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Competência no Processo Penal

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1 Direito Processual Penal 
COMPETÊNCIA 
Considerações iniciais: 
1) Jurisdição: Poder atribuído com exclusividade ao judiciário para decidir um determinado 
litígio, segundo as regras legais. 
 
1.2) Princípios da Jurisdição: 
 
a) Juiz natural: Ninguém será processado ou sentenciado senão pela autoridade competente 
(art. 5º LIII – art. 37 do CPP). Liga-se ao juízo. 
� Exceção: Mutirões. 
b) Investidura: Apenas quem estiver legalmente investido como juiz e se encontrar no 
exercício da respectiva função é que pode desempenhar a jurisdição. 
c) Inércia: O magistrado deve ser provocado. Não pode instaurar processo penal de ofício. 
Deve ser provocado (pelo Ministério Público ou pela vítima). 
d) Inalienabilidade: O juiz não pode ser furtar ao julgamento. 
e) Unidade: A jurisdição e una e limitada pela competência. 
 
1.3) Características: 
 
Órgão adequado; Estabelecer o contraditório e; Preservar o procedimento. 
 
2. Classificação da Competência: 
a) Graduação: Se refere ao grau(instância) de jurisdição. 
b) Matéria: Natureza do litígio a ser julgado; 
c) Objeto: 
Jurisdição voluntária: Sem litígio. Exercício da jurisdição em situações inexistentes de 
litígio. Não há do Direito Penal; 
Jurisdição contenciosa: Com litígio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 Direito Processual Penal 
 
Competência: 
1) Conceito: A medida da jurisdição. Quantidade de jurisdição entregue por lei a 
determinado órgão, delimitando a sua margem de atuação. É a forma de delimitar a 
jurisdição. Conjunto de regras que vai definir qual é o juiz que poderá examinar 
determinado litígio. 
� Concreta e objetiva 
 
2) Classificação: É importante ressaltar que havendo conflitos entre os critérios citados 
abaixo prevalecerá a seguinte ordem: Em razão da pessoa, em razão da matéria e em razão 
do lugar: São os critérios principais: 
 
I – Ratione Personae (em razão da pessoa). 
II – Ratione Materiae (em razão da matéria); 
III – Ratione Loci (em razão do lugar); 
 
2.1) – Ratione Personae (em razão da pessoa): 
Competência absoluta: Erro torna nulo o ato praticado. 
Prevalece sobre os demais critérios. A prerrogativa de função condiciona-se a que o agente se 
encontre no exercício do cargo. Não se condiciona a que o crime praticado esteja relacionado 
com o cargo que exerce. 
Dúvida sanada por esse critério: O réu possui foro por prerrogativa de função? 
Algumas autoridades, diante da função que exercem, possuem a prerrogativa de serem julgadas 
por órgãos diferenciados das demais pessoas. 
 
Regras Interpretativas: 
a) Competência do TJ e do TRF em matéria eleitoral: Quem possui foro privilegiado em 
matéria que seria julgada, originalmente pelo TJ e pelo TRF em matéria eleitoral, será 
julgado pelo TRE; 
 
b) Foro por prerrogativa x Deslocamento: As autoridades com foro por prerrogativa no TJ 
ou no TRF, ao praticarem crime fora do Estado ou da região, serão julgadas no seu 
Tribunal de origem. 
Exemplo: Juiz possui foro no TJ do Estado em desempenha suas funções, caso 
cometa um crime em outro Estado, será ainda julgado pelo TJ do Estado em que 
exerce sua função. 
 
 
 
3 Direito Processual Penal 
c) Foro por prerrogativa x Júri: Segundo a súmula 721 do STF, a autoridade com foro por 
prerrogativa na Constituição Federal, não vai a júri, o mesmo não ocorre quando o 
privilégio é estabelecido apenas na Constituição Estadual. A competência do Tribunal 
do Júri está prevista na Constituição Federal, da mesma forma que o foro por 
prerrogativa de função, dessa forma estão as duas normas na mesma hierarquia, 
prevalecendo a prerrogativa de função, o que não acontece quando a previsão do foro 
é de Constituição Estadual. 
 
d) Cidadão comum: Conforme súmula 704 do STF, não viola as garantias constitucionais o 
julgamento do cidadão comum perante o Tribunal, quando o praticar crime com 
autoridade que usufrui de prerrogativa de função; 
 
 
e) Perpetuação no tempo do privilégio: Com a declaração de inconstitucionalidade dos 
parágrafos 1º e 2º do Artigo 84 do CPP passamos a ter as seguintes regras: 1) Para os 
crimes, uma vez encerrado o cargo/mandato, encerra-se o foro por prerrogativa de 
função, ou seja, quando o agente perde a causa que lhe deu a prerrogativa, perderá 
também a prerrogativa; 2) Para as ações de improbidade administrativa não há foro de 
prerrogativa em nenhum momento. 
 
2.2) Ratione Materiae (em razão da matéria): 
Competência absoluta: Erro torna nulo o ato praticado. 
Dúvida sanada por esse critério: Qual é a justiça competente? 
a) Justiça comum: 
a.1) Estadual: Competência residual, aquilo que não se enquadra nos demais ramos da justiça. 
Compete o julgamento daquelas matérias que não foram entregues pela Constituição 
expressamente às demais justiças. 
a.2) Federal: Competência da União, possui as competências previstas na Constituição Federal, 
conforme artigos 108 (competência do TRF) e artigo 109 incisos IV, V, V-A, VI, VII, IX e X (Juízes 
federais de primeiro grau). 
Estrutura: Juiz federal (1º grau) e Tribunal Regional Federal (2º grau). Possui divisão em 
Região (Conjunto de Estados), Seção (Estados) e Subseção judiciárias (Chamadas Comarcas 
na Justiça Comum). 
Competência: Nunca julga contravenção penal, exceto quando o autor tiver foto 
privilegiado: 
Inciso IV: 
• Crimes Políticos: Motivação política ou, lesão ou ameaça aos bens juridicamente 
tutelados; 
• Infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesses da União. Ex: 
Descaminho, Contrabando e Crime contra funcionário público federal. 
É irrelevante o prejuízo para União ou suas entidades; 
 
4 Direito Processual Penal 
Quando for praticado contra Sociedade de Economia Mista será julgado 
na Justiça Estadual. 
• Recurso contra crimes políticos será julgado pelo STF; 
• Ressalvada a competência militar. 
Inciso V: 
• Crimes à distância previstos em tratado ou convenção internacional; 
Inciso V-A: 
• Incidente de deslocamento de competência quando tratar de Direito humanos; 
• Legitimidade ativa: Procurador geral de república no STJ; 
• Requisitos: Grave violação de direito humanos; Inércia, negligencia, falta de vontade 
política ou de condições do Estado membro, por suas instituições em proceder a devida 
persecução penal. 
Inciso VI: 
• Crimes contra a organização do trabalho, contra sistema financeiro e ordem econômico-
financeira. 
• É aquele onde há lesão aos direitos dos trabalhadores considerados coletivamente. Ex: 
Escravidão. 
Inciso VII: 
• Habeas corpus de crime da justiça federal; 
• Competência de Habeas corpus: Sempre será competente a autoridade de igual ou 
superior jurisdição; 
• Exemplo: O TRF será competente para julgar Habeas corpus de atos praticado por Juiz 
Federal, e esse será competente quanto aos atos praticados pelo Delegado da Polícia 
Federal. 
Inciso IX: 
• Crimes praticados a bordo de navio ou aeronave, ressalva a competência militar; 
• Meio de transporte: 
Não precisa estar em deslocamento; 
Não abrange contravenções penais; 
Navio: Embarcações de tamanho e capacidade de efetuar, se necessário, 
o deslocamento por águas internacionais; 
Abordo: No interior da embarcação; 
Aeronave: Porte adequado que possibilite viagem internacional. 
• Crime cometido a bordo de qualquer embarcação ou aeronave, atracada em porto ou 
aeroporto brasileiro, competência do foro local em que está localizado o porto ou 
aeroporto; 
• Crime cometido fora do território brasileiro, dentro de qualquer embarcação ou 
aeronave é competente o foro da capital do Estado onde por último residiu o acusado, 
se nunca residiu no Brasil,será competente a capital da República; 
• Qualquer embarcação dentro do território brasileiro ou embarcação nacional em alto-
mar, será competente o lugar que primeiro a embarcação tocar após o crime. Quando 
não se sabe o lugar da chegada será dada pela prevenção. 
 
5 Direito Processual Penal 
Essas regras se aplicam tanto ao navio quanto à aeronave. 
Inciso X: 
• Os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta 
rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as 
causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização; 
Inciso XI: 
• Disputa sobre direitos indígenas; 
 
b) Justiça especial: 
b.1) Justiça do Trabalho: Não possui competência para julgar crime. Nunca julgará crime. 
b.2) Justiça Eleitoral: Lhe cabe julgar as infrações eleitoral e todas as infrações comuns 
eventualmente conexas. 
� Crimes eleitorais ≠ Crimes políticos – Justiça eleitoral não julga crimes políticos. 
Estrutura: Juízes eleitorais, Tribunais Regionais Eleitorais (TRE), Tribunal Superior 
Eleitoral (TSE) e STF. 
Nunca perderá a competência. A Justiça Eleitoral julgará os crimes conexos com as 
infrações eleitorais, porém, havendo a necessidade de conexão ou continência com 
Crime dolo contra a vida ocorrerá a cisão dos autos. 
b.3) Justiça Militar: Lhe cabe julgar somente as infrações militares, previstas nos artigos 9º e 
10 do Código Penal Militar. 
Crimes militares: 
Próprios: Só estão previstos na legislação penal militar. Exemplo: Deserção; 
Impróprio: Crimes previstos na legislação penal militar e legislação penal 
comum. 
Para ser crime militar é necessário que seja cometido em tempo de paz. 
Não são mais crimes militares: Crimes doloso contra a vida praticados por Militar contra civil, 
serão julgados pela justiça comum. Já foram considerados crimes militares, porém atualmente 
perderam essa qualidade. Dessa forma serão julgados pela justiça comum. 
b.3.1) Justiça Militar Estadual: Policiais militares e Bombeiros militares. 
b.3.2) Justiça Militar Federal: Membros das forças armadas (Exército, Marinha e 
Aeronáutica) e civis que praticam infrações militares. 
Conexão ou continência: No crime militar que possui ligação com crime comum deverá 
sempre haver a cisão. 
Poderá haver julgamento nos dois âmbitos, ou seja tanto na Justiça Militar, como na Justiça 
Comum 
Estrutura: Conselho de justiça (1º grau) e Tribunal de Justiça (2º grau). 
 
6 Direito Processual Penal 
OBS: Competência pela natureza da infração. O legislador pode estabelecer o órgão 
competente para julgar determinado tipo de crime, em razão da sua natureza, é o que ocorre 
nos exemplos a seguir: 
Ex.1. Os crimes dolosos contra a vida, por sua natureza, serão julgados por um 
órgão, Tribunal do Júri (Art. 5º XXVIII, CF); 
Ex.2. As infrações penais de menor potencial ofensivo, por sua natureza, serão 
julgadas por um órgão, Juizado Especial Criminal (Art.98, I, CF). 
 
2.3) Ratione Loci (em razão do lugar): 
Competência relativa: Erro torna anulável o ato praticado. Somente será anulado quando 
houver prejuízo ao réu. Deve ser alegada na primeira manifestação nos autos, sob pena de 
preclusão. 
Dúvida sanada por esse critério: Qual o juízo territorialmente competente? 
Existem 3 regras para responder essa questão, essas regras estão posicionadas 
hierarquicamente ou de modo piramidal. Ou seja, como regra usa-se a primeira, utiliza-se a 
segunda quando não se pode utilizar a primeira e utiliza-se a terceira quando não se pode utilizar 
a primeira e a segunda. 
 
 
a) 1ª Regra - Teorias territoriais: 
a.1) Resultado: Por ela a competência territorial é definida pelo local da consumação do crime. 
É a regra da fixação da competência territorial; (art. 70 CPP); Teoria adotada pelo Código de 
Processo Penal; 
a.2) Ação: Por ela a competência é definida pelo local dos atos executórios (conduta). É aplicada 
aos crimes tentados, pois não há consumação (art.70 CPP); 
Nos crimes de competência do Tribunal do Júri se utiliza a teoria da ação. 
Em Crimes tentados a competência é definida pelo lugar do último ato de 
execução. 
a.3) Ubiquidade, Mista ou Híbrida: Por ela a competência é definida pelo local da ação ou do 
resultado. Tanto faz o local da ação ou o do resultado, ambos são competentes para a prática 
do ato; Teoria adotada pelo Código Penal; 
Teorias 
territoriais
Domicílio do 
réu
Prevenção
 
7 Direito Processual Penal 
OBS: Aplicação em crimes à distância, é aquele crime que começa em um país e o resultado 
ocorre no Brasil ou começa no Brasil e o resultado ocorre em outro país. Nestes casos a 
competência é fixada pelo local no Brasil em que ocorre a ação ou o resultado. 
b) 2ª Regra - Domicílio do réu: Subsidiária à primeira regra. 
Não será aplica quando o réu não possuir domicílio ou residência. Exemplos: Cigano, sem-terra, 
sem-teto. 
c) 3ª Regra – Prevenção (antecipação): Subsidiária à primeira e à segunda regra: 
Conceito: Juiz prevento é aquele que primeiro pratica um ato processual decisório ou aquele 
que durante o inquérito já adotou medidas cautelares inerentes ao futuro processo. 
1º ato do processo penal decisório: Geralmente é o recebimento da peça acusatória. 
Medidas cautelares inerentes ao futuro processo: Prisão cautelar, interceptação 
telefônica, busca e apreensão. 
d) Situações especiais: 
d.1) Crimes qualificados pelo resultado: A doutrina ensina que o lugar deste crime é onde 
ocorre a atividade do primeiro fato. Já a jurisprudência afirma ser o lugar do resultado; 
d.2) Crime ocorrido na divisa da comarca: Será adotado o critério da prevenção; 
d.3) JECrim (Juizado Especial Criminal): Adota-se Teoria da atividade. 
d.4) Crimes plurilocais: É o crime que envolve mais de uma Comarca durante a sua execução. O 
lugar do crime será local do resultado. Se vários locais competentes, se dará pela prevenção. 
d.5) Crimes falimentar: O local onde foi decretada a falência ou a recuperação judicial. 
d.6) Crimes dolosos contra a vida: Competência do tribunal do júri é dada pela teoria da 
atividade. 
 
3) Critérios facultativo ou alternativo: 
 
a) Critério alternativo (art. 72 do CPP): Não sendo conhecido o lugar da infração o foro 
competente será o do domicílio do réu. Caso o réu possua mais de um domicílio ou não 
tiver residência certa, a competência será adotada pela prevenção. 
 
b) Critério Facultativo (art.69, II e 73 do CPP): Nos casos de Ação Penal privada o 
querelante pode escolher em ajuizar a ação no domicílio do réu, ainda que conhecido o 
lugar da infração. 
4) Critérios secundários: 
 
4.1) Prevenção (art.83 do CPP): Ocorrerá a prevenção sempre que um juiz, quando dois ou mais 
forem igualmente competentes ou com jurisdição cumulativa, anteceder-se na prática dos atos 
de jurisdição. 
 
8 Direito Processual Penal 
Juízes igualmente competentes: Aqueles que possuem a mesma competência, tanto em 
razão da matéria, quanto em razão do lugar. 
Jurisdição cumulativa: São aqueles com a mesma competência em razão da matéria, 
mas em foro distintos. Ex: Crime continuado. 
Atos de jurisdição: Atos com carga decisória. Despacho não gera prevenção. 
Súmula 706 do STF – Nulidade relativa: A nulidade só é reconhecida quando há prejuízo. 
A nulidade nunca se aproveita a quem a faz. 
Hipóteses: Art.70 §3º CPP; Art. 71 CPP; Art. 72 §2º do CPP e art. 78, II, c, CPP. 
 
4.2) Normas de organização judiciária (art. 74, caput, CPP): O judiciário poderá organizar a 
competência dos seus processos. Exceção: Tribunal do júri não pode ser alterada a competência 
de julgamento. 
4.3) Distribuição (art.75): Quando mais de umjuiz for competente. Ato não decisório. A 
distribuição é aleatória. 
 
4.4) Conexão (art.76): Aquilo que tem nexo. É uma hipótese de modificação da competência. 
Exige, necessariamente mais de uma conduta. 
4.4.1) Conexão intersubjetiva: 
a) Por simultaneidade: Ao mesmo tempo por várias pessoas. Ex: Furto de caminhão tombado. 
b) Por concurso: Por várias pessoas em concurso. Ex. Lesão corporal cometida por várias 
pessoas. 
c) Por reciprocidade: Por várias pessoas, umas contra as outras. Ex: Lesões corporais recíprocas 
ou rivais em um duelo. A rixa não é exemplo, pois na rixa há apenas um crime. 
4.4.2) Conexão objetiva: 
a) Teleológica: Antes do crime. Ato que ajuda a “Facilitar” a execução de futuro crime. Ex: Lesão 
corporal nos pais para facilitar o sequestro do filho. 
b) Consequencial: Depois do crime. Outros verbos: 
Ocultar: Ex: Ocultação de cadáver; 
Conseguir impunidade. Ex: Matar testemunha; 
Vantagem. Ex: Roubo em concurso e posterior furto no seu 
comparsa. 
4.4.3) Conexão probatória: O resultado de um processo faz prova em outro. Ex: A prova do furto 
serve para provar receptação, ou seja, a condenação no furto faz prova da origem do objeto na 
receptação. 
 
 
 
9 Direito Processual Penal 
 
4.5) Continência (art.77): Um crime contém o outro. Hipótese de modificação da competência. 
Na continência há apenas uma conduta gerando um ou vários resultados. 
Inciso I – Concursal, por cumulação subjetiva: Quando duas ou mais pessoas cometem uma 
mesma infração. 
Inciso II – Por cumulação objetiva: Quando houver concurso formal, aberratio ictus ou aberratio 
delicti: 
Concursos formal: Com uma conduta o agente pratica 2 ou mais crimes; 
Aberratio ictus (erro na execução): Quando atinge pessoa diversa. Responde 
como se o resultado tivesse ocorrido na vítima pretendida. Ex: Pedro desejava 
ofender a integridade física de João, que possuía mais de 70 anos, porém ao 
tentar agredi-lo acerca José de 30 anos. Incidirá nessa conduta o aumento de 
pena devido à idade de João, Pedro responderá como se tivesse acertado João. 
Aberratio delicti: Se ocorre o resultado diverso além do pretendido. Aplica-se o 
concurso formal. 
 
� Concurso de jurisdição na Conexão e na Continência: Para o uso das duas hipóteses 
deverão ser observadas as seguintes regras (art.78 CPP): 
1ª Regra: Pena mais grave. Como descobrir a pena mais grave? Basta seguir a ordem abaixo: 
Averiguar se a pena é de reclusão ou detenção. Na pena de Reclusão o regime inicial poderá 
ser o fechado, o semiaberto e aberto, já na Detenção o regime inicial apenas poderá ser 
semiaberto e aberto, dessa forma será mais grave o crime que possuir pena de Reclusão; 
Maior pena máxima; 
Maior pena mínima. 
2ª Regra: Maior número de infrações cometidas 
3ª Regra: Prevenção. 
OBS1: Prevalecerá sempre a competência do Tribunal do Júri. 
OBS2 -Exceção à regra: 
Súmula 122 STJ: Nos crimes conexos entre Justiça Federal e Justiça Estadual não 
se aplicará a regra do art.78 CPP, prevalecendo sempre a Justiça Federal. 
OB3: No concurso entre jurisdições de diferentes categorias, prevalecerá a que possuir maior 
graduação. 
OB4: No concurso entre justiça comum e especial prevalecerá a especial. 
� A conexão e a continência não unirão o processo quando: 
1ª Concurso entre justiça comum e militar; 
2ª Concurso entre justiça comum e juízo de menores; 
 
10 Direito Processual Penal 
3ª Quando houver mais de um réu e ocorrer a instauração de incidente de insanidade mental: 
Quando há a instauração de incidente de insanidade mental o processo principal fica suspenso 
até que se obtenha o resultado do incidente. Quando há mais de um réu não poderá ficar 
suspenso o processo de ambos até que se resolva o incidente de um. Dessa forma deverá haver 
a cisão dos autos. 
4ª Quando houver mais de um réu e um for foragido porém não pode ser julgado à revelia: O 
processo não poderá ser julgado à revelia do réu quando esse não for citado. Sendo assim o juiz 
suspenderá o processo na forma do artigo 366 CPP. Havendo mais de um réu ocorrerá a cisão 
do processo. 
5ª Estouro de urna: Quando há mais de um réu e as partes recusam testemunhas de modo que 
não há mais jurados suficientes para julgar naquela sessão. O juiz deverá cindir o processo. 
• É obrigatória a cisão dos autos. 
6ª Absolvição do crime ou desclassificação de crime conexo que puxa competência, não 
devolverá os autos, exceto se for competência de júri. 
• Única hipótese de cisão facultativa. 
 
Kelvin Meurer Lopes 
01/07/2016

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