Buscar

1.Tumores em cabeça e pescoço

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 40 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 40 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 40 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

1
 
DISCIPLINA DE CIRURGIA DE CABEÇA E PESCOÇO 
DEPARTAMENTO DE CIRURGIA – Unicamp 
 
Prof. Dr. Antonio Santos Martins 
 Prof. Dr. Alfio José Tincani 
 Dr André Del Negro 
 
Manual aos internos do 6º ano de Medicina 
 
TUMORES DA REGIÃO DE CABEÇA E PESCOÇO 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO: 
 
A cirurgia na região de cabeça e pescoço representa um grande desafio ao 
cirurgião que lida com estes pacientes. Os aspectos técnicos e anatômicos que envolvem 
o ato cirúrgico, as particularidades dos doentes muitas vezes pneumopatas, hepatopatas, 
tornam muito difíceis a condução do pré e pós-operatório a ser enfrentado. 
O tratamento e principalmente o diagnóstico nos pacientes com câncer de cabeça 
e pescoço é aquisição de experiência obtida nos últimos dois séculos passados. O 
conceito de trabalhar-se com equipe multi-disciplinar envolvendo planejamentos com 
técnicas cirúrgicas apuradas, radioterapia, quimioterapia e outros especialistas que vão 
desde patologistas, nutricionistas, anestesiologistas, psicólogos, dentistas, fonoterapeutas, 
fisioterapeutas é de extrema importância para melhor avaliação e evolução dos pacientes. 
 Um problema que ocorre comumente na clínica do cirurgião é a indicação de 
cirurgias que trarão conseqüências sérias a estes e que acarretarão mudanças em seu dia a 
dia. Entre estas cirurgias citaremos como exemplos as laringectomias, mandibulectomias 
e glossectomias. Outras grandes ressecções podem envolver pares cranianos trazendo 
sérias seqüelas aos doentes e que irão modificar muito suas vidas. 
A decisão operatória é um momento problemático. Cada cirurgia é um 
procedimento diferente e, com o explanado acima, pode-se concluir que o cirurgião que 
 2
lida com estes pacientes deve ter conhecimentos das indicações dos possíveis tratamentos 
posteriores além de ter de participar da parte psicológica, fisioterápica e fonoaudiológica 
que com certeza serão os mínimos cuidados que estes pacientes necessitarão. 
Princípios gerais de cirurgia são essenciais para um planejamento adequado no 
tratamento destes doentes. Toda cirurgia necessita de cuidados básicos que são 
conceitualmente universais. O domínio da fisiopatologia do doente cirúrgico, a 
monitorização dos dados vitais e principalmente a interpretação adequada e seqüencial 
desses dados, serão a base teórico-prática sólida para definir as condutas corretas, 
evitando danos futuros ao paciente. 
 
 
DIAGNÓSTICO DOS TUMORES EM CABEÇA E PESCOÇO 
 
O conceito de tratamento cirúrgico loco-regional é essencial. Diferentemente dos 
outros pacientes portadores de doença maligna, o indivíduo portador de câncer em cabeça 
e pescoço, dificilmente apresenta-se com metástase a distância em sua primeira visita 
médica. As metástases ocorrem localmente na área de drenagem linfática preferencial 
que, é a região cervical. Dependendo da localização do tumor, as metástases cervicais 
ocorrerão em um ou mais de um nível linfático que são classificados de I a VII. A figura 
1 demonstra os cinco principais níveis de palpação do pescoço sendo que o nível I 
compreende as metástases localizadas na região sub mentoniana e submandibular. Nível 
II metástases ganglionares em região júgulo-carotídea alta (retro auricular) nível III 
região júgulo-carotídea média (ao lado do osso hióide e cartilagem laríngea), nível IV 
cadeia linfonodal para traqueal inferior, nível V região supra clavicular, níveis VI e VII 
cadeias linfonodais mediastinais alta e mais inferior respectivamente. 
 3
 
Figura 1 : Principais níveis de linfodos da região cervical 
 
 
Alguns doentes podem procurar o médico com queixas de aumento no pescoço e, 
isto já pode ser a primeira manifestação de um tumor da via aéro-digestiva alta. Este 
tumor (chamado de tumor primário) ao ser investigado e achado deve-se proceder ao 
diagnóstico com biópsia dirigida ao mesmo. A biópsia do gânglio linfático, como 
primeiro passo, deve ser evitada pois o risco de contaminação por neoplasia na área 
cirúrgica é passível de ocorrência e isto pode vir a piorar o prognóstico destes pacientes. 
 4
Um fluxograma de como proceder na investigação e diagnóstico diferenciais de massa 
cervical suspeita para neoplasia na região do pescoço, é demonstrado abaixo. 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DOS NÓDULOS DA REGIÃO CERVICAL 
NÓDULO EM REGIÃO CERVICAL 
 
 HISTÓRIA E EXAME FÍSICO (Geral e específico em Cabeça e Pescoço) 
 
 TUMOR PRIMÁRIO IDENTIFICADO ? 
SIM NÃO 
 
CONFIRMAR COM BIÓPSIA Exames complementares: 
 Raios X; Endoscopias; TC 
Tratamento para tumor primário 
 com metástase cervical 
 TUMOR PRIMÁRIO IDENTIFICADO ? 
 
 SIM NÃO 
NÓDULO MÓVEL OU FIXO? 
 
MÓVEL FIXO 
 
Biópsia Excisional Punção Aspirativa / Biópsia Incisional 
 
Positivo para Câncer? Positivo para Câncer? 
 
SIM NÃO SIM NÃO 
 
 Tratamento Apropriado Repetir a Biópsia 
 
Exames de Imagem 
 
Esvaziamento Ganglionar só ou em Radioterapia e ou Quimioterapia 
monobloco com o tumor primário 
 
Principais neoplasias que podem ser diagnosticadas: CEC; ADENO CARCINOMA; 
LINFOMA; MELANOMA; LEUCEMIA; TUMORES INFRACLAVICULAR (pulmão; 
aparelho digestivo; mama) 
 5
 
 
 Na grande maioria dos casos o diagnóstico anatomopatológico dos tumores é 
carcinoma espino celular (CEC) ou carcinoma de células escamosas ou carcinoma 
epidermóide, todos sinônimos. 
A presença de adeno carcinoma faz com que se pense em neoplasia de glândulas e 
entre as mais comuns entre outras se têm à tireóide e as glândulas salivares (patologias 
localizadas infraclavicular como aparelho digestivo, pulmões e mama nas mulheres 
devem ser pensados caso não se encontre um tumor na região de cabeça e pescoço). 
O estudo do paciente que vai submeter-se a tratamento de um tumor em cabeça e 
pescoço deve ser sistematizado. A seguir será demonstrada esta seqüência de modo 
bastante prático para uma investigação completa para estadiamento e preparo para 
cirurgia. 
O exame físico, tanto o geral como o voltado para a região de cabeça e pescoço, 
deve ser minucioso. Avaliação cardiológica, pulmonar e hepática é essencial, pois sendo 
indivíduos com história de tabagismo e etilismo crônico, poderão ter deficiências nestes 
órgãos comprometendo o tratamento. 
 O exame dirigido para a região de cabeça e pescoço compreende a inspeção e 
palpação das cavidades além de rigorosa avaliação do pescoço a procura de possíveis 
gânglios metastáticos. 
A laringoscopia indireta realizada ambulatorialmente em que incidindo-se uma 
luz frontal em espelho colocado através da cavidade oral do paciente, é exame primordial 
e que prontamente consegue-se verificar a orofaringe, rinofaringe, hipofaringe e laringe 
para ter e fornecer ao médico e paciente, as informações necessárias para o tratamento. 
Exames complementares: hoje em dia têm-se um vasto número destes mas deve-
se ter critérios ao solicitá-los. Os exames laboratoriais de sangue como hemograma, 
função renal, hepática, fatores de coagulação devem ser sempre requisitados. Outros 
exames mais específicos como hormônios tireoidianos nas patologias benignas como o 
hipertireoidismo ou ainda marcadores tumorais como a tireocalcitonina na vigênciade 
carcinoma medular da tireóide, vão depender da patologia que o paciente apresenta. 
 6
 A procura de um segundo tumor primário na própria região de cabeça e pescoço 
deve ser pesquisada pois esta ocorrência não é incomum nestes pacientes. Devido os dois 
principais agentes carcinógenos – álcool e fumo, contribuírem para a etiologia do câncer 
de cabeça e pescoço, é importante excluir a presença de outro tumor primário tanto nesta 
região como principalmente em esôfago e ou pulmões. O risco da ocorrência de segundo 
tumor primário ocorre na proporção de 4% ao ano e, esta taxa pode ser maior caso o 
paciente não abandone hábitos de etilismo e tabagismo. Os exames de pan endoscopias 
(nasofaringolaringoscopia, esofagoscopia e broncoscopia podem aumentar a identificação 
de segundo tumor primário). 
A nasofaringolaringoscopia com fibra óptica é de grande valia e muitas vezes 
imprescindível para um bom estadiamento e ainda planejamento cirúrgico. Áreas de 
difícil acesso ou que anatomicamente houve dificuladade de visão, podem ser bem vistas 
através deste exame que muito comumente pode ser complementado pela laringoscopia 
direta sob anestesia geral para diagnóstico ou tratamento definitivo. 
 A endoscopia digestiva alta é outro exame de suma importância. Como citado 
anteriormente, a presença de outro tumor primário em esôfago pode existir, 
principalmente em fase inicial, quando ainda não apresenta sintomas. A endoscopia deve 
ainda ser complementada ao uso da solução de lugol a 2%, que cora o epitélio esofagiano 
mas não o local com provável patologia. A presença de área iôdo-clara, possibilita dirigir 
uma biópsia e com isto fazer-se o diagnóstico de um possível câncer, ainda em fase 
inicial. Consegue-se assim até promover a cura do paciente, algo raro se o tumor já 
estiver em fase mais avançada. 
 Os exames com imagem são de extrema importância. O raio-X simples de tórax 
serve para avaliar desde as condições pulmonares e cardíacas do paciente como presença 
de patologias obstrutivas crônicas, doenças infecciosas, aumento de mediastino por 
provável adenopatia ou ainda a presença de metástase ou outro tumor primário de 
pulmão. As planigrafias de tórax estão sendo preteridas a exames de maior resolução 
como tomografia computadorizada ou ressonância nuclear magnética que dão maior 
precisão às estruturas anatômicas O raio-x simples da região de cabeça e pescoço pode 
ser útil na ocorrência de desvios ou obstrução pela presença ou não de coluna aérea em 
faringe, laringe ou traquéia. As planigrafias estão sendo cada vez mais substituídas por 
 7
outros exames. O ultra som combinado ao uso do doppler, é muito útil para investigação 
de linfonodos, tumores, cistos, avaliação dos vasos cervical, além de poder dirigir uma 
punção ou biópsia com agulha para diagnóstico anatomopatológico. É de grande utilidade 
ainda para patologias da glândula tireóide, principalmente para seguimento dos pacientes, 
tanto no pré como no pós-operatório. Ainda para patologias na tireóide como para 
glândulas paratireóides, o uso da cintilografia é importante para localização de nódulos 
como para identificação de metástases. 
A tomografia computadorizada e a ressonância nuclear magnética são cada 
vez mais utilizadas nestes doentes. Serve para diagnóstico diferencial de várias doenças, 
planejamento cirúrgico adequado, precisar invasão de estruturas anatômicas do pescoço 
ou região craniana. Na suspeita de tumores pulsáteis (hemangioma de grande volume, 
quimiodectoma de corpo carotídeo, tumor do glomo jugular ou ainda no diagnóstico de 
angio fibroma) a angiografia torna-se o exame de eleição para estes casos. Com a 
cateterização prévia de vasos nutrientes da neoplasia, pode-se ter boa noção das 
dimensões e extensão da mesma e, muitas vezes será possível o uso de embolização para 
diminuição do sangramento intra operatório. 
 
CONDUTA CIRÚRGICA DOS PACIENTES COM 
TUMORES EM CABEÇA E PESCOÇO 
Para descrição do acometimento e tratamento destas neoplasias é importante 
habituar-se com o estadiamento destes tumores onde é empregado o sistema TNM da 
UICC sendo que o T é a extensão do tumor primário, N representa a metástase em 
linfonodos regionais e M a metástase à distância. 
CLASSIFICAÇÃO CLÍNICA 
T - tumor primário 
Tx - tumor não pode ser avaliado 
T0 - não há evidências de tumor primário 
Tis - carcinoma “in situ” 
T1 - tumor até 2cm em sua maior dimensão 
T2 - tumor maior que 2cm até 4cm em sua maior dimensão 
T3 - tumor maior que 4cm em sua maior dimensão 
 8
T4 - tumor que invade estruturas adjacentes; como: músculos e ossos 
N – Linfonodos regionais 
N0 – ausência de linfonodo clinicamente metástatico 
N1 – LINFONODO < 3cm, único 
N2a – LN, único ipsilateral, entre 3 e 6cm 
N2b – LN, múltiplos ipsilaterais, menores do que 6cm 
N2c – LN contralaterais ou bilaterais, menores do que 6cm 
 N3 – LN > 6cm 
 
M – Metástase á distância 
M0 – ausência de metástase á distância 
M1 – presença de metástase á distância 
 
 
 
ESTADIAMENTO CLÍNICO 
 
Estadio I T1 NO MO 
 
Estadio II T2 NO MO 
 
Estadio III T3 NO MO 
 T1 N1 MO 
 T2 N1 MO 
 T3 N1 MO 
 
Estadio IVa T4 N0 MO 
 T4 N1 MO 
 Qualquer T N2 MO 
 
Estadio IVb Qualquer T N3 MO 
Estadio IVc Qualquer T Qualquer N MI 
 
 
 
 9
 
Os tumores da cavidade oral incluindo os lábios, orofaringe e hipofaringe, 
obedecem a um estadiamento similar, como já descrito anteriormente: 
A seguir será considerada uma seqüência das principais áreas anatômicas afetadas 
por neoplasia maligna da região de cabeça e pescoço, o tratamento mais adequado e o 
prognóstico dos doentes. 
 
Lábio: anatomicamente é representado pelo vermelhão e as comissuras. O 
principal fator etiológico para tumores em lábio é a exposição solar. Outros fatores como 
o tabagismo pode contribuir na etiologia. Os tumores afetam principalmente os homens e 
no lábio inferior. 
 A queixa principal é de uma ferida ulcerada com crescimento lento sendo que a 
presença de metástase linfática nos estágios iniciais é rara. Quando estas ocorrem são 
mais comuns na região mentoniana e sub mandibular (nível I). 
 O tratamento para lesões iniciais que envolvem menos que 35% do lábio pode ser 
feito até sob anestesia local e em regime ambulatorial. Uma excisão em “V” com 
fechamento primário, é a cirurgia mais adequada. 
 Nos tumores mais avançados, após a ressecção dos mesmos, será necessária a 
utilização de técnicas mais complexas de restauração. Isto implicará no uso de retalhos 
para sua reconstrução. 
O prognóstico destes pacientes quando em estádio inicial é muito bom. Os fatores 
que contribuem para uma pior sobrevida são pacientes jovens, presença de metástases 
regional e invasão perineural evidenciada em exame anatomopatológico. 
 
 Língua: a porção anterior, chamada de língua móvel, é a mais afetada por câncer 
principalmente em suas bordas e, após os tumores de lábio são as neoplasias mais 
incidentes na cavidade oral. Os fatores etiológicos mais comuns são o álcool e o fumo e 
lesões pré-malignas como a leucoplasia devem ser observadas e ressecadas. Ocorrem 
mais em pacientes acima dos 60 anos e no sexo masculino. 
 A principal queixa dos pacientesé a presença de dor local com existência de uma 
ulceração que não regride com tratamento tópico. Dependendo da extensão do tumor 
 10
muitas vezes o paciente ao procurar o médico já apresenta metástase cervical palpável 
que inclusive pode ser bilateral. 
 O tratamento cirúrgico para as lesões pequenas (T1) compreende ressecção 
através da cavidade oral e sempre com margens amplas. Tumores maiores do que 3 cm 
necessitam cirurgias mais elaboradas muitas vezes combinadas com esvaziamento 
ganglionar cervical. Se os tumores invadem a mandíbula ou são localizados muito 
próximos desta, a mesma deve ser ressecada em monobloco com a neoplasia. 
Reconstruções elaboradas podem necessárias e muitas vezes com retalhos de vizinhança 
ou a distância. 
 O prognóstico depende do estádio da doença inicial mas tumores avançados com 
metástases cervical, tratados com cirurgia e radioterapia pós operatória, têm-se sobrevida 
em torno de 35% em cinco anos. 
 
Carcinoma epidermóide em face lateral esquerda da língua. 
 
 11
 Base de língua: localiza-se na orofaringe atrás do V lingual e finda na epiglote. É 
sede comum de neoplasia maligna. Apresenta uma rica rede de vasos linfáticos 
explicando o grande número de metástase cervical precoce que estes tumores têm. 
Normalmente o doente procura o médico com neoplasias já bastante avançadas, com 
queixas de perda de peso, dor local, disfagia e otalgia secundária por invasão do tumor 
aos pares cranianos. A presença de metástases linfonodal é freqüente principalmente nos 
níveis II e III do pescoço. Ao exame físico local é de extrema importância a palpação da 
língua para verificação da extensão da neoplasia. 
 O tratamento cirúrgico nos estádios iniciais compreende a ressecção do tumor 
(glossectomia) que geralmente é realizado por faringotomia lateral. Muitas vezes 
reconstruções são necessárias com mandibulotomia ou mandibulectomia tanto para 
acesso como para obtenção de margens cirúrgicas adequadas ou ainda por invasão do 
tumor ao osso. O esvaziamento ganglionar cervical está quase sempre indicado mesmo na 
ausência de gânglios palpáveis devido a grande propensão de metástases linfáticas. 
 Radioterapia pós-operatória é mandatória nos tumores avançados e com 
metástases presentes. 
 O prognóstico destes pacientes é muito ruim devido principalmente ao estádio 
avançado da doença quando da sua apresentação. Em tumores avançados, a sobrevida em 
5 anos não atinge mais que 15%. 
 
 Hipofaringe: Localizada entre a orofaringe e o esôfago cervical, é uma área 
bastante comprometida por neoplasias. Para ser visualizada é necessário realizar 
laringoscopia indireta. Melhor ainda é a visão através de endoscopia com aparelhos de 
fibra ótica (nasofaringolaringoscópio). A principal região anatômica e com maior 
comprometimento de neoplasias são os seios piriformes, formados por duas saculações 
laterais na faringe e atrás da laringe, onde o alimento passa antes de entrar no esôfago. 
Tumores desta região são bastante agressivos, também devido a presença de rico plexo 
linfático. 
 Os fatores etiológicos principais para tumores desta região são o álcool e o fumo 
com os homens apresentando o maior número de casos. A maioria dos doentes ao 
procurar o médico para consulta já vem com queixas de disfagia, dor reflexa em ouvidos 
 12
e, a presença de linfonodo metastático palpável em pescoço ocorre em torno de 50% 
destes pacientes, porém um grande número apresenta a metástase oculta, que é achado de 
exame após a retirada cirúrgica dos gânglios ou ainda, se não tratados de imediato, vão 
manifestar-se um pouco mais tardiamente. 
 Na maioria destes, que se apresentam com neoplasia avançada, a cirurgia mais 
preconizada é a faringo laringectomia acompanhada de esvaziamento ganglionar cervical 
que pode ainda ser bilateral. A conseqüência desta cirurgia é a perda da voz do paciente 
pela laringectomia. Devido os espaços anatômicos desta área ser muito vizinho ocorre a 
invasão direta dos tumores à laringe com a conseqüente necessidade de retirada da 
mesma. O prognóstico destes pacientes é bastante ruim, principalmente nos portadores de 
tumores avançados, que infelizmente é o que ocorre com a maioria deles. Os índices de 
sobrevida nos tumores avançados são bastante similares aos encontrados nos tumores de 
base de língua (15% em 5 anos). 
 
Laringe: dentre as neoplasias da região de cabeça e pescoço, é uma das mais incidentes 
em nosso meio (2,7% dos casos de câncer e 2,2% das mortes por câncer). Representa 
25% dos tumores malignos desta área – 136.000 casos novos/ano causando 73.500 
mortes/ano no mundo. Ocorrem mais nos homens sendo a maioria dos pacientes acima 
dos 60 anos, com relação de 7:1 com as mulheres. É a maior diferença em comparação 
com qualquer outro sítio anatômico do corpo humano. 
O modo de tratamento do câncer da laringe vem mudando radicalmente e, tanto a 
indicação de cirurgias mais conservadoras como outras modalidades utilizando a 
quimioterapia e ou a radioterapia, estão sendo muito estudadas e preconizadas 
dependendo da extensão da lesão primária e existência de metástase cervical. 
O principal fator etiológico é o hábito de fumar que muitas vezes é associado ao 
etilismo severo principalmente nos portadores de câncer da região supra glótica da 
laringe. O risco do desenvolvimento do câncer laríngeo é potencializado pela ação 
sinérgica do fumo e do álcool, aumentando o risco de desenvolvimento desse câncer em 
cerca de 100%. Outros fatores etiológicos associados são os papilomas vírus humano 
(HPV), as hipovitaminoses, e o refluxo gastro-esofageano.. 
 13
Localizada na área central e anterior do pescoço, a laringe é anatomicamente 
formada por várias cartilagens como a tireóide e a cricóide que são palpáveis e ainda a 
epiglote e duas aritenóides. Divide-se em três regiões distintas que são a glote, onde se 
localizam as cordas vocais e que é sede da maioria dos tumores malignos, a região acima 
se denomina supra-glote e a parte inferior é a infra-glote ou sub-glote. 
 A principal queixa dos pacientes com tumores localizados na região glótica (70% 
dos tumores da laringe) é a mudança da voz - rouquidão. Caso o paciente procure 
precocemente o médico e, o diagnóstico é feito prontamente, o índice de cura é bastante 
alto devido a pouca existência de linfáticos nesta área diferentemente do que ocorre na 
região supra-glótica onde os tumores podem cursar silenciosamente e a primeira 
manifestação ser a presença de linfonodos metastáticos aumentados no pescoço. Os 
tumores que se originam na região sub-glótica são raros (cerca de 1% dos tumores da 
laringe) e, a ocorrência mais vista, é a invasão de tumores da glote para esta região. 
 O tratamento cirúrgico destes pacientes vai depender muito do estádio da doença 
e sua localização e, o principal objetivo é conseguir-se a erradicação da neoplasia com a 
preservação da voz. 
O estadiamento dos tumores da laringe faz-se diferentemente e dependendo da 
região afetada glote, infra ou supra glote há uma diferenciação na classificação. 
 
ESTADIAMENTO T N M para tumores de laringe 
Essa classificação que utiliza informações acerca do tumor primário (T), cadeias 
linfáticas cervicais (N) e de possíveis metástases sistêmicas (M) constitui a base para a 
orientação terapêutica do câncer. No que diz respeito ao câncer laríngeo o estadio T é 
dividido de acordo com a localização anatômica endolaríngea, a saber: 
SUPRAGLOTE: 
TI – Tu limitado a um subsítio (cordas vocais normais) 
TII – Tu em mais de um subsítio ou com extensão para a glote (cordas vocais normais) 
TIII – Tu limitado a laringe com fixação de prega(s) vocal(is), ou extensão para 
hipofaringe ou espaçopré-epiglótico 
TIV – Tu invadindo cartilagem tireóide ou com extravasamento exolaríngeo 
GLOTE: 
 14
TI – Tu limitado às cordas vocais (mobilidade normal) 
TII – Tu com extensão para a supraglote ou subglote e/ou mobilidade vocal diminuída 
TIII – Tu limitado à laringe com fixação da(s) corda(s) vocal(is) 
TIV – Tu invadindo cartilagem ou com extravasamento exolaríngeo 
SUBGLOTE: 
TI – Tu limitado à subglote (mobilidade normal) 
TII – Tu limitado à laringe, com extensão glótica (mobilidade normal) 
TIII – Tu limitado à laringe com fixação da(s) corda(s) vocal(is) 
TIV – Tu invadindo cartilagem ou com extravasamento exolaríngeo 
 
Tumores precoces da região glótica podem ser tratados com ressecção cirúrgica 
endoscópica ou ainda com laser. Outras modalidades conservadoras podem ser usadas 
nos tumores maiores (T2) como as laringectomias denominadas fronto lateral onde a 
porção afetada pelo tumor é retirada em conjunto com parte da cartilagem tireóide. Nos 
tumores mais avançados outros tipos de cirurgias conservadoras podem ser realizadas 
porém existindo maior risco de recidiva tumoral em detrimento da conservação da voz. A 
laringectomia total fica reservada para tumores mais extensos com comprometimento de 
ambas cordas vocais, fixação das mesmas com invasão de cartilagens tireoidiana e 
também faringe podendo ainda haver extensão para cima ou para baixo da região glótica 
são os tumores denominados trans-glóticos. Apesar de ser uma cirurgia bastante ruim ao 
paciente, pela perda da voz, o método de fonoterapia para reabilitação através da 
chamada voz esofágica melhora muito a qualidade de vida dos doentes. Outra 
modalidade de reabilitação é pela laringe artificial. Através de prótese fonatória colocada 
imediatamente ou logo após a cirurgia criando uma fístula traqueo-esofágica forçando 
assim a passagem de ar para a cavidade oral e com isso permitindo a ocorrência de uma 
voz de boa qualidade. 
 O tratamento dos gânglios do pescoço dependerão do estádio da doença. Tumores 
glóticos T3 e T4 com pescoço clinicamente negativo (N0) devem ser acompanhados de 
esvaziamentos cervical bilateral porém mais conservadores. Já os tumores supra glóticos 
são passíveis de manifestação de metástases mais precocemente e estas indicam a 
necessidade de realização de linfadenectomias mais extensas. 
 15
 O prognóstico dos pacientes é bastante bom nos tumores da região glótica em 
estádio inicial (T1 - 85% a 95% e T2 – 75% em cinco anos). O mesmo não se pode 
afirmar dos pacientes com tumores avançados invadindo a supra e/ou a infra glote que, 
terão comportamento similar aos que surgem nestas áreas tendo ainda uma maior 
incidência de metástases cervical. A sobrevida vai depender do estadiamento do paciente 
e também de outras modalidades de tratamento com a radioterapia e a quimioterapia. 
 
 
 
 
 
 
Pregas 
Vocais 
Região supra 
glótica 
Região glótica 
Região sub glótica 
Base da língua 
Epiglote 
Cartilagem 
tireóide 
Traquéia 
Esôfago 
Seio Piriforme 
Epiglote 
Base da 
língua 
 16
Glândulas Salivares: São tumores que freqüentemente o médico que não está 
habituado com este tipo de patologia pode vir a confundir com outras doenças, 
principalmente as inflamatórias. Anatomicamente existem três pares de glândulas 
salivares denominadas maiores que são as parótidas, submandibulares e as sublinguais. 
As glândulas salivares menores, que estão distribuídas principalmente na região do palato 
(mas podem existir em todo o trato aéro-digestivo alto), são sedes freqüente de neoplasias 
malignas, podem estar localizadas na submucosa ou ainda apresentar-se como uma 
ulceração na mucosa da cavidade oral. 
Os fatores etiológicos para este tipo de patologia não são muito determinantes. 
Predisposição familiar, tabagismo ou inalação de pó de madeira são algumas das causas 
atribuídas, mas não comprovadas na etiologia destes tumores. 
A glândula parótida é o local de maior incidência de neoplasia, que geralmente 
tem caráter benigno (em 80%) sendo o tumor misto ou adenoma pleomórfico o mais 
encontrado. O paciente procura o médico queixando-se de aumento da glândula notado já 
há algum tempo (às vezes anos). 
A anatomia da glândula parótida deve ser muita bem conhecida do cirurgião que 
trata deste tipo de tumor pois o nervo facial (VIIº par craniano), passa no meio da mesma 
e a manipulação cirúrgica do tronco principal ou de seus ramos pode trazer paresia 
temporária ao paciente ou até mesmo total no seu pós-operatório. 
Entre os tumores malignos mais encontrados, têm-se os carcinomas 
mucoepidermóide, carcinoma adenóide cístico, adenocarcinoma e carcinoma de células 
acinares. A glândula parótida pode também ser alvo de metástases de tumores da região 
de cabeça e pescoço principalmente de neoplasias de pele como os carcinomas 
epidermóides e os melanomas. 
Na presença de aumento em região da glândula submandibular tornando-a 
endurecida geralmente indolor, que não regride com tratamento clínico, deve ser 
lembrado de tumor primário da mesma e, a incidência de neoplasia maligna é maior que 
na parótida (cerca de 50%). Os tipos de tumores malignos mais vistos são os adenóide 
cístico, tumores de células accínicas, mucoepidermóide, tumor misto maligno e 
adenocarcinoma. 
 17
O diagnóstico dos tumores em glândulas salivares geralmente é feito por punção 
aspirativa por agulha fina e enviado para exame citológico onde em 75% dos casos 
consegue-se o diagnóstico de certeza. 
O prognóstico dos tumores malignos é bom se os mesmos forem tratados no 
estádio inicial e o tumor for de baixo grau de malignidade. A presença de metástase 
cervical piora o prognóstico. O seguimento destes pacientes deve ser a longo prazo pois a 
presença de metástase a distância (pulmões) nos tumores malignos pode ocorrer a longo 
prazo. 
 
Anatomia da glândula parótida 
 
 18
 
 
Aspecto pós retirada de tumor de parótida, visualizando-se os ramos do 
nervo facial. 
 
 
Tumor em palato duro, proveniente de glândula salivar menor. 
 19
Tireóide: A glândula, localizada na área central e inferior do pescoço, é 
acometida por vários tipos de tumores que na sua maioria são benignos como os 
adenomas, hiperplasias mas, os bócios são os que chamam mais a atenção do paciente e 
que o faz procurar ajuda médica por crescimento da região cervical anterior. As 
principais indicações para cirurgia nos tumores da glândula tireóide são por aumento da 
mesma podendo ocasionar compressão das vias aéro digestiva, desvio de traquéia, e por 
suspeita ou diagnóstico comprovado de neoplasia maligna (os chamados tumores 
foliculares). 
O estudo da glândula através de ultra-som, mapeamento (os nódulos frios são os 
mais sugestivos da presença de tumores malignos, mas não são patognomônicos de tal) e 
punção aspirativa por agulha fina (PAAF), traz informação necessária para diagnóstico de 
nódulo(s) na tireóide. 
Os tumores malignos da tireóide são provenientes de dois grupos celulares, de 
origens embriológicas distintas. As células C, neuroendócrinas, produtoras de 
calcitonina, cujo tumor é o carcinoma medular, e as células foliculares produtoras de T4 e 
tireoglobulina que originam os tumores bem diferenciados e os indiferenciados. 
A cirurgia deve ser realizada por cirurgião habilitado, pois estruturas como nervo 
laríngeo inferior (recorrente) e glândulas paratireóides devem ser vistos e conservadas no 
ato operatório. 
 20
 
Vista posterior demonstrando a relação dos nervos recorrente e paratireóides 
com a tireóide. 
 
 21
 
Glândula tireóide e sua relação com vasos cervicais e nervo recorrenteAbordaremos estas neoplasias de forma separada, quanto aos seus aspectos 
clínicos, diagnósticos e terapêuticos. 
 
CARCINOMA PAPILÍFERO 
 
É o tumor tireoidiano mais freqüente, responsável por cerca de 80% dos casos de 
câncer da tireóide; é encontrado microscopicamente em 10% das necrópsias. 
É três a quatro vezes mais comuns em mulheres que em homens e ocorre em 
qualquer idade, com pico entre a 3ª e 4ª décadas de vida. Clinicamente, o tumor 
Jugular Interna 
 22
apresenta-se como um nódulo tireoidiano palpável, e que nem sempre é notado pelo 
próprio paciente. 
Alguns possuem nódulos cervicais metastáticos, com ou sem nódulos tireoidianos 
palpáveis. Poucos apresentam sinais ou sintomas de malignidade, como dor cervical, 
disfonia, dispnéia ou hemoptise. O nódulo pode ter consistência firme ou cística. A 
glândula pode estar aumentada assimetricamente, difusamente ou ser multinodular. Em 
10% dos casos há extensão extratireoidiana que pode ser suspeitada pelos sintomas acima 
ou mais freqüentemente diagnosticada na cirurgia. 
Metástases cervicais são encontradas em quase 40% dos casos. Metástases 
microscópicas são ainda mais freqüentes. Os linfonodos envolvidos são os centrais, 
laterais e mediastinais. Metástases a distância ocorrem entre 1% e 10%, principalmente 
para pulmões e ossos. Em crianças, o carcinoma papilífero parece ter um comportamento 
biológico diferente, sendo com maior freqüência multicêntrico e com alto índice de 
metástases regionais (60%-80%) e a distância (10%-20%). Esta elevada taxa de 
disseminação a distância pode levar muitas vezes o cirurgião a realizar tireoidectomia 
total, o que facilita o diagnóstico e tratamento com iodo radioativo, como será discutido 
mais adiante. Neste grupo etário, cerca de 30% dos pacientes apresentam recidivas locais, 
regionais e a distância, mas a mortalidade é baixa. 
 
CARCINOMA FOLICULAR 
 
Responsável por menos de 10% dos tumores malignos de tireóide, sua ocorrência 
parece estar diminuindo. É muito raro em crianças e o pico de incidência é em idade um 
pouco mais elevada que o papilífero. É mais comum em mulheres. Uma variante 
histológica importante é o carcinoma de células de Hürthle, em que predominam as 
células de mesmo nome, ou células oxifílicas. Os pacientes são um pouco mais velhos 
que os portadores de carcinoma folicular, com média de 55 anos. Estes tumores são 
classificados pela invasão vascular e capsular, em minimamente invasivos e altamente 
invasivos. Metástases regionais são raras, e a distância, para pulmões, ossos, cérebro, 
ocorrem em 20% dos casos. Estas são mais comuns em carcinoma de células de Hürthle e 
 23
em pacientes com mais de 40 anos (34%). Clinicamente, a apresentação mais usual é de 
uma massa tireoidiana assintomática. 
 
CARCINOMAS BEM DIFERENCIADOS (Papilífero, Folicular e Céls. de Hürtle) -
ASPECTOS DIAGNÓSTICOS 
 
O exame de ultra-som (US) é muito empregado no diagnóstico dos nódulos 
tireoidianos benignos e malignos e das metástases cervicais. Muitas vezes o nódulo é 
descoberto a partir de um US de rotina. No entanto, seus achados são muito inespecíficos 
para caracterização do nódulo, quanto à sua natureza. Por esta razão, quase todos os 
nódulos são puncionados, através da punção aspirativa por agulha fina (PAAF), muitas 
vezes direcionada por US. A PAAF é excelente no diagnóstico do carcinoma papilífero 
(sensibilidade e especificidade muito elevadas) e muito pouco específica nos carcinomas 
foliculares e de células de Hürthle, quando o resultado usual de “Padrão Folicular” ou 
“Padrão de Células de Hürthle” não faz diagnóstico diferencial com bócios, adenomas, 
hiperplasias e tireoidites crônicas. Estes resultados são considerados suspeitos para 
malignidade e o tratamento freqüentemente é cirúrgico. 
O mapeamento tireoidiano na fase pré operatória é atualmente pouco empregado 
por ser muito inespecífico. Dosagens de hormônios tireoidianos e TSH, na maioria das 
vezes, são normais e os anticorpos específicos para a tireóide geralmente são negativos. 
A dosagem de tireoglobulina pré-operatória não tem maior importância no diagnóstico 
destes tumores. 
 
CARCINOMAS BEM DIFERENCIADOS - FATORES PROGNÓSTICOS 
 
Os fatores que afetam o prognóstico destes tumores estão relacionados ao tumor 
(tipo histológico, tamanho, invasão local, metástases regionais e a distância, 
transformação anaplásica, aneuploidia, anticorpos antitireoglobulina), ao paciente (idade, 
sexo, associação com doença de Graves), e relacionados ao tratamento (atraso no 
tratamento, extensão da tireoidectomia e reposição hormonal). Destes, o mais importante 
é a idade. A mortalidade aumenta a partir dos 45 anos e a taxa de recorrência é maior nos 
 24
extremos de idade, abaixo dos 20 e acima dos 60 anos. Os homens têm o dobro da 
mortalidade das mulheres. Na doença de Graves, na ocorrência de câncer, este pode ser 
mais agressivo. 
Tumores papilíferos localmente invasivos têm alta taxa de recidiva e 
mortalidade. Os foliculares minimamente invasivos evoluem melhor que os mais 
invasivos. Quando há transformação anaplásica, e nos tumores menos diferenciados, o 
prognóstico é muito pior. Há autores que acreditam que metástases cervicais pioram o 
prognóstico. Outros que discordam. 
Globalmente, a taxa de recidiva e mortalidade em 30 anos para o carcinoma 
papilífero é de 31% e 6%, respectivamente, e para o carcinoma folicular de 24% e 15%. 
O carcinoma de células de Hürthle temprognóstico um pouco pior, o que não é 
universalmente aceito. 
 
CARCINOMAS BEM DIFERENCIADOS – TRATAMENTO 
 
O tratamento é cirúrgico. Classicamente, a cirurgia recomendada é a lobectomia e 
istmectomia no lado acometido pelo tumor ou a tireoidectomia total, sempre que um 
nódulo tireoidiano tem a confirmação diagnóstica de malignidade. Esta pode ser obtida 
pela PAAF na maioria dos casos de carcinoma papilífero, ou pelo exame de congelação 
no intraoperatório. Nos casos de carcinoma folicular, com muita freqüência o diagnóstico 
é pós operatório e o paciente poderá ser submetido à nova intervenção para 
complementação da tireoidectomia, quando a mesma foi parcial inicialmente, caso o 
mesmo não preencha alguns critérios para a realização das cirurgias parciais em câncer 
bem diferenciado da tireóide. 
Alguns autores recomendam a tireoidectomia parcial para tumores de baixo risco, 
principalmente pacientes com menos de 45 anos, do sexo feminino, com tumores 
menores que quatro cm, não-invasivos e sem metástases a distância. Isto representa uma 
gama de cerca de 75% dos pacientes portadoes de câncer da tireóide. Um método para 
indicação de cirurgia parcial aos pacientes com câncer bem diferenciado da tireóide é o 
estipulado pelo Memorial Hospital NY. A palavra GAMES é usada onde o G é o grau do 
tumor (bem diferenciado), A do inglês age – idade, menor que 45 anos, M ausência de 
 25
metástase a distância (a presença de metástase linfonodal não altera o prognóstico da 
doença) E de extensão da doença na glândula ( a presença de doença extra capsular 
contra indica a tireoidectomia parcial) e S de do inglês size – tamanho, onde a 
tireoidectomia parcial é indicada nos tumores com menos de quatro cm. Há estudos 
retrospectivos de grande casuística com 20 anos de seguimento médio que oferecem 
respaldo a esta conduta, mostrando resultados equivalentes à tireoidectomia total. O 
argumento a favor da cirurgia parcial é que a taxa de complicações (lesão definitiva do 
nervo laríngeo recorrente e hipoparatireoidismo definitivo) é menor, com resultados 
semelhantes. 
As cadeias linfáticas de risco (Níveis II, III, IV e VI) devem ser cuidadosamente 
inspecionadas na cirurgia e se algum gângliosuspeito é encontrado, o mesmo é ressecado 
e submetido à biópsia de congelação. Caso seja positivo para doença metastática, realiza-
se o esvaziamento cervical que pode ser o mais seletivo e conservador possível. Se o 
nódulo é do nível VI, o esvaziamento do compartimento central é suficiente. Se o 
linfonodo é da cadeia jugular todos os níveis citados acima devem ser tratados. Após 
realização da tireoidectomia total, o paciente é submetido à Pesquisa de Corpo Inteiro 
com I131 (PCI), sempre realizada com níveis de TSH elevados, para diagnóstico de 
metástases regionais e a distância. Freqüentemente, há captação residual cervical e há 
controvérsias quanto à porcentagem de captação que deve ser “queimada” com iodo 
radioativo. O mais aceito atualmente é que, captações maiores que 1% ou a presença de 
massas cervicais ou a distância suspeitas para metástases, devem ser tratadas com dose 
terapêutica do iodo. Alguns autores não concordam com o benefício do I131, alegando 
que não há, em muitos casos, vantagem comprovada. Após a PCI, com ou sem o 
tratamento com radioiodo, o paciente é tratado com hormônio tireoidiano, usualmente a 
tiroxina, em dose supressiva, ou seja, deixando-se o TSH em seu limite inferior com a 
intenção de se evitar o crescimento de metástases microscópicas não detectadas pela PCI. 
 Segue-se também com dosagens de tireoglobulina sérica, que está indetectável ou 
muito baixa após a tireoidectomia total. Aumentos da tireoglobulina indicam doença 
ativa, quando se torna necessária nova PCI. Este seguimento está prejudicado nas 
tireoidectomias parciais, quando a dosagem de tireoglobulina torna-se não confiável. 
Deve-se dosar o anticorpo antitireoglobulina, que pode neutralizar a tireoglobulina e 
 26
torná-la indetectável. A sensibilidade da tireoglobulina é 88% e a especificidade 99%. 
Em casos de tumores invasivos, menos diferenciados, em que não há captação de iodo 
pós-operatório, pode-se empregar radioterapia externa. A maioria das recidivas ocorre na 
primeira década após a cirurgia, mas o seguimento deve ser por toda a vida do paciente. 
 
 
 
 
CARCINOMA MEDULAR – ASPECTOS CLÍNICOS 
 
O carcinoma medular de tireóide (CMT) é responsável por 7% de todos os tumores 
malignos desta glândula. Tem leve predominância no sexo feminino. Há ocorrência 
familiar em 20% dos casos. A idade de maior incidência nos casos familiares é 21 anos e 
nos esporádicos entre a 4a e 6a décadas. No CMT esporádico, o tumor é unilateral, não 
há associações com outras endocrinopatias múltiplas e o fenótipo do paciente é normal. 
Nos casos familiares o tipo MEN 2 A (Síndrome de Sipple), é autossômica dominante, 
em que ocorre CMT bilateral ou hiperplasia de célula C, hiperparatireoidismo, 
feocromocitoma ou hiperplasia medular adrenal, e fenótipo normal. A MEN tipo 2 B, que 
pode ser familiar (autossômica dominante) ou esporádica, e está associada ao CMT 
bilateral ou hiperplasia de células C, doença paratireoidiana (raramente), feocromocitoma 
ou hiperplasia medular adrenal, fenótipo anormal, ganglioneuromas mucosos múltiplos e 
Ca Papilífero 
(tumor de 6mm) 
 27
“habitus marfanóide”. Há ainda o CMT familiar sem associação com endocrinopatias que 
é autossômica dominante, tumor tireoidiano bilateral ou hiperplasia de células C e com 
fenótipo normal, sem doença adrenal ou paratireoidiana. 
 
CARCINOMA MEDULAR – ASPECTOS DIAGNÓSTICOS 
 
O tumor manifesta-se como uma massa única e indolor na maioria dos casos esporádicos. 
Alguns pacientes podem ter sintomas de doença invasiva como dor e rouquidão. Metade 
dos pacientes com CMT esporádico tem linfonodos metastáticos no momento do 
diagnóstico. Ocasionalmente, há metástases a distância em pulmões, fígado, ossos e 
cérebro. Cerca de 1/3 dos casos de CMT esporádicos tem diarréia, mediada por 
hormônios. Ao US, o nódulo pode ser único, na forma esporádica, e a punção faz a 
suspeita de malignidade que pode ser confirmada por estudo imunohistoquímico. Pode 
haver hipercalcemia. A calcitonina costuma estar elevada. Pode-se realizar testes de 
estímulo com cálcio e/ou pentagastrina, para diagnóstico precoce em casos familiares, 
bem como a detecção do RET. Existem outras doenças em que há elevação de 
calcitonina, como câncer de mama e pulmão, tireotoxicose e hipotireoidismo, o que deve 
ser levado em conta no diagnóstico diferencial. 
 
CARCINOMA MEDULAR – PROGNÓSTICO 
 
O CMT é um tumor bem mais agressivo que os carcinomas bem diferenciados de 
tireóide e tem uma sobrevida entre 60% e 80%, que está significativamente 
correlacionada à idade, sexo e estágio da doença. A sobrevida em 10 anos é cerca de 90% 
em doença confinada à tireóide, 70% na presença de linfonodos e 20% com metástases a 
distância. O tipo MEN 2 A tem prognóstico melhor. Talvez o prognóstico pior do tipo 
esporádico seja devido não ao tumor, mas à idade mais avançada dos pacientes. 
 
 
 
 
 28
CARCINOMA MEDULAR – TRATAMENTO 
 
O tratamento cirúrgico é a única opção terapêutica e deve ser realizado de forma 
completa e o mais rápido possível após o diagnóstico. Se houver feocromocitoma, este 
deve ser tratado antes. A cirurgia é a tireoidectomia total, com esvaziamento cervical de 
compartimento central eletivo e jugular de necessidade. Doença cervical residual ou 
inoperável pode ser tratada com radioterapia externa. A calcitonina é utilizada no 
seguimento, mas pode demorar até 6 meses para retornar ao normal, e o CEA também é 
um bom marcador. 
 
CARCINOMA INDIFERENCIADO – ASPECTOS CLÍNICOS 
 
O carcinoma indiferenciado ou anaplásico geralmente ocorre por uma 
indiferenciação de outros tumores de longa duração, e está sendo cada vez menos 
diagnosticado. Incide em pacientes com mais de 60 anos e com freqüência um pouco 
maior em mulheres. Mais da metade dos pacientes tem história de longa duração de 
bócio, que repentinamente alterou seu padrão de crescimento. O tumor é de crescimento 
muito rápido, com compressão importante, disfagia, dispnéia, tosse, rouquidão, dor. O 
tumor geralmente é muito volumoso e fixo no pescoço. Metástases cervicais costumam 
estar presentes, mas são difíceis de palpar pelo tamanho do tumor primário. Metástases a 
distância estão presentes em quase metade dos pacientes. A PAAF com freqüência indica 
malignidade, mas de forma inespecífica. Quase todos os pacientes morrem, a maioria de 
sufocamento, em 6 a 8 meses, com média de 3 meses. Praticamente todos vão a óbito em 
1 ano. O diagnóstico diferencial deve ser feito com o linfoma de tireóide que tem quadro 
clínico semelhante e está associado com tireoidite de Hashimoto. 
 
CARCINOMA INDIFERENCIADO – TRATAMENTO 
 
É cirúrgico, mas a extensão é controversa. Há quem indique tireoidectomia total, 
subtotal ou cirurgias mais radicais. Muitas vezes, o que é possível e necessário, é apenas 
 29
traqueostomia para diagnóstico histológico e descompressão. Pode ser empregada, sem 
muito sucesso, radioterapia externa pós-operatória e quimioterapia. 
 
Carcinoma Indiferenciado da Tireóide – Notar as massas tumorais a direita e o 
desvio laringotraqueal 
 
 
TUMORES BENIGNOS – ASPECTOS GERAIS 
 
 Se formos levar em consideração os aspectos gerais em incid~encia de neoplasias 
beniganas na região de cabeça e pescoço, as mais comuns de encontrarmos seriam os 
linfonodos de aspecto inflamatório, principlamente em crinças. Excluindo-os, 
aproximadamente 20% de todas as massa cervicais são benignas. Classicamente 
dividimos em congenitas, inflamatórias e neoplásicas. As mais encontradas são: 
 
 
 30
DOENÇAS CIRÚRGICAS DA GLÂNDULA TIREÓIDEDOENÇAS CIRÚRGICAS DA GLÂNDULA TIREÓIDEDOENÇAS CIRÚRGICAS DA GLÂNDULA TIREÓIDE
Avaliação Clínicae Diagnóstica dos Nódulos Avaliação Clínica e Diagnóstica dos Nódulos TireoidianosTireoidianos::
Dosar TSH, Realizar Ultra SomDosar TSH, Realizar Ultra Som
TSH NormalTSH Normal
PAAF *PAAF *
BenignoBenigno
Suspeito/Suspeito/
IndeterminadoIndeterminado
MalignoMaligno
Não Não 
ContributivoContributivo
TSH TSH IndetectávelIndetectável
CintilografiaCintilografia
Nódulo TóxicoNódulo Tóxico
I I 131131/Cirurgia/CirurgiaRepetir US Guiado Repetir US Guiado 
PAAFPAAF
CirurgiaCirurgiaOutras TécnicasOutras Técnicas
CirurgiaCirurgia
SeguimentoSeguimento
PAAF PAAF 
em 1 ano?em 1 ano?
 
PAAF * = Punção Aspirativa por Agulha Fina 
 
HIGROMAS CÍSTICOS (linfangiomas): 
 
Existem várias teorias para a ocorrência desta patologia. Todas apontam para o 
desenvolvimento embrionário do sistema venoso e linfático. Na sua apresentação cerca 
de a metade dos mesmos ocorrem ao nascimento. Até os 3 anos de idade é o outro pico 
de ocorrência. Os sintomas podem ser de dor e ou pressão local com massa aumentada na 
região cervical. Podem crescer progressivamente ou permanecer estáveis. Há relatos de 
regressão expontânea em raros casos. O diagnóstico diferencial faz-se com lipomas, 
cistos cervicais, hemangiomas e doenças malignas com degeneração cística. Para o 
diagnóstico ultra-som e raramente a tomografia computadorizada. O tratamento é 
 31
cirúrgico e dependerá do tamanho e sua localização. A utilização de agentes esclerosantes 
pode reduzir ou evitar recidivas do linfangioma. 
 
 
Acima vemos tomografia computadorizada de paciente com 7 anos de idade 
comm higroma cístico que localizava-se em regia~o cervical e mediastino anterior. 
 
 
 32
 
 
Ressecção cirúrgica de higroma da região cervical. 
 
 
CISTO E FÍSTULA DO DUCTO TIREOGLOSSO 
 
São resultado de falha no desenvolvimento normal da tireóide, podendo ser representados 
por cistos ou fístulas situados na linha mediana do pescoço. Sua incidência é igual nos 
dois sexos, sendo três vezes mais freqüentes que os remanescentes branquiais. 
 
Embriologia 
 
A tireóide se desenvolve na base do "V" lingual, migrando anteriormente, passando por 
dentro do osso hióide, até se localizar anterior-mente à traquéia. Os remanescentes do 
ducto tireoglosso mantêm íntima relação com o corpo do osso hióide, ficando em geral 
ligeiramente abaixo deste ou, raramente, na base da língua. Os cistos podem sofrer 
infecção e abscedarem, com conseqüente drenagem espontânea ou cirúrgica, resultando 
na formação de uma fístula. Esta pode apresentar episódios de fechamento e recidiva, 
Pavilhão Auricular 
 33
com drenagem de líquido que varia de mucinoso a purulento. 
 
Quadro Clínico 
 
Tumor palpável na linha mediana cervical, aumentando de tamanho com a protrusão da 
língua, arredondados, não-dolorosos. Orifício fistular na linha mediana cervical. 
 
Fig. 1 - Cisto tireoglosso. Tumoração cística na linha média do pescoço. 
 
Diagnóstico 
 
Realizado clinicamente. 
Cintilografia da tireóide para excluir tireóide ectópica. Ultra som para avaliar sua 
extensão. 
Tratamento: Cirurgia consiste em excisão da fístula ou do cisto conjuntamente com o 
corpo do osso hióide, (operação de Sistrunk). 
 
Prognóstico 
 
É bom quando a cirurgia é realizada corretamente. As recidivas ocorrem quando não há 
ressecção do corpo do osso hióide juntamente com o cisto e com a fístula. São 
complicações descritas na literatura a infecção e mais raro sua malignização para 
 34
adenocarcinoma. 
 
Paciente com fístula tireoglosso. A marcação da caneta está sobre o ducto 
tireoglosso 
 
REMANESCENTES DO APARELHO BRANQUIAL 
Conceito 
 
São remanescentes conseqüentes de defeito do desenvolvimento embriológico de 
diferenciação dos arcos e fendas branquiais, (geralmente do 2º arco branquial) 
encontrados no ser humano entre a 2ª e l5ª semanas gestacionais. Podem ser cistos, 
restos, fístulas ou fenda cervical mediana. 
 
As fístulas são mais comuns do que os cistos na infância. 
 
 35
A bilateralidade ocorre em cerca de 10% dos casos. 
 
Embriologia 
 
As fendas e os arcos branquiais são encontrados no ser humano entre a 2ª e 15ª semanas 
gestacionais. 
 
Quadro Clínico 
 
Remanescentes de 1º Arco: Representados por orifícios fistulares pré-auriculares ou 
pequenos restos proeminentes localizados na região superior do pescoço e da face, 
terminando no meato auditivo externo. 
 
Remanescentes do 2º Arco: Mais comuns, são representados por pequenos orifícios 
fistulares na borda anterior e no terço inferior do esternocleidomastoideo. 
 36
 
 
-Fístula branquial do 2º arco. 
 
Estes orifícios podem drenar fluido mucóide sendo passíveis de se infectarem e 
abscedarem, ou, como um pequeno cisto, ou ainda, como formação cartilagínea na 
mesma localização. Todos terminam na fosseta amigdaliana ipsilateral. 
 
Cisto Branquial 
Cabeça do Paciente 
 37
QUIMIODECTOMAS 
São tumores do corpo carotídeo. O corpo carotídeo é um órgão sensorial do nervo 
glossofaríngeo que contém os receptores químicos dos vasos carotídeos. Os 
quimiodectomas localizam-se na bifurcação dos vasos carotídeos e podem produzir 
modificações na dinâmica circulatória, alterando a respiração, o pulso, com 
vasoconstrição e aumento da pressão arterial. Em geral, são tumores pequenos em 
tamanho, mas o seu crescimento progressivo, englobando a carótida, pode dar lesões 
irreversíveis cerebrais e circulatórias. Raro, mas podem sofrer transformação maligna. 
Diagnóstico de certeza é feito com arteriografia e, o tratamento é cirúrgico. 
 
Arteriografia demonstrando quimiodectoma na bifurcação carotídea. 
 
 
 
 38
 
 
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA 
 
 
 
Brandão LG, Ferraz AR. Anatomia e função da laringe. In: Noronha MJR, Dias FL, 
editores. Câncer da laringe: uma abordagem multidisciplinar. Rio de Janeiro: Revinter; 
1997. p. 4-7. 
 
Brazilian Head and Neck Cancer Study Group. Results of a prospective trial on 
elective modified radical classical versus supraomohyoid neck dissection in the 
management of oral squamous carcinoma. Am J Surg 1998;176:422-7. 
 
Byers RM, Wolf PF, Ballantyne AJ. Rationale for elective modified neck dissection. 
Head Neck Surg 1988; 10:160-7. 
 
Crile G Jr, Antunez AR, Esselstyn CB Jr, et al. The advantages of subtotal thyroidectomy 
and suppression of TSH in the primary treatment of papillary carcinoma of the 
thyroid. Cancer 1985; 55:2691-7. 
 
Houck JR, Medina JE. Management of cervical lymph nodes in squamous carcinoma 
of the head and neck. Semin Surg Oncol 1995; 11:228-39. 
 
INTERNET http://www.sbccp.org.br/ Diretrizes da AMB / CFM Sociedade Brasileira 
de Cirurgia de Cabeça e Pescoço 
Câncer da Laringe; Câncer da Tireóide; Câncer de Boca 
 
 
 
 
Martins AS, Melo GM, Valerio JB, Langner E, Lage HT, Tincani AJ. 
Treatment of locally aggressive well-differentiated thyroid cancer. 
Int Surg. 2001 Oct-Dec;86(4):213-9. 
 
Martins AS. 
Multicentricity in pharyngoesophageal tumors: argument for total 
pharyngolaryngoesophagectomy and gastric transposition. 
Head Neck. 2000 Mar;22(2):156-63. 
 
Martins AS. 
Multicentricity in pharyngoesophageal tumors: argument for total 
pharyngolaryngoesophagectomy and gastric transposition. 
Head Neck. 2000 Mar;22(2):156-63. 
 
 39
Martins AS. 
The treatment of fixed and semi-fixed cervical metastases in head and neck cancer. 
Rev Paul Med. 1993 Jul-Aug;111(4):27-32. 
 
Mazzaferri EL, Young RL, Oertel JE, et al. Papillary thyroid carcinoma: the impact of 
therapy in 576 patients. Medicine 1977;56:171-96. 
 
Mazzaferri EL, de los Santos ET, Rofagha-Keyhani S. Solitary thyroid nodule:diagnosis and management. Med Clin North Am 1988; 72:1177-211. 
 
Mazzaferri EL. Management of a solitary thyroid nodule. N Engl J Med 1993; 
328:553-9. 
 
Noronha MJR. Tumores malignos da laringe. In:Brandão LG, Ferraz AR, editores. 
Cirurgia de cabeça e pescoço. São Paulo: Editora Roca; 1989.p. 395-412. 
 
Noronha MJR, Dias FL. Epidemiologia –etiopatogenia e fatores etiológicos do câncer da 
laringe – potencial para quimioprevenção. In:Noronha MJR, Dias FL, editores. Câncer da 
laringe: uma abordagem multidisciplinar. Rio deJaneiro: Livraria Editora Revinter; 1997. 
p. 4-7. 
 
Shah JP, Candela FC, Poddar AKl. The patterns of cervical lymph node metastases 
from squamous carcinoma of the oral cavity. Cancer 1990; 66:109-13. 
 
Shaha AR. Congroversies in the management of thyroid nodule. Laryngoscope 2000; 
110:183-93. 
 
Tennvall J, Lundell G, Hallquist A, et al. Combined doxorubicin, hyperfractionated 
radiotherapy, and surgery in anaplastic thyroid carcinoma. Report on two protocols. 
The Swedish Anaplastic Thyroid Cancer Group. Cancer 1994; 74:1348-54. 
 
 
Thompson NW, Dunn EL, Batsakis JG, et al. Hürthle cell lesions of the thyroid gland. 
Surg Gynecol Obstet 1974; 139:555-60.
 
 
 
: Tincani AJ, Brandalise N, Andreollo NA, Lopes LR, Montes CG, Altemani A, Martins AS. 
 [Importance of upper digestive endoscopy using lugol dye solution for the diagnosis 
of superficial esophageal cancer and dysplasia in patients with head and neck 
neoplasms] 
Arq Gastroenterol. 2000 Apr-Jun;37(2):107-13. 
 
 40
Tincani AJ, Brandalise N, Altemani A, Scanavini RC, Valerio JB, Lage HT, Molina 
G, Martins AS. 
 
 
Diagnosis of superficial esophageal cancer and dysplasia using endoscopic screening 
with a 2% lugol dye solution in patients with head and neck cancer. 
Head Neck. 2000 Mar;22(2):170-4. 
 
 
 
 
TNM UICC, 1997. Tradução INCA, Rio de Janeiro, 1997.

Outros materiais