Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
0 FACULDADE PARAISO – CE CURSO DE DIREITO ANDRESSA ARUDA BRUNA VIEIRA DEBORAH GISELY MIRIAN OLIVEIRA RAQUEL NOBRE SAWANNA ARAÚJO THAYZA NAYARA ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA NO DIREITO E PARA O DIREITO JUAZEIRO DO NORTE – CE 2013 1 ANDRESSA ARUDA BRUNA VIEIRA DEBORAH GISELY MIRIAN OLIVEIRA RAQUEL NOBRE SAWANNA ARAÚJO THAYZA NAYARA ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA NO DIREITO E PARA O DIREITO JUAZEIRO DO NORTE- CE 2013 Trabalho apresentado a Disciplina Introdução ao Estudo do Direito do Curso de Bacharelado em Direito – FAP, como requisito para a obtenção da nota na referida disciplina. Prof. Shakespeare Teixeira Andrade 2 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ......................................................................................... 3 DESENVOLVIMENTO ............................................................................ 4 1. ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA ...................................................... 4 2. Linguagem sua definição e aspectos históricos ................................. 4 3. Regras para a argumentação ............................................................ 12 4. Pilares da argumentação jurídica ..................................................... 14 5. A importância para o mundo do direito e da justiça ......................... 16 CONCLUSÃO ......................................................................................... 18 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 19 3 INTRODUÇÃO Entende-se que a prática da argumentação é algo fundamental para o Direito, no transcorrer dos anos, diversas teorias foram sendo desenvolvidas para tal anseio, isto é, apoiando a prática do Direito. O trabalho abordará questões pertinentes na aplicação da argumentação jurídica, desde a definição de linguagem, passando pelos aspectos históricos, neste ponto será possível observar como a linguagem foi definida e como se constituiu a história da mesma. Ainda assim, vislumbrará as regras para argumentação, estás que são necessárias para defender um determinado assunto, embasando-se nas questões de como distinguir as premissas das conclusões, apresentações de ideias dentre outros. Não obstante, têm-se os pilares da argumentação, que são de extrema importância para dá sustentação à argumentação obtendo resultados positivos através da formação de ideias racionais e lógicas, a citar alguns pilares, a persuasão, evitar pré-julgamentos etc. Pode-se dizer que argumentar de forma crítica, racional é uma arte. É necessário entender que a argumentação jurídica é importante na vida do operador de direito, pois através dela é possível ter um diálogo lógico e convincente perante as situações, por isso a argumentação é apoiada em teorias. De resto, vale salientar que o argumentador emprega as informações ao seu favor de forma coerente, conseguindo trazer o opositor para o seu lado, ou seja, fazendo com que este concorde com as suas ideias e quiçá às compartilhe. 4 DESENVOLVIMENTO 1. ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA 2. Linguagem sua definição e aspectos históricos A linguagem jurídica assim como na linguagem normal ou natural falada pelos indivíduos leigos do Direito – podendo assim dizer – também possui um emissor e um receptor. O receptor na visão jurídica é o Estado com suas leis e o Emissor pó sua vez é o povo no qual as leis recaem sobre eles. A linguagem jurídica é utilizada preferencialmente pelo profissional que atua na área do Direito como Ministro, Delegados, Advogados, Juízes, Promotores entre tantos outros. Esta linguagem tem por base técnica cientifica, por possuir uma aproximação da linguagem de nível culto, – artificial, conservadora, precisa, sendo esta mais utilizada nos tribunais – pois ela se utiliza da gramática para imprimir uma imagem de rigor, neutralidade e precisão em suas palavras para que não haja entendimento ambíguo do que se está escrito ou dito. (MEDEIROS; TOMASI, 2007) Tal linguagem também é profissional, pois se encaixa dentro do nível culto, onde se encontram textos que como relatórios administrativos, acadêmicos, processos, petições, editais e cartas procuratórias. (MEDEIROS; TOMASI, 2007) Um exemplo de linguagem profissional é a ação cautelar de exibição de documentos com pedido de liminar. (RVLEI, 2010) Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da _____ Vara do Juizado Especial Federal Cível da subseção de xxxxxx – seção do Estado de São Paulo. 5 XXXXXXXX, brasileiro (a), casado(a), nascido(a) em XX/XX/XX, portador(a) do RG n° XXXXX SSP/SP, e devidamente inscrito no CPF/MF n° XXXXX, filho(a) de XXXXXXXX, residente e domiciliado à Rua XXX, n° XXX, XXX, XXX, XXX/SP, CEP XXXXX-XXX, respeitosamente, comparece perante V.Exª através de seus advogados e procuradores que adiante assinam (procuração anexa), com endereço comercial na Praça João Mendes nº 182, conj.121/123, - 12º andar, Centro, São Paulo, CEP 01.501-000, que adiante assinam, para propor AÇÃO CAUTELAR DE EXIBIÇÃO DE DOCUMENTOS (COM PEDIDO DE LIMINAR) em face da [NOME DA EMPRESA], pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob o n.º xx.xxx.xxx/0001-xx, com sede na Rua [Endereço completo], com base nos fatos e fundamentos a seguir expendidos: 1. DOS FATOS A autora manteve vínculo com a Ré no período em que foi funcionária da [Nome da empresa]. Por outro turno, a Requerida nega-se, também, a fornecer a Autora, demonstrativos [citar documentos]. Frisa-se, que tais documentos são indispensáveis para [...].. Assim, faz-se necessário socorrer-se do Judiciário, para que a Requerida apresente a Autora, [citar documentos]. 2. DOS DIREITOS O direito da Autora está calcado no artigo 355 e ss do Código de 6 Processo Civil e artigo 24 da Lei n.º 8.159/91, respectivamente. “Art. 355. O juiz pode ordenar que a parte exiba documento ou coisa, que se ache em seu poder”. “Art. 24. Poderá o Poder Judiciário, em qualquer instância, determinar a exibição reservada de qualquer documento sigiloso, sempre que indispensável à defesa de direito próprio ou esclarecimento de situação pessoal da parte”. Parágrafo único. Nenhuma norma de organização administrativa será interpretada de modo a, por qualquer forma, restringir o disposto neste artigo”. Não há dúvida, também, quanto ao cumprimento do artigo 356, do Código de Processo Civil, no tocante ao documento requerido; a finalidade da prova que se quer, e; a certeza de que tais documentos somente podem estar de posse da Ré. “Art. 356. O pedido formulado pela parte conterá: I - a individuação, tão completa quanto possível, do documento ou coisa; II - a finalidade da prova, indicando os fatos que se relacionam com o documento ou a coisa; III - as circunstâncias em que se funda o requerente para afirmar que o documento ou a coisa existe e se acha em poder da parte contrária”. Desta feita, nos termos do artigo 358, I, do Código de Processo Civil, esclarece, que a Ré é obrigada legalmente em apresentar tais documentos, o que não ocorreu. Ademais, indubitavelmente, o documento é comum às partes. 3. DA INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO Como esta medida cautelar tem por fito a propositura de ação principal, na qual a inexistência dedocumentos que estão de posse da Requerida obstam a sua distribuição, não resta outro caminho senão o requerer a interrupção da prescrição no que pertine ao pedido de [citar 7 pedidos]. Para melhor ilustrar tal entendimento reporta-se ao seguinte julgado abaixo colacionado: SEGURO EM GRUPO – AÇÃO CAUTELAR PREPARATÓRIA – INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO ÂNUA – Os processos preparatórios da ação principal interrompem a prescrição, visto que, constituindo medidas de proteção ao direito, equivalem ao seu próprio exercício. Hipótese em que segurado em grupo ajuizara contra a seguradora ação cautelar preparatória de exibição de documento. (TAMG – AP 0343180-3 – Juiz de Fora – 6ª C.Cív. – Rel. Juiz Dárcio Lopardi Mendes – J. 22.11.2001) 4. DA CONCESSÃO DE LIMINAR É necessário, no presente caso, a concessão de medida liminar, para que a Requerida apresente, dentro do prazo prescrito no artigo 357, do Código de Processo Civil, de todos os documentos requeridos, haja vista a presença dos requisitos insertos no artigo 844, II, do mesmo Diploma Legal. Vejamos: “Art. 844. Tem lugar, como procedimento preparatório, a exibição judicial”: II - de documento próprio ou comum, em poder de co-interessado, sócio, condômino, credor ou devedor; ou em poder de terceiro que o tenha em sua guarda, como inventariante, testamenteiro, depositário ou administrador de bens alheios;” 5. DO FUMUS BONI IURIS E DO PERICULUM IN MORA Quanto a fumaça do bom direito, reporta-se aos documentos, os quais categoricamente comprovam a relação jurídica existente entre as partes. 8 Em relação ao periculum in mora, aponta-se o pedido administrativo, até hoje não cumprido, o qual impossibilita a Autora do exercício de seu direito, privando-os do acesso à justiça na defesa de seus interesses. Ademais, não se pode olvidar que a [nome da empresa] impede o acesso aos documentos com o nítido interesse de “deixar o tempo passar” com o fim único de atingir a prescrição do direito da Autora. Por outro vértice, não há qualquer dúvida de que tais parcelas, depositada pela Autora, constituem parte de seu patrimônio ou complementação de verba alimentar, indispensáveis à mantença dela. 6. DOS PEDIDOS Ex positis, Requer-se, de Vossa Excelência, o seguinte: Seja recebida e autuada a presente ação; A citação da Requerida, por Aviso de Recebimento; A concessão de medida liminar, conforme fundamentação supra, para em cinco dias, nos termos do artigo 357, do Código de Processo Civil, apresentar os documentos requeridos, sob as penas do artigo 359, do mesmo Caderno Processual, quais sejam: a) que á Ré exiba em Juízo [citar documentos que devem ser exibidos]. Nos termos do artigo 806, do Código de Processo Civil, compromete- se a Autora a propor a ação principal no prazo de 30 dias da efetivação da medida; b) Seja reconhecida a interrupção da prescrição no que tange a relação jurídica existente entre as partes, para o fim de resguardar o direito da Autora; 9 c) Seja a ação julgada procedente, obrigando a Ré a apresentação dos documentos, com a consequente condenação em custas processuais e honorários advocatícios, arbitrados por Vossa Excelência; d) Seja concedido o benefício da assistência judiciária gratuita para a Autora (Doc. 02). e) Protesta por todos os meios de provas em direito admitidos,sem exceção de nenhuma ; Por fim, protesta para que as futuras notificações e intimações sejam dirigidas ao Dr. [nome do advogado e OAB]. Dá-se a causa o valor de R$ XXXX,XX (XXX mil reais). Nestes Termos, Pede Deferimento. [cidade, dia, mês e ano]. [advogado e OAB] Do ponto de vista da linguagem jurídica ela possui três concepções a semântica, sintática e a pragmática. (CONTEÚDO JURÍDICO) I. Concepção Semântica é aquela que leva em consideração o significado das palavras, como diz no dicionário Aurélio é uma linguística empírica, ou seja, na linguagem popular. II. Concepção Sintática é aquela que consiste em explicar a necessidade e de se escrever e interpretar de maneira clara o direito de modo que a concepção de segurança jurídica não se perca, mas seja reforçada. 10 III. Concepção pragmática é aquela que tem por objetivo facilitar a comunicação entre o emissor e o receptor, ou seja, enviando com clareza a norma de quem expede para quem recebe. (PEREIRA, 2012) A linguagem jurídica possui características, elemento que compõe as propriedades de tal linguagem especifica do Direito. As características são divididas em sete partes sendo elas a Estética, Harmonia, Concisão, Nível culto, Clareza e Precisão e Lógico. (COAN, 2009) I. Estética é dotada de beleza e elegância jurídica. II. Harmonia é estrutura formulada no texto sendo obrigatória que se tenha coerência e coesão na escrita. III. Concisão é a linguagem breve, levando em conta falar somente aquilo que é necessário. IV. Nível Culto é a linguagem formal, artificial, conservadora. Ela faz com que o individuo pratiquem uma linguagem técnica de forma compulsória. V. Clareza e Precisão dizem respeito à forma correta do uso da semântica das palavras para que não haja ambiguidade do entendimento da mensagem que esta sendo transmitida, tendo assim mais precisão sobre a mesma. VI. Lógica é uma linguagem de expressão de pensamento, ela possui caráter informativo e racional. Segundo Coan (2009) ele cita em seu artigo que Goffredo Telles Júnior expõe a lógica como a ciência da argumentação. Abaixo um fluxograma da linguagem. (NASCIMENTO, 2002) Linguagem Coloquial Artística Técnica De informação De convencimento (lógica) Sacra Política Forense 11 Para falarmos sobre os aspectos históricos da linguagem jurídica iremos trabalhar com a obra Curso de Linguística Geral de Ferdinand Saussure, que foi organizada por Charles Bally e Albert Sechehaye. Segundo Saussure (2006) obra diz que “a ciência que se constituiu em torno dos fatos da língua passou por três fases sucessivas antes de reconhecer qual é o único objetivo. Estas três fases são a gramática, filologia e a gramática comparada”. A primeira é a gramática é uma disciplina normativa que visa formular formas corretas e incorretas, ela foi iniciada pelos gregos e continuada pelos franceses, ele tem por base à lógica e totalmente desprovida da cientifica. A segunda é a filologia termo que é vinculado ao movimentou criado por Friderich Wolf a partir do ano 1977 e que se continua ate os dias de hoje. A língua não é o único objeto da filologia, pois ela almeja fixar, comentar e interpretar os textos. A filologia teve em seu percurso uma grande crítica por apegar-se muito a língua escrita e se esquecer da língua falada. Por ultimo temos a terceira fase é a gramática comparada que tem por definição esclarecer a língua por meio de outra, explicando as formas de uma por meio das formas da outra. Em 1816 o maior pré-titular de Sistema de Configuração Sânscrito, Franz Bopp por sua vez estudou as relações que uni o sânscrito ao germânico, grego e latim, ele compreendeu que as relações entre línguas afins podiam tornar-se matéria de uma ciência autônoma. Na obra de Saussure a sânscrito fica entre as línguas latim e grego, com isso ele observou que algumas palavras gregas que possuem “s” desapareciam, o mesmo ocorre no latim onde os “r” se transformavam em “s”. Porem esta gramática comparada cometeu um erro ao ter ignorado a natureza do objetode estudo, no entanto quando se foi questionado o porquê de tais comparações em 1870, perceberam que esta comparação era apenas um meio para reconstituir os fatos. Ocorrendo isto veio a surgir/nascer à linguística. A matéria da linguística gira em torno das manifestações feitas pelos povos antigos e modernos. A tarefa da linguística é fazer uma discrição das famílias e reconstituí-las. A linguística possui um fenômeno no qual apresenta dois lados, o individual (fala) e o social (língua) que se correspondem, no entanto um não existe sem o outro, onde o som é um instrumento da linguagem. (Saussure, 2006) 12 3. Regras para a argumentação O argumento existe para defender um ponto de vista a respeito de determinado assunto, e para melhor apresentar foram criadas regras, as quais serão algumas irão ser abordadas. Distinção das premissas das conclusões: Premissas são afirmações que servem de alicerce para defender a conclusão. A conclusão é a ideia defendida pelas premissas. No argumento, pode haver várias premissas, porém pode dispor de apenas uma conclusão. Por mais que seus argumentos sejam coerentes, e se as premissas forem insuficientes, a conclusão não será convincente. Para se ter um bom argumento deve partir de premissas verídicas, absolutas e obvias, pois a justificativa da conclusão detém a elas. Os argumentos podem ser considerados validos, se as premissas tornarem verossímeis as conclusões e, é inválidos quando a conclusão não é um produto decorrente das premissas. Quando as premissas contém veracidade são fidedignas, é sempre bom iniciar por elas. Para saber se as premissas são fidedignas, poderia fazer uma breve analise por meio de pesquisas ou ligeiramente argumenta-las, caso não seja possível, deve-se partir para outra linha de raciocíonio. Os argumentos de Exemplo são fundamentados em exemplos que servem de apoio para as premissas. De Analogia quanto se cria argumentos com base em um caso, para provar outro. Na analogia se alega na primeira premissa fundamentos do exemplo para o argumento, já na premissa seguinte firma as semelhanças e se da à conclusão, porém não é necessário que a conclusão esteja idênticas aos exemplos, pois as semelhanças consideradas são superficiais. De Autoridade visa explorar as conclusões de outros para se basear as suas. De Causa, esclarece acontecimentos a parti das causas, assim a conclusão surgi da explicação do que é mais obvio. Os argumentos são indutivos quando na conclusão a verdade e baseado nas premissas. Já os dedutivos decorre da lógica, sendo as premissas verdadeiras, a conclusão também será. Os dedutivos dividem-se em: Modus ponens sustenta e torna claras as premissas presente nos argumentos quando não são evidentes; o Modus tollens e quando se tire uma proposição perde-se a outra; o Silogismo hipotético as premissas se explicam e a conclusão une uma causa a uma consequência; o Silogismo disjuntivo e são duas proposição ligadas pelo ‘ou’; o Dilema apresenta duas 13 opção pouco agradável ; o Reductio ad absurdum é que não há como se rejeitar a conclusão Ademais estes aspectos podem ser muito proveitosos para encontrar a verdade, que podem está contida nas premissas ou até uma forma estruturar um argumento. Apresentação de ideias em uma ordem natural: Os argumentos servem para induzir, por isso deve ser apresentando em uma ordem que expresse o seu raciocínio de forma clara e precisa ao leitor. Para isso, devem-se colocar as premissas e as conclusões adequando-os para o melhor entendimento, podendo expor suas conclusões e logo após as considerações ou vice- versa. Seria necessário antecipar a conclusão para o início ou fazer uma breve introdução, caso o argumento seja de difícil compreensão. Se não, a conclusão deve ser feita ao final. A ordem natural pode vim do ensaio argumentativo, dessa forma devemos seguir regras, assim partindo do esboço fazendo da seguinte forma: primeiro é preciso definir o tema a ser abordado e depois explicar, pois o leitor ou ouvinte pode não esta inteirado no assunto. Ser concreto e ser conciso: A argumentação jurídica tem por objetivo a persuasão, portanto é necessário que o argumentador tenha conhecimento sobre o tema a ser argumentado para que se possa praticar o ato de forma clara e objetiva, sem uso de pressuposições ou termos abstratos, é necessário ter certeza do que se diz. O argumentador tem que atingir e convencer o público alvo sejam através de fatos comprovados ou de proposições próprias do argumentador, desde que tem uma linguagem transparente para bom entendimento daquele ao qual deseja convencer. Evitar linguagem agressiva: Na argumentação é imprescindível ouvir o que o outro tem a dizer para que se possam encontrar argumentos mais fortes e convincentes diante do público alvo. Devido a isso é necessário que se evite uma linguagem que menospreze ou ridicularize o argumento do outro, sendo considerado desrespeito e fazendo com que o debate perca parcialmente o caráter democrático. 14 Termos consistentes e termos equívocos: Para que se atinja a persuasão que é uma das principais características da argumentação devem-se evitar termos confusos ou de duplo sentido que possa confundir o seu público ou fazer com que o outro manuseie sua proposta para um lado diferente do qual você pretendia. É recomendável que sejam usadas palavras com uma única definição para que não haja suspeita de dúvida ou insegurança de seu argumento, tornando-o assim fraco ou dependendo do termo usado, tendencioso.·. 4. Pilares da argumentação jurídica Os pilares são essenciais, pois a partir deles que se constrói e desenvolve os argumentos. Esse suporte é necessário sempre que se quer defender algo, apresentar ideias, propor soluções e afins. Através dos pilares a argumentação se sustenta, a citar: Persuasão: É o poder que uma pessoa tem através da comunicação, que serve para orientar e influenciar outro sujeito, conseguindo com que a mesma aceite o seu argumento. É também uma forma de estimular, conduzir algo desejado pelo persuasor, fazendo assim com que a pessoa venha realizar algo determinado, a partir do momento que se tenta fazer com que alguém aceite algo, está persuadindo. Geralmente a persuasão é dotada de ideias racionais conduzindo a uma finalidade, está presente no dia a dia das pessoas, principalmente na área profissional, na área jurídica, nesta última temos os argumentos do advogado com o seu cliente onde a persuasão inicia a partir que o mesmo deseja pegar a causa, e também usada nos tribunais onde o advogado tenta beneficiar o seu cliente diante do fato. Através desse poder de persuasão que advogados ganham causas, nos tribunais é bastante útil, e usada também para comover todos ali presentes, principalmente o juiz, júri, e promotor. Juízes e promotores também usam desse poder de persuasão para conseguir tornar mais fácil um processo, usando da sua habilidade, interesse, orientação, esforço, certezas, etc., para na sua argumentação melhor persuadir. Incorporação dos outros campos do saber: 15 Reúne outros campos como temas sociais, jurídicos, religiosos, culturais etc. Assim a argumentação do direito não se limitada apenas ao ramo jurídico, podendo utilizar-se dos demais campos para complementar, aprofundar mais o seu conhecimento, elaborando assim um bom argumento. É fundamental buscar em outros campos algo que possa servir na argumentação para elaboração de ideias, bem como, realizar um bom trabalho com o seu cliente, ter firmeza no que estar argumentando, é através dessas referências que a argumentação se torna algo convincente. Os profissionaisdo setor jurídico incorporam outros temas buscando também uma boa persuasão. O Conhecimento do Outro e das Circunstâncias: Ao apresentar a argumentação é preciso estar ciente que a forma de argumentar é adequada para os sujeitos que participam do diálogo, ou seja, que os mesmo irão compreender o assunto contido na confabulação, e se for necessário usar uma linguagem mais acessível. Quando o advogado pega uma causa, emprega uma linguagem simplificada com o seu cliente, bem como o juiz ou promotor ao interrogar os acusados também utilizam está técnica. Evitar o Pré-julgamento: O pré-julgamento acontece no momento em que um indivíduo julga outro antes de ter conhecimento do fato ocorrido, por falta de verificar e investigar o acontecido, podendo trazer até mesmo lesões na vida da pessoa pré-julgada. Para que o pré-julgamento não ocorra é necessário que o juiz de fato ou o juiz de direito tenha total conhecimento do fato, para não acontecer de condenar um inocente. Justificativa Razoável: Uma justificativa tem que ser organizada, coerente, representar um raciocínio válido e aceitável. Esse tipo de justificativa é usado no argumento de um advogado, juiz, promotor e outros. A partir do momento que o advogado não quer pegar ou desistir de uma causa, ele utiliza uma argumentação com justificativas para explicar o porquê. Organização Racional de Ideias: 16 As ideias têm que ser desenvolvidas de formas reflexivas, coerentes, conclusivas, com pensamentos organizados gerando uma lógica, uma forma de expressar os pensamentos de um jeito que venha a contribuir na qualidade do argumento. No mundo jurídico usa-se como princípio a lei para formar ideias racionais, nas justificações, argumentações e estas ideias tentam desenvolver um propósito complementando ainda mais a premissa. Essas opiniões tentam de alguma forma convencer o ouvinte de sua declaração. Nos parlamentos é usada com a finalidade de convencer o povo de suas propostas onde surge um debate de ideias organizadas e racional. 5. A importância para o mundo do direito e da justiça De início é necessário entender a importância da argumentação no estudo do direito e compreender o que significa argumentar juridicamente. O poder da argumentação é algo indispensável na prática do direito, visto que o jurista é julgado principalmente pela sua capacidade de construir argumentos lógicos e convincentes para basear a decisão. Na busca por uma boa argumentação, tem-se a preocupação com a estrutura e a lógica da argumentação. Sendo assim, a prática do Direito tem por apoio a argumentação, e por isso, no decorrer dos tempos inúmeras teorias foram sendo desenvolvidas para alcançar tal objetivo, ou seja, a fundamentação do Direito. Na Teoria da Argumentação há pontos que podem ser acentuados, a citar: argumentação na produção das normas jurídicas, esta que possui dois momentos: a pré- legislativa e legislativa. A primeira é consequência do aparecimento de um problema social, em que se acredita que a solução possa ser a adoção de medidas legislativas. Nesta fase considera-se que os argumentos têm caráter mais político e moral do que jurídico. A segunda fase, marcada como fase legislativa, entende-se que um problema só passa a ser considerado relevante quando entra na questão do poder legislativo, essa etapa as questões possuem um caráter do tipo técnico-jurídico. Outro ponto de atuação dos argumentos jurídicos é aplicação das normas jurídica. Considera-se que a atividade levada a cabo por juízes, órgãos da administração, e por particulares, na qual cabe a distinção quanto aos argumentos relacionados aos 17 fatos e os argumentos relacionados ao direito, sendo que os relacionados ao direito são designados como problemas de interpretação. A Teoria da Argumentação no sentido jurídico tem relação direta com o discurso, buscando questionar e demonstrar a possibilidade e a validade de uma fundamentação. Ao utilizar-se da argumentação de forma racional, como forma de justificar uma decisão jurídica tem-se como objetivo alcançar a justiça. Atingir a justiça é o propósito maior do Direito. E o que é justiça? O conceito de justiça pode ter vários significados, André Franco Montoro em seu livro Introdução à Ciência do Direito (2000), pode ter duas significações: subjetiva e objetiva. Muitas vezes falamos da justiça como uma qualidade da pessoa, como virtude ou perfeição subjetiva. Fulano é um homem justo. O senso de justiça é fundamental no magistrado. É nesse sentido que nos referimos à “justiça”, à prudência, à temperança, e à coragem como virtudes humanas. Outras vezes empregamos a palavra justiça para designar objetivamente uma qualidade da ordem social. Nesse sentido, falamos da justiça de uma lei ou instituição. (MONTORO, p. 125) Montoro (2000), ainda comenta sobre o olhar do jurista, que o que lhe é importante é a ordem social objetiva. “Por isso, ele vê na justiça, em primeiro lugar, uma exigência da vida social.” (MONTORO, p. 125). Assim sendo, justiça também é inserida nos princípios da ordem da sociedade, certificando a cada sujeito o que é seu por direito. Ademais, a essência o que é justiça está presente no ser humano, mesmo que ele não detenha o conhecimento das normas, estando intrínseco nos aspectos históricos, culturais etc. Argumentação jurídica atua com valores em certo tempo e espaço, da mesma forma tem-se a procura pela justiça, atrelada a essa função social. Basicamente os indivíduos necessitam de uma comunicação entre si, por isso usa-se uma linguagem, um código para que possam ser entendido. No Direito usa- se a argumentação técnica, que serve para defender uma ideia, ela é a principal arma do operador do Direito. Aquele que sabe construir uma boa argumentação pode ganhar uma causa, pois o alvo da argumentação é convencimento. 18 CONCLUSÃO Diante do exposto verificou-se que os diferentes tipos de argumentação são de suma importância na vida de todos os operadores do direito. A partir do momento que se inicia uma relação no campo do direito se faz necessário o uso de uma linguagem que se estabeleça inicialmente um bom entendimento entre, por exemplo, o advogado e as partes envolvidas, pois é necessário que haja o máximo de informações possíveis para que posteriormente as informações, as testemunhas e as provas possam ser utilizadas de maneira que convença a magistratura. Os operadores do direito devem ter o domínio das formas de linguagem, seja ela popular ou jurídica. A linguagem popular permitirá uma maior aproximação entre, por exemplo, os advogados e seus clientes para que haja comunicação entre as partes facilitando o seu trabalho. A linguagem jurídica, a qual foi abordada no presente trabalho, tem o objetivo de convencer a magistratura, ou seja, devem-se usar as palavras a seu favor e consequentemente em benefício do cliente. Ao utilizar a argumentação jurídica é necessário que se observe e obedeça a determinados critérios, a citar coerência, coesão, e clareza entre as ideias apresentadas. Os juristas devem se objetivos, ou seja, não devem deixar lacunas perante as suas exposições. Aponta-se também o fato de os critérios da argumentação jurídica ter se modificado com o passar do tempo, assim como muda a sociedade, os costumes e os pensamentos. Antigamente por exemplo uma petição poderia ser feita de várias formas, inclusive em forma de poesia, mas verificou-se que estas deixavam o texto mais subjetivo, então se estabeleceu uma forma padrão utilizando-se as normas da ABNT. E os juristas devem analisar todo o contexto de um determinado caso concreto para só depoisse chegar a uma conclusão, se preocupando sempre com o fato de não fazer pré- julgamentos para não condenar nem inocentar alguém injustamente. Sabendo-se que o objetivo do direito é de chegar à justiça se faz indispensável que os operadores do direito deixem claro que o seu discurso tem semelhante objetivo, pois estes podem ir contra a lei, pois nem sempre a lei diz o que é justo, porém nunca podem ir contra a justiça. 19 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALEXY, Robert. Teoria da argumentação jurídica. Tradução: Zilda Hutchinson Schild Silva. São Paulo: Editora Landy, 2001 COAN, Emerson Ike, Atributos da linguagem jurídica. Jus Navigandi, Teresina, ano 14, n. 2076, 8 mar. 2009. Disponível em: <http://jus.com.br/artigos/12364>. Acesso em: 06 nov. 2013. Disponível em: http://www.rvlei.com/2010/01/acao-cautelar-de-exibicao- de-documentos.html Acesso em: 05 nov. 2013. Disponível em <http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,a-linguagem- juridica,36008.html> Acesso em: 06 de nov. de 2013 MEDEIROS, João Bosco, Português Forense: língua portuguesa para curso de direito / João Bosco Medeiros, Caroline Tomasi- 3. Ed. - São Paulo- Atlas, 2007. MONTORO, André Franco, Introdução à Ciência do Direito / André Franco Montoro. – 25. ed., 2.ª tiragem – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2000. NASCIMENTO, Edmundo Dantes, Linguagem Forense: a língua portuguesa aplicada à linguagem do foro / Edmundo Dantes Nascimentos; revisão Ana Maria de Noronha e Nascimento - 10. ed. atual. e ampl. - São Paulo: Saraiva, 1992. PEREIRA, Ricardo Souza, A Linguagem Jurídica. Conteúdo Jurídico, Brasília-DF: 10 mar. 2012. Disponível em: <http://www.conteudojuridico.com.br/?artigos&ver=2.36008&seo=1>. Acesso em: 05 nov. 2013. SILVA, Milton Cloudes Rodrigues da, As Razões do Direito: Teorias da Argumentação Jurídica. Disponivel em: <http://www.viajus.com.br/viajus.php?pagina=artigos&id=2621&idAreaSel=21&seeAr t=yes> Acesso em: 04 nov. 2013 SAUSSURE, Ferdinand de, 1857-1913, Curso de Linguística Geral / Ferdinand Saussure; organizado por Charles Bally, Albert Sechehaye; com a colaboração de Albert Reidlinger; prefacio da edição brasileira Isaac Nicolau Salum; tradução de Antonio Chelini, Jose Paulo Paes, Izidoro Blikstein. 27. Ed. - São Paulo: Cultrix, 2006.
Compartilhar