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CERTIFICADO O INEPRO – Instituto Nacional de Educação Profissional, CNPJ 07.278.198/0001-19, com sede à Rua Alagoas, 1270 - sala 505, em Belo Horizonte/MG, por meio do projeto de cidadania JurisWay, certifica que Guilherme Pereira participou dos estudos temáticos JurisWay, à distância, com coordenação do Dr. Leonardo Tadeu, no período de 21/10/2014 a 28/10/2014, cumprindo carga horária de 30 horas de dedicação e obtendo a aprovação nos testes de aferição com nota final de 80 pontos em 100 distribuídos (80%) no Curso Férias na CLT, na área de Direito do Trabalho, que aborda o seguinte conteúdo programático: 1- Férias na CLT; 1.1.Aspectos introdutórios; 1.2 - Base legal; 1.3 - Conceito; 1.4 - Natureza jurídica; 1.6 - Duração das férias; 1.6.1 - Os trabalhadores em regime de tempo parcial;1.7 - A perda do direito de férias; 2.1- Do período concessivo; 2.2 - A forma de concessão das férias; 2.3 - A comunicação das férias;2.4 - Da base de cálculo; 2.5 - Do abono de férias; 2.6 - O pagamento das férias em dobro; 2.7 - Da extinção do contrato de trabalho; 2.8 - Da prescrição;3-Da convenção 132 da OIT; 3.1-Férias proporcionais X justa causa; 3.2-Duração das férias e Feriados; 3.3-Fracionamento das férias; 3.4-Prerrogativa do empregador ; 4.1-Sumulas; 4.2- Orientações Jurisprudenciais; 4.3-Precedentes normativos; 4.4-Férias Coletivas. Belo Horizonte, 28 de Outubro de 2014. CDAA - Código Digital de Aferição de Autenticidade DTFE7812417 Aferição Digital de Autenticidade: http://www.jurisway.org.br/certificado Férias na CLT Direito do Trabalho Coordenado por: Leonardo Tadeu Descrição: O conhecimento básico das questões que regem as Férias do empregado celetista deve ser substancialmente absorvido não só pelo operador do direito, mas, essencialmente, por todos aqueles que desejam iniciar o estudo deste ramo jurídico. Este estudo temático objetiva oferecer ao cidadão leigo, de forma simples e objetiva, a possibilidade de conhecer o conceito e principais características que regem o instituto das Férias, analisadas, sobretudo, sob a ótica da CLT e decisões judiciais. Mesmo porque, tivemos o cuidado de usar uma linguagem simples, acessível e objetiva, evitando as naturais divagações que o aprofundamento jurídico incita, de forma que a grande maioria das pessoas, inclusive e especialmente aqueles que não possuam formação no ramo do direito, possa entender a matéria. Assim, este Estudo Temático compreende o estudo de cursos e artigos jurídicos disponibilizados pelo Jurisway; a pesquisa da jurisprudência dos tribunais; a análise do conteúdo de notícias jurídicas e, como instrumento de fixação, a formulação e solução de questões relacionadas com o tema. Carga Horária Estimada: 30 horas Quantidade de módulos: 5 Prazo mínimo para conclusão: 6 dias após confirmação de pagamento da inscrição Tipo de Certificado Escolhido: Eletrônico (em PDF) Conteúdo Programático: 1- Férias na CLT; 1.1.Aspectos introdutórios; 1.2 - Base legal; 1.3 - Conceito; 1.4 - Natureza jurídica; 1.6 - Duração das férias; 1.6.1 - Os trabalhadores em regime de tempo parcial;1.7 - A perda do direito de férias; 2.1- Do período concessivo; 2.2 - A forma de concessão das férias; 2.3 - A comunicação das férias;2.4 - Da base de cálculo; 2.5 - Do abono de férias; 2.6 - O pagamento das férias em dobro; 2.7 - Da extinção do contrato de trabalho; 2.8 - Da prescrição;3-Da convenção 132 da OIT; 3.1- Férias proporcionais X justa causa; 3.2-Duração das férias e Feriados; 3.3- Fracionamento das férias; 3.4-Prerrogativa do empregador ; 4.1-Sumulas; 4.2- Orientações Jurisprudenciais; 4.3-Precedentes normativos; 4.4-Férias Coletivas. 1.1 - Seja bem vindo!!!! Em primeiro lugar receba nossos cumprimentos pela sua inscrição. Meu nome é Leonardo Tadeu. Sou o coordenador do Curso de Direito do Trabalho com foco no tema "Férias na CLT". O sistema de Estudos Temáticos online JurisWay é uma forma de estudo em que o aluno recebe a orientação da matéria disponível para sua pesquisa e depois se submete a um teste de aferição de aproveitamento. Dessa forma, lembre-se: somente após a sua aprovação no teste final de aferição, composto por 10 questões de múltipla escolha, é que lhe será possível receber o certificado. A partir deste módulo estarei lhe indicando material atualizado, como doutrina, jurisprudência, notícias e um rol de informações que poderão lhe ser úteis no exame desta matéria tão importante. O JurisWay e eu esperamos lhe proporcionar algum acréscimo de conhecimento ou, no mínimo, conseguir tornar mais fácil a sua tarefa de entender o conceito e as principais características dos atos administrativos. Os conteúdos referentes ao curso escolhido, bem como um conjunto de informações adicionais vinculadas, já se encontram disponíveis no JurisWay. Portanto, não se acanhe, pesquise, estude e entenda a sua matéria temática. A vontade e a persistência são elementos que o conduzirão pelos caminhos do direito e, também, sem qualquer dúvida, por todos os momentos da sua vida em sociedade. No ensejo estou relacionando algum material vinculado com o tema para você comece a se orientar. 1.2 - Comece pela CLT! Como primeira tarefa, sugerimos que você faça a leitura dos artigos da CLT que tratam da questão da férias. CAPÍTULO IV DAS FÉRIAS ANUAIS (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) SEÇÃO I DO DIREITO A FÉRIAS E DA SUA DURAÇÃO Art. 129 - Todo empregado terá direito anualmente ao gozo de um período de férias, sem prejuízo da remuneração. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) Art. 130 - Após cada período de 12 (doze) meses de vigência do contrato de trabalho, o empregado terá direito a férias, na seguinte proporção: (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) I - 30 (trinta) dias corridos, quando não houver faltado ao serviço mais de 5 (cinco) vezes; (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) II - 24 (vinte e quatro) dias corridos, quando houver tido de 6 (seis) a 14 (quatorze) faltas; (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) III - 18 (dezoito) dias corridos, quando houver tido de 15 (quinze) a 23 (vinte e três) faltas; (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) IV - 12 (doze) dias corridos, quando houver tido de 24 (vinte e quatro) a 32 (trinta e duas) faltas. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) § 1º - É vedado descontar, do período de férias, as faltas do empregado ao serviço. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) § 2º - O período das férias será computado, para todos os efeitos, como tempo de serviço.(Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) Art. 130-A. Na modalidade do regime de tempo parcial, após cada período de doze meses de vigência do contrato de trabalho, o empregado terá direito a férias, na seguinte proporção: (Incluído pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001) I - dezoito dias, para a duração do trabalho semanal superior a vinte e duas horas, até vinte e cinco horas; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001) II - dezesseis dias, para a duração do trabalho semanal superior a vinte horas, até vinte e duas horas; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001) III - quatorze dias, para a duração do trabalho semanal superior a quinze horas, até vinte horas; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001) IV - doze dias, para a duração do trabalho semanal superior a dez horas, até quinze horas; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001) V - dez dias, para a duração do trabalho semanal superior a cinco horas,até dez horas; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001) VI - oito dias, para a duração do trabalho semanal igual ou inferior a cinco horas. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001) Parágrafo único. O empregado contratado sob o regime de tempo parcial que tiver mais de sete faltas injustificadas ao longo do período aquisitivo terá o seu período de férias reduzido à metade. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001) Art. 131 - Não será considerada falta ao serviço, para os efeitos do artigo anterior, a ausência do empregado: (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) I - nos casos referidos no art. 473;(Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) Il - durante o licenciamento compulsório da empregada por motivo de maternidade ou aborto, observados os requisitos para percepção do salário- maternidade custeado pela Previdência Social; (Redação dada pela Lei nº 8.921, de 25.7.1994) III - por motivo de acidente do trabalho ou enfermidade atestada pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, excetuada a hipótese do inciso IV do art. 133; (Redação dada pela Lei nº 8.726, de 5.11.1993) IV - justificada pela empresa, entendendo-se como tal a que não tiver determinado o desconto do correspondente salário; (Incluído pelo Decreto- lei nº 1.535, de 13.4.1977) V - durante a suspensão preventiva para responder a inquérito administrativo ou de prisão preventiva, quando for impronunciado ou absolvido; e (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) VI - nos dias em que não tenha havido serviço, salvo na hipótese do inciso III do art. 133. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) Art. 132 - O tempo de trabalho anterior à apresentação do empregado para serviço militar obrigatório será computado no período aquisitivo, desde que ele compareça ao estabelecimento dentro de 90 (noventa) dias da data em que se verificar a respectiva baixa.(Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) Art. 133 - Não terá direito a férias o empregado que, no curso do período aquisitivo: (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) I - deixar o emprego e não for readmitido dentro de 60 (sessenta) dias subseqüentes à sua saída; (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) II - permanecer em gozo de licença, com percepção de salários, por mais de 30 (trinta) dias; (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) III - deixar de trabalhar, com percepção do salário, por mais de 30 (trinta) dias, em virtude de paralisação parcial ou total dos serviços da empresa; e (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) IV - tiver percebido da Previdência Social prestações de acidente de trabalho ou de auxílio-doença por mais de 6 (seis) meses, embora descontínuos. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) § 1º - A interrupção da prestação de serviços deverá ser anotada na Carteira de Trabalho e Previdência Social. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) § 2º - Iniciar-se-á o decurso de novo período aquisitivo quando o empregado, após o implemento de qualquer das condições previstas neste artigo, retornar ao serviço. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) § 3º - Para os fins previstos no inciso lIl deste artigo a empresa comunicará ao órgão local do Ministério do Trabalho, com antecedência mínima de 15 (quinze) dias, as datas de início e fim da paralisação total ou parcial dos serviços da empresa, e, em igual prazo, comunicará, nos mesmos termos, ao sindicato representativo da categoria profissional, bem como afixará aviso nos respectivos locais de trabalho. (Incluído pela Lei nº 9.016, de 30.3.1995) SEÇÃO II DA CONCESSÃO E DA ÉPOCA DAS FÉRIAS (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 Art. 134 - As férias serão concedidas por ato do empregador, em um só período, nos 12 (doze) meses subseqüentes à data em que o empregado tiver adquirido o direito. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) § 1º - Somente em casos excepcionais serão as férias concedidas em 2 (dois) períodos, um dos quais não poderá ser inferior a 10 (dez) dias corridos. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) § 2º - Aos menores de 18 (dezoito) anos e aos maiores de 50 (cinqüenta) anos de idade, as férias serão sempre concedidas de uma só vez. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) Art. 135 - A concessão das férias será participada, por escrito, ao empregado, com antecedência de, no mínimo, 30 (trinta) dias. Dessa participação o interessado dará recibo. (Redação dada pela Lei nº 7.414, de 9.12.1985) § 1º - O empregado não poderá entrar no gozo das férias sem que apresente ao empregador sua Carteira de Trabalho e Previdência Social, para que nela seja anotada a respectiva concessão. (Incluído pelo Decreto- lei nº 1.535, de 13.4.1977) § 2º - A concessão das férias será, igualmente, anotada no livro ou nas fichas de registro dos empregados. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) Art. 136 - A época da concessão das férias será a que melhor consulte os interesses do empregador. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) § 1º - Os membros de uma família, que trabalharem no mesmo estabelecimento ou empresa, terão direito a gozar férias no mesmo período, se assim o desejarem e se disto não resultar prejuízo para o serviço. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) § 2º - O empregado estudante, menor de 18 (dezoito) anos, terá direito a fazer coincidir suas férias com as férias escolares.(Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) Art. 137 - Sempre que as férias forem concedidas após o prazo de que trata o art. 134, o empregador pagará em dobro a respectiva remuneração. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) § 1º - Vencido o mencionado prazo sem que o empregador tenha concedido as férias, o empregado poderá ajuizar reclamação pedindo a fixação, por sentença, da época de gozo das mesmas. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) § 2º - A sentença dominará pena diária de 5% (cinco por cento) do salário mínimo da região, devida ao empregado até que seja cumprida. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) § 3º - Cópia da decisão judicial transitada em julgado será remetida ao órgão local do Ministério do Trabalho, para fins de aplicação da multa de caráter administrativo. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) Art. 138 - Durante as férias, o empregado não poderá prestar serviços a outro empregador, salvo se estiver obrigado a fazê-lo em virtude de contrato de trabalho regularmente mantido com aquele. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) SEÇÃO III DAS FÉRIAS COLETIVAS (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 Art. 139 - Poderão ser concedidas férias coletivas a todos os empregados de uma empresa ou de determinados estabelecimentos ou setores da empresa. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 § 1º - As férias poderão ser gozadas em 2 (dois) períodos anuais desde que nenhum deles seja inferior a 10 (dez) dias corridos. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 § 2º - Para os fins previstos neste artigo, o empregador comunicará ao órgão local do Ministério do Trabalho, com a antecedência mínima de 15 (quinze) dias, as datas de início e fim das férias, precisando quais os estabelecimentos ou setores abrangidos pela medida. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535,de 13.4.1977 § 3º - Em igual prazo, o empregador enviará cópia da aludida comunicação aos sindicatos representativos da respectiva categoria profissional, e providenciará a afixação de aviso nos locais de trabalho. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 Art. 140 - Os empregados contratados há menos de 12 (doze) meses gozarão, na oportunidade, férias proporcionais, iniciando-se, então, novo período aquisitivo. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 Art. 141 - Quando o número de empregados contemplados com as férias coletivas for superior a 300 (trezentos), a empresa poderá promover, mediante carimbo, anotações de que trata o art. 135, § 1º. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 § 1º - O carimbo, cujo modelo será aprovado pelo Ministério do Trabalho, dispensará a referência ao período aquisitivo a que correspondem, para cada empregado, as férias concedidas. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 § 2º - Adotado o procedimento indicado neste artigo, caberá à empresa fornecer ao empregado cópia visada do recibo correspondente à quitação mencionada no parágrafo único do art. 145. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 § 3º - Quando da cessação do contrato de trabalho, o empregador anotará na Carteira de Trabalho e Previdência Social as datas dos períodos aquisitivos correspondentes às férias coletivas gozadas pelo empregado. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 SEÇÃO IV DA REMUNERAÇÃO E DO ABONO DE FÉRIAS (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 Art. 142 - O empregado perceberá, durante as férias, a remuneração que lhe for devida na data da sua concessão. (Redação dada pelo Decreto- lei nº 1.535, de 13.4.1977 § 1º - Quando o salário for pago por hora com jornadas variáveis, apurar-se-á a média do período aquisitivo, aplicando-se o valor do salário na data da concessão das férias. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 § 2º - Quando o salário for pago por tarefa tomar-se-á por base a media da produção no período aquisitivo do direito a férias, aplicando-se o valor da remuneração da tarefa na data da concessão das férias. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 § 3º - Quando o salário for pago por percentagem, comissão ou viagem, apurar-se-á a média percebida pelo empregado nos 12 (doze) meses que precederem à concessão das férias. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 § 4º - A parte do salário paga em utilidades será computada de acordo com a anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social.(Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 § 5º - Os adicionais por trabalho extraordinário, noturno, insalubre ou perigoso serão computados no salário que servirá de base ao cálculo da remuneração das férias. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 § 6º - Se, no momento das férias, o empregado não estiver percebendo o mesmo adicional do período aquisitivo, ou quando o valor deste não tiver sido uniforme será computada a média duodecimal recebida naquele período, após a atualização das importâncias pagas, mediante incidência dos percentuais dos reajustamentos salariais supervenientes. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 Art. 143 - É facultado ao empregado converter 1/3 (um terço) do período de férias a que tiver direito em abono pecuniário, no valor da remuneração que lhe seria devida nos dias correspondentes. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 § 1º - O abono de férias deverá ser requerido até 15 (quinze) dias antes do término do período aquisitivo. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 § 2º - Tratando-se de férias coletivas, a conversão a que se refere este artigo deverá ser objeto de acordo coletivo entre o empregador e o sindicato representativo da respectiva categoria profissional, independendo de requerimento individual a concessão do abono. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 § 3o O disposto neste artigo não se aplica aos empregados sob o regime de tempo parcial. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001) Art. 144. O abono de férias de que trata o artigo anterior, bem como o concedido em virtude de cláusula do contrato de trabalho, do regulamento da empresa, de convenção ou acordo coletivo, desde que não excedente de vinte dias do salário, não integrarão a remuneração do empregado para os efeitos da legislação do trabalho. (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 1998) Art. 145 - O pagamento da remuneração das férias e, se for o caso, o do abono referido no art. 143 serão efetuados até 2 (dois) dias antes do início do respectivo período. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 Parágrafo único - O empregado dará quitação do pagamento, com indicação do início e do termo das férias. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 SEÇÃO V DOS EFEITOS DA CESSAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 Art. 146 - Na cessação do contrato de trabalho, qualquer que seja a sua causa, será devida ao empregado a remuneração simples ou em dobro, conforme o caso, correspondente ao período de férias cujo direito tenha adquirido. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 Parágrafo único - Na cessação do contrato de trabalho, após 12 (doze) meses de serviço, o empregado, desde que não haja sido demitido por justa causa, terá direito à remuneração relativa ao período incompleto de férias, de acordo com o art. 130, na proporção de 1/12 (um doze avos) por mês de serviço ou fração superior a 14 (quatorze) dias. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 Art. 147 - O empregado que for despedido sem justa causa, ou cujo contrato de trabalho se extinguir em prazo predeterminado, antes de completar 12 (doze) meses de serviço, terá direito à remuneração relativa ao período incompleto de férias, de conformidade com o disposto no artigo anterior. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 Art. 148 - A remuneração das férias, ainda quando devida após a cessação do contrato de trabalho, terá natureza salarial, para os efeitos do art. 449. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 SEÇÃO VI DO INÍCIO DA PRESCRIÇÃO (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 Art. 149 - A prescrição do direito de reclamar a concessão das férias ou o pagamento da respectiva remuneração é contada do término do prazo mencionado no art. 134 ou, se for o caso, da cessação do contrato de trabalho. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 SEÇÃO VII DISPOSIÇÕES ESPECIAIS (Incluída pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 Art. 150 - O tripulante que, por determinação do armador, for transferido para o serviço de outro, terá computado, para o efeito de gozo de férias, o tempo de serviço prestado ao primeiro, ficando obrigado a concedê-las o armador em cujo serviço ele se encontra na época de gozá- las. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 § 1º - As férias poderão ser concedidas, a pedido dos interessados e com aquiescência do armador, parceladamente, nos portos de escala de grande estadia do navio, aos tripulantes ali residentes. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 § 2º - Será considerada grande estadia a permanência no porto por prazo excedente de 6 (seis) dias. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 § 3º - Os embarcadiços, para gozarem férias nas condições deste artigo, deverão pedi-las, por escrito, ao armador, antes do início da viagem,no porto de registro ou armação.(Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 § 4º - O tripulante, ao terminar as férias, apresentar-se-á ao armador, que deverá designá-lo para qualquer de suas embarcações ou o adir a algum dos seus serviços terrestres, respeitadas a condição pessoal e a remuneração.(Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 § 5º - Em caso de necessidade, determinada pelo interesse público, e comprovada pela autoridade competente, poderá o armador ordenar a suspensão das férias já iniciadas ou a iniciar-se, ressalvado ao tripulante o direito ao respectivo gozo posteriormente.(Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 § 6º - O Delegado do Trabalho Marítimo poderá autorizar a acumulação de 2 (dois) períodos de férias do marítimo, mediante requerimento justificado: (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 I - do sindicato, quando se tratar de sindicalizado; e (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 II - da empresa, quando o empregado não for sindicalizado. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 Art. 151 - Enquanto não se criar um tipo especial de caderneta profissional para os marítimos, as férias serão anotadas pela Capitania do Porto na caderneta-matrícula do tripulante, na página das observações. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 Art. 152 - A remuneração do tripulante, no gozo de férias, será acrescida da importância correspondente à etapa que estiver vencendo. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 1.3 - Convenção 132 da OIT Também sugerimos que você faça a leitura da Convenção nº 132 da OIT - Organização Internacional do Trabalho. É que no decorrer de nosso mini curso iremos tecer algumas considerações acerca desta convenção, bem como, seus efeitos no contratos de trabalho dos empregados celetistas. Decreto nº 3.197/99 - Promulga a Convenção 132 da OIT - Organização Internacional do Trabalho Promulga a Convenção nº 132 da Organização Internacional do Trabalho - OIT sobre Férias Anuais Remuneradas (revista em 1970), concluída em Genebra, em 24 de junho de 1970. O PRESIDENTE DA REPUBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso VIII, da Constituição, Considerando que a Convenção no 132 da Organização Internacional do Trabalho - OIT sobre Férias Anuais Remuneradas (revista em 1970), foi concluída em Genebra, em 24 de junho de 1970; Considerando que o Congresso Nacional aprovou o Ato multilateral em epígrafe por meio do Decreto Legislativo no 47, de 23 de setembro de 1981; Considerando que o Ato em tela entrou em vigor internacional em 30 de junho de 1973; Considerando que o Governo brasileiro depositou o Instrumento de Ratificação da referida Convenção em 23 de setembro de 1998, passando a mesma a vigorar, para o Brasil, em 23 de setembro de 1999; DECRETA: Art. 1o A Convenção no 132 da Organização Internacional do Trabalho - OIT, sobre Férias Anuais Remuneradas (revista em 1970), concluída em Genebra, em 24 de junho de 1970, apensa por cópia a este Decreto, deverá ser executada e cumprida tão inteiramente como nela se contém. Art. 2o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 05 de outubro de 1999; 178o da Independência e 111o da República. FERNANDO HENRIQUE CARDOSO Luiz Felipe Lampreia Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 28.8.1999 CONVENÇÃO 132 DA O.I.T. CONVENÇÃO SOBRE FÉRIAS ANUAIS REMUNERADAS (REVISTA EM 1970) A Conferência Geral da Organização Internacional do Trabalho, Convocada em Genebra pela Administração da Repartição Internacional do Trabalho, e tendo-se reunido em sua Qüinqüagésima-Quarta Sessão em 3 de junho de 1970, e Tendo decidido adotar diversas propostas relativas a férias remuneradas, assunto que constitui o quarto item da agenda da sessão, e Tendo determinado que estas propostas tomarão a forma de uma Convenção Internacional, adota, em 24 de junho de 1970, a seguinte Convenção que será denominada Convenção sobre Férias Remuneradas (revista), 1970: Artigo 1 As disposições da presente Convenção, caso não sejam postas em execução por meio de acordos coletivos, sentenças arbitrais ou decisões judiciais, seja por organismos oficiais de fixação de salários, seja por qualquer outra maneira conforme a prática nacional e considerada apropriada, levando-se em conta as condições próprias de cada país, deverão ser aplicadas através de legislação nacional. Artigo 2 1. - A presente Convenção aplicar-se-á a todas as pessoas empregadas, à exceção dos marítimos. 2. - Quando necessário, a autoridade competente ou qualquer órgão apropriado de cada país poderá, após consulta às organizações de empregadores e de trabalhadores interessadas, onde existirem, proceder à exclusão do âmbito da Convenção de categorias determinadas de pessoas empregadas, desde que sua aplicação cause problemas particulares de execução ou de natureza constitucional ou legislativa de certa importância. 3. - Todo Membro que ratifique a Convenção deverá, no primeiro relatório sobre sua aplicação, o qual ele é obrigado a apresentar em virtude do Artigo 22 da Constituição da Organização Internacional do Trabalho, indicar, com base em motivos expostos, as categorias que tenham sido objeto de exclusão em decorrência do parágrafo 2 deste Artigo, e expor nos relatórios ulteriores o estado de sua legislação e de sua prática quanto às mencionadas categorias, precisando em que medida a Convenção foi executada ou ele se propõe a executar em relação às categorias em questão. Artigo 3 1. - Toda pessoa a quem se aplique a presente Convenção terá direito a férias anuais remuneradas de duração mínima determinada. 2. - Todo Membro que ratifique a Convenção deverá especificar a duração das férias em uma declaração apensa à sua ratificação. 3. - A duração das férias não deverá em caso algum ser inferior a 3 (três) semanas de trabalho, por 1 (um) ano de serviço. 4. - Todo Membro que tiver ratificado a Convenção poderá informar ao Diretor-Geral da Repartição Internacional do Trabalho, por uma declaração ulterior, que ele aumenta a duração do período de férias especificado no momento de sua ratificação. Artigo 4 1. - Toda pessoa que tenha completado, no curso de 1 (um) ano determinado, um período de serviço de duração inferior ao período necessário à obtenção de direito à totalidade das férias prescritas no Artigo terceiro acima terá direito, nesse ano, a férias de duração proporcionalmente reduzidas. 2. - Para os fins deste Artigo o termo ano significa ano civil ou qualquer outro período de igual duração fixado pela autoridade ou órgão apropriado do país interessado. Artigo 5 1. - Um período mínimo de serviço poderá ser exigido para a obtenção de direito a um período de férias remuneradas anuais. 2. - Cabe à autoridade competente e ao órgão apropriado do país interessado fixar a duração mínima de tal período de serviço, que não poderá em caso algum ultrapassar 6 (seis) meses. 3. - O modo de calcular o período de serviço para determinar o direito a férias será fixado pela autoridade competente ou pelo órgão apropriado de cada país. 4. - Nas condições a serem determinadas pela autoridade competente ou pelo órgão apropriado de cada país, as faltas ao trabalho por motivos independentes da vontade individual da pessoa empregada interessada tais como faltas devidas a doenças, a acidente, ou a licença para gestantes, não poderão ser computadas como parte das férias remuneradas anuais mínimas previstas no parágrafo 3 do Artigo 3 da presente Convenção. Artigo 6 1. - Os dias feriados oficiais ou costumeiros, quer se situem ou não dentro do período de férias anuais,não serão computados como parte do período de férias anuais remuneradas previsto no parágrafo 3 do Artigo 3 acima. 2. - Em condições a serem determinadas pela autoridade competente ou pelo órgão apropriado de cada país, os períodos de incapacidade para o trabalho resultantes de doença ou de acidentes não poderão ser computados como parte do período mínimo de férias anuais previsto no parágrafo 3, do Artigo 3 da presente Convenção. Artigo 7 1. - Qualquer pessoa que entre em gozo de período de férias previsto na presente Convenção deverá receber, em relação ao período global, pelo menos a sua remuneração média ou normal (incluindo-se a quantia equivalente a qualquer parte dessa remuneração em espécie, e que não seja de natureza permanente, ou seja concedida quer o indivíduo esteja em gozo de férias ou não), calculada de acordo com a forma a ser determinada pela autoridade competente ou órgão responsável de cada país. 2. - As quantias devidas em decorrência do parágrafo 1 acima deverão ser pagas à pessoa em questão antes do período de férias, salvo estipulação em contrário contida em acordo que vincule a referida pessoa e seu empregador. Artigo 8 1. - O fracionamento do período de férias anuais remuneradas pode ser autorizado pela autoridade competente ou pelo órgão apropriado de cada país. 2. - Salvo estipulação em contrário contida em acordo que vincule o empregador e a pessoa empregada em questão, e desde que a duração do serviço desta pessoa lhe dê direito a tal período de férias, numa das frações do referido período deverá corresponder pelo menos a duas semanas de trabalho ininterruptos. Artigo 9 1. - A parte ininterrupta do período de férias anuais remuneradas mencionada no parágrafo 2 do Artigo 8 da presente Convenção deverá ser outorgada e gozada dentro de no máximo 1 (um) ano, e o resto do período de férias anuais remuneradas dentro dos próximos 18 (dezoito) meses, no máximo, a contar do término do ano em que foi adquirido o direito de gozo de férias. 2. - Qualquer parte do período de férias anuais que exceder o mínimo previsto poderá ser postergada com o consentimento da pessoa empregada em questão, por um período limitado além daquele fixado no parágrafo 1 deste Artigo. 3. - O período mínimo de férias e o limite de tempo referidos no parágrafo 2 deste Artigo serão determinados pela autoridade competente após consulta às organizações de empregadores e trabalhadores interessadas, ou através de negociação coletiva ou por qualquer outro modo conforme à prática nacional, sendo levadas em conta as condições próprias de cada país. Artigo 10 1. - A ocasião em que as férias serão gozadas será determinada pelo empregador, após consulta à pessoa empregada interessada em questão ou seus representantes, a menos que seja fixada por regulamento, acordo coletivo, sentença arbitral ou qualquer outra maneira conforme à prática nacional. 2. - Para fixar a ocasião do período de gozo das férias serão levadas em conta as necessidades do trabalho e as possibilidades de repouso e diversão ao alcance da pessoa empregada. Artigo 11 Toda pessoa empregada que tenha completado o período mínimo de serviço que pode ser exigido de acordo com o parágrafo 1 do Artigo 5 da presente Convenção deverá ter direito em caso de cessação da relação empregatícia, ou a um período de férias remuneradas proporcional à duração do período de serviço pelo qual ela não gozou ainda tais férias, ou a uma indenização compensatória, ou a um crédito de férias equivalente. Artigo 12 Todo acordo relativo ao abandono do direito ao período mínimo de férias anuais remuneradas previsto no parágrafo 3 do Artigo 3 da presente Convenção ou relativo à renúncia ao gozo das férias mediante indenização ou de qualquer outra forma, será, dependendo das condições nacionais, nulo de pleno direito ou proibido. Artigo 13 A autoridade competente ou órgão apropriado de cada país poderá adotar regras particulares em relação aos casos em que uma pessoa empregada exerça, durante suas férias, atividades remuneradas incompatíveis com o objetivo dessas férias. Artigo 14 Medidas efetivas apropriadas aos meios pelos quais se dará efeito às disposições da presente Convenção devem ser tomadas através de uma inspeção adequada ou de qualquer outra forma, a fim de assegurar a boa aplicação e o respeito às regras ou disposições relativas às férias remuneradas. Artigo 15 1. - Todo Membro pode depositar as obrigações da presente Convenção separadamente: a) em relação às pessoas empregadas em setores econômicos diverso da agricultura; b) em relação às pessoas empregadas na agricultura. 2. - Todo membro precisará, em sua ratificação, se aceita as obrigações da Convenção em relação às pessoas indicadas na alínea a do parágrafo 1 acima ou em relação às pessoas mencionadas na alínea b do referido parágrafo, ou em relação a ambas categorias. 3. - Todo membro que na ocasião da sua ratificação não tiver aceitado as obrigações da presente Convenção senão em relação às pessoas mencionadas na alínea a ou senão em relação às pessoas mencionadas na alínea b do parágrafo 1 acima, poderá, ulteriormente, notificar ao Diretor- Geral da Repartição Internacional do Trabalho que aceita as obrigações da Convenção em relação a todas as pessoas a que se aplica a presente Convenção. Artigo 16 A presente Convenção contém revisão da Convensão sobre Férias Remuneradas, 1936, e a Convenção sobre Férias Remuneradas (Agricultura), 1952, nos seguintes termos: a) a aceitação das obrigações da presente Convenção em relação às pessoas empregadas nos setores econômicos diversos da Agricultura, por um Membro que é parte da Convenção sobre Férias Remuneradas, 1936, acarreta, de pleno direito, a denúncia imediata desta última Convensão; b) a aceitação das obrigações da presente Convenção sobre Férias Remuneradas (Agricultura), 1952, acarreta, de pleno direito, a denúncia imediata desta última Convenção; c) a entrada em vigor da presente Convenção não coloca obstáculo à ratificação da Convenção sobre Férias Remuneradas (Agricultura), 1952. Artigo 17 As ratificações formais da presente Convenção serão comunicadas ao Diretor-Geral da Repartição Internacional do Trabalho, para fins de registro. Artigo 18 1. - A presente Convenção não vincula senão os Membros da Organização Internacional do Trabalho cuja ratificação tenha sido registrada pelo Diretor-Geral. 2. - Ela entrará em vigor 12 (doze) meses após o registro pelo Diretor-Geral, das ratificações de dois Membros. 3. - Subseqüentes a presente Convenção entrará em vigor para cada Membro 12 (doze) meses após a data do registro de sua ratificação. Artigo 19 1. - Todo Membro que tiver ratificado a presente Convenção poderá denunciá-lo ao término de um período de 10 (dez) anos contados da data da entrada em vigor inicial da Convenção por um ato comunicado ao Diretor-Geral da Repartição Internacional do Trabalho e por ele registrado. A denúncia só terá efeito 1 (um) ano após ter sido registrada. 2. - Todo membro que tenha ratificado a presente Convenção e que, dentro de 1 (um) ano após o término do período de 10 (dez) anos mencionado no parágrafo precedente, não tenha feito uso do seu direito de denúncia previsto por este Artigo, estará vinculado por um novo período de 10 (dez) anos e, subseqüentemente, poderá denunciar a presente Convenção ao término de cada período de 10 (dez) anos nas condições revistas neste Artigo. Artigo 20 1. - O Diretor-Geral da Repartição Internacional do Trabalho notificará a todos os Membros da Organização Internacional do Trabalho do registro de todas as ratificações e denúncias que lhe forem comunicadas pelos membros da Organização. 2. - Quando notificar os Membrosda Organização sobre o registro da segunda ratificação a ele comunicada, o Diretor-Geral deverá chamar a atenção dos Membros da Organização para a data da entrada em vigor da presente Convenção. Artigo 21 O Diretor-Geral da Repartição Internacional do Trabalho comunicará ao Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas, para fins de registro, de acordo com o Artigo 102 da Carta das Nações Unidas, informações completas sobre todas as ratificações e atos de denúncias registrados por ele de acordo com as disposições dos Artigos precedentes. Artigo 22 Quando julgar necessário, o Corpo Dirigente da Repartição Internacional do Trabalho apresentará à Conferência Geral um relatório sobre a aplicação da presente Convenção e examinará a conveniência de colocar na agenda da Conferência a questão de sua revisão total ou parcial. Artigo 23 1. - No caso de a Conferência adotar uma nova Convenção que revise a presente Convenção, e a menos que a nova Convenção disponha em contrário: a) a ratificação por um membro da nova Convenção contendo a revisão acarreta a denúncia imediata da presente Convenção, não obstante as disposições do Artigo 19 acima, se e quando a nova Convenção entrar em vigor; b)a partir da data da entrada em vigor da nova Convenção que contém a revisão, será vedada a ratificação da presente Convenção pelos Membros. 2. - A presente Convenção, em todo caso, será mantida em vigor, quanto a sua forma e conteúdo em relação aos Membros que a houverem ratificado mas não houverem ratificado a Convenção revisora. Os textos em francês e em inglês do texto da presente Convenção fazem igualmente fé. O Texto que precede é o texto autêntico da Convenção devidamente adotada na Conferência Geral da Organização do Trabalho, em sua qüinquagésima quarta sessão, realizada em Genebra e declara encerrada a vinte e cinco de junho de 1970. Em fé do que apuseram suas assinaturas, no dia vinte e cinco de junho de 1970. O Presidente da Conferência V. Manickavasagam O Diretor-Geral da Repartição Internacional do Trabalho Wilfred Jenks 1.4 - Férias na CLT - Parte 01 Agora que você já conheceu a normas legais que tratam da questão das férias, faça o curso temático: "Férias na CLT - Parte 01". Trata-se de um curso que analisa, de forma simples e objetiva, as principais características do direito de férias dos trabalhadores, sobretudo, sob a ótica da CLT. 1 - As férias na CLT - Parte 01 1.1 - Aspectos históricos Segundo o mestre Arnaldo Sussekind, a primeira lei a dispor sobre as férias foi promulgada na Inglaterra, em 1872 e, dispunha especificamente sobre as férias dos operários das indústrias. Entretanto, somente em 1919, na Áustria, é que foi promulgada a primeira lei que estendeu o direito às férias a todos os trabalhadores assalariados. Na realidade, é a partir do término da Primeira Guerra Mundial que os países efetivamente começaram passaram a legislar sobre as férias. No Brasil, as férias foram concedidas pela primeira vez em 1889, pelo prazo de 15 dias, por força do Aviso Ministerial do Ministério da Agricultura, Comercio e Obras Públicas. Em 1890, estas férias foram estendidas aos operários diaristas e aos ferroviários da Estrada de ferro Central do Brasil. Entretanto, somente em 1925, por força da lei 4582/25, é que as férias foram estendidas aos empregados em geral. A convenção nº 52 da OIT de 1936 foi ratificada pelo Brasil em 1938 e com o advento da CLT, em 1943, o direito às férias foi estendido a todos os trabalhadores. Em 1999, o Brasil ratificou a Convenção 132 da OIT, por força do Decreto 3.197/99 se instituído uma grande celeuma jurídica na doutrina e jurisprudência pátria. É que parte da doutrina começou a se questionar acerca de uma possível revogação ou derrogação das normas da CLT por força da Convenção 132 da OIT. Entretanto, considerando-o sua complexidade, efeitos e importância, entendemos que será de maior valia se tratarmos desta questão mais adiante. 1.2 - Base legal Trata-se de um direito que está previsto no artigo 7º, inciso XVII da Constituição Federal e minuciosamente regulamentado, nos artigos 129 a 145 da CLT. Também encontra regulação expressa na Convenção 132 da OIT aprovada por força do Decreto 3.197/99 que, conforme já mencionado, acarretou diversos efeitos na legislação infraconstitucional. Analisando a redação do inciso XVII do artigo 7º de nossa Constituição Federal é possível notar três princípios estruturais, sob os quais se fundamenta o direito às férias, princípio da fruição, princípio da anualidade e princípio da sobrerremuneração. (Amauri Mascaro, p. 799) Art. 7º... XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal; Princípio da fruição: obrigação de não fazer, consubstanciada na obrigação de não trabalhar durante este período, não podendo fazer-se substituir por seu pagamento em dinheiro. Este período deve ser destinado ao descanso e lazer do empregado, bem como, na recomposição de suas forças e energias. É justamente por este motivo que a lei proíbe que o empregado em seu período de férias, preste seus serviços a outro empregador, salvo, é claro as exceções previstas na Lei. 1.3 - Conceito Segundo Maurício Godinho Delgado, as férias correspondem ao "lapso temporal remunerado, de frequência anual, constituído de diversos dias sequenciais, em que o empregado pode sustar a prestação de serviços e sua disponibilidade perante o empregador, com o objetivo de recuperação e implementação de suas energias e de sua inserção familiar, comunitária e política" ( DELGADO, Maurício Godinho, Curso de Direito do Trabalho, 7ª ed., Editora LTR, pág. 952.) Gotttschalk define as férias como: ... "o direito do empregado de interromper o trabalho por iniciativa do empregado, durante um período variável em cada ano, sem perda da remuneração, cumpridas certas condições de tempo no ano anterior, afim de atender aos deveres de restauração orgânica e de vida social" (Férias anuais remuneradas, São Paulo, Max Limonad, 1956) A Ilustríssima Professora e Desembargadora do Eg. Tribunal Regional do Trabalho da 3ª região, a Dra. Alice Monteiro de Barros assim se posiciona: ... "As férias constituem-se um direito do empregado de abster-se de trabalhar durante um determinado número de dias consecutivos por ano, sem prejuízo da remuneração e após cumpridas certas exigências, entre elas a assiduidade. (Barros, Alice Monteiro de, Curso de direito do trabalho, 6ª Ed. - São Paulo: Ltr, 2010, p.81/82) 1.4 - Natureza jurídica Antigamente a doutrina considerava a férias como um "prêmio" conferido ao trabalhador em recompensa a sua lealdade. Entretanto, atualmente, para a doutrina, as férias apresentam uma natureza dupla. Para o empregado, em primeiro lugar, as férias constituem-se em um direito, qual seja, no direito de exigir o cumprimento das obrigações devidas pelo empregador, como a liberação de prestar o trabalho e o pagamento do salário, acrescido do terço constitucional. Em segundo lugar, as férias também se constituem em um dever, qual seja no dever de não trabalhar durante este período. Também para o empregador as férias apresentam esta duplicidade. Ou seja, o empregador detém a obrigação de consentir no afastamento do empregado, bem como, na obrigação de pagar-lhe o salário equivalente, acrescido do terço constitucional. 1.5 - O período aquisitivo Conforme já ressaltado, em observância ao princípio da anualidade, o decurso de um ano é o período exigido para a aquisição do direito às férias pelo empregado. Ou seja, somente após o decurso de 12 meses de contrato de trabalho é que o empregado adquire o direito às férias. Esteperíodo é denominado de período aquisitivo. Desta forma, se o empregado ingressa na empresa em janeiro de 2012, somente em janeiro de 2013 é que o empregado adquirirá o direito às férias, compreendendo o período aquisitivo de janeiro de 2012 a janeiro de 2013. 1.6 - Duração das férias Salvo as exceções previstas na Lei, a todo trabalhador é assegurado um período de férias anuais remuneradas, geralmente, de trinta dias. É importante ressaltar que a lei proíbe que o empregador realize o desconto direto das faltas no período das férias do empregado. CLT Artigo130.. § 1º - É vedado descontar, do período de férias, as faltas do empregado ao serviço. Todavia, ainda nos termos do artigo 130 da CLT, é fixada uma proporcionalidade em relação a estas faltas, estabelecendo que o período de férias apresente durações diferenciadas, calculadas conforme o número de faltas injustificadas do empregado durante o ano. Basicamente, a regra estabelecida no artigo 130 da CLT pode ser resumida da seguinte forma: Dias de férias Faltas injustificadas 30 dias corridos Até 05 dias 24 dias corridos De 06 a 14 dias 18 dias corridos De 15 a 23 dias 12 dias corridos De 24 a 32 dias Desta forma, se o empregado, durante o período aquisitivo, tiver 08 faltas injustificadas, por exemplo, a Lei determina que este empregado terá 24 dias corridos de férias. No mesmo sentido, se o empregado faltar 29 dias injustificadamente, durante seu período aquisitivo, ou seja, os doze meses de férias, a Lei determina que este empregado terá somente 12 dias corridos de férias. Entretanto, se o empregado tiver mais de 32 faltas injustificadas, durante seu período aquisitivo, este perderá o direito às férias. 1.6.1 - Os trabalhadores em regime de tempo parcial Os trabalhadores em regime de tempo parcial não têm direito aos trinta dias completos de férias, mas a CLT em seu artigo 130-A fixa uma proporcionalidade, tendo como parâmetro o tempo de duração do trabalho: Basicamente, a regra prevista no artigo 130-A da CLT pode ser resumida da seguinte forma: Dias de férias Faltas injustificadas 18 dias corridos Trabalho semanal - superior a 22 horas até 25 horas 16 dias corridos Trabalho semanal - superior a 20 horas até 22 horas 14 dias corridos Trabalho semanal - superior a 15 horas até 20 horas 12 dias corridos Trabalho semanal - superior a 10 horas até 15 horas 10 dias corridos Trabalho semanal - igual ou inferior a 05 horas Importante diferenciação aos trabalhadores normais está no tratamento dado aos trabalhadores em regime de tempo parcial no que concerne às faltas injustificadas durante seu período aquisitivo. Para os trabalhadores em regime de tempo parcial, não é fixada uma proporcionalidade, mas tão somente delimitado uma quantidade específica de faltas, no qual será reduzido o período de férias pela metade. Assim os empregados em regime de tempo parcial que tiverem durante o período aquisitivo de férias mais de sete faltas injustificadas, terão seus períodos de férias reduzidos pela metade. CLT Artigo 130 A-... Parágrafo único - O empregado contratado sob o regime de tempo parcial que tiver mais de sete faltas injustificadas ao longo do período aquisitivo terá o seu período de férias reduzido à metade. 1.6.2 - As faltas justificadas É importante ressaltar que a lei não só delimita as hipóteses pelas quais os empregados terão reduzidas as suas férias, bem como, também trata das hipóteses que os empregados poderão faltar ao serviço, sem que com isso lhe seja descontada ou computada esta falta. São as chamadas faltas justificadas, que atualmente, encontram-se, regulamentadas no artigo 131 da CLT. Em apertado resumo, pode-se dizer que não serão consideradas faltas ao serviço, a ausência do empregado nas seguintes hipóteses: a) durante o licenciamento compulsório da empregada por motivo de maternidade ou aborto; b) por motivo de acidente do trabalho ou enfermidade atestada pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, com duração inferior a 06 meses. c) justificada pela empresa, entendendo-se como tal a que não tiver determinado o desconto do correspondente salário; d) durante a suspensão preventiva para responder a inquérito administrativo ou de prisão preventiva, quando for impronunciado ou absolvido; e) nos dias em que não tenha havido serviço, com percepção de salários e por período inferior a 30 dias. Havendo a paralisação por período igual ou superior a 30 dias, esta substitui as férias, inclusive, sendo devido o pagamento do adicional de 1/3. f) até 02 (dois) dias consecutivos, em caso de falecimento do cônjuge, ascendente, descendente, irmão ou pessoa que, declarada em sua Carteira de Trabalho e Previdência Social, viva sob sua dependência econômica; g) até 03 (três) dias consecutivos, em virtude de casamento; h) por 01 (um) dia, em caso de nascimento de filho, no decorrer da primeira semana; (Inciso incluído pelo Decreto-Lei n.º 229, de 28-02-67, DOU 28-02-67) Obs.: O parágrafo 1º do Art. 10 do Ato das Disposições Transitórias da Constituição Federal dispõe ser de 05 (cinco) dias o prazo da licença- paternidade, até que seja disciplina o disposto no inciso XIX do Art. 7º da Constituição Federal. i) por 1 (um) dia, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em caso de doação voluntária de sangue devidamente comprovada; j) até 2 (dois) dias consecutivos ou não, para o fim de se alistar eleitor, nos termos da lei respectiva; k) no período de tempo em que tiver de cumprir as exigências do Serviço Militar referidas na letra c do art. 65 da Lei n.º 4.375, de 17 de agosto de 1964; l) nos dias em que estiver comprovadamente realizando provas de exame vestibular para ingresso em estabelecimento de ensino superior. m) pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver que comparecer a juízo. n) pelo tempo que se fizer necessário, quando, na qualidade de representante de entidade sindical, estiver participando de reunião oficial de organismo internacional do qual o Brasil seja membro. 1.7 - A perda do direito de férias Da mesma forma que limita o período de férias e estabelece hipóteses em que as faltas não poderão ser consideradas para o cálculo deste período, a CLT também, estabelece algumas hipóteses em que o empregado perderá o direito ao gozo de férias anuais remuneradas. Trata-se dos casos elencados no artigo 133 da CLT. É importante ressaltar que nestes casos, os empregados perdem direito a gozarem as suas férias somente em relação a aquele período aquisitivo. Desta forma, assim que cessada a condição impeditiva, inicia-se novamente a contagem do período aquisitivo. Em apertado resumo, pode-se dizer que não terá direito a férias o empregado que, no curso do período aquisitivo: a) deixar o emprego e não for readmitido dentro de 60 (sessenta) dias subsequentes à sua saída; b) permanecer em gozo de licença, com percepção de salários, por mais de 30 (trinta) dias; c) deixar de trabalhar, com percepção do salário, por mais de 30 (trinta) dias, em virtude de paralisação parcial ou total dos serviços da empresa; d) tiver percebido da Previdência Social prestações de acidente de trabalho ou de auxílio-doença por mais de 06 (seis) meses, embora descontínuos. 1.8 - Referências Bibliográficas 1. DELGADO, Maurício Godinho in Curso de Direito do Trabalho. 8ª ed., São Paulo: LTr, 2009. 2. BARROS, Alice Monteiro de, in Curso de Direito do Trabalho. 8ª ed., ver e ampl. São Paulo: LTr, 2010. 3. MARTINS, Sérgio Pinto, in Direito do Trabalho. - 20ª ed. São Paulo, Atlas, 2004. 4. NASCIMENTO, Amauri Mascaro, in Curso de Direito do trabalho: história e teoria geral do direito do trabalho: relações individuais e coletivas dotrabalho. - 26ª. ed. - São Paulo: Saraiva, 2011. 1.5 - Férias na CLT - Parte 02 Nesta segunda parte continuaremos a análise dos principais aspectos das férias do trabalhador, sempre seguindo a ótica da CLT. Neste minicurso serão analisadas questões relacionadas ao período concessivo, a dobra e os efeitos na extinção do contrato de trabalho. 1 - Férias na CLT - Parte 02 1.1 - Do período concessivo Apenas recapitulado, em observância ao princípio da anualidade, o decurso de um ano é o período exigido para a aquisição do direito às férias pelo empregado. Ou seja, somente após o decurso de 12 meses de prestação de serviços é que o empregado adquire o direito às férias. Este período é denominado de período aquisitivo. Desta forma, transcorrido o período de doze meses de serviços, o empregado adquire o direito às férias. Encerrado o período aquisitivo, inicia-se a contagem de um novo período, o período concessivo. O período concessivo é prazo delimitado por lei, no qual o empregador deverá conceder as férias ao empregado. Note-se que não se trata de uma faculdade, mas sim, de uma exigência legal, que se descumprida, poderá ensejar em diversas penalidades, tais como, o pagamento deste período em dobro. O período concessivo inicia-se logo após o término do período aquisitivo e também tem a duração de doze meses. Desta forma, é correto o entendimento popular de que o empregador deverá conceder as férias ao empregado no prazo máximo de doze meses, contados após o término do período aquisitivo. Entretanto, também por expressa disposição legal, a decisão acerca do melhor momento em que serão concedidas as férias ao empregado pertence ao empregador. Assim, desde que respeitado o período concessivo, o momento para a concessão das férias é prerrogativa do empregador. Ou seja, é ao empregador a quem cabe à escolha do dia que se iniciará as férias do empregado. Existem duas exceções a esta regra: a) empregado estudante, menor de 18 anos, tem direito que a férias coincidam com o seu período de férias escolares. Note-se que neste caso, a exigência é conjunta, ou seja, não basta apenas que o empregado seja menor ou que seja estudante, é necessário à existência conjunta das duas condições. b) os membros da mesma família que trabalham na mesma empresa tem o direito de gozarem as férias no mesmo período desde que não resulte prejuízo para a empresa. Neste caso, como se pode notar, também existem condicionantes: os membros da mesma família devem trabalhar na mesma empresa, deverão desejar gozar suas férias no mesmo período e, esta decisão não poderá resultar em prejuízo para o serviço. Deve-se registrar, todavia, que nos dias atuais, a maioria das empresas tem possibilitado que os próprios empregados escolham qual o melhor momento para gozarem de suas férias. Entretanto, não se engane! A prerrogativa continua a ser do empregador e a hipótese supramencionada trata-se de uma faculdade que pode ser exercida ou não. Ainda acerca desta questão, embora se trate de prerrogativa do empregador, cumpre destacar que o dia de início das férias, coletivas ou individuais, não poderá coincidir com sábado, domingo, feriado ou dia de compensação de repouso semanal. Trata-se de disposição constante no Precedente Normativo nº 100 do TST. PN-100 FÉRIAS. INÍCIO DO PERÍODO DE GOZO (positivo) O início das férias, coletivas ou individuais, não poderá coincidir com sábado, domingo, feriado ou dia de compensação de repouso semanal. 1.2 - A forma de concessão das férias O ordenamento jurídico quando instituiu o direito de férias aos empregados, estabeleceu que a princípio, as férias deveriam ser concedidas de uma só vez, somente admitindo-se exceções caso excepcionais. Contudo, também para este caso, a grande maioria das empresas tem assegurado aos empregados o direito ao parcelamento das mesmas. E, desta forma, os empregados têm estabelecido as mais diversas formas de parcelamento possíveis, dividindo o período de férias em 15 e 15; ou 12 e 18 ou mesmo; 14 e 16 dias. Todavia, é importante ressaltar que as férias somente poderão ser parceladas por duas vezes, sendo vedada à concessão de um período inferior a 10 dias. Trata-se de imposição legal estabelecida pelo artigo 134 da CLT. CLT Artigo 134... § 1º - Somente em casos excepcionais serão as férias concedidas em 02 (dois) períodos, um dos quais não poderá ser inferior a 10 (dez) dias corridos. Exceção a esta regra, diz respeito aos empregados menores de dezoito e aos maiores de 50 anos que, neste caso, deverão gozar do período de férias sempre de uma só vez. Trata-se de exigência estabelecida no parágrafo 2º do artigo 134 da CLT. Artigo 134... § 2º - Aos menores de 18 (dezoito) anos e aos maiores de 50 (cinquenta) anos de idade, as férias serão sempre concedidas de uma só vez. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977). 1.3 - A comunicação das férias Exige-se que a decisão do empregador acerca do dia de inicio das férias do empregado, será participada ao interessado, por escrito e com antecedência de, no mínimo, 30 (trinta) dias. Dessa participação o empregado dará recibo de recebimento. Trata-se de exigência estabelecida no artigo 135 da CLT: Art. 135 - A concessão das férias será participada, por escrito, ao empregado, com antecedência de, no mínimo, 30 (trinta) dias. Dessa participação o interessado dará recibo. (Redação dada pela Lei nº 7.414, de 9.12.1985). Neste caso, cumpre destacar que uma vez comunicado ao empregado o período do gozo de férias individuais ou coletivas, o empregador somente poderá cancelar ou modificar o início previsto se ocorrer necessidade imperiosa e, ainda assim, mediante o ressarcimento, ao empregado, dos prejuízos financeiros por este comprovados. (Precedente Normativo nº 116 do TST). 1.4 - Da base de cálculo O empregado durante o seu período de férias deverá ser pago de acordo com a sua remuneração na época da concessão. (art. 142, CLT) Então partindo do pressuposto que na época de concessão das férias, um empregado perceba a remuneração de R$900,00, este irá receber o valor de R$1.200,00. Ou seja, a conta é simples = REMUNERAÇÃO DO EMPREGADO + 1/3. Entretanto, em se tratando de férias indenizadas, após a extinção do contrato, o cálculo apresentará como base a remuneração devida ao empregado na época da reclamação ou, e for o caso, na da extinção do contrato. (súmula 07, TST). Todavia, para os empregados que recebem seus salários calculados por hora, por tarefa ou por porcentagem, a CLT para fins de apuração do quantum, estabelece regras especiais, conforme preconiza o artigo 142 da CLT. Em apertado resumo, pode-se concluir o seguinte: a) Quando o salário for pago por hora com jornadas variáveis, apurar-se-á a média do período aquisitivo, aplicando-se o valor do salário na data da concessão das férias. b) Quando o salário for pago por tarefa tomar-se-á por base a media da produção no período aquisitivo do direito a férias, aplicando-se o valor da remuneração da tarefa na data da concessão das férias. Neste caso, a remuneração das férias do tarefeiro deve ser calculada com base na média da produção do período aquisitivo, aplicando-se-lhe a tarifa da data da concessão. (súmula 149/TST). c) Quando o salário for pago por percentagem, comissão ou viagem, apurar-se-á a média percebida pelo empregado nos 12 (doze) meses que precederem à concessão das férias. Neste caso, o valor das comissões deve ser corrigido monetariamente para em seguida obter-se a média para efeito de cálculo de férias. (OJ. SDI1- 118/TST) d) A parte do salário paga em utilidades será computada de acordo com a anotação naCarteira de Trabalho e Previdência Social. Importa registrar que os adicionais por trabalho extraordinário, trabalho noturno, insalubre ou perigoso entram no calculo da remuneração de férias, conforme imposição estabelecida no parágrafo 5º do artigo 142 da CLT. Se no momento das férias, entretanto, o empregado não estiver percebendo o mesmo adicional do período aquisitivo, ou quando o valor deste não tiver sido uniforme, será computada a média duodecimal recebida naquele período, após a atualização das importâncias pagas, mediante incidência dos percentuais dos reajustamentos salariais supervenientes. Em se tratando da majoração do valor do repouso semanal remunerado, em razão da integração das horas extras habitualmente prestadas, tem entendido o Egrégio Tribunal Superior do Trabalho que este não repercute no cálculo das férias, sob pena de caracterização de "bis in idem". (OJ- SDI1-394/TST). A gratificação semestral também não repercute no cálculo das férias. (sumula 253/TST). Não incide a contribuição para o FGTS sobre as férias indenizadas. (OJ- SDI1-195/TST). 1.5 - Do abono de férias É facultado ao empregado, mediante requerimento ao empregador, com a antecedência de no mínimo 15 dias antes do período aquisitivo, solicitar a conversão de 1/3 de seu período de férias em abono pecuniário, calculado com base na remuneração que lhe seria devida no dia da concessão. (art. 143 da CLT). O pagamento da remuneração relativo às férias e também do seu respectivo abono deverá ser pago em até dois dias antes do início do respectivo período. (art. 145 da CLT). Em se tratando da hipótese de haver abono de férias instituído por instrumento normativo e o terço constitucional, tem entendido o Egrégio Tribunal Superior do Trabalho que por apresentarem a mesma natureza jurídica, destinação e finalidade, constitui-se "bis in idem" exigir o seu pagamento simultâneo. Trata-se de disposição contida na OJ-SDI1T-50: OJ-SDI1T-50 FÉRIAS. ABONO INSTITUÍDO POR INSTRUMENTO NORMATIVO E TERÇO CONSTITUCIONAL. SIMULTANEIDADE INVIÁVEL. (conversão da Orientação Jurisprudencial nº 231 da SBDI-1, DJ 20.04.2005) O abono de férias decorrente de instrumento normativo e o abono de 1/3 (um terço) previsto no art. 7º, XVII, da CF/1988 têm idêntica natureza jurídica, destinação e finalidade, constituindo-se "bis in idem" seu pagamento simultâneo, sendo legítimo o direito do empregador de obter compensação de valores porventura pagos. (ex-OJ nº 231 da SBDI-1 - inserida em 20.06.01). 1.6 - O pagamento das férias em dobro Vencendo o prazo de doze meses para a concessão do período de férias, o empregador será obrigado a pagá-la em dobro. Ou seja, vencido o prazo concessivo, o empregador fica obrigado ao pagamento de forma dobrada. (art. 137 da CLT). Então, considerando que o empregado ingressou na empresa em janeiro de 2010, este somente adquiriu o direito às férias em janeiro de 2011 (período aquisitivo). Desta forma, deverá o empregador conceder as férias ao empregado até janeiro de 2012. (período concessivo). Ultrapassada a data de janeiro de 2012 (período concessivo), incide na dobra prevista no artigo 137 da CLT, pelo que, o empregador fica obrigado ao pagamento de forma dobrada. Inclusive, neste caso, pode o empregado pleitear sua concessão perante a Justiça do Trabalho, no qual, mediante sentença, será fixada a época para do gozo das mesmas, mediante a cominação de multa de 5% (cinco por cento) do salário mínimo da região, devida ao empregado até que seja cumprida. (art. 137,§§ 1º e 2º da CLT). Então surge o primeiro questionamento... Tudo bem... A dobra se refere aos dias... Mas ao calcularmos o valor, o terço constitucional deve ser pago de forma simples ou dobrada? Neste caso, ainda não há uniformidade na doutrina. Entretanto, parece-me que a melhor corrente é aquela que entende que a dobra também incide sobre o terço constitucional. Neste sentido, pede-se vênia para transcrição de ementa de julgado da 6ª Turma do TST, no qual relatoria coube ao Ministro Mauricio Godinho Delgado: RECURSO DE REVISTA. 1. FÉRIAS VENCIDAS. DOBRA SOBRE O TERÇO CONSTITUCIONAL. A ordem jurídica determina que seja dobrado o valor monetário correspondente às férias, sendo o terço parte componente desse valor (art. 7º, XVII, CF/88). Portanto, onde se falar em dobra de férias, quer-se dizer: salário correspondente ao respectivo período, acrescido de um terço, e, em seguida, multiplicado por dois. Recurso de revista não conhecido, no aspecto. (...) ( RR - 6500-17.2008.5.12.0043 , Relator Ministro: Mauricio Godinho Delgado, Data de Julgamento: 31/08/2011, 6ª Turma, Data de Publicação: 09/09/2011). E... se o empregador possibilita o gozo das férias dentro do período concessivo, mas não procede ao pagamento das férias no prazo previsto no artigo 145 da CLT? Neste caso, incidirá a dobra? Sim. Conforme posicionamento dominante no âmbito do Tribunal Superior do trabalho, consubstanciado na OJ-SDI1-386, é devido o pagamento em dobro da remuneração de férias, ainda que gozadas na época própria, se o empregador tiver descumprido o prazo previsto no art. 145 do CLT. Veja a súmula: OJ-SDI1-386 FÉRIAS. GOZO NA ÉPOCA PRÓPRIA. PAGAMENTO FORA DO PRAZO. DOBRA DEVIDA. ARTS. 137 E 145 DA CLT. (DEJT divulgado em 09, 10 e 11.06.2010) É devido o pagamento em dobro da remuneração de férias, incluído o terço constitucional, com base no art. 137 da CLT, quando, ainda que gozadas na época própria, o empregador tenha descumprido o prazo previsto no art. 145 do mesmo diploma legal. 1.7 - Da extinção do contrato de trabalho Encerrado o contrato de trabalho, independentemente da causa de sua rescisão, será assegurado ao empregado o direito a remuneração simples ou em dobro, conforme o caso, de acordo com o período de férias já adquirido. (art. 146 da CLT). Então em se tratando das férias vencidas, ou seja, no qual o período aquisitivo já esteja completo, independentemente da forma de sua rescisão, é assegurando seu o pagamento. Neste caso, a incidência da dobra irá levar em conta o decurso ou não do período concessivo. Imagine a seguinte situação: Um empregado que ingressou na empresa no ano de jan/2009 e nunca gozou de suas férias, teve seu contrato de trabalho encerrado em jan/12, em quais períodos irá incidir a dobra? Então pensemos... Férias nunca gozadas. Prestação de serviço: jan/09 a jan/12. Períodos aquisitivos: jan/09 a jan/10, jan/10 a jan/11, jan/11 a jan/12. Períodos concessivos: jan/10 a jan/11, jan/11 a jan/12, jan/12 a jan/13. Data de extinção do contrato: jan/12. Férias simples: jan/11 a jan/12 Férias dobradas: jan/09 a jan/10, jan/10 a jan/11 Na hipótese de não completado o período aquisitivo relativo àquele ano, o empregado, desde que não demitido por justa causa, terá direito à remuneração relativa ao período incompleto, calculado na proporção de 1/12 por mês de serviço ou fração superior a 14 dias. (Parágrafo único do art. 146 da CLT). O empregado demitido por justa causa perde o direito ao recebimento das férias proporcionais. (Súmula 171/TST). Já o empregado que tem reconhecida a culpa recíproca na rescisão do contrato de trabalho (art. 484 da CLT), tem direito a 50% (cinquenta por cento) do valor das férias proporcionais. (Súmula 14/TST). 1.8 - Da prescrição O início da prescrição para reclamar do direito de férias ou do pagamento da respectiva remuneração é contado tomando-se como base o termino do período concessivo, ou seja, vencido os doze meses subsequente ao período aquisitivo, ou quando for o caso, do término do contrato de trabalho. CLT Art. 149 - A prescrição do direito de reclamar a concessão das férias ou o pagamento da respectiva remuneraçãoé contada do término do prazo mencionado no art. 134 ou, se for o caso, da cessação do contrato de trabalho. 1.9 - Bibliografia 1. DELGADO, Maurício Godinho, in Curso de Direito do Trabalho. 8ª ed., São Paulo: LTr, 2009. 2. BARROS, Alice Monteiro de, in Curso de Direito do Trabalho. 8ª ed., ver e ampl. São Paulo: LTr, 2010. 3. MARTINS, Sérgio Pinto, in Direito do Trabalho. - 20ª ed. São Paulo, Atlas, 2004. 4. NASCIMENTO, Amauri Mascaro, in Curso de Direito do trabalho: história e teoria geral do direito do trabalho: relações individuais e coletivas do trabalho. - 26ª. ed. - São Paulo: Saraiva, 2011. 2.8 - Notícias dos Tribunais É sempre bom conferir as notícias dos tribunais que relatam como os julgadores estão decidindo os temas mais complexos relacionados as férias dos trabalhadores. Contudo é oportuno salientar que não se deve assustar com uma ou outra decisão que possa parecer incoerente com as disposições legais, nem mesmo quando conflitante com outra decisão do mesmo tribunal. É assim mesmo. O direito não é uma ciência exata e os julgadores, da mesma forma que os doutrinadores, nem sempre estão afinados com uma interpretação. Assim, apenas para ilustrar e ainda, proporcionar um pouco de conhecimento prático, indicaremos no decorrer de nosso Estudo Temático algumas notícias dos Tribunais. 2.9 - Notícias - Férias em dobro Você aprendeu que em algumas hipóteses, o pagamento das férias deve ser realizado em dobro. Desta forma, a notícia escolhida trata desta matéria. A decisão é do Tribunal Superior do Trabalho. Adiantamento apenas do abono de um terço não isenta empresa de pagar férias em dobro TST - 10/07/2012 A Companhia de Processamento de Dados do Rio Grande do Norte S.A. (Datanorte) foi condenada pela Terceira Turma do Tribunal Superior do Trabalho a pagar em dobro o valor das férias e do terço constitucional de uma empregada, por não ter efetuado o pagamento antecipado da remuneração, apenas do terço, antes do início das férias. O artigo 145 da CLT estabelece que o pagamento da remuneração de férias deve ocorrer até dois dias antes do início do período de descanso. A Terceira Turma modificou decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 21ª Região (RN), no sentido de que o pagamento do abono constitucional antecipadamente, e apenas da remuneração das férias fora do prazo estabelecido na CLT, não era motivo para a condenação em ao pagamento em dobro. Segundo o relator do recurso de revista, ministro Mauricio Godinho Delgado, o entendimento regional estava em dissonância com a atual jurisprudência do TST, expressa na Orientação Jurisprudencial 386 da Subseção 1 Especializada em Dissídios Individuais (SDI-1). O relator informou que, conforme determina o artigo 145 da CLT, a remuneração de férias, incluído o terço constitucional e, se for o caso, o abono pecuniário relativo à venda de dez dias de férias, deve ser paga até dois dias antes do início do respectivo período. O objetivo, segundo ele, viabilizar o efetivo usufruto das férias, inclusive sob a ótica prática, no aspecto econômico-financeiro. Após longa maturação jurídica, começou a se firmar a jurisprudência no sentido de que a omissão empresarial em antecipar o conjunto dos pagamentos de férias compromete o real usufruto do direito, destacou. Esse aspecto, portanto, possibilita a incidência do pagamento em dobro definido pelo artigo 137 da CLT. (Lourdes Tavares/CF) Processo: RR-60800-89.2011.5.21.0004 2.10 - Notícias - Abono pecuniário Você aprendeu que em algumas hipóteses o empregado pode vender parte de suas férias. Desta forma, a notícia escolhida trata desta matéria. A decisão é do Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais. Empregado não pode vender mais de dez dias de férias (26/04/2012) TRT - 3ª Região - MG - 26/04/2012 O artigo 143 da CLT possibilita ao empregado converter 1/3 do período de férias em abono pecuniário. Trata-se do procedimento conhecido comumente como venda de férias. Em vez de gozar trinta dias de descanso, o trabalhador pode optar por suspender o trabalho apenas por vinte dias e receber o valor da remuneração que lhe seria devida pelos dez restantes. No entanto, se o limite legal não for respeitado, a conversão é nula e o empregador ficará obrigado a pagar o dobro da remuneração, na forma prevista no artigo 137 da CLT. E foi o que aconteceu no processo analisado pela 2ª Turma do TRT-MG. A reclamante afirmou em seu depoimento que sempre vendeu suas férias, sendo que, nos dois primeiros anos, foram vinte dias convertidos em dinheiro, nos últimos anos, trintas dias. A empregadora admitiu que pagava o valor correspondente a vinte dias de abono pecuniário em cada período de concessão de férias. Ou seja, a empregada descansava apenas dez. Por outro lado, a reclamante não conseguiu comprovar que, posteriormente, passou a vender os trintas dias, trabalhando durante todo o tempo que seria destinado às férias. Conforme observou o desembargador Sebastião Geraldo de Oliveira, a declaração da reclamada deixa claro o descumprimento ao artigo 143 da CLT, que permite a conversão de apenas 1/3 das férias. A venda de 2/3 do período causa prejuízo ao trabalhador, que acaba não descansando nem o mínimo previsto. Essa irregularidade enseja a aplicação do artigo 137 da CLT, que determina o pagamento em dobro da respectiva remuneração. A decisão de 1º Grau condenou a empresa ao pagamento de férias de forma simples, acrescida de 1/3. Isso porque a reclamante já recebeu pelo período e a dobra refere-se à repetição do valor correspondente à remuneração pelo trabalho em dias que seriam de descanso. Ocorre que, segundo destacou o relator, o pagamento deve ser limitado ao período dos vinte dias de férias anuais, que não foram usufruídas pela reclamante. O pagamento integral do período de férias caracterizaria enriquecimento sem causa da reclamante, já que alcançaria inclusive os 10 dias de férias efetivamente gozados pela autora, acrescentou. Com esses fundamentos, o desembargador deu parcial razão ao recurso da ré, apenas para limitar a condenação ao pagamento das férias ao período de vinte dias, que não foram gozados pela trabalhadora. ( 0000460-12.2011.5.03.0060 RO ) 2.11 - Notícias - Abono - Conversão em pecúnia - Terço Constitucional Você aprendeu que sobre a remuneração das férias incide o terço constitucional. Entretanto, em se tratando de sua conversão em pecúnia, também deve incidir o terço constitucional no cálculo? Desta forma, a notícia escolhida trata desta matéria. A decisão é do Tribunal Superior do Trabalho. SDI-1 discute incidência de terço constitucional sobre férias convertidas em pecúnia TST - 27/02/2012 A Subseção 1 Especializada em Dissídios Individuais (SDI-1) do Tribunal Superior do Trabalho manteve por unanimidade decisão que rejeitou a incidência do terço constitucional (adicional de férias) sobre o abono pecuniário. A subseção negou provimento a recurso em que o Sindicato dos Estabelecimentos Bancários de Florianópolis e Região questionava a metodologia aplicada pela Caixa Econômica Federal (CEF) no cálculo do terço constitucional nos casos de conversão de dez dias em pecúnia. A pretensão era a de que as férias do empregado que convertesse dez dias em espécie fossem pagas com o adicional de um terço sobre os 30 dias e, além disso, o valor dos dez dias convertidos em pecúnia deveria ser acrescido de mais um terço. A CEF, na contestação, afirmou que calculava o terço sobre os 30 dias, como exige a legislação, e que a diferença estava apenas na forma de lançamento dos valores, pois o cálculo era feito sobre cada parcela separadamente (os 20 dias efetivamente usufruídos e os dez dias convertidos em pecúnia). O
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