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Literatura Aula 08 apostila modernismo IV

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Aula 08 
 
 
 
Características 
 
> Pesquisa estética, cuidado formal; 
> Renovação das formas de expressão 
literária – tanto na prosa quanto na poesia; 
> Temática humana universal; poder de 
significação da palavra e do texto. 
 
 
AUTORES 
 
 
 
 
 
 
 
 
Psicologia da Composição 
 
Não a forma encontrada 
como uma concha, perdida 
nos frouxos areais 
como cabelos; 
 
não a forma obtida 
em lance santo ou raro, 
tiro nas lebres de vidro 
do invisível; 
mas a forma atingida 
como a ponta do novelo 
que a atenção, lenta, 
desenrola, 
 
aranha; como o mais extremo 
desse fio frágil, que se rompe 
ao peso, sempre, das mãos 
enormes. (...) 
 
 
 
 
 
Morte e Vida Severina 
 
O meu nome é Severino, 
não tenho outro de pia. 
Como há muitos Severinos, 
que é santo de romaria, 
deram então de me chamar 
Severino de Maria; 
como há muitos Severinos 
com mães chamadas Maria, 
 
 
fiquei sendo o da Maria 
do finado Zacarias. 
(...) 
Mas isso ainda diz pouco: 
Como então dizer quem fala 
ora a Vossas Senhorias? 
Vejamos: é o Severino 
da Maria do Zacarias, 
lá da serra da Costela, 
limites da Paraíba. 
Mas isso ainda diz pouco: 
 
Somos muitos Severinos 
iguais em tudo na vida: 
na mesma cabeça grande 
que a custo é que se equilibra, 
no mesmo ventre crescido 
sobre as mesmas pernas finas, 
e iguais também porque o sangue 
que usamos tem pouca tinta. 
E se somos Severinos 
iguais em tudo na vida, 
morremos de morte igual, 
mesma morte Severina: 
que é a morte de que se morre 
de velhice antes dos trinta, 
de emboscada antes dos vinte, 
de fome um pouco por dia 
(de fraqueza e de doença 
é que a morte Severina 
ataca em qualquer idade, 
e até gente não nascida). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
> Laços de Família – contos (1960) 
 
- Treze contos que, por meio do fluxo de 
consciência, traduzem o universo íntimo das 
personagens; personagens flagradas no 
momento em que, a partir do cotidiano banal, 
alcançam o lado misterioso da existência 
humana (epifanias). 
 
> A Hora da Estrela (1977) 
- Narração em dois planos: narrador Rodrigo 
S. M. decide escrever uma novela sobre uma 
jovem migrante nordestina, Macabéa. 
Questiona-se sobre seu estilo narrativo e sua 
capacidade de compreensão da personagem 
principal (metanarrativa). No segundo plano, 
acompanhamos a trajetória medíocre de 
Macabéa, uma jovem alagoana que migrou 
para o Rio de Janeiro. A inexistência da 
 
 
identidade da protagonista e sua 
incompreensão dos valores que regem a 
cidade grande marcam sua vida. Após uma 
consulta a uma cartomante, Macabéa é 
atropelada, vindo a falecer e a ter seu 
momento de fama, sua “hora da estrela”. 
 
> Trecho de “Paixão Segundo G. H.” 
"É difícil perder-se. É tão difícil que 
provavelmente arrumarei depressa um modo 
de me achar, mesmo que achar-me seja de 
novo a mentira de que vivo. Se tiver coragem, 
eu me deixarei continuar perdida. Mas tenho 
medo do que é novo e tenho medo de viver o 
que não entendo. Perder-se significa ir 
achando e nem saber o que fazer do que se for 
achando. Não sei o que fazer da aterradora 
liberdade que pode me destruir. 
(...) 
Perdi alguma coisa que me era essencial, e 
que já não me é mais. Não me é necessária, 
assim como se eu tivesse perdido uma terceira 
perna que até então me impossibilitava de 
andar, mas que fazia de mim um tripé estável. 
Essa terceira perna eu perdi. E voltei a ser 
uma pessoa que nunca fui. Voltei a ter o que 
nunca tive: apenas as duas pernas. Sei que 
somente com duas pernas é que posso 
caminhar. Mas a ausência inútil da terceira me 
faz falta e me assusta, era ela que fazia de 
mim uma coisa encontrável por mim mesma, e 
sem sequer precisar me procurar". 
 
 
 
 
 
 
 
 
> Primeiras Estórias (Contos; 1962) 
- Livro de contos nos quais predominam o 
insólito e o ilógico. 
> Corpo de Baile (Novelas; 1956): 
novelas de forte e impressionante lirismo. 
Aqui, a confluência entre prosa e poesia é 
bastante notada; o processo de criação e o 
experimentalismo da linguagem atingem 
grande momento. 
- Manuelzão e Miguilim: constam “Campo 
Geral” e “Uma história de amor”. 
- No Urubuquaquá, no Pinhém: se encontram 
“Lélio e Lina”, “O recado do morro” e “Cara de 
bronze”. 
 
 
- Noites do Sertão: composta por “Dão-lalalão” 
e “Buriti”. 
 
> Grande Sertão: Veredas (Romance; 
1956) 
- Relato oral de Riobaldo (memória + reflexes) 
- Interlocutor oculto 
- Joca Ramiro X Hermógenes 
- Pacto com o Diabo 
- Riobaldo ♥ Diadorim 
 
Exercícios 
01. Leia o texto abaixo. 
A Hora da Estrela (Clarice Lispector) 
 A moça tinha ombros curvos como os de 
uma cerzideira. Aprendera em pequena a 
cerzir. Ela se realizaria muito mais se se desse 
ao delicado labor de restaurar fios, quem sabe 
se de seda. Ou de luxo: cetim bem brilhoso, um 
beijo de almas. Cerzideirinha mosquito. 
Carregar em costas de formiga um grão de 
açúcar. Ela era de leve como uma idiota, só 
que não o era. Não sabia que era infeliz. 
 (...) Nascera inteiramente raquítica, herança 
do sertão - os maus antecedentes de que falei. 
Com dois anos de idade lhe haviam morrido os 
pais de febres ruins do sertão do Alagoas, lá 
onde o diabo perdera as botas. 
 (...) Macabéa era na verdade uma figura 
medieval enquanto Olímpico de Jesus se 
julgava peça-chave, dessas que abrem 
 
qualquer porta. Macabéa simplesmente não 
era técnica, ela era só ela. (...) Mas Macabéa de 
um modo geral não se preocupava com o 
próprio futuro: ter futuro era luxo. 
Sobre A Hora da Estrela, de Clarice Lispector, 
é correto afirmar que 
(A) Macabéa é uma nordestina retirante, e o 
desfecho de sua história é semelhante ao de 
Fabiano e Sinhá Vitória, personagens de 
Graciliano Ramos. 
(B) a heroína do livro, como a maioria dos 
brasileiros em situação de privação, se revolta 
contra as injustiças. 
(C) a narrativa mistura vários planos de 
realidade, que permitem uma visão 
multifacetada da personagem central. 
(D) a escritora usa uma linguagem técnica com 
predomínio de termos exatos, para advertir 
sobre problemas sanitários brasileiros. 
(E) a narrativa põe em destaque a disposição 
de Macabéa em lutar pela igualdade e pela 
ascensão social. 
 
02. Leia os trechos abaixo, extraídos do 
romance Grande Sertão: Veredas, de João 
Guimarães Rosa. 
1. "O que vale, são outras coisas. A lembrança 
da vida da gente se guarda em trechos 
diversos, cada um com seu signo e sentimento, 
uns com os outros acho que nem não 
misturam." 
2. "Nonada. Tiros que o senhor ouviu foram de 
briga de homem não, Deus esteja. Alvejei mira 
em árvore, no quintal, no baixo do córrego [...] 
Daí, vieram me chamar. Causa dum bezerro 
 
 
branco, erroso, os olhos de nem ser - se viu - ; 
e com máscara de cachorro." 
3. "O senhor tolere, isto é o sertão. Uns 
querem que não seja: [...] Lugar sertão se 
divulga: é onde os pastos carecem de fechos; 
onde um pode torar dez, quinze léguas, sem 
topar com casa de morador; é onde criminoso 
vive seu cristo-jesus, arredado do arrocho de 
autoridade." 
4. "Eu queria decifrar as coisas que são 
importantes. E estou contando não é uma vida 
de sertanejo, seja se for jagunço, mas a 
matéria vertente. Queria entender do medo e 
da coragem, e da gã que empurra a gente para 
fazer tantos atos, dar corpo ao suceder." 
5. "[...] sempre que se começa a ter amor a 
alguém, no ramerrão, o amor pega e cresce é 
porque, de certo jeito, a gente quer que issoseja, e vai, na ideia, querendo e ajudando; mas, 
quando é destino dado, maior que o miúdo, a 
gente ama inteiriço fatal, carecendo de querer, 
e é um só facear com as surpresas. Amor 
desse, cresce primeiro; brota é depois." 
 
Associe adequadamente as seis afirmações 
abaixo com os cinco fragmentos transcritos 
acima. 
(__) Sob o forte impacto do seu amor por 
Diadorim, Riobaldo procura entender a 
diferença desse amor importo pelo destino. 
(__) O narrador busca definições exemplares 
do sertão, espaço que não se pode 
dimensionar. 
(__) Trata-se das palavras iniciais do romance, 
que já dão sinais da existência de um 
interlocutor presente. 
 
(__) Riobaldo ultrapassa a condição de homem 
da sua região, narrando o seu desejo de 
compreender os sentimentos e as forças que 
movem a vida humana. 
(__) Trata-se de uma reflexão sobre a 
memória dos episódios vividos pelos seres 
humanos. 
(__) O diabo, que Riobaldo vai enfrentar na 
cena do pacto, pode assumir várias formas, 
como as de animais. 
 
A sequencia correta de preenchimento dos 
parênteses, de cima para baixo, é 
(A) 3-2-5-4-1-3. 
(B) 5-3-2-4-1-2. 
(C) 4-2-3-1-5-4. 
(D) 5-3-4-2-2-1. 
(E) 4-1-3-1-5-2. 
 
Instrução: Leia atentamente o poema abaixo, 
de João Cabral de Melo Neto: 
 
A educação pela pedra 
Uma educação pela pedra: por lições; 
para aprender da pedra, frequentá-la; 
captar sua voz inenfática, impessoal 
(pela de dicção ela começa as aulas). 
A lição de moral, sua resistência fria 
ao que flui e a fluir, a ser maleada; 
a de poética, sua carnadura concreta; 
 
 
a de economia, seu adensar-se compacta: 
lições de pedra (de fora para dentro, 
cartilha muda), para quem soletrá-la. 
Outra educação pela pedra: no Sertão 
(de dentro para fora, e pré-didática). 
No Sertão a pedra não sabe lecionar, 
e se lecionasse não ensinaria nada; 
lá não se aprende a pedra: lá a pedra, 
uma pedra de nascença, entranha a alma. 
(MELO NETO, João Cabral de. A educação pela 
pedra. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1996. p. 
21.) 
 
03. Assinale a alternativa que NÃO traduz uma 
leitura possível do poema acima: 
(A) O poeta apreende da pedra a própria 
vivência na vida agreste do Sertão: de 
austeridade, resistência silenciosa e sempre 
capaz de dar lições de vida e de poesia. 
(B) Os versos metalinguísticos revelam a 
própria poética cabralina: concreta, impessoal, 
concisa, embora profundamente social. 
(C) Ao partir do pressuposto de que a pedra é 
muda, e, portanto, não ensina nada, o poeta 
suscita uma reflexão sobre a situação 
educacional precária no Nordeste. 
(D) O eu lírico também apreende da pedra os 
próprios versos enxutos, num esforço de 
dissecação de quaisquer sentimentalismos. 
(E) No poema, de intensa economia verbal, a 
pedra faz-se metáfora da paisagem do Sertão, 
que “entranha a alma”, e espelha o fazer 
poético do autor pernambucano. 
 
 
Instrução: Leia o texto abaixo para responder à 
questão 04. 
“Na minha ânsia de ler, eu nem notava as 
humilhações a que me submetia: 
continuava a implorar-lhe emprestados os 
livros que não lia. Até que veio para ela o 
magno dia de começar a exercer sobre mim 
uma tortura chinesa. Como casualmente, 
informou-me que possuía. As reinações de 
Narizinho, de Monteiro Lobato. Era um livro 
grosso, meu Deus, era um livro para se ficar 
vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o, 
E, completamente acima de minhas posses. 
Disse-me que eu passasse pela sua casa no 
dia seguinte e que ela o emprestaria. 
Até o dia seguinte eu me transformei na 
própria esperança de alegria: eu não 
vivia, nadava devagar num mar suave, as ondas 
me levavam e me traziam. 
No dia seguinte fui à sua casa, literalmente 
correndo. Ela não morava num 
sobrado como eu, e sim numa casa. Não me 
mandou entrar. Olhando bem pra meus 
olhos, disse-me que havia emprestado o livro a 
outra menina, e que eu voltasse no dia 
seguinte para buscá-lo” (LISPECTOR, Clarice. 
Felicidade Clandestina) 
 
04. Sobre o texto de Clarice Lispector seria 
CORRETO afirmar que: 
(A) A narradora do conto demonstra seu 
descontentamento com o ideia de que a leitura 
seja capaz de transformar as atitudes de sua 
antagonista, pois mesmo após ter lido diversos 
livros, inclusive os de Monteiro Lobato, a 
 
 
mesma não demonstra qualquer sensibilidade 
aprimorada. 
(B) A felicidade clandestina citada no título 
está relacionada ao fato de que a verdadeira 
ansiedade da protagonista era rever a garota 
que, muitas vezes, tratava-a de maneira 
humilhante, mesmo que para isso tivesse de 
usar como desculpa em fato corriqueiro, como 
o empréstimo de um livro, estabelecendo uma 
relação de amizade quase sadomasoquista 
entre ambas. 
(C) A narradora do conto é um exemplo claro 
das personagens claricianas, pois em sua 
introspecção e em seu amor pela leitura é 
capaz de suportar até mesmo as piores 
humilhações para ter em sua posse um objeto 
ao qual atribui poderes quase transcendentais, 
capazes de gerar uma epifania na 
protagonista. 
(D) A personagem central parece sentir-se 
secretamente aliviada ao constatar que o livro 
já tinha sido emprestado a outra escola, uma 
vez que o mesmo era “um livro grosso, meu 
Deus, era um livro para se ficar vivendo com 
ele”. Dessa sensação vem o título que Clarice 
Lispector dá ao texto, uma vez que a 
protagonista sabe que deveria ler 
obrigatoriamente a obra e o fato de escapar da 
mesma é felicidade clandestina. 
(E) A verdadeira crueldade exposta no texto de 
Clarice é representada pela continua 
insistência da protagonista em torturar sua 
colega, pedindo-lhe repetidamente o 
empréstimo do livro que já sabia estar de 
posse de outra pessoa, humilhando assim a 
amiga que prometera o que não poderia 
cumprir. 
 
 
05. Sobre Guimarães Rosa, considere as 
afirmações abaixo. 
I. Situa sua obra na paisagem mineira, 
manifestando preocupações de ordem 
metafísica e valendo-se de uma linguagem 
inventiva, rica em neologismos, formas de 
oralidade e liberdades linguísticas. 
II. O sertão, na obra do autor, pode ser visto 
como a metáfora do mundo, pois nele têm 
lugar reflexões que, poeticamente, 
transcendem a realidade regional e social. 
III. É um regionalista que se atém à descrição 
da paisagem mineira e ao falar mineiro, tendo 
a sua obra a mesma dimensão pitoresca 
daquelas realizadas pelos regionalistas 
anteriores. 
 
Quais estão corretas? 
(A) Apenas I. 
(B) Apenas I e II. 
(C) Apenas I e III. 
(D) Apenas III. 
(E) I, II e III. 
 
Gabarito 
1 – C 2 – B 3 – C 4 – C 5 – B

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