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recuperacao de informacao em sistemas de informacoes na construcao civil o caso das extranets de projeto

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Seminário de Tecnologia da Informação e Comunicação 
RECUPERAÇÃO DE INFORMAÇÃO EM SISTEMAS DE INFORMAÇÕES 
NA CONSTRUÇÃO CIVIL: O CASO DAS EXTRANETS DE PROJETO 
 
Eduardo Toledo Santos1 e Luiz Antonio do Nascimento2 
Departamento de Engenharia de Construção Civil 
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo 
 
 
Resumo: 
 
As chamadas Extranets de projeto são sistemas baseados na WWW, de 
acesso restrito a usuários autorizados de várias organizações participantes num 
empreendimento de construção civil. Tais sistemas permitem o armazenamento de 
toda a documentação da obra, facilitando a comunicação entre os vários agentes 
envolvidos e o acesso à informação. No entanto, como num projeto típico de 
construção pode-se gerar milhares de documentos, em pouco tempo o que se observa 
é uma sobrecarga de informações, caracterizada pela incapacidade dos usuários em 
localizar com eficiência as informações de que necessitam. As extranets de projeto 
atuais contam apenas com mecanismos relativamente primitivos para localização de 
documentos, normalmente baseados em busca por palavras chave especificadas pelos 
usuários. Este é o mesmo mecanismo usado para pesquisas na Internet (WWW) 
através de mecanismos de busca como Google (www.google.com) e outros que, 
tipicamente, retornam centenas ou milhares de documentos frente a uma solicitação 
de busca por palavra chave. Isso ocorre pelo generalismo de tais sistemas e pela 
descontextualização da informação. A primeira característica é necessária pois estes 
sistemas destinam-se a todos os públicos. A segunda é consequência da primeira. 
Numa extranet de projeto, estas condições não precisam ser mantidas. O tema dos 
documentos armazenados em extranets é bem delimitado (a construção civil) bem 
como seu objeto (a obra em questão). Um sistema de busca que se utilize dos 
conhecimentos do domínio da Construção Civil bem como de informações específicas 
do empreendimento sendo gerenciado pode obter muito maiores eficiência e eficácia 
na recuperação de documentos relevantes ao usuário. 
 Neste trabalho é apresentada uma proposta para um sistema de 
recuperação de informações de extranets de projeto baseado no conhecimento 
registrado em thesaurus, classificações e padronizações para o setor de Arquitetura e 
Construção, bem como em informações específicas do projeto documentado e um 
conjunto de regras específicas para localização de informação neste contexto. 
 
 
 
Palavras chave: Recuperação de Informações, Extranets de projeto, Sobrecarga de 
Informações, Gerenciamento do Conhecimento, CDCON, OCCS, MasterFormat™. 
 
1 Professor Doutor. Correio eletrônico: eduardo.toledo@poli.usp.br 
2 Mestrando. Correio eletrônico: luiz.donascimento@poli.usp.br 
 Av. Prof. Almeida Prado, trv. 2, n.83 – Edif. Eng. Civil 05508900 São Paulo - SP 
Recuperação de Informação em Sistemas de Informações na 
Construção Civil: O Caso das Extranets de Projeto 
 
 
111 
1. Extranets de Projeto 
Atualmente, uma das principais tecnologias da Internet ligadas à Construção 
Civil são os web sites para gerenciamento de projetos, chamados Extranets de 
Projetos ou Sistemas de Gerenciamento de Projetos Baseados na Web. Estes sistemas 
são baseados em tecnologias da informação que viabilizam a realização de transações 
comerciais entre empresas através da Internet, prestação de serviços, troca de 
informações estratégicas e a substituição de práticas como as de tirar fotocópias, 
envio de fax, reuniões presenciais e uso de correio. Nestes sistemas, todos os 
documentos de projeto e o fluxo de trabalho relativos a um empreendimento são 
gerenciados, compreendendo desde as etapas iniciais de estudos de viabilidade até o 
término da obra, ou até mesmo operação do edifício, proporcionando informações aos 
intervenientes vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana. O funcionamento do 
sistema está baseado no fato de existir um ambiente na web exclusivo para o projeto, 
onde tanto o gerenciador quanto os vários intervenientes multidisciplinares 
(arquitetos, engenheiros, fornecedores, construtores e proprietários) podem 
armazenar, visualizar e alterar arquivos relacionados ao projeto, de forma controlada e 
auditável. As trocas de informações nas extranets reduzem o grande volume de papel 
normalmente gerado ao longo do desenvolvimento de um empreendimento. Extranets 
de projetos são voltadas para gerenciadores de empreendimentos que tenham 
necessidade de: 
· envio, recebimento, armazenamento e controle de grande quantidade de 
documentos (desenhos CAD, figuras, memorandos, planilhas, etc.); 
· um sistema on-line para comunicação (vídeo conferencia, chat, e-mails, 
fóruns de discussão, listas, etc.); 
· automatização racional dos processos e do fluxo de trabalho (workflow). 
 
As extranets de projetos são meios que permitem centralizar, administrar e 
tornar acessível, via navegador de websites (browsers), o resultado do trabalho dos 
diversos profissionais e empresas envolvidos no processo, integrando firmas com 
clientes, parceiros e fornecedores. Também contribuem no controle e garantia da 
qualidade com reuniões virtuais da equipe de projeto nas diversas etapas de seu 
desenvolvimento, possibilitando análise crítica por toda a equipe. Havendo uma única 
versão dos documentos, o controle de recebimentos, modificações, atualizações e 
cópias de projetos são facilitadas, aumentando a velocidade de comunicação e 
atualidade das decisões tomadas. O acompanhamento das obras pelos projetistas (às 
vezes através de webcams), a confecção de projetos “as built” e de manuais de 
manutenção da edificação também tornam-se mais simples pela centralização da 
documentação. 
Apesar da grande proliferação destes sistemas (tabela 1), chegando a mais de 
160 empresas prestadoras deste serviço só nos Estados Unidos (Revista Techné, n.51) 
e várias no Brasil, sua penetração junto ao mercado não tem sido tão grande quanto 
esperado devido a resistências culturais e organizacionais. Estes sistemas são uma 
ferramenta de gerenciamento e, para utilizá -la no máximo de seu potencial, é 
necessário que estejam implantadas estratégias organizacional e de gestão adequadas. 
Eduardo Toledo Santos e Luiz Antonio do Nascimento 
 
112 
Tabela 1 – Provedores de serviço de Extranets de Projeto 
 
Um dos mais graves problemas na busca de soluções para alcançar maior 
produtividade e qualidade na Indústria da Construção Civil é a falta de dados para 
consulta quando da elaboração dos documentos técnicos de projeto (Schmitt, 1993). 
Soibelman e Caldas (2001) mencionam que “à medida que um grande volume de 
informação está fluindo entre os membros de um projeto, cresce a necessidade de 
verificar se informações precisas e relevantes estão disponíveis a cada um destes 
membros, no momento apropriado”. 
Num sistema de informações, ao longo de um empreendimento, é comum o 
armazenamento de milhares de documentos diferentes. Por exemplo, no projeto do 
Aeroporto de Denver estiveram envolvidas uma centena de empresas de arquitetura e 
projeto, 160 construtoras e mais de 2000 sub-contratadas, sendo gerados 180.000 
arquivos de CAD e outros sistemas e mais 48.000 documentos diversos (Amá, 2002). 
Uma busca simples pode retornar dezenas de arquivos, dif icultando a localização da 
informação desejada que, por vezes, nem consta da lista de respostas localizadas pelo 
sistema. 
A maioria dos sistemas de gerenciamento de documentos de projeto dispõe 
apenas de uma ferramenta de busca de arquivos rudimentar, baseada em pesquisa 
direta de palavras-chave e, às vezes, outros campos associados com o documento 
(tipo, data de criação, autor, etc.). As figuras 1 a 3 ilustram os formulários de busca 
dos líderes do mercado de extranets de projeto. 
Empresa Site 
Acos Web www.pmhost.de/acos/acos_web/index_e.htmlAll Project www.allproject.com.br/gproj.html 
Bricsnet www.bricsnet.com/ 
Buzzsaw www.buzzsaw.com/ 
Citadon www.citadon.com 
ConstructionTracker www.constructiontracker.com 
Constructw@re www.constructware.com/ 
E-Builder www.e-builder.net/ 
Expedition www.verano.com.br/produtos/expedit7.htm 
ICEAS iceas.net/ 
IronSpire www.ironspire.com/products/index.htm 
Neogera www.neogera.com.br 
OnLinePM www.onlinepm.com/ 
OnProject www.onproject.com/ 
Primavera TeamPlay www.primavera.com/products/teamplay.html 
ProjectEdge www.onlineproject.com/website.nsf 
ProjectWatch www.projectwatch.net/ 
Sistrut / SADP www.sistrut.com.br/sadp/ 
Skire www.skire.com/ 
TeamCenter www.inovie.com/product/workplace.jsp 
The PowerTool www.thepowertool.com/ 
USProjects www.usprojects.com/ 
VieCon www.viecon.com/en/default.asp 
Recuperação de Informação em Sistemas de Informações na 
Construção Civil: O Caso das Extranets de Projeto 
 
 
113 
 
Figura 1 – Formulário de busca ProjectNet / Citadon 
 
Figura 2 – Formulário de busca ProjectPoint / Buzzsaw 
 
Figura 3 – Formulário de busca BricsNet 
Eduardo Toledo Santos e Luiz Antonio do Nascimento 
 
114 
Dessa forma, as extranets de projeto podem, por um lado ajudar na obtenção 
rápida de dados atualizados mas, por outro, causar a chamada “sobrecarga de 
informações” (information overload), característica da Internet, com quem 
compartilham muitos traços. 
A seção seguinte discute alguns aspectos da sobrecarga de informações. 
2. Sobrecarga de Informações 
A sobrecarga de informações ocorre pela inabilidade de extrair o 
conhecimento que se necessita de uma imensa quantidade de informações (Nelson, 
1994). Com o advento e crescimento exponencial da World Wide Web, a maioria dos 
usuários de mecanismos de busca já tiveram a oportunidade de experimentar os 
efeitos da sobrecarga de informações que, se aguda, pode se transformar em 
“ansiedade de informação” (Wurman, 1991). 
A literatura médica atesta que profissionais da computação sofrem mais de 
esgotamento do que aqueles da mesma categoria que têm pouco ou nenhum contato 
com computadores (Toppinen & Kalimo, 1996), correlacionando positivamente o 
estresse causado pela incapacidade de lidar com a exagerada quantia de dados 
recebida diariamente com manifestações físicas e psicológicas. À parte os males à 
saúde (Murray, 1998) potencialmente causados pela sobrecarga de informações, um 
efeito negativo básico é que o usuário, inundado por uma quantidade enorme de dados 
imediatamente acessíveis através dos sistemas de informação, efetivamente acaba por 
não conseguir obter de forma satisfatória a informação de que necessita. 
O diretor do Institute for the Future, Paul Saffo, diz que a sobrecarga de 
informações não é função do volume de informações armazenadas, mas sim do 
distanciamento entre o volume de informações e as ferramentas disponíveis para 
assimilarmos aquelas informações em conhecimento útil (Foley, 1995). Assim, a 
sobrecarga de informações não é um fenômeno inevitável, mas apenas a falta de 
tecnologias apropriadas para buscar mais precisamente os dados exatos para nossas 
necessidades, sem redundância excessiva. Para esta finalidade são necessárias as 
técnicas de um campo do conhecimento chamado de “Recuperação de Informações” 
(Information Retrieval) (Baeza -Yates & Ribeiro Neto, 1999). 
3. Recuperação de Informações 
Um Sistema de Recuperação de Informações (IR – Information Retrieval) é 
formado por máquinas e programas de computadores, utilizados para buscar 
informações em bases de dados onde são armazenados documentos. 
Segundo Baeza-Yates e Ribeiro Neto (1999), as técnicas de IR fazem parte 
da área da Ciência da Computação que estuda a recuperação de informação (não 
dados) de uma coleção de documentos. Os documentos recuperados objetivam 
satisfazer uma necessidade de informação dos usuários. O termo IR é usado desde os 
anos 50 para automatização de tarefas de pesquisa manual. Um dos primeiros 
modelos de pesquisa a ser adotado foi o Modelo Booleano que se tornou o mais 
adequado em sistemas gerenciadores de banco de dados. Outro modelo de pesquisa 
Recuperação de Informação em Sistemas de Informações na 
Construção Civil: O Caso das Extranets de Projeto 
 
 
115 
desenvolvido foi o Modelo de Aproximação onde os documentos são recuperados e 
ordenados em listas de forma a colocar no topo os mais próximos do requerido. 
Para recuperação da informação em extranets deve-se levar em conta como 
ela foi armazenada. As principais atividades devem ser a indexação (modo de 
representar documentos, consultas (queries) e a pesquisa (modo de analisar itens com 
vista às respostas das buscas solicitadas). 
Para o processamento das buscas, indexação automática e extração de raízes 
gramaticais dos termos (stemming), foram criadas diversas operações sobre termos e 
consultas. Alguns exemplos destas operações são a Análise Léxica, Algoritmos de 
Pesquisa em Cadeias e Operações de Radicalização. Na Análise Léxica, há uma 
transformação de uma seqüência de caracteres em uma seqüência de palavras. Esta 
operação é utilizada para diminuir a quantidade de palavras com baixo nível potencial 
para pesquisa, para ajudar na indexação automática e para o processamento das 
consultas onde a Análise Léxica produz palavras para a comparação com termos de 
índice. Os Algoritmos de Pesquisa em cadeias de caracteres permitem encontrar 
ocorrências de um padrão. Alguns exemplos de algoritmos são o Algoritmo 
Exaustivo, de Knuth-Morris -Pratt, Boyer-Moore e Rabin-Karp. As Operações de 
Radicalização são utilizadas para extração de raízes de termos de busca fazendo com 
que diminua a quantidade de termos a indexar, sem os sufixos e prefixos, plurais, etc. 
Exemplos de Operações de Radicalização (ou lematizadores) são o Algoritmo de 
Porter (1980) e, especificamente para a língua portuguesa, os algoritmos “Pico e 
Platô” (Nascimento, 1997) e baseados em léxicos (Silva e Oliveira, 2001) . 
A avaliação dos resultados obtidos por um algoritmo de IR pode ser feita, entre 
outras formas, de acordo com suas medidas de precisão e revocação (Baeza-Yates & 
Ribeiro Neto, 1999). A precisão é a porcentagem dos itens recuperados que são 
relevantes. A revocação (recall) é a porcentagem dos itens relevantes que foi 
recuperada (figura 4). 
 
 
RECUPERADOS 
RELEVANTES 
ARMAZENADOS 
= PRECISÃO 
= REVOCAÇÃO 
 
Figura 4 – Avaliação de algoritmos de recuperação de informações 
 Para aumentar a precisão de uma busca, o sistema de recuperação de 
informações deve ser capaz de descartar itens recuperados que são irrelevantes. Para 
Eduardo Toledo Santos e Luiz Antonio do Nascimento 
 
116 
isso, deve saber contextualizar os dados recuperados, de forma a identificar falsos 
relacionamentos que levaram à inclusão inicial de um documento no conjunto de itens 
recuperados. Para melhorar a revocação , o algoritmo de busca utilizado deve 
perceber a relevância de documentos de forma não explícita. Em ambos os casos, o 
conhecimento do domínio da aplicação poderá ajudar. 
 Idealmente, a representação do conhecimento de um certo domínio deve ser 
feita através de uma ontologia. Para a filosofia, ontologia é o estudo da existência do 
ser. Tecnicamente, uma ontologia pode ser definida como "uma especificação formal 
e explícita de uma conceituação compartilhada". A palavra conceituação refere-se a 
uma abstração, visão simplificada do mundo que desejamos representar para algum 
propósito, construído através da identificação dos conceitos e relações relevantes. O 
termo explícita indica que os tipos de conceitos e as restrições ao seu uso são 
explicitamente definidos. Formal significa que a ontologia deve ser compreensível por 
um computador (não pode ser somente escrita em linguagem natural).Finalmente, 
compartilhada implica em que o conhecimento representado é consensual, aceito por 
um grupo e não por um só indivíduo (Duineveld et al., 1999) (Santos et al., 2001). 
De forma simplificada, uma ontologia é o vocabulário usado para representar 
um certo domínio do conhecimento e a conceituação que estes termos pretendem 
capturar (Chandrasekaran et al., 1999). Assim, é mais do que a terminologia e 
classificação que representações como a IFC da IAI ou a aecXML oferecem 
(Katranuschkov, 2002). 
 Apesar de ser o mecanismo ideal para representação completa, precisa e 
computacionalmente tratável do conhecimento do domínio da Construção Civil, o 
desenvolvimento de ontologias para qualquer área é complexo e trabalhoso, não 
havendo nenhuma pronta na área de Arquitetura e Construção. Dessa forma, há que se 
recorrer às terminologias e classificações que estão em desenvolvimento atualmente. 
Dentre essas destacam-se a OCCS e, no Brasil, o CDCON, detalhadas na próxima 
seção. 
4. A Organização do Conhecimento sobre Construção Civil pela Padronização 
 Há atualmente um grande esforço mundial para a integração de produtos e 
processos das mais variadas indústrias. Uma das maneiras para se conseguir a 
integração é através da interoperabilidade que pode ser obtida através da classificação 
de produtos e processos para criação de padrões semânticos. Estes padrões relacionam 
um conjunto de termos a aspectos do produto e do processo. O setor da Construção 
Civil também tem seguido esta tendência, motivado por vários fatores. Entre eles 
destacam-se a globalização, o uso das extranets de projeto, a necessidade de 
competitividade e, portanto, de obtenção de informações rápidas e precisas para as 
tomadas de decisão frente a enorme quantidade de dados disponíveis e, por fim, o 
estabelecimento da padronização da (meta)linguagem XML3 (eXtensible Markup 
Language) e seu crescente sucesso nas mais variadas aplicações. 
 
3 http://www.w3.org/XML/ 
Recuperação de Informação em Sistemas de Informações na 
Construção Civil: O Caso das Extranets de Projeto 
 
 
117 
Na área da Construção Civil existem vários grupos ao redor do mundo que 
estão tentando criar padrões semânticos para a integração do setor. Alguns dos mais 
destacados sistemas de classificação de produtos e processos são o OCCS4 
(OmniClass™ Construction Classification System) e o CSI MasterFormat™5. 
O OCCS é o principal esforço de padronização da indústria da construção 
atualmente e pretende abranger todas etapas envolvidas na criação e sustentação do 
ambiente construído, da concepção à demolição. Atualmente o padrão OCCS prevê 
12 tabelas de classificação (OCCS, 2001): 
· Table 1 – Facilities 
· Table 2 – Constructed Entities 
· Table 3 – Spaces 
· Table 4 – (Designed) Elements 
· Table 5 – Work Results 
· Table 6 – Products 
· Table 7 – Process Phases 
· Table 8 – Process Services 
· Table 9 – Process Participants 
· Table 10 – Process Aids 
· Table 11 – Process Information 
· Table 12 – Attributes 
 
O MasterFormat, de origem americana e mais antiga, em sua versão 04 prevê 
uma atualização para acomodar todas as fases da construção e permitir expansões 
futuras, garantindo compatibilidade com outros padrões como o OCCS e EPIC6. A 
nova versão proposta inclui as seguintes divisões: 
0 - Procurement & Contracting 
Requirements 
1 - General Requirements 
2 - Existing Conditions 
3 - Concrete 
4 - Masonry 
5 - Metals 
6 - Wood & Plastics 
7 - Thermal & Moisture 
Protection 
8 - Doors & Windows 
9 - Finishes 
10 - Specialties 
11 - Equipment 
12 - Furnishings 
13 - Special Const 
14 - Conveying Equip 
21 - Life Safety & Facility 
Protection 
22 - Plumbing 
23 - HVAC 
 
24 - Electrical 
25 - Communications 
31 - Site & Underground 
Construction 
32 - Site Improvements 
33 - Transportation 
34 - Waterway & Marine 
Construction 
41 - Fluid Treatment 
42 - Power Generation 
43 - Processes 
Outro esforço importante é a padronização da linguagem aecXML7 pela IAI 
– International Alliance for Interoperability. Esta é uma linguagem baseada em XML 
usada para representar informação dos setores de Arquitetura, Engenharia e 
Construção (AEC). Esta informação inclui projetos, documentos, materiais, 
componentes, organizações, profissionais e atividades como propostas, design, 
estimativas, cronogramas e construção. O objetivo principal é a troca de informação 
do setor de AEC na Internet. 
No Brasil está em desenvolvimento um sistema para padronizar a 
terminologia e codificar materiais e serviços da construção chamado CDCON8 
(Amorin et al., 2002). Este esforço é muito importante pois trata-se de uma iniciativa 
 
4 http://www.occsnet.org/ 
5 http://www.csinet.org/technic/mflite.htm 
6 http://www.epicproducts.org/ 
7 http://www.iai-na.org/aecxml/mission.php 
8 http://www.cdcon.ufjf.br/ 
Eduardo Toledo Santos e Luiz Antonio do Nascimento 
 
118 
para a língua portuguesa falada no Brasil e leva em conta a cultura técnica do setor da 
Construção Civil no Brasil, que apresenta vários aspectos diferentes daqueles 
praticados em outras partes do mundo. O padrão CDCON atualmente propõe uma 
classificação baseada em 5 facetas (ANTAC, 2002): 
· Faceta Processo: conjunto de atividades que realizadas resultam no produto 
Edificação; 
· Faceta Componente : materiais e produtos consumidos no processo da 
construção; 
· Faceta Elemento: produtos de um processo construtivo; 
· Faceta Espaço: partes de uma construção delimitadas conforme sua 
utilização espacial; 
· Faceta Uso: diferentes usos dos produtos da construção. 
Um outro esforço de padronização brasileiro que nos interessa neste trabalho, 
porém de caráter mais específico, são as Diretrizes Gerais para Intercambialidade de 
Projetos em CADD da AsBEA – Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura 
(Cambiaghi et al., 2000). Esta proposta visa padronizar nomes de diretórios , nomes 
de arquivos CADD dentro destes diretórios e nome dos layers dentro destes arquivos. 
A estruturação dos diretórios é baseada em fases e qualificação da 
informação dentro das fases (tabela 2). 
Fases Tipo de Informação das Fases 
LV Cond. Existentes, Levant. 
PN Programa de Necessidades 
EV Estudo de Viabilidade 
EP Estudo Preliminar 
AP Anteprojeto 
PL Projeto Legal 
PE Projeto Executivo 
AO Alterações de Obra 
BAS Desenhos de bases a serem referenciados 
DET Detalhamento 
DOC Documentação técnica da fase 
FLS Folhas contendo des. de base e detalhamento 
GEN Arquivos auxiliares, genéricos , dispersos 
IMG Imagens 
MOD Modelos, Perspectivas, Isométricos, Arqu. 3D 
Tabela 2 – Abreviação para nomenclatura de nomes de diretórios (AsBEA) 
 
Na recomendação da AsBEA, a nomenclatura para nomes de arquivos é 
baseada nas disciplinas e tipo de desenho (tabela 3). 
Por fim, há sugestões para os nomes dos layers relativos a cada disciplina e 
detalhe. A tabela 4 oferece alguns exemplos. 
Caso as empresas participantes de um empreendimento sigam estas 
recomendações, é possível a localização mais imediata de informações contidas em 
arquivos CAD, como será visto mais adiante. 
 
 
 
 
Recuperação de Informação em Sistemas de Informações na 
Construção Civil: O Caso das Extranets de Projeto 
 
 
119 
Disciplinas Desenhos 
TO Topografia 
AR Arquitetura 
ES Estrutura 
EL Instalações elétricas 
HI Instalações hidráulicas 
IN Combate ao fogo 
AC Instalações de ar-condicionado 
TE Telecomunicações e dados 
PA Paisagismo 
AI Interiores e decoração 
CO Instalações de cozinha 
LU Luminotécnica 
AU Acústica 
VD Vedações 
O* Outros consultorias 
 
LV Condições existentes, levantamentos 
DE Demolições 
IM Implantações 
PL Plantasbaixas 
FO Plantas de forro 
EL Elevações 
EI Elevações internas 
CB Coberturas 
CT Cortes 
DH Detalhes horizontais 
DV Detalhes verticais 
DT Detalhes gerais 
EQ Equipamentos 
LE Acabamentos/legendas 
3D Desenhos 3d/ isométricos 
DG Diagramas 
AM Ampliações específicas 
... ... 
FU Fundações 
FR Formas 
... ... 
LU Iluminação 
QD Quadros 
... ... 
AF Água fria 
AQ Água quente 
... ... 
HD Hidrantes 
DU Dutos e bocas de ar 
TL Telefonia 
Tabela 3 – Abreviação para nomenclatura de nomes de arquivos (AsBEA) 
 
Nome do Layer Descrição 
AR-ALV Alvenaria alta 
AR-CXO-IDE Indicação de caixilhos 
AR-QUA Elétrica - quadros 
AR-LUM Luminotécnica 
AR-OPC-IDE Nomes/números de identificação de ocupantes 
AR-AMB-IDE Nomes/números de identificação de ambientes 
AR-ARE Áreas perímetros 
... ... 
TO-AZI Distâncias e azimutes 
... ... 
LU-FOR Pontos de iluminação no forro/teto 
LU-LUM-IDE Identificação de luminárias 
HI-AFQ-TUB Tubulações de água fria e quente 
HI-EQP-MET Metais ,válvulas registros, etc. 
Tabela 4 – Exemplos de nomenclatura de layers (AsBEA) 
Eduardo Toledo Santos e Luiz Antonio do Nascimento 
 
120 
5. Busca Inteligente de Documentos em Extranets de Projeto 
 Atualmente estamos desenvolvendo pesquisas para criar uma ferramenta de 
busca inteligente, capaz de responder perguntas arbitrárias relativas às informações 
disponíveis no banco de documentos de uma extranet de projeto. Este é um objetivo 
ambicioso, porém nossa primeira abordagem será deliberadamente simples, não 
envolvendo conceitos sofisticados de Inteligência Artificial ou algoritmos complexos 
de Recuperação de Informações ou Knowledge Discovery in Databases (KDD) 
(Soibelman & Kim, 2000). No prosseguimento da pesquisa, de acordo com os 
resultados obtidos e problemas detectados, técnicas mais específicas deverão ser 
incorporadas. 
A despeito da eficácia ou não na obtenção de uma “resposta” correta, direta e 
objetiva à pergunta do usuário nesta ferramenta, certamente este sistema poderá 
apresentar ao usuário uma lista de documentos importantes, classificados em ordem 
de relevância, melhor do que aquela obtida com técnicas convencionais de indexação 
por palavra chave. A busca e classificação serão baseadas em informações específicas 
do domínio da Construção Civil e da obra em questão e poderá, freqüentemente, 
incluir documentos que nem sequer contenham palavras chaves presentes na pergunta 
original do usuário. 
 Na ferramenta proposta, o sistema procura oferecer uma resposta objetiva à 
pergunta do usuário junto com uma lista ordenada de documentos, armazenados na 
extranet de projeto, que foram relevantes para a resposta fornecida. O usuário sempre 
deve consultar os documentos listados para que confirme a correção da resposta 
obtida. Nem sempre o sistema será capaz de oferecer uma resposta direta à pergunta, 
mas em geral listará alguns documentos, classificados por relevância. 
 O processo de busca inteligente de documentos é suportado pelos seguintes 
elementos, detalhados à seguir, e ilustrado na figura 5: 
· Bases de conhecimento; 
· Documentos da extranet, indexados; 
· Banco de regras; 
· Consulta original do usuário, processada; 
· Parâmetros de busca. 
Exemplos de perguntas do usuário ao sistema poderiam ser: 
- Qual o preço da luminária do saguão principal ? 
- Qual a cor da parede da suíte master ? 
- Quem é responsável pelas instalações hidráulicas ? 
- Quando será feita a concretagem da laje do 3º piso ? 
Para que as perguntas sejam respondidas objetivamente, as respostas 
obviamente devem existir, mesmo que de forma implícita, nos documentos 
disponíveis na extranet de projeto. 
 
 
Recuperação de Informação em Sistemas de Informações na 
Construção Civil: O Caso das Extranets de Projeto 
 
 
121 
 
Figura 5 – Arquitetura do sistema de recuperação de informações 
5.1 Bases de Conhecimento 
 A busca de documentos em nossa proposta será otimizada pelo uso do 
conhecimento do domínio da Construção Civil, contido basicamente nas seguintes 
origens: 
· Sistemas de classificação, thesaurus e padronizações, conforme 
ilustrados na seção 4; 
Thesaurus 
CDCON 
OCCS 
Cronograma 
Agentes 
etc. 
Fases 
Hierarquia 
Norma AsBEA 
Documentos 
da Extranet 
Indexados 
 
Banco de 
Regras 
Pergunta do Usuário Processamento 
Parâmetros de 
Busca Ponderados 
Resposta à Pergunta 
 
Lista de 
Documentos 
Relevantes 
Processamento 
Eduardo Toledo Santos e Luiz Antonio do Nascimento 
 
122 
· Lista de termos não convencionais, específicos da obra ou das empresas 
que participam do empreendimento: ferramentas/equipamentos não 
convencionais, tipos de documentos e atributos não convencionais 
(cores, marcas, modelos, etc.). Estes termos devem ser classificados no 
sistema da mesma forma que os convencionais, do item acima. 
· Informações específicas do empreendimento tais como cronograma, lista 
de agentes – nome, login, profissão, função no projeto, etc. –, lista de 
cômodos/locais da obra ou do empreendimento, etc. 
· Outras informações do processo da Construção Civil não caracterizadas 
exclusivamente por palavras-chave. Ex: seqüência de fases do processo 
de projeto e do processo construtivo, hierarquia de cargos, etc. 
Estas informações são armazenadas em estruturas de dados convenientes, 
permitindo associar todas as informações ligadas aos sistemas de classificação, 
thesaurus e padronizações às palavras-chave indexadas. 
A figura 6 ilustra um exemplo de parte da hierarquia de informações ligadas 
às bases de conhecimento. O retângulo mais externo representa a faceta Produtos (de 
classificações como CDCON ou OCCS). Estas são sub-classificadas em Produtos 
para Instalações Elétricas e, dentro desta categoria, Produtos para Iluminação 
chegando, finalmente, no produto Luminária, que é a palavra chave indexada que 
serve de entrada na base de conhecimento. Associadas ao conceito “luminária”, 
existem informações referentes às recomendações da AsBEA para nome de disciplina, 
que permitirá caracterizar o nome dos arquivos CAD que podem conter informações 
relevantes, bem como para o layer, permitindo investigar layers específicos dentro 
destes arquivos CAD. 
Subindo na hierarquia, o sistema identifica informações associadas à 
categoria “Produtos para Instalações Elétricas” que, devido ao sistema hierarquizado, 
se aplicam a todas as sub-categorias e, portanto, à Luminária também. Neste caso, 
tem-se o tipo de agente (profissional) responsável pela especificação daqueles 
produtos (Engenheiro Elétrico). No caso específico de luminária, esta caracterização 
poderia estar também no próprio nível de produto, com o valor “Arquiteto” já que este 
profis sional também poderia especificar este produto específico, mas não todos os 
produtos de instalações elétricas (não mostrado na figura 6). 
O último nível contém indicação de quais tipos de documentos podem conter 
especificações de produtos, no caso, “memorial descritivo”. 
Este conjunto de informações permitirá a definição dos parâmetros de busca 
(seção 5.2). 
O uso deste conhecimento permite agregar “inteligência” às buscas, 
melhorando sobremaneira a qualidade dos resultados. A visão básica é reproduzir o 
comportamento de um humano informado, conhecedor dos processos da construção 
civil e do empreendimento específico, instruído a localizar uma informação nos 
documentos da extranet de projeto ou a responder uma questão, baseado naqueles 
documentos. 
Recuperação de Informação em Sistemas de Informações na 
Construção Civil: O Caso das Extranets de Projeto 
 
 
123 
Figura 6 – Exemplo parcial de organização da Base de Conhecimentos 
5.2 Parâmetros de busca 
O objetivo inicial do sistema de busca é produzir um conjunto de parâmetros 
ponderados que deverão dirigir a recuperaçãode documentos. Este conjunto de 
parâmetros inclui os seguintes campos: 
· Autor do documento (um agente cadastrado); 
· Tipo do documento (memorando, orçamento, mensagem, arquivo 
CAD, planilha, etc.); 
· Se o tipo for “CAD” (.dwg, .dxf, .dgn, etc.): 
o Diretório / Nome do Arquivo / Layer (Norma AsBEA); 
· Data de criação (ou período); 
· Palavras chaves (da consulta do usuário) 
Associado à cada parâmetro há um peso calculado em função das regras 
executadas para determiná-lo, conforme indicado na seção seguinte. Cada um dos 
parâmetros acima pode receber um ou mais valores (ou nenhum). Cada valor terá um 
peso individual a ele associado. Os pesos são usados na classificação de relevância 
dos documentos, determinando a ordem em que serão apresentados ao usuário. 
5.3 Banco de Regras de Busca 
O Banco de Regras é um sistema de armazenamento de regras de 
processamento de consultas destinado a produzir os parâmetros de busca. 
Produtos para Construção 
Produtos para Instalações Elétricas 
Eng. Elétrico 
Agente 
Produtos para Sistemas de Iluminação 
Luminária (produto) LU: Luminotécnica 
Disciplina 
LU-LUM-IDE: Identificação de Luminárias 
Layer 
Memorial Descritivo 
Tipo de Doc. 
Eduardo Toledo Santos e Luiz Antonio do Nascimento 
 
124 
Os parâmetros são ponderados (têm notas) de forma que o atendimento a 
cada um deles tenha um valor específico a ser atribuído a um resultado de busca, 
permitindo a priorização das buscas e a ordenação das respostas. 
As regras poderão ser descritas em uma linguagem genérica e neutra como a 
PMML – Predictive Model Markup Language (http://www.dmg.org/index.htm ou 
http://xml.coverpages.org/pmml.html) quando tais padrões estiverem maduros. Um 
interpretador deve executar as regras assim descritas. 
Inicialmente as regras estarão implementadas em linguagem orientada a 
objetos, como subclasses da classe QueryRule. Esta classe tem como argumento de 
entrada um objeto da classe UserQueryDescriptor e como saída um objeto DocQuery 
(especifica uma busca). A classe UserQueryDescriptor contém, de forma organizada 
em suas estruturas de dados internas, todas as informações sobre a consulta do 
usuário, já processada pelo sistema de processamento básico. 
Há também regras da classe FilterRule que recebem o resultado das buscas e 
as processam, definindo a ordenação por relevância. Estas regras são aplicadas após a 
execução das buscas especificadas pelas QueryRules processadas. 
Um processo principal define quais regras serão executadas (chamando 
métodos das QueryRules que as descrevem, para verificar sua adequação) e em que 
ordem, de acordo com a ponderação. Processa também os resultados, aplicando as 
FilterRules cabíveis e fazendo a ordenação a ser apresentada ao usuário. O usuário 
tem acesso à pontuação de cada resultado e o trecho relevante do documento. 
A resposta específica à pergunta feita pelo usuário também deve ser obtida 
processando o resultado das buscas através de outro conjunto de regras 
(AnswerRules). 
Uma busca pode ser feita em mais de uma “camada/passo”: informações 
encontradas num arquivo podem tornar-se parâmetros de busca para serem usados em 
uma nova pesquisa complementar (redirecionamento). 
Uma regra pode estabelecer que o usuário deve ser consultado para validação 
dos parâmetros, priorização (qual o mais importante ou relevante) ou seleção de 
parâmetros (qual destes ?). Neste caso, a interface do sistema obterá estas 
informações junto ao usuário, através de diálogo interativo. 
Com a localização de uma palavra-chave nas bases de conhecimento 
indexadas, há uma associação semântica àquela palavra. Sabe-se ao que ela se refere e 
o que é (um material, uma pessoa, um lugar, um processo, um componente e 
componente de quê, etc.). Estas informações são usadas pelo banco de regras para 
definir os parâmetros de busca, conforme exemplificado na seção 5.1. 
Algumas regras se utilizam de outros tipos de informação. Por exemplo: 
· Papel do usuário no sistema organizacional do empreendimento 
O papel do usuário é verificado de acordo com as autoridades e 
responsabilidades associadas a cada um dos cargos, setores e funções 
retratadas no organograma hierárquico da empresa. Os papéis 
Recuperação de Informação em Sistemas de Informações na 
Construção Civil: O Caso das Extranets de Projeto 
 
 
125 
desempenhados pelos ocupantes dos cargos dividem a organização em 
camadas, escalas ou níveis de autoridade, tendo os superiores autoridade 
sobre os inferiores. Em função da divisão e da especialização do 
trabalho e da hierarquia, pode-se, conceitualmente, dividir a organização 
em três níveis: estratégico, tático e operacional (Vivancos e Cardoso, 
2001). De acordo com Cruz (1998), a abrangência das relações de 
comunicação é dada de cima para baixo, ou seja, uma pessoa que ocupa 
um cargo operacional não tem acesso a informações de um funcionário 
de cargo estratégico mas um profissional do nível estratégico pode ter 
informações de todos os níveis abaixo. Uma regra codificando esta 
noção pode atribuir maior ou menor relevância a documentos 
produzidos por certos profissionais em função da posição do usuário na 
hierarquia do empreendimento. 
· Fases do empreendimento / fase atual 
Tradicionalmente, a maior parte das informações requeridas por um 
profissional numa certa fase do empreendimento devem ter sido 
produzidas na fase imediatamente anterior ou na fase atual. Assim, esta 
regra pode atribuir maior relevância a documentos produzidos naquelas 
fases. 
5.4 Preparação de documentos 
 Uma etapa sempre necessária, anterior às buscas, é a preparação e análise 
dos documentos disponíveis na base de dados, tornando as fases posteriores 
eficientes. Caldas e Soibelman (2002) descrevem uma seqüência de processamento 
cujas etapas iniciais – padrão em sistemas de recuperação de informações – são 
adequadas a este propósito. O início da seqüência referida é semelhante às fases 1.1 a 
1.3 descritas abaixo para processamento do texto da pergunta do usuário. A seguir, é 
necessário fazer a indexação das palavras extraídas. Adotamos a estratégia de 
construção de arquivos invertidos (inverted files) (Baeza -Yates & Ribeiro Neto, 
1999), que permite determinar rapidamente quais arquivos contém determinado termo 
e sua posição aproximada. 
Outro processamento, preliminar aos anteriores, consiste na geração de 
arquivos de texto equivalentes àqueles em outros formatos (planilhas, arquivos CAD, 
mensagens de correio eletrônico, memorandos, atas de reunião, discussões em fóruns 
eletrônico, arquivos de processadores de texto, PDF, XML, HTML, etc.). 
Basicamente devem ser extraídos os textos contidos nestes arquivos, desprezando 
formatações, marcadores, fórmulas de cálculo, etc. Os arquivos originais devem ser 
preservados para apresentação ao usuário. 
5.5 Processamento de Consultas 
O processamento da pergunta formulada pelo usuário deve seguir as 
seguintes etapas: 
Eduardo Toledo Santos e Luiz Antonio do Nascimento 
 
126 
 ETAPA 1: Pré-processamento do texto da pergunta: 
1.1 Análise léxica: transformar um conjunto de caracteres em um grupo de 
palavras, usualmente separadas por um ou mais espaços. Palavras com 
números, hífens e pontuação devem ser tratadas caso a caso; 
1.2 Eliminação de “palavras vazias” (stopwords): são palavras que não 
carregam significado em linguagem natural como preposições, artigos, 
conjunções, etc. Devem ser eliminadas para melhorar a eficiência dos 
algoritmos de busca; 
1.3 Lematização ou Radicalização (stemming): redução de termos às suas 
raízes ortográficas pela eliminação de prefixos, sufixos, conjugações, 
plurais, etc.; 
1.4 Categorização de palavras: as palavras restantes, contidas na frase 
digitada pelo usuário (a pergunta), devem ser analisadas para classificá-las em uma das seguintes categorias: 
a. Determinantes (Qual, Como, Onde, Quem, Por que, Quanto, 
Quando); 
b. Palavras indexadas na base de conhecimento; 
c. Palavras específicas do empreendimento (nomes de pessoas 
envolvidas, ruas, edifícios, espaços da edificação, máquinas especiais, 
processos especiais, ferramentas especiais, atributos, etc...); 
d. Palavras desconhecidas (outras palavras). 
 
 ETAPA 2: Processamento de palavras categorizadas: 
2.1 Processamento de determinantes: 
Os determinantes dão uma indicação de que tipo de elemento deve 
conter a resposta esperada pelo usuário e que deve ser fornecida pelo 
sistema e são usadas por regras específicas que processam os arquivos 
localizados: 
o Qual: um item de uma lista (valor de um atributo); 
o Como: um processo; 
o Onde: um lugar, um espaço do edifício; 
o Quem: um dos participantes cadastrados (pess. física ou jurídica); 
o Por que: uma razão (frase próxima às palavras chave encontradas); 
o Quanto: um valor; 
o Quando: uma data / hora / fase do cronograma. 
 
Recuperação de Informação em Sistemas de Informações na 
Construção Civil: O Caso das Extranets de Projeto 
 
 
127 
2.2 Processamento de palavras indexadas na base de conhecimentos: 
O processamento de palavras encontradas no thesaurus e outros elementos 
da base de conhecimento depende de sua classificação e estarão também 
ligados às regras de processamento: 
· Atributos: processamento depende do tipo. 
o Cor: procurar por quaisquer cores registradas na tabela do 
sistema (branco, amarelo, ocre, azul, verde...); 
o Preço/custo/custa: procurar valor numérico, preferencialmente 
precedido por “$”; 
· Identificar tipo de profissional relacionado; 
o Selecionar prioritariamente documentos criados por este tipo de 
profissional; 
· Identificar fase; 
o Período de datas de criação do documento (junto com 
informações do cronograma); 
2.3 Processamento de palavras específicas do empreendimento: 
Estas palavras deverão ser registradas no sistema e catalogadas como as 
demais das bases do conhecimento. Assim, seu processamento deve ser o 
mesmo das palavras daquelas bases. 
2.4 Processamento de palavras desconhecidas: 
Devem ser usadas apenas como palavras chave de busca. 
6. Conclusões 
As Extranets de Projeto só se tornarão um recurso realmente eficaz para o 
melhor gerenciamento de projetos se os usuários puderem obter informações de 
forma rápida e confiável. O cenário atual apresenta uma situação oposta, conduzindo 
à sobrecarga de informações. 
Neste trabalho foi apresentada uma proposta de ferramenta inteligente de 
recuperação de informações baseada no conhecimento do domínio da Construção 
Civil. Este conhecimento está representado pelas diversas padronizações e 
classificações sendo atualmente desenvolvidas acrescidas de dados específicos do 
empreendimento e um conjunto de regras de busca. 
 
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