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A Vírgula
 Esse é um dos
 maiores problemas dos escritores em geral, sejam jornalistas,
 estudantes, professores, ou seja, qualquer cidadão, ao escrever
 um texto, depara com a dúvida: devo ou não virgular tal
 parte do texto. O domínio da pontuação,
 especialmente da vírgula, é sempre um desafio, exigindo
 atenção, entendimento do texto e conhecimento de sintaxe.
 
 
 Dá-se o nome de
 vírgula ao sinal que, na língua escrita, representa uma
 pausa bastante breve. Além disso, a vírgula funciona
 como um organizador textual, ou seja, um elemento que auxilia na
 coesão do texto.
 
 Na língua falada
 há diversas formas de imprimir ritmos e melodias, dentre as
 quais se destaca a entonação. Ela é
 responsável ora pela ênfase que se emprega a determinado
 segmento da fala ora pela pausa entre um e outro desses segmentos.
 Já a língua escrita vale-se de alguns sinais para
 reproduzir, no papel, esses efeitos próprios da língua
 falada.
 O emprego da vírgula
 é, em geral, associado a uma pausa na oração, 
 apesar de participarem da mesma frase ou oração,
 não formam uma unidade sintática,  serve para mostrar
 ao leitor as separações breves de sentido entre termos
 vizinhos, as inversões e as intercalações, quer na
 oração, quer no período.
 Pelo que, recentemente, o
 autor deste site pesquisou, esta idéia não deve ser tomada
 como um dogma.
 
 De fato, a vírgula indica muitas vezes uma pausa, mas nem toda
 pausa corresponde a uma vírgula e nem sempre uma vírgula
 indica uma pausa. Sujeito e verbo não são separados por
 vírgula, mesmo que o primeiro seja longo, sugerindo uma pausa.
 Uma construção do tipo "Bom dia, senhor" é
 normalmente pronunciada sem pausa, apesar da vírgula.
 A vírgula é
 um sinal de pontuação que indica a
 interrupção ou ausência de ligação
 sintática no interior da frase. Portanto, emprega-se a
 vírgula: nas aposições,
 justaposições, assíndetos, vocativos; na
 marcação de elementos intercalados, deslocados;
 para indicar a elipse verbal;
 para evitar ambigüidades.
 
 Há pausas longas
 e breves na língua (ponto final e vírgula, por exemplo).
 Essas pausas são empregadas para separar um e outro elementos
 da oração e até mesmo uma e outra
 oração no período. Assim separados, tem-se o
 efeito de um elemento novo sendo introduzido na oração
 (caso do vocativo e aposto) ou o efeito de destaque de um termo dentro
 da oração (por exemplo, o deslocamento dos adjuntos
 adverbiais para o início da oração).
 
 O emprego adequado da
 vírgula é importante para a compreensão do
 enunciado, bem como para identificar os elementos isolados ou
 não no período. É aconselhável, portanto,
 conhecer algumas particularidades sobre a vírgula. 
 
  
 
 Dentre os empregos da
 vírgula destacam-se os casos em que certas palavras ou
 expressões indicam, por si só, uma idéia completa
 e distinta dos outros termos da oração da qual
 participam. Para isolar essas palavras ou expressões utilizamos
 o recurso da vírgula, obrigatória nesse caso.
 
 Uma das
 funções da vírgula é marcar, na
 língua escrita, a separação de termos da
 oração, imprimindo uma pausa no período. A
 vírgula, então, é aplicada uma única vez
 antes ou depois de alguma palavra ou expressão.
 
  
 
 Algumas palavras ou
 locuções, por expressarem sozinhas um sentido que
 independe dos outros elementos da oração, devem ser
 apresentadas entre vírgulas. Em geral, essas palavras ou
 locuções encerram em si mesmas uma pausa. As duas
 vírgulas, então, reforçam não só a
 pausa, mas também o destaque de uma unidade significativa
 dentro da oração.
 Existem regras bem claras
 para o uso da vírgula. Na maioria dos casos ela está
 ligada à intercalação de informações
 dentro de uma frase (mais ou menos como os parênteses), estando
 diretamente relacionada às funções gramaticais da
 frase. É necessário ter em mente desde o início que
 ela não equivale à respiração do leitor
 (não se preocupem, o leitor não morrerá asfixiado
 por falta de vírgulas desnecessárias, ele saberá
 quando deve respirar).
 
 Observe a estrutura regular (ordem direta)
 de uma frase:
   
 	Sujeito	 Predicado
  (verbo)	 Complemento(s)	 Circunstância(s)
  (adjuntos adverbiais)
	A cigarra	 morre	 de frio e de fome	 no inverno.
 Quando se usa vírgula? Regras
 práticas:
 	
 Quando se altera a
 ordem direta, especialmente do(s) adjunto(s) adverbial(is): No
 inverno, a cigarra morre de frio e de fome. 
 
	
 Quando se introduzem
 novos elementos, como aposto, vocativo, orações
 explicativas e intercalações em geral: A
 cigarra, símbolo da ociosidade, morre de
 frio e de fome no inverno. 
 
	
 Quando há
 necessidade de isolar certas expressões, de separar partes de
 uma frase e de separar diversas orações, ou ainda as
 várias partes do sujeito, do predicado, do complemento e das
 circunstâncias: Sabe-se, por semplo, que
 se lê pouco. São Carlos, 13 de
 março de 2003.
 
 
 Seguindo-se a
 orientação anterior, grande parte dos problemas de
 virgulação estarão superados. Mesmo assim, vamos a
 algumas regras mais específicas. Usa-se vírgula:
 	
 Para separar
 várias orações de um período e as
 várias partes do sujeito, do predicado, do complemento e das
 circunstâncias: César chegou, viu e venceu. Estudamos
 Português, Matemática, Psicologia e Sociologia.
 
 
	
 Para isolar termos
 deslocados da ordem direta, especialmente adjuntos adverbiais,
 já que sua posição regular é no final da
 frase: No inverno, a cigarra morre de frio e de fome.
 Essa vírgula pode ser omitida, especialmente quando os termos
 são constituídos de apenas uma palavra: Hoje
 haverá sessão. 
 
	
 Para isolar o aposto: O
 diretor da escola, prof. Fulano de Tal, interveio. 
 
	
 Para isolar o vocativo:
 Desperta, São Paulo. Saibam, senhores
 congressistas, a verdade sobre a situação.
 
 
	
 Para isolar certas
 expressões, como isto é, por exemplo,
 ou seja, etc.: Isso não ocorreu, isto é,
 ninguém provou nada. 
 
	
 Para isolar
 orações adjetivas explicativas: O Brasil, que
 é nossa Pátria, merece o melhor. 
 
	
 Para isolar
 orações e termos intercalados: O juiz, como
 já havia afirmado, condenou o réu.
 
 
	
 Para separar certas
 orações coordenadas, em especial as introduzidas por mas,
 logo, contudo, pois, etc.: Não
 conhece muito, mas aplica muito o pouco que conhece.
 Deslocadas para o meio da frase, essas partículas devem ser
 isoladas por vírgulas. Observe o procedimento nos dois
casos:
 A cruz é pesada, contudo equilibra nossos passos.
 A cruz é pesada; equilibra, contudo, nossos passos.
 
 
	
 Para suprir falta de
 conectivo: Mocidade ociosa, velhice vergonhosa. 
 
 Mais regras para você
 saber usar a vírgula:
 Regras Práticas
 
 1. No período, empregamos vírgula entre as
 orações coordenadas assindéticas.
 
 Ex.: "Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da
 linha, enfiou a linha na agulha e entrou a coser." (M. de Assis)
 
 2. Na oração, empregamos a vírgula entre termos
 independentes entre si, não ligados por conjunção.
 
 Ex.: A poesia, o teatro, a oratória, a música, a
 ornamentação dos altares, a arte de curar, o poder
 sugestionante... tudo comunica a esse apostolado eficácia e
 autoridade." (Celso Vieira)
 
 3. Não empregamos vírgula antes da conjunção
 aditiva "e".
 
 Ex.: Pedro e Paulo são bons amigos.
 
 4. As intercalações, por cortarem o que está
 logicamente ligado, devem ser obrigatoriamente colocadas entre
 vírgulas.
 
 Ex.: Não o direi, pensei comigo, a ninguém. 
 
 5. Os vocativos, apostos, as orações adjetivas, as
 oração apositivas quando intercaladas na sua principal,
 todos esses são termos que devem ficar, obrigatoriamente, entre
 vírgulas.
 
 Ex.: "Sabeis, cristãos, por que não faz fruto a palavra de
 Deus?" (Vieira)
 
 6. Nas datas separam-se os topônimos; também separam-se o
 numeral que vem após o nome da rua, mas que, entretanto, se
 refere à palavra casa subentendida.
 
 Ex.: Recife, 20 de dezembro de 2000 - Rua Padre Bernardino Pessoa, 512.
 A vírgula no
 interior da oração
 É utilizada nas seguintes situações:
 a) separar o vocativo. Ex.: Maria, traga-me uma xícara de
 café.
 A educação, meus amigos, é fundamental para o
 progresso do país.
 
 b) separar alguns apostos. Ex.: Valdete, minha antiga empregada,
 esteve aqui ontem.
 
 c) separar o adjunto adverbial antecipado ou intercalado. 
 Ex.: Chegando de viagem, procurarei por você.
 As pessoas, muitas vezes, são falsas.
 
 d) separar elementos de uma enumeração.
 Ex.: Precisa-se de pedreiros, serventes, mestre-de-obras.
 
 e) isolar expressões de caráter explicativo ou
 corretivo.
 Ex.: Amanhã, ou melhor, depois de amanhã podemos nos
 encontrar para acertar a viagem.
 
 f) separar conjunções intercaladas.
 Ex.: Não havia, porém, motivo para tanta raiva.
 
 g) separar o complemento pleonástico antecipado.
 Ex.: A mim, nada me importa.
 
 h) isolar o nome de lugar na indicação de datas.
 Ex.: Belo Horizonte, 26 de janeiro de 2001.
 
 i) separar termos coordenados assindéticos.
 Ex.: "Lua, lua, lua, lua,
 
 por um momento meu canto contigo compactua..." (Caetano Veloso)
 j) marcar a omissão de um termo (normalmente o verbo).
 Ex.: Ela prefere ler jornais e eu, revistas. (omissão do verbo
 preferir)
 i) separar as
 orações subordinadas adjetivas explicativas. 
 Ex.: Meu pai, de quem guardo amargas lembranças, mora no Rio de
 Janeiro.
 
 j) separar as orações coordenadas sindéticas e
 assindéticas (exceto as iniciadas pela conjunção e
 ).
 Ex.: Acordei, tomei meu banho, comi algo e saí para o trabalho.
 Estudou muito, mas não foi aprovado no exame.
 VÍRGULA OBRIGATÓRIA (I)
 
             
 O
 recente livro sobre televisão, “Homo videns”
 (Giovanni Sartori;tradução de Antonio Angonese. Bauru,
 SP: EDUSC, 2001), e a ISTOÉ me oferecem textos para falar da
 virgulação.
          
 1.Adjunto adverbial e oração subordinada
 adverbial deveriam ser redigidos no final da frase, porque modificam
 geralmente o predicado verbal. Quando não estão nessa
 posição, observem-se as seguintes normas praticadas pela
 maioria dos escritores:
 
 * se estiverem no começo de frase ou período,
 separar do restante por vírgula obrigatória;
 * se estiverem entre o sujeito e predicado, a
 virgulação não é obrigatória, mas
 aconselhável. 
 Vejamos o início de “Homo videns”
 (Prefácio, p.7):
          
 Atualmente estamos passando por
 um rapidíssimo processo revolucionário dos Meios de
 Comunicação. 
 
         
 
 “Atualmente” é adjunto adverbial fora
 de sua posição normal, iniciando o período. Por
 isso, o correto é pôr uma vírgula depois dele.
          
 Do ponto de vista fisiológico o ‘homo
 sapiens’ não tem nada  que o torne único
 entre os primatas... (idem, “A primazia da imagem”,
 p.11) 
 
         
 Pelo mesmo motivo, virgular após
 “fisiológico”.
         
 Veja os seguintes textos extraídos da ISTOÉ (7/2/01):
 
 Raramente, alguém sobrevive quando um raio lhe cai na
 cabeça. (p.73)
 Na maioria das vezes, é apenas uma
 faísca que atinge a pessoa, ou então a corrente que
 vem pelo solo e sobe pelas pernas. (ib.)
 
 Principalmente, 
 se
 o aborrecimento é provocado por serviços gratuitos...
 (p.81)
 Após os elementos negritados, deve registrar-se
 vírgula, pois constituem todos adjuntos adverbiais que iniciam
 frase. 
 2.Sempre que o como iniciar uma
 citação, colocar vírgula antes dele e jamais
 dois-pontos depois dele. Veja este exemplo tirado da mesma
 ISTOÉ (p.86):
 O exemplo mais espetacular é o dos pneus Firestone
 para utilitários como o Ford Explorer. 
 O como
 nesse caso estabelece uma citação. O correto,
 portanto, é colocar uma vírgula depois de
 “utilitários”. 
 É muito freqüente aparecer dois-pontos depois de
 “como”.
 Foram tantos que apareceram para choramingar suas
 mágoas como: desempregados, irresponsáveis,
 fracassados e incompetentes. 
 Correção: pôr vírgula após
 “mágoas” e tirar dois-pontos após
 “como”. 
 3.Quando elementos estreitamente vinculados pela sintaxe
 (sujeito e predicado, por exemplo) são separados por bloco
 sintático, prestar atenção: o bloco
 intermediário deve ser separado por duas vírgulas, que
 é a melhor solução, ou ficar sem vírgula
 alguma. Na ISTOÉ de 14/2/01, apareceu:
 
            
 
 Na Romênia, o presidente Ion Iliescu, eleito
 em novembro último assumiu prometendo um esforço
 especial para eliminar a corrupção...
 
 (p.68)
 
            
 
 O bloco negritado interpõe-se entre o sujeito
 (“o presidente Ion Iliescu”) e o predicado
 (“assumiu”). A vírgula após
 “Iliescu” deve ser complementada por outra vírgula
 após “último”. Tais vírgulas separam
 o bloco intermediário, como se fossem parênteses.
VÍRGULA
 OBRIGATÓRIA (II)
 
            
 4.Oração adjetiva explicativa vem sempre entre
 vírgulas.
 
  Pedro Álvares Cabral, que achou o Brasil,
 nasceu e morreu em datas incertas.
          O que
 é oração adjetiva explicativa?
          É
 precedida do pronome relativo e caracteriza o elemento a que se refere
 por meio de qualidades essenciais. É essencial à neve a
 brancura, ao ser humano a
 mortalidade, ao Sol ser uma estrela de quinta grandeza,
 ao fumo ser uma droga etc. 
 
 O
 homem, 
 que é mortal, não vai ficar pra semente.
 
 O
 apagão, 
 que é um fenômeno não atmosférico,
 acontecerá quando o governo o programar.
 
 O
 Sol, que é uma estrela de quinta grandeza, ainda
 brilha.           
 
 
            
 
 5.Oração adjetiva restritiva extensa fica
 melhor entre vírgulas. 
 
 A
 indústria automobilística, que adquiriu por
 força do capitalismo um desenvolvimento útil
 às populações do mundo ocidental e oriental,
 tende a ser um problema insolúvel.
          Motivo:
 devido à extensão, as vírgulas auxiliam a
 entender melhor o período.
 
         
 A 
 restritiva difere da explicativa porque caracteriza o
 elemento a que se refere com qualidades acidentais. É acidental
 à neve a beleza, ao ser humano a responsabilidade,
 ao Sol o prazer que proporciona, ao fumo a economia
 etc. 
 
         
 O ser humano que é
 responsável tem maiores chances de sucesso.
 
         
 O fumo que proporciona dinheiro leva também à
 miséria. 
 
 
         
 
 6.Qualquer oração adjetiva introduzida
 por “cujo” e flexões
 fica preferencialmente entre vírgulas.
 
         
 O jardim, cujas flores são o encanto
 dos olhos, fica perto de casa.
 
         
 A moça, de cujas qualidades estavas falando,
 já foi minha namorada. 
 
 
 VÍRGULA
 OBRIGATÓRIA (III)
 
            
 
 7.Conectivos  adversativos 
 
         
 * MAS e E (= mas) têm vírgula obrigatória antes,
 mas não admitem vírgula depois.
 
 
         
 Estudou muito para o vestibular, mas não
 conseguiu classificação. 
 
         
 Caiu do décimo andar, e não morreu. 
 
         
 
 Há um erro, pois, na seguinte
 citação de O Circo Eletrônico
 (Daniel Filho), à pág. 82:
 
         
 Se uma novela agrada ao público e não
 ao produtor, ele deve ter a sabedoria de mantê-la como
 está...
 
          Antes do
 “e” negritado, falta vírgula, pois tem valor
 adversativo.
 
         
 O mesmo se passa sempre que aparece o e sim. O valor desse
 “e” é igualmente adversativo, devendo constar
 vírgula antes dele. 
 
         
 Se uma novela não agrada ao
 público, e sim ao produtor, ele deve ter a sabedoria
 de mudá-la...
 
         
 * PORÉM, TODAVIA, CONTUDO, ENTRETANTO, NO ENTANTO... têm
 vírgula obrigatória antes e facultativa depois. 
 
         
 Se não vierem no início da oração
 (posição normal), mas no meio ou no final, devem vir
 entre vírgulas ou entre vírgula e ponto final. Quando
 pospostos, é aconselhável redigir a oração
 precedente com ponto-e-vírgula ou ponto final.
 
 
         
 Estudou muito para o vestibular, entretanto
 não conseguiu classificar-se. 
 
         
 Estudou muito para o vestibular; não conseguiu, entretanto,
 classificar-se.
 
         
 Estudou muito para o vestibular. Contudo, não conseguiu
 classificar-se.
 
         
 Estudou muito para o vestibular; não conseguiu
 classificar-se, porém.  
 
 
         
 Estudou muito para o vestibular; todavia, não conseguiu
 classificar-se.
 
         
 
 8.Conectivos explicativos e corretivos
 
 ISTO
 É, OU SEJA, A SABER, OU MELHOR, OU POR OUTRA, DIGO MAL,
 ALIÁS...  vêm sempre entre vírgulas
 obrigatórias. Os explicativos podem aparecer, como no caso
 anterior, depois de ponto-e-vírgula ou ponto final. 
 
         
 Todos esclareceram o pedido, a saber,
 explicaram o motivo da viagem. 
 
         
 Todos esclareceram o pedido. Isto é, explicaram o motivo da
 viagem.
 
         
 Todos esclareceram o pedido; ou seja, explicaram o motivo da viagem.
 
         
 
 9.Conectivos conclusivos
 
         
 LOGO, PORTANTO, POR ISSO, POR CONSEGUINTE, ENTÃO..., no
 início de oração, são antecedidos por
 vírgula obrigatória e seguidos de vírgula
 aconselhável; se pospostos, vêm sempre entre duas
 vírgulas ou vírgula e ponto. Se pospostos, é bom
 que a oração inicial termine por ponto-e-vírgula
 ou ponto final. 
 
 
         
 Quebrou a perna, portanto não jogará no
 sábado.   
 
         
 Quebrou a perna; não jogará no
 sábado, então. 
 
 
         
 Quebrou a perna; não jogará, por isso, no
 sábado. 
 
         
 Quebrou a perna. Por conseguinte, não
 jogará no sábado.
 
         
 Quebrou a perna; logo, não jogará no sábado 
 
         
 10.O caso de POIS
 
         
 * Pode ser explicativo ou causal, significando “porque”,
 “visto que”..., com vírgula obrigatória
 antes e proibida depois.
 
         
 Não suba na escada, pois você cai.
 
         
 Caiu, pois subiu na escada. 
 
         
 
 *
 Pode ser conclusivo, significando “logo”, “por
 isso”..., vindo sempre em posição posposta ao
 início da oração. Sempre entre vírgulas
 obrigatórias. 
 
 
         
 Vive brigando com o chefe; acabará,
 pois, sendo demitido. 
 
 VÍRGULA
 OBRIGATÓRIA (IV)
 
             
 11.Para
 separar orações intercaladas ou justapostas (aquelas que
 indicam como o discurso direto foi pronunciado), empregam-se
 três recursos: vírgula, travessão e
 parênteses. O mais comum é separá-las por
 vírgula ou travessão. 
 
          * Tens
 razão, disse eu, a coisa é divertida. // Tens
 razão – disse eu –
 a coisa é divertida e vale a pena. // Tens razão (disse
 eu), a coisa é divertida. 
          *
 Acredita-me? – perguntei eu. // Acredita-me? ,
 perguntei eu.
          Obs.: se
 houver qualquer pontuação afetiva (? / ! / ?!), a
 vírgula, travessão e parênteses deverão
 aparecer expressos. Veja mais
estes exemplos:
          * O senhor
 desce amanhã? , disse-me. // O senhor desce
 amanhã? – disse-me ela.
 * Morreu como uma santa! – murmurou consolando-se.
  //  Morreu como uma santa! 
 , murmurou o filho chorando.
 
            
 
 12.Para separar orações alternativas com
 conectivos paralelos, excetuando-se o “ou”. 
 
         
 * 
 Seja na ventura, seja na infelicidade, o homem se
 conhece por suas convicções interiores.
 *
 Ora
 vive chorando, ora vive rindo.
         
 13. O vocativo sempre seguido de vírgula ou entre
 vírgulas, quando posposto.
         
 * Olá, Rita, como é que vai? 
 
             
 *
 Adriano, respondo ao seu e-mail. 
         
 * Gostei muito de sua mensagem, Cristina. 
         
 * Mostra a tua cara, Brasil.
         
 * Que isso, menino, aqui não é parque de
 diversão!
         
 Atenção: nos vocativos de redação oficial
 ou informal, vírgula após o vocativo e
  não  dois  pontos.
         
 *
 Senhor Prefeito,  [correto]
         
 *
 Senhor Prefeito:  [incorreto]
          Obs.:
 há casos em que o vocativo antigo perdeu sua ênfase e
 acabou por incorporar-se aos elementos vizinhos da frase. Veja o caso
 de
          * Sim,
 senhor  //  Não, madame // Não,
 senhora...
          Na
 oralidade, não se percebe mais a inflexão de vocativo
 nos tratamentos negritados. Por conseguinte, nada impede que se tire a
 vírgula desses atualmente pseudovocativos: sim senhor /
 não madame / não senhora...
 
 
 VÍRGULA
 OBRIGATÓRIA (V)
         
 14.Para separar local da data e os diversos elementos de
 endereços. 
 
         
 * Goiânia, 11 de julho de 2001.
         
 * Av. Anhangüera, 1428, 12. andar, sala 1223, Centro,
 Goiânia, GO. 
 
          Apesar de a
 lógica ser essa, é hábito separar por
 vírgula obrigatória apenas o logradouro (avenida, rua,
 alameda, travessa, praça...) do número indicativo, assim
 como usar vírgula obrigatória para separar os elementos
 incluídos no número (andar, apartamento, sala...),
 ficando os elementos mais amplos (bairro, município e Estado)
 separados por travessão, às vezes colocando-se o Estado
 entre parênteses.
         
 * Av. 24 de Outubro, 1428, ap.801 – Campinas –
 Goiânia - GO
         
 * Rua da Alegria, 46, sala 1 – Jardim Petúnia –
 Goiânia (GO)           
 
          15.Para
 separar substantivos que iniciam frase e desempenham a
 função de objeto direto e indireto pleonásticos.
 *
 Os sinos, já não há quem os
 toque.
 *
 As laranjas, não se encontra alguém que as
 venda. 
 *
 Aos filmes da tevê, cada vez mais gente assiste a
 eles. 
 
 
 Obs.:
 notar que os elementos negritados, em cada frase, constituem dois
 objetos, sendo o constituído de pronome repetição
 do objeto constituído por substantivo. 
 
 
 16.Para
 separar elementos paralelos do discurso, a saber, aqueles que
 desempenham funções idênticas, como vários
 sujeitos,  ou objetos e complementos nominais, ou
 orações coordenadas. 
 
 *
 Comprou 
 lápis, borracha, papel, de acordo com o pedido do
 colégio. 
 
 
 *
 Entradas, bandeiras, devastações,
 edificações, tudo isso ajudou a construir o mapa
 do Brasil. 
 
 *
 Viaja muito, descansa pouco.  (viaja muito e descansa
 pouco)
 
 *
 Faça as provas com calma, tenha sucesso no vestibular, entre
 para a universidade. (faça as provas com calma e
 tenha sucesso no vestibular e entre para a universidade)
 
 17.Para
 separar os versos dos provérbios. 
 
 *
 Por fora bela viola, por dentro pão bolorento. 
 
 *
 Quem primeiro vem à fonte, primeiro enche a cântara. 
         
 18.Para destacar o “sim” e “não”,
 quando isolados. 
 
         
 * 
 Sim, quero que vá agora mesmo.
 
 *
 Não, 
 não diga isso, meu filho. 
 VÍRGULA
 PROIBIDA (I)
 a) predicado de sujeito;
 b) objeto de verbo;
 c) adjunto adnominal de nome;
 d) complemento nominal de nome;
 e) predicativo do objeto do objeto;
 f) oração principal da subordinada substantiva (desde que
 esta não seja apositiva nem apareça na ordem inversa)
            
 1.Não se pode colocar vírgula entre o sujeito e o verbo
 que declara a sua ação. Ex.: minha terra (sujeito) tem
 (verbo) palmeiras; o moleque (sujeito) fez (verbo) um gesto feio; quem
 fala demais (= falador / sujeito) dá (verbo) bom dia a cavalo.
 
            
 Se houver entre o sujeito e o verbo algum bloco sintático,
 constituído de elementos esclarecedores ou modificadores,
 pode-se colocar tal bloco entre vírgulas, como se fossem
 parênteses. Tomemos os mesmos exemplos acima: 
 
            
 Minha terra, assim cantou Gonçalves Dias, tem
 palmeiras; 
 
            
 O moleque, com a cara zangada, fez um gesto feio;
            
 Quem fala demais,  reza o provérbio, dá bom
 dia a cavalo. 
 
            
 Trocando as vírgulas por travessões ou parênteses,
 os mesmos textos podem ser pontuados corretamente de outra forma:
            
 Minha terra (cantou Gonçalves Dias) tem palmeiras;
            
 Minha terra – cantou Gonçalves Dias – tem
 palmeiras;
            
 Quem fala demais – reza o provérbio – dá
 bom dia a cavalo. 
 
            
 Três empregos da vírgula, a seguir, estão corretos
 e dois incorretos:
 a)    
 Gabriela Marchi, de 9 anos, perdeu a perna esquerda;
 b)    
 o repórter, com muita cautela fez perguntas inteligentes;
 c)    
 quem semeia ventos, colhe tempestades;  
 d)    
 os artistas, de modo geral, adoram deixar seu nome na calçada
 da fama;
 e)    
 ladrões da classe chique, a maioria constituída de
 políticos, jamais  vêem o sol nascer quadrado.
            
 Se você está convicto de que as frases das letras a,
 d e e estão corretas, você sabe pontuar. 
 VÍRGULA
 PROIBIDA (II)
 
             
 2.Falei
 anteriormente que não se pode separar o sujeito do predicado
 por vírgula. Veja este texto:
 
             
 Quem
 não assimila adequadamente, por exemplo, a vitamina A
 (presente em vegetais, na gema do ovo e no fígado, entre
 outros alimentos), tem comprometida a elasticidade da pele.
 
 (ISTOÉ, 18/7/01, p.56)
          A
 vírgula após o parêntese está separando o
 sujeito - “Quem... até ...alimentos)” - do
 predicado verbal - “tem comprometida a elasticidade
da
 pele”. O correto, pois, é tirar essa vírgula. 
 
             
 3.Veja
 a virgulação a seguir: 
          
 Algumas horas de preocupação depois, um telefonema do
 Palácio dos Bandeirantes de São Paulo, os libertou
 para seguir caminho. (ISTOÉ, 1469, 26/11/97, p.95)
          A primeira
 vírgula está correta, pois separa uma
 circunstância temporal que inicia a frase do seu restante.
 Quanto à segunda, entretanto, houve equívoco: quem
 é que os libertou? Resposta: um telefonema. Se “um
 telefonema.... São Paulo” é o sujeito, a
 vírgula ali colocada separa o sujeito do predicado (“os
 libertou”), o que está incorreto. Deve simplesmente ser
 cancelada.  
       
 
 4.Não se pode colocar vírgula entre o verbo e o seu
 complemento (objeto direto e indireto) nem entre o nome (substantivo,
 adjetivo, advérbio) e seu complemento, a não ser que
 entre eles haja um bloco sintático com as mesmas
 características apontadas no item 1. 
          Exemplos: 
 
 Comprou balas para as crianças / comprou,
 antes de chegar em casa, balas para as crianças;
 
 
 Precisamos de empregados / precisamos, com a máxima urgência,
 de empregados.
 
 Assim,
 está incorreta a virgulação deste trecho: 
 
 Os
 jurados 
 resolveram, com ânimo isento a questão,
 apelando para o voto de Minerva do juiz.
 
 
 Deve-se
 colocar mais uma vírgula após “isento”, para
 que a flexão verbal “resolveram” se ligue a
 “a questão”. Pode-se também tirar a
 vírgula após “resolveram”, assim:
 
 Os jurados resolveram com ânimo isento a
 questão, apelando para o voto de Minerva do juiz.
 
   
 VÍRGULA PROIBIDA (III) 
          3.Não
 se podem separar elementos sintaticamente vinculados por UMA
 vírgula. Se houver bloco sintático entre esses
 elementos, colocam-se DUAS vírgulas para destacá-lo ou
 NENHUMA vírgula.
          Eis um texto
 de um órgão superior da UCG, com os dados devidamente
 alterados:
         
 Vimos por meio desta, informar que
 Pancrácia de Jesus, estará participando da
 apresentação do Fórum sobre meninos de rua
 em....
          Neste
 sentido, solicitamos de V. Sa., o abono de falta, neste
 período. 
 
         
 
 Vimos informar 
 é
 locução verbal. A vírgula separou seus elementos
 indevidamente. Duas redações corretas:
 vimos, por meio desta, informar... / vimos por
 meio desta informar...
         
 
 Pancrácia de Jesus 
 é
 o sujeito, devendo estar estreitamente vinculado ao predicado estará
 participando... 
 A vírgula ali posta está sobrando.
 Correção: Pancrácia de
 Jesus estará participando...
          
 Solicitamos é a flexão verbal, cujo objeto direto
 é o abono de falta. São elementos também
 vinculados. A vírgula está a mais.
 Correção: 
 solicitamos  de V. Sa. o abono de falta...
         
 
 Alguns detalhes ainda merecem reparo:
          pra que
 dizer vimos, se o remetente é uma pessoa só?;
 escreva venho,
 solicito, sem receio; 
          pra que
 dizer venho informar, se é mais sóbrio e direto
 informo?;
          
 por meio desta é totalmente desnecessário;
         
 Neste sentido é bobagem pura, porque o que se quer
 afirmar é o motivo; depois, não é neste,
 mas nesse, porque se refere ao que já foi dito; o
 certo, portanto, é por isso / por esse motivo / por causa
 disso;
         
 Neste período não, nesse período,
 porque se reporta a data já conhecida.  
 VÍRGULA PROIBIDA (IV) 
 4.O “e” une elementos paralelos, equivalendo a um
 sinal de “somar”. Por isso, está errado,
 normalmente, colocar-se vírgula antes do “e”
 aditivo ou somativo. 
 
 Pedro se aprontou e saiu.
 
 ETC. quer dizer “e outras coisas”. Por
 conseguinte, não se põe vírgula antes do ETC. Se
 houver uma vírgula antes do etc., é porque antes do etc.
 há um bloco sintático já separado por
 vírgulas. Ex.:
 Comprou papel, tinta, teclado, mause, estante etc. 
 [sem
 vírgula]
 Comprou papel, tinta, teclado, mause, estante, com muitas
 subdivisões, etc. 
 [a vírgula antes do etc. relaciona-se à
 anterior, entre estante e com.
 
 5.Vale a mesma norma para o “ou”. 
 Ou vai ou racha ou rebenta a caixa.
 
 6.Quando é que se pode ou deve colocar vírgula
 antes do “e”  e do “ou”?
 
 + Quando se quer enfatizar os blocos sintáticos
 encabeçados por “e” e “ou”. Ex.:
 “Eu descia à imobilidade física e moral, e o corpo
 fazia-se-me planta, e pedra, e lodo, e coisa nenhuma.” (Machado
 de Assis, em Memórias Póstumas de Brás Cubas,
 cap.I) 
 + Quando antes desses conectivos houver um bloco
 intermediário já separado por vírgulas. Ex.:
 Desceu as escadas, apavorado, e rumou para casa. Viaja, mesmo com
 chuva, ou fica em casa. 
 + Quando o “e” tiver valor adversativo,
 equivalendo a “mas”. Compare estes dois exemplos:
 
 
 Caiu do último andar e morreu 
 (“e” aditivo, portanto sem vírgula antes);
 
 Caiu do último andar, e não morreu
 (“e” adversativo, com vírgula
 antes).        
          
 7.Não se coloca vírgula antes de
 oração adjetiva restritiva (encabeçada por
 pronome relativo e cuja finalidade é limitar a
 abrangência do elemento a que se refere a oração).
 
 Os alunos que estudaram passaram. 
 Todos os alunos passaram? Não, SÓ os
 que estudaram. “Que estudaram”, portanto, é
 restritiva.
 Outro exemplo: A casa onde
 morou Rui Barbosa é hoje museu com os seus antigos
 pertences.
 Qualquer casa é hoje museu? Não, SÓ
 a casa onde morou Rui Barbosa. 
 
 Obs.: se a restritiva for muito longa, aconselha-se
 colocá-la entre vírgulas. 
 
 Ex.: O governo sem governo, que foi eleito pelo
 povo  de forma democrática nos derradeiros dias do
 século XX  a toque de caixa,  prometeu
 muita coisa que não pode cumprir. 
 
 VÍRGULA
 FACULTATIVA (I)
 
            
 
 Há alguns casos em que a vírgula pode ou
 não ser colocada. Depende muito da vontade de quem redige.
 Apesar disso, é aconselhável nessas
 situações colocar a vírgula, visando à
 clareza do discurso.  
 
         
 Em todos os exemplos, escrevo as duas possibilidades.
          
 
 1.Quando
 o adjunto adverbial, principalmente indicando tempo ou lugar,
 está no início de frase, mas é
 constituído de um só termo, pode-se evitar a
 vírgula. O motivo é favorecer a fluência da frase.
 
         
 Hoje será feriado. / Hoje, será
 feriado.
Lá todos se dão
 bem. / Lá, todos se dão
 bem.         
 
         
 
 2.Os adjuntos adverbiais e orações
 subordinadas adverbiais no interior ou no fim da frase também
 podem ser pontuados com vírgula opcional.
 
 
         
 O apetite no inverno é maior do
 que no verão. / O apetite, no inverno, é maior
 do que no verão. 
 
         
 O terrorismo consternou o mundo no dia 11/9/01. / O
 terrorismo consternou o mundo, no dia 11/9/01. 
 
         
 As pessoas, quando faz mais frio, adoram ficar na cama. / As
 pessoas 
 quando faz mais frio adoram ficar na cama. 
 
         
 Nos restaurantes de Goiânia, os comensais falam tão
 alto, que parece falta de educação. / Nos
 restaurantes de Goiânia, os comensais falam tão alto que
 parece falta de educação.
 
         
 A seleção brasileira atual mesmo ganhando muito
 mais joga bem pior, do que a Seleção de 70.
 / A seleção brasileira atual, mesmo ganhando muito
 mais, joga bem pior do que a Seleção de 70.
 
         
 Mas,
 se ergues da justiça a clava forte,
 
         
 verás que um filho teu não foge à luta.
 
         
  Mas
 se ergues da justiça a clava forte
 
         
 verás que um filho teu não foge à
 luta.         
 
         
 
 3.Há o caso de dupla interpretação:
 adjunto adnominal ou oração subordinada adjetiva
 explicativa. A virgulação é opcional: sem
 vírgulas é adjunto e com vírgulas adjetiva. 
 
         
 A guerra de 1914 a 1918 teve alcance mundial. [“de
 1914 a 1918” é adjunto adnominal de “guerra”]
 
         
 A guerra, de 1914 a 1918, teve alcance mundial. [há
 elipse de “que aconteceu” antes de “de 1914 a
 1918”, tornando tal bloco oração adjetiva
 explicativa]
 
         
 4.Quando o predicativo do sujeito é desempenhado por adjetivo,
 a vírgula também é opcional. (Veja exemplos no
 item a seguir.)
 
 VÍRGULA
 FACULTATIVA (II)
 
            
 
 4.As orações coordenadas explicativas ou
 subordinadas causais seguem a norma anterior (item 2 do número
 114), menos quando se usa o conectivo “pois”, já
 que a praxe mais comum é sempre separá-lo por
 vírgula da oração anterior. 
 
         
 Não grite alto, que acaba
 ficando rouco. / Não grite alto que acaba ficando
 rouco. 
 
         
 O avião não descolou porque chovia muito. / O
 avião não descolou, porque chovia muito. 
 
         
 Não suba na escada, pois você pode cair.
 Não veio à aula, pois os motoristas de
 ônibus estavam em greve. 
 
         
 
 5.Quando há elipse de um termo, principalmente zeugma
 (elipse de um termo já escrito anteriormente na frase), a
 vírgula é igualmente facultativa.
 
         
 Não apenas discursos e não apenas libelos, mas
 páginas literárias de excelente lavor entre as quais,
 esta autobiografia incompleta. (“O Estado de São
 Paulo, 29/7/01, p. D7)
 
         
 A vírgula após “quais” está indicando
 a ausência da forma verbal “está”. Poderia
 essa vírgula ser omitida, sem prejuízo da clareza e
 redação. 
 
         
 Todos os anos, por ocasião dos
 aniversários, mamãe fazia uma celebração
 especial ou pelo menos, um bolo adequado à ocasião.
 
         
 
 A vírgula após “pelo menos”
 indica o zeugma de “fazia”. Não é
 obrigatória. 
 
 
                   
 
 
         
 6.Quando duas coordenadas são conectadas por e,
 não se pode colocar vírgula antes do “e”.
 É a regra geral. Mas existe uma prática que consiste no
 seguinte:
 
          se as
 duas coordenadas têm o mesmo sujeito, não se coloca
 vírgula antes do “e”;
 
         
 se as duas coordenadas têm sujeitos diferentes, pode-se
 colocar vírgula antes do “e”.
 
         
 As aulas começam às 7h 10min e terminam
 às 10h 30min. [vírgula proibida antes do e, 
 pois o sujeito de ambas as orações é o mesmo
 – “as aulas”]
 
         
 O certificado requer três anos de estudo, e 54
 membros já o obtiveram. 
 [vírgula facultativa, pois o sujeito da primeira coordenada
 é “o certificado” e da segunda é “54
 membros”]
 
         
 
 
         
 Exemplo semelhante se encontra no início do Hino Nacional:
 
         
 As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado retumbante
 de um povo heróico, e
 o sol da liberdade, em raios fúlgidos, brilhou no
 céu da Pátria nesse instante.  [como os
 sujeitos são diferentes – “margens”,
 “sol” – a vírgula antes do “e”
 coordenativo está correta, mas poderia também ser
 omitida ]
 
 
 Veja este texto extraído de
 “Seleções” (setembro/2001):
 
         
          O ser humano
 é, sem dúvida, um bicho estranho. Gastamos verdadeiras
 fortunas em equipamentos que nos poupam trabalho e tornam a vida
 mais fácil, e depois investimos outra fortuna nas
 mensalidades da academia para fazer exercícios. 
 (p. 110)
 
         
 * “sem dúvida” poderia ficar sem vírgulas,
 mas com vírgulas fica melhor;
 
         
 * o primeiro “e” não pode ser precedido por
 vírgula, porque está unindo duas coordenadas, cujo
 sujeito é o mesmo: “equipamentos” representado pelo
 “que”;
 
         
 * o segundo “e” tem que ser precedido por vírgula,
 porque não está unindo duas coordenadas aditivas, mas
 encabeça uma coordenada de valor adversativo, equivalendo esse
 “e” a “mas”; 
 
         
 * “para fazer exercícios” pode ter vírgula
 antes, pois constitui uma oração subordinada final. 
 
         
 Em suma: o texto está corretamente redigido.
 
 COMPLETANDO
 O USO DA VÍRGULA (I)
 
            
 
 1.Pode-se pôr a vírgula antes do conectivo e
 ? Essa é uma pergunta constante.
 
            
 
 Já vimos alguns casos. Vou resumir e completar,
 dizendo que o podemos fazer em quatro circunstâncias:
 
         
 * quando antes do “e” houver um bloco sintático,
 já separado por vírgulas;
 
            
 
 O Sol nasce para todos, que, aliás, é o
 título de um filme, e
 aquece o caminho de seus passos, a fim de que se perceba a rota
 a percorrer.
 
 
         
 
 * quando os sujeitos de duas coordenadas forem distintos,
 o “e”
 pode ser antecedido por vírgula;
Hoje, moro sozinho, e meus pais passeiam pelo
 país em seu trêiler. 
 
         
 
 * quando o “e” for adversativo, equivalendo a
 “mas”;
 
            
 
 Eu só tinha 25 anos, e a maioria dos
 candidatos era mais velha do que eu. 
 
         
 
 * quando se quer enfatizar um bloco intermediário
 iniciado por “e”, mais expletivo do que aditivo;
 
            
 
 O senador Chieira, e parecia cínico
 diplomado, já derrapou atrás do Malvadeza.
 
         
 Essa pontuação pode, e deve, ser feita
 também pela imagem. 
 
 
 2.Sempre
 que o
 mas for adversativo, deve ter vírgula antes, e nunca
 depois. 
 
 
         
 Há um caso de mas que não admite vírgula
 nem antes. Trata-se do não só ... mas também,
 não apenas ... mas também...  Se omitirmos
 essas expressões, substituindo-as pelo conectivo e, o
 sentido continua o mesmo. Então, o mas também funciona
 como segundo elemento da conexão aditiva, não devendo,
 por isso, ser precedido por vírgula.
 
         
 O barítono não só canta
 maravilhosamente mas também representa bem. 
 
         
 
 O texto pode ser substituído por
 
         
 O barítono canta maravilhosamente e
 representa bem. 
 
         
 
 3.Nesse mesmo caso, incluem-se expressões aditivas
 parecidas, não se admitindo a vírgula, separando as duas
 coordenadas. 
 
         
 Não só bajulavam
 os poderosos como os traíam. 
 
         
 Foi impedido não apenas de negociar porém
 sim de exportar. 
 
 
         
 Não só não os deixava falar senão
 que os ameaçava furiosamente.
 
 
         
 Não apenas é importante trabalhar como
 também economizar. 
 
 
 COMPLETANDO
 O USO DA VÍRGULA (II)
 
 
          4.Para se
 destacar um adjetivo após um substantivo, pode-se
 separá-lo por vírgulas, funcionando como
 oração subordinada (adjetiva ou adverbial).
 
         
 O homem, marginalizado, vive
 acabrunhado.
 
         
 Todos saíram, incógnitos, para não
 chamarem a atenção dos guardas.  
 
 
         
 
 5.Quando se usa o conectivo nem, verificar se
 é aditivo ou alternativo. 
 
         
 * Se for aditivo, o “nem” equivale a “e
 não”, não admitindo vírgula antes. 
 
 
         
 Não foi ao supermercado nem foi
 à feira para comprar o que a mãe pedira. 
 
         
 
 * Se for alternativo, o “nem”
 aparecerá repetido no início das duas coordenadas,
 devendo colocar-se vírgula antes do segundo. 
 
 
         
 Nem consegue entrar no
 elevador, nem 
 deixa que ninguém entre. 
 
 
          6.Quando houver
 uma sucessão de adjuntos adverbiais ou de orações
 subordinadas adverbiais, é aconselhável e às
 vezes obrigatório separá-los por vírgulas.
 
 As
 lanchonetes ficam cheias de universitários, depois das aulas,
 no momento do recreio, mais ou menos às oito e meia. 
 
 O
 ataque terrorista aconteceu dia 11/9/01, terça-feira,
 às nove da manhã, horário de Brasília. 
     
 
 
 Os
 portuários, que começaram a greve, incendiando os
 armazéns, acabaram perdendo a batalha e o emprego, depois de
 o conquistarem com tanto sacrifício.  
 
 COMPLETANDO O USO DA VÍRGULA (III)
 
 7.Todas
 as orações adverbiais reduzidas (com gerúndio,
 particípio ou infinitivo), quando no início do
 período, devem estar seguidas de vírgula. As reduzidas
 com particípio devem estar separadas por vírgula em
 qualquer lugar. 
 
 Declarando-se
 adepto da paz, acabou por conseguir o Nobel. 
 
 Iniciada
 a sessão, o presidente tomou a palavra.
 
 Ao
 abrir a garrafa, teve uma surpresa.
 
 Todos, 
 terminada a festa,  partiram para suas casas. 
 
 Todos 
 partiram para suas casas,  terminada a festa. 
 
 8.O
 tratamento
 senhor (a) em muitos momentos perdeu sua
 função de vocativo. Por isso, escreve-se comumento sem
 vírgula. Entretanto, quando estiver acompanhado do nome da
 pessoa ou do cargo que ocupa, separa-se com vírgula. 
 
 
 -         
 Vai querer almoçar?
 
 -         
 Não senhor. / -
 Não, senhor Presidente. / - Sim, senhor Henrique.
 
 9.Sempre
 que um bloco sintático merecer destaque, deve-se
 separá-lo por vírgulas.
 
 Um
 dia, meu colega de trabalho foi entregar um pacote e, como
 não havia ninguém em casa, empurrou-o pela
 janela aberta. 
 
 Quando devemos ou
 não usar a vírgula:
 
 Não se separa
 sujeito de predicado.
 
 É proibida o uso
 da vírgula antes da conjunção subordinativa
 integrante e de oração subordinativa substantiva.
 
 Ex.:
 Dependemos de que....
 
 É proibido
 também usar a vírgula numa conjunção
 subordinada comparativa ou adverbiais comparativas.
 
 Para o grau
 comparativo, mais...que, menos...que, tão...que, antes da
 conjunção subordinativa comparativa.
 
 Quando vier aposto
 denominativo, um título (especificativo) não tem
 vírgula.
 
 Ex.: Curso tal –
 nós estudamos no curso tal.
 
 Em
 conseqüência de... – depois do que não tem
 vírgula porque é uma conjunção
 subordinativa consecutiva.
 
 Não se usa
 vírgula antes do que quando tem a função de
 pronome relativo, substituindo-o por o qual.
 
 O aposto distributivo
 terá crase para separá-lo.
 
 Quando o
 advérbio estiver deslocado, estiver no meio do assunto, fora de
 ordem, separa-se este com uma vírgula.
 
 Quando vier um aposto
 explicativo, coloca-se a vírgula no final da
 oração.
 
 Ex.: Trabalho em dois
 cursos: u, preparatório, e outro, pré-militar.
 
 Quando não
 aparecer o verbo, sujeito, ou outro termo na frase, substituiremos por
 uma vírgula.
 
 Ex.: Bebi leite e
 agora, bebo café.
 
 Neste exemplo a
 vírgula está substituindo o pronome do caso reto eu.
 
 Quando não
 há verbo ou sujeito se chama elipse do verbo ou do sujeito
 (zeugma).
 
 A vírgula
 é obrigatória para um objeto indireto
 pleonástico.
 
 Ex.: Maria, vi-a (O.D.
 pleonástico).
 
  
 
 A vírgula e o adjunto adverbial
 
 Vírgula com idéias adverbiais
 
 1. IDÉIA ADVERBIAL NO INÍCIO
 
 Idéia
adverbial (adjunto ou oração) no
 início do período (ou da oração): provoca
 uma vírgula cuja obrigatoriedade é flexível. O uso
 da vírgula, nesse caso, é sinal de respeito à norma
 culta da língua. A falta dela é erro perdoável,
 principalmente quando a idéia adverbial é formada por uma
 única palavra.
 
 Julgue os períodos seguintes quanto ao uso da vírgula.
 
 a. ( ) Na velhice, quando doenças inoportunas exigem
 dispêndios inesperados, o brasileiro não encontra, nem no
 governo, nem na própria família, o apoio necessário
 para enfrentar o problema sem humilhar-se.
 
 b. ( ) Na velhice quando doenças inoportunas exigem
 dispêndios inesperados, o brasileiro não encontra, nem no
 governo, nem na própria família, o apoio necessário
 para enfrentar o problema sem humilhar-se.
 
 2. IDÉIA ADVERBIAL NO MEIO 
 
 Idéia adverbial (adjunto ou oração) no meio do
 período (ou da oração): duas vírgulas cuja
 obrigatoriedade é flexível. Nesse caso, o uso de uma
 única vírgula é imperdoável. 
 
 Julgue os períodos seguintes quanto ao uso da vírgula. 
 
 a. ( ) De algum tempo para cá, vem-se discutindo, na imprensa, a
 possibilidade de instituir cotas para alunos negros nas universidades do
 País, pelo menos nas instituições públicas.
 
 
 b. ( ) De algum tempo para cá vem-se discutindo na imprensa, a
 possibilidade de instituir cotas para alunos negros nas universidades do
 País, pelo menos nas instituições públicas.
 
 
 3. IDÉIA ADVERBIAL NO FIM
 
 Idéia adverbial (adjunto ou oração) no fim do
 período (ou da oração): deve aparecer sem
 vírgula.
 
 Julgue os períodos seguintes quanto ao uso da vírgula.
 
 a. ( ) A intenção do Governo Federal é vincular, o
 quanto antes, as verbas educacionais destinadas a cada Estado à
 manutenção de um número mínimo de estudantes
 de cada minoria racial.
 
 b. ( ) A intenção do Governo Federal é vincular as
 verbas educacionais destinadas a cada Estado à
 manutenção de um número mínimo de estudantes
 de cada minoria racial, o quanto antes.
 
 A ordem direta das sentenças em português prescreve a
 seqüência sujeito – predicado – complemento. O
 verbo é o constituinte central do predicado, e seu sentido pode
 ser modificado por advérbios ou locuções
 adverbiais, entre outros. Sintaticamente, essas palavras exercem a
 função de adjuntos adverbiais. Assim, temos
 “Célio e Jonas chegaram mais tarde” e “Concordo
 em princípio com o adiamento da reunião”. As vezes,
 desejamos dar ênfase a esses modificadores. Um dos recursos de que
 nos valemos para isso é a antecipação de tais
 adjuntos colocando-os no início da frase, como em “Mais
 tarde, Célio e Jonas chegaram” e “Em
 princípio, concordo com o adiamento da reunião”.
 Aliás, o próprio período há pouco escrito
 “As vezes, desejamos dar ênfase a esses modificadores”
 é mais um exemplo dessa construção. Repare que em
 todos esses exemplos o adjunto foi seguido de vírgula. Ela
 é necessária para assinalar a antecipação do
 adjunto adverbial, além de indicar pausa. Contudo, se o adjunto
 é constituído de advérbio de curta extensão,
 a vírgula é facultativa. Colocamo-la se queremos realmente
 enfatizar a idéia expressa por ele: "Aqui não vemos essas
 coisas" e "Ontem saímos mais cedo".
 
 Há casos, porém, em que esse adjunto, embora antecipado,
 não se situa exatamente no início do período e sua
 colocação pode ensejar leitura incorreta. Dessa forma, em
 “Isso feito, com certeza, sua habilidade de expressão
 escrita terá galgado alguns degraus”, a
 colocação da vírgula logo após o adjunto com
 certeza faz com que o associemos a “Isso feito”, quando na
 verdade nossa intenção é fazer com que funcione
 como modificador de terá galgado. Veja como o período fica
 na ordem direta: “Isso feito, sua habilidade de expressão
 escrita terá galgado com certeza alguns degraus”. 
 
 Para evitar a leitura incorreta, preconizamos a
 não-colocação da vírgula após o
 adjunto adverbial nas situações em que, antecipado,
 não inicia sentença. Repitamos o exemplo dado e
 acrescentemos alguns outros:
 • “Isso feito, com certeza sua habilidade de expressão
 escrita terá galgado alguns degraus”.
 • “Realizado o trabalho, sem dúvida alguma o
 relatório será entregue no prazo previsto”. 
 • “Terminado o jogo, rapidamente o trio de arbitragem deixou
 o campo”. 
 • “Findo o dia, de forma discreta os pássaros
 vão-se recolhendo aos ninhos”.
 • “Anunciado o lanche, com muita alegria os estudantes
 saíram das salas”.
 Pelos exemplos, reparamos que tal acontece especialmente quando
 orações reduzidas de particípio iniciam o
 período.
 
 Se o período está construído na ordem direta,
 não há necessidade da vírgula após o
 adjunto, como em “Os contratos estão sendo honrados de modo
 geral”, embora ela possa ser colocada se quisermos enfatizar a
 circunstância por ele expressa. Em outros casos, ela é
 conveniente em benefício da clareza: “Limpamos o piso, e o
 aspirador de pó é passado nos tapetes,
 semanalmente”. Vemos que o adjunto se posiciona em seu lugar
 natural na ordem direta. Normalmente, não seria necessária
 a colocação dessa vírgula com os termos na ordem
 direta. Entretanto, como são descritas duas ações
 (limpar o piso e passar o aspirador), é conveniente a
 presença da vírgula, mesmo com o adjunto no final do
 período, para, com a pausa que ela propicia, ficar caracterizado
 que ambas as ações são semanais. Se ela não
 for colocada, poderemos ser levados a entender que apenas o aspirador de
 pó é passado semanalmente.
  
 
     
 Emprego da vírgula no período simples
 
  
 
 Quando se trata de
 separar termos de uma mesma oração, deve-se usar a
 vírgula nos seguintes casos: 
 
  
 
 1. Para isolar adjuntos
 adverbiais deslocados: Adjuntos adverbiais são termos de valor
 adverbial que denotam alguma circunstância do fato expresso pelo
 verbo ou intensifica o sentido deste, ou de um adjetivo, ou de um
 advérbio. As principais circunstâncias são as de
 tempo, lugar, causa, modo, meio, afirmação,
 negação, dúvida, intensidade, finalidade,
 condição, assunto, preço, etc...
 
  
 
     Os
 adjuntos adverbiais estarão deslocados quando estiverem no
 início ou no meio do período. Em alguns casos, a
 vírgula não será obrigatória, pois,
 às vezes, ela tira a linearidade, eliminando, assim, a clareza
 da frase.
 
  
 
     O
 parágrafo anterior pode servir-nos de exemplo para o que
 acabamos de ler: a não-obrigatoriedade da vírgula. O
 último período também poderia ser escrito assim:
 "Em alguns casos a vírgula não será
 obrigatória, pois às vezes ela tira a linearidade,
 eliminando assim a clareza da frase". Vejamos alguns exemplos de
 adjuntos adverbiais
separados por vírgula:
 
  
 
     A
 maioria dos alunos, durante as férias, viajam.
 
  
 
    
 Desde o ano passado, enfrento problemas com meu computador.
 
  
 
 2. Para isolar os
 objetos pleonásticos: Haverá objeto pleonástico
 quando um verbo possuir dois complementos que se referem a um elemento
 só. Por exemplo:
 
  
 
     Os
 meus amigos, sempre os respeito.
 
  
 
     Aos
 devedores, perdoe-lhes as dívidas.
 
  
 
 3. Para isolar o aposto
 explicativo:
 
  
 
     Ex.
 Londrina, a terceira cidade do Sul do Brasil, é
 aprazibilíssima.
 
  
 
 4. Para isolar o
 vocativo:
 
  
 
     Ex.
 Adalberto, Traga meus documentos até aqui!
 
  
 
 5. Para isolar
 predicativo do sujeito deslocado, quando o verbo não for de
 ligação:
 
  
 
     Ex.
 Os jovens, revoltados, retiraram-se do recinto.
 
  
 
 6. para separar
 elementos coordenados: Elementos coordenados são
 enumerações de termos que exercem a mesma
 função sintática.
 
  
 
     Ex.
 As crianças, os pais, os professores e os
 diretores irão ao convescote.
 
  
 
 7. Para indicar a
 elipse do verbo: Elipse é a omissão de um verbo
 já escrito anteriormente.
 
  
 
     Ex.
 Ela prefere filmes românticos; o namorado, de aventura. (o
 namorado prefere filmes de aventura)
 
  
 
 8. Para separar, nas
 datas, o lugar:
 
  
 
     Ex.
 Londrina, 18 de janeiro de 2001.
 
  
 
 9. Para isolar
 conjunção coordenativa intercalada: As
 conjunções coordenativas que nos interessam para essa
 regra são porém, contudo, no entanto, entretanto,
 todavia, logo, portanto, por conseguinte, então.
 
  
 
     Ex.
 Os candidatos, porém, não respeitaram a lei.
 
  
 
     O
 candidato está bem preparado; tem, portanto,
 condições de ser contratado.
 
  
 
 10. Para isolar as
 expressões explicativas isto é, a saber, melhor dizendo,
 quer dizer...:
 
  
 
     Ex.
 Irei para Águas de Santa Bárbara, melhor dizendo,
 Bárbara.
 
  
 
 11. Para separar frases
 iniciadas pelas expressões e sim, e não, mas sim:
 
  
 
     Ex.
 Não haja com imprudência, e sim com
 moderação.
 
  
 
  12. Para isolar
 adjetivo explicativo do substantivo qualificado por ele: Adjetivo
 explicativo é o que indica qualidade inerente ao ser, ou seja,
 qualidade que não pode ser retirada. Adjetivo restritivo
 é o que indica qualidade adicionada ao ser.
 
  
 
     Ex.
 O homem, mortal, age como se fosse imortal.
 
 13.  
 Para indicar a
 elipse do verbo:
 
 Ex. Ela prefere filmes
 românticos; o namorado, de aventura. (o namorado prefere filmes
 de aventura)
 
 O
 emprego da vírgula no período composto
 
 
 
  
 
     
 1. Período composto por coordenação: As
 orações coordenadas devem sempre ser separadas por
 vírgula. Orações coordenadas são as que
 indicam adição (e, nem, mas também),
 alternância (ou, ou ... ou, ora ... ora), adversidade (mas,
 porém, contudo...), conclusão (logo, portanto...) e
 explicação (porque, pois). 
 
  
 
    Ex. Todos
 gostamos de seus projetos, no entanto não há verbas para
 viabilizá-los 
 
  
 
 Ex. Todos gostamos de
 seus projetos, no entanto não há verbas para
 viabilizá-los
 
  Ex. Ela
 irá no primeiro avião, e seus filhos no próximo.
 
 
  
 
    Ele
 gritava, e pulava, e gesticulava como um louco.
 
 Nota: 
 as
 orações coordenadas aditivas iniciadas pela
 conjunção e só terão
 vírgula, quando os sujeitos forem diferentes e quando o e
 aparecer repetido.
  
 
     
 2.Período composto por subordinação:
 Orações subordinadas substantivas: não se separam
 por vírgula. As orações subordinadas substantivas
 são a que exercem a função de sujeito, objeto
 direto, objeto indireto, predicativo do sujeito, complemento nominal e
 aposto. Elas estão explicadas em uma das colunas anteriores.
 
  
 
    Ex.
 É evidente que o culpado é o mordomo. (Que o culpado
 é o mordomo é oração que funciona como
 sujeito do verbo ser)
 
  
 
   
 3.Orações subordinadas adjetivas: Só a
 explicativa é separada por vírgula; a restritiva
 não. As orações subordinadas adjetivas são
 as iniciadas por um pronome relativo. A oração
 subordinada adjetiva explicativa é a que exerce a
 função de aposto explicativo. A oração
 subordinada adjetiva restritiva é a que exerce a
 função de adjunto adnominal. Elas também
 estão explicadas em uma das colunas anteriores. 
 
  
 
    Ex.
 Londrina, que é a terceira cidade do Sul do Brasil, é
 aprazibilíssima. 
 
  
 
    Obs.: Leia
 as frases abaixo:
 
 
  
 
    I. Os
 Estados que devem ao governo terão o crédito cortado
 pelo Banco Central. 
 
  
 
    II. Os
 Estados, que devem ao governo, terão o crédito cortado
 pelo Banco Central. No período I "que devem ao governo"
 é oração subordinada adjetiva restritiva,
 funciona como adjunto adnominal e significa que apenas alguns Estados
 devem ao governo. No período II "que devem ao governo" é
 oração subordinada adjetiva explicativa, funciona como
 aposto explicativo e significa que todos os Estados devem ao governo.
 
  
 
   
 4.Orações subordinadas adverbiais:
 
  
 
    São
 separadas por vírgula quando estiverem no início ou no
 meio do período. 
 
  
 
    Ex. Assim
 que chegarem as encomendas, começaremos a trabalhar. 
 
  
 
  
 
 Essas palavras ou
 locuções expressam diversos sentidos, podendo ser
 compreendidas da seguinte maneira:
 
 1. explicativas: quando
 retomam o que foi dito anteriormente, apresentando-o de outra maneira.
 
  
 
 Isto é, ou seja,
 a saber, por exemplo, por outra, por assim dizer, na verdade
 
 Exemplo:
 
  
 
 Quem quer faz quem
 não quer manda ou seja eu mesma vou conferir o estoque.
 (Inadequado)
 
 Quem quer faz quem
 não quer manda, ou seja, eu mesma vou conferir o estoque.
 (Adequado)
 
  
 
 2. continuativas:
 quando provocam a continuação do enunciado,
 acrescentando-lhe nova informação.
Além disso,
 aliás, demais, então
 
  
 
 Exemplo:
 
  
 
 O dinheiro dos
 empréstimos começava a aparecer aliás tarde
 demais. (Inadequado)
 
 O dinheiro dos
 empréstimos começava a aparecer, aliás, tarde
 demais. (Adequado)
 
  
 
 3. corretivas: quando
 se prestam a alterar o que havia sido dito anteriormente.
 
  
 
 ou melhor, ou antes,
 digo, minto
 
  
 
 Exemplo:
 
  
 
 Os chocolates
 estão chegando digo o dia da Páscoa está
 próximo. (Inadequado)
 
 Os chocolates
 estão chegando, digo, o dia da Páscoa está
 próximo. (Adequado)
 
  
 
 4. conclusivas: quando
 apresentam a finalização [conclusão] de uma
 idéia.
 
  
 
 Então, a meu
 ver, com efeito, outrossim, portanto, enfim
 
  
 
 Exemplo:
 
  
 
 Essa questão a
 meu ver está encerrada. (Inadequado)
 
 Essa questão, a
 meu ver, está encerrada. (Adequado)
 
  
 
 A
 virgula e as conjunções
 
  
 
 Dentre os empregos da
 vírgula destacam-se os casos em que ela é utilizada para
 separar orações de um período.
 
 Poucos são os
 tipos de orações que, dentro de um período,
 unem-se a outras sem uma pausa. A vírgula, além de
 indicar essa pausa breve, presta-se a marcar, na língua
 escrita, a separação de segmentos de um período.
 
 Alguns tipos de
 orações são introduzidos por
 conjunções que exigem a vírgula. Nesse caso, a
 vírgula é colocada antes da conjunção.
 Assim, a vírgula indica a separação, e a
 conjunção, a união de dois segmentos do
 período (as orações).
 
  
 
 A seguir, as
 conjunções que devem ser antecedidas pela
 vírgula:
 
 1. adversativas
 
  
 
 mas, porém,
 todavia, contudo, no entanto, entretanto e etc.
 
  
 
 Exemplo:
 
  
 
 A conversa estava
 agradável mas já demorava demais. (Inadequado)
 
 A conversa estava
 agradável, mas já demorava demais. (Adequado)
 
  
 
 2. conclusivas
 
  
 
 logo, portanto, pois,
 por conseguinte e etc.
 
  
 
 Exemplo:
 
  
 
 Eu estudei
 matemática logo posso lhe ajudar a entender os números.
 (Inadequado)
 
 Eu estudei
 matemática, logo posso lhe ajudar a entender os números.
 (Adequado)
 
  
 
 Com
 exceção da conjunção "mas", as demais
 conjunções, tanto adversativas como conclusivas, podem
 aparecer no interior da oração da qual participam. Nesse
 caso, as conjunções devemvirentrevírgulas.
 
  
 
 Exemplo:
 
  
 
 Queremos ver o mar.
 Não será, porém nesta viagem. (Inadequado)
 
 Queremos ver o mar.
 Não será, porém, nesta viagem. (Adequado).
 
  
 
 Há, ainda, duas
 particularidades relativas às conjunções "mas" e
 "pois":
 
  
 
 mas: essa
 conjunção sempre encabeça a oração
 da qual participa (oração coordenada sindética
 adversativa). Dessa forma, ela exclui a possibilidade de se apresentar
 entre vírgulas.
 
 pois: essa
 conjunção pode ser causal ou conclusiva. Quando ela
 tiver valor conclusivo sempre aparecerá entre vírgulas,
 já que nunca encabeça a oração da qual
 participa .
 
  
 
 Exemplos:
 
  
 
 1. Não veremos
 os animais e as árvores do parque, pois foram sacrificados.
 
 [conjunção
 causal]
 
 2. Os animais e as
 árvores do parque foram, pois, sacrificados.
 
 [conjunção
 conclusiva]
 
  
 
  A virgula e as
 palavras denotativas de realce
 
  
 
 Uma das
 funções da vírgula é isolar determinados
 termos da oração, imprimindo uma pausa no
 período. A vírgula, então, é aplicada
 duplamente: antes e depois do termo que quer se destacar.
 
 Algumas palavras da
 língua portuguesa são utilizadas para designar algumas
 idéias. Não se trata propriamente de um advérbio,
 embora em diversas situações cumpram o papel
 desempenhado por ele: um modificador. Assim chamadas de palavras
 denotativas, elas podem expressar ênfase: palavras denotativas
 de realce.
 
  
 
 As palavras denotativas
 de realce, já que isolam de um termo dentro da
 oração, devem se apresentar entre vírgulas.
 
 Exemplos:
 
  
 
 1. As crianças
 principalmente devem ser vacinadas com urgência. [Inadequado]
 
 As crianças,
 principalmente, devem ser vacinadas com urgência. [Adequado]
 
 2. Os peixes e mariscos
 especialmente compunham seu cardápio tradicional. [Inadequado]
 
 Os peixes e mariscos,
 especialmente, compunham seu cardápio tradicional. [Adequado]
 
  
 
 Algumas palavras
 denotativas, além de indicarem realce, também apontam
 para a idéia de partição. Elas indicam que,
 dentro de um conjunto de seres, alguns foram selecionados e é
 sobre esses que, em geral, recai a ênfase do enunciado. A
 vírgula, da mesma forma, deve ser empregada duplamente junto a
 essas palavras.
 
  
 
 Exemplo:
 
  
 
 Aquelas festas eram
 sobretudo o reencontro anual da família. [Inadequado]
 
 Aquelas festas eram,
 sobretudo, o reencontro anual da família. [Adequado]
 
  
 
 São outros
 exemplos de palavras denotativas de realce:
 
  
 
 maiormente
 
 mormente
 
  
 
 Há três casos em que se usa a
 vírgula antes da conjunção e:
 1) quando as orações coordenadas tiverem sujeitos
 diferentes.
 Ex.: Os ricos estão cada vez mais ricos, e os pobres, cada vez
 mais pobres.
 2) quando a conjunção e vier repetida com a finalidade de
 dar ênfase (polissíndeto). Ex.: E chora, e ri, e grita, e
 pula de alegria.
 3) quando a conjunção e assumir valores distintos que
 não seja da adição (adversidade,
 conseqüência, por exemplo) Ex.: Coitada! Estudou muito, e
 ainda assim não foi aprovada. 
 
 c) separar orações subordinadas adverbiais (desenvolvidas
 ou reduzidas),
 principalmente se estiverem antepostas à oração
 principal.
 Ex.: "No momento em que o tigre se lançava, curvou-se ainda mais;
 e fugindo com o corpo apresentou o gancho."( O selvagem - José de
 Alencar)
 d) separar as orações intercaladas. Ex.: "- Senhor, disse
 o velho, tenho grandes contentamentos em a estar plantando..."
 
 Essas orações poderão ter suas vírgulas
 substituídas por duplo travessão. Ex.: "Senhor - disse o
 velho - tenho grandes contentamentos em a estar plantando..."

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