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Não flexibilização da CLT

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FADIPA
JURI SIMULADO 1° PERÍODO DE DIREITO
FLEXIBILISTAS vs. NÃO FLEXIBILISTAS
O Grupo integra a DEFESA da CLT
Não Flexibilistas
PROFESSOR: João Carlos Duarte
GRUPO: 
Amanda Corrêa;
Igor Silveira;
Nayla Ferreira;
Osmane Neto;
Rubens Silva;
Thauany Fraga;
Vanessa Moraes;
Vinicius Araújo.
TURMA: 102 matutino
A CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO
 A CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) foi criada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e sancionada pelo presidente Getúlio Vargas, durante o período do Estado Novo. A Consolidação foi assinada pelo então presidente no Estádio de São Januário (Club de Regatas Vasco da Gama), que estava lotado para comemorar o feito. Dois anos antes, em 1941, Getúlio havia assinado a criação da Justiça do Trabalho, no mesmo local e mesmo dia do ano.
A Consolidação unificou toda a legislação trabalhista então existente no Brasil e foi um março por inserir, de forma definitiva, os direitos trabalhistas na legislação brasileira. Seu objetivo principal é regulamentar as relações individuais e coletivas do trabalho, nela previstas. Ela surgiu como uma necessidade constitucional, após a criação da Justiça do Trabalho.
O QUE É A FLEXIBILIZAÇÃO?
 Para Amauri Mascaro Nascimento, flexibilização do direito do trabalho é:
 “A corrente do pensamento segundo a qual necessidades de natureza econômica justificam a postergação dos direitos dos trabalhadores, como a estabilidade no emprego, as limitações à jornada diária de trabalho, substituídas por um módulo anual de totalização da duração do trabalho, a imposição do empregador das formas de contratação do trabalho moldadas de acordo com o interesse unilateral da empresa, o afastamento sistemático do direito adquirido do trabalhador e que ficaria ineficaz sempre que a produção econômica o exigisse, enfim, o crescimento do direito potestativo do empregador, concepção que romperia definitivamente com a relação de poder entre os sujeitos do vínculo de emprego, pendendo a balança para o economicamente forte”
HISTÓRIA QUE ANTECEDE A CRIAÇÃO DA CARTEIRA DE TRABALHO E PREVIDÊNCIA SOCIAL
No Brasil, desde a abolição da escravatura, a fase embrionária da consolidação dos direitos trabalhistas perdurou por quatro décadas. As primeiras normas de proteção ao trabalhador surgiram a partir da última década do século XIX. Em 1891, o Decreto nº 1.313 regulamentou o trabalho de menores. De 1903 é a lei de sindicalização rural e de 1907 a lei que regulou a sindicalização de todas as profissões. A primeira tentativa de formação de um Código do Trabalho, de Maurício de Lacerda, é de 1917. No ano seguinte foi criado o Departamento Nacional do Trabalho. E em 1923 surgia, no âmbito do então Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio, o Conselho Nacional do Trabalho.
Mas foi após a Revolução de 1930, com a subida ao poder de Getúlio Vargas, que a Justiça do Trabalho e a proteção dos direitos dos trabalhadores realmente despontaram. Em 26 de novembro daquele ano, por meio do Decreto nº 19.433, foi criado o Ministério do Trabalho. No governo Vargas foram instituídas as Comissões Mistas de Conciliação para os conflitos coletivos e as Juntas de Conciliação e Julgamento para os conflitos individuais.
FLEXIBILIZAÇAO NA PRÁTICA 
A flexibilização é a porta de entrada para o fim de muitos direitos adquiridos graças a intensas lutas dos que no passado sonharam com um pais justo e digno para se viver.
Os flexibilistas insistem em afirmar que as regras trabalhistas brasileiras não acompanharam a evolução da sociedade, porém o que seria evoluir? Retroceder aos tempos em que o trabalhador não tinha os seus direitos garantidos? Aos tempos que o trabalhador era tratado como material de consumo, onde dava sua vida pelo empregador e quando se encontrava doente e sem o vigor físico necessário era imediatamente substituído por outro mais novo e mais forte? Tempo em que o trabalhador se doava ao trabalho integralmente e abria mão do convívio com sua família, para no final da vida não ter acesso sequer a uma aposentadoria digna?
Criação da CTPS (Carteira de Trabalho e Previdência Social)
A CTPS foi criada pelo Decreto- Lei nº 5.452 de 1º de maio de 1.943, e sancionada pelo presidente Getúlio Vargas durante o período do Estado Novo. A consolidação foi assinada pelo então presidente no estádio São Januário (Clube de Regata Vasco da Gama), que estava lotado para comemorar o feito. Dia 1º de maio de 2016 ela completou 73 anos, a CTPS surgiu como uma necessidade constitucional após a criação da Justiça do trabalho.
Desde a sua criação, as alterações sofridas têm sido para beneficiar o trabalhador, hipossuficiente na relação Empregador vs. Empregado. Podemos citar algumas das modificações mais significativas:
Aumento no período de licença-maternidade
Em 2010, a licença-maternidade de seis meses passou a ser obrigatória no serviço público e opcional na iniciativa privada. As empresas que desejam estender de quatro para seis meses o período de licença de suas funcionárias podem aderir a um programa de incentivos fiscais.
Legislação do estagiário
A lei n° 11.788/08 introduziu fortes inovações nas normas que regem o estágio, dentre elas, a redução da carga horária dos estágios de alunos dos ensinos médio e superior para 6 horas/dias e 30/horas semanais, e a concessão de recesso remunerado de um mês após um ano de estágio ou proporcionais para prazos menores.
Deficientes físicos
 Agora as pessoas com deficiência que recebem o Benefício de Prestação Continuada (BPC) não perderão mais o benefício quando entrarem no mercado de trabalho, de acordo com a Lei 12.470/11. O BPC será apenas suspenso. A lei ainda estabelece o recebimento de pensão por morte pelos dependentes com deficiência intelectual ou mental. Caso o dependente exerça atividade remunerada, o valor é reduzido em 30%. O valor integral é restabelecido se a pessoa deixar de trabalhar.
Previdência social
A Lei 12.470/11 apresenta também diversas mudanças em relação à Previdência Social. Foi reduzida de 11% para 5% a alíquota da contribuição para o microempreendedor individual que comprove renda anual de até R$ 36 mil. A Lei ainda possibilita que mulheres dedicadas exclusivamente ao trabalho doméstico em sua residência e que tenham renda familiar de, no máximo, dois salários mínimos, possam contribuir para a Previdência com uma alíquota diferenciada, equivalente a apenas 5% do salário mínimo.
PL 8.294/14
Ementa
Acrescenta parágrafo único ao art. 444 da Consolidação das Leis do Trabalho, para dispor sobre a livre estipulação das relações contratuais de trabalho.
Indexação 
Alteração, CLT, livre negociação, contrato de trabalho, empregado, nível superior, valor, salário, limite máximo, salário-de-contribuição.
A PL 8.294/14 vende uma ideia ilusória de que a flexibilização da CLT seria algo benéfico, principalmente no atual momento vivido pela economia do pais, a realidade é que os ditos benefícios não trariam vantagens reais ao empregado.
Segundo os defensores da proposta de flexibilização, tal medida seria importante para que as empresas pudessem ter uma forma de redução de custos, podendo assim como consequência gerar mais empregos e atrair empresas estrangeiras interessadas na mão de obra barata que seria oferecida. Fora que além de tudo o empregado não teria as proteções legais compreendidas na CLT e no art.7º da constituição de 88, proteções estas, que a corrente flexibilista busca “quebrar”, principalmente citando o taylorismo, fordismo e toyotismo como marcos da evolução do capitalismo com meios de produção e novas divisões de trabalho.
A verdade por trás de tudo é a de que no fim das contas o empregado ficaria nas mãos do empregador, pois, o empregado não teria direito a opinião, o capital está nas mãos do empregador e ele decide da forma que será distribuído.
Se pararmos para analisar, dizer que a PL 8.294/14 é uma relação de escravidão não seria nenhum absurdo, visto a semelhança dos critérios de negociação que seriam impostoscaso haja a aprovação dessa proposta e forma como era realizado os trabalhos por parte dos escravos durante o período colonial.
A flexibilização, vende ilusões, isso já foi dito, mas, são ilusões que mascaram uma realidade quase cruel, realidade essa que deveria ser considerada um desrespeito ao trabalhador só pela intenção de aprovar tal proposta, um desrespeito a todos aqueles que lutaram, derramaram seu sangue e deram vidas em busca de melhores condições de trabalho.
Flexibilização do Direito do Trabalho: avanço ou retrocesso?
Tema um tanto quanto inquietante, quando se fala em flexibilização do Direito do Trabalho, se encontra as mais diversas leituras acerca do assunto, tendo quem o consagre como importante inovação do Direito do Trabalho, e outros, em contraposição, que o veem como um retrocesso jurídico.
Pode-se afirmar que em razão da conjuntura política, econômica e social, o Poder Público, por vezes, está compelido a alterar o ordenamento jurídico, relativizando direitos de proteção da massa proletária. A flexibilização do Direito do Trabalho, neste caso, puxando as lições de Direito Contratual, poderia ser comparada a cláusula de rebus sic standibus[10], voltada à adequação das normas trabalhistas às mudanças, sobretudo, no plano político, econômico e social.
 	Nesse caso, observe que a flexibilização é mais que um instituto criado e deliberadamente imposto no seio social, consagrar-se-ia, pois, como instrumento necessário a ser utilizado pela sociedade diante da realidade vivenciada. Em razão de fatos imprevisíveis, pois, o Direito do Trabalho vê-se obrigado a mitigar as disposições de proteção do proletariado de modo a adequar os preceitos justrabalhistas às novas exigências impostas pela realidade econômica, política e social de um dado momento.
Analisando a flexibilização do Direito do Trabalho nestes moldes, lhe afiguraria como instrumento adequado às exigências de um novo tempo, apropriado à realidade, condizente com a lógica evolutiva do Direito do Trabalho.
Por outro lado, á quem se contraponha à flexibilização do Direito do Trabalho. Estando a relação de trabalho estruturada sobre pólos subjetivos dispares, congregado entorno de sujeitos diversos, em que poucos são dotados pela prerrogativa de oprimir e muitos pela sujeição a essa opressão, ao Estado resta igualá-los a partir de normas cogentes, insuscetíveis de negociação.
Nesse contexto, há quem defenda que a flexibilização do Direito do Trabalho seria uma forma velada de reduzir os direitos alcançados, em séculos de luta, pelos trabalhadores.
Dessa forma, entende-se que a recepção no ordenamento jurídico pátrio da flexibilização do Direito do Trabalho, é um contra-senso a própria arquitetura do Direito Laboral, é um retrocesso.
COM A FLEXIBILIZAÇÃO
Sergio Pinto Martins diz: “A desregulamentação significa desprover de normas heterônomas as relações de trabalho. Na desregulamentação, o Estado deixa de intervir na área trabalhista, não havendo limites na lei para questões trabalhistas, que ficam a cargo da negociação individual ou coletiva. Na desregulamentação, a lei simplesmente deixa de existir, pois é retirada a proteção do Estado em relação ao trabalhador.  Enquanto na flexibilização são alteradas as regras existentes, diminuindo a intervenção do Estado, porém garantindo um mínimo indispensável de proteção ao empregado, para que este possa sobreviver, sendo a proteção mínima necessária. A flexibilização é feita com a participação do sindicato. Em certos casos, porém, é permitida a negociação coletiva para modificar alguns direitos, como reduzir salários, reduzir e compensar jornada de trabalho, como ocorre nas crises econômicas. ”
ANEXO - REPORTAGENS
Flexibilização da CLT é rejeitada em audiência pública na Assembleia Legislativa
Federações e representantes sindicais se reuniram na manhã desta segunda-feira (31) em audiência pública que aconteceu no Plenarinho da Assembleia Legislativa por iniciativa do 2º secretário da Casa, deputado Reni Pereira (PSB), em defesa da Consolidação das Leis do Trabalho CLT. O movimento é nacional e se insurge contra manobras de setores que visam reduzir os direitos dos trabalhadores. Um de seus principais alvos neste momento é a proposta do deputado federal Silvio Costa, de codificar as leis trabalhistas. O evento contou com a presença do coordenador nacional do Fórum Sindical dos Trabalhadores FST Lourenço do Prado; do coordenador do FST paulista, Francisco Bezerra; do presidente da Federação da Construção Civil e do Mobiliário, Geraldo Hantun; do presidente da Coordenação da Federação dos Trabalhadores do Paraná, Vicente Silva; do professor e advogado Sandro Lunardi; da representante da Federação das Indústrias do Estado do Paraná, Priscila Caetano; do secretário municipal do Trabalho, Paulo Bracarense Costa, representando o prefeito de Curitiba Luciano Ducci (PSB); além de vários outros dirigentes sindicais regionais e nacionais. 
Bom senso 
O deputado Reni Pereira destacou que é preciso avançar, mas com bom senso, respeitando-se os direitos dos trabalhadores. A CLT tem 68 anos, (hoje,) em alguns pontos precisa ser atualizada. Algumas normas não estão ou não estavam regulamentadas, como ocorreu recentemente com o aviso prévio de noventa dias. Tem muita coisa sendo votada no Congresso Nacional que flexibiliza leis e afronta a CLT, criando insegurança não só para os trabalhadores, mas também para os empregadores. Segundo ele, o Legislativo pode participar dessa luta com iniciativas como a convocação de audiências públicas para debater amplamente o assunto e marcar uma posição paranaense em defesa dos direitos trabalhistas. 
O coordenador nacional do Fórum Sindical dos Trabalhadores, Lourenço do Prado, foi na mesma linha, criticando a flexibilização e o que ela traz embutido, e defendeu a permanência da CLT, que não está ainda madura para ser codificada e engessada. Deve continuar criando e ampliando os direitos do trabalhador. Ela é fundamental para as relações de trabalho e um poderoso instrumento contra iniciativas exageradas que tramitam no Congresso, chegando até mesmo a tentar abolir o descanso semanal remunerado, protestou. 
Vicente Silva lembrou como surgiram os Fóruns Sindicais Trabalhistas, em resposta à tentativa do governo em 2005, de reformar a CLT e os sindicatos, comprometendo-lhes a representatividade: Sociedade e sindicalistas mobilizados conseguiram derrubar a iniciativa. Mas a PEC 369 voltou sorrateiramente a ser examinada na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Federal. Uma nova mobilização do Fórum conseguiu barrar-lhe a tramitação, fazendo com que fosse retirada de pauta. Para os sindicalistas, a codificação das leis trabalhistas é um grande engano, uma proposta que na verdade pretende retirar direitos dos trabalhadores, obedecendo a uma tendência mundial gerada pela globalização econômica. (Reportagem de 2012)
Flexibilização da CLT entra na pauta do governo Temer
Proposta prevê que acordos coletivos se sobreponham à leis trabalhistas
BRASÍLIA - Enquanto todas as atenções se voltam para as mudanças que o governo pretende fazer na Previdência, discretamente a equipe do presidente interino Michel Temer já desenha outra medida polêmica: a reforma trabalhista. O objetivo é flexibilizar a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), a partir principalmente dos acordos coletivos, para aumentar a produtividade da economia e reduzir os custos dos empresários ao investir. Mas com o cuidado de manter os direitos assegurados aos trabalhadores pela Constituição. A proposta deve restringir as negociações coletivas à redução de jornada e de salários, ficando fora dos acordos normas relativas à segurança e saúde dos trabalhadores.
Dessa forma, FGTS, férias, previdência social, 13º salário e licença-maternidade, entre outros, continuarão existindo obrigatoriamente, mas serão flexibilizados. Ou seja, as partes (empregadores e sindicatos da categoria) poderão negociar, por exemplo, o parcelamento do 13º e a redução do intervalo de almoço de uma para meiahora, com alguma contrapartida para os empregados. As horas gastas no transporte que contarem como jornada de trabalho — nos casos em que a empresa oferece a condução — também poderiam ser objeto de negociação.
Faz parte da proposta, ainda, a conclusão da votação do projeto que trata da terceirização pelo Congresso Nacional. O texto aprovado pela Câmara dos Deputados e enviado ao Senado prevê a contratação de trabalhadores terceirizados nas chamadas atividades-fim das empresas, o que hoje não é permitido.
— Essas são as linhas gerais da reforma, mas ainda não há uma proposta fechada. Também não existe definição de quando o texto será enviado ao Congresso. Isso vai acontecer depois dos debates com as centrais. O tema é prioridade para o governo — disse um interlocutor do Planalto.
Ele explicou que o objetivo da reforma trabalhista é reduzir riscos e custos para as empresas, que são muito elevados no país, mesmo para quem cumpre a legislação. Os investidores se queixam de que são obrigados a abrir verdadeiros escritórios de advocacias só para lidar com ações judiciais, disse.
Para vencer resistências, o governo vai insistir na tese da valorização da negociação coletiva e fugir do discurso simplista de que a reforma levará à prevalência do acordado sobre o legislado — em seu governo, Fernando Henrique Cardoso adotou esse discurso e não conseguiu aprovar as alterações. Na prática, disse uma fonte do governo, não é isso, porque os direitos básicos assegurados aos trabalhadores não poderão ser suprimidos com a mudança na lei.
O ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira (PTB-RS), já começou a discutir o assunto com o presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministro Ives Gandra Filho — defensor da flexibilização da lei trabalhista. A ideia é ampliar a todos os setores da economia acordos realizados pela Corte para algumas categorias e que preservaram direitos básicos, fazendo uma alteração na CLT.
— Capital e trabalho precisam sentar-se à mesa, porque são eles que melhor conhecem a realidade de cada um, de cada setor da economia, e, por isso, podem construir a melhor solução, principalmente nos momentos de crise, para evitar o desemprego. Precisamos modernizar a CLT para estabelecer um ambiente de diálogo e uma norma que configure a fidelidade. Isso é importante para os investidores que querem segurança nos contratos e para os trabalhadores, principalmente neste momento em que o Brasil passa por um momento delicado — disse Nogueira.
O presidente do TST reforçou:
— Penso que a melhor forma de se conseguir encontrar o ponto de equilíbrio em cada setor produtivo seria prestigiar e valorizar a negociação coletiva, permitindo que empresas e sindicatos, que mais conhecem cada segmento, estabeleçam as condições ideais ou possíveis de trabalho.
Entre os acordos de flexibilização com respaldo da Constituição, de acordo o TST, estão redução das horas de transporte, dos intervalos intrajornada, do cômputo do adicional noturno; redução do intervalo de uma hora do almoço para meia hora, nos casos em que o trabalhador permaneça no local de trabalho e, como contrapartida, possa terminar o expediente mais cedo. Atualmente, isso não é permitido e resulta em ação indenizatória na Justiça.
Gandra destacou que o Programa de Proteção ao Emprego (PPE), do governo do PT —que permite redução de jornada e de salário em tempos de crise —, é o maior exemplo de flexibilização da legislação trabalhista. Para o ministro, o PPE, considerado burocrático pelos empregadores e com custo para a União, que complementa parte do salário, poderia ser ampliado. (Reportagem 2016.)
REFERÊNCIAS
https://www.sinait.org.br/arquivos/artigos/artigo2482cc3ac434043472b02a89aedf3d32.pdf 
http://www.vermelho.org.br/coluna.php?id_coluna_texto=7193&id_coluna=9 
https://jus.com.br/artigos/31250/a-flexibilizacao-das-leis-trabalhistas 
http://antigo.brasildefato.com.br/node/10725
http://al-pr.jusbrasil.com.br/noticias/2908234/flexibilizacao-da-clt-e-rejeitada-em-audiencia-publica-na-assembleia-legislativa
http://ultimainstancia.uol.com.br/conteudo/noticias/55996/sindicalistas+do+rio+sao+contra+possivel+flexibilizacao+da+clt.shtml
http://oglobo.globo.com/economia/flexibilizacao-da-clt-entra-na-pauta-do-governo-temer-19353463
http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=8458
http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=12541&revista_caderno=25
Acesso entre os dias 16 e 21 de junho de 2016.

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