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A Vírgula Esse é um dos maiores problemas dos escritores em geral, sejam jornalistas, estudantes, professores, ou seja, qualquer cidadão, ao escrever um texto, depara com a dúvida: devo ou não virgular tal parte do texto. O domínio da pontuação, especialmente da vírgula, é sempre um desafio, exigindo atenção, entendimento do texto e conhecimento de sintaxe. Dá-se o nome de vírgula ao sinal que, na língua escrita, representa uma pausa bastante breve. Além disso, a vírgula funciona como um organizador textual, ou seja, um elemento que auxilia na coesão do texto. Na língua falada há diversas formas de imprimir ritmos e melodias, dentre as quais se destaca a entonação. Ela é responsável ora pela ênfase que se emprega a determinado segmento da fala ora pela pausa entre um e outro desses segmentos. Já a língua escrita vale-se de alguns sinais para reproduzir, no papel, esses efeitos próprios da língua falada. O emprego da vírgula é, em geral, associado a uma pausa na oração, apesar de participarem da mesma frase ou oração, não formam uma unidade sintática, serve para mostrar ao leitor as separações breves de sentido entre termos vizinhos, as inversões e as intercalações, quer na oração, quer no período. Pelo que, recentemente, o autor deste site pesquisou, esta idéia não deve ser tomada como um dogma. De fato, a vírgula indica muitas vezes uma pausa, mas nem toda pausa corresponde a uma vírgula e nem sempre uma vírgula indica uma pausa. Sujeito e verbo não são separados por vírgula, mesmo que o primeiro seja longo, sugerindo uma pausa. Uma construção do tipo "Bom dia, senhor" é normalmente pronunciada sem pausa, apesar da vírgula. A vírgula é um sinal de pontuação que indica a interrupção ou ausência de ligação sintática no interior da frase. Portanto, emprega-se a vírgula: nas aposições, justaposições, assíndetos, vocativos; na marcação de elementos intercalados, deslocados; para indicar a elipse verbal; para evitar ambigüidades. Há pausas longas e breves na língua (ponto final e vírgula, por exemplo). Essas pausas são empregadas para separar um e outro elementos da oração e até mesmo uma e outra oração no período. Assim separados, tem-se o efeito de um elemento novo sendo introduzido na oração (caso do vocativo e aposto) ou o efeito de destaque de um termo dentro da oração (por exemplo, o deslocamento dos adjuntos adverbiais para o início da oração). O emprego adequado da vírgula é importante para a compreensão do enunciado, bem como para identificar os elementos isolados ou não no período. É aconselhável, portanto, conhecer algumas particularidades sobre a vírgula. Dentre os empregos da vírgula destacam-se os casos em que certas palavras ou expressões indicam, por si só, uma idéia completa e distinta dos outros termos da oração da qual participam. Para isolar essas palavras ou expressões utilizamos o recurso da vírgula, obrigatória nesse caso. Uma das funções da vírgula é marcar, na língua escrita, a separação de termos da oração, imprimindo uma pausa no período. A vírgula, então, é aplicada uma única vez antes ou depois de alguma palavra ou expressão. Algumas palavras ou locuções, por expressarem sozinhas um sentido que independe dos outros elementos da oração, devem ser apresentadas entre vírgulas. Em geral, essas palavras ou locuções encerram em si mesmas uma pausa. As duas vírgulas, então, reforçam não só a pausa, mas também o destaque de uma unidade significativa dentro da oração. Existem regras bem claras para o uso da vírgula. Na maioria dos casos ela está ligada à intercalação de informações dentro de uma frase (mais ou menos como os parênteses), estando diretamente relacionada às funções gramaticais da frase. É necessário ter em mente desde o início que ela não equivale à respiração do leitor (não se preocupem, o leitor não morrerá asfixiado por falta de vírgulas desnecessárias, ele saberá quando deve respirar). Observe a estrutura regular (ordem direta) de uma frase: Sujeito Predicado (verbo) Complemento(s) Circunstância(s) (adjuntos adverbiais) A cigarra morre de frio e de fome no inverno. Quando se usa vírgula? Regras práticas: Quando se altera a ordem direta, especialmente do(s) adjunto(s) adverbial(is): No inverno, a cigarra morre de frio e de fome. Quando se introduzem novos elementos, como aposto, vocativo, orações explicativas e intercalações em geral: A cigarra, símbolo da ociosidade, morre de frio e de fome no inverno. Quando há necessidade de isolar certas expressões, de separar partes de uma frase e de separar diversas orações, ou ainda as várias partes do sujeito, do predicado, do complemento e das circunstâncias: Sabe-se, por semplo, que se lê pouco. São Carlos, 13 de março de 2003. Seguindo-se a orientação anterior, grande parte dos problemas de virgulação estarão superados. Mesmo assim, vamos a algumas regras mais específicas. Usa-se vírgula: Para separar várias orações de um período e as várias partes do sujeito, do predicado, do complemento e das circunstâncias: César chegou, viu e venceu. Estudamos Português, Matemática, Psicologia e Sociologia. Para isolar termos deslocados da ordem direta, especialmente adjuntos adverbiais, já que sua posição regular é no final da frase: No inverno, a cigarra morre de frio e de fome. Essa vírgula pode ser omitida, especialmente quando os termos são constituídos de apenas uma palavra: Hoje haverá sessão. Para isolar o aposto: O diretor da escola, prof. Fulano de Tal, interveio. Para isolar o vocativo: Desperta, São Paulo. Saibam, senhores congressistas, a verdade sobre a situação. Para isolar certas expressões, como isto é, por exemplo, ou seja, etc.: Isso não ocorreu, isto é, ninguém provou nada. Para isolar orações adjetivas explicativas: O Brasil, que é nossa Pátria, merece o melhor. Para isolar orações e termos intercalados: O juiz, como já havia afirmado, condenou o réu. Para separar certas orações coordenadas, em especial as introduzidas por mas, logo, contudo, pois, etc.: Não conhece muito, mas aplica muito o pouco que conhece. Deslocadas para o meio da frase, essas partículas devem ser isoladas por vírgulas. Observe o procedimento nos dois casos: A cruz é pesada, contudo equilibra nossos passos. A cruz é pesada; equilibra, contudo, nossos passos. Para suprir falta de conectivo: Mocidade ociosa, velhice vergonhosa. Mais regras para você saber usar a vírgula: Regras Práticas 1. No período, empregamos vírgula entre as orações coordenadas assindéticas. Ex.: "Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha e entrou a coser." (M. de Assis) 2. Na oração, empregamos a vírgula entre termos independentes entre si, não ligados por conjunção. Ex.: A poesia, o teatro, a oratória, a música, a ornamentação dos altares, a arte de curar, o poder sugestionante... tudo comunica a esse apostolado eficácia e autoridade." (Celso Vieira) 3. Não empregamos vírgula antes da conjunção aditiva "e". Ex.: Pedro e Paulo são bons amigos. 4. As intercalações, por cortarem o que está logicamente ligado, devem ser obrigatoriamente colocadas entre vírgulas. Ex.: Não o direi, pensei comigo, a ninguém. 5. Os vocativos, apostos, as orações adjetivas, as oração apositivas quando intercaladas na sua principal, todos esses são termos que devem ficar, obrigatoriamente, entre vírgulas. Ex.: "Sabeis, cristãos, por que não faz fruto a palavra de Deus?" (Vieira) 6. Nas datas separam-se os topônimos; também separam-se o numeral que vem após o nome da rua, mas que, entretanto, se refere à palavra casa subentendida. Ex.: Recife, 20 de dezembro de 2000 - Rua Padre Bernardino Pessoa, 512. A vírgula no interior da oração É utilizada nas seguintes situações: a) separar o vocativo. Ex.: Maria, traga-me uma xícara de café. A educação, meus amigos, é fundamental para o progresso do país. b) separar alguns apostos. Ex.: Valdete, minha antiga empregada, esteve aqui ontem. c) separar o adjunto adverbial antecipado ou intercalado. Ex.: Chegando de viagem, procurarei por você. As pessoas, muitas vezes, são falsas. d) separar elementos de uma enumeração. Ex.: Precisa-se de pedreiros, serventes, mestre-de-obras. e) isolar expressões de caráter explicativo ou corretivo. Ex.: Amanhã, ou melhor, depois de amanhã podemos nos encontrar para acertar a viagem. f) separar conjunções intercaladas. Ex.: Não havia, porém, motivo para tanta raiva. g) separar o complemento pleonástico antecipado. Ex.: A mim, nada me importa. h) isolar o nome de lugar na indicação de datas. Ex.: Belo Horizonte, 26 de janeiro de 2001. i) separar termos coordenados assindéticos. Ex.: "Lua, lua, lua, lua, por um momento meu canto contigo compactua..." (Caetano Veloso) j) marcar a omissão de um termo (normalmente o verbo). Ex.: Ela prefere ler jornais e eu, revistas. (omissão do verbo preferir) i) separar as orações subordinadas adjetivas explicativas. Ex.: Meu pai, de quem guardo amargas lembranças, mora no Rio de Janeiro. j) separar as orações coordenadas sindéticas e assindéticas (exceto as iniciadas pela conjunção e ). Ex.: Acordei, tomei meu banho, comi algo e saí para o trabalho. Estudou muito, mas não foi aprovado no exame. VÍRGULA OBRIGATÓRIA (I) O recente livro sobre televisão, “Homo videns” (Giovanni Sartori;tradução de Antonio Angonese. Bauru, SP: EDUSC, 2001), e a ISTOÉ me oferecem textos para falar da virgulação. 1.Adjunto adverbial e oração subordinada adverbial deveriam ser redigidos no final da frase, porque modificam geralmente o predicado verbal. Quando não estão nessa posição, observem-se as seguintes normas praticadas pela maioria dos escritores: * se estiverem no começo de frase ou período, separar do restante por vírgula obrigatória; * se estiverem entre o sujeito e predicado, a virgulação não é obrigatória, mas aconselhável. Vejamos o início de “Homo videns” (Prefácio, p.7): Atualmente estamos passando por um rapidíssimo processo revolucionário dos Meios de Comunicação. “Atualmente” é adjunto adverbial fora de sua posição normal, iniciando o período. Por isso, o correto é pôr uma vírgula depois dele. Do ponto de vista fisiológico o ‘homo sapiens’ não tem nada que o torne único entre os primatas... (idem, “A primazia da imagem”, p.11) Pelo mesmo motivo, virgular após “fisiológico”. Veja os seguintes textos extraídos da ISTOÉ (7/2/01): Raramente, alguém sobrevive quando um raio lhe cai na cabeça. (p.73) Na maioria das vezes, é apenas uma faísca que atinge a pessoa, ou então a corrente que vem pelo solo e sobe pelas pernas. (ib.) Principalmente, se o aborrecimento é provocado por serviços gratuitos... (p.81) Após os elementos negritados, deve registrar-se vírgula, pois constituem todos adjuntos adverbiais que iniciam frase. 2.Sempre que o como iniciar uma citação, colocar vírgula antes dele e jamais dois-pontos depois dele. Veja este exemplo tirado da mesma ISTOÉ (p.86): O exemplo mais espetacular é o dos pneus Firestone para utilitários como o Ford Explorer. O como nesse caso estabelece uma citação. O correto, portanto, é colocar uma vírgula depois de “utilitários”. É muito freqüente aparecer dois-pontos depois de “como”. Foram tantos que apareceram para choramingar suas mágoas como: desempregados, irresponsáveis, fracassados e incompetentes. Correção: pôr vírgula após “mágoas” e tirar dois-pontos após “como”. 3.Quando elementos estreitamente vinculados pela sintaxe (sujeito e predicado, por exemplo) são separados por bloco sintático, prestar atenção: o bloco intermediário deve ser separado por duas vírgulas, que é a melhor solução, ou ficar sem vírgula alguma. Na ISTOÉ de 14/2/01, apareceu: Na Romênia, o presidente Ion Iliescu, eleito em novembro último assumiu prometendo um esforço especial para eliminar a corrupção... (p.68) O bloco negritado interpõe-se entre o sujeito (“o presidente Ion Iliescu”) e o predicado (“assumiu”). A vírgula após “Iliescu” deve ser complementada por outra vírgula após “último”. Tais vírgulas separam o bloco intermediário, como se fossem parênteses. VÍRGULA OBRIGATÓRIA (II) 4.Oração adjetiva explicativa vem sempre entre vírgulas. Pedro Álvares Cabral, que achou o Brasil, nasceu e morreu em datas incertas. O que é oração adjetiva explicativa? É precedida do pronome relativo e caracteriza o elemento a que se refere por meio de qualidades essenciais. É essencial à neve a brancura, ao ser humano a mortalidade, ao Sol ser uma estrela de quinta grandeza, ao fumo ser uma droga etc. O homem, que é mortal, não vai ficar pra semente. O apagão, que é um fenômeno não atmosférico, acontecerá quando o governo o programar. O Sol, que é uma estrela de quinta grandeza, ainda brilha. 5.Oração adjetiva restritiva extensa fica melhor entre vírgulas. A indústria automobilística, que adquiriu por força do capitalismo um desenvolvimento útil às populações do mundo ocidental e oriental, tende a ser um problema insolúvel. Motivo: devido à extensão, as vírgulas auxiliam a entender melhor o período. A restritiva difere da explicativa porque caracteriza o elemento a que se refere com qualidades acidentais. É acidental à neve a beleza, ao ser humano a responsabilidade, ao Sol o prazer que proporciona, ao fumo a economia etc. O ser humano que é responsável tem maiores chances de sucesso. O fumo que proporciona dinheiro leva também à miséria. 6.Qualquer oração adjetiva introduzida por “cujo” e flexões fica preferencialmente entre vírgulas. O jardim, cujas flores são o encanto dos olhos, fica perto de casa. A moça, de cujas qualidades estavas falando, já foi minha namorada. VÍRGULA OBRIGATÓRIA (III) 7.Conectivos adversativos * MAS e E (= mas) têm vírgula obrigatória antes, mas não admitem vírgula depois. Estudou muito para o vestibular, mas não conseguiu classificação. Caiu do décimo andar, e não morreu. Há um erro, pois, na seguinte citação de O Circo Eletrônico (Daniel Filho), à pág. 82: Se uma novela agrada ao público e não ao produtor, ele deve ter a sabedoria de mantê-la como está... Antes do “e” negritado, falta vírgula, pois tem valor adversativo. O mesmo se passa sempre que aparece o e sim. O valor desse “e” é igualmente adversativo, devendo constar vírgula antes dele. Se uma novela não agrada ao público, e sim ao produtor, ele deve ter a sabedoria de mudá-la... * PORÉM, TODAVIA, CONTUDO, ENTRETANTO, NO ENTANTO... têm vírgula obrigatória antes e facultativa depois. Se não vierem no início da oração (posição normal), mas no meio ou no final, devem vir entre vírgulas ou entre vírgula e ponto final. Quando pospostos, é aconselhável redigir a oração precedente com ponto-e-vírgula ou ponto final. Estudou muito para o vestibular, entretanto não conseguiu classificar-se. Estudou muito para o vestibular; não conseguiu, entretanto, classificar-se. Estudou muito para o vestibular. Contudo, não conseguiu classificar-se. Estudou muito para o vestibular; não conseguiu classificar-se, porém. Estudou muito para o vestibular; todavia, não conseguiu classificar-se. 8.Conectivos explicativos e corretivos ISTO É, OU SEJA, A SABER, OU MELHOR, OU POR OUTRA, DIGO MAL, ALIÁS... vêm sempre entre vírgulas obrigatórias. Os explicativos podem aparecer, como no caso anterior, depois de ponto-e-vírgula ou ponto final. Todos esclareceram o pedido, a saber, explicaram o motivo da viagem. Todos esclareceram o pedido. Isto é, explicaram o motivo da viagem. Todos esclareceram o pedido; ou seja, explicaram o motivo da viagem. 9.Conectivos conclusivos LOGO, PORTANTO, POR ISSO, POR CONSEGUINTE, ENTÃO..., no início de oração, são antecedidos por vírgula obrigatória e seguidos de vírgula aconselhável; se pospostos, vêm sempre entre duas vírgulas ou vírgula e ponto. Se pospostos, é bom que a oração inicial termine por ponto-e-vírgula ou ponto final. Quebrou a perna, portanto não jogará no sábado. Quebrou a perna; não jogará no sábado, então. Quebrou a perna; não jogará, por isso, no sábado. Quebrou a perna. Por conseguinte, não jogará no sábado. Quebrou a perna; logo, não jogará no sábado 10.O caso de POIS * Pode ser explicativo ou causal, significando “porque”, “visto que”..., com vírgula obrigatória antes e proibida depois. Não suba na escada, pois você cai. Caiu, pois subiu na escada. * Pode ser conclusivo, significando “logo”, “por isso”..., vindo sempre em posição posposta ao início da oração. Sempre entre vírgulas obrigatórias. Vive brigando com o chefe; acabará, pois, sendo demitido. VÍRGULA OBRIGATÓRIA (IV) 11.Para separar orações intercaladas ou justapostas (aquelas que indicam como o discurso direto foi pronunciado), empregam-se três recursos: vírgula, travessão e parênteses. O mais comum é separá-las por vírgula ou travessão. * Tens razão, disse eu, a coisa é divertida. // Tens razão – disse eu – a coisa é divertida e vale a pena. // Tens razão (disse eu), a coisa é divertida. * Acredita-me? – perguntei eu. // Acredita-me? , perguntei eu. Obs.: se houver qualquer pontuação afetiva (? / ! / ?!), a vírgula, travessão e parênteses deverão aparecer expressos. Veja mais estes exemplos: * O senhor desce amanhã? , disse-me. // O senhor desce amanhã? – disse-me ela. * Morreu como uma santa! – murmurou consolando-se. // Morreu como uma santa! , murmurou o filho chorando. 12.Para separar orações alternativas com conectivos paralelos, excetuando-se o “ou”. * Seja na ventura, seja na infelicidade, o homem se conhece por suas convicções interiores. * Ora vive chorando, ora vive rindo. 13. O vocativo sempre seguido de vírgula ou entre vírgulas, quando posposto. * Olá, Rita, como é que vai? * Adriano, respondo ao seu e-mail. * Gostei muito de sua mensagem, Cristina. * Mostra a tua cara, Brasil. * Que isso, menino, aqui não é parque de diversão! Atenção: nos vocativos de redação oficial ou informal, vírgula após o vocativo e não dois pontos. * Senhor Prefeito, [correto] * Senhor Prefeito: [incorreto] Obs.: há casos em que o vocativo antigo perdeu sua ênfase e acabou por incorporar-se aos elementos vizinhos da frase. Veja o caso de * Sim, senhor // Não, madame // Não, senhora... Na oralidade, não se percebe mais a inflexão de vocativo nos tratamentos negritados. Por conseguinte, nada impede que se tire a vírgula desses atualmente pseudovocativos: sim senhor / não madame / não senhora... VÍRGULA OBRIGATÓRIA (V) 14.Para separar local da data e os diversos elementos de endereços. * Goiânia, 11 de julho de 2001. * Av. Anhangüera, 1428, 12. andar, sala 1223, Centro, Goiânia, GO. Apesar de a lógica ser essa, é hábito separar por vírgula obrigatória apenas o logradouro (avenida, rua, alameda, travessa, praça...) do número indicativo, assim como usar vírgula obrigatória para separar os elementos incluídos no número (andar, apartamento, sala...), ficando os elementos mais amplos (bairro, município e Estado) separados por travessão, às vezes colocando-se o Estado entre parênteses. * Av. 24 de Outubro, 1428, ap.801 – Campinas – Goiânia - GO * Rua da Alegria, 46, sala 1 – Jardim Petúnia – Goiânia (GO) 15.Para separar substantivos que iniciam frase e desempenham a função de objeto direto e indireto pleonásticos. * Os sinos, já não há quem os toque. * As laranjas, não se encontra alguém que as venda. * Aos filmes da tevê, cada vez mais gente assiste a eles. Obs.: notar que os elementos negritados, em cada frase, constituem dois objetos, sendo o constituído de pronome repetição do objeto constituído por substantivo. 16.Para separar elementos paralelos do discurso, a saber, aqueles que desempenham funções idênticas, como vários sujeitos, ou objetos e complementos nominais, ou orações coordenadas. * Comprou lápis, borracha, papel, de acordo com o pedido do colégio. * Entradas, bandeiras, devastações, edificações, tudo isso ajudou a construir o mapa do Brasil. * Viaja muito, descansa pouco. (viaja muito e descansa pouco) * Faça as provas com calma, tenha sucesso no vestibular, entre para a universidade. (faça as provas com calma e tenha sucesso no vestibular e entre para a universidade) 17.Para separar os versos dos provérbios. * Por fora bela viola, por dentro pão bolorento. * Quem primeiro vem à fonte, primeiro enche a cântara. 18.Para destacar o “sim” e “não”, quando isolados. * Sim, quero que vá agora mesmo. * Não, não diga isso, meu filho. VÍRGULA PROIBIDA (I) a) predicado de sujeito; b) objeto de verbo; c) adjunto adnominal de nome; d) complemento nominal de nome; e) predicativo do objeto do objeto; f) oração principal da subordinada substantiva (desde que esta não seja apositiva nem apareça na ordem inversa) 1.Não se pode colocar vírgula entre o sujeito e o verbo que declara a sua ação. Ex.: minha terra (sujeito) tem (verbo) palmeiras; o moleque (sujeito) fez (verbo) um gesto feio; quem fala demais (= falador / sujeito) dá (verbo) bom dia a cavalo. Se houver entre o sujeito e o verbo algum bloco sintático, constituído de elementos esclarecedores ou modificadores, pode-se colocar tal bloco entre vírgulas, como se fossem parênteses. Tomemos os mesmos exemplos acima: Minha terra, assim cantou Gonçalves Dias, tem palmeiras; O moleque, com a cara zangada, fez um gesto feio; Quem fala demais, reza o provérbio, dá bom dia a cavalo. Trocando as vírgulas por travessões ou parênteses, os mesmos textos podem ser pontuados corretamente de outra forma: Minha terra (cantou Gonçalves Dias) tem palmeiras; Minha terra – cantou Gonçalves Dias – tem palmeiras; Quem fala demais – reza o provérbio – dá bom dia a cavalo. Três empregos da vírgula, a seguir, estão corretos e dois incorretos: a) Gabriela Marchi, de 9 anos, perdeu a perna esquerda; b) o repórter, com muita cautela fez perguntas inteligentes; c) quem semeia ventos, colhe tempestades; d) os artistas, de modo geral, adoram deixar seu nome na calçada da fama; e) ladrões da classe chique, a maioria constituída de políticos, jamais vêem o sol nascer quadrado. Se você está convicto de que as frases das letras a, d e e estão corretas, você sabe pontuar. VÍRGULA PROIBIDA (II) 2.Falei anteriormente que não se pode separar o sujeito do predicado por vírgula. Veja este texto: Quem não assimila adequadamente, por exemplo, a vitamina A (presente em vegetais, na gema do ovo e no fígado, entre outros alimentos), tem comprometida a elasticidade da pele. (ISTOÉ, 18/7/01, p.56) A vírgula após o parêntese está separando o sujeito - “Quem... até ...alimentos)” - do predicado verbal - “tem comprometida a elasticidade da pele”. O correto, pois, é tirar essa vírgula. 3.Veja a virgulação a seguir: Algumas horas de preocupação depois, um telefonema do Palácio dos Bandeirantes de São Paulo, os libertou para seguir caminho. (ISTOÉ, 1469, 26/11/97, p.95) A primeira vírgula está correta, pois separa uma circunstância temporal que inicia a frase do seu restante. Quanto à segunda, entretanto, houve equívoco: quem é que os libertou? Resposta: um telefonema. Se “um telefonema.... São Paulo” é o sujeito, a vírgula ali colocada separa o sujeito do predicado (“os libertou”), o que está incorreto. Deve simplesmente ser cancelada. 4.Não se pode colocar vírgula entre o verbo e o seu complemento (objeto direto e indireto) nem entre o nome (substantivo, adjetivo, advérbio) e seu complemento, a não ser que entre eles haja um bloco sintático com as mesmas características apontadas no item 1. Exemplos: Comprou balas para as crianças / comprou, antes de chegar em casa, balas para as crianças; Precisamos de empregados / precisamos, com a máxima urgência, de empregados. Assim, está incorreta a virgulação deste trecho: Os jurados resolveram, com ânimo isento a questão, apelando para o voto de Minerva do juiz. Deve-se colocar mais uma vírgula após “isento”, para que a flexão verbal “resolveram” se ligue a “a questão”. Pode-se também tirar a vírgula após “resolveram”, assim: Os jurados resolveram com ânimo isento a questão, apelando para o voto de Minerva do juiz. VÍRGULA PROIBIDA (III) 3.Não se podem separar elementos sintaticamente vinculados por UMA vírgula. Se houver bloco sintático entre esses elementos, colocam-se DUAS vírgulas para destacá-lo ou NENHUMA vírgula. Eis um texto de um órgão superior da UCG, com os dados devidamente alterados: Vimos por meio desta, informar que Pancrácia de Jesus, estará participando da apresentação do Fórum sobre meninos de rua em.... Neste sentido, solicitamos de V. Sa., o abono de falta, neste período. Vimos informar é locução verbal. A vírgula separou seus elementos indevidamente. Duas redações corretas: vimos, por meio desta, informar... / vimos por meio desta informar... Pancrácia de Jesus é o sujeito, devendo estar estreitamente vinculado ao predicado estará participando... A vírgula ali posta está sobrando. Correção: Pancrácia de Jesus estará participando... Solicitamos é a flexão verbal, cujo objeto direto é o abono de falta. São elementos também vinculados. A vírgula está a mais. Correção: solicitamos de V. Sa. o abono de falta... Alguns detalhes ainda merecem reparo: pra que dizer vimos, se o remetente é uma pessoa só?; escreva venho, solicito, sem receio; pra que dizer venho informar, se é mais sóbrio e direto informo?; por meio desta é totalmente desnecessário; Neste sentido é bobagem pura, porque o que se quer afirmar é o motivo; depois, não é neste, mas nesse, porque se refere ao que já foi dito; o certo, portanto, é por isso / por esse motivo / por causa disso; Neste período não, nesse período, porque se reporta a data já conhecida. VÍRGULA PROIBIDA (IV) 4.O “e” une elementos paralelos, equivalendo a um sinal de “somar”. Por isso, está errado, normalmente, colocar-se vírgula antes do “e” aditivo ou somativo. Pedro se aprontou e saiu. ETC. quer dizer “e outras coisas”. Por conseguinte, não se põe vírgula antes do ETC. Se houver uma vírgula antes do etc., é porque antes do etc. há um bloco sintático já separado por vírgulas. Ex.: Comprou papel, tinta, teclado, mause, estante etc. [sem vírgula] Comprou papel, tinta, teclado, mause, estante, com muitas subdivisões, etc. [a vírgula antes do etc. relaciona-se à anterior, entre estante e com. 5.Vale a mesma norma para o “ou”. Ou vai ou racha ou rebenta a caixa. 6.Quando é que se pode ou deve colocar vírgula antes do “e” e do “ou”? + Quando se quer enfatizar os blocos sintáticos encabeçados por “e” e “ou”. Ex.: “Eu descia à imobilidade física e moral, e o corpo fazia-se-me planta, e pedra, e lodo, e coisa nenhuma.” (Machado de Assis, em Memórias Póstumas de Brás Cubas, cap.I) + Quando antes desses conectivos houver um bloco intermediário já separado por vírgulas. Ex.: Desceu as escadas, apavorado, e rumou para casa. Viaja, mesmo com chuva, ou fica em casa. + Quando o “e” tiver valor adversativo, equivalendo a “mas”. Compare estes dois exemplos: Caiu do último andar e morreu (“e” aditivo, portanto sem vírgula antes); Caiu do último andar, e não morreu (“e” adversativo, com vírgula antes). 7.Não se coloca vírgula antes de oração adjetiva restritiva (encabeçada por pronome relativo e cuja finalidade é limitar a abrangência do elemento a que se refere a oração). Os alunos que estudaram passaram. Todos os alunos passaram? Não, SÓ os que estudaram. “Que estudaram”, portanto, é restritiva. Outro exemplo: A casa onde morou Rui Barbosa é hoje museu com os seus antigos pertences. Qualquer casa é hoje museu? Não, SÓ a casa onde morou Rui Barbosa. Obs.: se a restritiva for muito longa, aconselha-se colocá-la entre vírgulas. Ex.: O governo sem governo, que foi eleito pelo povo de forma democrática nos derradeiros dias do século XX a toque de caixa, prometeu muita coisa que não pode cumprir. VÍRGULA FACULTATIVA (I) Há alguns casos em que a vírgula pode ou não ser colocada. Depende muito da vontade de quem redige. Apesar disso, é aconselhável nessas situações colocar a vírgula, visando à clareza do discurso. Em todos os exemplos, escrevo as duas possibilidades. 1.Quando o adjunto adverbial, principalmente indicando tempo ou lugar, está no início de frase, mas é constituído de um só termo, pode-se evitar a vírgula. O motivo é favorecer a fluência da frase. Hoje será feriado. / Hoje, será feriado. Lá todos se dão bem. / Lá, todos se dão bem. 2.Os adjuntos adverbiais e orações subordinadas adverbiais no interior ou no fim da frase também podem ser pontuados com vírgula opcional. O apetite no inverno é maior do que no verão. / O apetite, no inverno, é maior do que no verão. O terrorismo consternou o mundo no dia 11/9/01. / O terrorismo consternou o mundo, no dia 11/9/01. As pessoas, quando faz mais frio, adoram ficar na cama. / As pessoas quando faz mais frio adoram ficar na cama. Nos restaurantes de Goiânia, os comensais falam tão alto, que parece falta de educação. / Nos restaurantes de Goiânia, os comensais falam tão alto que parece falta de educação. A seleção brasileira atual mesmo ganhando muito mais joga bem pior, do que a Seleção de 70. / A seleção brasileira atual, mesmo ganhando muito mais, joga bem pior do que a Seleção de 70. Mas, se ergues da justiça a clava forte, verás que um filho teu não foge à luta. Mas se ergues da justiça a clava forte verás que um filho teu não foge à luta. 3.Há o caso de dupla interpretação: adjunto adnominal ou oração subordinada adjetiva explicativa. A virgulação é opcional: sem vírgulas é adjunto e com vírgulas adjetiva. A guerra de 1914 a 1918 teve alcance mundial. [“de 1914 a 1918” é adjunto adnominal de “guerra”] A guerra, de 1914 a 1918, teve alcance mundial. [há elipse de “que aconteceu” antes de “de 1914 a 1918”, tornando tal bloco oração adjetiva explicativa] 4.Quando o predicativo do sujeito é desempenhado por adjetivo, a vírgula também é opcional. (Veja exemplos no item a seguir.) VÍRGULA FACULTATIVA (II) 4.As orações coordenadas explicativas ou subordinadas causais seguem a norma anterior (item 2 do número 114), menos quando se usa o conectivo “pois”, já que a praxe mais comum é sempre separá-lo por vírgula da oração anterior. Não grite alto, que acaba ficando rouco. / Não grite alto que acaba ficando rouco. O avião não descolou porque chovia muito. / O avião não descolou, porque chovia muito. Não suba na escada, pois você pode cair. Não veio à aula, pois os motoristas de ônibus estavam em greve. 5.Quando há elipse de um termo, principalmente zeugma (elipse de um termo já escrito anteriormente na frase), a vírgula é igualmente facultativa. Não apenas discursos e não apenas libelos, mas páginas literárias de excelente lavor entre as quais, esta autobiografia incompleta. (“O Estado de São Paulo, 29/7/01, p. D7) A vírgula após “quais” está indicando a ausência da forma verbal “está”. Poderia essa vírgula ser omitida, sem prejuízo da clareza e redação. Todos os anos, por ocasião dos aniversários, mamãe fazia uma celebração especial ou pelo menos, um bolo adequado à ocasião. A vírgula após “pelo menos” indica o zeugma de “fazia”. Não é obrigatória. 6.Quando duas coordenadas são conectadas por e, não se pode colocar vírgula antes do “e”. É a regra geral. Mas existe uma prática que consiste no seguinte: se as duas coordenadas têm o mesmo sujeito, não se coloca vírgula antes do “e”; se as duas coordenadas têm sujeitos diferentes, pode-se colocar vírgula antes do “e”. As aulas começam às 7h 10min e terminam às 10h 30min. [vírgula proibida antes do e, pois o sujeito de ambas as orações é o mesmo – “as aulas”] O certificado requer três anos de estudo, e 54 membros já o obtiveram. [vírgula facultativa, pois o sujeito da primeira coordenada é “o certificado” e da segunda é “54 membros”] Exemplo semelhante se encontra no início do Hino Nacional: As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado retumbante de um povo heróico, e o sol da liberdade, em raios fúlgidos, brilhou no céu da Pátria nesse instante. [como os sujeitos são diferentes – “margens”, “sol” – a vírgula antes do “e” coordenativo está correta, mas poderia também ser omitida ] Veja este texto extraído de “Seleções” (setembro/2001): O ser humano é, sem dúvida, um bicho estranho. Gastamos verdadeiras fortunas em equipamentos que nos poupam trabalho e tornam a vida mais fácil, e depois investimos outra fortuna nas mensalidades da academia para fazer exercícios. (p. 110) * “sem dúvida” poderia ficar sem vírgulas, mas com vírgulas fica melhor; * o primeiro “e” não pode ser precedido por vírgula, porque está unindo duas coordenadas, cujo sujeito é o mesmo: “equipamentos” representado pelo “que”; * o segundo “e” tem que ser precedido por vírgula, porque não está unindo duas coordenadas aditivas, mas encabeça uma coordenada de valor adversativo, equivalendo esse “e” a “mas”; * “para fazer exercícios” pode ter vírgula antes, pois constitui uma oração subordinada final. Em suma: o texto está corretamente redigido. COMPLETANDO O USO DA VÍRGULA (I) 1.Pode-se pôr a vírgula antes do conectivo e ? Essa é uma pergunta constante. Já vimos alguns casos. Vou resumir e completar, dizendo que o podemos fazer em quatro circunstâncias: * quando antes do “e” houver um bloco sintático, já separado por vírgulas; O Sol nasce para todos, que, aliás, é o título de um filme, e aquece o caminho de seus passos, a fim de que se perceba a rota a percorrer. * quando os sujeitos de duas coordenadas forem distintos, o “e” pode ser antecedido por vírgula; Hoje, moro sozinho, e meus pais passeiam pelo país em seu trêiler. * quando o “e” for adversativo, equivalendo a “mas”; Eu só tinha 25 anos, e a maioria dos candidatos era mais velha do que eu. * quando se quer enfatizar um bloco intermediário iniciado por “e”, mais expletivo do que aditivo; O senador Chieira, e parecia cínico diplomado, já derrapou atrás do Malvadeza. Essa pontuação pode, e deve, ser feita também pela imagem. 2.Sempre que o mas for adversativo, deve ter vírgula antes, e nunca depois. Há um caso de mas que não admite vírgula nem antes. Trata-se do não só ... mas também, não apenas ... mas também... Se omitirmos essas expressões, substituindo-as pelo conectivo e, o sentido continua o mesmo. Então, o mas também funciona como segundo elemento da conexão aditiva, não devendo, por isso, ser precedido por vírgula. O barítono não só canta maravilhosamente mas também representa bem. O texto pode ser substituído por O barítono canta maravilhosamente e representa bem. 3.Nesse mesmo caso, incluem-se expressões aditivas parecidas, não se admitindo a vírgula, separando as duas coordenadas. Não só bajulavam os poderosos como os traíam. Foi impedido não apenas de negociar porém sim de exportar. Não só não os deixava falar senão que os ameaçava furiosamente. Não apenas é importante trabalhar como também economizar. COMPLETANDO O USO DA VÍRGULA (II) 4.Para se destacar um adjetivo após um substantivo, pode-se separá-lo por vírgulas, funcionando como oração subordinada (adjetiva ou adverbial). O homem, marginalizado, vive acabrunhado. Todos saíram, incógnitos, para não chamarem a atenção dos guardas. 5.Quando se usa o conectivo nem, verificar se é aditivo ou alternativo. * Se for aditivo, o “nem” equivale a “e não”, não admitindo vírgula antes. Não foi ao supermercado nem foi à feira para comprar o que a mãe pedira. * Se for alternativo, o “nem” aparecerá repetido no início das duas coordenadas, devendo colocar-se vírgula antes do segundo. Nem consegue entrar no elevador, nem deixa que ninguém entre. 6.Quando houver uma sucessão de adjuntos adverbiais ou de orações subordinadas adverbiais, é aconselhável e às vezes obrigatório separá-los por vírgulas. As lanchonetes ficam cheias de universitários, depois das aulas, no momento do recreio, mais ou menos às oito e meia. O ataque terrorista aconteceu dia 11/9/01, terça-feira, às nove da manhã, horário de Brasília. Os portuários, que começaram a greve, incendiando os armazéns, acabaram perdendo a batalha e o emprego, depois de o conquistarem com tanto sacrifício. COMPLETANDO O USO DA VÍRGULA (III) 7.Todas as orações adverbiais reduzidas (com gerúndio, particípio ou infinitivo), quando no início do período, devem estar seguidas de vírgula. As reduzidas com particípio devem estar separadas por vírgula em qualquer lugar. Declarando-se adepto da paz, acabou por conseguir o Nobel. Iniciada a sessão, o presidente tomou a palavra. Ao abrir a garrafa, teve uma surpresa. Todos, terminada a festa, partiram para suas casas. Todos partiram para suas casas, terminada a festa. 8.O tratamento senhor (a) em muitos momentos perdeu sua função de vocativo. Por isso, escreve-se comumento sem vírgula. Entretanto, quando estiver acompanhado do nome da pessoa ou do cargo que ocupa, separa-se com vírgula. - Vai querer almoçar? - Não senhor. / - Não, senhor Presidente. / - Sim, senhor Henrique. 9.Sempre que um bloco sintático merecer destaque, deve-se separá-lo por vírgulas. Um dia, meu colega de trabalho foi entregar um pacote e, como não havia ninguém em casa, empurrou-o pela janela aberta. Quando devemos ou não usar a vírgula: Não se separa sujeito de predicado. É proibida o uso da vírgula antes da conjunção subordinativa integrante e de oração subordinativa substantiva. Ex.: Dependemos de que.... É proibido também usar a vírgula numa conjunção subordinada comparativa ou adverbiais comparativas. Para o grau comparativo, mais...que, menos...que, tão...que, antes da conjunção subordinativa comparativa. Quando vier aposto denominativo, um título (especificativo) não tem vírgula. Ex.: Curso tal – nós estudamos no curso tal. Em conseqüência de... – depois do que não tem vírgula porque é uma conjunção subordinativa consecutiva. Não se usa vírgula antes do que quando tem a função de pronome relativo, substituindo-o por o qual. O aposto distributivo terá crase para separá-lo. Quando o advérbio estiver deslocado, estiver no meio do assunto, fora de ordem, separa-se este com uma vírgula. Quando vier um aposto explicativo, coloca-se a vírgula no final da oração. Ex.: Trabalho em dois cursos: u, preparatório, e outro, pré-militar. Quando não aparecer o verbo, sujeito, ou outro termo na frase, substituiremos por uma vírgula. Ex.: Bebi leite e agora, bebo café. Neste exemplo a vírgula está substituindo o pronome do caso reto eu. Quando não há verbo ou sujeito se chama elipse do verbo ou do sujeito (zeugma). A vírgula é obrigatória para um objeto indireto pleonástico. Ex.: Maria, vi-a (O.D. pleonástico). A vírgula e o adjunto adverbial Vírgula com idéias adverbiais 1. IDÉIA ADVERBIAL NO INÍCIO Idéia adverbial (adjunto ou oração) no início do período (ou da oração): provoca uma vírgula cuja obrigatoriedade é flexível. O uso da vírgula, nesse caso, é sinal de respeito à norma culta da língua. A falta dela é erro perdoável, principalmente quando a idéia adverbial é formada por uma única palavra. Julgue os períodos seguintes quanto ao uso da vírgula. a. ( ) Na velhice, quando doenças inoportunas exigem dispêndios inesperados, o brasileiro não encontra, nem no governo, nem na própria família, o apoio necessário para enfrentar o problema sem humilhar-se. b. ( ) Na velhice quando doenças inoportunas exigem dispêndios inesperados, o brasileiro não encontra, nem no governo, nem na própria família, o apoio necessário para enfrentar o problema sem humilhar-se. 2. IDÉIA ADVERBIAL NO MEIO Idéia adverbial (adjunto ou oração) no meio do período (ou da oração): duas vírgulas cuja obrigatoriedade é flexível. Nesse caso, o uso de uma única vírgula é imperdoável. Julgue os períodos seguintes quanto ao uso da vírgula. a. ( ) De algum tempo para cá, vem-se discutindo, na imprensa, a possibilidade de instituir cotas para alunos negros nas universidades do País, pelo menos nas instituições públicas. b. ( ) De algum tempo para cá vem-se discutindo na imprensa, a possibilidade de instituir cotas para alunos negros nas universidades do País, pelo menos nas instituições públicas. 3. IDÉIA ADVERBIAL NO FIM Idéia adverbial (adjunto ou oração) no fim do período (ou da oração): deve aparecer sem vírgula. Julgue os períodos seguintes quanto ao uso da vírgula. a. ( ) A intenção do Governo Federal é vincular, o quanto antes, as verbas educacionais destinadas a cada Estado à manutenção de um número mínimo de estudantes de cada minoria racial. b. ( ) A intenção do Governo Federal é vincular as verbas educacionais destinadas a cada Estado à manutenção de um número mínimo de estudantes de cada minoria racial, o quanto antes. A ordem direta das sentenças em português prescreve a seqüência sujeito – predicado – complemento. O verbo é o constituinte central do predicado, e seu sentido pode ser modificado por advérbios ou locuções adverbiais, entre outros. Sintaticamente, essas palavras exercem a função de adjuntos adverbiais. Assim, temos “Célio e Jonas chegaram mais tarde” e “Concordo em princípio com o adiamento da reunião”. As vezes, desejamos dar ênfase a esses modificadores. Um dos recursos de que nos valemos para isso é a antecipação de tais adjuntos colocando-os no início da frase, como em “Mais tarde, Célio e Jonas chegaram” e “Em princípio, concordo com o adiamento da reunião”. Aliás, o próprio período há pouco escrito “As vezes, desejamos dar ênfase a esses modificadores” é mais um exemplo dessa construção. Repare que em todos esses exemplos o adjunto foi seguido de vírgula. Ela é necessária para assinalar a antecipação do adjunto adverbial, além de indicar pausa. Contudo, se o adjunto é constituído de advérbio de curta extensão, a vírgula é facultativa. Colocamo-la se queremos realmente enfatizar a idéia expressa por ele: "Aqui não vemos essas coisas" e "Ontem saímos mais cedo". Há casos, porém, em que esse adjunto, embora antecipado, não se situa exatamente no início do período e sua colocação pode ensejar leitura incorreta. Dessa forma, em “Isso feito, com certeza, sua habilidade de expressão escrita terá galgado alguns degraus”, a colocação da vírgula logo após o adjunto com certeza faz com que o associemos a “Isso feito”, quando na verdade nossa intenção é fazer com que funcione como modificador de terá galgado. Veja como o período fica na ordem direta: “Isso feito, sua habilidade de expressão escrita terá galgado com certeza alguns degraus”. Para evitar a leitura incorreta, preconizamos a não-colocação da vírgula após o adjunto adverbial nas situações em que, antecipado, não inicia sentença. Repitamos o exemplo dado e acrescentemos alguns outros: • “Isso feito, com certeza sua habilidade de expressão escrita terá galgado alguns degraus”. • “Realizado o trabalho, sem dúvida alguma o relatório será entregue no prazo previsto”. • “Terminado o jogo, rapidamente o trio de arbitragem deixou o campo”. • “Findo o dia, de forma discreta os pássaros vão-se recolhendo aos ninhos”. • “Anunciado o lanche, com muita alegria os estudantes saíram das salas”. Pelos exemplos, reparamos que tal acontece especialmente quando orações reduzidas de particípio iniciam o período. Se o período está construído na ordem direta, não há necessidade da vírgula após o adjunto, como em “Os contratos estão sendo honrados de modo geral”, embora ela possa ser colocada se quisermos enfatizar a circunstância por ele expressa. Em outros casos, ela é conveniente em benefício da clareza: “Limpamos o piso, e o aspirador de pó é passado nos tapetes, semanalmente”. Vemos que o adjunto se posiciona em seu lugar natural na ordem direta. Normalmente, não seria necessária a colocação dessa vírgula com os termos na ordem direta. Entretanto, como são descritas duas ações (limpar o piso e passar o aspirador), é conveniente a presença da vírgula, mesmo com o adjunto no final do período, para, com a pausa que ela propicia, ficar caracterizado que ambas as ações são semanais. Se ela não for colocada, poderemos ser levados a entender que apenas o aspirador de pó é passado semanalmente. Emprego da vírgula no período simples Quando se trata de separar termos de uma mesma oração, deve-se usar a vírgula nos seguintes casos: 1. Para isolar adjuntos adverbiais deslocados: Adjuntos adverbiais são termos de valor adverbial que denotam alguma circunstância do fato expresso pelo verbo ou intensifica o sentido deste, ou de um adjetivo, ou de um advérbio. As principais circunstâncias são as de tempo, lugar, causa, modo, meio, afirmação, negação, dúvida, intensidade, finalidade, condição, assunto, preço, etc... Os adjuntos adverbiais estarão deslocados quando estiverem no início ou no meio do período. Em alguns casos, a vírgula não será obrigatória, pois, às vezes, ela tira a linearidade, eliminando, assim, a clareza da frase. O parágrafo anterior pode servir-nos de exemplo para o que acabamos de ler: a não-obrigatoriedade da vírgula. O último período também poderia ser escrito assim: "Em alguns casos a vírgula não será obrigatória, pois às vezes ela tira a linearidade, eliminando assim a clareza da frase". Vejamos alguns exemplos de adjuntos adverbiais separados por vírgula: A maioria dos alunos, durante as férias, viajam. Desde o ano passado, enfrento problemas com meu computador. 2. Para isolar os objetos pleonásticos: Haverá objeto pleonástico quando um verbo possuir dois complementos que se referem a um elemento só. Por exemplo: Os meus amigos, sempre os respeito. Aos devedores, perdoe-lhes as dívidas. 3. Para isolar o aposto explicativo: Ex. Londrina, a terceira cidade do Sul do Brasil, é aprazibilíssima. 4. Para isolar o vocativo: Ex. Adalberto, Traga meus documentos até aqui! 5. Para isolar predicativo do sujeito deslocado, quando o verbo não for de ligação: Ex. Os jovens, revoltados, retiraram-se do recinto. 6. para separar elementos coordenados: Elementos coordenados são enumerações de termos que exercem a mesma função sintática. Ex. As crianças, os pais, os professores e os diretores irão ao convescote. 7. Para indicar a elipse do verbo: Elipse é a omissão de um verbo já escrito anteriormente. Ex. Ela prefere filmes românticos; o namorado, de aventura. (o namorado prefere filmes de aventura) 8. Para separar, nas datas, o lugar: Ex. Londrina, 18 de janeiro de 2001. 9. Para isolar conjunção coordenativa intercalada: As conjunções coordenativas que nos interessam para essa regra são porém, contudo, no entanto, entretanto, todavia, logo, portanto, por conseguinte, então. Ex. Os candidatos, porém, não respeitaram a lei. O candidato está bem preparado; tem, portanto, condições de ser contratado. 10. Para isolar as expressões explicativas isto é, a saber, melhor dizendo, quer dizer...: Ex. Irei para Águas de Santa Bárbara, melhor dizendo, Bárbara. 11. Para separar frases iniciadas pelas expressões e sim, e não, mas sim: Ex. Não haja com imprudência, e sim com moderação. 12. Para isolar adjetivo explicativo do substantivo qualificado por ele: Adjetivo explicativo é o que indica qualidade inerente ao ser, ou seja, qualidade que não pode ser retirada. Adjetivo restritivo é o que indica qualidade adicionada ao ser. Ex. O homem, mortal, age como se fosse imortal. 13. Para indicar a elipse do verbo: Ex. Ela prefere filmes românticos; o namorado, de aventura. (o namorado prefere filmes de aventura) O emprego da vírgula no período composto 1. Período composto por coordenação: As orações coordenadas devem sempre ser separadas por vírgula. Orações coordenadas são as que indicam adição (e, nem, mas também), alternância (ou, ou ... ou, ora ... ora), adversidade (mas, porém, contudo...), conclusão (logo, portanto...) e explicação (porque, pois). Ex. Todos gostamos de seus projetos, no entanto não há verbas para viabilizá-los Ex. Todos gostamos de seus projetos, no entanto não há verbas para viabilizá-los Ex. Ela irá no primeiro avião, e seus filhos no próximo. Ele gritava, e pulava, e gesticulava como um louco. Nota: as orações coordenadas aditivas iniciadas pela conjunção e só terão vírgula, quando os sujeitos forem diferentes e quando o e aparecer repetido. 2.Período composto por subordinação: Orações subordinadas substantivas: não se separam por vírgula. As orações subordinadas substantivas são a que exercem a função de sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo do sujeito, complemento nominal e aposto. Elas estão explicadas em uma das colunas anteriores. Ex. É evidente que o culpado é o mordomo. (Que o culpado é o mordomo é oração que funciona como sujeito do verbo ser) 3.Orações subordinadas adjetivas: Só a explicativa é separada por vírgula; a restritiva não. As orações subordinadas adjetivas são as iniciadas por um pronome relativo. A oração subordinada adjetiva explicativa é a que exerce a função de aposto explicativo. A oração subordinada adjetiva restritiva é a que exerce a função de adjunto adnominal. Elas também estão explicadas em uma das colunas anteriores. Ex. Londrina, que é a terceira cidade do Sul do Brasil, é aprazibilíssima. Obs.: Leia as frases abaixo: I. Os Estados que devem ao governo terão o crédito cortado pelo Banco Central. II. Os Estados, que devem ao governo, terão o crédito cortado pelo Banco Central. No período I "que devem ao governo" é oração subordinada adjetiva restritiva, funciona como adjunto adnominal e significa que apenas alguns Estados devem ao governo. No período II "que devem ao governo" é oração subordinada adjetiva explicativa, funciona como aposto explicativo e significa que todos os Estados devem ao governo. 4.Orações subordinadas adverbiais: São separadas por vírgula quando estiverem no início ou no meio do período. Ex. Assim que chegarem as encomendas, começaremos a trabalhar. Essas palavras ou locuções expressam diversos sentidos, podendo ser compreendidas da seguinte maneira: 1. explicativas: quando retomam o que foi dito anteriormente, apresentando-o de outra maneira. Isto é, ou seja, a saber, por exemplo, por outra, por assim dizer, na verdade Exemplo: Quem quer faz quem não quer manda ou seja eu mesma vou conferir o estoque. (Inadequado) Quem quer faz quem não quer manda, ou seja, eu mesma vou conferir o estoque. (Adequado) 2. continuativas: quando provocam a continuação do enunciado, acrescentando-lhe nova informação. Além disso, aliás, demais, então Exemplo: O dinheiro dos empréstimos começava a aparecer aliás tarde demais. (Inadequado) O dinheiro dos empréstimos começava a aparecer, aliás, tarde demais. (Adequado) 3. corretivas: quando se prestam a alterar o que havia sido dito anteriormente. ou melhor, ou antes, digo, minto Exemplo: Os chocolates estão chegando digo o dia da Páscoa está próximo. (Inadequado) Os chocolates estão chegando, digo, o dia da Páscoa está próximo. (Adequado) 4. conclusivas: quando apresentam a finalização [conclusão] de uma idéia. Então, a meu ver, com efeito, outrossim, portanto, enfim Exemplo: Essa questão a meu ver está encerrada. (Inadequado) Essa questão, a meu ver, está encerrada. (Adequado) A virgula e as conjunções Dentre os empregos da vírgula destacam-se os casos em que ela é utilizada para separar orações de um período. Poucos são os tipos de orações que, dentro de um período, unem-se a outras sem uma pausa. A vírgula, além de indicar essa pausa breve, presta-se a marcar, na língua escrita, a separação de segmentos de um período. Alguns tipos de orações são introduzidos por conjunções que exigem a vírgula. Nesse caso, a vírgula é colocada antes da conjunção. Assim, a vírgula indica a separação, e a conjunção, a união de dois segmentos do período (as orações). A seguir, as conjunções que devem ser antecedidas pela vírgula: 1. adversativas mas, porém, todavia, contudo, no entanto, entretanto e etc. Exemplo: A conversa estava agradável mas já demorava demais. (Inadequado) A conversa estava agradável, mas já demorava demais. (Adequado) 2. conclusivas logo, portanto, pois, por conseguinte e etc. Exemplo: Eu estudei matemática logo posso lhe ajudar a entender os números. (Inadequado) Eu estudei matemática, logo posso lhe ajudar a entender os números. (Adequado) Com exceção da conjunção "mas", as demais conjunções, tanto adversativas como conclusivas, podem aparecer no interior da oração da qual participam. Nesse caso, as conjunções devemvirentrevírgulas. Exemplo: Queremos ver o mar. Não será, porém nesta viagem. (Inadequado) Queremos ver o mar. Não será, porém, nesta viagem. (Adequado). Há, ainda, duas particularidades relativas às conjunções "mas" e "pois": mas: essa conjunção sempre encabeça a oração da qual participa (oração coordenada sindética adversativa). Dessa forma, ela exclui a possibilidade de se apresentar entre vírgulas. pois: essa conjunção pode ser causal ou conclusiva. Quando ela tiver valor conclusivo sempre aparecerá entre vírgulas, já que nunca encabeça a oração da qual participa . Exemplos: 1. Não veremos os animais e as árvores do parque, pois foram sacrificados. [conjunção causal] 2. Os animais e as árvores do parque foram, pois, sacrificados. [conjunção conclusiva] A virgula e as palavras denotativas de realce Uma das funções da vírgula é isolar determinados termos da oração, imprimindo uma pausa no período. A vírgula, então, é aplicada duplamente: antes e depois do termo que quer se destacar. Algumas palavras da língua portuguesa são utilizadas para designar algumas idéias. Não se trata propriamente de um advérbio, embora em diversas situações cumpram o papel desempenhado por ele: um modificador. Assim chamadas de palavras denotativas, elas podem expressar ênfase: palavras denotativas de realce. As palavras denotativas de realce, já que isolam de um termo dentro da oração, devem se apresentar entre vírgulas. Exemplos: 1. As crianças principalmente devem ser vacinadas com urgência. [Inadequado] As crianças, principalmente, devem ser vacinadas com urgência. [Adequado] 2. Os peixes e mariscos especialmente compunham seu cardápio tradicional. [Inadequado] Os peixes e mariscos, especialmente, compunham seu cardápio tradicional. [Adequado] Algumas palavras denotativas, além de indicarem realce, também apontam para a idéia de partição. Elas indicam que, dentro de um conjunto de seres, alguns foram selecionados e é sobre esses que, em geral, recai a ênfase do enunciado. A vírgula, da mesma forma, deve ser empregada duplamente junto a essas palavras. Exemplo: Aquelas festas eram sobretudo o reencontro anual da família. [Inadequado] Aquelas festas eram, sobretudo, o reencontro anual da família. [Adequado] São outros exemplos de palavras denotativas de realce: maiormente mormente Há três casos em que se usa a vírgula antes da conjunção e: 1) quando as orações coordenadas tiverem sujeitos diferentes. Ex.: Os ricos estão cada vez mais ricos, e os pobres, cada vez mais pobres. 2) quando a conjunção e vier repetida com a finalidade de dar ênfase (polissíndeto). Ex.: E chora, e ri, e grita, e pula de alegria. 3) quando a conjunção e assumir valores distintos que não seja da adição (adversidade, conseqüência, por exemplo) Ex.: Coitada! Estudou muito, e ainda assim não foi aprovada. c) separar orações subordinadas adverbiais (desenvolvidas ou reduzidas), principalmente se estiverem antepostas à oração principal. Ex.: "No momento em que o tigre se lançava, curvou-se ainda mais; e fugindo com o corpo apresentou o gancho."( O selvagem - José de Alencar) d) separar as orações intercaladas. Ex.: "- Senhor, disse o velho, tenho grandes contentamentos em a estar plantando..." Essas orações poderão ter suas vírgulas substituídas por duplo travessão. Ex.: "Senhor - disse o velho - tenho grandes contentamentos em a estar plantando..."
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