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Literatura Aula 02 apostila romantismo

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Aula 02 
ROMANTISMO – Século XIX 
 
 
O movimento romântico pretendia, no início, 
suplantar a concepção clássica da arte. A 
imitação dos clássicos não fazia sentido num 
tempo (fins do séc. XVIII) que havia produzido o 
liberalismo e a Revolução Francesa. 
A Revolução Francesa significa, entre outras 
coisas, o fim do absolutismo político (no plano 
artístico, o fim da beleza única e absoluta) e a 
ascensão da burguesia como classe 
dominante. 
A burguesia, culturalmente pouco afeita às 
artes, exigia dos escritores um novo tipo e 
nível de comunicação. Privilégio de uma classe 
– a aristocracia – a cultura tinha que se 
adaptar aos novos tempos. Surge, então, um 
gênero literário que vinha se pronunciando há 
mais tempo e que se constituirá no reflexo e 
na crítica da sociedade burguesa: o romance. 
No Brasil, o romantismo vai ser o movimento 
identificado com a Independência Política. 
Características: 
1-Individualismo e subjetivismo 
2-Sentimentalismo 
3-O Culto da Natureza 
4-Idealização (Imaginação, Fantasia) 
5-Valorização do Passado 
6-Liberdade Artística 
 
 
O ROMANTISMO NO BRASIL 
O romantismo brasileiro nasce das 
possibilidades que surgiram com a 
Independência Política (1822). Os artistas e 
intelectuais são tomados por um sentimento 
patriótico e nacionalista que vai se manifestar 
através do: 
•Indianismo 
•Regionalismo 
•Natureza Local 
 
Características no Brasil: 
 
 
Poesia Romântica 
 
 
 
 
 
 
 
Gonçalves de Magalhães – introdutor do 
movimento. Publicou a primeira obra 
romântica brasileira – Suspiros Poéticos e 
Saudades - (1836) 
Gonçalves Dias – consolidou o romantismo 
com uma produção poética de qualidade. Os 
principais temas de sua poesia são: 
• Índio: I – Juca Pirama 
• Natureza / a pátria: Canção do Exílio 
• Amor: Ainda uma vez Adeus Cara 
Obras: 
Primeiros Cantos (1846) 
Segundos Cantos (1848) 
Sextilhas de Frei Antão (1848) 
I – Juca Pirama 
Meu canto de morte, 
Guerreiros, ouvi: 
Sou filho das selvas, 
Nas selvas cresci; 
Guerreiros, descendo 
Da tribo tupi. 
 
Da tribo pujante, 
Que agora anda errante 
Por fado inconstante, 
Guerreiros, nasci; 
Sou bravo, sou forte, 
Sou filho do Norte; 
Meu canto de morte, 
Guerreiros, ouvi. ( ... ) 
 
Canção do Exílio 
 
Minha terra tem palmeiras 
Onde canta o sabiá 
As aves que aqui gorjeiam, 
Não gorjeiam como lá 
 
Nosso céu tem mais estrelas, 
Nossas várzeas têm mais flores, 
Nossos bosques têm mais vida 
Nossa vida mais amores ( ... ) 
 
 
 
 
 
 
 
Álvares de Azevedo - considerado o "Byron 
brasileiro", foi o maior representante nacional 
do ultra-romantismo. 
 
Temas Principais: 
•Tédio: Desejo de Morte 
•Amor: Medo, Mulher Inatingível 
•Humor, cotidiano 
Obras: 
Lira dos Vinte Anos (poemas – 1853) 
Noite na Taverna (contos – 1855) 
O Conde Lopo (poema – 1886) 
Macário (teatro – 1855) 
 
 
 
Soneto 
 
Pálida, a luz da lâmpada sombria, 
Sobre o leito de flores reclinada, 
Como a lua por noite embalsamada, 
Entre as nuvens do amor ela dormia! 
 
Era a virgem do mar! Na escuma fria 
Pela maré das águas embalada... 
– Era um anjo entre nuvens da alvorada 
que em sonhos se banhava e se esquecia! 
 
Era mais bela! O seio palpitando... 
Negros olhos, as pálpebras abrindo... 
Formas nuas no leito resvalando... 
 
Não te rias de mim, meu anjo lindo! 
Por ti – as noites eu velei chorando, 
Por ti – nos sonhos morrerei sorrindo! 
 
 
Se eu morresse amanhã 
 
Se eu morresse amanha, viria ao menos 
Fechar meus olhos minha triste irmã; 
Minha mãe de saudades morreria 
Se eu morresse amanhã! 
(...) 
Mas essa dor da vida que devora 
A ânsia de glória, o dolorido afã... 
A dor no peito emudecera ao menos 
Se eu morresse amanhã! 
 
Idéias Íntimas 
(...) 
Oh! ter vinte anos sem gozar de leve 
A ventura de uma alma de donzela! 
Na suave atração de um róseo corpo 
Meus olhos turvos se fechar de gozo! 
 
 
Casimiro de Abreu – poesia marcada pela 
ingenuidade e pela musicalidade. 
 
Temas Principais: 
•Saudade – infância e pátria 
•Amor e medo 
 
 
Obras: 
Primaveras (poemas, 1850) 
 
 
Meus oito anos 
 
Oh! que saudades que tenho 
Da aurora da minha vida, 
Da minha infância querida 
Que os anos não trazem mais! 
Que amor, que sonhos, que flores, 
Naquelas tardes fagueiras 
A sombra das bananeiras, 
Debaixo dos laranjais! 
 
 
Amor e medo 
 
Quando eu te fujo e me desvio cauto 
Da luz de fogo que te cerca, oh! bela, 
Contigo dizes, suspirando amores: 
– Meu Deus! Que gelo, que frieza aquela! 
 
Como te enganas! Meu amor é chama 
Que se alimenta no voraz segredo, 
E se te fujo é que te adoro louco... 
És bela – eu moço; tens amor – eu medo!... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Castro Alves – além da temática social, 
inovou ao tratar do amor em sua dimensão 
carnal. 
 
Temas Principais: 
•Poesia social: causas libertárias e 
humanitárias 
•Poesia Amorosa: erotismo e sensualidade 
Obras: 
Espumas Flutuantes (1870) 
A Cachoeira de Paulo Afonso (1876) 
Os Escravos (1883) 
 
Navio Negreiro 
 
(...) 
Era um sonho dantesco... o tombadilho 
Que das luzernas avermelha o brilho. 
Em sangue a se banhar. 
Tinir de ferros... estalar de açoite... 
Legiões de homens negros como a noite, 
Horrendos a dançar... 
(...) 
Existe um povo que a bandeira empresta 
P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia!... 
E deixa-a transformar-se nessa festa 
Em manto impuro de bacante fria!... 
Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é 
esta, 
Que impudente na gávea tripudia? 
 
Auriverde pendão de minha terra, 
Que a brisa do Brasil beija e balança, 
Estandarte que a luz do sol encerra 
E as promessas divinas da esperança... 
Tu que, da liberdade após a guerra, 
Foste hasteado dos heróis na lança 
Antes te houvessem roto na batalha, 
Que servires a um povo de mortalha!... 
 
Adormecida 
 
Uma noite eu me lembro... Ela dormia 
Numa rede encostada molemente... 
Quase aberto o roupão... solto o cabelo 
E o pé descalço do tapete rente. 
 
Boa Noite 
 
Boa-noite, Maria! Eu vou-me embora. 
A lua nas janelas bate em cheio. 
Boa-noite, Maria! É tarde... é tarde... 
Não me apertes assim contra teu seio. 
Boa-noite!... E tu dizes — Boa-noite. 
Mas não digas assim por entre beijos... 
Mas não mo digas descobrindo o peito 
— Mar de amor onde vagam meus desejos. 
 
 
Exercícios: 
 
1. Leia o trecho abaixo, extraído do poema 
Adormecida, de Espumas Flutuantes, de 
Castro Alves. 
 
 “Uma noite, eu me lembro... Ela dormia 
Numa rede encostada molemente... 
Quase aberto o roupão... solto o cabelo 
E o pé descalço do tapete rente. (...) 
 
De um jasmineiro os galhos encurvados, 
Indiscretos entravam pela sala, 
E de leve oscilando ao tom das auras, 
Iam na face trêmulos – beijá-la. 
 
Era um quadro celeste!... A cada afago 
Mesmo em sonhos a moça estremecia... 
Quando ela serenava... a flor beijava-a... 
Quando ela ia beijar-lhe... a flor fugia... (...)” 
 
 
 
 
Considere as afirmações abaixo, referentes ao 
poema. 
 
I. Trata-se de um poema que apresenta um 
erotismo sutil e delicado, no qual uma mulher 
dormindo com o roupão quase aberto é 
acariciada por galhos e flores. 
II. A imagem da mulher dormindo é comum ao 
longo de todo o Romantismo, e, mesmo nos 
poemas de poetas pertencentes a outras 
gerações que não a de Castro Alves, é muito 
comum que tal mulher surja envolta em uma 
aura de sensualismo. 
III. O poema é composto por estrofes de quatro 
versos decassílabos dos quais o segundo e o 
quarto verso de cadaestrofe rimam entre si. 
 
Quais estão corretas? 
(A) Apenas I. 
(B) Apenas II. 
(C) Apenas III. 
(D) Apenas I e III. 
(E) I, II e III. 
 
 
2. Leia com atenção o fragmento abaixo 
extraído de “I-Juca Pirama”. 
 
No meio das tabas de amenos verdores, 
Cercadas de troncos – cobertos de flores, 
Alteiam-se os tetos d’altiva nação; 
São muitos seus filhos, nos ânimos fortes, 
Temíveis na guerra que em densas coortes 
Assombram das matas a imensa extensão. 
São rudos*, severos, sedentos de glória, 
Já prélios incitam, já cantam vitória, 
Já meigos atendem à voz do cantor: 
São todos Timbiras, guerreiros valentes! 
Seu nome lá voa na boca das gentes, 
Condão de prodígios, de glória e terror! 
 
Vocabulário: rudos = rudes 
 
Sobre as tendências da poesia romântica 
indianista, assinale a alternativa incorreta em 
relação à visão idealizada do poeta ao retratar 
o indígena brasileiro. 
 
(A) O índio de Gonçalves Dias ganhou o tom dos 
valorosos cavaleiros medievais e reafirmou o 
sentimento nacionalista de nosso 
Romantismo. 
(B) O poema gonçalvino enalteceu e preservou 
as tradições indígenas brasileiras, 
incorporando-as ao orgulho nacional. 
(C) O poeta romântico transformou o silvícola 
em um dos símbolos da autonomia cultural e 
da superioridade da nação brasileira. 
(D) A poesia romântica indianista resgatou o 
passado histórico do Brasil e valorizou a 
bravura de seus habitantes naturais. 
(E) “I-Juca Pirama” expressa o nacionalismo 
de seu autor, que, ao idealizar a coragem e o 
heroísmo do índio brasileiro, atribuiu-lhe 
também alguns distúrbios de personalidade. 
 
 
3. Leia o texto que segue atentamente. 
 
Quando te fujo e me desvio cauto 
Da luz de fogo que te cerca, oh! bela, 
Contigo dizes, suspirando amores: 
- Meu Deus! Que gelo, que frieza aquela! 
 
Como te enganas! Meu amor é chama 
Que se alimenta no voraz segredo, 
E se te fujo é que te adoro louco... 
És bela – eu moço; tens amor – eu medo!... 
(Casimiro de Abreu) 
 
Sobre o trecho e a totalidade da obra desse 
poeta, são feitas as seguintes afirmações: 
 
 
I – a temática comum na obra de Casimiro – a 
figura feminina apenas vislumbrada entre o 
amor e o medo – evidencia-se no excerto 
acima. 
II – a abordagem do tema do medo provocado 
pelo sentimento amoroso desenvolve-se de 
forma marcada pela sensibilidade e pelas 
pulsões eróticas de um jovem eu-lírico. 
III – bastante popular, Casimiro oferece uma 
obra acessível, musical, sem maiores 
complexidades. 
 
Quais estão corretas? 
(A) Apenas I. 
(B) Apenas II. 
(C) Apenas III. 
(D) Apenas I e II. 
(E) I, II e III. 
 
 
Instrução: o excerto que segue refere-se à 
questão 04. 
 
Deus! Ó Deus! Onde estás que não respondes? 
Em que mundo, em qu’estrelas tu t’escondes? 
Embuçado nos céus? 
Há dois mil anos te mandei meu grito, 
Que embalde desde então corre o infinito... 
Onde estás, Senhor Deus? 
 
 
4. Essa é a primeira estrofe de um poema que 
é exemplo de 
 
(A) lirismo subjetivo, marcado pelo desespero 
do pecador arrependido. 
(B) lirismo religioso, exprimindo anseio da 
alma humana em procura da divindade. 
(C) lirismo romântico de tema político-social, 
exprimindo o anseio do homem pela liberdade. 
(D) epopeia romântica da corrente indianista. 
(E) Romantismo nacionalista, repassado da 
saudade que atormenta o poeta no exílio. 
 
 
5. Leia o poema Canção do exílio, de Gonçalves 
Dias. 
 
Minha terra tem palmeiras, 
Onde canta o Sabiá; 
As aves, que aqui gorjeiam, 
Não gorjeiam como lá. 
 
Nosso céu tem mais estrelas, 
Nossas várzeas têm mais flores, 
Nossos bosques têm mais vida, 
Nossa vida mais amores. 
 
Em cismar - sozinho, à noite - 
Mais prazer encontro eu lá; 
Minha terra tem palmeiras, 
Onde canta o Sabiá. 
 
Minha terra tem primores, 
Que tais não encontro eu cá; 
Em cismar - sozinho, à noite 
Mais prazer encontro eu lá; 
Minha terra tem palmeiras, 
Onde canta o Sabiá. 
 
Não permita Deus que eu morra, 
Sem que eu volte para lá; 
Sem que desfrute os primores 
Que não encontro por cá; 
Sem qu'inda aviste as palmeiras, 
Onde canta o Sabiá." 
 
Considere as afirmações que seguem. 
I- O poema trabalha com a oposição entre aqui 
e lá; Brasil e Portugal, respectivamente. 
 
 
II- O cuidado formal pode ser percebido na 
regularidade métrica e no emprego constante 
de rimas. 
III- A utilização de formas pronominais da 
primeira pessoa do plural na segunda estrofe 
demonstra a preocupação do poeta em 
reforçar o sentimento coletivo de patriotismo. 
 
Quais estão corretas? 
(A) Apenas I. 
(B) Apenas I e II. 
(C) Apenas II e III 
(D) Apenas III. 
(E) I, II e III. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gabarito: 
 
1 – D 2 – E 3 – E 4 – C 5 – C

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