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POLÍTICA Para Bobbio: Atividades que se referem a pólis. (Cidade/Estado) Tudo que se refere à cidade. (Comunidade). Consequentemente tudo que é urbano, civil, público, social e sociável. Forma de atividade ou de práxis humana. Ligado ao poder e obtenção de vantagens. Concede legitimidade para o Estado monopolizar a força física. Para Aristóteles: Reflexão sobre as atividades que se referem a pólis. (Cidade/Estado) Primeiro tratado sobre natureza, funções e divisões do Estado, sob várias formas de governo. Visão filosófica de como a política deveria ser. Visão teleológica INSTITUIÇÃO: surge através de um processo histórico. Comportamento habituado e recorrente, padronizado que são valorizados socialmente. Resolvem problemas contínuos; Servem como trilha para a pessoa agir; Regula os comportamentos dentro de uma sociedade; Vista e tida como natural funcionamento para os homens da mesma forma como o instinto funciona para o animal. ESTADO: Assim como a instituição, surge de comportamentos habituais. A ciência política encara o Estado sob dois aspectos: a) Como VALORAÇÃO (como deveria ser ou não) b) Como REALIDADE SOCIAL (como efetivamente é) O Estado surge em dois passos: a) Com estabelecimento da diferença entre governantes e governados; b) A institucionalização dessa diferença, criando-se uma ordem jurídica. (Conjunto de normas de aplicabilidade legal e geral escritas ou não escritas) Onde quer que existam essas condições, existirá um Estado, quer ele tenha presidente, rei ou chefe, leis escritas ou não, três Poderes ou não. O Estado é a organização política e jurídica da sociedade. IDEOLOGIA Conjunto de ideias que guiam o comportamento e o pensamento. Curso de uma filosofia positiva. Sistema de ideias que representa a realidade de forma a atender os interesses da sociedade (Marx) Prescritivo: como se deve pensar, agir e sentir. Relação de existência de classes sociais. Oculta a luta de classes. (Critério econômico) Inverte e distorce a realidade. Etapas de desenvolvimento da humanidade: 1º. Religiosa: o mundo é explicado através de Deus. O sobrenatural. 2º. Metafísica: o mundo é explicado através de categorias abstratas. (Razão e ética) 3º. Positiva: o mundo é criticado através da ciência. Lembremos que, depois de uma série de acontecimentos em Ugh-Ugh, a maneira de ver o mundo e interpretar os fatos, antes comum a todos os membros da coletividade, começou a mudar, de acordo com a posição de cada um no sistema socioeconômico. A ideologia incorpora sempre uma teoria sobre o mundo, uma explicação totalizante. DEMOCRACIA A qualificação de um Estado como democrático não se acha vinculada a nenhuma ideologia. Pode-se dizer, por fim, que haverá democracia onde exista soberania popular efetivamente exercida. Instituição de poderes (funcionamento formal) Sufrágio Universal Pluralidade de partidos Soberania Popular Direitos civis, políticos e sociais assegurados pelo Estado. A democracia direta é aquela exercida diretamente pelo povo. Em que os cidadãos, todos reunidos, busquem, no debate e na discussão cara a cara, o consenso e a realização do bem comum. Todos são iguais perante a lei. A democracia indireta é aquela em que o povo utiliza o voto para a escolha dos representantes políticos mais adequados aos seus interesses. Os cidadãos teriam os seus direitos assegurados por políticos que se comprometeriam a atender os anseios de seus eleitores. A democracia semidireta o povo participa diretamente da elaboração de uma lei ou a tomada de uma decisão relevante pelo Estado. A atuação do povo não é exclusiva, pois age em conjunto com os representantes eleitos, que vão discutir, elaborar ou aprovar a lei. Esta intervenção compreende, os seguintes institutos: plebiscito, referendo, iniciativa popular, veto popular e recall. 1. Sentido etimológico: o governo do povo. 2. Sentido real: sob o ponto de vista político. Aristóteles definiu-a como o governo do povo. 3. Definição: como sistema de governo, que pretende dar, a todos iguais possibilidades de participação na gestão pública, liberdade de agir, dentro da coletividade, desde que não violem o direito de seus semelhantes. O ESTADO PARA JOÃO UBALDO RIBEIRO Caracterizado por um conjunto de instituições que controlam e administram uma “nação”. Dentro de um estado geralmente ocorre uma disputa pelo poder, pois cada grupo quer atender a determinados interesses específicos. O grupo vitorioso vai se estabelecer no poder e atender as necessidades do seu grupo, e através disso tentar articular o sistema sempre a seu favor, de modo que os grupos dominados não consigam se estruturar e mudar o que já está institucionalizado pelo grupo dominado. Esse grupo só se manterá no poder caso realize com sucesso a manutenção do mesmo, isso ocorre se mostrando presente como dominante. VISÃO DE BOBBIO Política: forma de atividade ou de práxis humana (prática humana). Meios adequados de obtenção de vantagem (Hobbes) Conjunto de meios que permitem alcançar os efeitos desejados (Russell) Pólis Pode ser sujeito da ação: O Estado baixa as regras Ordenar ou proibir exercício de domínio exclusivo de território Legislar através de normas Tirar e transferir recursos de uma sociedade. Pode ser objeto da ação: Conquista e manutenção do poder. Defesa Ampliação Fortalecimento Derrubada Destruição do Poder Estatal O poder: Relação entre dois sujeitos, dos quais um impõe ao outro a própria vontade e lhe determina, malgrado seu, o comportamento. Pode ser completada com a definição “posse dos meios” (domínio sobre os outros e sobre a natureza, que permitem alcançar justamente uma “vantagem qualquer” ou os “efeitos desejados”. Exemplo de poder entre dois sujeitos como fórmulas típicas de linguagem política: Governante x Governado Soberano x Súdito Pai/mãe x Filhos Professor x Aluno O poder político pertence a categoria do poder do homem sobre outro homem, não a do poder do homem sobre a natureza. TIPOLOGIA CLÁSSICA – Aristóteles: Critério de distinção das formas de Poder. De caráter Prescritivo: diz como as coisas deveriam ser. (Bom Governo) Interesse em benefício de quem o poder é exercido: (Finalidade do Poder Teleológico) O poder paterno = em benefício da família e dos filhos O poder despótico = exercido no interesse do soberano O poder político = exercido pelo interesse de quem governa e quem é governado (Povo) No tratado jusnaturalista (defendiam direitos naturais), prevaleceu o critério do fundamento ou princípio da legitimação (o direito só tem legitimidade se tiver título suficiente para prova de seu direito) Governo de John Locke: Poder paterno: fundamento na natureza. Poder despótico: castigo por um delito cometido. Poder civil ou político: fundamento no consenso. (Caráter prescritivo) *Poder pelo Consenso: (O governo agia pelo bem público) TIPOLOGIA MODERNA Critério de distinção das formas de poder são os meios que se serve o sujeito ativo da relação para determinar o comprometimento do sujeito passivo. Poder econômico ou aquisitivo: Posse de bens e posse de meios de produção. (Ricos e pobres) Em geral é todo aquele que possui abundância de bens e é capaz de determinar o comportamento de quem se encontra em condições de penúria, mediante a promessa de concessão de vantagens. Poder ideológico: Se baseia na influência de ideias sistematizadas e crenças. (Sábios e ignorantes) As ideias são formuladas de um certo modo expressas em certas circunstâncias por umapessoa de certa autoridade, mediante certos processos exerce sobre a conduta dos consociados (associados). Há a integração do grupo de “sábios”. Poder Político: Posse dos meios de violência, força física, instrumentos. (Fortes e fracos) É o poder coator que coage ou constrange por posse de instrumentos mediante os quais se exerce a força. O uso da força física é uma condição necessária, mas não suficiente, deve ser legítima, monopólio legitimado. Hipótese Hobbesiana: - Passagem do Estado de natureza ao estado Civil e Estado apolítico ao Estado político. Ocorre quando os indivíduos renunciam ao direito de usar cada um a própria força que os tornava iguais no Estado de natureza para confiar a uma única pessoa que seria o único corpo autorizado a usar a força contra eles. Características que diferencia o Poder Político: A exclusividade: não permitir a formação de grupos armados A universalidade: capacidade dos detentores da política de tomar as decisões legítimas A inclusividade: possibilidade de intervir por meio de instrumento de ordenamento jurídico. obs.: O poder político também impõe limites. Para Aristóteles: O interesse é em benefício de quem o poder é exercido: Critério Teleológico (orientado pela finalidade) SUPERIORES E INFERIORES O Poder Político é em toda sociedade de desiguais o Poder Supremo, o Poder que o qual todos os demais estão de algum modo subordinados. O poder coativo é aquele que recorre a todos os grupos sociais em última instância para se defenderem dos ataques externos ou para impedirem de serem eliminados. O instrumento decisivo para impor a própria vontade é o uso da força, a Guerra. Subsistema fundamentais do poder: Organização de forças produtivas Organização do consenso Organização da coação (forçar) O PODER POLÍTICO Embora o uso da força distingue o poder político das outras formas de poder, não significa que ele se resolva no uso da força. Tal uso é uma condição necessária, mas não suficiente para existência do poder político. O uso da força como poder político é exclusividade de resultados de um processo que se envolve uma sociedade organizada no sentido de monopolização da posse e uso dos meios com que se pode exercer a coação física. Este processo de monopolização acompanha “pari-passu” o processo de incriminação que pune todos os atos de violência que não sejam executados por pessoas autorizadas pelos detentores e beneficiários de tal monopólio. Classe dominada subordinada pela classe dominante… Poder Político: monopólio legítimo da coerção física. Estado (weber) empresa institucional detentora de poder político que monopoliza legitimamente a coerção física. Concentração de poder em um ou alguns Autoridade única Arbitrariedade Não liberdade NAÇÃO Conjunto de pessoas unidas por laços eternos que compartilham a mesma língua, mesmos costumes, raça, religião, etc. Mas que por si sós, não constituem o caráter de uma nação. A característica dominante deve ser a convicção de um viver e um vínculo coletivo, a qual se sentem constituindo um agrupamento, com vida própria, interesses especiais e necessidades. Uma construção de identidade ilusória. Sentimentos de pertencimento Representa consciência coletiva Nação se evidencia no comportamento observável dos indivíduos Base necessária para a organização do poder sob a forma do Estado nacional. História da Sociedade Ugh-Ugh. Suponhamos então uma sociedade primitiva, nos primórdios da história, que nos servirá de modelo. Chamemos está sociedade pelo nome de “Ugh-Ugh”. Nos primeiros tempos de Ugh-Ugh, os homens não se distinguiam muito dos outros animais, pois sua tecnologia era extremamente precária. Presume-se que os primeiros líderes de Ugh-Ugh eram simplesmente os mais fortes, que impunham sua vontade aos demais. Os mais fortes trocavam seus privilégios por alguma forma de serventia para a comunidade: liderando o combate contra inimigos humanos e animais, tomando a frente em caçadas e assim por diante. Mas, com a chegada de avanços tecnológicos, ser apenas o mais forte passou a não bastar. A força física foi aliada a tecnologia e por exemplo uma arma se dos tornava o braço um mais longo. O controle da tecnologia passou a propiciar o exercício de um papel dominante nas decisões coletivas e a tecnologia se igualou ao poder. Quem tinha machado ou lança tinha poder. De outro lado, avanços tecnológicos em outras áreas também introduziram grandes novidades em Ugh-Ugh. A coletividade se torna mais forte, mais apta a resistir a crises naturais, mais capaz de sobreviver e aumentar sua população, mais qualificada para fortalecer sua cultura, através da experiência dos velhos, que antes não existiam. Por seu turno, os avanços tecnológicos vão gerar o que se costuma chamar de divisão social do trabalho. É importante notar que esse processo de divisão social do trabalho introduz conflitos de interesse na coletividade antes tão simples. Quem se aproprie de um pedaço de terra defendido pela força, poderá explorar o trabalho de quem não tenha conseguido terra aproveitável. Quem produzir trigo poderá trocá-lo por mercadorias, e será certamente um processo que envolverá conflitos. Assim, o interesse de cada um passa a não ser o interesse de todos. Os conflitos de interesse causam tensão. Mas a verdade é que os conflitos de interesse se resolvem no confronto, com a vitória do que dispõe de instrumentos mais eficazes para impor sua vontade. De qualquer forma, a tendência dos vitoriosos é criar todo tipo de mecanismo para se estabilizar no poder. Supondo que depois da vitória, um dos vitoriosos tenha se tornado chefe. Com a institucionalização da chefia, institucionaliza-se também o processo sucessório e surgem inúmeras outras instituições. A esse conjunto de instituições dá-se o nome de Estado, seja no Brasil ou em Ugh-Ugh.
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