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Direito Processual Civil

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MÓDULO 1 - Meios de solução dos conflitos sociais. Autocomposição. Hetero 
composição. Meios extrajudiciais de composição de conflitos. 
 
 
MÓDULO 1 - Meios de solução dos conflitos sociais. Auto composição. Hetero 
composição. Meios extrajudiciais de composição de conflitos. 
 
Meios de solução dos conflitos sociais. 
 
 É da natureza do ser humano tanto a sociabilidade quanto a necessidade 
por mudanças, e justamente em razão dessas duas características é que surgem 
os conflitos. 
 
 Tais conflitos são resolvidos, seja pelo uso da força, pelo ajuste entre os 
envolvidos ou então pela atuação do Poder Judiciário. 
 
 O uso da força (autotutela) não é uma forma de pacificação social efetiva, 
muito pelo contrário, é uma fonte de violência que perturba a sociedade. 
 
São características desse sistema: 
 Ausência de juiz distinto das partes; 
 Imposição da decisão por uma das partes à outra; 
 Emprego de violência; 
 
 Além do mais, a autotutela é considerada crime em nosso atual 
ordenamento jurídico: 
Exercício arbitrário das próprias razões 
Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora 
legítima, salvo quando a lei o permite: 
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena 
correspondente à violência. 
 
 Entretanto, a lei admite em determinadas circunstâncias que o indivíduo 
se utilize de seus próprios recursos para alcançar suas pretensões, como por 
exemplo, nas hipóteses do artigo 23, incisos I e II do Código Penal: 
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: 
I - em estado de necessidade; 
II - em legítima defesa; 
 
 No mesmo sentido os artigos 188, I e 1.210, § 1º do Código Civil: 
Art. 188. Não constituem atos ilícitos: 
I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito 
reconhecido; 
 
E 
Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, 
restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio 
de ser molestado. 
§ 1º O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua 
própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não 
podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse. 
 
 Porém existem outras formas de solução de conflitos que não por meio 
da autotutela, já que a solução de conflitos entre os envolvidos de forma 
extrajudicial raramente acontece em razão da ausência de uma cultura 
pacificadora em nosso País. 
 
 Dessa forma resta ao Poder Judiciário solucionar a grande maioria dos 
problemas surgidos em decorrência das relações entre os indivíduos. Contudo 
essa grande busca pela solução a ser imposta pelo Estado, além de 
sobrecarregar a estrutura do Poder Judiciário, também não garante a pacificação 
da sociedade, pois a parte vencida nem sempre se conforma com a sentença 
proferida. 
 
Auto composição. 
 
 A auto composição é atividade que encontra respaldo no direito, como 
meio de solução dos conflitos, mediante as atividades consistentes na 
pacificação. 
 
 Em busca da pacificação uma das partes em conflito, ou ambas, abrem 
mão do interesse ou de parte dele: 
 
• desistência (renúncia à pretensão) 
• submissão (renúncia à resistência oferecida à pretensão) 
• transação (concessões recíprocas) 
 
 Na auto composição a solução do conflito é criada pelas partes. Os 
exemplos mais comuns são: 
 
Negociação – é a comunicação voltada à persuasão. As partes têm total 
controle sobre o processo e seu resultado: i) escolhem o momento e o local da 
negociação; ii) definem como será feita a negociação; iii) continuam, suspendem, 
abandonam ou recomeçam as negociações de acordo com a conveniência e 
interesse das partes; iv) estabelecem os protocolos dos trabalhos na 
negociação; v) podem ou não chegar a um acordo e têm o total controle do 
resultado. 
E mais, a negociação e o acordo podem abranger valores ou questões 
diretamente relacionadas à disputa e variam, significativamente, quanto à 
matéria e à forma, podendo, inclusive, envolver um pedido de desculpas, trocas 
criativas, valores pecuniários, valores não pecuniários. Assim, todos os aspectos 
devem ser considerados relevantes e negociáveis. 
 
Conciliação – é um processo consensual breve, envolvendo contextos 
conflituosos menos complexos, no qual as partes são auxiliadas por um terceiro, 
neutro à disputa, sem interesse na causa para ajuda-las, por meio de técnicas 
adequadas, a chegar a uma solução ou acordo. No Código de Processo Civil 
(CPC) o legislador reservou para a conciliação os casos em que não haja vínculo 
anterior entre as partes – artigo 165, § 2º: 
Art. 165. [...] § 2º O conciliador, que atuará preferencialmente nos casos em que 
não houver vínculo anterior entre as partes, poderá sugerir soluções para o 
litígio, sendo vedada a utilização de qualquer tipo de constrangimento ou 
intimidação para que as partes conciliem. 
 
Mediação – é um processo autocompositivo segundo o qual as partes em disputa 
são auxiliadas por uma terceira parte neutra ao conflito e sem interesse na 
causa, para se chegar a uma composição por meio da comunicação. A mediação 
se apoia nos paradigmas das ciências contemporâneas e, não trabalha com 
verdades absolutas, tem o objetivo de aceitar a complexidade dos fenômenos 
interpessoais. A mediação é sugerida para os conflitos em que haja um vínculo 
anterior entre as partes, e sempre que possível seja preservado tal vínculo – 
artigo 165, § 3º do CPC: 
Art. 165. [...] § 3º O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em que 
houver vínculo anterior entre as partes, auxiliará aos interessados a 
compreender as questões e os interesses em conflito, de modo que eles possam, 
pelo restabelecimento da comunicação, identificar, por si próprios, soluções 
consensuais que gerem benefícios mútuos. 
 
 
 
Hetero composição. 
 
 Hetero composição é a solução do conflito por um terceiro, que se 
caracteriza por ser uma pessoa distinta da pessoa das partes. As formas mais 
comuns de hetero composição são: 
 
Arbitragem - é uma forma de solução de conflitos relativo a direitos patrimoniais 
disponíveis, em que as partes escolhem um árbitro, ou grupo de árbitros, para 
que este(s) resolva(m) o litígio por meio de uma sentença arbitral. A arbitragem 
é disciplinada no Brasil pela Lei nº 9.307/96 (Lei de Arbitragem). “É permitida a 
arbitragem, na forma da lei” nos termos do § 1º do artigo 3º Código de Processo 
Civil. A arbitragem pode ser instituída por meio de compromisso arbitral judicial 
ou extrajudicial, nos termos do artigo 9º da Lei de Arbitragem: 
Art. 9º O compromisso arbitral é a convenção através da qual as partes 
submetem um litígio à arbitragem de uma ou mais pessoas, podendo ser judicial 
ou extrajudicial. 
§ 1º O compromisso arbitral judicial celebrar-se-á por termo nos autos, perante 
o juízo ou tribunal, onde tem curso a demanda. 
§ 2º O compromisso arbitral extrajudicial será celebrado por escrito particular, 
assinado por duas testemunhas, ou por instrumento público. 
 
Jurisdição - Trata-se de uma das funções do Estado. É a realização do Direito 
por um terceiro imparcial que aplica a norma a uma situação concreta, 
resolvendo os litígios. O resultado da resolução do conflito pela via jurisdicional 
consuma-se por intermédio de uma sentença. 
 
Meios extrajudiciais de composição de conflitos. 
 
 As formasde auto composição e de hetero composição podem se dar de 
forma judicial ou extrajudicial, com exceção da via jurisdicional que 
obrigatoriamente ocorre por decisão de órgão atrelado ao Poder Judiciário. 
 
 Portanto a negociação, a mediação, a conciliação e a arbitragem também 
são reconhecidas como meios extrajudiciais de composição de litígios. 
 
 O Código de Processo Civil demonstra a preocupação do legislador com 
a necessidade de solucionar os conflitos. 
 
 Com uma leitura da exposição de motivos do CPC verificamos que um 
dos objetivos da novel legislação é criar condições para que o juiz possa proferir 
decisão de forma mais rente à realidade fática subjacente à causa. Assim, a ideia 
foi converter o processo em um instrumento incluído no contexto social que 
produzirá efeito o seu resultado. Foi dada ênfase à possibilidade das partes 
porem fim ao conflito por meio da mediação ou da conciliação. Entendeu-se que 
a satisfação efetiva das partes pode dar-se de modo mais intenso e efetivo se a 
solução for criada por elas e não imposta pelo juiz. 
 
Exercício 1: 
Sobre meios extrajudiciais de solução de conflitos de interesses, está CORRETO 
afirmar: 
 
A - O novo código de processo civil ao apontar que não se excluirá da 
apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito, proibiu expressamente a 
composição entre as partes. 
B - A mediação e a conciliação são a mesma coisa, pois que se utilizam de um 
terceiro para auxiliar as partes na busca de uma solução satisfatória para 
ambas, sem, contudo, opinar diretamente sobre a lide em questão, utilizando-
se de técnicas que propiciem oportunidades para que elas possam tomar 
decisões, auxiliando de forma construtiva o restabelecimento da comunicação, 
aproximando-as de tal modo que a decisão tomada seja do agrado de todos. 
C - A arbitragem é um instrumento de solução de conflitos que pode envolver 
direitos disponíveis e indisponíveis e sempre se dará por equidade. 
D - A negociação se dá sem a participação de terceiros, sendo as próprias 
partes interessadas as responsáveis pela resolução do conflito, em auto 
composição. 
E - NDA. 
Exercício 2: 
A respeito dos métodos alternativos de solução de conflitos, assinale a 
alternativa correta. 
 
A - A sentença arbitral não admite controle judicial sobre sua validade. 
B - Ao convencionar a arbitragem, as partes renunciam, em definitivo, ao direito 
de acesso à justiça. 
C - A cláusula compromissória de arbitragem é a convenção por meio da qual 
as partes estatuem, prévia e abstratamente, que eventuais controvérsias 
oriundas de certo negócio jurídico sejam dirimidas pelo juízo arbitral. 
D - A autocomposição, por sua rara ocorrência, tem cada vez mais perdido 
prestígio no ordenamento jurídico brasileiro como método eficaz de solução de 
conflitos. 
E - A mediação pressupõe a intervenção de um terceiro imparcial e 
equidistante, sendo, pois, espécie heterocompositiva. 
Exercício 3: 
No que se refere aos métodos cooperativos de solução de conflitos, assinale a 
opção correta. 
 
A - Assim como o conciliador, o mediador explorara o conflito, a fim de 
identificar os interesses por trás das queixas imediatas. 
B - Na mediação, não há interesse em perceber as motivações psíquicas e 
outras questões pessoais que culminaram no conflito. 
C - A conciliação concentra-se no aspecto objetivo do conflito, ao passo que a 
mediação atua para viabilizar a solução do conflito, empenhando-se para que 
haja compreensão mútua. 
D - A mediação, entendida como processo ideal na solução de conflitos, resulta 
no apaziguamento e, consequentemente, na reconciliação, como, por exemplo, 
nos casos de separações traumáticas e de adoção. 
E - O objetivo da conciliação é o realinhamento das divergências entre as 
partes, de forma a finalizar o conflito. 
Exercício 4: 
São mecanismos legalmente reconhecidos para solução dos conflitos, exceto: 
 
A - autotutela. 
B - a jurisdição. 
C - a mediação. 
D - a arbitragem. 
E - a conciliação. 
Exercício 5: 
A respeito dos mecanismos de Resolução de Conflitos, é correto afirmar: 
 
A - o desequilíbrio extremo de poder entre as partes, na aplicação do processo 
de mediação, pode ser uma violência ou ter como resultado o desrespeito dos 
direitos de uma das partes. 
B - o mediador estimula ou facilita a aproximação entre os interessados e 
restaura o diálogo entre eles, apontando soluções para o conflito. 
C - o mediador possui autoridade suficiente para impor a decisão sobre as 
pessoas em conflito. 
D - a mediação tem um potencial especial de contribuir naqueles conflitos que 
surgem de relações de naturezas esporádicas, casuais. 
E - a mediação constitui um processo no qual as partes resolvem o conflito por 
meio da ação de um terceiro, que sugere a solução para cada caso. 
Exercício 6: 
Há uma cultura do litígio enraizada na sociedade, cuja tendência é resolver os 
conflitos de forma adversarial. Nessas circunstâncias, os denominados meios 
alternativos de resolução de conflitos apresentam especial importância, com 
destaque para a mediação, na medida em que possuem os seguintes objetivos, 
EXCETO: 
 
A - aliviar o congestionamento do judiciário; 
B - promover a pacificação social; 
C - democratizar o acesso à justiça; 
D - promover a auto composição da solução de controvérsias; 
E - garantir a legitimidade dos ritos judiciais. 
 
 
MÓDULO 2 - Direito Processual. Conceito. Autonomia. Denominação. Divisão. 
Relações com outras disciplinas jurídicas. O 
MÓDULO 2 - Direito Processual. Conceito. Autonomia. Denominação. Divisão. 
Relações com outras disciplinas jurídicas. Objetivo. 
 
 
Direito processual. 
 
 A atividade legislativa estabelece normas que segundo a consciência 
dominante, deve reger as mais variadas relações, dizendo o que é lícito e o que 
é ilícito, atribuindo poderes, faculdades e obrigações. 
 
 A Constituição Federal reservou, privativamente, para a União a 
competência para legislar sobre matéria processual. Eis o teor do artigo 22, I: 
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: 
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, 
aeronáutico, espacial e do trabalho; 
 
 Contudo, a própria CF traz a possibilidade dos Estados e do Distrito 
Federal legislar concorrentemente com a União a respeito de procedimentos em 
matéria processual quando: 
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar 
concorrentemente sobre: 
[...] 
XI - procedimentos em matéria processual; 
[...] 
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a 
estabelecer normas gerais. 
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a 
competência suplementar dos Estados. 
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a 
competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. 
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da 
lei estadual, no que lhe for contrário. 
 
 
 E ainda, a Carta Magna veda que o direito processual civil seja 
disciplinado por meio de medida provisória: 
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá 
adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato 
ao Congresso Nacional. 
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: 
I – relativa a: 
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral; 
b) direito penal, processualpenal e processual civil; 
c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia 
de seus membros; 
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais 
e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º 
 
 De forma simplista podemos dizer que o legislador estabelece normas de 
direito material e de direito processual. 
 
 As normas de direito material tratam de normas de conduta, com as quais 
o Estado proporciona o controle do comportamento social, ou seja, cria conjunto 
de normas que disciplinam as relações jurídicas referentes aos bens e utilidades 
da vida. 
 
 As normas de direito processual, por sua vez, formam um sistema de 
princípios e normas legais que regulam o processo, disciplinando a atividade dos 
sujeitos da relação processual, dos órgãos jurisdicionais e de seus auxiliares. 
 
 Também convém mencionar que o novo CPC sofreu grande influência 
do direito constitucional. 
 
 Com uma leitura da exposição de motivos da nova lei processual civil 
verificamos a nítida constitucionalização do direito processual: 
Um sistema processual civil que não proporcione à sociedade o reconhecimento 
e a realização dos direitos, ameaçados ou violados, que têm cada um dos 
jurisdicionados, não se harmoniza com as garantias constitucionais de um 
Estado Democrático de Direito. 
 
Sendo ineficiente o sistema processual, todo o ordenamento jurídico passa a 
carecer de real efetividade. De fato, as normas de direito material se transformam 
em pura ilusão, sem a garantia de sua correlata realização, no mundo empírico, 
por meio do processo. 
 
[...] 
 
 Há mudanças necessárias, porque reclamadas pela comunidade jurídica, 
e correspondentes a queixas recorrentes dos jurisdicionados e dos operadores 
do Direito, ouvidas em todo país. Na elaboração deste Anteprojeto de Código de 
Processo Civil, essa foi uma das linhas principais de trabalho: resolver 
problemas. Deixar de ver o processo como teoria descomprometida de sua 
natureza fundamental de método de resolução de conflitos, por meio do qual se 
realizam valores constitucionais. 
 
[...] 
 
 A coerência substancial há de ser vista como objetivo fundamental, 
todavia, e mantida em termos absolutos, no que tange à Constituição Federal da 
República. Afinal, é na lei ordinária e em outras normas de escalão inferior que 
se explicita a promessa de realização dos valores encampados pelos princípios 
constitucionais. 
 
[...] 
 
 Com evidente redução da complexidade inerente ao processo de criação 
de um novo Código de Processo Civil, poder-se-ia dizer que os trabalhos da 
Comissão se orientaram precipuamente por cinco objetivos: 1) estabelecer 
expressa e implicitamente verdadeira sintonia fina com a Constituição Federal; 
 
 Assim podemos identificar inúmeros dispositivos legais na Constituição 
Federal que estão relacionados com o Direito Processual, dos quais destacamos 
os que seguem: 
Art. 5º 
[...] 
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade 
competente; 
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo 
legal; 
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em 
geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos 
a ela inerentes; 
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos; 
[...] 
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a 
defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem; 
[...] 
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que 
comprovarem insuficiência de recursos; 
[...] 
LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável 
duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. 
 
Conceito. 
 
 O direito processual é ramo do direito público. Tem suas características 
ditadas pelo direito constitucional. As normas de direito processual fixam a 
estrutura dos órgãos jurisdicionais, que garantem a distribuição da justiça com a 
aplicação do direito objetivo. 
 
 A atividade jurisdicional busca a realização prática daquelas normas em 
caso de conflitos de pessoas, declarando qual é o preceito pertinente ao caso 
concreto e desenvolvendo medidas para que esse preceito seja efetivado. 
 
 Assim podemos definir o direito processual como sendo um conjunto de 
princípios e normas jurídicas que normatizam e organizam a atividade 
jurisdicional, bem como disciplinam a solução das lides por meio do exercício da 
jurisdição. 
 
 O processo civil tem caráter instrumental, e concretiza a efetividade das 
leis materiais. 
 
 O direito processual é assim, do ponto de vista de sua função puramente 
jurídica, um instrumento a serviço do direito material. 
 
Autonomia. 
 
 Muito embora o direito processual sirva de instrumento para que o Estado 
exercite o Poder Jurisdicional ele é autônomo em relação ao direito material. 
 
Denominação. 
 
 Ao longo da história diversos nomes foram atribuídos ao direito 
processual. 
 
 No século XI falava-se em “práticas”, o que demonstra que o 
entendimento era limitado ao aspecto pragmático da solução do conflito, sem 
qualquer análise ou preocupação científica com o tema. 
 
 Mais adiante se tratou do direito processual como sendo “direito 
judiciário”, focando apenas na figura do juiz, deixando de lado os demais sujeitos 
envolvidos no processo e também todos os demais temas relevantes. 
 
 Finalmente, no século XIX, surge a nomenclatura direito processual, que 
hoje é a dominante. 
 
 Assim hoje em dia podemos indicar que o direito processual é o ramo 
que estuda o conjunto de normas e princípios que regulam a função jurisdicional 
do Estado em todos os seus aspectos (procedimentos + sujeitos). 
 
Divisão. 
 
 As principais divisões do direito processual são Direito Processual Civil, 
Direito Processual Penal e Direito Processual do Trabalho, e cada uma destas 
divisões atua como suporte para as demandas que tenham como causa 
subjacente matérias civil, penal e trabalhista. 
 
Relações com outras disciplinas jurídicas. 
 
 Muito embora o direito processual seja um ramo autônomo do Direito, 
devemos entender que ele não se apresenta de forma isolada. 
 
 Íntima é a sua ligação com outros ramos do direito como, por exemplo: 
 
Direito Constitucional - os princípios processuais mais importantes se 
encontram na Constituição Federal. Além disso, também encontramos na CF os 
direitos e garantias fundamentais, a organização e competência dos órgãos do 
Poder Judiciário, etc. 
 
Direito Penal – levando em consideração vários fatos penais relevantes, acaba 
por nos remeter ao citado ramo do direito, para que sejam retirados os conceitos 
necessários à compreensão dos institutos positivados no âmbito do direito 
processual civil, como por exemplo, falso testemunho, falsa perícia, etc. 
 
Direito Administrativo – relaciona-se com o processo civil em relação às 
normas relativas aos auxiliares da justiça. 
 
Direito Empresarial – o direito empresarial trata títulos executivos extrajudiciais, 
que podem ser executados em caso de inadimplemento de acordo com o CPC. 
 
Direito Civil – o direito material trata de vários temas de relevante importânciacomo, por exemplo: capacidade das pessoas, provas, prescrição, decadência, 
etc. 
 
 
Objetivo. 
 
 O direito processual civil tem por finalidade regular a atividade Estatal 
no sentido de se buscar a composição das lides, a fim de aplicar o direito ao caso 
concreto. 
 
 Essa visão implica numa postura publicística do processo, em que a 
jurisdição seria o instrumento utilizado para que o Estado alcance um dos fins 
que lhe são próprios, a pacificação social. 
 
 Assim podemos dizer que a pacificação é o escopo maior da jurisdição 
e, por consequência, de todo o sistema processual. 
 
 Com efeito, todo o sistema processual estaria voltado para a consecução 
deste objetivo, que é próprio da jurisdição, que corresponde ao Poder Estatal de 
resolver os conflitos sociais. 
 
 A doutrina moderna aponta ainda outros objetivos do processo, como por 
exemplo: a educação para o exercício de direitos; a preservação da liberdade; o 
respeito pelo ordenamento jurídico; a atuação da vontade concreta do direito, 
etc. 
 
Exercício 1: 
As matérias de competência legislativa privativa da União incluem: 
 
A - a criação de impostos municipais. 
B - a criação de impostos estaduais. 
C - a criação de impostos municipais e estaduais. 
D - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, 
aeronáutico, espacial e do trabalho. 
E - estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito 
local. 
 
Exercício 2: 
É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria relativa a: 
 
A - direito penal, apenas; 
B - direito penal e processual penal, apenas; 
C - direito processual penal e processual civil, apenas; 
D - direito penal, processual penal e processual civil; 
E - NDA. 
Exercício 3: 
As medidas provisórias podem tratar de matéria relativa a 
 
A - direito eleitoral. 
B - direito econômico se não reservada a lei complementar. 
C - direito processual civil. 
D - direitos políticos. 
E - direito processual penal, mas não a direito penal. 
 
Exercício 4: 
É expressamente vedada a edição de medida provisória sobre matérias relativas 
a: 
 
A - Direito penal, direito processual penal, apenas. 
B - Direito penal, direito processual penal e direito processual civil. 
C - Direito penal, direito processual penal, direito civil e direito processual civil. 
D - Direito penal, apenas. 
 
Exercício 5: 
São fontes formais do direito processual: 
 
A - as leis federais, as leis estaduais e as leis municipais. 
B - apenas as leis federais. 
C - as leis federais, estaduais ou municipais e a Constituição Federal. 
D - as leis federais e a Constituição Federal. 
E - as leis federais e as leis municipais. 
Exercício 6: 
Considerando que “[...] o direito processual civil volta-se ao estudo das normas 
regentes da atividade jurisdicional destinadas à resolução dos conflitos 
intersubjetivos [...]”(in Curso sistematizado de direito processual civil : teoria geral 
do processo civil : volume 1 / Cassio Scarpinella Bueno – São Paulo : Saraiva, 
2007) responda: 
 
A - o direito processual civil é estranho a um conflito que não envolva pelo 
menos duas pessoas. 
B - o direito processual serve para resolver qualquer modalidade de conflito, 
independentemente do número de pessoa(s) envolvida(s). 
C - o direito processual pode ser utilizado para resolver problemas de 
inquietações subjetivas indivíduo. 
D - o direito processual não serve para resolver conflitos intersubjetivos, para 
tanto deve ser utilizado o Código Penal. 
E - o exercício da atividade jurisdicional é disciplinado exclusivamente pela 
Constituição Federal. 
MÓDULO 3 - Fontes, Interpretação e Eficácia da Norma Processual. 
 
Fontes 
 
 São fontes do Direito os meios de produção ou expressão da norma 
jurídica. 
 
 O artigo 4º da Lei de Introdução às normas do direito brasileiro (LINDB) 
tem a seguinte redação: 
Art. 4º Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, 
os costumes e os princípios gerais de direito. ” 
 
 Assim temos que são fontes do direito a lei, a analogia, os costumes e 
os princípios gerais de direito. 
 
 Especificamente em relação ao novo Código de Processo Civil, o 
legislador também incluiu como fonte do direito processual outros ramos do 
Direito: 
Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas 
ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva 
e subsidiariamente. 
 
Classificando de forma hierárquica, a principal fonte do direito é a lei e as fontes 
secundárias são a analogia (não é fonte, mas sim um método de integração), 
costumes e princípios gerais de direito. Há ainda quem considere a doutrina, 
a jurisprudência e os brocardos jurídicos como fontes secundárias do direito. 
Entre as fontes secundárias não existe hierarquia, mas sim cronologia. 
 
A lei é o preceito jurídico escrito, emanado do legislador e dotado de caráter geral 
e obrigatório. Ela tem como características: 
i) a generalidade – dirigida a todos os cidadãos de forma indistinta. Porém 
podem ser dirigidas a uma determinada categoria. Ex: funcionários públicos; 
ii) imperatividade - impõe uma conduta, uma ordem, um comando; 
iii) autorizamento - autoriza ao lesado a exigência de seu cumprimento ou 
reparação pelo mal experimentado; 
iv) permanência – duram até que sejam revogadas. Exceto as leis temporárias; 
e 
v) emanadas pela autoridade competente – Ato exclusivo do Poder 
Legislativo. 
 
 Ainda podemos considerar que as normas estão hierarquicamente 
organizadas nos termos do artigo 59 da Constituição Federal: 
Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de: 
I - emendas à Constituição; 
II - leis complementares; 
III - leis ordinárias; 
IV - leis delegadas; 
V - medidas provisórias; 
VI - decretos legislativos; 
VII - resoluções. 
 
 Quanto à especialidade podemos classificar as normas considerando a 
amplitude das mesmas: 
i) normas gerais – são normas que discorrem sobre todo um ramo do Direito. 
Ex: Código Civil, CLT; e 
ii) normas especiais – são aquelas que regulam algum ramo do Direito. Ex: 
Lei de locações. 
 
 Como fonte secundária do Direito, a analogia trata da aplicação a um 
caso não regulado de modo direto por uma norma jurídica, de uma 
prescrição normativa prevista por uma hipótese distinta, mas semelhante ao 
caso não contemplado, fundando-se na identidade do motivo da norma e não do 
fato. 
 Analogia 
 A analogia pode ser dividida em: 
i) legis – aplicação da norma jurídica semelhante ao caso concreto não 
contemplado por lei; e 
ii) iuris – aplicação de qualquer forma existente. 
 Costumes 
 Outra fonte do direito são os costumes. Podemos definir costume como 
sendo uma norma aceita como obrigatória pela consciência do povo, sem que o 
Poder Público a tenha estabelecido. Para que seja reputada uma fonte do direito 
são necessários dois requisitos: 
i) subjetivo – é a crença da obrigatoriedade, pois em caso de descumprimento 
incide sanção; e 
ii) objetivo – é a constância na realização do ato. 
 
 Convém apontar que o costume difere do hábito, pois nesse não existe 
o elemento subjetivo, ou seja, a crença na obrigatoriedade. 
 E quanto aos princípios gerais de direito temos que os mesmos são 
fontes de caráter geral que regem um conjunto de fenômenos fundamentais 
admitidoscomo base da ciência do direito. São considerados como a espinha 
dorsal de todos os ramos do Direito no ordenamento jurídico, portanto são 
normas elementares que dão base estrutural ao Direito, definindo a conduta a 
ser tida em qualquer relação jurídica. 
 
Interpretação. 
 
 É a função de descobrir o sentido e o alcance da norma, buscando o 
significado dos conceitos jurídicos. 
 
 O artigo 5º da LINDB foi redigido da seguinte forma: 
“Art. 5º Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e 
às exigências do bem comum. ” 
 
 Existem inúmeras técnicas utilizadas para interpretar as normas, sendo 
as mais comuns: 
 
1. Gramatical/literal – verificação do sentido dos vocábulos do texto; 
2. Lógica – análise para tentar verificar a existência de antinomias; 
3. Sistemática – interpretação que leva em consideração o sistema em que 
se insere a norma, relacionando-a com outras que tem o mesmo objetivo; 
4. Histórica – baseia-se no estudo do antecedente da norma; e 
5. Sociológico/Teleológica – interpretação que busca atingir os fins sociais 
da norma. 
 
Eficácia da Norma Processual. 
 
 A norma jurídica tem a sua eficácia limitada tanto no espaço quanto no 
tempo, isto é, aplica-se apenas dentro de dado território e por certo período 
do tempo. 
 
 A eficácia da norma processual no espaço é regulada pelo princípio da 
territorialidade. 
 
 A lei processual, em relação ao território, tem por finalidade disciplinar a 
atividade jurisdicional, que é uma das formas de manifestação do Poder 
soberano do Estado. 
 
 Obviamente o juiz não deve ignorar a aplicação da lei estrangeira, porém 
deve atentar para qual caso ela poderá ser aplicada, nos termos do artigo 13 do 
Código de Processo Civil vigente: 
Art. 13. A jurisdição civil será regida pelas normas processuais brasileiras, 
ressalvadas as disposições específicas previstas em tratados, convenções ou 
acordos internacionais de que o Brasil seja parte. 
 
 Assim, tal artigo reconhece a regra da validade espacial do ordenamento 
jurídico interno para a regulamentação da jurisdição civil brasileira e ressalta a 
possibilidade de influência das normas de Direito Internacional no exercício da 
jurisdição interna, quando ratificadas pelo Brasil. 
 
 Exemplo claro de soberania da lei processual brasileira pode ser 
encontrado no § 1º do artigo 10 da LINDB: 
Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que 
domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a 
situação dos bens. 
§ 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela 
lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os 
represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus. 
 
 Tal dispositivo legal foi praticamente repetido no inciso II do artigo 23 do 
novo CPC: 
Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer 
outra: 
[...] 
II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento 
particular e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o 
autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do 
território nacional; 
 
 Por sua vez, a eficácia da norma processual no tempo importa em dizer 
que as normas processuais estão sujeitas à eficácia temporal das leis, 
constantes da Lei de Introdução às Normas de Direito Brasileiro: 
Art. 1o Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta 
e cinco dias depois de oficialmente publicada. 
§ 1o Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando 
admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada. 
§ 2o (Revogado pela Lei nº 12.036, de 2009). 
§ 3o Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, 
destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará 
a correr da nova publicação. 
§ 4o As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova. 
 
 E 
Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico 
perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. 
 
 Além daquilo que está disposto na LINDB, o CPC atual também dispõe 
que o novo regramento processual terá aplicação imediata, ainda que o feito 
tenha se iniciado sob a vigência da lei revogada. 
 
 Assim, em relação às normas processuais, temos que as mesmas 
atingem o processo no estado em que ele se encontra, nos moldes do artigo 14 
do CPC: 
Art. 14. A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos 
processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações 
jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada. 
 
 Portanto os atos processuais validamente realizados à luz do sistema 
processual anterior não serão prejudicados, nem refeitos. 
 
 
 
Exercício 1: 
A respeito da incidência da lei processual nova sobre processos pendentes 
quando do início da sua vigência, aplica-se a teoria: 
 
A - da unidade processual, segundo a qual a lei nova se aplica apenas aos 
processos ajuizados após sua entrada em vigor, evitando a retroatividade e 
preservando a validade dos atos processuais já praticados. 
B - da unidade processual, consoante a qual a lei nova deve incidir sobre todos 
os atos, passados e futuros do processo pendente, repetindo-se os atos 
praticados em desconformidade com a lei nova. 
C - do isolamento dos atos processuais, isto é, os atos ainda pendentes dos 
processos em curso se sujeitam aos comandos da lei nova, respeitada a 
eficácia daqueles atos já praticados de acordo com a lei antiga. 
D - das fases processuais, devendo cada fase (postulatória, probatória, 
decisória e recursal) ser compreendida como um conjunto inseparável de atos, 
devendo a lei nova disciplinar apenas os atos processuais de fases ainda não 
iniciadas. 
E - n.d.a. 
Exercício 2: 
No tocante à eficácia da lei no tempo, é INCORRETO afirmar: 
 
A - Pode haver retroatividade expressa, desde que não atinja direito adquirido. 
B - Mesmo que a lei retroaja, por expressa vontade legislativa, não pode atingir 
os efeitos dos atos jurídicos praticados sob o império da norma revogada. 
C - A regra geral, no silêncio da lei, é sua irretroatividade. 
D - São de ordem constitucional os princípios do respeito ao direito adquirido e 
ao ato jurídico perfeito. 
E - Como regra, a lei nova tem efeito imediato, não se aplicando aos fatos 
anteriores. 
Exercício 3: 
Em relação à eficácia da lei no tempo, assinale a opção correta. 
 
A - Por meio da revogação, em sentido amplo, termo afeto ao processo 
legislativo, a norma é extinta do sistema jurídico por outro ato normativo da 
mesma espécie, o que não se aplica às normas declaradas inconstitucionais. 
B - A irretroatividade é a regra geral em matéria de direito intertemporal, não se 
admitindo, em hipótese alguma, a retroatividade de atos normativos em 
observância à segurança jurídica. 
C - A promulgação da lei a torna obrigatória para a coletividade. 
D - Pode ser promulgada nova lei sobre o mesmo assunto de norma já 
promulgada, sem que se ab-rogue tacitamente a anterior. 
E - A vigência da lei coincide necessariamente com a data de sua publicação 
no Diário Oficial. 
Exercício 4: 
Direito Civil Baseado em antiga parêmia - ubi eadem ratio, ibi eadem dispositio -escreve Miguel Reale: “É de presumir-se que, havendo correspondência de 
motivos, igual deve ser o preceito aplicável” (Filosofia do Direito. V. 1, 7. ed. São 
Paulo: Saraiva, 1975. p. 128). Esse texto refere-se: 
 
A - à eficácia da lei no tempo e no espaço. 
B - à aplicação das leis segundo sua hierarquia. 
C - aos princípios gerais do Direito. 
D - à analogia. 
E - à equidade 
Exercício 5: 
Quando o intérprete se defrontar com a necessidade de preencher lacuna da lei, 
de modo a proceder à aplicação de uma norma existente, destinada a reger caso 
semelhante, é correto afirmar que há: 
 
A - interpretação extensiva. 
B - aplicação do direito alternativo. 
C - analogia juris . 
D - analogia legis . 
E - n.d.a. 
Exercício 6: 
Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso com o emprego da: 
 
A - analogia, dos costumes e dos princípios gerais do direito. 
B - equidade em quaisquer casos, dos costumes e dos princípios gerais do 
direito. 
C - analogia, da equidade e dos costumes, apenas. 
D - interpretação, dos costumes, da equidade e dos princípios gerais do 
direito. 
E - interpretação, da analogia e dos princípios gerais do direito. 
MÓDULO 6 – Jurisdição. Conceito. Objetivos do Estado ao exercer a jurisdição. 
Características da jurisdição. Princípios fundamentais da jurisdição. Espécies de 
jurisdição. Limites da jurisdição. 
 
Jurisdição. Conceito. 
 
Jurisdição é: 
 
É o poder, função ou atividade de aplicar o direito a um fato concreto, 
pelos órgãos públicos destinados a tal, obtendo a justa composição da lide 
(Vicente Greco Filho). 
Poder: manifestação do poder estatal, porque atua cogentemente 
(manifestação de força) como manifestação de potestade do estado e o faz 
definitivamente em face das partes em conflito; 
 
Função: cumpre a finalidade de fazer valer a ordem jurídica posta em 
dúvida em virtude de uma pretensão resistida; 
 
Atividade: consiste numa série de atos e manifestações externas de 
declaração de direitos e de concretização de obrigações consagradas num título. 
 
2) É o poder que toca ao Estado, entre as suas atividades soberanas, de 
formular e fazer atuar praticamente a regra jurídica concreta que, por força do 
direito vigente, disciplina determinada situação jurídica (Enrico Túllio Liebman). 
 
3) É a função do Estado de realizar e declarar, de forma prática, a vontade 
da lei diante de uma situação jurídica controvertida. (Humberto Theodoro Jr.) 
 
Vimos que a função jurisdicional só atua em casos concretos de conflito 
de interesses (lide ou litígio) e sempre na dependência da invocação dos 
interessados, contrariamente, por ex., da função legislativa, que é exercida em 
abstrato. 
 
Não são todos os conflitos de interesses que se compõe por meio de 
jurisdição, mas apenas aqueles que configuram a lide ou litígio. 
 
Lide ou Litígio é o conflito de interesses qualificado por uma pretensão 
resistida. Sem lide não há interesse de se instaurar uma relação jurídica 
processual. 
 
A Jurisdição é função precípua do Estado, através do Poder Judiciário. 
Foi Montesquieu que propôs uma divisão correspondente à atividade do Estado. 
Não há divisão de poderes, pois este é uno; O que existe é divisão dos órgãos 
para exercer as distintas funções do Estado: Poder Executivo; Legislativo e 
Judiciário. 
 
Distinção entre as funções: 
 A legislativa é a elaboração da lei; a jurisdicional é a 
aplicação da lei, sendo que em alguns casos o juiz pode “criar’o direito, 
ao utilizar a analogia e a equidade; 
 Da executiva, o Estado administra seus próprios interesses, 
sendo que a jurisdição é substitutiva, ou seja, atua em substituição a 
atividade das partes para a tutela de direitos subjetivos lesados. 
 
Objetivos do Estado ao exercer a jurisdição. 
 
 O Estado tem por objetivo exercer a jurisdição das seguintes 
formas: pela decisão, pela execução e pelas medidas preventivas ou cautelares. 
 
Tutela Jurisdicional de Conhecimento ou de declaração: 
 
 É aquele que o juiz conhece a lide colocada e a soluciona através da 
aplicação da lei ao caso concreto, proferindo uma decisão. Instaura um 
processo, chamado de processo de conhecimento. 
Tutela Jurisdicional de Execução: dá força ao comando da sentença 
caso o vencido não satisfaça sua obrigação espontaneamente. Instaura o 
processo de execução. 
Tutela Jurisdicional Cautelar ou Preventiva: é uma tutela emergencial, 
devido a grande demora das demais tutelas. Instaura o processo cautelar. 
 
Características da jurisdição. 
 
 A jurisdição apresenta as seguintes características: 
 
a) Substitutiva ou secundária: pois o Estado substitui a 
atividade das partes (atividade primária), que estão em conflito na lide, e 
são proibidas de fazer “justiça pelas próprias mãos”. No penal, esta 
característica é absoluta, pois nunca o direito de punir pode ser exercido 
independente do processo e o acusado submeter-se voluntariamente a 
aplicação da pena, o que já não ocorre no processo civil, que é possível 
a auto composição. 
 
b) Instrumental: torna efetiva e concreta a atuação prática das 
regras de direito, abstratas e genéricas, previstas no ordenamento 
jurídico. 
 
c) Definitiva e imutável: impossibilidade da mudança da 
sentença proferida durante o processo, não admitindo revisão por outro 
poder, diferentemente das decisões administrativas (art. 5o. XXXVI 
CF/88). 
 
 
d) Natureza Declaratória: O Estado, ao exercer a jurisdição, 
não cria direitos subjetivos, mas tão somente reconhece os direitos 
preexistentes. 
 
e) Escopo jurídico: é a atuação (cumprimento, realização) das 
normas de direito substancial (direito objetivo) e a pacificação social. 
 
 
f) Lide: a função da jurisdição é a justa composição da lide, 
buscando o mesmo resultado quanto à pretensão deduzida que poderia 
ter sido satisfeita pelo obrigado. 
 
Princípios fundamentais da jurisdição. 
 
 Muito embora o tema já tenha sido abordado em outros módulos, 
alguns dos princípios do direito processual estão intimamente ligados com a 
jurisdição. 
 
a) Inércia: a atividade jurisdicional desenvolve-se somente 
quando provocada. (Art. 2 do CPC - Garantia de Imparcialidade do juiz 
- Ne procedat iudex ex-officio.) Como os direitos subjetivos, em princípio, 
são disponíveis, podendo ser ou não exercidos, também o acesso aos 
órgãos jurisdicionais fica entregue ao poder dispositivo do interessado. 
Contudo existem exceções à regra da inércia: execução trabalhista; 
decretação de falência no curso da concordata; abertura de inventário etc. 
b) Inevitabilidade: não se pode opor qualquer instituto para 
impedir que a jurisdição alcance os seus objetivos e produza os seus 
efeitos; independe de a vontade das partes aceitarem os eventuais efeitos 
do processo. 
c) Indelegabilidade: as atribuições do Judiciário só podem ser 
exercidas pelos seus respectivos órgãos. O juiz não pode delegar sua 
atividade a outro, externa ou internamente. 
d) Juiz Natural: só pode atuar como juiz somente quem se 
enquadre em órgão judiciário previsto de modo expresso em norma 
jurídica constitucional. Proíbe os tribunais de exceção - art.5, XXXVII CF 
e) Duplo Grau de Jurisdição: a parte que não obteve a 
satisfação de sua pretensão em primeiro grau pode provocar um novo 
exame de seu processo por um órgão de segundo grau, diverso daquele 
que julgou anteriormente. Juízes mais experientes, órgãos colegiados, 
menor probabilidade de erro, etc. 
f) Investidura: a jurisdição só pode ser exercida por quem se 
ache legitimamenteinvestido do poder jurisdicional. 
g) Aderência ao Território: os Magistrados só possuem poder 
dentro dos limites territoriais, só podendo praticar atos processuais dentro 
de um determinado limite territorial, e quando necessária a prática de atos 
fora dos limites territoriais os atos são praticados por cartas (precatórias 
e rogatórias). 
h) Inafastabilidade: também chamado de princípio do controle 
jurisdicional, visa garantir a todos o acesso ao Poder Jurisdicional, nem 
mesmo o juiz pode deixar de decidir alegando lacuna ou obscuridade da 
lei. (art. 5º. XXXV – art. 3º CPC). 
 
Espécies de jurisdição. Limites da jurisdição. 
 
 Embora a atividade jurisdicional seja una, tendo em vista o 
princípio da divisão do trabalho e a diferença de matéria jurídica a ser 
manipulada pelo juiz, didaticamente se fala em espécies de jurisdição. 
 
Quanto à matéria: (conforme a natureza da pretensão) 
 
Penal: versa sobre as lides de natureza penal, que são reguladas pelo 
direito penal, sendo o instrumento de composição o processo penal; 
Especial: versa sobre as lides de natureza especial, ou seja, trabalhista, 
militar penal e eleitoral; 
Civil: por exclusão, que versa sobre lides de natureza não penal, 
excluídas as lides especiais, cujo instrumento é o processo civil. 
 
As Jurisdições Penais e Civis formam a chamada Jurisdição Comum, ao 
lado da Jurisdição Especial. 
 
Quanto ao grau em que é exercida: (Princípio do duplo grau de 
jurisdição) 
 
 Jurisdição Inferior: exercida pelo primeiro órgão a 
conhecer da causa submetida ao Estado-juiz. Fala-se em competência 
originária; (1ª Instância); 
 Jurisdição Superior: exercida pelo órgão que conhece da 
causa em grau de recurso. Fala-se em competência recursal. (2ª 
Instância); (competência originária dos Tribunais); 
 
Jurisdição Contenciosa e Voluntária ou Graciosa 
 
 Com relação a Jurisdição, vimos que: 
 
a) Seu objetivo é a composição dos conflitos de interesses 
qualificados por uma pretensão resistida, ou seja, existe a ideia de 
contenda, contestação, litígio, oposição; 
 
b) Pressupõe a existência de partes, o sujeito ativo, titular da 
pretensão subordinante ou protegida pelo direito e o sujeito passivo ou 
titular da pretensão subordinada, denominados autor e réu; 
 
 
c) Possibilidade do contraditório, ou seja, ao réu é dada a 
oportunidade de defender-se, contrariar a sujeição pretendida pelo autor; 
 
d) Decisões fazem coisa julgada, ou seja, as decisões 
proferidas em decorrência do conflito de interesses tornam-se imutável ou 
irrevogável, quando transitada em julgado, tendo assim colocado fim ao 
exercício da função jurisdicional; 
 
Dessas características podemos definir a jurisdição voluntária 
ou graciosa: 
 
1) É a atividade aditiva do Poder Judiciário destinada a tutela direitos 
individuais em determinados negócios ou atos jurídicos, segundo previsão 
taxativa em lei; 
 
2) Administração de interesses privados pelos órgãos jurisdicionais; 
 
 A Jurisdição Voluntária versa sobre interesses que não estão em 
conflito. 
 
 O Estado intervém na administração de vários interesses privados, 
conquanto isso venha a limitar a atuação de seus titulares. Ex: tutela do 
nascimento e do óbito; reconhecimento de filhos; formação de pessoas jurídicas 
através de seus atos constitutivos; formação de fundações com supervisão do 
Ministério Público, etc.. 
 
 Mas há certa categoria de interesses privados cuja tutela foi 
deixada a cargo dos órgãos jurisdicionais, tendo em vista as suas condições 
peculiares: 
a) nomeação de tutores ou curadores; 
b) autorização para venda de bens de menores; 
c) suprimento do consentimento para casamento; 
d) separação consensual; 
e) abertura de testamento... Tais interesses tutelados pelos órgãos 
judiciários não estão em conflitos, mas somente para a proteção dos seus 
respectivos titulares. 
 
 Na jurisdição voluntária: não existem interesses em conflito, não 
se fala em partes, mas em interessados; não há contraditório, pois não há o que 
contestar; chamada de Jurisdição Graciosa, pois a jurisdição é uma espécie de 
graça, um favor, um benefício do Estado ao Interessado; chamada também de 
jurisdição administrativa, pois é administração pública de interesses privados 
pelos órgãos jurisdicionais, devendo entretanto ser evitada tal denominação para 
não confundir com o contencioso administrativo. 
Exercício 1: 
São duas as espécies de jurisdição civil. Uma contenciosa; outra voluntária. A 
diferença entre jurisdição civil contenciosa e voluntária é: 
I - que a contenciosa não implica propriamente um ato de julgar e a voluntária 
implica uma decisão; 
II - que, na voluntária, a intervenção do juiz tem por escopo julgar a contenda, 
impedindo que as partes façam justiça com as próprias mãos, enquanto que a 
contenciosa, também chamada de jurisdição graciosa, a intervenção do juiz 
garante, com a sua assistência, ou com a sua autorização, legitimidade de um 
ato de interesse privado; 
III - que a jurisdição civil contenciosa implica numa decisão, quanto que a 
jurisdição civil voluntária não implica propriamente um ato de julgar ou de decidir; 
IV - que se subtende na contenciosa a não pré-existência de um litígio, ao 
contrário da voluntária que abrange uma contenda; 
V - decidir é próprio da jurisdição contenciosa, porquanto os atos decisórios, por 
intermédio dos quais a lide é encerrada, caracteriza a essência da jurisdição 
voluntária. 
Assinale a alternativa correta: 
 
A - Nenhuma das alternativas anteriores está correta; 
B - somente uma das alternativas está correta; 
C - somente duas alternativas estão corretas; 
D - somente três alternativas estão corretas; 
Exercício 2 
A propósito da jurisdição, assinale a alternativa incorreta, considerando as 
proposições abaixo: 
 A - A jurisdição, como manifestação da soberania do Estado, é uma e indivisível. 
Porém, levando em conta particularidades que impõem a repartição das 
atribuições jurisdicionais entre diferentes órgãos, bem como o aspecto de sua 
abordagem e outras peculiaridades, a doutrina costuma admitir sua classificação 
por espécies; 
B - Ao classificar a jurisdição, quanto ao objeto, em penal e civil, a doutrina atribui 
a esta última, em sentido amplo, todas as lides não penais; 
C - Por “jurisdição comum” entende-se todas as “justiças”, com exceção das 
chamadas “justiças especiais”, que são: a Trabalhista, A Militar e a Eleitoral; 
D - Na jurisdição voluntária, ao contrário da contenciosa, não há partes, porque 
todas as alternativas estão corretas. 
 
 
Exercício 2: 
 
não há controvérsia, antagonismos ou conflitos de interesses, apenas 
“interessados”; 
E - todas as alternativas acima contêm afirmações não verdadeiras. 
Exercício 3: 
 
As chamadas funções do Estado são justamente as tarefas ou atribuições 
fundamentais que o Estado tem de executar para realizar os seus fins. Foi 
Montesquieu quem melhor sistematizou a chamada “repartição dos poderes” 
estatais. Nossa Constituição Federal usa a palavra “poder” com o sentido de 
função, de forma que, por exemplo, onde está escrito “o Poder Legislativo” deve-
se ler a função legislativa. O poder que emana do Estado é uno; as funções e os 
órgãos são distintos, ou seja, a separação dos poderes é uma técnica para 
distribuir funções distintas entre órgãos relativamente separados. 
Nesse sentido, temos que a jurisdição (Poder Judiciário, que ao lado do Poder 
legislativo e Poder Executivo contemplam as funções estatais) é justamentea 
função estatal que tem a finalidade de garantir a eficácia do direito em última 
instância no caso concreto, ou seja, a atuação terminal do direito exercida, 
preponderantemente, pelos órgãos do Poder Judiciário, independentes e 
imparciais, compondo conflitos de interesses mediante a aplicação da lei através 
do devido processo legal. 
Cabe ao Poder Judiciário, sem a possibilidade de transferir essa função para 
qualquer outro poder estatal, a função de compor definitivamente a lide. 
Entretanto, os órgãos jurisdicionais são, por sua própria índole inertes, ou seja, 
para atuação dos órgãos, necessária a devida provocação do interessado. Isso 
porque aos interessados, salvo expressa previsão legal, não é possível a 
resolução dos conflitos (lide) por eles mesmos, ou seja, o Judiciário é chamado 
a atuar, em lugar das partes, para que se ponha fim ao respectivo conflito, 
resultando na paz social. Aliás, o artigo 126 do Diploma Processual Civil 
Brasileiro determina que “o juiz não se exime de sentenciar ou despachar, 
alegando lacuna ou obscuridade da lei.” 
O texto em questão faz referência a vários princípios e características 
fundamentais da Jurisdição. São eles: 
 
 
 
 
 
 
A - inércia, inevitabilidade e substitutividade; 
B - inércia, indeclinabilidade e delegabilidade. 
C - inércia, insubstitutividade e inevitabilidade. 
D - Inércia, substituvidade e declinabilidade . 
E - nenhuma das alternativas anteriores. 
Exercício 4: 
 
Leia o texto abaixo com atenção e responda a questão a seguir: 
Em seu sentido próprio, a jurisdição compete apenas aos órgãos do Poder 
Judiciário, embora em direito administrativo também se fale em "jurisdição 
administrativa", bem como em "jurisdição" simplesmente como o limite da 
competência administrativa de um órgão público. 
Do ponto de vista da teoria da separação dos poderes, a jurisdição é a função 
precípua do Poder Judiciário, sendo-lhe acrescida, em alguns sistemas jurídicos 
nacionais, a função do controle de constitucionalidade. 
Como regra, a função jurisdicional é exercida somente diante de casos concretos 
de conflitos de interesses, quando provocada pelos interessados. 
No sentido coloquial, a palavra jurisdição designa o território (estado ou 
província, município, região, país, países-membros etc.) sobre o qual este poder 
é exercido por determinada autoridade ou Juízo. 
O tema da jurisdição é objeto de estudo das disciplinas de direito constitucional, 
direito internacional privado, direito processual e direito administrativo, dentre 
outras. 
 Sobre jurisdição, assinale a resposta incorreta: 
 
A - A jurisdição é monopólio estatal. Entretanto, podem os interessados optar por 
meio não estatal de exercício da jurisdição, capaz de por fim à lide. 
B - A arbitragem, nos conflitos a ela submetidos por deliberação dos 
interessados, constitui exercício delegado da jurisdição, por isso se insere no 
conjunto dos meios para a solução da lide. 
C - A arbitragem, expressamente prevista em lei, não implica violação ao 
princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional (CF, art. 5°, inc. XXXV). 
D - Na jurisdição voluntária, ao contrário da contenciosa, não há partes, porque 
não há controvérsia, antagonismos ou conflitos de interesses, apenas 
“interessados”. 
E - A jurisdição civil, contenciosa e voluntária é exercida somente pelo Poder 
Judiciário. 
 
 
Exercício 5: 
 
“A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”. 
Tal dispositivo consagra o princípio: 
 
A - A do juiz natural; 
B - do remédio da jurisdição; 
C - da tutela jurisdicional; 
D - da isonomia perante a lei. 
E - Inércia da jurisdição; 
Exercício 6: 
 
A jurisdição, como poder ou função estatal, é una e abrange todos os litígios que 
se possam instaurar em torno de quaisquer assuntos de direito. A diferença de 
matéria jurídica a ser manipulada pelos juízes, na composição dos litígios, 
conduz à necessidade prática da especialização não só dos julgadores, como 
das próprias leis que regulam a atividade jurisdicional. Desta forma, o que não 
couber na jurisdição penal e nas jurisdições especiais, cabe a: 
 
A - jurisdição civil 
B - jurisdição ordinária 
C - jurisdição privada 
D - jurisdição voluntária 
E - jurisdição especial 
MÓDULO 7 – Ação. Generalidades. Conceito de ação. Natureza Jurídica. Condições da 
Ação. Conceito. Carência da ação. Classificação das ações. 
Ação. 
 
 O Direito objetivo tutela certas categorias de interesses. Ao conflito de 
interesses regulado pelo direito, temos a relação jurídica: 
 
a) Sujeito ativo ou titular do interesse protegido - direito subjetivo 
(concorrência da sua vontade); e 
b) Sujeito passivo ou do interesse subordinante - obrigação. 
 
 Os conflitos de interesse são regulados pelo direito, devendo os sujeitos 
se submeter à ordem jurídica. Entretanto, pode ocorrer a resistência de um dos 
sujeitos em ter o seu interesse subordinado ao outro. Configura-se a lide, que é 
o conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida, pretensão essa 
de subordinação de um interesse ao outro. 
 
 Como a lide perturba a paz social, temos que o Estado, ao vedar a 
autodefesa, reservou para si a função de dirimir a lide e aplicar o direito, ou seja, 
a função jurisdicional. 
 
 Mas a jurisdição só pode ser exercida quando provocada, ou seja, é 
necessário que o sujeito exponha a sua pretensão a ser tutelada pelo juiz (art. 
2° do CPC). Ao deduzir a sua pretensão, invoca a jurisdição, que aplicará o 
direito ao caso concreto. 
 
 Esse direito que o indivíduo tem de invocar a tutela jurisdicional do Estado 
corresponde ao direito de ação. 
 
Generalidades. 
 
 O CPC atual abandona a teoria eclética adotada no CPC anterior e assim 
afasta as regulamentações do código anterior em que havia alguma referência à 
categoria “condições da ação” e adota o estudo do exame do interesse de agir e 
da legitimidade vinculado ao exame dos pressupostos processuais e a da 
possibilidade jurídica do pedido junto ao mérito. 
 
 Porém não podemos dizer que o exame da legitimidade da parte, do 
interesse de agir e da possibilidade jurídica do pedido deixe de existir no novo 
código de processo civil, mas apenas que as condições da ação serão 
eliminadas como um conceito autônomo. 
 
 Na novel legislação o exame funde-se ao binômio admissibilidade/mérito, 
portanto as questões que compõem o conceito de condições da ação passam, 
assim, a ser analisadas enquanto questões de mérito, no caso da possibilidade 
jurídica, ou como pressupostos processuais, na hipótese da legitimidade e 
interesse. 
 
Conceito de ação. 
 
 Esse pedido de tutela jurisdicional, essa provocação da jurisdição é 
chamada de direito de ação. A doutrina conceitua ação como: 
 O direito subjetivo que consiste no poder de produzir o evento a que está 
condicionado o efetivo exercício da função jurisdicional (Enrico Tulio 
Liebman); 
 O direito de invocar a função jurisdicional (Moacyr Amaral dos Santos); ou 
ainda 
 O direito ao exercício da atividade jurisdicional (Ada Pellegrini) 
 
Natureza Jurídica. 
 
 A doutrina costuma classificar as teorias que tratam da ação em teorias 
monistas (unitária) e dualista, tomando por critério pertencer tal conceito tão 
somente ao plano do direito material ou tão somente ao direito processual 
(teorias unitárias), confrontando-se a formulação que a identifica em ambos os 
planos jurídicos (teoria dualista).Teoria Civilista - Com base no direito romano a ação era o direito de pedir em 
juízo o que se é devido (nihil aliud est actio quan ius, quo sibi debeatur, in indicio 
persequendi), ou seja, a ação, como processo, era simples capítulo do direito 
privado, do direito civil. Disso era possível extrair três consequências inevitáveis: 
não há ação sem direito; não há direito sem ação; e a ação segue a natureza do 
direito. 
 
Polêmica entre Windscheid e Müther - Na Alemanha surgiu uma polêmica que 
se tornou famosa, entre Windscheid e Müther sobre incorporação 
da actio romana no direito contemporâneo. Para Windscheid, a actio era o 
próprio direito material e não um novo direito, surgido da violação daquele. 
Müther, confrotando as idéias de Windscheid, diferenciou o direito lesado do 
direito de ação. Segundo ele, a ação seria o direito à tutela do Estado, 
competindo tal direito a quem teve seu direito ofendido. Desta forma, distinguiu-
se o direito subjetivo (direito a ser tutelado), do direito de ação (direito subjetivo 
público). 
 
As principais críticas à teoria civilista dizem respeito à ação declaratória. Verifica-
se que muitas são julgadas improcedentes, pois a sentença julgada infundada à 
pretensão do autor, isto é, houve exercício da ação até a improcedência, portanto 
existiu ação sem direito material. 
 
Teoria do Direito Concreto à Tutela - Adolpho Wach defendeu que ação é um 
direito autônomo, pois não tem por base um direito subjetivo ameaçado ou 
violado, assim também é possível a existência da ação para se obtiver uma 
simples declaração da existência ou inexistência de uma relação jurídica. A ação 
é dirigida contra o Estado (direito de exigir proteção jurídica) e também contra o 
adversário (do qual se exige a sujeição). Porém o direito de ação só existiria 
quando a sentença fosse favorável. A ação seria um direito público e concreto, 
ou seja, um direito existente em casos concretos em que existisse direito 
subjetivo a ser tutela. 
 
Tal teoria não pode ser aceita, pois com a improcedência da demanda nada 
poderia se dizer a respeito dos atos processuais praticados até a sentença. E 
ainda não se pode conceber que toda ação seja dirigida contra o Estado 
propriamente dito. 
 
Teoria da Ação como direito potestativo – Para Chiovenda a ação é um direito 
autônomo, mas a ação não se dirige contra o Estado, mas sim contra o 
adversário (direito de provocar a atividade jurisdicional contra o adversário). 
Dessa forma o direito de ação seria um direito potestativo (direito de poder) 
tendente à produção de um efeito jurídico a favor de um sujeito e com ônus para 
outro, o qual nada pode fazer para evitar a atuação da lei. Tal teoria falha, pois 
os direitos potestativos caracterizam-se mais por serem meras faculdades 
quanto ao exercício do direito e não uma obrigação. 
 
Teoria da Ação no sentido abstrato – De acordo com Degenkolb (Alemanha) 
e com Plosz (Hungria), a chamada teoria da ação no sentido abstrato em 
confronto com as teorias que concebem a ação como direito de obter uma 
providência jurisdicional favorável no sentido concreto. Para eles o direito de 
ação independe da existência efetiva do direito invocado, pois basta apenas uma 
referência a um interesse a ser tutelado em abstrato pelo direito, para que o 
Estado exerça sua atividade jurisdicional, proferindo uma sentença, mesmo que 
contrária. 
 
Teoria Eclética da Ação - Tal teoria aponta que o direito de ação é autônomo e 
abstrato, e que ele só existirá se no processo estiverem presentes condições 
que o legitimem, isto é, que exista uma situação de fato, que só possa ser 
resolvida elas vias jurisdicionais. As condições da ação para a teoria eclética 
são: possibilidade jurídica do pedido, o legítimo interesse, e a legitimação para 
agir. 
 
 A doutrina dominante até o CPC de 1973 era ligada a teoria eclética da 
ação, contudo o atual código se afastou dela ao excluir a possibilidade jurídica 
das hipóteses de condições da ação, e ao tratar o exame do interesse e da 
legitimidade como pressupostos para apreciação do mérito. 
 
Condições da Ação. Conceito. 
 
 Para Frederico Marques condições da ação são os “requisitos 
necessários, conexos à pretensão formulada pelo autor, para que o Estado-Juiz 
dê por legítimo o exercício do direito de ação, com a justa composição da lide 
(se atendidos os pressupostos processuais) ”. 
 
 “São requisitos que a ação deve preencher para que se profira uma 
decisão de mérito. ” Nos dizeres de Moacyr Amaral dos Santos. 
 
 Para Antonio Carlos Marcato as condições da ação “são os requisitos de 
existência do direito de ação”. 
 
 Contudo convém relembrar que no novo CPC as condições da ação 
deixam de ser um conceito autônomo e passam a ser analisadas como 
pressuposto processual. 
 
Carência da ação. 
 
 A Ação é o direito de se invocar a tutela jurisdicional. 
 
 A Jurisdição, por sua vez, tem a função de aplicar o direito ao caso 
concreto. 
 
 Entretanto, para que a jurisdição seja exercida, necessária a provocação 
do Estado-Juiz, com a consequente instauração do processo, formação da 
relação jurídica processual e regular processamento com a final prolação de uma 
sentença de mérito. 
 
 Mas para que esse exercício ocorra são necessários certos requisitos ou 
condições, que dão existência ao direito de ação, para que seja proferida uma 
sentença de mérito, ou seja, antes de analisar o próprio pedido do autor, 
necessário se faz verificar se esse pedido pode ser conhecido pelo Estado. 
 
O anterior CPC indicava como condições da ação: a possibilidade jurídica do 
pedido, o interesse de agir e a legitimidade das partes (legitimatio ad causam). 
 
Contudo atual CPC inovou e excluiu a possibilidade jurídica do pedido como uma 
das condições da ação, e manteve apenas o interesse a legitimidade das partes 
como condições da ação/pressuposto processual. 
 
Isso é o que se depreende da redação do artigo 17 do CPC vigente: 
Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade. 
 
 
 Interesse de agir – pode ser basicamente definido como a verificação 
da necessidade e da utilidade da tutela jurisdicional requerida. 
 
 Legitimidade para a causa – é o elemento verificador da pertinência 
subjetiva da ação. A legitimação indica para cada processo as partes legítimas, 
ou seja, as pessoas que devem estar presentes, para que o juiz possa enfrentar 
o mérito. 
 
Classificação das ações. 
 
 A doutrina conhece vários critérios de classificações das ações, mas o 
que permanece, a tendência moderna é a classificação tendo em vista a 
providência jurisdicional. Isto porque a ação é o meio de provocar a tutela 
jurisdicional, ou seja, de solicitar uma providência jurisdicional. 
 
 Conforme se trate de tutela jurisdicional de conhecimento, de execução, 
preventiva ou cautelar, classificam-se as ações em de conhecimento, de 
execução e cautelares. 
 
Ações de Conhecimento - provocam uma providência jurisdicional que reclama 
um processo regular de conhecimento. O processo se diz de conhecimento, pois 
é através dele que o juiz conhecerá da pretensão do autor, o motivo da 
resistência do réu, tomará contato com as provas para só então proferir uma 
sentença. 
 
As ações de conhecimento subdividem-se em três grupos: 
 
Ações meramente declaratórias: buscam apenas e tão somente uma 
declaração, quanto a existência ou inexistência de uma relação jurídica. O 
conflito entreas partes está na incerteza da relação jurídica; 
Ações condenatórias - são as que buscam a imposição de uma sentença 
condenatória, ou seja, que imponha uma sanção ao réu.; e 
Ações constitutivas – nas ações constitutivas a parte busca a criação, 
modificação ou extinção de uma relação jurídica. 
 
Ações Executivas - São as que provocam providências jurisdicionais de 
execução, ou seja, pede-se a realização dos atos executórios que tornem efetiva 
a sanção. 
Ações Cautelares - visam providências urgentes e provisórias, tendentes a 
assegurar a possibilidade de realização do direito no futuro. Em razão da 
providência solicitada pela ação cautelar visar assegurar os efeitos da sentença 
a ser proferida no processo de conhecimento, ou do ato executório no processo 
de execução, aquela providência é provisória, portanto vigorará apenas 
enquanto se aguarda a sentença. 
 
A doutrina também apresenta outras classificações: 
 
a) Quanto à natureza do direito - ações reais: visam a tutela de um direito 
real; ações pessoais: visam a tutela de um direito pessoal, isto é de uma 
obrigação. 
 
b) Quanto ao objeto – ações mobiliárias: são as que versam sobre coisas 
móveis, bens móveis; ações imobiliárias: versam sobre bens imóveis. 
 
Exercício 1: 
 
Segundo José de Albuquerque Rocha, em sua obra intitulada “Teoria Geral do 
Processo”, a doutrina reconhece vários critérios de classificação das ações, 
sendo que, o critério prevalente, é aquele que se funda na espécie de provimento 
requerido pelo autor ao juiz. Por este critério, as ações são classificadas em 
ações de conhecimento, ações de execução e ações cautelares. As primeiras 
são aquelas que tendem a provocar um juízo, ou seja, um julgamento sobre a 
situação jurídica afirmada pelo autor; já as segundas visam justamente pedir ao 
Estado a realização prática de meios coativos do comando contido na sentença 
ou em outro documento que a lei reconheça a eficácia executiva; e finalmente, 
as terceiras visam assegurar e garantir o eficaz desenvolvimento e o profícuo 
resultado de outra demanda. As ações de conhecimento, por sua vez, se dividem 
em ações condenatórias, ações declaratórias e ações constitutivas. Se “A” 
afirma ser titular de direito a indenização, em razão de dano que lhe tenha sido 
causado por “B”, por exemplo, em razão de um acidente de trânsito ou acidente 
de trabalho: 
 
 
A - o meio para obtenção de provimento jurisdicional que resolva essa lide será 
a ação de conhecimento, onde as partes têm a oportunidade ampla de 
produção de provas; 
B - o meio para obtenção de provimento jurisdicional que resolva essa lide será 
a ação de execução, onde as partes têm a oportunidade ampla para 
coativamente fazer valer seu direito; 
C - o meio para obtenção de provimento jurisdicional que resolva essa lide será 
a ação cautelar, onde as partes têm a oportunidade de preservar desde logo, o 
resultado prático de uma demanda; 
D - D) o caminho adequado para obter um resultado prático para a lide é não 
se dá através da ação; 
E - nenhuma das alternativas anteriores 
Exercício 2: 
A ação, como direito público e subjetivo de invocar a prestação jurisdicional, 
independentemente de ser favorável ou não, ao postulante, e de natureza: 
 
A - Concreta; 
B - Abstrata; 
C - Mista; 
D - Privada; 
E - Nenhuma das alternativas está correta. 
Exercício 3: 
As ações declaratórias: 
 
A - São as que conferem ao vencedor o poder de pedir a seu favor, a execução 
judicial; 
B - São aquelas nas quais o interesse do reclamante limita-se à afirmação da 
existência ou inexistência de uma relação jurídica; 
C - São as que visam a realização coativa de um direito legalmente certo; 
D - São as que, sem se limitarem à simples declaração de um direito e sem 
estatuir uma condenação do reclamado ao cumprimento de uma prestação, 
criam, modificam ou extinguem um direito ou uma relação jurídica. 
E - Nenhuma das alternativas anteriores 
Exercício 4: 
As ações condenatórias: 
 
A - São as que conferem ao vencedor o poder de pedir a seu favor, o 
cumprimento da decisão judicial; 
B - São aquelas nas quais o interesse do autor limita-se à afirmação da 
existência ou inexistência de uma relação jurídica; 
C - São as que visam a realização coativa de um direito legalmente certo; 
D - São as que, sem se limitarem à simples declaração de um direito e sem 
estatuir uma condenação do réu ao cumprimento de uma prestação, criam, 
modificam ou extinguem um direito ou uma relação jurídica. 
E - Nenhuma das alternativas anteriores 
Exercício 5: 
As ações de execução: 
 
A - São as que conferem ao vencedor o poder de pedir a seu favor, a execução 
judicial; 
B - São aquelas nas quais o interesse do autor limita-se à afirmação da 
existência ou inexistência de uma relação jurídica; 
C - São as que visam a realização coativa de um direito legalmente certo; 
D - São as que, sem se limitarem à simples declaração de um direito e sem 
estatuir uma condenação do réu ao cumprimento de uma prestação, criam, 
modificam ou extinguem um direito ou uma relação jurídica. 
E - Nenhuma das alternativas anteriores 
Exercício 6: 
O princípio “ne procedat judex ex oficio” significa dizer que: 
 
A - o juiz é impedido de conhecer das condições da ação, sem provocação da 
parte. 
B - os pressupostos processuais devem ser, sempre, arguidos pelos 
interessados. 
C - O juiz só prestará a tutela jurisdicional quando provocado pela parte ou o 
interessado, nos casos e na forma legais. 
D - O juiz não deve declarar, de ofício, a incompetência absoluta. 
E - Tratando-se de direitos patrimoniais, o juiz pode, de ofício, declarar a 
prescrição. 
MÓDULO 8 – Competência. Conceito e critério determinativos. Cooperação 
internacional. Cooperação nacional. 
 
Competência. Conceito. 
 
 A jurisdição como Poder Estatal é una e exercida por todo o território 
nacional. 
 Para o cumprimento desta função, são escolhidos indivíduos para atuar 
como julgadores, nos moldes das qualificações estabelecidas na CF e também 
na legislação processual, os quais exercerão sua competência nos limites 
autorizados, em com estrita atenção às formalidades processuais exigidas. 
 
 Assim para que atividade jurisdicional seja exercida de forma eficiente e 
organizada, é feita a distribuição do poder, por meio de diversos órgãos, de 
acordo com critérios legais previamente estabelecidos. 
 
Dessa forma podemos dizer que a competência é a medida da jurisdição, e 
decorre do resultado da combinação entre os critérios de distribuição do poder 
jurisdicional, nos termos do quanto estabelecido pelo ordenamento jurídico. 
 
Critérios determinativos. 
 
 A competência é distribuída por intermédio de vários critérios, que estão 
disciplinados na CF, no CPC, em eventual legislação especial, nas normas de 
organização judiciária e ainda nas Constituições Estaduais. Assim é o que 
determina o artigo 44 do CPC: 
Art. 44. Obedecidos os limites estabelecidos pela Constituição Federal, a 
competência é determinada pelas normas previstas neste Código ou em 
legislação especial, pelas normas de organização judiciária e, ainda, no que 
couber, pelas constituições dos Estados. 
 
 De acordo com a doutrina os critérios são classificados em três grupos 
principais: 
a) O critério objetivo 
b) Em razão da matéria – depende da relação jurídica substancial, 
c) Em razão do valor da causa e 
d) Em razão da pessoa - a fixação da competência tendo em conta as partes 
envolvidas rationae personae; 
e) O critério

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