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Apostila teórica de metodologia científica - unidade 4

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Metodologia de 
Pesquisa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Responsável pelo Conteúdo: 
Prof. Msc. Mathias Gonzalez 
Profa. Dra. Ana Barbara Ap. Pederiva 
Métodos Científicos 
Material teórico 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Métodos Científicos 
Verificamos nas unidades anteriores a importância da 
organização da vida de estudos no ensino superior, que a 
Epistemologia torna possível compreender as diferentes 
formas que um estudante acadêmico pode empreender na 
obtenção de um novo saber e ainda, que os métodos 
científicos orientam a condução do trabalho acadêmico. 
Todos os conteúdos examinados nas Unidades 
anteriores fazem parte do processo de investigação científica. 
É importante que vocês estudantes compreendam esses 
procedimentos, pois eles deverão ser considerados durante a 
elaboração dos trabalhos acadêmicos. 
Munidos das informações necessárias sobre como se dá 
a construção e a execução do processo investigativo da 
ciência, na Unidade Instrucional 4 “Métodos Científicos”, da 
disciplina Metodologia da Pesquisa Científica estudaremos os 
métodos científicos, que são mecanismos essenciais para se 
obter novos conhecimentos e transformar a realidade. 
 
Atenção 
Para um bom aproveitamento do curso, leia o material teórico atentamente antes de realizar 
as atividades. É importante também respeitar os prazos estabelecidos no cronograma. 
 
 
 
 
 
 
Munidos das informações necessárias sobre como se dá a construção e a execução do 
processo investigativo da ciência, você acredita que os métodos científicos são mecanismos 
essenciais para se obter novos conhecimentos e transformar a realidade? 
 
 
 
 
Contextualização 
 
 
 
 
 
Métodos Científicos 
 
Conceituação e Importância do Método 
 Para reforçar o que aprendemos nas unidades anteriores, de que a Ciência é um 
procedimento metódico que busca conhecer, interpretar e intervir na realidade, estudaremos 
alguns dos diferentes métodos científicos. 
O método não é único e nem sempre o mesmo para o estudo deste ou 
daquele objeto e / ou para este ou aquele quadro da ciência, uma vez que 
reflete as condições históricas do momento em que o conhecimento é 
construído. Somente à base desta reflexão o pesquisador conseguirá 
compreender o plano histórico e dinâmico do conhecimento científico. 
(BARROS; LEHFELD, 2000, p. 55) 
 
 Método significa caminho para chegar a um fim ou pelo qual se atinge um objetivo. 
Portanto, entende-se que: 
È um procedimento de investigação e controle que se adota para o 
desenvolvimento rápido e eficiente de uma atividade qualquer. Não se 
executa um trabalho sem a adoção de algumas técnicas e procedimentos 
norteadores da ação.” (BASTOS; KELLER, 2000, p.84) 
 
 Que dizer então do método científico? Poderia dizer que é o caminho trilhado pelo 
cientista quando em busca de "verdades" científicas. Quais são as "verdades" científicas? O que 
é ser cientista? O que é ciência? Existe uma ciência única? Quando nos reportamos a uma 
hipotética linha demarcatória, a separar o que julgamos ser uma verdade científica de outras 
possíveis verdades, a que nos estamos referindo? Por estas questões, nota-se que o método 
tem vital importância, já que é por meio dele que se alcançam as verdades buscadas pela 
humanidade por meio dos pesquisadores. 
 Qualquer pessoa pode realizar uma experiência que julgue ser bem-sucedida, mas 
sempre necessitará da comprovação científica por meio de provas. Os cientistas só aceitarão 
uma teoria ou descoberta depois que a replicarem ou obtiverem provas irrefutáveis até aquele 
momento. 
 Uma experiência científica só será considerada como válida para o mundo da Ciência, 
se for realizada seguindo determinadas normas controladas. Os cientistas se esmeram em 
replicar incontáveis vezes uma experiência até terem certeza de que foram obedecidos todos 
os critérios de cientificidade exigidos pela Ciência. 
Material Teórico 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
No método científico, a hipótese é o caminho que deve levar à formulação de uma 
teoria. O cientista, na sua hipótese, tem dois objetivos: explicar um fato e prever outros 
acontecimentos dele decorrentes. A hipótese deverá ser testada / aplicada para que os 
resultados obtidos pelos pesquisadores comprovem perfeitamente a hipótese, então ela será 
aceita como uma teoria. 
Para simplificar, a hipótese é uma tentativa preliminar de resposta ao problema da 
pesquisa. 
 
 DÚVIDA PROBLEM HIPÓTESE 
 
 
 TENTATIVA DE SOLUÇÃO 
 
 A hipótese é uma resposta provisória e antecipa algo que será ou não confirmado com 
a pesquisa. 
O método científico é composto pelas seguintes fases: 
• Observação de um fato; 
• Formulação de um problema; 
• Proposta de uma hipótese; 
• Realização de uma pesquisa para testar a validade da hipótese. 
 
 
O cientista é aquele que se utiliza do método científico 
para encontrar a solução dos problemas ou compreender 
o universo à sua volta. Assim, o método científico é o 
caminho trilhado pelo cientista. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para maior segurança nas conclusões, toda pesquisa deve ser controlada com técnicas 
que permitem descartar as variáveis que podem mascarar o resultado. 
 
 
Tipos de métodos 
 
Existem vários tipos de métodos científicos utilizados pelos cientistas e pesquisadores de 
diferentes áreas do conhecimento para se chegar a determinados resultados. São eles: 
a) Método indutivo: é aquele que parte da observação de casos particulares para o 
estabelecimento de hipóteses de caráter geral. Trata-se do método proposto pelos 
empiristas (Bacon, Hobbes, Locke, Hume), para os quais o conhecimento é 
fundamentado exclusivamente na experiência, sem levar em consideração princípios 
preestabelecidos. 
 
Nesse método, parte-se da observação de fatos ou fenômenos cujas causas se desejam 
conhecer. A seguir, procura-se compará-los com a finalidade de descobrir as relações 
existentes entre eles. Por fim, procede-se à generalização, com base na relação verificada entre 
os fatos ou fenômenos. Observe o exemplo a seguir: 
 
 
 
 
 
• João é mortal. 
• Paulo é mortal. 
• Manoel é mortal. 
• Ora, João, Paulo e Manoel são homens. 
• Logo, (todos) os homens são mortais. 
 
 
Conclusões indutivas são perigosas, pois generalizações de premissas verdadeiras 
podem levar a uma falsa conclusão. 
 
b) Método dedutivo: é aquele pelo qual, a partir da observação de um princípio geral, 
chega-se a conclusões particulares. Parte de princípios reconhecidos como verdadeiros 
e indiscutíveis e possibilita chegar a conclusões de maneira puramente formal, isto é, 
em virtude unicamente de sua lógica. É o método proposto pelos racionalistas 
(Descartes, Spinoza, Leibniz), segundo os quais só a razão é capaz de levar ao 
conhecimento verdadeiro, que decorre de princípios a priori evidentes e irrecusáveis. 
Como neste exemplo: 
 
 
 
 
c) Método hipotético-dedutivo: é aquele pelo qual, mediante a percepção de uma 
lacuna no conhecimento, formula-se uma hipótese e, então, pelo processo de 
observação e inferência dedutiva, testa-se a predição da ocorrência de fenômeno 
abrangido pela hipótese (LAKATOS; MARCONI, 1991). 
 
Pode-se apresentar as etapas do método hipotético-dedutivo da seguinte forma: 
1 - Problema: quando os conhecimentos disponíveis sobre determinado assunto são 
insuficientes para a explicação de um fenômeno, surge o problema; 
2 - Conjecturas: para tentar explicar a dificuldade expressa no problema, são formuladas 
conjecturas ou hipóteses.Para a explicação de um fenômeno, surge o problema; 
3 - Dedução de conseqüências observadas: das hipóteses formuladas, deduzem-se 
conseqüências que deverão ser testadas ou falseadas; 
4 - Tentativa de falseamento: falsear significa tentar tornar falsas as conseqüências 
deduzidas das hipóteses. Enquanto no método dedutivo procura-se a todo custo 
confirmar a hipóteses, no método hipotético-dedutivo, ao contrário, procuram-se 
evidências empíricas para derrubá-la; 
5 - Corroboração: quando não se consegue demonstrar qualquer caso concreto capaz de 
falsear a hipótese, tem-se a sua corroboração, que é a confirmação da hipótese, 
entretanto, está é considerada provisória. 
 
• Todo mamífero é vertebrado. 
• Todo homem é mamífero. 
• Logo, todo homem é vertebrado. 
 
 
 
 Neste caso, de acordo com Popper1, a hipótese mostra-se válida, pois superou todos os 
testes, mas não definitivamente confirmada, já que a qualquer momento poderá surgir um 
fato que a invalide. 
d) Método dialético: procura contestar uma realidade posta, enfatizando as suas 
contradições. Para toda tese, existe uma antítese, que, quando contraposta, tende a 
formar uma síntese. 
 
Tal método funda-se numa concepção dinâmica da realidade e das relações dialéticas 
entre sujeito e objeto, conhecimento a ação, teoria e prática. 
 
O método dialético não envolve apenas questões ideológicas, geradoras de 
polêmicas. Trata-se de um método de investigação da realidade pelo estudo 
de sua ação recíproca (...) É contrário a todo conhecimento rígido: tudo é visto 
em constante mudança, pois sempre há algo que nasce e se desenvolve e algo 
que se desagrega, se transforma (ANDRADE, 1999, p.114-115). 
 
O método dialético portanto, é contrário a todo conhecimento rígido, pois tudo é 
percebido como em constante mudança. 
e) Método fenomenológico: não se limita à descrição dos fenômenos. Também é, ao 
mesmo tempo, tentativa de interpretação dos mesmos, com o objetivo de pôr a 
descoberto os sentidos menos aparentes, os sentidos mais fundamentais que os 
fenômenos têm. Caracteriza-se por valorizar a pesquisa do cotidiano, por tentar 
resgatar tudo aquilo que, pela rotina, foi perdendo relevo e significação, foi ficando 
oculto pelo uso, pelo hábito, pelo senso comum. Nesse sentido, o enfoque 
fenomenológico permite reeducar, reorientar o olhar que investiga. 
 
O método fenomenológico valoriza, sobretudo, a interpretação do mundo, o qual surge 
intencionalmente à consciência do homem. Assim, pode-se afirmar que, na pesquisa de 
orientação fenomenológica, o sujeito deixa de ser um observador imparcial, como pretende a 
abordagem positivista, para assumir, de certa forma, a condição de “ator”. Aliás, um os 
méritos do método fenomenológico é justamente o de questionar os procedimentos 
positivistas, encarecendo a importância do sujeito no processo da construção do 
conhecimento. 
Outra característica marcante da pesquisa fenomenológica é sua recusa à 
caracterização, pretendendo-se, ao contrário, sempre aberta a novas interpretações. 
É importante ressaltar que, conforme Masini (1989), alguns autores consideram 
inadequado falar em método fenomenológico. Segundo eles, não haveria tal método, mas 
regras formais de pesquisa voltadas especialmente para o fenômeno (aquilo que se mostra 
 
1 O método hipotético-dedutivo foi definido por Karl Popper a partir de criticas a indução, 
expressas em A lógica da investigação científica, obra publicada pela primeira vez em 1935. 
 
 
como é, que se mostra a si mesmo). Então, não caberia falar em método, mas em atitude 
fenomenológica. 
 
f) Método histórico: específico das ciências sociais, parte do princípio de que as atuais 
formas de vida social, as instituições e os costumes têm suas raízes no passado, sendo, 
portanto, fundamental pesquisar sua origem para bem compreender sua natureza e 
função. Por exemplo, para se investigar uma instituição social como a família e as 
relações de parentesco, o método histórico pesquisa, no passado, os elementos 
constitutivos dos vários tipos de família e as fases de sua evolução social. 
 
O método histórico “consiste em investigar os acontecimentos, processos e instituições 
do passado para verificar sua influência na sociedade de hoje”. (ANDRADE, 2003, p. 133) 
Dessa forma, o pesquisador que se utiliza do método histórico tem a preocupação de 
colocar o fenômeno estudado no ambiente social em que surgiu, ou seja, contextualiza-lo. 
Assim, será capaz de acompanhar suas sucessivas alterações e de compará-lo a fenômenos 
semelhantes em sociedades diferentes (LAKATOS; MARCONI, 1991). 
Dentro do método histórico, há toda uma diversidade de abordagem. É possível aplicar 
esse método ao estudo de um mesmo tema, porém com enfoques tão diferentes quanto o 
positivista, o fenomenológico, o dialético etc. 
 
 
Relação entre Método e Técnica 
Na investigação científica, os termos “método” e “técnica” acima estão estreitamente 
relacionados e são comumente empregados sem uma compreensão exata da sua 
diferenciação semântica. 
Como já foi anteriormente descrito, o método - termo já conhecido na Grécia Clássica 
(méthodos) foi usado por Platão e Aristóteles no sentido de "estudo ordenado de uma questão 
filosófica ou científica". A palavra pode ser decomposta no prefixo metá + hodós, que quer 
dizer caminho, via, rota. Em sentido genérico é, portanto, o caminho pelo qual se chega a 
um determinado resultado. 
Na terminologia científica, método pode ser definido como um conjunto de dados e 
regras de proceder, permitindo atingir um fim previamente determinado. Ex.: pesquisa 
experimental, diagnóstico, operação, tratamento, reação físico-química ou biológica, prova 
clínica ou teste de laboratório. Muitos teóricos definem método como um conjunto de meios 
dispostos convenientemente para se chegar a um fim. 
A palavra “técnica” vem do grego tékhne, e significa arte. Se o método é o caminho, 
a técnica é o modo de caminhar. Técnica subentende o modo de proceder em seus menores 
detalhes, a operacionalização do método segundo normas padronizadas. É resultado da 
 
 
experiência e exige habilidade em sua execução. Um mesmo método pode comportar 
mais de uma técnica. 
O método científico inicialmente ocorre do seguinte modo: há um problema que 
desafia a inteligência; o cientista elabora uma hipótese e estabelece as condições para seu 
controle, a fim de confirmá-la ou não. A conclusão é então generalizada, ou seja, considerada 
válida não só para aquela situação, mas para outras similares. Além disso, quase nunca se 
trata de um trabalho solitário do cientista, pois, hoje em dia, cada vez mais as pesquisas são 
objetos de atenção de grupos especializados ligados às universidades, às empresas ou ao 
Estado. De qualquer forma, a objetividade da ciência resulta do julgamento feito pelos 
membros da comunidade científica que avaliam criticamente os procedimentos utilizados e as 
conclusões, divulgadas em revistas especializadas e congressos. 
Assim, dentro da visão do senso comum, a ciência busca compreender a realidade de 
maneira racional, descobrindo relações universais e necessárias entre os fenômenos, o que 
permite prever os acontecimentos e, conseqüentemente, também agir sobre a natureza. 
Para tanto, a ciência utiliza métodos rigorosos e atinge um tipo de 
conhecimento sistemático, preciso e objetivo. Entretanto, apesar do rigor do método, 
não é conveniente pensar que a ciência é um conhecimento certo e definitivo, pois ela avança 
em contínuo processo de investigação que supõe alterações à medida que surgem fatos novos, 
ou quando são inventados novos instrumentos. 
Por exemplo, nos séculos XVIII e XIX, as leis de Newton foram reformuladas por 
diversos matemáticos que desenvolveram técnicas para aplicá-las de maneiramais precisa. No 
século XX, a teoria da relatividade de Einstein desmentiu a concepção clássica que a luz se 
propaga em linha reta. Isso serve para mostrar o caráter provisório do conhecimento científico 
sem, no entanto, desmerecer a seriedade e o rigor do método e dos resultados. Ou seja, as leis 
e as teorias continuam sendo de fato hipóteses com diversos graus de confirmação e 
 
• A partir da explanação feita acima será que podemos afirmar que 
existe um método universal? 
• Será que os métodos universais devem ser considerados válidos 
para situações diversas? E tendo situações diferentes podemos 
qualificá-las como universais? 
• Como descrever relações universais por meio de métodos 
“individuais”? 
• Será que esse tipo de método é realmente válido universalmente? 
• Será que podemos nomear o método como sendo universal? 
 
 
verificabilidade, podendo ser aperfeiçoadas ou superadas. 
Conceito, tipos e técnicas 
A pesquisa está relacionada diretamente com a produção de conhecimento e decorre 
da capacidade de raciocínio do homem, no enfrentamento de inúmeros problemas e desafios. 
A curiosidade e a necessidade de conhecer e explicar o novo faz com que a investigação 
científica se enriqueça e evolua constantemente. 
 Inúmeros autores, entre os quais Andrade (1999), Cervo e Bervian (1996), Gil (1982), 
Lakatos e Marconi (1991), Salomon (1977) e Severino (2000), ao conceituarem pesquisa 
científica, concordam que se trata de procedimento eminentemente racional, que faz uso de 
métodos científicos, visando à busca de respostas e explicações para a questão em estudo. 
Enfatizam, também, o caráter processual da pesquisa enquanto atividade que envolve fases, 
desde a formulação adequada do problema até a elaboração e apresentação do relatório final 
ou monografia. 
 Para Cervo e Bervian (1996), os passos geralmente observados na realização de 
pesquisas são os seguintes: 
• formular questões ou propor problemas e levantar hipóteses; 
• efetuar observações e medidas; 
• registrar, tão cuidadosamente quanto possível, os dados observados com o intuito de 
responder às perguntas formuladas ou comprovar a hipótese levantada; 
• elaborar explicações ou rever conclusões, idéias ou opiniões que estejam em desacordo 
com as observações ou com as respostas resultantes; 
• generalizar, isto é, estender as conclusões obtidas a todos os casos que envolvam 
condições similares; a generalização é tarefa do processo chamado indução; 
• prever ou predizer, isto é, antecipar que, dadas certas condições, é de se esperar que 
surjam certas relações (CERVO; BERVIAN, 1996, p.46-47). 
 
 As pesquisas costumam ser agrupadas de acordo com diferentes critérios e 
nomenclaturas. Podem ser classificadas, por exemplo: 
• segundo a área de conhecimento - em pesquisas sociológicas, antropológicas, 
educacionais etc.; 
• segundo suas finalidades - em pesquisa pura ou aplicada; 
• segundo as técnicas de coleta e interpretação de dados - em pesquisa quantitativa e 
qualitativa; 
 
 
• segundo o ambiente em que se desenvolve - em pesquisas de campo, de laboratório. 
 
 A essa diversidade correspondem múltiplas maneiras de se interpretar os dados 
obtidos. São os diferentes marcos epistemológicos de que se lança mão para a compreensão 
da realidade estudada. O resultado não deve constituir-se em uma verdade única, absoluta e 
inquestionável, mas numa forma de conhecimento que atribui um determinado sentido (não 
dogmático) àquele aspecto particular do real. 
 Conforme esclarece Pádua (1996), a classificação das pesquisas em diferentes tipos 
surgiu com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento das mesmas. A autora, entretanto, 
observa: 
Para além do formalismo que uma tipologia requer, devemos reconhecer que 
o fundamental é compreender a realidade em seus múltiplos aspectos e, para 
tanto, essa compreensão vai requerer, e talvez admitir, diferentes enfoques, 
diferentes níveis de aprofundamento, diferentes recursos, dependendo dos 
objetivos a serem alcançados e as possibilidades do próprio pesquisador para 
desenvolvê-los (PÁDUA, 1996, p. 32-33). 
 
Quanto às suas finalidades, as pesquisas podem ser divididas em dois grandes 
grupos: puras e aplicadas. No primeiro, encontram-se os estudos motivados por razões de 
ordem intelectual e, no segundo, as pesquisas que objetivam resultados de ordem prática. 
Se a pesquisa pura pretende alargar a fronteira do conhecimento, a pesquisa 
aplicada tem em vista a utilização, na prática, de conhecimentos disponíveis para responder 
às demandas da sociedade em contínua transformação. 
Ao tomarmos como critério de classificação o procedimento geral de que se valeu 
o pesquisador, podemos classificar as pesquisas em: Bibliográficas, de Laboratório e de 
Campo. 
 
 
Um trabalho científico pode utilizar mais de um tipo de metodologia. 
Assim, uma pesquisa de cunho predominantemente bibliográfico pode 
adotar, também, recursos da pesquisa de campo ou de laboratório. 
 
a) Pesquisa Bibliográfica 
 
 
 
A pesquisa bibliográfica abrange a leitura, análise e interpretação de livros, periódicos, 
textos legais, documentos mimeografados ou xerocopiados, mapas, fotos, manuscritos etc. 
Todo material recolhido deve ser submetido a uma triagem, a partir da qual é possível 
estabelecer um plano de leitura. Trata-se de uma leitura atenta e sistemática que se faz 
acompanhar de anotações e fichamentos que, eventualmente, poderão servir à 
fundamentação teórica do estudo. 
Por tudo isso, deve ser uma rotina tanto na vida profissional de professores e 
pesquisadores, quanto na dos estudantes. Isso porque a pesquisa bibliográfica tem por 
objetivo conhecer as diferentes contribuições científicas disponíveis sobre determinado tema. 
Ela dá suporte a todas as fases de qualquer tipo de pesquisa, uma vez que auxilia na definição 
do problema, na determinação dos objetivos, na construção de hipóteses, na fundamentação 
da justificativa da escolha do tema e na elaboração do relatório final ou monografia. 
Encontram-se em Andrade (1999), Gil (1991), Severino (2000), entre outros, 
importantes diretrizes para o êxito na pesquisa bibliográfica, no que se refere à leitura, análise 
e interpretação de textos. 
 
b) Pesquisa de Laboratório 
Comumente, este tipo de pesquisa é confundido com pesquisa experimental, o que é 
um equívoco. Embora a maioria das pesquisas de laboratório seja experimental, muitas vezes 
as ciências humanas e sociais lançam mão de pesquisa de laboratório sem que se trate de 
estudos experimentais. 
Na verdade, o que caracteriza a pesquisa de laboratório é o fato de que ela 
ocorre em situações controladas, valendo-se de instrumental específico e preciso. 
Tais pesquisas, quer se realizem em recintos fechados ou ao ar livre, em ambientes 
artificiais ou reais, em todos os casos, requerem um ambiente adequado, previamente 
estabelecido e de acordo com o estudo a ser realizado. 
A Psicologia Social e a Sociologia, freqüentemente, utilizam a pesquisa de laboratório, 
muito embora aspectos fundamentais do comportamento humano nem sempre possam ou, 
por questões de ética, nunca devam ser estudados e/ou reproduzidos no ambiente controlado 
do laboratório. 
 
 
c) Pesquisa de Campo 
A pesquisa de campo procede à observação de fatos e fenômenos exatamente como 
ocorrem no real, à coleta de dados referentes aos mesmos e, finalmente, à análise e 
interpretação desses dados, com base numa fundamentação teórica consistente, objetivando 
compreender e explicar o problema pesquisado. 
 
 
Ciência e áreas de estudo, como a Antropologia, Sociologia, Psicologia Social, 
Psicologia da Educação, Pedagogia, Política, Serviço Social, usam freqüentemente a pesquisa 
de campo para o estudo de indivíduos, grupos, comunidades, instituições,com o objetivo de 
compreender os mais diferentes aspectos de uma determinada realidade. 
Como qualquer outro tipo de pesquisa, a de campo parte do levantamento 
bibliográfico. Exige também a determinação das técnicas de coleta de dados mais apropriadas 
à natureza do tema e, ainda, a definição das técnicas que serão empregadas para o registro e 
análise. 
Dependendo das técnicas de coleta, análise e interpretação dos dados, a pesquisa de 
campo poderá ser classificada como de abordagem predominantemente quantitativa ou 
qualitativa. 
Numa pesquisa em que a abordagem é basicamente quantitativa, o pesquisador se 
limita à descrição factual deste ou daquele evento, ignorando a complexidade da realidade 
social (FRANCO, 1985, p.35). 
É empregada nas pesquisas de âmbito social econômico, de comunicação, 
mercadológica, de opinião etc., como forma de garantir a precisão dos resultados, na medida 
em que as técnicas de coleta que aplica propiciam a quantificação de todo o material 
recolhido e na medida em que prevê o tratamento estatístico desse material. 
Numa pesquisa em que a abordagem é qualitativa o pesquisador está interessado na 
interpretação que os próprios sujeitos estudados têm da situação sob estudo, por esse motivo 
a ênfase na subjetividade. 
A abordagem qualitativa oferece flexibilidade no processo de conduzir a pesquisa, pois 
“o pesquisador trabalha com situações complexas, que não permitem a definição exata e a 
priori dos caminhos que a pesquisa irá seguir”. (MOREIRA, 2004, p. 57) 
 
 
 
 
 
 
 
ALVES, R. A filosofia da ciência: introdução ao jogo e suas regras. São Paulo: 
Loyola, 2000. 
 
ANDRADE, M. M. Introdução á metodologia do trabalho científico. São Paulo: Atlas, 
2003. 
 
BARBOSA, Derly. Metodologia de estudos e elaboração de monografia. São Paulo: 
Expressão & Arte, 2006. 
 
BARROS, Aidil Jesus da Silveira.; LEHFELD, Neide Aparecida de Souza. Fundamentos de 
metodologia científica: um guia para a iniciação científica. São Paulo: Pearson 
Makron Books, 2000. 
 
BASTOS, Cleverson; KELLER, Vicente. Aprendendo a aprender: introdução à 
metodologia científica. Petrópolis: Vozes, 2000. 
 
DEMO, Pedro. Metodologia do conhecimento científico. São Paulo: Atlas, 2000. 
 
DIONE, J.; LAVILLE, C. A construção do saber. Porto Alegre: UFMG, 2004. 
 
FREIRE-MAIA, N. A ciência por dentro. 6. ed. Petrópolis: Vozes, 2000. 
 
GALLIANO, A. C. O método científico: teoria e prática. São Paulo: Harbra, 1986. 
 
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1989. 
 
HAGUETTE, T. M. F. Metodologias qualitativas na sociologia. Petrópolis: Vozes, 2003. 
 
JAPIASSU, H. Nascimento e morte das ciências humanas. Rio de Janeiro: F. Alves, 
1978. 
 
KÖCHE, J. C. Fundamentos de metodologia científica. 12. ed. Petrópolis: Vozes, 1997. 
 
KUHM, T. S. A. Estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva, 1991. 
 
MÁTTAR NETO, J. A. Metodologia científica na era da informática. São Paulo: 
Saraiva, 2002. 
 
SALONON, D. V. Como fazer uma monografia. São Paulo: Martins Fontes, 2001. 
 
SEVERINO, A. Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 21. ed. São Paulo: Cortez, 
2000. 
 
 
Referências 
 
 
 
 
 
 
 
 
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