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Processo Penal Aula 01

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CURSO ON LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PARA O TRIBUNAL 
DE CONTAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (TCE-RJ) – TÉCNICO DE 
NOTIFICAÇÕES 
PROFESSOR: LUIZ BIVAR JR. 
 
 
1 
Prof. Luiz Bivar Jr. www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
AULA 01 
 
PRINCÍPIOS GERAIS E SISTEMAS PROCESSUAIS PENAIS 
 
 
 Em nossa primeira aula, abordaremos os Princípios Processuais Penais 
e os Sistemas Processuais Penais. 
 Trata-se de tema relativamente simples, porém importante em nossa 
preparação para esse concurso de nível tão elevado. 
 Pois bem, começaremos com a análise dos princípios informadores do 
Processo Penal. 
 
 
PRINCÍPIOS INFORMADORES DO PROCESSO PENAL 
 
 
1) Princípio do Devido Processo Legal 
Também conhecido pela expressão “due process of law”. Sua 
origem remonta a 1215, na Inglaterra, com a Magna Carta. Em um primeiro 
momento, aplicava-se apenas à função legislativa do Estado (ou seja, 
referia-se à forma como as leis eram praticadas), mas com o tempo passou 
a ser aplicado também à função executiva e judiciária. Encontra-se previsto 
no art. 5º, LIV, da Constituição. 
Podemos definir o devido processo legal como a forma devida, 
correta de se praticar os atos processuais, de acordo com o estabelecido em 
lei. Subdivide-se em: 
a) Devido Processo Legal formal ou instrumental: 
refere-se à forma. Consiste em saber se os atos 
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DE CONTAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (TCE-RJ) – TÉCNICO DE 
NOTIFICAÇÕES 
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processuais estão sendo praticados conforme o 
procedimento previamente estabelecido em lei; 
b) Devido Processo Legal material ou substantivo: trata-
se de uma análise da razoabilidade/proporcionalidade do 
ato. Não bastaria saber se o ato obedeceu ao 
procedimento previsto em lei. Devemos também perguntar 
se a prática de tal ato é razoável ou proporcional, ou seja, 
se existe uma correspondência entre o fim almejado pelo 
agente e os meios empregados para tanto. 
 
Como decorrência do devido processo legal podemos elencar alguns 
subprincípios: 
i) contraditório: (art. 5º, LV, da CF/88) é a condução dialética do 
processo. Sempre que uma das partes se manifestar, a outra 
terá a oportunidade de rebater tais argumentos; 
ii) igualdade entre as partes: exige-se uma igualdade e paridade 
de forças e oportunidades entre as partes; 
iii) ampla defesa: (art. 5º, LV, da CF/88) É a possibilidade do 
acusado se utilizar de todos os instrumentos que estejam ao seu 
alcance, desde que não constituam prova ilícita, a fim de provar 
a veracidade de suas alegações, podendo, inclusive, negar ou 
calar a verdade. Modernamente, a ampla defesa inclui a 
autodefesa (oportunidade de o acusado expor sua própria 
versão dos acontecimentos. Inclui o direito de presença e o 
direito de audiência. É facultativa, pois o acusado possui o 
direito constitucional ao silêncio) e a defesa técnica (exigência 
de que o acusado seja representado por um defensor legalmente 
habilitado. Nos termos do art. 261, CPP, “nenhum acusado, 
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ainda que ausente ou foragido, será processado ou julgado sem 
defensor”); 
iv) direito ao silêncio e à não autoincriminação: o acusado tem 
o direito constitucional de permanecer calado. Além disso, 
ninguém está obrigado a produzir prova contra si mesmo. 
 
 
2) Princípio do Juiz Natural 
Segundo o art. 5º, LIII, da CF/88 “ninguém será processado nem 
sentenciado senão pela autoridade competente”. Ademais, proibi-se, no 
Brasil, a existência de juízos ou tribunais de exceção (art. 5º, XXXVII, da 
CF/88). 
O principio do juiz natural, assim, possui duas acepções: 
i) o acusado, ao ser processado, já deve saber de antemão quem 
será a autoridade judicial competente para julgá-lo, ou seja, a 
competência deve estar definida antes do fato; 
ii) a proibição de juízos ou tribunais de exceção, isto é, aqueles 
criados após o fato, com finalidade casuística. 
 
Observação: Além do princípio do juiz natural, a jurisprudência 
STJ vem aceitando também o princípio do Promotor Natural. 
Assim, da mesma forma que ninguém será sentenciado senão pela 
autoridade competente, ninguém será processado ou acusado 
senão pela autoridade competente. Além disso, proibi-se a 
existência de órgãos de acusação de exceção. Ressalte-se, 
entretanto, o STF possui precedentes negando a existência do 
princípio do Promotor Natural, pois violaria o princípio da 
indivisibilidade do Ministério Público, além de depender de previsão 
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legislativa (RE nº 387974/DF, Rel. Mina. Ellen Gracie, 2ª Turma, j. 
14.10.2003 - Informativo STF nº 328/2003). Esse último 
entendimento é o que prevalece atualmente. 
 
 
3) Princípio da presunção de inocência, estado de inocência ou 
presunção de não-culpabilidade 
O art. 5º, LVII, da Constituição estabelece que “ninguém será 
considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal 
condenatória.” O agente deve ser tratado como inocente durante todo o 
andamento do inquérito e do processo, enquanto não houver sentença 
definitiva. 
Decorrências: 
a) O ônus da prova incumbe a quem alega. Assim, se o MP imputa 
um homicídio a alguém, não será ele quem terá que provar que 
é inocente, mas sim o Ministério Público que terá que provar ser 
ele culpado; 
b) Havendo dúvidas na valoração de uma prova, devemos adotar a 
interpretação mais benéfica ao acusado. Ao final do processo, 
persistindo a dúvida, devemos aplicar o principio do in dubio pro 
reo e absolver o agente; 
c) A prisão, no curso do inquérito ou do processo, se torna medida 
de exceção (extrema ratio da ultima ratio). 
 
 
4) Princípio da Iniciativa das Partes ou Princípio da Inércia: 
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É conhecido pela expressão “ne procedat iudex ex officio”. O juiz, 
como regra, não se manifesta sem ser provocado (a jurisdição é inerte). 
Podemos destacar algumas exceções. Ex: o juiz pode decretar a prisão 
preventiva de ofício, bem como conceder a ordem de habeas corpus de 
ofício, etc. 
 
5) Princípio da Verdade Real 
Tradicionalmente, é comum diferenciarmos o Processo Civil do 
Processo Penal, estabelecendo que, para o primeiro, aplicaríamos o princípio 
da verdade formal, ao passo que, para o Processo Penal, valeria o princípio 
da verdade real. 
Por verdade formalentende-se aquela produzida pelas partes (que 
não necessariamente corresponde a realidade dos acontecimentos). No 
processo penal, entretanto, seria diferente. O juiz não deve se conformar 
meramente com a verdade produzida pelas partes, devendo, sim, buscar 
descobrir como realmente os fatos ocorreram (materialidade, autoria, etc). 
Observação: modernamente, a distinção entre verdade formal e 
verdade real vem ficando cada vez menos evidente. Tanto o 
processo civil quanto o processo penal seriam norteados pela 
verdade real. Em outras palavras, mesmo no processo civil em que 
os bens são disponíveis e os interesses envolvidos menos 
importantes, o juiz deve buscar descobrir como realmente os fatos 
se passaram na realidade. 
 
 
6) Princípio do Favor Rei 
Alguns o tratam como principio autônomo, enquanto outros como 
mera regra de interpretação. Representa apenas a idéia de que, havendo 
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dúvidas na interpretação de uma norma, devemos sempre adotar aquela 
que for mais benéfica ao acusado, privilegiando-se o seu status libertatis. 
 
 
7) Princípio do duplo grau de jurisdição 
Duplo grau de jurisdição é a possibilidade de revisão das decisões 
judiciais por um outro órgão ou instância. Questiona-se se ele seria 
obrigatório no Brasil. 
O Pacto de São José da Costa Rica (ou Convenção Americana de 
Direitos Humanos), internalizado por meio do Decreto 678/92, estabelece 
que o acusado tem o direito de revisão das decisões que lhe sejam 
desfavoráveis, o que dá a entender que o duplo grau seria obrigatório. 
Nada obstante, o Supremo Tribunal Federal já se manifestou no 
sentido de que o Duplo Grau de Jurisdição, no Brasil, não é obrigatório. 
Ele existiria, sim, nos casos em que a lei o estabelecer, nos termos do art. 
5º, LV,da Constituição. Assim, no Brasil, o duplo grau não é de ordem 
constitucional, mas sim de ordem legal (uma vez que existira nos casos em 
que a lei prever). Ex: os senadores, nos crimes comuns, são julgados e 
processados perante o STF. Nesse caso, sendo a decisão desfavorável, não 
haverá outro grau recursal. Consequentemente, não há que se falar em 
duplo grau jurisdicional nessa hipótese. 
 
 
8) Princípio da Identidade Física do Juiz 
 De acordo com esse princípio o mesmo juiz que participou da coleta de 
provas (presidiu a instrução criminal) é que deve proferir sentença. Com a 
nova redação do art. 399, § 2º do CPP (“o juiz que presidiu a instrução 
deverá proferir a sentença”), determinada pela Lei nº 11.719/2008, o 
princípio da identidade física do juiz foi incorporado ao Processo Penal. 
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Registre-se que, de acordo com o STJ, “o princípio da identidade física do 
juiz, introduzido no sistema penal brasileiro pela Lei nº 11.719/2008 (art. 
399, § 2º, do CPP), deve ser observado em consonância com o art. 132 do 
CPC. Assim, em razão de férias da juíza titular da vara do tribunal do júri, foi 
designado juiz substituto que realizou o interrogatório do réu e proferiu a 
decisão de pronúncia, fato que não apresenta qualquer vício a ensejar a 
nulidade do feito (HC 163.425-RO, DJe 6/9/2010. HC 197.112-RS, Rel. Min. 
Og. Fernandes, j. 19.05.2011).” 
 
 
9) Princípio da Inadmissibilidade das provas obtidas por 
meios ilícitos (art. 5º, LVI, da CF/88) 
Tradicionalmente, distinguem-se as provas ilegais, das ilícitas e das 
ilegítimas. As provas ilegais seriam o gênero, possuindo duas espécies: 
i) provas ilícitas: aquelas produzidas com violação a regras do 
direito material. Ex: confissão obtida mediante tortura (viola a 
dignidade e integridade da pessoa humana); 
ii) provas ilegítimas: são aquelas produzidas com violação a 
regras do direito processual. Ex: ordem judicial que autoriza a 
quebra do sigilo bancário de alguém sem a devida 
fundamentação (viola a regra prevista no art. 93, IX, da CF/88 
de que todas as decisões judiciais devem ser fundamentadas). 
A Lei nº 11.690/2008 deu nova redação ao art. 157 do Código de 
Processo Penal, estabelecendo que “são inadmissíveis, devendo ser 
desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas 
em violação a normas constitucionais ou legais”. 
Provas Ilícitas por Derivação ou Ilicitude por Derivação: 
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Indaga-se se uma prova ilícita contamina as outras que dela se 
originarem? Atualmente, o STF adota a Teoria dos Frutos da Árvore 
Envenenada (“Fruits of the poisonous tree”), segundo a qual uma prova 
ilícita contamina todas as outras que dela se originarem. 
Imaginemos, senhores, uma confissão obtida mediante tortura (prova 
ilícita) na qual o agente, depois de torturado, delata os seus comparsas que, 
então, são presos pela polícia. Nesse caso, tais prisões deverão ser 
relaxadas uma vez que somente formam possíveis graças à confissão obtida 
mediante tortura. (a prisão será uma prova ilícita derivada). 
 
Representação: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prova 
Ilícita 
Ilícita 
Ilícita 
Ilícita 
Ilícita 
Ilícita 
Ilícita 
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O § 1º do art. 157 do CPP estabelece que “são também inadmissíveis 
as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de 
causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser 
obtidas por uma fonte independente das primeiras”. Entende-se por fonte 
independente aquela que por si só, seguindo os trâmites típicos e de praxe, 
próprios da investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao 
fato objeto da prova (art. 157, § 2º, CPP). A parte final do § 1º significa que 
uma prova ilícita por derivação deixa de ser ilícita caso demonstrada a 
existência de outras provas lícitas que permitam a obtenção dessa primeira 
prova. Esse entendimento (conhecido como critério da prova separada ou 
fonte independente) já era consagrado pela jurisprudência do STF, ficando 
agora expresso no texto legal. 
 
Observações 
a) Nessa primeira observação vamos distinguir os termos 
interceptação telefônica, escuta telefônica e gravação telefônica. Na 
interceptação telefônica uma terceira pessoa (sem que nenhuma 
das partes saiba) capta a conversa. Já na escuta telefônica, um 
terceiro (com o conhecimento de uma das partes) capta tal 
conversa. Por fim, na gravação telefônica, um dos interlocutores 
(não há a participação de terceiros) fazessa gravação. Importante 
destacar que os dois primeiros (interceptação e escuta telefônica) 
exigem autorização judicial e só são admitidos se o crime for 
punido com reclusão e para fins criminais. Se feitos sem 
autorização judicial, constituem crime (art. 10 da Lei nº 
9.296/1996). Já a gravação telefônica é aceita pelo STF como meio 
de prova, mesmo sem a devida autorização judicial; 
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b) O STF admite a utilização, para fins de incriminação, de uma 
interceptação ou escuta telefônica, feita sem autorização judicial, 
quando o agente estiver abusando de suas garantias 
constitucionais. Nesse caso, a prova deixaria de ser ilícita e passaria 
a ser lícita (é o que o STF denomina de legítima defesa das 
liberdades públicas). O fundamento, para essa decisão, é o de que 
o direito à intimidade não pode servir para salvaguardar práticas 
ilícitas; 
c) Também é possível a utilização de uma interceptação ou escuta, 
sem autorização judicial, quando este for o único instrumento para 
provar a inocência de alguém que esteja sendo injustamente 
acusado de um crime. Nesse caso a prova deixa de ser ilícita e 
passa a ser lícita; 
d) O STF entende que as interceptações e escutas telefônicas feitas 
antes de 24 de julho de 1996 (data em que a Lei nº 9.296/1996 
entrou em vigor), ainda que autorizadas judicialmente, são 
consideradas provas ilícitas. Isso porque o inciso XII do art. 5º da 
CF/88, que traz a previsão da interceptação telefônica (em sentido 
amplo), só foi regulamentado em 1996, por meio da Lei nº 
9.296/1996. Consequentemente, antes de tal período (entre 1988 e 
1996), não era possível produzir efeitos, ainda que houvesse ordem 
judicial autorizando tal medida. 
 
 
SISTEMAS PROCESSUAIS PENAIS 
 
 Os sistemas processuais constituem reflexo do Estado e do momento 
histórico vivido, indicando a forma como o processo penal é aplicado. Três 
são os principais sistemas processuais: 
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1)INQUISITIVO OU INQUISITÓRIO: podemos apontar as seguintes 
características: 
 
a) Surgiu no Direito Romano e atingiu sua expressão máxima na 
Idade Média, especialmente durante a fase da inquisição; 
b) Nesse sistema existe uma concentração das funções de julgar, 
acusar e defender em uma única pessoa (juiz ou inquisidor). É 
ele quem inicia o processo, colhe as provas e, ao final, profere a 
decisão. O juiz podia dar início à acusação de ofício, ignorando 
as partes, pois estaria sempre em busca da verdade real; 
c) O processo era sigiloso (procedimento secreto e escrito) e não 
havia contraditório nem ampla defesa. Inexistia qualquer regra 
de igualdade ou liberdade processual. A tortura era admitida 
como meio de se obter uma prova; 
d) Havia uma hierarquia entre as provas, sendo a confissão a 
rainha absoluta de todas elas (a confissão era prova suficiente 
para condenação); 
e) O acusado não era sujeito de direitos, e sim um mero objeto 
da investigação. Nenhuma garantia era assegurada ao acusado, 
que aparecia em situação de total subordinação processual. 
 
2) ACUSATÓRIO OU ACUSATÓRIO PURO: 
a) É o sistema adotado no Brasil e na maioria dos países 
modernos; 
b) Nesse sistema existe a separação entre as funções de julgar, 
acusar e defender. O juiz é imparcial e não pode iniciar de ofício 
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a ação penal (o órgão jurisdicional não pode atuar sem ser 
provocado). Os três sujeitos processuais (juiz, autor e acusado) 
atuam em um só nível, originando o actum trium personarum. 
Existe uma igualdade de direitos e obrigações entre as partes; 
c) Em regra o processo é público e pode ser fiscalizado ao olho 
do povo; admite-se excepcionalmente o seu sigilo (art. 5º, LX, 
CF/88). É assegurado o contraditório e a ampla defesa; 
d) O processo pode ser oral ou escrito. Não há hierarquia entre 
as provas (todas são relativas); 
e) A tortura não é admitida. O acusado é verdadeiro sujeito de 
direitos; 
f) Nesse sistema existem duas fases bastante delimitadas: a 
investigação (que se dá com o inquérito policial) e a outra de 
acusação (que ocorre com a ação penal). 
 
3) ACUSATÓRIO FORMAL OU MISTO: 
a) É adotado em alguns países da Europa, a exemplo da 
Espanha; 
b) O que caracteriza esse sistema é a existência de uma fase 
investigativa dentro do próprio processo, sendo conduzida pelo 
juiz. Não existem duas fases distintas como no sistema 
acusatório puro, e sim uma fase única (processual) dentro da 
qual já ocorre toda a investigação. Essa investigação é conduzida 
pelo juiz (participa da coleta de provas, comprometendo sua 
imparcialidade); 
c) Esse sistema possui três fases: a) investigação preliminar, b) 
instrução preparatória (fase inquisitiva e secreta. A investigação 
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é feita pelo próprio juiz) e c) julgamento (com todas as garantias 
do sistema acusatório puro). 
 
 
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 
 
1) (FGV/Advogado do Senado Federal/2008) Relativamente ao 
princípio da vedação da autoincriminação, analise as afirmativas a 
seguir: 
O direito ao silêncio aplica-se a qualquer pessoa (acusado, indiciado, 
testemunha, etc.), diante de qualquer indagação por autoridade pública de 
cuja resposta possa advir imputação da prática de crime ao declarante. 
Comentário: 
Item CORRETO. O princípio da vedação da autoincriminação garante ao 
acusado o direito de não produzir prova contra si mesmo. Assim, se 
indagado sobre determinado fato, de cuja resposta possa advir a imputação 
da prática de um crime ao declarante, não está obrigado a responder, 
podendo permanecer em silêncio. A presente questão poderia causar dúvida 
por dizer que o “direito ao silêncio aplica-se a qualquer pessoa (acusado, 
indiciado, testemunha, etc.)”. Notem que nem mesmo a testemunha está 
obrigada a responder uma indagação cuja resposta possa incriminá-la, uma 
vez que, nessa situação, caso respondesse, assumiria posição equiparada à 
do acusado. 
 
2) (FGV/Advogado do Senado Federal/2008) Relativamente ao 
princípio da vedação da autoincriminação, analise as afirmativas a 
seguir: 
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O indiciado em inquérito policial ou acusado em processo criminal pode ser 
instado pela autoridade a fornecer padrões vocais para realização de perícia 
sob pena de responder por crime de desobediência. 
Comentário: 
Item ERRADO. Mais uma decorrência do princípio da vedação da 
autoincriminação. Caso forneça padrões vocais para realização de perícia, o 
indiciado em inquérito ou acusado em processo criminal estará produzindo 
prova contra si, razão pela qual, mesmo diante de sua negativa, não 
responderá pelo crime de desobediência. 
 
3) (FGV/Advogado do Senado Federal/2008) Relativamente ao 
princípio da vedação da autoincriminação, analise as afirmativas a 
seguir: 
O acusado em processo criminal tem o direito de permanecer em silêncio, 
sendo certo que o silêncio não importará em confissão, mas poderá ser 
valorado pelo juiz de forma desfavorável ao réu. 
Comentário: 
Item ERRADO. Conforme o art. 186 do CPP, “Depois de devidamente 
qualificado e cientificado do inteiro teor da acusação, o acusado será 
informado pelo juiz, antes de iniciar o interrogatório, do seu direito de 
permanecer calado e de não responder perguntas que lhe forem 
formuladas”. Já o parágrafo único desse dispositivo acrescenta: “o silêncio, 
que não importará em confissão, não poderá ser interpretado em prejuízo da 
defesa”. 
 
4) (FGV/Advogado do Senado Federal/2008) Relativamente ao 
princípio da vedação da autoincriminação, analise as afirmativas a 
seguir: 
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O Supremo Tribunal Federal já pacificou entendimento de que não é lícito ao 
juiz aumentar a pena do condenado utilizando como justificativa o fato do 
réu ter mentido em juízo. 
Comentário: 
Item CORRETO. No Brasil, diferentemente do direito norte-americano, não 
existe o crime de perjúrio. Consequentemente, o acusado pode mentir em 
juízo, sendo tal prerrogativa uma decorrência do princípio da ampla defesa. 
 
5) (FGV/Advogado do Senado Federal/2008) Relativamente ao 
princípio da presunção de inocência, analise as afirmativas a seguir: 
O indiciado em inquérito policial ou acusado em processo criminal deve ser 
tratado como inocente, salvo quando preso em flagrante por crime 
hediondo, caso em que será vedada a concessão de liberdade provisória. 
Comentário: 
Item ERRADO. O Princípio da presunção de inocência ou da não 
culpabilidade constitui garantia constitucional, prevista no art. 5º, LVII, da 
CF/88. Assim, “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado 
de sentença penal condenatória”. Vejam que o princípio não comporta 
exceções, de modo que não cabe ao intérprete fazê-lo. Como consequência, 
o indiciado em inquérito policial ou acusado em processo criminal deve ser 
tratado como inocente, independentemente do crime cometido. 
 
6) (FGV/Advogado do Senado Federal/2008) Relativamente ao 
princípio da presunção de inocência, analise as afirmativas a seguir: 
Só é lícito o uso de algemas em caso de resistência e de fundado receio de 
fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso 
ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de 
responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade, e a 
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nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da 
responsabilidade civil do estado. 
Comentário: 
Item CORRETO. Esse é o teor da Súmula Vinculante nº 11 do STF. 
Atualmente, o uso de algemas constitui medida de exceção, só sendo 
admitido em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à 
integridade física própria ou alheia. Não esqueçam que seu uso deve ser 
justificado por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal 
do agente ou da autoridade, e a nulidade da prisão ou do ato processual a 
que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do estado. 
 
7) (FGV/Advogado do Senado Federal/2008) Relativamente ao 
princípio da presunção de inocência, analise as afirmativas a seguir: 
Milita em favor do indivíduo o benefício da dúvida no momento da prolação 
da sentença criminal: in dubio pro reo. 
Comentário: 
Item CORRETO. É preciso identificarmos dois momentos e os princípios 
envolvidos. No momento do oferecimento da denúncia vigora o princípio do 
in dubio pro societatis. Logo, em caso de eventual dúvida, o Ministério 
Público deve denunciar o agente, dando início à ação penal. Por outro lado, 
quando da prolação da sentença, vigora o princípio do in dubio pro reo, 
decorrência lógica do princípio da presunção de inocência. Assim, na dúvida, 
deve o juiz absolver o acusado. 
 
8) (FGV/Advogado do Senado Federal/2008) Relativamente ao 
princípio da presunção de inocência, analise as afirmativas a seguir: 
A presunção de inocência é incompatível com as prisões cautelares antes de 
transitada em julgado a sentença penal condenatória. 
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Comentário: 
Item ERRADO. As prisões cautelares, principalmente após o advento da Lei 
nº 12.403/2011, constituem medida de exceção (extrema ratio da ultima 
ratio), só sendo decretadas em situações de extrema necessidade. De 
qualquer forma, ocorrerão não em razão da culpabilidade do agente, mas 
sim por risco de fuga, cometimento de novas infrações, etc. 
 
9) (FGV/Advogado do Senado Federal/2008) Relativamente ao 
regime legal das interceptações telefônicas, analise as afirmativas a 
seguir: 
Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando a 
prova puder ser feita por outros meios disponíveis. 
Comentário: 
Item CORRETO. Nos termos do art. 5º, XII, da CF/88, “é inviolável o sigilo 
da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das 
comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas 
hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal 
ou instrução processual penal”. Como se pode perceber, a Constituição da 
República garante o sigilo das comunicações, de uma forma geral. A 
interceptação telefônica, por sua vez, está disciplinada pela Lei nº 9.296/96, 
porém não será admitida quando: i) não houver indícios razoáveis de autora 
ou participação em infração penal; ii) a prova puder ser feita por outros 
meios disponíveis e iii) o fato investigado constituir infração penal punida, no 
máximo, com pena de detenção. 
 
10) (FGV/Advogado do Senado Federal/2008) Relativamente ao 
regime legal das interceptações telefônicas, analise as afirmativas a 
seguir: 
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A interceptação telefônica não poderá exceder o prazo de quinze dias, 
renovável por igual tempo se comprovada a indispensabilidade desse meio 
de prova. 
Comentário: 
Item CORRETO. Trata-se de cópia literal de dispositivo de lei. Conforme o 
art. 5º da Lei nº 9.296/96 “A decisão será fundamentada, sob pena de 
nulidade, indicando também a forma de execução da diligência, que não 
poderá exceder o prazo de quinze dias, renovável por igual tempo uma vez 
comprovada a indispensabilidade do meio de prova.” Acrescento apenas que 
a referida renovação poderá ser feita sucessivamente. 
 
11) (FGV/Advogado do Senado Federal/2008) Relativamente ao 
regime legal das interceptações telefônicas, analise as afirmativas a 
seguir: 
A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada pelo 
juiz, de ofício, ou a requerimento da autoridade policial durante a 
investigação criminal e na instrução processual penal. 
Comentário: 
Item ERRADO. A participação da autoridade policial se limita à fase de 
investigação criminal, de modo que o delegado não pode requerer a 
interceptação das comunicações telefônicas na fase da instrução processual 
penal. De acordo com o art. 3º da Lei nº 9.296/96, a interceptação das 
comunicações telefônicas poderá ser determinada pelo juiz, de ofício ou a 
requerimento: i) da autoridade policial, na investigação criminal; ii) do 
representante do Ministério Público, na investigação criminal e na instrução 
processual penal. 
 
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12) (FGV/Advogado do Senado Federal/2008) Relativamente ao 
regime legal das interceptações telefônicas, analise as afirmativas a 
seguir: 
A gravação que não interessar à prova será inutilizada por decisão judicial 
sem que as partes tomem conhecimento desse material. 
Comentário: 
Item ERRADO. Nos termos do parágrafo único do art. 9º da Lei nº 9.296/96, 
o incidente de inutilização será assistido pelo Ministério Público, sendo 
facultada a presença do acusado ou de seu representante legal. 
 
13) (TJMS/Juiz de Direito/2008) Julgue o item abaixo: 
Os princípios do contraditório e da ampla defesa recomendam que a defesa 
técnica se manifeste depois da acusação e antes da decisão judicial, seja nas 
alegações finais escritas, seja nas alegações orais. 
Comentário: 
Item CORRETO. A manifestação da defesa posteriormente à acusação é 
expressão máxima do princípio da ampla defesa, considerando-se que o 
acusado só se manifestaria após ouvir as alegações da outra parte. Registre-
se, porém, que, conforme o art. 468 do CPP, no Júri, a defesa se manifesta 
antes da acusação quando da recusa dos jurados. 
 
14) (TJMS/Juiz de Direito/2008) Julgue o item abaixo: 
O princípio do juiz natural não impede a atração por continência nos casos 
em que o corréu possui foro por prerrogativa de função quando o réu 
deveria ser julgado por um juiz de direito de primeiro grau. 
Comentário: 
Item CORRETO. Trata-se da regra já consagrada na Súmula nº 704 do STF: 
“Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido 
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processo legal a atração por continência ou conexão do processo do co-réu 
ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados.” 
 
15) (Cespe/DPE-MG/Defensor Público/2009) Julgue o item abaixo: 
O princípio processual que impede que o cidadão venha a ser preso 
provisoriamente, de forma desnecessária, é conhecido como não 
culpabilidade. 
 
Comentário: 
Item CORRETO. O princípio da presunção de inocência ou de não 
culpabilidade, em uma de suas vertentes, impõe que a prisão seja uma 
medida de exceção. Isso agora ficou mais claro com o advento da Lei nº 
12.403/2011 que deu nova redação aos arts. 319 e 320 do CPP trazendo um 
rol de medidas cautelares diversas da prisão. Somente na impossibilidade de 
aplicação das referidas medidas, é que a prisão deverá ser decretada 
(extrema ratio da ultima ratio). 
 
 
QUESTÕES DA AULA 
1) (FGV/Advogado do Senado Federal/2008) Relativamente ao 
princípio de vedação de autoincriminação, analise as afirmativas a 
seguir: 
 
I) O direito ao silêncio aplica-se a qualquer pessoa (acusado, indiciado, 
testemunha, etc.), diante de qualquer indagação por autoridade pública de 
cuja resposta possa advir imputação da prática de crime ao declarante. 
II) O indiciado em inquérito policial ou acusado em processo criminal pode 
ser instado pela autoridade a fornecer padrões vocais para realização de 
perícia sob pena de responder por crime de desobediência. 
III) O acusado em processo criminal tem o direito de permanecer em 
silêncio, sendo certo que o silêncio não importará em confissão, mas poderá 
ser valorado pelo juiz de forma desfavorável ao réu. 
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IV) O Supremo Tribunal Federal já pacificou entendimento de que não é 
lícito ao juiz aumentar a pena do condenado utilizando como justificativa o 
fato do réu ter mentido em juízo. 
 
Assinale: 
(a) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas. 
(b) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas. 
(c) se apenas as afirmativas I e IV estiverem corretas. 
(d) se apenas as afirmativas I, II e IV estiverem corretas. 
(e) se todas as afirmativas estiverem corretas. 
 
GABARITO: C 
 
2) (FGV/Advogado do Senado Federal/2008) Relativamente ao 
princípio da presunção de inocência, analise as afirmativas a seguir: 
 
I. O indiciado em inquérito policial ou acusado em processo criminal 
deve ser tratado como inocente, salvo quando preso em flagrante 
por crime hediondo, caso em que será vedada a concessão de 
liberdade provisória. 
II. Só é lícito o uso de algemas em caso de resistência e de fundado 
receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, 
por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade 
por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal 
do agente ou da autoridade, e a nulidade da prisão ou do ato 
processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil 
do estado. 
III. Milita em favor do indivíduo o benefício da dúvida no momento da 
prolação da sentença criminal: in dúbio pro reo. 
IV. A presunção de inocência é incompatível com as prisões cautelares 
antes de transitada em julgado a sentença penal condenatória. 
 
Assinale: 
(a) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas. 
(b) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas. 
(c) se apenas as afirmativas III e IV estiverem corretas. 
(d) se apenas as afirmativas I, III, IV estiveremcorretas. 
(e) Se todas as afirmativas estiverem corretas. 
 
GABARITO: B 
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3) (FGV/Advogado do Senado Federal/2008) Relativamente ao 
regime legal das interceptações telefônicas, analise as afirmativas a 
seguir: 
 
I. Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas 
quando a prova puder ser feita por outros meios disponíveis. 
II. A interceptação telefônica não poderá exceder o prazo de quinze 
dias, renovável por igual tempo se comprovada a indispensabilidade 
desse meio de prova 
III. A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser 
determinada pelo juiz, de ofício, ou a requerimento da autoridade 
policial durante a investigação criminal e na instrução processual 
penal. 
IV. A gravação que não interessar à prova será inutilizada por decisão 
judicial sem que as partes tomem conhecimento desse material. 
 
Assinale: 
(a) Se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas. 
(b) Se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas. 
(c) Se apenas as afirmativas III e IV estiverem corretas. 
(d) Se todas as afirmativas estiverem corretas. 
(e) Se apenas a afirmativa I estiver correta. 
 
GABARITO: A 
 
4. (TJMS/Juiz de Direito/2008) Julgue o seguinte item: 
 
Os princípios do contraditório e da ampla defesa recomendam que a defesa 
técnica se manifeste depois da acusação e antes da decisão judicial, seja nas 
alegações finais escritas, seja nas alegações orais. (TJMS/Juiz de Direito 
Substituto de Carreira/2008/Questão 44/assertiva C). GABARITO: Correto. 
 
5. (TJMS/Juiz de Direito/2008) Julgue o seguinte item: 
 
O princípio do juiz natural não impede a atração por continência nos casos 
em que o corréu possui foro por prerrogativa de função quando o réu 
deveria ser julgado por um juiz de direito de primeiro grau. (TJMS/Juiz de 
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Direito Substituto de Carreira/2008/Questão 44/assertiva D). GABARITO: 
Correto. 
 
6. (CESPE/DPE-MG/Defensor Público/2009) Julgue o seguinte item: 
 
O princípio processual que impede que o cidadão venha a ser preso 
provisoriamente, de forma desnecessária, é conhecido como não 
culpabilidade. (DPE-MG/Defensor Público/2009/Questão 34). GABARITO: 
Correto. 
 
 
Questões extraídas das seguintes provas: 
 
a) Advogado do Senado Federal (FGV, 2008): questões 68, 70 e 75; 
b) Juiz de Direito (TJMS/2008): questão 44; 
c) Defensor Público (CESPE/2009): questão 34, 40. 
 
 
 É isso, senhores e senhoras. Concluímos, assim, nossa aula sobre os 
Princípios informadores do Processo Penal e os Sistemas Processuais Penais. 
 Daremos continuidade ao nosso curso, tratando, em nossa próxima 
aula, do tema Aplicação e Interpretação da lei processual. 
 
 Boa sorte a todos e que Deus nos ilumine. 
 
Grande abraço, 
Prof. Bivar.

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