos, atribuindo uma característica aos seres nomea- dos por eles: Paisagem silenciosa. LOCUÇÃO ADJETIVA É o grupo formado de preposição mais substantivo, com valor e emprego de adjetivo: A água da chuva. Os adjetivos se classificam quanto: I – À FORMA • PRIMITIVO → não provém de outra palavra da lín- gua: bonito, feio, alto, loiro etc. • DERIVADO → provém de outra palavra da língua: bondoso, amoroso, maldoso etc. • SIMPLES → possui apenas um radical: povo japo- nês, preocupações políticas, árvore nova etc. • COMPOSTO → possui mais de um radical: estudos luso-ítalo-brasileiros, temas políticos-sociais, in- divíduo rubro-negro. II – AO GÊNERO • Uniformes →→→→→ apresentam forma única para ambos os gêneros: homem interessante, vinho quente. • Biformes →→→→→ apresentam duas formas, uma para o masculino, outra para o feminino: ator famoso/atriz famosa. III – AO NÚMERO Os adjetivos simples fazem o plural seguindo as mes- mas regras dos substantivos simples: livros utéis, car- tões iguais. 03_MORFOLOGIA.pmd 30/9/2010, 09:4526 THATYML Língua Portuguesa Degrau Cultural 27 Os adjetivos compostos fazem o plural com flexão do último elemento: castanho-escuros. Se o último elemento for um substantivo, não have- rá flexão, ou seja, ficará invariável: tapetes verde-es- meralda. IV – AO GRAU Comparativo →→→→→ pelo qual se indica se o ser é superior, inferiorou igual na qualificação. • Superior: Pedro é mais inteligente que Paulo. • Inferior: Paulo é menos inteligente que Pedro. • Igualdade: Pedro é tão inteligente quanto Paulo. Superlativo →→→→→ pelo qual uma qualidade é levada ao mais alto grau de intensidade. • Analítico: Pedro é muito inteligente. • Sintético: Pedro é inteligentíssimo. Exercício 01. Retire, do texto abaixo, os substantivos e os adjetivos: “A infância é generosa e tem sentimentos de digni- dade que os interesses da vida adulta muitas vezes obscurecem. A infância aprende por símbolos. Colom- bo não era só um grande navegador, mas um símbolo. Não aprendemos com ele a arte de navegar: mas a de cumprir um desatino grandioso e amargo. E isso ainda é maior que descobrir a América.” (Cecília Meireles) ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Gabarito: Substantivos: infância, sentimentos, dignidade, interes- ses, vida, vezes, símbolos, Colombo, navegador, arte, desatino e América. Adjetivos ou locuções adjetivas: generosa, de dignida- de, adulta, grande, de navegar, grandioso, amargo e maior. Artigo É a palavra variável que antecede o substantivo, indi- cando seu gênero e número, além de defini-lo ou não. • DEFINIDO: que se trata de um ser já conhecido do leitor ou do ouvinte, seja por ter sido mencionado antes, seja por ser objeto de um conhecimento de experiência. São eles: O, A, OS, AS. O rapaz saiu de casa cedo. A mulher queria muito ter filhos. • INDEFINIDO: que se trata de um simples represen- tante de uma dada espécie ao qual não se fez men- ção anteriormente. São eles: UM, UMA, UNS, UMAS. Um cachorro atravessou na frente do carro. Uma mulher libertou-se do algoz. Importante: • Embora o artigo sempre anteceda a um subs- tantivo, não é necessário que ele esteja ime- diatamente antes deste. Às vezes, aparece outra palavra, pertencente a outra classe gra- matical, entre ambos: O novo carro. • Os artigos podem combinar-se com prepo- sições: de + o = do, em + o = no, etc. Numeral É a palavra que exprime quantidade, ordem, fração e multiplicação. CLASSIFICAÇÃO • CARDINAIS: quantidade – um, dois, três... • ORDINAIS: ordem – primeiro, segundo... • FRACIONÁRIOS: fração – meio, terço... • MULTIPLICATIVOS: multiplicação – duplo, triplo... Lembre-se: a grafia correta do numeral 50 é cin- qüenta. Pronome “Nicolau Fagundes Varela entregou-se a todos os te- mas e aos versos de todas as medidas. Não é fácil, portanto, classificá-lo- nesta ou naquela modalidade poética. Qualquer rótulo para marcá-lo seria sempre incompleto. Sertanista, bucólico, lírico, paisagista, mís- tico, épico, descritivo, patriótico, de tudo ele foi, um pou- co de cada vez. (CAVALHEIRA, E. Fagundes Varela. Ed. Rio de Janeiro, Agir, 1975. P. 6 [Nossos Clássicos]). Observe as palavras em destaque no texto: todos, todas, lo, esta, aquela, qualquer, ele, cada. As palavras lo e ele substituem o substantivo Fagundes Varela; as demais acompanham o nome. Todas essas palavras são pronomes. Os nomes são palavras com conteúdo significativo, que simbolizam seres que temos em mente. Os prono- mes têm pouco conteúdo significativo, exercendo no texto as seguintes funções: • Representar as pessoas do discurso: No texto acima, o jornalista se refere a Fagundes Vare- la, emprega o pronome ele, que alude à 3a pessoa do discurso, aquela de quem se fala. • Remeter a termos já enunciados no texto: “Qualquer rótulo para marcá-lo”, este pronome lo está substituindo o nome de Fagundes Varela para não tor- nar o texto repetitivo. Pronome é a palavra que substitui o substantivo (pro- nome substantivo) ou acompanha o substantivo (pro- nome adjetivo). Quando acompanha o substantivo, de- termina-o no espaço ou no contexto. 03_MORFOLOGIA.pmd 30/9/2010, 09:4527 THATYML 28 Degrau Cultural Língua Portuguesa OBSERVAÇÕES • o pronome você, embora seja pronome de trata- mento, tem substituído o pronome tu no português do Brasil. • na norma culta, os pronomes pessoais retos funci- onam como sujeito. • os pronomes oblíquos podem ser: a) átonos – empregados sem preposição – objeto di- reto ou objeto indireto, sendo que, o, a, os, as serão sempre objetos diretos e, lhe, lhes sempre serão objetos indiretos; b) tônicos – sempre precedidos de preposição; • os pronomes oblíquos o, a, os, as podem assumir as seguintes formas: a) lo, la, los, las → depois de verbos terminados em r, s, z; quando vierem posposto ao designativo eis ou aos pronomes nos e vos: Vou recebê-lo como amigo. b) no, na, nos, nas → depois de verbos terminados em ditongo nasal (am, em, ão, õe): O lápis caiu. Peguem-no. Pronomes Pessoais de Tratamento São palavras ou expressões utilizadas para as pesso- as com quem se fala. São, portanto, pronomes de 2a pessoa, embora sejam empregados com verbo na 3a pessoa. Esses pronomes, que aparecem apenas na linguagem formal, expressam uma atitude cerimoniosa do emissor em relação ao interlocutor ou à pessoa de quem se fala. Ex.: Sua Santidade volta ao Brasil 17 anos mais velho desde que esteve aqui pela primeira vez...(O Estado de S Paulo) Lembre-se que referindo-se à 2ª pessoa são acompanhados pela forma VOSSA, referindo-se à 3ª pessoa são acompanhados pela forma SUA São eles: você, Vossa Alteza, Vossa Eminên- cia, Vossa Excelência, Vossa Magnificência, Vossa Majestade, Vossa Meritíssima, Vossa Reverendíssima, Vossa Senhoria e Vossa San- tidade. 2. PRONOMES POSSESSIVOS Estreitamente relacionados com os pronomes pesso- ais estão os pronomes possessivos e os demonstrati- vos. Os pronomes pessoais, como já vimos, denotam as pessoas gramaticais; os outros indicam algo deter- minados por elas. Os pronomes classificam-se em: 1. PESSOAIS Os pronomes possessivos indicam aquilo que perten- ce ou cabe a cada uma das pessoas gramaticais. Emprego ambíguo do possessivo de 3a pessoa As formas seu, sua, seus, suas aplicam-se indiferen- temente ao possuidor da 3a pessoa do singular ou da 3a pessoa do plural, seja este possuidor masculino ou feminino. O fato de concordar o possessivo unicamen- te provoca dúvida a respeito do possuidor. Para evitar qualquer ambigüidade, o português nos ofe- rece o recurso de precisar a pessoa do possuidor com a substituição de seu (s), sua (s), pelas formas dele (s), dela (s), de você, do senhor, da senhora e
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