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Trabalho Desigualdade Social.docx

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Introdução
 	Que o Brasil é um dos países com maior desigualdade social todo mundo já sabe. Passamos a juventude ouvindo isso dos professores ou durante as propagandas eleitorais na TV. O que se discute um pouco menos é por que o país é assim. Qual a origem de tanta concentração de renda no Brasil?
A resposta a essa pergunta costuma vir em tom moralizante. Culpamos a nós mesmos – a nossa história, a nossa sociedade – por irmos tão mal no ranking da igualdade. “A opressão das elites patriarcais”, “a manutenção de terríveis arcaísmos”, “os baixos salários pagos pelas grandes empresas” são explicações que atribuem a algum inimigo imaginário – geralmente os ricos – a culpa pela má situação dos pobres.
Nesse trabalho escolhemos alguns filósofos com teorias distintas sobre de onde vem a desigualdade social, porque ela ainda existe e porque não conseguimos ver um fim.
Baseados nas teorias de Jonh Rawls, Gilberto Freire e Jesse de Souza buscamos fatos comprobatórios atuais, procurando possíveis causa e possíveis soluções, que iremos apresentar a seguir.
John Rawls
(Imagem 1 – Foto de Rawls)
Biografia
Rawls é considerado o maior pensador político da segunda metade do século XX. John Bordley Rawls nasceu em 21 de fevereiro de 1921 em Baltimore, sendo o segundo dos cinco filhos de William Lee e Anna Abell Rawls. Seus pais tiveram bastante influência e interesse em política, é de sua mãe que herda austeridade e puritanismo que influencia sua produção teórica. 
O interesse de Rawls por questões sociais começa devido ao envolvimento de sua mãe em questões sobre desigualdade e as perdas de dois irmãos – vítimas de difteria e pneumonia, ambas contraídas de John Rawls – também foram decisivas nas suas observações sobre as injustiças e contingências da vida. Sua esposa Margaret Warfield Fox (Mardy) exerce um papel ativo no trabalho de Rawls, sempre o ajudando em todos os passos de suas publicações. Rawls serve ao exército em 1943, e testemunha os horrores da guerra nas manobras militares do Pacífico. Repugnou os bombardeios de Hiroshima e Nagasaki.
Guerra justa, justiça social, tolerância, todos esses problemas da vida prática à nível nacional e internacional, transformaram-se nas mãos de Rawls em abordagens teóricas. Rawls foi um grande professor e mestre na Universidade de Harvard, onde conheceu e se apaixonou pelos estudos sobre política social
Teoria
A justiça como igualdade é a Teoria da Justiça de Rawls sobre a qual é embasada grande parte das discussões sobre filosofia política principalmente quanto ao assunto de desigualdade social ou distribuição de renda.
Rawls apresenta respostas de de que maneira podemos avaliar as instituições sociais: as instituições sociais devem ser justas. Em outros termos, para o filósofo norte-americano, uma sociedade bem ordenada tem um conceito só sobre justiça que vai reger a estrutura da sociedade. Com base nesta afirmação, Rawls formulou a teoria da justiça como equidade. Mas, como podemos chegar a um entendimento comum sobre o que é justo?
Para chegar em um comum entendimento do que é justo, ele imagina uma situação hipotetica, que é chamada de posição orginal, onde determinados individuos escolherriam os principios de justiça, porém esses seres racionais e razoaveis desconheceriam todas as vantagens e desvantagens da vida social, pois só assim teriam uma concepção pura e justa., onde todos estariam na posição original em uma situação equitativa, seriam todos livres e iguais.
Para chegar a tal resultado, ele imaginou uma situação hipotética e histórica similar ao estado de natureza (chamada de posição original) na qual determinados indivíduos escolheriam princípios de justiça. Tais indivíduos, concebidos como racionais e razoáveis, estariam ainda submetidos a um "véu de ignorância", ou seja, desconheceriam todas aquelas situações que lhe trariam vantagens ou desvantagens na vida social (classe social e status, educação, concepções de bem, características psicológicas, etc.). Desta forma, na posição original todos compartilham de uma situação equitativa: são considerados livres e iguais.
Isso resultana eleição de princípios de justiça, que são assim descritos por ele:
Princípio da Liberdade: cada pessoa deve ter um direito igual ao mais abrangente sistema de liberdades básicas iguais que sejam compatíveis com um sistema de liberdade para as outras.
Princípio da Igualdade: as desigualdades sociais e econômicas devem ser ordenadas de tal modo que sejam ao mesmo tempo: a) consideradas como vantajosas para todos dentro dos limites do razoável (princípio da diferença), e b) vinculadas a posições e cargos acessíveis a todos (princípio da igualdade de oportunidades).
Tais princípios exercem o papel de critérios de julgamento sobre a justiça das instituições básicas da sociedade, que regulam a distribuição de direitos, deveres e demais bens sociais. Eles podem ser aplicados (em diferentes estágios) para o julgamento da constituição política, das leis ordinárias e das decisões dos tribunais. 
Rawls também considera que o capitalismo e o socialismo estatal são injustos e que apenas um “socialismo liberal” (com propriedade coletiva dos meios de produção) ou mesmo uma "democracia de proprietários" poderia satisfazer, concretamente, seus ideais de justiça.
Rawls defende que sua teoria tem um caráter politico, sem qualquer conotação moral. 
Teoria aplicada
O livro Guia Politicamente Incorreto da Economia Brasileira, recém-lançado pela Editora LeYa. elege 4 aspectos que contribuem para a desigualde social no brasil, resultante da falta de regras e principios pré determinados assim como determina Rawls, os mesmos estão listados a seguir:
(Imagem 2 - Capa do Livro)
O Brasil é desigual porque é livre
(Imagem 3)
Se você perguntar a um sociólogo ou economista da Unicamp quais são as causas da desigualdade no Brasil, você ouvirá frases sobre a “a ação do livre mercado” e “a exclusão causada pelo capital”.  Essa visão, na verdade… está correta.
É claro que o capitalismo e o mercado causam desigualdade Isso quer dizer que as pessoas têm preferencias e interesses diferentes, imagine que todo o dinheiro do país é dividido igualmente entre os cidadãos, e imagine que o jogador de basquete ‘’X’’ assina um contrato para jogar numa partida cobrando mais que os outros jogadores. Como ‘’X’’ é um gênio do basquete, muitas pessoas exerceriam seu livre direito de escolha e aceitariam pagar mais para assisti-lo ao vivo. A situação inicial, de igualdade total entre os cidadãos, não seria estável numa sociedade livre, pois, a liberdade perturba padrões.
O Brasil é desigual porque é diverso
(Imagem 4)
Um fenômeno como a mistura de povos diversos num grande país explica boa parte da desigualdade de renda do Brasil. Uma causa importante da desigualdade brasileira é uma das qualidades que nos dá orgulho: a mistura de povos e culturas. O fato de tribos indígenas e imigrantes suíços donos do Burger King conviverem dentro das mesmas linhas imaginárias empurra a estatística para cima.
O que explica as cidades mais igualitárias do Brasil é simplesmente a semelhança entre os cidadãos, quase todos ali têm a mesma origem cultural, o mesmo nível de educação.
A seguir uma tabela que mostra as cidades mais igualitárias do Brasil baseadas no GINI que é um índice usado para medir a desigualdade, o coeficiente de Gini vai de 0 (igualdade total) a 1 (desigualdade total)..
	Cidade
	Estado
	Coeficiente de Gini
	São José do Hortêncio
	Rio Grande do Sul
	0,28
	Botuverá
	Santa Catarina
	0,28
	Alto Feliz
	Rio Grande do Sul
	0,29
	São Vendelino
	Rio Grande do Sul
	0,29
	Vale Real
	Rio Grande do Sul
	0,29
	Santa Maria do Herval
	Rio Grande do Sul
	0,30
	Tupandi
	Rio Grande do Sul
	0,31
	Campestre da Serra
	Rio Grande do Sul
	0,31
	Nova Pádua
	Rio Grande do Sul
	0,32
	Córrego Fundo
	Minas Gerais
	0,32
Portanto, se você procura igualdade, pense em locais onde a população é homogênea: cidades habitadassomente por sertanejos pobres ou somente por descendentes de alemães. Pessoas com a mesma origem e cultura. Caatiba, na Bahia, é tão igualitária quanto Portugal ou o Japão (Gini 0,39). Pois Caatiba reúne só um tipo de moradores – famílias pobres de pequenos criadores de gado.
O Brasil é desigual porque as famílias pobres tinham muito mais filhos que as ricas
(Imagem 5)
Um motor importante (e pouco lembrado) da desigualdade e da miséria no Brasil é a demografia. O fato de, por um longo período, mulheres pobres terem tido mais filhos que mulheres ricas elevou a estatística da desigualdade. Nos anos 1970, a diferença era enorme: cada mulher pouco escolarizada tinha, em média, 4,5 filhos a mais que as escolarizadas. Em 2005, o motor tem uma potência menor (diferença de 1,6), mas continua ligado. “Os pobres não apenas têm menores salários que os ricos, mas também dividem esse salário entre mais indivíduos, resultando em maior desigualdade de renda per capita”.
Pesquisadores fizeram uma simulação onde consideram que todas as variáveis econômicas ficassem congeladas, exceto a taxa de natalidade desde 1990, comparando a porcentagem da população á quantidade de dinheiro em seu poder:
O Brasil é desigual porque o Estado desvaloriza o país
(Imagem 6)
Uma opinião comum nas discussões sobre economia é que, se o governo deixar, as grandes corporações vão avançar sobre os pequenos empresários e os ricos concentrarão toda a renda do país. Não, é o contrário. Grandes empresas recorrem a políticos para se tornarem monopólios. Empresários estabelecidos num negócio pressionam o governo para aumentar regras e exigências, dificultando a vida de possíveis concorrentes. Leis urbanísticas protegem o patrimônio dos ricos contra a desvalorização. E os brasileiros de classe A são quem mais recebe dinheiro público. Quem diz isso é um cara de esquerda, o economista Joseph Stiglitz, prêmio Nobel de 2001.
E com base na teoria de Rawls, nos aprofundamos um pouco mais na famosa foto da DESIGUALDADE SOCIAL e percebemos um excelente dado.
(Imagem 7)
Não há livro didático ou reportagem sobre concentração de renda que não exiba a foto da favela de Paraisópolis ao lado de um prédio de apartamentos de luxo no Morumbi, em São Paulo. A foto ilustra, como nenhuma outra, o fato de tantos terem tão pouco e tão poucos terem tanto. 
Quando escolhem a foto de Paraisópolis para retratar a desigualdade social, costumam comparar a riqueza dos apartamentos com a miséria da favela. No entanto, a comparação mais adequada é a dos moradores da favela hoje e no passado, antes de se mudarem para a metrópole. Não foram os moradores dos apartamentos do Morumbi que criaram a miséria de Paraisópolis – pelo contrário, eles ajudaram a diminuí-la, e muitos deles próprios são netos ou bisnetos de gente miserável.
“A pobreza urbana não deveria ser comparada à riqueza urbana”, diz o economista Edward Glaeser, professor de Harvard e o mais celebrado especialista em economia das cidades. “As favelas do Rio de Janeiro parecem terríveis se comparadas a bairros prósperos de Chicago, mas os índices de pobreza no Rio são bem menores que no interior do Nordeste brasileiro.”
Quem mora em Paraisópolis vive muito melhor do que se tivesse permanecido no sertão nordestino, nas lavouras de boias-frias do Paraná ou entre os escombros do Haiti. Não importa se a miséria está mais aparente ou mais próxima; o principal é que, para os miseráveis, ela tenha diminuído. 
Gilberto Freyre
(Imagem 8) 
Biografia
 
Gilberto de Melo Freyre nasceu em 15 de março de 1900 na cidade de Recife, Freyre era Historiador, Sociólogo e um polímata brasileiro. Era filho do professor Alfredo Freyre e de Francisca de Mello Freyre. Em 1908 inicia seus estudos no Jardim da Infância do Colégio Americano Gibreath, mas apesar de todo o seu interesse ele não consegue aprender a escrever e desenhar. Gilberto passa a aprender a ler e escrever com o professor inglês Mr.Williams, que adora seus desenhos. Em 1914 começa ensinar Latim (que haverá aprendido com o pai), na sociedade literária do Colégio e torna-se redator-chefe do Jornal impresso do Colégio: O Lábaro.
Estudou no Colégio Americano Batista, no Recife, onde se bacharelou em Letras, sendo o orador da turma. Aos 17 anos, foi para os Estados Unidos como bolsista, estuda artes liberais e especializa-se em politica e sociologia. Obtém sua pós-graduação com o trabalho “vida social no Brasil em Meados do século XIX”
Viajou para a Europa, visitando vários países, completando sua formação acadêmica. No período que ficou no exterior, escrevia artigos para o jornal Diário de Pernambuco, sobre livros e temas diversos. O hábito de escrever em jornais perdurou pela vida toda.
De volta ao Recife, se integrou a sociedade local, despertando grande interesse pelos problemas regionais. Organizou para o Diário de Pernambuco, o "Livro do Nordeste", com a colaboração de diversas personalidades, com textos de história, literatura, artes e tradições regionais.
 	A partir de 1927 ele assume o Cargo Oficial de Gabinete do Novo Governador de Pernambuco. Ao acompanhar Estácio Coimbra ao exílio no ano de 1930, conhece parte do continente africano e em Lisboa, Gilberto inicia sua pesquisa e estudos aonde ele se baseia na Grande Obra Casa Grande e Senzala.
 
Teoria
Por meio de sua obra “Casa Grande e Senzala” expõe um pensamento diferente em sua época sobre a desigualdade social. Além de enfatizar a falta de reconhecimento da contribuição dos negros para a formação da sociedade brasileira.
Em uma busca pela origem da desigualdade social no Brasil tomamos com base a obra Casa Grande e Senzala, obra que foi e é bastante aclamada por estudiosos de todas as áreas, porém recebeu inúmeras criticas na época.
Ao responder a pergunta “Até que ponto nós somos uma democracia racial?”, Freyre respondeu:
A Democracia política é relativa, sempre foi relativa, nunca foi absoluta. Democracia plena é uma bela frase de pessoas que não têm responsabilidade intelectual quando falam sobre assuntos políticos. Os gregos, por exemplo, aclamados como democratas do passado clássico, conciliaram sua democracia com a escravidão; os Estados Unidos, que foram os continuadores dos gregos como exemplo moderno de democracia no século XVIII, conciliou essa democracia também com a escravidão. Os suíços, que primaram pela democracia direta, até a pouco não permitiam que mulher votasse. São todos exemplos de democracias consideradas exemplos por muitos, porém são democracias relativas. O Brasil é o país onde há uma maior aproximação à democracia racial, quer seja no presente ou no passado humano. Eu acho que o brasileiro pode tranquilamente, gabar-se de chegar a este ponto, mas não é um país de democracia racial perfeita e pura, de modo algum. Quando fala em democracia racial, você tem que considerar o problema social se mistura tanto ao problema de raça, ao problema de cultura e ao problema de educação. Isolar a democracia de suas principais circunstâncias (políticas, educacionais, culturais e sociais) é quase impossível. 
É muito difícil você encontrar no Brasil negros que tenham atingido uma situação social igual à dos brancos em certos aspectos. Isso se dá porque o erro é de base, porque depois que o Brasil fez seu festivo e retórico 13 de maio (data da abolição da escravatura), quem cuidou da educação do negro? Quem cuidou de integrar esse negro liberto à sociedade brasileira? A Igreja e a República se fizeram ausente, os novos mecanismos de incentivo a economia industrial que sucediam o poder patriarcal agrário só dificultou essa inserção.
O resultado disso hoje são descendentes de negros marginalizados, por nós próprios, são marginalizados por sua condição social. 
Teoria aplicada
Gilberto Freyre não declara a inexistência de um preconceito racial conjugado a desigualdade racial, mais determina que o fator principal não foi a raça e sim a forma com essa foi inserida no convívio social de uma Brasil Patriarcal, uma herançade desigualdade social e difíceis mobilidades sociais vem dessa época determinando limites aos descendentes que de pouco em pouco vão sendo derrubados, mas ainda existem.
A população negra brasileira ainda enfrenta um abismo de desigualdade. São os negros as maiores vítimas da violência e os que sofrem mais com a pobreza. Eles também têm pouca representatividade nas esferas políticas e tem renda média muito menor que a dos brancos.
Veja a seguir alguns dados que mostram esse abismo:
Mulheres negras são as que se sentem mais inseguras
Dados do IBGE mostram que as mulheres negras, quando comparadas com outros segmentos da população, são as que se sentem mais inseguras em todos os ambientes, até mesmo em suas próprias casas.
	Sexo/cor
	Vítimas de agressão
	Homens brancos
	1,50%
	Homens negros
	2,10%
	Mulheres brancas
	1,10%
	Mulheres negras
	1,40%
Segundo dados do IBGE e do Ipea, a população negra é vítima de agressão em maior proporção que a população branca – seja homem ou mulher.
Brasil só teve um presidente negro
Nilo Procópio Peçanha foi o primeiro – e até agora o único - presidente do Brasil negro. Filho de pai negro e mãe branca, Peçanha assumiu a presidência após a morte de Afonso Pena e ficou no cargo entre 1909 e 1910.
Negros são maioria no Bolsa Família 
A população negra é também mais vulnerável à pobreza. Sete em cada 10 casas que recebem o benefício do Bolsa Família são chefiadas por negros, segundo dados do estudo Retrato das desigualdades de gênero e raça, do Ipea.
O perfil dos domicílios das favelas brasileiras também aponta para o abismo social que ainda persiste entre brancos e negros no Brasil. Dois terços das casas presentes nestas regiões são chefiadas por homens ou mulheres negros.
Joaquim Barbosa foi o primeiro presidente negro do STF
Antes de Joaquim Barbosa, o Supremo Tribunal Federal teve apenas outros dois ministros negros. O último deles, Hermenegildo de Barro, saiu do cargo em 1931. Ou seja, a corte ficou 72 anos sem nenhum representante afrodescendente. Em 2012, Barbosa se tornou o primeiro presidente negro da mais alta corte do país. 
Mulheres negras são mais atingidas pelo desemprego
Entre a população negra, a taxa de desemprego é maior que entre os brancos. Segundo dados do estudo Retrato das desigualdades de gênero e raça, do Ipea, enquanto o desemprego atinge 5,3% dos homens brancos, entre os negros, o índice chega a 6,6%.
Entre as mulheres, a diferença é ainda maior. Entre as brancas, o desemprego é de 9,2% enquanto entre as mulheres negras, ultrapassa os 12%.
Taxa de analfabetismo é duas vezes maior entre os negros
Em 2013, a população branca tinha 8,8 anos de estudo em média, já a negra, 7,2 anos. A diferença, no entanto, já foi maior. Em 1997, os brancos chegavam a estudar por 6,7 anos em média e os negros paravam nos 4,5 anos – isso seria o equivalente ao primeiro ciclo do ensino fundamental.
Mesmo assim, a taxa de analfabetismo entre os negros (11,5) é mais de duas vezes maior que entre os brancos (5,2).
Renda dos negros é 40% menor que a dos brancos
Rendimentos médios reais recebidos no mês
	Raça/Cor
	Renda média
	Brancos
	R$ 1.607,76
	Negros
	R$ 921,18
	Brasil
	R$ 1.222,90
Menos de um terço dos candidatos a governador nas eleições deste ano eram pardos ou negros
	Cargo
	Cor/Raça
	Número de candidatos
	%
	Governador
	Amarela
	1
	0,64
	 
	Branca
	105
	66,88
	 
	Parda
	36
	22,93
	 
	Preta
	15
	9,55
	Subtotal
	 
	157
	 
Negros representam 54% da população do país, mas são só 17% dos mais ricos
A população que se identifica como preta ou parda cresceu entre a parcela 1% mais rica da população brasileira, cuja renda média é de R$ 11,6 mil por habitante.
Mesmo assim, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (4) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), os negros representavam apenas 17,4% da parcela mais rica do país, em 2014. 
Segundo o IBGE, os negros (pretos e pardos) eram a maioria da população brasileira em 2014, representando 53,6% da população. 
Jesse de Souza 
Biografia
Jesse Souza é formado em direito pela Universidade de Brasília (1981), onde concluiu também o seu mestrado em sociologia. Em 1991, doutorou-se em sociologia na Alemanha, país onde obteve livre docência nesta mesma disciplina. Também fez pós-doutorado em sociologia em Nova Yorque. Atualmente, é professor titular de ciência política na Universidade Federal Fluminense, em Niterói, Rio de Janeiro.
A partir de 2009, Souza inicia uma pesquisa sociológica em todo o país para confrontar a tese de que havia surgido uma "nova classe média" no país. Seus resultados, hoje, são amplamente aceitos pela academia e passaram a ser usadas por quase todos os autores (sociólogos, economistas, filósofos, políticos, jornalistas) críticos à visão de "nova classe média”. Ele escreveu e organizou 22 livros, em português, inglês e alemão sobre sociologia política, teoria da modernização periférica e desigualdade no Brasil contemporâneo.
Teoria
Para abranger várias ideias, conceitos e causas da desigualdade social, focados no cotidiano brasileiro, o autor Jesse Souza demonstra em suas obras conhecimento de causa e pesquisas empíricas feitas “in loco”.
Para este autor a desigualdade social no Brasil, passa despercebida pela população. Em sua tese, as classes sociais brasileiras são literalmente invisíveis e mal compreendidas em virtude, principalmente, dos interesses políticos e econômicos do Estado.
Ele demonstra como a desigualdade social se tornou natural e que a consequência é a produção de subcidadãos como um fenômeno de massa em países periféricos que pode ser percebida como consequência de um efetivo processo de modernização de grandes proporções que se implanta em países como o Brasil. Assim, contradiz a ideia que a desigualdade social seja uma herança, mas argumenta que a desigualdade e sua naturalização na vida cotidiana é uma coisa moderna, isso porque deixa de ser pessoal e se atém ao valor da impessoalidade, ligado a conceitos modernos, tornando-a de tão difícil percepção pelo cidadão. 
A ausência de perspectivas de futuro em países periféricos como o Brasil tem a ver com os projetos políticos que apesar de funcionarem não são de utilidade total. O Estado age como se o crescimento econômico, por si só, pudesse resolver problemas como a desigualdade social brasileira, que exclui e marginaliza o cidadão.
Nesse sentido, Jessé Souza fala do preconceito contra as classes populares. No país existe a ideia de que a “ética” está em quem reconhece a corrupção do Estado, e de que as classes populares brasileiras tendem sempre a apoiarem o Estado atuante. A denominação das classes populares de “ralé” ilustra a sociedade que maquia os conflitos principais dessa classe. Aí, existe uma oposição natural entre mercado e Estado que define o que é “Classe C” apenas em sentido econômico, ignorando o fator sociocultural de diferentes indivíduos. A partir daí essa ideia também guiará governo, mídia, mercado, indivíduos e classes sociais. 
Parte importante da obra do cientista político diz que no Brasil há a ideia de que as elites sociais são superiores às classes sociais mais pobres e que estas seriam incapazes de chegar ao nível “superior” das elites. Desta forma, como são maioria no Brasil, responsabiliza-se tais classes menos favorecidas pelo atraso, falta de evolução e outros problemas do país, mas esquecem que os pobres sempre estiveram a mercê de quem os oprimia e ainda oprime. Nada é feito para que classes sociais menos favorecidas alcancem a sua emancipação social.
O “Brasil bem-sucedido” de que tanto se falou nos últimos anos é resulto da ascensão da “nova classe média”, mas com base apenas no aumento do consumo da última década, sendo um fator que assegurou não somente uma importância econômica, mas também política. Souza, então diz que, nessa denominação de classe, está claaro que os que estão “emergindosocialmente” é que conduzem o Brasil ao status de primeiro mundo e que nessa visão a realidade seria de que a sociedade brasileira é composta, em sua grande parte, pela classe média, e não mais pelos “pobres”. Porém, isso não é verdade, pois não constitui a realidade. É nesse ponto que ele contradiz essa ideia e diz que essa classe nada mais é que uma classe trabalhadora obrigada a reinventar-se mesmo sem direitos e garantias sociais. Tudo que conseguiu e consegue em relação ao seu crescimento, principalmente o voltado para o potencial de consumo esta diretamente ligado ao seu extremo esforço pessoal, sacrifício familiar e diversos sofrimentos que são silenciados pelo discurso triunfalista do Estado. 
Essa “nova classe média” não pode ser determinada exclusivamente por fatores de renda, mesmo com a sua ascensão econômica, a qual o autor atribui a políticas simples, como o Bolsa Família, o microcrédito e a compensação do abandono familiar das classes desprezadas. A compreensão da “ralé” vai além da renda e está ligada ao reconhecimento de sua heterogeneidade e a injustiça que sofre quando a sociedade considera unicamente a meritocracia, ignorando as pré-condições sociais de cada individuo.
Além disso, o termo “classe média” caracteriza-se pelo capital cultural, que é favorecido pelo tempo livre da pessoa, que permite a busca do conhecimento útil e valorizado como a capacidade de pensamento, conhecimento de línguas, socialização que ajuda na produção de relações pessoais e profissionais vantajosas. Por isso, não se pode classificar a classe C como classe média, da mesma forma que a classe média não pode ser classificada em classe alta, sendo que esta última se diferencia das demais pelo “capital econômico”. Mais uma vez, ele resalta que o fator renda não é o único determinante, devendo dar-se importância a incorporação de certas capacidades e virtudes, pois é isso o que realmente separa as classes.
A afirmação de Souza é constatada de forma evidente quando comparamos a seguinte realidade: a exploração de mão de obra barata em trabalhos corporais para que a classe média possa dedicar-se a empregos e estudos rentáveis e de prestígio, ao passo que esses “batalhadores” estudaram em escolas públicas, trabalham muitas vezes sem garantias sociais e, quando estudam, vão a uma faculdade privada à noite. A classe alta além de privilegiada no capital econômico (dinheiro) ainda apropria-se do capital cultural, seja ele técnico, literário e etc. 
Por meio de uma pesquisa empírica e teórica realizada entre 2005 e 2008, Souza buscou reconstruir o sentido da vida em condições extremas de exclusão social. Ele chegou a conclusões que incluem:
a estruturação das famílias e a perspectiva de futuro relacionada à honestidade dos pobres, estereotipada com o menino que não virou bandido, o adulto que não virou bêbado ou a menina que não virou prostituta. 
a naturalização do abuso sexual dos mais velhos e mais fortes em relação aos mais novos e mais fracos que chocou todos os pesquisadores que fizeram parte do projeto. Esse tema é um tabu quase nunca veiculado pela mídia, o que apenas favorece a sua perpetuação no tempo. 
o paradoxo "estudo vs trabalho braçal” e a ausência de exemplos dentro da própria classe social que pudessem motivar crianças da “ralé” a “ter uma vida melhor”. Entra aí, também, a precariedade das instituições de ensino público e a transmissão/participação na construção do conhecimento.
Jessé Souza propõe o debate de ideias que mudam a visão da violência, que é símbolo das classes menos favorecidas e do discurso que envolve mercado e Estado, inserindo o comprometimento com a mudança e a reforma social num debate que deve ser público. 
Teoria aplicada
(Imagens de Reportagens ligadas a desigualdade social e discriminação social)
Conclusão
Em todas as esferas da sociedade brasileira, desde a base ao ápice da pirâmide, concluiu-se que as classes sociais estão cerceadas de diversos problemas, sejam eles, culturais, sociais ou morais.
               A má distribuição de renda produz muita insatisfação na maioria por concentrar praticamente toda a riqueza nas mãos de poucos. Outro fator que traz à muita polêmica é o Estado que não corresponde os anseios que a sociedade almeja.
A desigualdade é um fenômeno, sendo assim, passível de acontecer e de acabar. É preciso que após conhecer as possíveis origens a população e o Estado passem a pensar diferente, agir com força de vontade. Com esse apoio podemos potencializar nossas forças novamente. O como disso com essa situação infelizmente não mantém acesa essa vontade de mudar.
Devemos agir coletivamente, como se fôssemos um sujeito coletivo buscando essa renovação de capacidades, considerando assim o desejo de cada um e de todos.

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