Buscar

Introdução à Análise de Crédito - Aula 1

Prévia do material em texto

Análise de Crédito
Prof. Augusto Seabra
Seção 1
1
Contrato Pedagógico
1 – Notas
Avaliação = 70%
Trabalhos = 20%
Participação = 10%
2 – Atividades
Da aula só serão aceitas na aula
Fora da aula tem nota integral se cumprida a data
3 – Faltas
Só abono no final com justificativa
EMENTA
Conceito de crédito. Análise de crédito para pessoa física e jurídica. Garantias. Produtos de crédito. Análise das variáveis ambientais – internas e externas. Recuperação de crédito. Sistemas de análise de crédito. Decisão ótima em ambiente de incerteza.
Bibliografia Básica
GITMAN, Lawrence J. Princípios de administração financeira. 10ed.. São Paulo: Pearson Brasil, 2004.
SHRICKEL, Wolfgang Kurt. Análise de crédito – concessão e gerência de empréstimos. 5ed. São Paulo: Atlas, 2000.
SILVA, José P. da. Gestão e análise de risco de crédito. 5ed. São Paulo: Atlas, 2006.
Bibliografia Complementar
SANTI FILHO, Armando de; OINQUEVITCH, José L. Análise de balanços para controle gerencial. 4ed. São Paulo: Atlas, 2004
Objetivo
 Verificar a importância da concessão de crédito, pois conceder crédito é uma relação de confiança entre as partes.
 Responder as perguntas: como, por que, quando e quanto de forma objetiva, principalmente quando há uma relação comercial envolvida.
ConCEITO
Segundo Dicionário Aurélio, temos:
Crédito [do lat. Creditu] s.m. Confiança ou segurança na verdade de alguma coisa; crença. / O que é devido a alguém. / Em contabilidade, o que representa saldo, por oposição a débito. / Reputação de solvência, boa fama: ter crédito na praça. / Fig. Influência, valimento, consideração: ter crédito com os outros. / Fig. Autoridade, valia, importância: homem de crédito. // Comprar a crédito, comprar fiado, receber o objeto comprado sem o pagar logo. // Crédito comercial, industrial, agrícola etc., facilidade de ter adiantamentos de dinheiro para a prosperidade do comércio, da indústria, da agricultura etc. // Crédito real, o que é garantido por hipoteca de bens imóveis.
 Analisando a definição anterior, verificamos que tem como referência uma relação de transação comercial, envolvendo dinheiro ou uma relação de confiança entre as pessoas.
 Pesquisando a bibliografia existente, constatamos que o conceito trata de uma transação comercial ou uma relação de confiança entre as partes.
1- Quais as perguntas básicas que devem ser respondidas? São elas:
 Por que conceder crédito?
 Quais critérios devem ser adotados e analisados para conceder créditos?
 Qual o limite monetário para concessão do crédito?
 Há riscos na concessão de créditos, quais e quanto?
 Para todas as questões, não teremos uma resposta líquida e certa, porém teremos e podemos minimizar os riscos na concessão de créditos, de tal sorte que não haja perdas para as partes envolvidas.
A análise de crédito deve ocorrer de forma planejada, de forma racional, de forma objetiva, pois envolve uma relação comercial, em que o concessor do crédito, por meio da análise de crédito, tentará diminuir o risco de não receber o valor do crédito, enquanto o cliente o receberá como solução.
Responsabilidades e Políticas de Créditos
Quem deve analisar a concessão de crédito: área comercial ou área financeira?
 O crédito existe em razão da necessidade do cliente em ter uma relação comercial com a empresa, devido a ele não poder adquirir bens e serviços a vista e ter uma relação comercial com pagamentos parcelados.
 Somente ocorrerá uma transação comercial a partir do momento em que o cliente puder adquirir bens e serviços de forma parcelada, uma vez que nem sempre há uma transação a vista.
Responsabilidades e Políticas de Créditos
Quem deve analisar a concessão de crédito: área comercial ou área financeira?
Caso a transação seja a vista – com dinheiro, incluindo o cartão de crédito ou cartão de débito, não haverá necessidade por parte do comerciante que está fazendo o negócio de analisar o crédito do cliente.
 Porém, se considerarmos o cartão de crédito e o cartão de débito, haverá a necessidade de analisar o crédito do cliente, pois há limites estabelecidos pela administradora de cartão de crédito ou pela instituição bancária. 
 Quem deve analisar a concessão de crédito é o setor de Finanças, subordinado à Diretoria Financeira. Deve haver um setor específico de 
Análises Financeiras, cuja responsabilidade é:
 Fixar critérios de créditos em conjunto com a área comercial e de vendas;
 Fixar parâmetros e limites de créditos por tipo de clientes;
 Projetar cenários econômicos que possam influir nas concessões de créditos.
 Projetar cenários econômicos que possam influir nas concessões de créditos.
 Por meio dos parâmetros fixados pelo setor de Análises Financeiras, a concessão do crédito poderá ocorrer pela área comercial, até determinado limite de vendas.
 Para as transações acima do limite, o próprio setor de análises Financeiras analisaria os casos excepcionais em conjunto com o setor comercial.
 A fixação de uma Política de Crédito deve ser adotada de acordo com o planejamento estratégico da empresa.
 A Política de Crédito deve ser fixada pela Diretoria.
 Fixar uma Política desse tipo visa auxiliar os setores de análise financeira e comercial a criarem ferramentas de análises de créditos flexíveis ou restritivas, diminuindo, conseqüentemente, as taxas de riscos.
 Portanto, cabe ao setor de Análise Financeira e Comercial, de acordo com a Política de Créditos, a análise e concessão de créditos.
 Para a fixação de uma Política de Crédito, Blatt (1999, p. 33) enumera os seguintes temas:
 Uso de concessão de crédito para estimular volume de vendas;
 Critério para concessão de um crédito comercial;
 Condições creditícias de venda de uma empresa;
 Responsabilidades específicas de vendas e créditos para obter a informação necessária para processar linhas de crédito solicitadas;
 Administração da carteira de contas a receber;
 Diretrizes e procedimentos para a função creditícia em uma empresa;
 Procedimentos e diretrizes de cobrança;
 Suspensão de crédito de contas de clientes, existindo título vencido, para controlar perda por exposição ao risco.
Ainda segundo Blatt (1999, p. 34), as políticas de crédito incluem:
 Políticas – que definem o comportamento apropriado;
 Padrões ou critérios de desempenho – que permitem medir o cumprimento das políticas e objetivos pelo comportamento;
 Procedimentos – que definem atividades específicas para garantir que os padrões sejam satisfeitos.
Ainda segundo Blatt (1999, p. 34), as políticas de crédito incluem:
A política de crédito de uma empresa fornece os parâmetros para determinar se deve ser concedido crédito a um cliente e qual a importância a ser concedida.
 A empresa deve preocupar-se não só com o estabelecimento de padrões de crédito, mas também com a aplicação correta desses padrões à tomada de decisões de crédito.
 É preciso desenvolver fontes adequadas de informações e métodos de análise de crédito. Cada um desses aspectos da política de crédito é importante para a administração eficaz das contas a receber.
 Uma implementação ineficiente de uma boa política de crédito não trará resultados ótimos, tampouco os trará uma implementação excelente de uma política de créditos inapropriada.
2. Etapas na Análise de Crédito
Conforme Schrickel (1998, p. 26), na concessão do crédito, devem ser observadas três etapas:
1- Análise retrospectiva: a avaliação do desempenho histórico do potencial tomador, identificando os maiores fatores de risco inerentes a sua atividade e quão satisfatoriamente esses riscos foram atenuados e/ou contornados no passado. A análise histórica tem como objetivo primordial o de procurar identificar fatores, na atual condição do tomador, que possam denunciar eventuais dificuldades e/ou questionamentos quanto a seu almejado sucesso em resgatar financiamentos tomados com o emprestador.
2- Análise de Tendências:a efetivação de uma razoavelmente segura projeção da condição financeira futura do tomador, associada à ponderação acerca de sua capacidade de suportar certo nível de endividamento oneroso (mais comumente, empréstimos bancários), aí incluindo o financiamento em análise.
3- Capacidade creditícia: decorrente das duas etapas anteriores, tendo sido avaliado o atual grau de risco que o tomador potencial apresenta, bem como o provável grau de risco futuro, deve-se chegar a uma conclusão relativa à sua capacidade creditícia e, conseqüentemente, à estruturação de uma proposta de crédito em que o empréstimo pleiteado (ou série de financiamentos futuros) possam ser amortizados em consonância com certo fluxo de caixa futuro e em condições tais que seja sempre preservada a máxima proteção do emprestador contra eventuais perdas.
 A análise de crédito, como todas as atividades, implica no levantamento de informações e dados, a compilação e a análise disso para a tomada de decisão. 
 Portanto, as situações de passado, presente e as perspectivas futuras devem ser analisadas de acordo com o objetivo da concessão de crédito.
3. Padrões de Crédito
 Os padrões de crédito da empresa definem os critérios mínimos para a concessão de crédito a um cliente.
 Certas questões, como classificações de crédito, referências de crédito, períodos médios de pagamento e determinados índices econômico-financeiros fornecem uma base quantitativa para o estabelecimento e imposição dos padrões de crédito.
3. Padrões de Crédito
Deve haver uma preocupação com a qualidade restritiva ou não restritiva dos padrões de crédito de uma empresa.
 O conhecimento das variáveis-chaves que precisam ser consideradas, quando uma empresa está pensando em afrouxar ou arrochar seus padrões de crédito, deve ser considerado nesse tipo de decisão.
 As variáveis-chaves mais importantes a serem consideradas ao se avaliarem as alterações propostas nos padrões de crédito são as duplicatas a receber – clientes - e o volume de vendas. 
 Quanto mais duplicatas a receber houver em média, maior será o custo de mantê-las. Se a empresa afrouxar seus padrões de crédito, o nível médio de duplicatas a receber deve crescer, contrário ocorrerá se houver um arrocho nos padrões de crédito. 
Assim, pode-se esperar que afrouxar os padrões de crédito acarrete maiores custos de manutenção das duplicatas a receber e arrochar os padrões de crédito resulta em menor volume de duplicatas a receber, criando problemas no fluxo de caixa. 
 Pode-se esperar que uma mudança nos padrões de crédito afete o volume de vendas. Se os padrões de crédito forem afrouxados, espera-se que haja um aumento no volume das vendas, enquanto se houver um arrocho dos padrões de crédito é possível que reduza o volume das vendas.
 Portanto, os padrões de crédito devem ser analisados em conjunto com as áreas financeira e comercial, para que não haja conseqüência desastrosa para a empresa.

Outros materiais