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Trabalho - Consignacao em pagamento

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O pagamento em consignação
Conforme o art. 304 do Código Civil brasileiro:
“Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o credor se opuser, dos meios conducentes à exoneração do devedor. ”
O pagamento significa então o cumprimento ou adimplemento da obrigação, sendo esse o principal modo de extinção das obrigações. O pagamento pode ser direto ou indireto (pagamento especial), como, por exemplo, o pagamento em consignação, que pode ser efetuado mediante depósito judicial ou bancário (extrajudicial), e não diretamente ao credor.
O que caracteriza o pagamento, como modo extintivo da obrigação, é a realização voluntária da prestação devida e a satisfação do interesse do credor. No entanto, também ao devedor interessa o cumprimento, para se liberar do vínculo a que se encontra adstrito. Se não efetuar o pagamento no tempo, local e forma devidos, sujeitar-se-á aos efeitos da mora. Consistindo a obrigação na entrega da coisa, enquanto não houver a tradição, permanece o devedor responsável pela guarda, respondendo por sua perda ou deterioração. Igual interesse pode ter também terceiros, como o dono da coisa dada em garantia de dívida alheia, o adquirente da coisa hipotecada, o fiador, o avalista, etc.¹
Todavia, o pagamento depende ainda da concordância do credor. Contudo, o sujeito passivo da obrigação tem não apenas o dever de pagar, mas também, o direito de pagar. O pagamento em consignação consiste no depósito, pelo devedor, da coisa devida, com o objetivo de liberar-se da obrigação.
O art. 334 do Código Civil dispõe:
“Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito judicial ou em estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e forma legais. ”
A consignação é instituto de direito material previsto no art. 334 à 345 do Código Civil que menciona os fatos que autorizam a consignação e também de direito processual prevê o modo de fazê-la nos artigos 539 à 549 do novo Código de Processo Civil.
Quando o credor em termos gerais se recusar a receber o pagamento em dinheiro, o devedor poderá então optar por depósito bancário que é considerada forma extrajudicial ou pelo ajuizamento de ação de consignação em pagamento devendo este fazer o depósito judicial. 
Embora lei assegure ao devedor o direito de consignar a coisa devida, tal fato só pode ocorrer na forma e nos casos legais. Se não houver recusa do credor em receber ou outra causa legal, não pode o devedor sem motivo justificável efetuar o pagamento na forma de deposito, em vez de pagar diretamente ao credor. O deposito, nesse caso, será considerado insubsistente e a ação julgada improcedente.²
O objeto da consignação
O objeto da consignação em pagamento pode ser tanto uma coisa (bem móvel ou imóvel) quanto uma obrigação em dinheiro.
Temos como exemplos de consignação em pagamento: consignação em pagamento de valores de duplicatas mercantis, boletos bancários e notas fiscais que foram enviadas a endereço distinto do devedor; consignação das chaves no caso em que finda a locação do imóvel e o locador se recusa a recebê-la alegando dívidas ou multas em atraso; consignação em pagamento do valor levantado em juízo pelo advogado do credor tendo em vista que seu cliente se recusa a receber a quantia entregue por seu patrono, etc.
Por isso, proclama a jurisprudência: “O direito material permite a consignação, tanto ao devedor de imóveis quanto de dinheiro, de quantidade de móveis, de coisa certa ou de coisa incerta”³
A consignação por ser realizada por meio de depósito limita a sua aplicação às obrigações de dar. Silvio Rodrigues acentua: “somente as obrigações de dar podem ser objeto de consignação, sendo mesmo absurdo imaginar o depósito de uma obrigação de fazer ou de não fazer”
As obrigações de dar consistem em dar coisa certa (objeto certo e individualizado) ou coisa incerta (genérica, em que a coisa é determinada apenas pelo gênero e quantidade, sem definir a qualidade). 
O art. 341 do Código Civil trata da obrigação de dar coisa certa:
“Se a coisa devida for imóvel ou corpo certo que deva ser entregue no mesmo lugar onde está, poderá o devedor citar o credor para vir ou mandar recebê-la, sob pena de ser depositada.”
Se tratando da obrigação de dar coisa incerta, indeterminada o Código Civil em seu art. 342 determina:
“ Se a escolha da coisa indeterminada competir ao credor, será ele citado para esse fim, sob cominação de perder o direito e de ser depositada a coisa que o devedor escolher; feita a escolha pelo devedor, proceder-se-á como no artigo antecedente.”
Fatos para que haja a consignação
A descrição dos fatos que autorizam a consignação acontece principalmente no art. 335 do Código Civil aonde apresenta um rol, não taxativo de tais casos. Outros são mencionados em outros artigos como por exemplo nos art. 341 e art. 342 aqui já vistos.
O art. 335 trás fatos que tem como fundamento: a) a mora do credor (nos incisos I e II); b) circunstancias inerentes à pessoa do credor que impedem o devedor de satisfazer a sua intenção de acabar com a obrigação (incisos III a V).
Art. 335,I: “se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma.”
O fato trata-se da hipótese de mora do credor. O dispositivo trata de três situações diferentes, a recusa do credor em receber o pagamento ou dar quitação à impossibilidade subjetiva de receber.
Na hipótese do inciso I o devedor não é obrigado a efetuar a consignação, pois, provindo a inexecução de culpa alheia, não se caracteriza mora de sua parte. Todavia, embora sem ser obrigado a consignar, abre-lhe a lei a faculdade de fazê-lo, pois assim prova não ser faltoso e marca a recusa de seu adversário.
Se o locador, por exemplo, não quiser receber o aluguel porque o inquilino não incluiu aumento autorizado por lei, não haverá lugar para a consignação. O motivo apresentado para a recusa é justo, pois ninguém é obrigado a receber menos do que lhe é devido. Se, no entanto, não houver base legal para o acréscimo pretendido, a consignação será procedente.
A consignação ainda terá lugar se o credor concordar em receber o pagamento, mas recusar-se a fornecer o recibo de quitação, ou se não puder recebê-lo nem o fornecer, porque se trata de meio liberatório do devedor.
¹Antunes Varela, Direito das Obrigações, v. II, p. 181; Sílvio Venosa, Direito Civil, v. II, p.263.
²Silvio Venosa, Direito Civil, cit., v. II, p. 264.
³RF, 310/144.

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