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AULA 2 - SELANTES DE FÓSSULAS E FISSURAS

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SELANTES DE FÓSSULAS E FISSURAS 
 
 
1- O que é a doença Cárie? 
R: É um desequilíbrio no processo de saúde-doença, e pode ou não estar associada a determinados 
sinais (popular e erroneamente conhecidos por “cáries”). No entanto, uma pessoa pode apresentar a 
doença sem que os sinais dela sejam perceptíveis clinicamente. 
 A Cárie é uma doença multifatorial e depende de alguns fatores (acúmulo de biofilme, exposição à 
açúcares, exposição à fluoretos, taxa de fluxo salivar, contexto socioeconômico) para ocorrer ou não. 
 
2- Fale sobre selantes resinosos. Qual a classificação dos selantes resinosos? 
R: 
 Existem 3 tipos: 1ª Geração (polimerizam através da luz ultravioleta); 2ª Geração 
(autopolimerizáveis); 3ª Geração (polimerizam através da luz visível); 
 O BIS-GMA é a base de todos os selantes atuais. Possui boa retenção, baixa viscosidade e baixa 
solubilidade no meio bucal; 
 O BIS-GMA pode reduzir a incidência de cárie, num período de 3 anos; 
 Ao diluir o BIS-GMA em metilmetacrilato, observa-se o aumento da fluidez e a diminuição do 
coeficiente de expansão térmica e da contração de polimerização; 
 Os selantes resinosos podem ser classificados em: Auto/Fotopolimerizáveis; Com/Sem carga; 
Com/Sem Flúor; 
 
3- Quais os tipos principais de selantes resinosos? Fale sobre cada um deles. 
R: 
A) Autopolimerizáveis e Fotopolimerizáveis 
 Não há diferença significativa nas taxas de retenção desses dois tipos de selante; 
 A principal vantagem dos selantes fotopolimerizáveis é o maior controle do tempo de trabalho, 
principalmente quando utilizados em crianças mais novas; 
 
B) Com Carga e Sem Carga 
 Durante o processo de fabricação dos selantes, podem ser acrescentadas, maiores ou 
menores quantidades de partículas inorgânicas (partículas de vidro ou de quartzo em geral). 
Tais partículas aumentam a resistência do material ao desgaste; 
 Em relação à retenção, não existem diferenças entre esses dois tipos de selante; 
 
 Com Carga: 
 Contém 20% ou mais de partículas inorgânicas em sua composição; 
 Apresenta certa resistência ao desgaste; 
 
 Sem Carga: 
 Possuem no máximo 19% de partículas inorgânicas em sua composição; 
 Apresenta pouca resistência ao desgaste; 
 Tem uma maior penetração no esmalte condicionado; 
 
C) Com Flúor e Sem Flúor 
 O Flúor pode ser incorporado nos selantes das seguintes maneiras: (1) Através de um sal de 
Flúor solúvel adicionado a resina não polimerizada, sendo que após a sua aplicação no dente, 
o sal se dissolve, liberando íons de Flúor; (2) Incorporando-se um composto orgânico de Flúor, 
quimicamente aderido à resina, sendo o Flúor liberado através de uma troca iônica; 
 Selantes com Flúor apresentam uma maior liberação de Flúor no início, diminuindo 
rapidamente em aproximadamente 2 dias. Por isso, a capacidade de prevenção do selante 
com Flúor se deve não ao Flúor, e sim, a sua atuação como barreira física; 
 Selantes são capazes de adsorver Flúor, após aplicação tópica ou escovação, liberando-o 
novamente para o meio bucal. Tais selantes apresentam alguma capacidade de reduzir o 
início e o progresso de Cárie secundária em esmalte de dentes decíduos; 
 A incorporação de Flúor nos selantes não diminui sua retentividade; 
 Além dos selantes incolores ou com cores de dente, existem selantes com várias cores, o que 
facilita muito a visualização, embora as vezes a estética possa ser comprometida; 
 
4- Fale sobre selantes ionoméricos e híbridos. 
R: 
 O Ionômero de Vidro surgiu na década de 70, originado a partir Silicato e Policarboxilato de 
Zinco; 
 O Ionômero de Vidro apresenta propriedades como: Biocompatibilidade; Coeficiente de 
expansão linear similar ao da estrutura dental; Adesão química e física à estrutura dentária, 
capacidade de estocar Flúor a partir de dentifrícios e outras soluções fluoretadas (c/ liberação de 
forma lenta ao longo do tempo); Capacidade de liberar fluoretos; Possui efeito cariostático; 
Diminui a frequência de lesões cariosas de superfície ou secundárias em dentes adjacentes às 
restaurações de Ionômero de Vidro (pela maior concentração de Flúor nas estruturas desses 
dentes adjacentes); 
 É SEMPRE NECESSÁRIO REALIZAR A PROTEÇÃO SUPERFICIAL DO IONÔMERO DE 
VIDRO COM VASELINA OU ESMALTE DE UNHA, POIS O IONÔMERO SOFRE SINÉRESE 
(PERDA DE ÁGUA PARA O MEIO BUCAL) E EMBEBIÇÃO (GANHO DE ÁGUA DO MEIO 
BUCAL) !!! 
 Os fluoretos influem na atividade metabólica das bactérias da placa, pois, embora os fluoretos 
não consigam afetar a comunidade bacteriana numericamente, sua ação se dá sobre o 
metabolismo da microbiota, reduzindo sua patogenicidade. Por isso, mesmo sendo capazes de 
crescerem e se adaptarem aos altos níveis de fluoretos, não há redução significativa das 
atividades benéficas do Flúor; 
 O Ionômero de Vidro modificado por resina é constituído de Ionômero de Vidro e resinas 
modificadas por poliácidos; 
 A vantagem do Ionômero de Vidro modificado por resina é sua maior retenção, em relação aos 
Cimentos de Ionômero de Vidro (CIV), devido a formação de "tags" (projeções) nas 
microporosidades, criadas a partir do condicionamento ácido; 
 
5- Quais as indicações dos selantes oclusais? 
R: (1) Dentes com menos de quatro anos na cavidade bucal; 
 (2) Pacientes especiais que tenham dificuldade motora; 
 (3) Pacientes com CEO (dentes decíduos cariados, extraídos e obturados) alto; 
 (4) Pacientes em uso de aparelhos ortodônticos; 
 (5) Pacientes com dentes em erupção; 
 (6) Pacientes com xerostomia ou que estejam usando medicação que diminua o fluxo salivar; 
 (7) Pacientes com impossibilidade ou dificuldade de escovação correta, devido a imobilidade; 
 (7) pacientes de alto risco cujos dentes apresentem fossas e fissuras estreitas; 
 
6- Qual o protocolo de aplicação dos selantes? 
R: (1) Profilaxia c/ pasta profilática e escova de Robinson montada em baixa rotação; 
 (2) Isolamento relativo/absoluto (dar preferência pelo absoluto); 
 (3) Condicionamento ácido c/ ácido Fosfórico de 35 a 37% por 15 seg. No caso do Ionômero de 
Vidro, fazer condicionamento ácido com o líquido do CIV, por 15 seg.; 
 (4) Lavagem e secagem com jatos de água/ar por 30 segundos. Quando se utilizar o isolamento 
relativo, deve-se trocar os roletes de algodão após a lavagem, para se afastar a umidade e o 
risco de contaminação salivar. OBS.: Depois da secagem, o esmalte deve apresentar aspecto 
branco opaco. Caso não apresente, deve-se fazer um novo condicionamento; 
 (5) Aplicação do selante (de 20 a 40 seg., quimicamente 3 min.). O selante pode ser aplicado 
com auxílio de um pincel fino, com um aplicador fornecido pelo fabricante ou com uma sonda 
exploradora. Após a aplicação do selante, com o auxílio de uma sonda exploradora, pode-se 
percorrer toda a extensão do selante não polimerizado, diminuindo assim a probabilidade de 
formação de bolhas; 
 (6) Polimerização (nos casos dos selantes resinosos). Deve seguir o tempo de polimerização 
proposto pelo fabricante. É recomendável que se aguarde 20 seg. antes do uso do aparelho 
fotopolimerizador, para melhor escoamento e penetração do selante; 
 (7) Avaliação da qualidade do selamento. Após a polimerização do selante, faz-se uma limpeza 
de sua superfície, com uma bolinha de algodão. Com o auxílio da sonda exploradora, verifica-
se se o selante aderiu à superfície do esmalte, se há bolhas ou áreas não seladas, sendo que, 
se as bolhas ocorrerem, deve ser feita nova aplicação do selante. Se houver contaminação pela 
saliva, será necessário novo condicionamento ácido antes da reaplicação do selante; 
 (8) Aplicação tópica de Flúor. Aplica-se o Flúor nas estruturas afetadas pelo condicionamento 
ácido; 
 (9) Avaliação da oclusão. Deve ser feita com papel-carbono, para avaliar se a aplicação do 
selante está interferindo na oclusão. Em caso positivo,remove-se o excesso com brocas 
diamantadas de alta ou baixa rotação; 
 
7- Quais os fatores que influenciam na retenção dos selantes? 
R: (1) Posição dos dentes; 
 (2) Idade do paciente; 
 (3) Pela necessidade de cooperação do paciente; 
 (4) Habilidade do operador; 
 (5) Os selantes resinosos possuem maior retenção que os selantes ionoméricos; 
 (6) A contaminação por saliva do esmalte condicionado diminui a retenção do selante; 
 (7) O uso de agentes adesivos entre o esmalte e o selante contribui para a melhora da retenção;

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