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8. PODER

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8 - Poder 
        8.1 - Introdução 
O estudo do poder do Estado é de extrema importância pois o Estado não poderia existir sem ele, sendo, dessa forma, um atributo essencial do Estado.
A princípio é importante se fazer uma distinção entre as denominações: poder de império do Estado e soberania estatal.
A primeira designa o poder que o Estado exerce internamente sobre os indivíduos que o compõem; já a soberania é autodeterminação do Estado, tanto no seu âmbito interno, em relação ao povo, quanto ao seu âmbito externo, em relação aos outros Estados.
O poder do Estado é um poder diferenciado, e para se estabelecer quais seriam suas características principais é importante verificar a qual classificação ele pertence.
Há então dois gêneros de poder: poder dominante e poder não dominante.
O poder não dominante é o poder característico das sociedades que não são Estado, em que o indivíduo participa voluntária ou involuntariamente.
É uma forma de poder que não possui força ativa para se auto-afirmar, e os indivíduos que o obedecem, não são coagidos a isso, de forma que o vínculo se desfaz facilmente, por ato de vontade do indivíduo.
Já o poder dominante é típico dos Estados, que o exerce de forma imperativa, não existindo outra forma de poder que concorra com este.
Vale dizer que caso o exercício desse poder encontre qualquer tipo de resistência, o poder dominante será exercido, inclusive, pelo uso da força.
O poder dominante é originário, pois é dele mesmo que decorre a noção desse poder, que será exercido mediante a elaboração e aplicação de leis, diante de um determinado povo, nos limites de um determinado território.
Pode-se dizer que esse poder é também irreversível, pois quando encontrar resistência no seu cumprimento, tem a possibilidade de utilizar a força, de modo a coagir as pessoas a observá-lo.
8.2 - Classificações 
O poder dominante, característico dos Estados, é poder político ou poder jurídico?
Há duas teorias opostas que tratam do assunto.
Há uma teoria que afirma que o poder é político, sendo exercido de maneira absoluta e ilimitada.
Já a teoria oposta afirma que o poder é jurídico, ou seja, somente exercido mediante critérios e princípios elencados em lei.
Hans Kelsen é o jurista que defende a corrente que afirma ser o poder jurídico e não político.
Kelsen afirma que no poder jurídico, os indivíduos, ao observarem as normas, realizam condutas que constituem dever jurídico, e caberá ao Estado garantir que essas condutas se dêem de acordo com a ordem imposta pelo poder de império.
Assim, o poder será exercido sobre os indivíduos apara que se possa atingir um fim, sendo esse jurídico, e nunca político.
Dessa forma, acredita Kelsen que não há no poder do Estado qualquer vestígio de poder político, isso em relação aos três elementos caracterizadores do Estado, quais sejam, povo, território e o próprio poder (tido como autoridade)
Kelsen afirma, ainda, em sua teoria que há uma norma fundamental, que é anterior a tudo e que não foi elaborada por ninguém, e que dela decorreriam todas as outras, inclusive o poder do Estado.
Essas afirmações foram criticadas, por trazerem fragilidade ao poder do Estado enquanto essencialmente jurídico. Ora, se a norma fundamental é anterior a tudo e não há uma autoria certa, como garantir que tal norma não contém aspectos políticos.
Atualmente a concepção é de que o poder é jurídico, embora seja admitido entre os autores que há graus de juridicidade do poder do Estado, pois nem sempre o poder será exclusivamente jurídico, sendo verificado no poder, vestígios de poder político.
Dessa forma, segundo os graus de juridicidade, o poder poderá ser exercido em seu grau máximo ou mínimo.
Será exercido em seu grau máximo quando se der totalmente de acordo com as normas jurídicas, e em seu grau mínimo quando for exercido diretamente para a realização de um determinado fim, mas sem estar totalmente preso às normas.

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