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DIAGNÓSTICO EM EPIDEMIOLOGIA Trata-se da validade do diagnóstico, questão de identificação de caso na epidemiologia. Como se constitui esse sub-conjunto D? Por meio da agregação de elementos da população P que compartilham uma dada condição. Na epidemiologia os elementos que compõe o subconjunto D são por definição, portadores de alguma doença ou agravo, nos casos da demografia, este subconjunto poderiam ser formados por migrantes, idosos... É de suma importância a redução do erro de classificação dos indivíduos, por isso a epidemiologia desenvolveu uma verdadeira “teoria do erro”. TEORIA DE MEDIDA As bases conceituais estabelecidas na bioestatística. A variação das medidas envolve dois componentes: erro e “bias”. Erro: implica uma modalidade de variação randômica, aleatória, indeterminada, resultado da dispersão inerente a qualquer medida, resíduo das repetições ou circunstâncias diversas de realização da medida. Oposto do erro é a PRECISÃO “bias”: tem um caráter de variação sistemática, com grau conhecido de determinação, resultado do desvio ou da própria operação de medida, do instrumento ou do aplicador. Oposto de “bias” é a VALIDADE. PRECISÃO E VALIDADE são propriedades essenciais dos instrumentos diagnósticos. A precisão é avaliada pelos chamados indicadores de confiabilidade. A validade é avaliada pela sensibilidade, especificidade e valor predictivo. A METÁFORA DOS ALVOS Quais os problemas relacionados a erros e “bias”? Problemas de classificação dos agravos, informante, entrevistador e o instrumento de coleta de dados. Entrevistado – credibilidade Entrevistador – confiabilidade Instrumento – é o mais importante e o mais bem controlado pelo investigador através de questionários estruturados. VALIDADE DOS INSTRUMENTOS Validade Conceitual – a validade é teórica, resultante de um modelo clínico experimental, no caso da variável doença, ou de um tipo de teoria social, sendo de impossível avaliação por testes comuns de validação. Nestes casos a clínica é soberana. Tem que considerar o papel da determinação histórica na delimitação de qualquer objeto científico a ser conhecido no teste. Ex. Testes de diabetes, citológicos, neurológicos.... Validade Operacional – permitem mensuração nos desenhos de pesquisa epidemiológicos, deve estar ao alcance de uma avaliação sistemática, contanto que se disponha de estudos comparativos do desempenho do teste. Componentes de validade operacional: Sensibilidade: é a capacidade de um instrumento reconhecer verdadeiros positivos Sens = Nº de verdadeiros positivos x 100 Total de casos Especificidade: é o poder de distinguir verdadeiros negativos. Esp = Nº de verdadeiros negativos x 100 Total de sadios Um questionário terá validade perfeita se for capaz de selecionar todos os doentes de uma população(100% sensível) e se não incluir entre os casos suspeitos algum sujeito sadio ( 100% específico) Na pesquisa populacional, existe um elemento que modificará os indicadores de desempenho do instrumento – PREVALÊNCIA. Valor preditivo – é a probabilidade que tem cada positivo ou negativo de ser, pelo teste, respectivamente, um caso ou um sadio. VP+ = Nº de verdadeiros positivos x 100 Total de positivos no teste VP- = Nº de verdadeiros negativos x 100 Total de negativos do teste Valor Preditivo Corrigido Positivo: para ajustar os valores preditivos positivos aos parâmetros de prevalência efetivamente verificados na população em estudo. VPC+ = _Prevalência x Sensibilidade_____ Prev. X Sens. + (1-Prev)x(1- Esp.) TABELA PARA ENTENDIMENTO Classificação do Instrumento Y Classificação de Referência Totais Doentes Sadios Suspeitos/+ VP+ FP Total de positivos do teste Não-suspeitos/- FN VN- Total de negativos do teste Totais Tot.casos Tot. sadios Total geral CONFIABILIDADE Não constitui atributo do desenho da investigação como um todo, e sim uma qualidade exclusiva dos instrumentos de coleta de dados. Marca a variação da medida, mede a estabilidade ou consistência de mensuração. Implica a capacidade de um instrumento não variar em seus resultados, sendo utilizados por diferentes operadores ou em distintos momentos de tempo. Confiabilidade re-teste: a estabilidade de testes e instrumentos numa dimensão temporal Confiabilidade da aplicação: aplicação do instrumento por diferentes entrevistadores; Confiabilidade da avaliação: equivalente ao julgamento do mesmo instrumento por dois ou mais avaliadores. Padronização e critérios de avaliação. A testagem da confiabilidade baseia-se em comparações ente diferentes aplicações e diferentes julgamentos dele resultante. Tipos de medida : nominais, contínuos, cardinais ou ordinais. Variáveis Contínuas ou cardinais – coeficiente de correlação de Pearson –Bioestatística Variável ordinal – correlação de Spearman - Bioestatística Variáveis nominais – computação de percentuais de concordância – índice de Kappa Taxa de (%) = nº total de acordos x 100 concordância Nº de pares diagnosticados global K = (Po-Pe) / 1-Pe Proporção de Concordância observada Po Proporção de Concordância esperada ao acaso Pe 0,417 1-Pe 1 - Pe 0,583 Kappa k Interpretação do Kappa (Landis e Kock, 1977) K=1 Concordância perfeita 0,80<K<1 Concordância excelente 0,60<K<0,80 Concordância boa 0,40<K<0,60 Concordância moderada 0<K<0,40 Concordância pobre K=0 Ausência de concordância (concordância ao acaso) K<0 Ausência de concordância (menos que ao acaso) Exemplos: 1. Desempenho do instrumento Y em relação ao diagnóstico da doença X (dados hipotéticos) Classificação do Instrumento Y Classificação de Referência Totais Doentes Sadios Suspeitos 300 VP 45 FP 345 P Não-suspeitos 30 FN 305 VN 335 N Totais 330 D 350 S 680 Sens = 300x100/330= 90% Esp=305x100/350=87% Vp+= 300x100/345= 86,95% Vp-= 305x100/335=91,04% 2. A confiabilidade da avaliação de uma entrevista psiquiátrica semi-estruturada foi examinada por Santana (1982), com os 30 primeiros diagnosticados no estudo-piloto de um inquérito de morbidade psiquiátrica de adultos. Cada um de três psiquiatras entrevistou 10 pacientes, que tiveram as respectivas observações clínicas lidas e avaliadas pelos outros. Após a leitura, anotava-se as conclusões diagnósticas, sem o conhecimento dos demais. Os diagnósticos foram combinados dois a dois, realizando uma comparação de resultados para cada par. Os dados estão descritos a seguir. Na análise de 90 pares de avaliação diagnóstica entre três examinadores, foram encontrados 12 desacordos e 78 acordos. Qual o percentual de concordância global de cada combinação? Qual a taxa de concordância global? E qual o índice de Kappa? Combinações de diagnósticos entre psiquiatras Combinações Nº de acordos Nº de desacordos Concordância global (%) A – B 26 04 86,6 B – C 25 05 83,3 C – A 27 03 90 TOTAL 78 12 86,7 EXERCÍCIOS DE EPIDEMIOLOGIA VALOR : 1,0 ponto Nome: Data: Temos uma população de 1000 crianças, aplicamos a todas elas o instrumento Y e selecionamos 254 crianças como sendo suspeitas. O instrumento tem uma especificidade de 87 % e sensibilidade de 91%, sendo que 109 destes suspeitos são falsos positivos. Quantos são falsos negativos? Quantos são verdadeiros negativos. Qual o valor preditivo positivo? Qual o valor preditivo negativo? Qual a importância epidemiológica para tal fato? 02. Tabela referente a desempenho dos exames histopatológicos em suspeitos de câncer bucal, Tocantins,2004 Classificação do Instrumento Y Classificação de Referência Totais Doentes Sadios Suspeitos 35 77 Não-suspeitos 21 Totais 41 104 Complete a tabela com os valores corretos e definam? Quantos são falsos negativos? Quantos são verdadeiros negativos? Qual a especificidade e a sensibilidade? Qual o valor preditivo positivo? Qual o valor preditivo negativo? Qual a importância epidemiológica para tal fato?
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