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Violência Etnico Racial Negros sociologia jurídica 2016(1)

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VIOLÊNCIA ETNICO-RACIAL; A QUESTÃO DOS NEGROS*
Janaína de Oliveira Barbosa Nunes**
Resumo: O presente artigo consiste numa breve revisão bibliográfica e consulta a sites sobre a problemática da violência contra o negro no Brasil, objetivando verificar sua origem, a apregoada democracia racial brasileira e a legislação relacionada ao tema. Busca-se, ainda, aferir quais as possíveis formas de amenizar a discriminação racial ainda existente na sociedade brasileira. 
Palavras-chave: Negros. Racismo. Violência.
1. INTRODUÇÃO
A violência é um fenômeno presente em todos os seguimentos sociais, em maior ou menor grau, e consiste num ato físico, moral ou psicológico, intencional e excessivo, que visa atingir, constranger ou ameaçar um indivíduo.
Dentre esses tipos de violência, encontra-se a violência étnico-racial ou racismo contra os negros, no qual tem origem, segundo CRUZ (2003), no âmbito sociocultural e não das ciências naturais, visto que recente pesquisa científica elaborada pelo Biólogo Alan Templeton comprovou que não há diferenças raciais significativas no genoma humano. Dessa forma, qualquer intenção de entender a violência contra o negro e a possível solução para a discriminação deve ater-se como fenômeno social e ideológico. 
2. A ORIGEM DO RACISMO
O crescimento da humanidade e sua expansão a outros continentes fizeram com que indivíduos de diversas localidades, de diferentes climas e costumes, entrassem em contato. Dessa relação, as diferenças acabaram servindo como um modo de determinar o poder de uns sobre os outros. E aqueles que detinham um “poder de fogo” maior subjugavam/escravizavam os demais, seja por motivo de que o diferente representasse uma ameaça à comunidade, seja por motivo de evitar a expansão desses estrangeiros no “Novo Mundo”.
Diversas teorias apareceram para justificar essa suposta superioridade de certos indivíduos em relação a outros. E o conceito de raças encontrou terreno fértil na busca dessa justificativa. SANT’ANA (in CRUZ, 2003) sintetiza o nascimento do mito racial no séc. XVI, justificado/legitimado pela mensagem da Igreja Católica preocupada em evitar a expansão da reforma, o que fez surgir diversas teses tentando explicar que a própria natureza esclarecia o fato de que alguns homens eram livres e outros escravos. Alguns teólogos, como Paracelso, negava que os ameríndios fossem descendentes de Adão e Eva dando lugar a um intenso debate sobre a humanidade dos nossos irmãos indígenas. Essa questão chegou a tal grau de confusão que o Vaticano emitiu em 1537 a Bula Papal Sublimus Dei, na qual reconhecia o caráter humano dos ameríndios.
Essa discussão teológica ganhou corpo à medida que a Europa expandia seu colonialismo pelo mundo e precisava que o racismo e a desumanização de índios e negros fossem necessários à legitimação da escravatura.
A escravidão para o trabalho provocou o genocídio de praticamente 90% dos ameríndios e a mão-de-obra negra tornou-se a solução. Dessa forma, dezenas de feitorias foram instaladas nas costas africanas e milhões de negros capturados por facções e tribos rivais que se hostilizavam mutuamente. Esses negros capturados serviram para abastecer o mercado escravagista em todo o mundo.
Dito isso, é possível perceber que o racismo e a escravidão tiveram relação direta e necessária na expansão econômica da Europa. O mito racial não tem sua origem no genoma humano, mas sim, pode-se dizer, na ideologia socioeconômica.
3. O RACISMO NO BRASIL
No Brasil, o racismo teve origem na chegada dos portugueses ao nosso continente. Já no início do contato entre os europeus e o povo indígena, em carta à Coroa, Pero Vaz caracteriza os índios como seres inferiores, de outra raça, passando a escraviza-los para o trabalho de exploração do novo continente. Nossos nativos, porém, não sobreviveram ao contato direto com o “homem-branco” e a maioria morreu de sarampo e varíola, durante a década de 1560. 
A demanda brasileira por trabalho escravo era grande e não poderia parar com a morte dos nativos, isso acabou impulsionando o mercado escravagista na África Ocidental. Os primeiros africanos destinados a trabalhar como escravos no Brasil desembarcaram na Bahia em 1549. O tráfico negreiro trouxe cerca de 3,6 milhões de homens e mulheres, entre a segunda metade do séc. XVI e o ano de 1850.
Segundo CRUZ, o mito da docilidade do negro faz parte da “ideologia racista” do escravagismo. No entanto, a ideia de que o negro teria aceitado passivamente o cativeiro, aguardando por quase 400 anos o ato de boa vontade da princesa Isabel, não corresponde nem de longe à verdade. As rebeliões foram constantes, sendo a maior de suas manifestações o aquilombamento de Palmares. 
Para CLÓVIS MOURA (in Munanga, 1996), o quilombo era um elemento dinâmico de desgaste das relações escravagistas, não sendo manifestação esporádica de pequenos grupos de escravos marginais, desprovidos de consciência social, mas um movimento que atuou nos centros do sistema nacional, permanentemente.
Esses movimentos de aquilombamento duraram até a abolição da escravatura através da Lei Áurea em 1888, na qual os negros foram libertos, mas sem qualquer assistência por parte do governo. Além disso, a ideia de inferioridade dos negros (racismo) estava enraizada na sociedade brasileira, dando origem ao preconceito, em razão de o negro, por não ter tido qualquer apoio pós-abolição, passou a viver em “guetos” praticando, em alguns casos, pequenos furtos para a sobrevivência. O negro passa a ser visto como marginal, arruaceiro, barulhento e toda sorte de características negativas.
4. A “DEMOCRACIA RACIAL” BRASILEIRA
Passados mais de 100 anos da abolição da escravatura, não podemos dizer que a estigmatização contra os negros desapareceu. O que ocorre no Brasil é uma discriminação implícita, o que dificulta o enfrentamento do problema.
As lutas contra o racismo, segundo MUNANGA (1996), passam geralmente por duas formas de ação: uma discursiva e retórica, compreendendo os discursos produzidos pelos estudiosos engajados, militantes e políticos preocupados com as desigualdades raciais; outra prática, traduzida em leis, organizações e programas de intervenção cujas orientações são definidas pelos governos e poderes políticos constituídos. Mas nada impede os setores privados e organizações não governamentais de desenvolver programas e atividades antirracistas.
No entanto, essa luta antirracismo esbarra nas contradições e falta de consenso entre os estudiosos e especialistas da questão. À respeito é sabido que os intelectuais de direita e esquerda de todos os países não se entendem e atribuem ao racismo um conteúdo diferente.
Para os direitistas, o racismo institucionalizado está extinto e as desigualdades raciais devem-se ao fato de que os negros sofrem de uma falta de cultura e instrução compatíveis com a economia pós-industrial, na qual o mercado dita as regras e o domínio da informática e das telecomunicações é atributo indispensável para a sobrevivência de qualquer um, independentemente de sua raça. 
Já os esquerdistas atribuem o racismo a uma questão de classe, onde os preconceitos raciais considerados como atitudes sociais propagadas pela classe dominante, visando à divisão dos membros da classe dominada, para legitimar a exploração e garantir a dominação. 
Para a direita o combate ao racismo é uma luta contra a pobreza. E para a esquerda a luta é contra a estrutura de uma sociedade de classe. Ou seja, ambos ignoram a questão cultural como um dos elementos da persistência do racismo.
No Brasil, diferentemente de países como EUA e África do Sul, as manifestações racistas são implícitas, dificultando a implementação de políticas públicas antirracistas, pois como mobilizar governos e poderes políticos instituídos contra um racismo silenciado pela ideologia de “democracia racial”? A sociedade brasileira como um todo não se confessa como racista e, em consequência, torna-se difícil convencer e induzir os governosa incrementar políticas públicas em benefício das vítimas do racismo. 
4.1 PESQUISA SOCIAL BRASILEIRA (PESB)/2002
A PESB é uma pesquisa domiciliar, probabilística e nacional, de acompanhamento dos valores, atitudes e opiniões da sociedade brasileira, incluindo relações raciais, religião, cultura, política, violência, comportamento sexual, direito civil e desigualdade social, entre outros temas. Realizada em 2002, essa pesquisa, embora careça de unanimidade no meio científico, constatou que no Brasil há preconceito racial. Toda a metodologia utilizada para chegar a esse resultado encontra-se no livro A CABEÇA DO BRASILEIRO, de Alberto Carlos Almeida (2007).
Uma das técnicas utilizadas consistia na apresentação de uma tela com 8 fotos de homens, na qual a foto nº 1 era um homem branco de olhos claros, as fotos 2, 3, 4, 5, 6 e 7 iam “escurecendo” até chegar à foto nº 8 que era de um homem preto de olhos escuros. 
Essas fotos eram mostradas aos entrevistados juntamente com um questionário que continha perguntas do tipo: “qual homem parece mais inteligente”, “qual desses homens parece um criminoso” etc. E a conclusão foi de que o “preconceito baseado na cor existe, é muito difundido e está enraizado entre nós”. 
5. VIOLÊNCIA CONTRA O NEGRO
Basta uma rápida busca no noticiário ou em dados estatísticos para constatar que a violência contra os negros é superior àquela contra os brancos. 
Dados do Mapa da Violência no Brasil mostram que a população negra brasileira é a mais vulnerável à violência no Brasil: enquanto as taxas de homicídio da população branca tendem a cair, aumentam as taxas de mortalidade entre os negros. Quanto aos jovens, embora as taxas de homicídio de jovens brancos de 16 e 17 anos tenham caído 16,7% de 2003 a 2013, entre os jovens negros de mesma idade ela cresceu 32,7%, como mostra o gráfico abaixo. Com esse diferencial, aumenta o índice de vitimização da população negra; se em 2003 eram assassinados proporcionalmente 71,8% mais negros que brancos, esse percentual passa a 173,6% em 2013. É importante frisar que, segundo os dados 93% dos jovens assassinados são homens. 
 
Gráfico 1 – Mapa da Violência no Brasil – Taxa de homicídios negros 
 
 Tabela 1- Taxa de homicídios de negros e não negros no Brasil (por unidade da Federação) IPEA 2013
Em todas as pesquisas, levantamentos, dados estatísticos no que pertine à violência, os negros sempre estão no topo dos resultados. Além disso, nos últimos tempos tem-se visto o aumento de ataques racistas entre as celebridades, o que confirma que a discriminação tem menos a ver com a situação econômica e mais com a questão da cor da pele.
Daniel Alves, jogador de futebol, em abril de 2014, sofreu racismo durante uma partida de seu time (Barcelona) contra o Villareal no estádio El Madrigal, na Espanha. O brasileiro ia cobrar um escanteio aos 30 minutos do segundo tempo e um torcedor do time local atirou a banana junto à bandeirinha na linha de fundo. Em resposta, o brasileiro caminhou até a fruta, a pegou no gramado, a descascou e a comeu ali mesmo. Ele até cobrou o escanteio com a boca cheia. 
Nayara Justino, a então globeleza , em outubro de 2014, entrou em depressão após enxurrada de comentários racistas a seu respeito na internet, na época Nayara comentou “Me chamavam de macaco. Tive depressão profunda”. Comentários dessa natureza também foram direcionados à cantora de funk Ludmila. No seu perfil do Instagram, em maio de 2016, a cantora foi chamada de “macaca” e “crioula nojenta”. 
Uma professora de ensino de Jovens e Adultos, do município de Araranguá, foi denunciada por racismo ao trancar o banheiro escolar sob a alegação de que “quem usava era uma negrada porca”. 
Casos como os relatados estão cada vez mais comuns, o que nos leva a crer que a discriminação contra os negros é uma questão cultural e não modifica com a ascensão social dos afrodescendentes, pois mesmo os negros com alto poder aquisitivo continuam sofrendo preconceito e, consequentemente, violência. 
6. AÇÕES AFIRMATIVAS
Ações afirmativas são políticas focais que alocam recursos em benefício de pessoas pertencentes a grupos discriminados e vitimados pela exclusão socioeconômica no passado ou no presente. Trata-se de medidas que têm como objetivo combater discriminações étnicas, raciais, religiosas, de gênero ou de casta, aumentando a participação de minorias no processo político, no acesso à educação, saúde, emprego, bens materiais, redes de proteção social e/ou no reconhecimento cultural.
Entre as medidas que podemos classificar como ações afirmativas podemos mencionar: incremento da contratação e promoção de membros de grupos discriminados no emprego e na educação por via de metas, cotas, bônus ou fundos de estímulo; bolsas de estudo; empréstimos e preferência em contratos públicos; determinação de metas ou cotas mínimas de participação na mídia, na política e outros âmbitos; reparações financeiras; distribuição de terras e habitação; medidas de proteção a estilos de vida ameaçados; e políticas de valorização identitária.
6.1 COTAS RACIAIS 
As cotas raciais, seja para ingressar na Universidade ou para ingressar no Serviço Público, estão entre as ações afirmativas que geram mais polêmicas e discussões no meio social. Muitos acreditam que essas ações aumentam a discriminação contra os negros por sugerir incapacidade. Outros, ao contrário, acreditam que essas políticas servem para valorizar os negros, na medida em que reconhecem a sua histórica exclusão social. 
Primeiramente, faz-se necessário distinguir discriminação ilícita (racismo) e discriminação lícita (cotas raciais). Discriminação ilícita: conduta humana (ação ou omissão) que viola os direitos das pessoas com base em critérios injustificados e injustos, tais como a raça, o sexo, a idade, a opção religiosa e outros; discriminação lícita: estabelecer uma diferença necessária e indispensável para garantir o princípio da isonomia e dignidade da pessoa humana. É justamente aí que residem as cotas raciais: ação afirmativa que garante o princípio da isonomia (tratar os iguais de forma igual e os desiguais de forma desigual).
A Universidade de Brasília (UnB) foi a primeira Universidade a implantar o sistema de cotas raciais para negros no seu vestibular de 2004 e após mais de 10 anos de sua implantação os resultados comprovam o caráter positivo da medida. Eis que, conforme levantamento, não há grande diferença no rendimento acadêmico entre cotistas e não cotistas.
O Supremo Tribunal Federal (STF), órgão máximo do Poder Judiciário, manifestou-se através do julgado de 26/04/2012, ADPF 186, de relatoria do Min. Ricardo Lewandowski, no qual não considerou inconstitucional o sistema de cotas raciais, acabando, pelo menos em parte, com a questão legal sobre o tema. 
7. AVANÇOS LEGISLATIVOS
Dentre os avanços na Lei em relação ao tema aqui exposto pode-se destacar a Constituição Federal de 1988 em seu Art. 5º, XLII, “a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;”. 
Em 1989, o destaque vai para a Lei do Crime Racial (7716/1989), que em seu Art. 20, diz: “.praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional (Redação dada pela Lei n º 9.459, 15/05/1997), pena de reclusão de um a três anos e multa.”
A lei 10.741/2003 c/c lei 9459/97, alteraram o Código Penal brasileiro (dec-lei 2848/1940), o qual passou a figurar da seguinte forma: Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro: (...)§ 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência: (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003) pena - reclusão de um a três anos e multa. (Incluído pela Lei nº 9.459, de 1997).
Finalmente, para consolidar a preocupação com a igualdade, surge o Estatuto da IgualdadeRacial (Lei 12.288/2010), que em seu Art. 1º determina: “Art. 1o Esta Lei institui o Estatuto da Igualdade Racial, destinado a garantir à população negra a efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e o combate à discriminação e às demais formas de intolerância étnica.” 
8. CONCLUSÃO
Constatou-se, com o presente artigo, que a situação de violência e discriminação contra os negros se funde à história do crescimento econômico da Europa e culmina com a história do Brasil pós-descobrimento. Os anos de exclusão e estigmatização da população escrava e negra no país tiveram efeitos que repercutem até os dias atuais, conforme foi possível constatar pelas estatísticas de violência (taxa de homicídios). Além da violência física, a ofensa moral também está presente, inclusive nos indivíduos que dispõem de certo prestígio e destaque na mídia nacional (caso do atleta, da dançarina e da cantora famosa). 
Por tudo isso, verificou-se que o Brasil é um país de um racismo velado e implícito e que a sociedade discrimina o negro pela cor da pele, independentemente da sua condição social. Quanto a isso, a legislação de combate ao racismo e desigualdade é de extrema importância, mas acima de tudo, para que nos tornemos um país democrático e livre de preconceito, é necessário um enfrentamento contínuo e diário nas atitudes de cada um de nós. Não bastam leis que punam, se atitudes discriminatórias e preconceituosas continuarem sendo replicadas de geração em geração. 
REFERÊNCIAS
Almeida, Alberto Carlos. A Cabeça do Brasileiro.-Rio de Janeiro: Record, 2007;
Botosso, Tatiana Cavalcante de Oliveira disponível em : <http://www.acaoeducativa.org.br/fdh/wp-content/uploads/2013/03/Tatiana-Botosso.pdf> Acesso em 12/06/2016;
Cruz, Álvaro Ricardo de Souza. O direito à diferença: as ações afirmativas como mecanismo de inclusão social de mulheres, negros, homossexuais e portadores de deficiência. Del Rey, 2003;
Diário Gaúcho. Disponível em: http://diariogaucho.clicrbs.com.br/rs/entretenimento/noticia/2016/05/ludmilla-sofre-ataques-racistas-na-internet-e-pede-ajuda-para-fazer-justica-vou-ate-o-fim-5807827.html Acesso em 05/06/2016
Munanga. Estratégias e Políticas de combate à Discriminação Racial/organizador Kabengele Munanga.-São Paulo:Editora de Universidade de São Paulo: Espaço Ciência, 1996.
Pragmatismo Político. disponível em: < http://www.pragmatismopolitico.com.br/2016/06/me-chamavam-de-macaco-tive-depressao-profunda-diz-ex-globeleza.html> Acesso em 06/06/2016; e < http://www.pragmatismopolitico.com.br/2011/10/professora-impedia-criancas-de-usar-o.html> acesso em 05/06/2016
Portal IG. Disponível em : http://esporte.ig.com.br/futebol/2014-04-27/daniel-alves-come-banana-atirada-contra-ele-em-jogo-do-barcelona-em-villarreal.html Acesso em 12/06/2016;
*	Trabalho de Sociologia Jurídica do Curso de Direito da Universidade do Sul de Santa Catarina
*	*	Acadêmico de Direito do Curso de Direito da Universidade do Sul de Santa Catarina

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