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1 TEORIA DA ARQUITETURA A CONTINUIDADE DA MODERNIDADE CLÁSSICA Prof. Karen Solek MODERNIDADE CLÁSSICA � A modernidade costuma ser entendida como uma ruptura na visão de mundo relacionada ao estabelecimento da autonomia da razão; � Consolida-se com a Revolução Industrial e o desenvolvimento do capitalismo. MODERNIDADE CLÁSSICA � Com a Modernidade, o que antes era contemplação e compreensão da natureza pela observação, agora: � Insere-se a necessidade de adaptação dos recursos naturais às ambições e realizações humanas. Não só conhecendo as leis naturais, mas determinar o que é útil para a melhoria da vida humana. � O caráter de utilidade originou o controle, o domínio e o poder humano da exploração massiva e predatória dos recursos naturais para as realizações humanas e as transformações tecnocientíficas que também devem ser úteis a um fim: a produção industrial. MODERNIDADE CLÁSSICA � Nesta transformação há três elementos de papel primordial: 1. A tecnociência: meios para a emancipação humana sobre o mundo natural; 2. A Natureza como fonte de recursos indispensáveis; 3. A relação homem e meio (relações de consumo, interpessoal, arquitetura, etc); MODERNIDADE CLÁSSICA � A atual civilização erguida sob o signo da tecnociência é a herdeira da concepção de Modernidade � Forma a aliança: � CIÊNCIA, � TÉCNICA � UTILIDADE MODERNIDADE CLÁSSICA � A primeira grande crise do capitalismo com efeitos mais graves e prolongados acontece em 1929; � Imprime uma mudança mais decisiva nos hábitos políticos e culturais dos EUA. � A arquitetura deixa de lado a vanguarda e penetra na realidade econômica dos países; � O arquiteto começa a ser mais um coordenador do trabalho de outros técnicos do que um técnico independente. 2 MODERNIDADE CLÁSSICA � O período de 1933 à 1937 chamou-se “New Deal” (novo trato) à uma série de programas implementados nos Estados Unidos pelo presidente Roosevelt para recuperar e reformar a economia pós a grande depressão. � Foram feitos investimentos maciços em obras públicas, controle de preços e de produção, entre outras. MODERNIDADE CLÁSSICA � Com isto, depois de 1930 começam as primeiras experiência de pré-fabricação de casas em grande escala, em estudo nos EUA. � Primeiro em painéis de concreto, em estudo desde 1907; � Concreto/ferro e aço a partir de 1933. Casa Chamberlain, EUA – Gropius e Breuer, 1940 Casa Chamberlain, EUA – Gropius e Breuer, 1940 MODERNIDADE CLÁSSICA � “...O verdadeiro objetivo da pré-fabricação não é certamente o de multiplicar ao infinito, de olhos fechados, um mesmo tipo de casa; os homens sempre se rebelarão contra uma excessiva mecanização, pois esta é contra a vida. Mas nem por isso a indústria se deterá na soleira da casa; não nos resta senão aceitar o desafio da máquina, procurando sujeitá-la às necessidades de nossa vida” (GROPIUS, 1954, apud BENÉVOLO, p.622) MODERNIDADE CLÁSSICA � “A condição essencial para chegar a isso (a aceitação do pré-fabricado) é que o elemento humano permaneça como o ponto de partida para determinar a forma e a medida de nossas casas e de nossos bairros residenciais. Somente nesse caso a pré- fabricação será coisa benéfica, propícia a uma vida humana e digna de ser prosseguida, no interesse de todos.” (GROPIUS, 1954, apud BENÉVOLO, p.622) 3 MODERNIDADE CLÁSSICA � Konrad Wachsmann (1901-1980) interessa-se por mecanismos técnicos e pelas possibilidades latentes a eles: � Combinações de elementos constantes e normalizados; � Obtenção da menor variedade de peças e a maior variedade de justaposições; � Estudo das relações e junções de peças (laboratório). Packaged house, Gropius e Wachsmann, 1942 Hangar, Wachsmann, 1945 MODERNIDADE CLÁSSICA � Mies Van Der Rohe articula com as composições de retículas modulares, ritmo uniforme e adotando os mesmos materiais: � Estruturas portantes metálicas e campos de enchimento em tijolos ou vidro. � A composição de conjunto não se detém a elementos singulares, com isto preserva a escala humana em edificações de muitos andares de apartamentos. Lake Shore Drivé Apartments, Chicago, Mies Van Der Rohe, 1951 Crown Hall, Mies Van Der Rohe, 1955 4 MODERNIDADE CLÁSSICA � Nas artes a aceleração da experiência cotidiana é expressa por escultores e pintores da Pop’Art, � movimento surgido no final da década de 1950 registram as imagens e fragmentos do mundo. � Procuravam a estética das massas, a cultura pop como crítica ao consumismo. � É a passagem da modernidade para a pós- modernidade na cultura ocidental. Andy Wahol MODERNIDADE CLÁSSICA � Aos preceitos de negação dos conceitos iniciais do modernismo chama-se Pós- Moderno. � Pós-moderno no sentido não de superação como outro movimento, mas pós conseqüências do Modernismo. � Esta nova reflexão surge das crises do Capitalismo em relação à exploração indiscriminada dos recursos naturais, das novas relações de consumo, etc. MODERNIDADE CLÁSSICA � Para Bauman (1999 e 2004), o esgotamento da Modernidade acontece de modo que: � a "modernidade sólida", cessa de existir, e, em seu lugar, surge a "modernidade líquida“, com conceitos mais frouxos de valores. MODERNIDADE CLÁSSICA � Neste sentido, dificilmente permite que haja planos para modos estáveis de sociedades futuros. � Na modernidade líquida, tudo é volátil, as relações humanas não são mais tangíveis e a vida em conjunto, familiar, de casais, de grupos de amigos, de afinidades políticas e assim por diante, perde consistência e estabilidade. MODERNIDADE CLÁSSICA � Então, o que está em jogo no projeto tecnocientífico da Modernidade Clássica é a possibilidade da transformação radical das condições da vida humana. � O homem assume o lugar de agente criador e responsável pela determinação da integridade das condições da sua existência e do domínio efetivo sobre as restantes formas de vida. 5 MODERNIDADE CLÁSSICA � Filme “Metrópolis”-1927, do cineasta alemão Fritz Lang (1890-1976) tem enredo ambientado no séc. XXI numa grande cidade governada por um poderoso empresário. � Mostra a classe privilegiada de dirigentes e trabalhadores escravizados. MODERNIDADE CLÁSSICA � A obra demonstra uma crítica com a mecanização da vida industrial nos centros urbanos, � questionando a importância do sentimento humano, perdido no processo. MODERNIDADE CLÁSSICA 1. Tecnociência: a solução da metrópole (ferro e concreto) é dada pelas máquinas fornecendo-a energia elétrica. 2. Natureza e recursos materiais: aparentemente não há crise material ou ambiental, sendo o principal elemento a água que move as máquinas a vapor; 3. A relação homem e meio (consumo, relações pessoais e arquitetura): há duas classes que não se relacionam, o consumo se dá pelo conforto da classe privilegiada, mas a de trabalhadores não aparenta estar carente de necessidades de consumo, somente pelas opressões psicológicas; 4. A crítica do filme está no aspecto relacional das classes, mas reforça que o trabalho com as máquinas é importante e necessário. MODERNIDADE CLÁSSICA ATIVIDADE: � Através da Escolha de um filme, conforme o sugerido em uma lista, apresente uma leitura crítica sobre os elementos primordiais da Modernidade: 1. Tecnociência; 2. Natureza e recursos materiais; 3. A relação homem e meio (consumo, relações pessoais e arquitetura); � Em equipes de até 4 alunos faça uma apresentação para a sala desta análise crítica; � O modo de apresentação deve ser inusitado; MODERNIDADE CLÁSSICA ATIVIDADE: � A avaliação deverá conter, além da apresentação da história, impreterivelmente destaques sobre: 1. Definição da tecnologia e seuuso (Tecnociência) 2. Exploração da Natureza e recursos materiais; 3. A relação homem e meio (seja nas relações de consumo, relações pessoais e formas de arquitetura); REFERÊNCIAS � O projecto tecnocientífico da Modernidade Classica: A origem da Sociedade de Risco. Disponível em: <http:// repositorio. ul. pt/ bitstream/ 10451/ 1730/ 7/21817_ ulfl061014_ tm_ cap2. pdf>, com acesso: jul. 2012. � FRAMPTON, Kenneth. História crítica de la arquitetura moderna. Trad. Jorge Sainz. Barcelona: Ed. Gustavo Gili, 1998. � BENEVOLO, Leonardo. História da arquitetura moderna. São Paulo: Ed. Perspectiva, 2004. 3ª ed. � LANG, Fritz. Metrópolis. Disponível em: <http:// pt. wikipedia. org/ wiki/ Metr% C3% B3polis _(filme)>, acesso jul. 2012.
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