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1 TEORIA NO SÉCULO XX FUNDAMENTOS DO MODERNISMO: ORGANICISTA 2 Fundamentos do Modernismo � O modernismo implicou em dois novos mecanismos, que proporcionaram liberdade. � A libertação do mal-estar da falta de saúde: edifícios claros, brancos, quentes e abertos ao mundo natural, uma casa saudável � A liberdade política: A sua arquitetura livre, desvinculada do detalhe, tinha como função limpar os pesados edifícios que por anos serviram de ostentação para os regimes autoritários, de diversos séculos. 3 “Bairro operário de Londres”, Gravura, 1872 - Paul Gustave Doré 4 Fundamentos do Modernismo � No início do séc. XX, o conflito entre o modernismo e os regimes autoritários de alguns países isolou as experiências funcionalistas. � chegando à total supressão destas (Alemanha e Áustria), � ou ao seu desenvolvimento marginal (França e Itália) nos anos 30. 5 Fundamentos do Modernismo � também houve a crise racionalista do modernismo: � A máquina de morar de Le Corbusier começava a ser comprometedora para atender as necessidades fisio-psicológicas do homem, � que passa por uma conturbada situação política e sócio-cultural, a partir de 1939, principalmente no período pós 2a guerra (1945). 6Imagens segunda guerra mundial 2 7 Devastação de Londres, 2 Guerra Mundial (1941) – fim da era Vitoriana e Recessão 8 Devastação de Hiroshima, 1945, fim da 2 Guerra Mundial 9 Fundamentos do Modernismo � A polêmica racionalista estudada e difundida na Bauhaus não apresentava mais tanta importância, � Recorda-se o “carpe diem” do século XVI e XVII quando a sociedade européia exclamava por aproveitar o dia como se fosse o seu último por medo das pestes e guerra. 10 Fundamentos do Modernismo � Na Alemanha pós-guerra houve uma corrida contra a arquitetura grandiosa, militarista do terceiro Reich, � a maioria dos arquitetos havia servido como oficiais nas forças armadas, � e por este motivo queriam construções isentas de qualquer associação política. 11 � Apesar da crise, surge uma nova vertente do funcionalismo, no trabalho de arquitetos e urbanistas, principalmente do norte europeu, � representado pelo ORGANICISMO. 12 Fundamentos do Modernismo � Sem teorias mirabolantes de como os humanos deveriam ser ou viver. “(…)se desenvolvera na Europa uma cultura pos-funcionalista, ou de um segundo funcionalismo, em suma, a arquitetura da terceira geração moderna que aqui se chama orgânica. ” (ZEVI, 1970, p.288) 3 13 � A arquitetura orgânica, arquitetura organicista ou ainda organicismo foi uma escola da arquitetura Moderna de contraponto ou reação à arquitetura racionalista de International Style; � O conceito do organicismo foi desenvolvido por Frank Lloyd Wright (1867-1959), nos Estados Unidos, mas desenvolveu-se ao redor de todo o mundo. � Propõem uma libertação dos dogmas racionalistas (máquinas de morar), dando uma expressão mais popular e cotidiana ao modernismo. Fundamentos do Modernismo 14 � Como princípio postulam que: � uma casa deve nascer para atender às necessidades das pessoas e do caráter do país como um organismo vivo (adaptação). � Os edifícios influenciam profundamente as pessoas que neles residem, trabalham ou rezam, e por esse motivo o arquiteto é um modelador de homens. Fundamentos do Modernismo 15 Casa da Cascata (1936) – Frank Lloyd Wrigth 16Museu Guggenheim (1943-1956), Nova York – Frank Lloyd Wrigth 17Museu Guggenheim (1943-1956), Nova York – Frank Lloyd Wrigth 18 � Desprezou-se os standards (padrões) e passou-se a defender posturas particulares através da pluralidade de formas onduladas e/ou oblíquas. � Para os arquitetos organicistas, a arquitetura não deveria negar a natureza nem a vida moderna ou as exigências individuais de seus usuários. Fundamentos do Modernismo 4 19 � Trabalham com: � materiais naturais locais, � formas compostas; � preocupações com o conforto ambiental; � Formas onduladas e ou oblíquas; � Resgate da escala humana e do sentido de comunidade. Fundamentos do Modernismo 20 � Esta geração da arquitetura moderna tenta encontrar o binômio tecnicista e o abstracionismo formal. � É notada a superação do racionalismo, e não o simples desprezo, mas houve um desprendimento do acervo figurativo cubista e neoplasticista. � “(…)A obra de Aalto é o resultado entre uma rígida consciência funcionalista e uma fresca sensibilidade pessoal.(…)”. (BRUNO ZEVI, 1970) Fundamentos do Modernismo 21Baker House (1946), EUA – Alvar Aalto 22Teatro Aalto (1946), Essen na Alemanha – Alvar Aalto Fundamentos do Modernismo 23 � O Finlandês Alvar Aalto (1898-1976), apresenta uma arquitetura sem preocupação compositiva, sem as regras apresentadas por Le Corbusier. � Demonstra uma maior preocupação com os valores humanos e os espaços naturais, abandonado o vocabulário racionalista também nos trabalhos urbanos. Fundamentos do Modernismo 24 � No período moderno racionalista, o homem, para o estudo do espaço urbano, foi usado meramente como unidade estatística, transformando-se num absurdo lógico. � Daí a tentativa do urbanismo fugir à monumentalidade na tentativa de uma cidade próxima à escala humana, entendendo que não era possível uma casa orgânica dentro de uma cidade que não fosse pensada para a psicologia do homem. Fundamentos do Modernismo 5 25 � Quando se descobre à nova objetividade entende-se o homem como fenômeno complexo e sujeito aos valores fulgazes da vida real. � “Os ideais orgânicos em arquitetura refutam as regras impostas pelo esteticismo e pelo mero bom gosto, assim como a gente a quem pertencerá esta arquitetura refutará as imposições que estão em desacordo com a natureza e o caráter do homem…” (Frank Loyd Whright) Fundamentos do Modernismo 26 27 � “Orgânico, em suma, na opnião de Sulivan e Wright, significa um protesto contra a personalidade dividida, contra a cultura dividida.” (ZEVI, p.331). � Henry Russel Hitcock, coloca os racionalistas como clássicos, continuidade com a preocupação pela composição e os orgânicos como românticos, na busca duma discussão, da realidade e dos sentimentos. Fundamentos do Modernismo 28 � O significado do termo orgânico, segundo Zevi: � “…no mais vasto significado psicológico humano, à maior atenção que os arquitetos prestavam à vida e ao bem estar do homem na casa organizando-a de acordo com suas exigências individuais. � Figurativamente o orgânico, definia-se em contraposição ao geometrismo, aos standards artificiais, às caixas brancas e aos cilindros do período racionalista; Fundamentos do Modernismo 29 Behrendt 30 6 31 � O orgânico pode ser entendido como natural sim, mas no sentido de que o espaço é natural humano, uma arquitetura naturalista de adequação ao homem, e não das figurações florais, por exemplo. � Outro equívoco também é quando fazem analogias arquitetônicas com fenômenos biológicos. Contração, movimento e etc., � mas o orgânico é um termo inspirado na empatia, onde se baseia-se nos processos psicológicos. Fundamentos do Modernismo 32 � “A arte da arquitetura é a transição dos estados de alma, do corpo, em formas de construção”, a arquitetura orgânica é essa transição descrita e não o próprio corpo ou alma (ZEVI, p. 338, 1970). � Não tem função contemplativa, e sim participativa. O homem não é um simples expectador, e sim um edifício em sinergia com as sensações físicas e psicológicas do homem. Fundamentos do Modernismo 33 � “Orgânico enquanto espaços interiores da arquitetura se procura a felicidade matéria, psicológica e espiritualdo homem; � Orgânico,era, pois um atributo que tinha na sua base uma idéia social, não uma idéia figurativa; por outras palavras, referia-se a uma arquitetura que quer ser, antes de humanística, humana.” (ZEVI, p.340, 1970) Fundamentos do Modernismo 34 Fundamentos do Modernismo � Entre os arquitetos de destaque no Movimento Moderno brasileiro estão: � Lúcio Costa, � Oscar Niemeyer, � Affonso Eduardo Reidy, � Attilio Correa Lima, � os irmãos Marcelo e Milton Roberto e outros. 35 Conjunto Pedregulho, Rio de Janeiro, 1948 Arq. Affonso Eduardo Reidy (1909-1964) FONTE: http://www.vitruvius.com.br 36 � Construído no Morro do Pedregulho, Rio de Janeiro, destinou-se a atender à demanda habitacional de funcionários públicos do Estado. � Defendiam que “habitar não se resume à vida no interior de uma casa”, propondo a composição entre moradia e o espaço externo, promovendo a instalação de serviços complementares às famílias na mesma área dos edifícios residenciais. � É constituído por sete edifícios: três residenciais, quatro de serviço e áreas de lazer e piscina. Fundamentos do Modernismo 7 37 Edifício COPAN, São Paulo (1950) - Niemeyer 38 � O gosto pela linha curva é uma das principais características da obra de Oscar Niemeyer que escreveu: � “não é o ângulo reto que me atrai, nem a linha reta, dura, inflexível… o que me atrai é uma curva livre e sensual…” (Niemeyer, 1998). Fundamentos do Modernismo 39 RESIDÊNCIA OSCAR NIEMEYER, 1951. FONTE:http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq074/arq074_01_11.jpg 40 � Projetada por Niemeyer em 1951 para própria moradia, no Rio de Janeiro. � Sua forma completamente orgânica e adaptada ao entorno traduz-se pela transparência e formas delgadas do seu partido que estabelece um diálogo constante com o exterior. � A implantação foi planejada objetivando a menor interferência possível na topografia natural do terreno, de forma que as rochas que afloram do solo fossem aproveitadas na ambientação, ora adentrando, ora saindo da casa. Fundamentos do Modernismo 41 Fundamentos do Modernismo � O conjunto arquitetônico da Pampulha, projetado por Oscar Niemeyer entre 1942 e 1944, surge de uma encomenda do então prefeito de Belo Horizonte, Juscelino Kubitschek (1902 – 1976), para a construção de uma série de edifícios em torno do largo artificial da Pampulha. � A obra prevê cinco edifícios: um cassino, um clube de elite, um salão de danças popular, uma igreja e um hotel, que não foi realizado. 42 Igreja de São Francisco de Assis, Pampulha , 42-1944 - Niemeyer FONTE: http://emplastrocubas.files.wordpress.com/2009/02/igreja-da-pampulha.jpg 8 43 Casa do Baile ----- Fonte: http://www.bhhumor.com/casadobaile.shtm 44 Fundamentos do Modernismo � A construção de Brasília (1956-1960) toma forma no plano urbanístico desenhado por Lúcio Costa. � O projeto de Lucio Costa ordena o espaço baseado nas escalas de uso, dentro da qual cada função urbana cria estruturas morfológicas próprias e identificáveis: � a monumental coletiva (edifícios públicos), � a residencial-cotidiana (superquadras de moradia), � a gregária-concentrada (espaço de lazer), � e a bucólica (isolada, para recreação a beira do lago). 45Plano Piloto - - --- Fonte: http://www.vitruvius.com.br/minhacidade/mc051/mc051_04.jpg 46 Fundamentos do Modernismo � O projeto urbanístico foi produto de um concurso público divulgado em setembro de 1956, dá origem à nova capital. � O partido do projeto baseou-se no cruzamento de dois eixos, “nasceu do gesto primário de quem assinala um lugar ou dele toma posse: dois eixos cruzando-se em ângulo reto.” sendo adaptada a topografia local. 47 Brasília e o eixo monumental 48 Fundamentos do Modernismo � Oscar Niemeyer é o arquiteto escolhido para elaborar os projetos arquitetônicos de Brasília dos principais edifícios governamentais. � Os projetos foram realizáveis em grande parte pelo gênio criador do engenheiro Joaquim Cardozo. 9 49 Edifícios públicos Brasília 50 Fundamentos do Modernismo � A arquitetura é porem, de muitas maneiras, prescritiva e determinista, ela nos condiciona como morar, por mais que o arquiteto seja idealista e ideologicamente livre, � são poucos os arquitetos que conseguem criar edifícios genuinamente participativo onde clientes e usuários intervenham e contribuam na construção, elaboração do projeto. (DISCUTINDO ARQUITETURA) 51 REFERÊNCIAS � ZEVI, Bruno. História da arquitetura Moderna. Lisboa: Arcádia, 1970. � Arquitetura orgânica. Disponível em: <http:// freelineonline. wordpress. com/>, acesso em maio de 2012. � DISCUTINDO ARQUITETURA. Modernismo. Disponível em: <http:// discutindoarquitetura. wordpress. com/ modernismo1/>, acesso maio 2012.
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