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CONTABILIDADE TERCEIRO SETOR AQUISIÇÃO DE ATIVOS DE RENDA ASSOCIAÇÕES AUXÍLIOS CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DA CONTABILIDADE CONTAS DE COMPENSAÇÃO CONTAS DE CUSTOS CONTRATOS, CONVÊNIOS E TERMOS DE PARCERIA CONTRIBUIÇÕES COOPERATIVAS SOCIAIS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DEPRECIAÇÕES DIPJ – DCTF – DACON DOAÇÕES FORMAÇÃO DO PATRIMÔNIO SOCIAL FUNDAÇÕES GRATUIDADES INSS E CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS IPTU – IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL URBANA IRPJ – INCENTIVOS E BENEFÍCIOS ISS MENSALIDADES ORGANIZAÇÕES SOCIAIS PIS DEVIDO PELAS ENTIDADES SEM FINS LUCRATIVOS PRESTAÇÃO DE CONTAS AO CNAS PRESTAÇÃO DE CONTAS AO MPAS PRESTAÇÃO DE CONTAS AO OSCIP PROVISÕES DESPESAS DE PUBLICIDADE REGIME DE RECONHECIMENTO – RECEITAS E DESPESAS RENUNCIA FISCAL SERVIÇOS VOLUNTÁRIOS SUBVENÇÕES SUPERÁVIT OU DÉFICIT O QUE É TERCEIRO SETOR VENDA DE BENS OU SERVIÇOS AQUISIÇÃO DE ATIVOS DE RENDA Os “ativos de renda” têm objetivos de gerar recursos futuros para implementação de atividades sociais. Por exemplo, a aquisição de ações para recebimento de dividendos, a compra de um imóvel para locação, etc. Tais ativos podem ser adquiridos ou recebidos em doação. Estes ativos devem ser registrados no subgrupo investimentos, para evidenciar sua caracterização de ativos destinados á obtenção de recursos futuros. Exemplo: Aquisição de 1.000 ações da Petrobrás S/A, no valor de R$ 10.000,00: D - Ações – Petrobrás S/A (Investimentos) C - Bancos Cta. Movimento (Ativo Circulante) R$ 10.000,00 Histórico: aquisição de 1.000 ações da Petrobrás S/A, visando dividendos futuros. Por ocasião do anúncio da distribuição de dividendos da respectiva empresa, a entidade contabilizará: D - Dividendos a Receber (Ativo Circulante) C - Dividendos Recebidos (Resultado) E, na ocasião do crédito dos dividendos em conta bancária: D - Bancos Cta. Movimento (Ativo Circulante) C - Dividendos a Receber (Ativo Circulante) ASSOCIAÇÕES Associações são pessoas jurídicas formadas pela união de pessoas que se organizam para a realização de atividades não-econômicas, ou seja, sem finalidades lucrativas. Nessas entidades, o fator preponderante são as pessoas que as compõem. As associações, de acordo com a sua finalidade, podem ser classificadas em 3 grupos principais: 1) Aquelas que têm por fim o interesse pessoal dos próprios associados, sem objetivo de lucro, como as sociedades recreativas ou literárias. 2) As que têm objeto principal a realização de uma obra estranha ao interesse pessoal dos associados, e que fique sob a dependência da associação ou se torne dela autônoma, por exemplo, as associações beneficentes. Embora seus associados possam visar interesse pessoal, sua finalidade primordial é a de prover uma obra de caridade em benefício de terceiros. 3) As associações que têm por finalidade principal ficarem subordinadas a uma obra dirigida autonomamente por terceiras pessoas. Adiante, a legislação respectiva, constante no atual Código Civil Brasileiro, relativamente às associações: CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO – LEI 10.406/2002 Capítulo II - Das Associações Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos. Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos. Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá: I - a denominação, os fins e a sede da associação; II - os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados; III - os direitos e deveres dos associados; IV - as fontes de recursos para sua manutenção; V - o modo de constituição e funcionamento dos órgãos deliberativos e administrativos; VI - as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução. Art. 55. Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir categorias com vantagens especiais. Art. 56. A qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não dispuser o contrário. Parágrafo único. Se o associado for titular de quota ou fração ideal do patrimônio da associação, a transferência daquela não importará, de per si, na atribuição da qualidade de associado ao adquirente ou ao herdeiro, salvo disposição diversa do estatuto. Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, obedecido o disposto no estatuto; sendo este omisso, poderá também ocorrer se for reconhecida a existência de motivos graves, em deliberação fundamentada, pela maioria absoluta dos presentes à assembléia geral especialmente convocada para esse fim. Parágrafo único. Da decisão do órgão que, de conformidade com o estatuto, decretar a exclusão, caberá sempre recurso à assembléia geral. Art. 58. Nenhum associado poderá ser impedido de exercer direito ou função que lhe tenha sido legitimamente conferido, a não ser nos casos e pela forma previstos na lei ou no estatuto. Art. 59. Compete privativamente à assembléia geral: I - eleger os administradores; II - destituir os administradores; III - aprovar as contas; IV - alterar o estatuto. Parágrafo único. Para as deliberações a que se referem os incisos II e IV é exigido o voto concorde de dois terços dos presentes à assembléia especialmente convocada para esse fim, não podendo ela deliberar, em primeira convocação, sem a maioria absoluta dos associados, ou com menos de um terço nas convocações seguintes. Art. 60. A convocação da assembléia geral far-se-á na forma do estatuto, garantido a um quinto dos associados o direito de promovê-la. Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio líquido, depois de deduzidas, se for o caso, as quotas ou frações ideais referidas no parágrafo único do art. 56, será destinado à entidade de fins não econômicos designada no estatuto, ou, omisso este, por deliberação dos associados, a instituição municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes. § 1.º Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deliberação dos associados, podem estes, antes da destinação do remanescente referida neste artigo, receber em restituição, atualizado o respectivo valor, as contribuições que tiverem prestado ao patrimônio da associação. § 2.º Não existindo no Município, no Estado, no Distrito Federal ou no Território, em que a associação tiver sede, instituição nas condições indicadas neste artigo, o que remanescer do seu patrimônio se devolverá à Fazenda do Estado, do Distrito Federal ou da União. AUXÍLIOS Os auxílios, previstos em lei orçamentária, são destinados a despesas de capital de entes públicos ou de entidades privadas sem fins lucrativos. Por exemplo, uma entidade social recebe um auxílio monetário para destinação a formação de nova unidade de atendimento. A contabilização dos auxílios seguem a rotina das doações vinculadas. Exemplo: Auxílio recebido para a construção da sede social, no valor de R$ 100.000,00. 1) Pelo recebimento do auxílio: D - Bancos Conta Movimento – Recursos com Restrições (Ativo Circulante) C - Auxílios Vinculados a Despesas de Capital (Passivo Circulante) R$ 100.000,00 2) Pela aplicação dos recursos na sede social: D - (-) Doações e Auxílios Aplicados (Passivo Circulante – Conta Redutora) C - Bancos Conta Movimento – Recursos com Restrições (Ativo Circulante) R$ 100.000,00 3) Pela prestação de contas do auxílio e respectiva aprovação do mesmo, pelo ente governamental: D - Auxílios Vinculados a Despesas de Capital (Passivo Circulante) C - (-) Doações e Auxílios Aplicados(Passivo Circulante – Conta Redutora) R$ 100.000,00 4) Pelo registro da aplicação de capital: D - Edificações (Imobilizado) C - Subvenções, Contribuições e Auxílios (Receitas) R$ 100.000,00 CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DA CONTABILIDADE A estrutura patrimonial definida pela Lei das Sociedades por Ações (Lei 6404/1976) é a base da contabilidade do terceiro setor. Entretanto, algumas adaptações devem ser feitas e dizem respeito, principalmente, à nomenclatura de algumas contas a serem utilizadas. PATRIMÔNIO LÍQUIDO X PATRIMÔNIO SOCIAL O conceito básico de Patrimônio Líquido é o mesmo tanto nas empresas quanto no terceiro setor. A equação patrimonial clássica não se altera, mas os títulos sim. Ao invés de Patrimônio Líquido, chamar-se-á “Patrimônio Social”: PATRIMÔNIO SOCIAL = ATIVO - PASSIVO O Patrimônio Social não é composto de Capital Social, Reservas de Lucros, Reservas de Reavaliação e Lucros ou Prejuízos Acumulados, e sim, de contas com terminologias especiais. Subgrupo Fundo Patrimonial Fundo Institucional = composto dos valores de formação aportados pelos associados ou subscritores. Fundos Especiais = aqueles definidos pelo estatuto, para aplicação específica. Doações e Subvenções = aportes espontâneos de bens ou direitos de pessoas físicas ou jurídicas, especificamente com o objetivo de destiná-los ás atividades objeto da entidade. Subgrupo Superávit ou Déficit Acumulado Superávit do Exercício = registra a confrontação periódica de receitas x despesas, sendo o respectivo saldo credor transferido para esta conta, para aplicação nas atividades objeto da entidade. Déficit do Exercício = registra a confrontação periódica de receitas x despesas, sendo eventual saldo devedor tal é transferido para esta conta, até futura amortização pelos associados ou por superávits subseqüentes. FUNDOS ESPECIFICADOS A contabilidade registra os recursos recebidos para atender atividades ou projetos específicos de forma separada (em fundos), valendo-se das restrições impostas pelos doadores externos à entidade ou mesmo observando restrições impostas pelos órgãos diretivos da entidade. Na prática existirão, em uma entidade, vários tipos de "fundos" como, por exemplo, "Fundo para Construção de Sede Social", "Fundo para Bolsas de Estudos", "Fundo de Pesquisas", etc. OUTRAS CARACTERÍSTICAS Outras características distintivas da contabilidade do terceiro setor: 1) Aplicam-se a essas entidades os Princípios Fundamentais de Contabilidade, bem com as Normas Brasileiras de Contabilidade e suas Interpretações Técnicas e Comunicados Técnicos, editados pelo Conselho Federal de Contabilidade. 2) As entidades sem finalidade de lucro são aquelas em que o resultado positivo não é destinado aos detentores do patrimônio líquido e o lucro ou prejuízo são denominados, respectivamente, de superávit ou déficit. 3) O valor do superávit ou déficit do exercício deve ser registrado na conta Superávit ou Déficit do Exercício enquanto não aprovado pela assembléia dos associados e após a sua aprovação, deve ser transferido para a conta Patrimônio Social. CONTAS DE COMPENSAÇÃO As transferências a título de subvenções, contribuições, auxílios e doações devem ser contabilizadas em contas de compensação, pelo valor total dos recursos recebidos, enquanto perdurar a responsabilidade da entidade beneficiária dos recursos. Isto ocorre com freqüência, pois os doadores, subscritores e contribuintes desejam que tais recursos sejam especificamente aplicados em determinados projetos ou condições. Como exemplo, a doação de material escolar, com a condição de os mesmos serem distribuídos gratuitamente à famílias carentes. Ou o recebimento de uma subvenção municipal, condicionada á execução de reformas no edifício da entidade. Tal aparente complexidade contábil justifica-se, na medida em que uma entidade é representativa da vontade de seus associados, doadores, subscritores e contribuintes, necessitando prestar contas de sua gestão. Obviamente, um bom plano de contas contábil, incluindo as contas de compensação, poderá fornecer detalhamentos importantes para aferir se a entidade está ou não cumprindo com seus projetos, se sua capacidade de gerenciamento é adequada, se possui os recursos necessários, etc. Desta forma, a contabilidade torna-se uma ferramenta útil e prática para análise das atuais e futuras obrigações vinculadas á vontade dos doadores, subscritores e contribuintes. Exemplo 1: Recebimento de Subscrição Federal Vinculada Entidade recebe R$ 15.000,00 para aplicação exclusiva em obra civil vinculada ao atendimento assistencial: 1) Registro nas contas patrimoniais: D - Bancos Conta Movimento – Recursos com Restrições (Ativo Circulante) C - Recursos de Entidade Pública Nacional (Passivo Circulante) R$ 15.000,00 2) Registro em contas de compensação: D - Obras e Edificações a Executar (Compensação Ativa) C - Subvenção Federal a Destinar (Compensação Passiva) R$ 15.000,00 3) Pelo execução da obra civil, após a averbação da respectiva construção, reverte-se o lançamento das contas de compensação: D - Subvenção Federal a Destinar (Compensação Passiva) C - Obras e Edificações a Executar (Compensação Ativa) Exemplo 2: Recebimento de Doação Condicional Doação de R$ 20.000,00 efetuada mediante veículo, condicionada a que o mesmo permaneça pelo menos 3 anos no patrimônio da entidade e destinado ao transporte de pessoas assistidas. 1) Registro nas contas patrimoniais: D - Veículos (Imobilizado) C - Doações e Subvenções (Patrimônio Social) R$ 20.000,00 2) Registro nas contas de compensação: D - Bens sob Condicionalidades (Compensação Ativa) C - Condições de Uso – Bens (Compensação Passiva) R$ 20.000,00 3) Após o cumprimento do prazo mínimo previsto (3 anos), registra-se a baixa da referida condição, nas contas de compensação: D - Condições de Uso – Bens (Compensação Passiva) C - Bens sob Condicionalidades (Compensação Ativa) R$ 20.000,00 CONTAS DE CUSTOS A relevância da contabilidade para uma entidade do terceiro setor é proporcional ao nível de informações que gerar para seu público. Neste sentido, é recomendável que haja separação específica de despesas atividades-fim das atividades-meio. As atividades-meio estão relacionadas à administração geral da entidade ou à obtenção de fundos. As atividades-fim são aquelas para as quais a entidade existe, como assistência social, promoção cultural, esportiva, etc. A comparação entre o esforço feito pela entidade e as contribuições recebidas pela mesma é um importante indicador analítico. O termo “custos”, nesta obra, compreende todas as despesas, custos e encargos suportados pela entidade, independentemente de sua origem (doações, subvenções, serviço voluntário, etc.). ALOCAÇÃO DE CUSTOS INDIRETOS Determinados projetos têm, caracteristicamente, custos associados de forma direta e objetiva. Como exemplo: compra de roupas para atendimento de vítimas de enchentes. Entretanto, neste exemplo, haverá custos indiretos, que não se podem medir diretamente, e precisam ser “rateados” (distribuídos), pois não estão diretamente associados á atividade específica, e sim, á estrutura geral de apoio que a entidade mantém. Ainda no exemplo da distribuição de roupas, haverá custos associados à parte do tempo do pessoal de apoio (como motoristas) e outros custos indiretos (como a depreciação do veículo utilizado no transporte das roupas). Desta forma, a contabilidade precisa organizar uma forma regular de atribuição de tais custos, visando conhecer e dar a informação precisa ao público,de quanto foi dispendido em cada projeto (a “prestação de contas” para a sociedade). Em resumo: Cada atividade-fim desenvolvida pela entidade tem 2 tipos de custos: 1) custos diretos – facilmente identificáveis e diretamente alocados aos projetos respectivos e 2) custos indiretos – compreendendo uma gama de recursos de apoio ás atividades-fim, que devem ser rateadas nos projetos ou atividades de acordo com padrões lógicos e pré- estabelecidos. CUSTOS DIRETOS A contabilização dos custos diretos da entidade é um tema simples, bastando que a contabilidade receba a informação adequada para proceder ao registro. Exemplo: A Fundação Cultural de Curitiba promoveu uma palestra gratuita sobre História da Cultura Nacional. Foram pagas despesas de reembolso de transporte e alimentação aos palestrantes de R$ 150,00. A contabilização ficaria: D - Cultura (conta de Benefícios Concedidos – Gratuidade) C - Caixa R$ 150,00 CUSTOS INDIRETOS A primeira tarefa da contabilidade é determinar quais são as contas de custos indiretos, que devem ser rateadas entre as atividades ou projetos respectivos. Normalmente, são objeto de rateio: 1) Folha de pagamento de pessoal de apoio (motoristas, manutenção, etc.) 2) Despesas gerais (depreciação de veículos e equipamentos, telefonemas, etc.). Observe-se que nem todas as contas contábeis devem ser objeto de rateio, já que algumas despesas se caracterizam como atividades-meio e não atividades-fim. Somente as contas que registram despesas de atividades-fim é que são rateadas. Desta forma, não se rateiam despesas de publicidade, por exemplo. Mas isto não significa que determinado custo de publicidade não possa ser alocado diretamente a determinado projeto. Exemplo: desembolso de publicidade relativo á confecção de folhetos para uma promoção específica da entidade. Uma vez definido as contas que serão rateadas, deve-se procurar o padrão para rateio de cada grupo ou conta individualmente. Exemplo: Para as contas de despesas com veículos (combustível, depreciação de veículos, manutenção, etc.) pode-se fazer o rateio por Km rodado: Demonstrativo de Rateio - Despesas com Veículos Mês de: mai/04 Conta Valor R$ 3.8.3.01 Seguros 200,00 3.8.3.02 Combustíveis e Lubrificantes 1.950,00 3.8.3.03 Folha de Pagamento - Motoristas 3.500,00 3.8.3.04 Manutenção de Veículos 750,00 3.8.3.05 Depreciações - Veículos 500,00 Total Custos 6.900,00 Km total percorrida 12.000 Custo KM 0,575 Admitindo-se, ainda, que existem 3 atividades na respectiva entidade, que utilizaram-se de quilometragem dos veículos, então teremos a seguinte distribuição de custos indiretos, com base no Custo/Km: Atividade KM Custo - R$ Assistência Social - Idosos 2.000 1.150,00 Administração 1.500 862,50 Projeto Reciclagem 8.500 4.887,50 A contabilização de tais rateios será como segue: 1) Pela transferência dos custos indiretos de veículos, alocados á atividade de assistência social: D - Alocação de Recursos Indiretos - Atendimento a Idoso - Assistência Social (Resultado) C - (-) Transferências para Atividades (conta de transferência de custos) R$ 1.150,00 2) Pela transferência dos custos indiretos de veículos, alocados á administração: D - Despesas de Veículos (Resultado) C - (-) Transferências para Atividades (conta de transferência de custos) R$ 862,50 3) Pela transferência dos custos indiretos de veículos, alocados ao Projeto de Reciclagem: D - Alocação de Recursos Indiretos - Projeto de Reciclagem (Resultado) C - (-) Transferências para Atividades (conta de transferência de custos) R$ 4.887,50 CRITÉRIOS DE RATEIO A seguir, uma sugestão de critérios de rateio de custos indiretos, para possível alocação ás atividades: Tipo de Custo - Alocação por Despesas de Veículos - Km utilizada Depreciações e Manutenção de Imóveis - Metragem utilizada Luz - Potencial de consumo de aparelhos elétricos Água e Despesas de Pessoal - Número de funcionários ou pessoas atendidas Telefone - Número de chamadas solicitadas Tarifas Bancárias - Volume de recursos movimentados Auditoria Externa - Número de lançamentos contábeis de cada projeto ou atividade Outros critérios poderão ser observados, desde que sejam relacionados ás atividades-fim e calculados de forma regular e consistente. Não se pode alterar o critério aleatoriamente, segundo ditames da administração ou conveniências específicas. Pode ocorrer também que determinado patrocinador de algum projeto ou atividade exija a alocação dos custos indiretos de forma pré-determinada, conforme convencionado contratualmente. Neste caso, admite-se a utilização do critério contratual, fazendo-se constar o procedimento em notas explicativas às demonstrações financeiras. CONTRATOS, CONVÊNIOS E TERMOS DE PARCERIA Contratos, convênios e termos de parceria são instrumentos jurídicos e operacionais utilizados pelas Entidades na consecução de seus objetivos. Convênio, em direito administrativo, é o acordo de cooperação e atuação conjunta/complementar entre órgãos públicos. Ocorre quando dois entes públicos se juntam na consecução de um mesmo objetivo. Eventualmente, firma-se contrato de convênio entre as entidades públicas e uma organização de interesse público. O Termo de Parceria, descrito no artigo 9° da Lei 9.790/1999, é o instrumento destinado à formação de vínculo de cooperação entre as partes, para o fomento e a execução das atividades de interesse público. São firmados entre órgãos públicos e entidades que possuem a qualificação de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público. É relevante que o contabilista examine, nesses instrumentos, as cláusulas de prestação de contas e as de remuneração. Como tais contratos podem ser firmados tanto com entidades públicas como privadas, se houver remuneração, tal receita deve ser apropriada pelo regime de competência, ou seja, à medida da execução do respectivo contrato. Observe-se que os recursos totais recebidos a título de convênios, contratos e termos de parceria não se caracterizam como uma receita, pois sua aplicação é definida pelo próprio contrato, sendo uma obrigação (passivo) da entidade. RECURSOS DE TERCEIROS E COM RESTRIÇÕES Os recursos financeiros de terceiros em poder da entidade em virtude de parcerias devem ser depositados em contas bancárias específicas, para que não se misture com os recursos próprios da entidade. Á medida de sua liquidação, ou seja, da realização de pagamentos vinculados ao projeto, baixa-se na correspondente conta. Eventuais valores de terceiros que venham ser aplicados no mercado financeiro devem também ser destacados contabilmente. Os rendimentos auferidos por tais aplicações são recursos do projeto, salvo se, contratualmente, ficar fixado que a remuneração será destinada à entidade administradora. No plano de contas, modelo sugerido para entidades sociais, as contas do ativo que registram recursos disponíveis de terceiros são: - Bancos Conta Movimento - Recursos de Terceiros - Bancos Conta Movimento - Recursos com Restrições - Aplicações Financeiras de Liquidez Imediata - Recursos de Terceiros - Aplicações Financeiras de Liquidez Imediata - Recursos com Restrições RECEBIMENTO DE RECURSOS DE CONVÊNIOS Contabiliza-se a recepção de recursos para aplicação em convênios a débito da conta ativa e a crédito de uma conta passiva indicativa do projeto conveniado. Exemplo: 1) Recebimento de R$ 50.000,00 de convênio com o governo Brasileiro: D - Bancos Conta Movimento - Recursos com Restrições (Ativo Circulante) C - Recursos de Entidade Pública Nacional (Recursos de Projetos - PassivoCirculante) R$ 50.000,00 2) Por ocasião da aplicação de R$ 29.000,00 dos recursos do convênio: D - (-) Recursos Aplicados de Entidade Pública Nacional (conta retificadora de Projetos – Passivo Circulante) C - Bancos Conta Movimento - Recursos com Restrições (Ativo Circulante) R$ 29.000,00 Pela apropriação da remuneração do convênio, fixada em 2% sobre o valor aplicado (R$ 29.000,00 x 2% = R$ 580,00): a) registro da remuneração como receita na entidade: D - Remuneração de Convênios a Receber (Ativo Circulante) C - Taxas de Administração (Resultado) R$ 580,00 b) pela transferência do numerário relativo à remuneração: D - Bancos Conta Movimento – Recursos Livres (Ativo Circulante) C - Bancos Conta Movimento – Recursos com Restrições (Ativo Circulante) R$ 580,00 c) registro da taxa de administração como aplicação de recurso do convênio: D - (-) Recursos Aplicados de Entidade Pública Nacional (conta retificadora – Recursos de Projetos – Passivo Circulante) C - Remuneração de Convênios a Receber (Ativo Circulante) R$ 580,00 3) Pela prestação de contas do convênio – registro dos recursos aplicados (supondo-se que foram aplicados somente R$ 29.000,00 no convênio e mais R$ 580,00 da taxa de administração): D - Recursos de Entidade Pública Nacional (Recursos de Projetos - Passivo Circulante) C - (-) Recursos Aplicados de Entidade Pública Nacional (conta retificadora de Projetos – Passivo Circulante) R$ 29.580,00 4) Pela devolução do numerário não aplicado do convênio: D - Recursos de Entidade Pública Nacional (Recursos de Projetos - Passivo Circulante) C - Bancos Conta Movimento – Recursos com Restrições (Ativo Circulante) R$ 20.420,00 Nota: Quando a prestação de contas não é imediata e o convênio contratualmente já houver expirado, transfere-se o compromisso de devolução do saldo dos recursos não aplicados da seguinte forma: D - Recursos de Entidade Pública Nacional (Recursos de Projetos - Passivo Circulante) C - Recursos de Entidade Pública Nacional (Convênios Encerrados - Passivo Circulante) Observe que os recursos que deverão ser aplicados, oriundos de um convênio, não se constituem em RECEITA da entidade. O que poderá (eventualmente) constituir receita é a respectiva taxa de administração. A entidade é simples depositária dos recursos, e não pode apropriar como receita recursos que não são seus. Se, no contrato de convênio, houver alguma remuneração pela gestão dos recursos, tal remuneração é que constituirá a receita da entidade. Se o convênio não fixar remuneração, nenhuma parcela do convênio será registrada como receita. Tão somente se trabalhará com contas ativas e passivas, encerrando-se o passivo, como o exemplo citado, por transferência entre contas passivas (conta original do recurso recebido do convênio e conta retificadora que registre sua aplicação). No exemplo citado, o saldo bancário de R$ 580,00, após realizados todos os lançamentos, constituirá recurso de livre aplicação, que poderá ser utilizado para pagamento de despesas próprias da entidade, ou aplicado em ativos (como aplicação financeira ou imobilizado). CONVÊNIOS DE CUSTEIO Se o convênio destina-se a suprir custeio comum das atividades (folha de pagamento, gastos administrativos, etc.), pode-se utilizar contas redutoras de despesas para transferir parcelas de custeio conveniadas. Exemplo: Determinado convênio permite a absorção da folha de pagamento da entidade em até R$ 5.000,00 mensais. Primeiramente, contabiliza-se a folha normalmente (a débito de resultado e a crédito de salários e outras verbas a pagar). Posteriormente, faz-se a alocação de parte da folha, como aplicação de custeio - conforme convênio, utilizando uma conta redutora de resultado: D - (-) Recursos Aplicados de Entidade Pública Nacional (conta retificadora de Projetos – Passivo Circulante) C - (-) Transferências de Custeio - Convênios (Conta de Resultado) R$ 5.000,00 O QUE FAZER QUANDO A PRESTAÇÃO DE CONTAS É PELO REGIME DE CAIXA Muitos convênios, por força contratual, exigem que a entidade preste contas pelo regime de caixa, ou seja, somente quando a despesa é paga é que ela irá compor a prestação. Existem convênios, por exemplo, cujo contrato exige que todos os lançamentos estejam comprovados com o correspondente extrato bancário, sem o que não são considerados como aplicados. Mas uma coisa é a prestação de contas, e outra é a contabilização. A prestação de contas, tendo base contábil (pois obviamente todas as despesas pagas já foram escrituradas anteriormente ou no momento da sua execução), será uma obrigação contratual. Mas a contabilidade, pelos princípios e normas de contabilidade brasileira, não poderá deixar de registrar os custos e despesas, mesmos aqueles que não foram pagos (como provisão de férias), alocando as despesas corretamente a cada projeto. Conclusão: nem sempre o montante da prestação de contas irá "bater" com a contabilidade. O erro não está na contabilidade, mas em função da sistemática contratual, pode ocorrer uma distorção, pela utilização do regime de caixa para prestação de contas. Então se não houver como conciliar as duas exigências, o excesso de despesas será um encargo da entidade, que deverá ser transferido a contas específicas. Exemplo: Em determinado projeto, a entidade apurou os seguintes valores contábeis, no primeiro mês de apuração de projeto específico: Recursos de Entidade Pública Nacional – saldo credor de R$ 100.000,00 (-) Recursos Aplicados de Entidade Pública Nacional – saldo devedor de R$ 110.000,00 Portanto, o saldo do projeto acusou um “déficit”, ou seja, houve mais aplicação de recursos do que origens, no montante de R$ 10.000,00. Admitindo-se ainda que estes R$ 10.000,00 correspondam a despesas contabilizadas pelo regime de competência (como depreciações e provisões), então temos 2 situações distintas: 1. Estes recursos serão repostos pela entidade patrocinadora, pois há garantia contratual dos mesmos; 2. Estes recursos não serão repostos pela entidade patrocinadora, pois a sistemática contratual do fechamento de contas é mensal e obriga que o excesso de despesas seja arcado pela entidade executora. Teremos a seguinte contabilização: 1. Hipótese 1 (os recursos serão repostos pela entidade patrocinadora): a) Transferência do excesso de recursos aplicados, para conta do ativo: D - Antecipação de Recursos em Projetos e Parcerias C - (-) Recursos Aplicados de Entidade Pública Nacional R$ 10.000,00 b) Quando por ocasião do recebimento (reembolso) das respectivas despesas: D - Bancos Conta Movimento – Recursos Livres C - Antecipação de Recursos em Projetos e Parcerias R$ 10.000,00 2. Hipótese 2 (os recursos extras contabilizados não serão reembolsados pela entidade patrocinadora) – admitindo-se que o projeto refira-se a educação ambiental, temos que transferir este excesso de despesas para uma conta de resultado específica: D - Projeto Educação Ambiental C - (-) Recursos Aplicados de Entidade Pública Nacional R$ 10.000,00 Por fim, quando da prestação de contas, registra-se a correspondente transferência relativa aos recursos aplicados, em ambas as hipóteses: D - Recursos de Entidade Pública Nacional C - (-) Recursos Aplicados de Entidade Pública Nacional R$ 100.000,00 CONTRAPARTIDA DE CONVÊNIOS E CONTRATOS Denomina-se contrapartida o compromisso de a entidade conveniada ou contratada aportar recursos adicionais aos destinados pela conveniente ou contratante para atingir os objetivos do projeto. Tais recursos devem fazer parte do plano de trabalho e podem constituir-se em materiais, serviços, apoio ou dinheiro. Constandoesses recursos do termo celebrado entre as partes devem ser registrados em rubrica específica e destacados na prestação de contas. Exemplo: O Convênio entre a entidade Exemplo e a Conveniente Patrocinadora determina que o Projeto de Resgate Cultural receberá recursos de R$ 100.000,00 da Patrocinadora, sendo que a entidade participará com apoio de pessoal e materiais equivalentes a 20% do patrocínio. A contrapartida da entidade será registrada como segue: 1) Pelo registro da despesa de pessoal, devidas pela entidade no Projeto: D - Pessoal, Encargos e Benefícios (Convênios – Resultado) R$ 16.000,00 C - Salários a Pagar R$ 10.000,00 C - Previdência Social Patronal R$ 3.000,00 C - FGTS R$ 850,00 C - Provisão para 13º Salário R$ 900,00 C - Provisão de Férias R$ 1.250,00 2) Pelo registro de despesas relativas ao projeto, de responsabilidade da entidade: D - Material de Uso e Consumo (Convênios – Resultado) C - Almoxarifado (Estoques – Ativo Circulante) R$ 4.000,00 CONTRAPARTIDA FINANCEIRA OBRIGATÓRIA No caso de contrapartida financeira obrigatória, em que os recursos devem ser previamente depositados pela entidade receptora, pode-se efetuar a seguinte contabilização: D - Bancos Conta Movimento – Recursos com Restrições C - Bancos Conta Movimento – Recursos Livres R$ 10.000,00 CONTRIBUIÇÕES Contribuições são as transferências derivadas da lei orçamentária e concedidas por entes governamentais a autarquias e fundações e a entidades sem fins lucrativos, destinadas à aplicação em custeio e manutenção destas, sem contrapartida direta do beneficiário dos recursos em bens e serviços, ou determinadas por lei especial anterior, para o atendimento de investimentos ou inversões financeiras. As transferências a título de contribuição, mesmo que não correspondam a uma contraprestação direta de bens ou serviços para a entidade transferidora, devem ser contabilizadas como receita na entidade recebedora dos recursos financeiros. Exemplo: Recepção de contribuição governamental de R$ 10.000,00 para aplicação em entidade social – destinadas a custeio: D - Bancos Conta Movimento – Recursos com Restrições (Ativo Circulante) C - 4.1.1.03 Subvenções e Contribuições (Resultado) R$ 10.000,00 Nota: o código á frente do título da conta se refere ao plano de contas modelo de entidade social, em anexo á presente obra. Por ocasião do pagamento de despesas de custeio a que se destina a contribuição respectiva: D – conta do passivo ou da respectiva despesa C - Bancos Conta Movimento – Recursos com Restrições (Ativo Circulante) R$ (o valor pago) COOPERATIVAS SOCIAIS A Lei 9.867 de 10/11/1999 dispõe sobre a criação e o funcionamento de Cooperativas Sociais, constituídas com a finalidade de inserir as pessoas em desvantagem no mercado econômico, por meio do trabalho, fundamentadas no interesse geral da comunidade em promover a pessoa humana e a integração social dos cidadãos. Incluem-se entre as atividades das Cooperativas Sociais: 1. A organização e gestão de serviços sociossanitários e educativos; 2. O desenvolvimento de atividades agrícolas, industriais, comerciais e de serviços. Na denominação e razão social das entidades é obrigatório o uso da expressão “Cooperativa Social”, aplicando-se-lhes todas as normas relativas ao setor em que operarem. Consideram-se pessoas em desvantagem, para os efeitos da Lei 9.867/99: I – os deficientes físicos e sensoriais; II – os deficientes psíquicos e mentais, as pessoas dependentes de acompanhamento psiquiátrico permanente, e os egressos de hospitais psiquiátricos; III – os dependentes químicos; IV – os egressos de prisões; V – os condenados á penas alternativas á detenção; VI – Os adolescentes em idade adequada ao trabalho e situação familiar difícil do ponto de vista econômico, social ou afetivo. As cooperativas sociais organizarão seu trabalho especialmente no que diz respeito á instalações, horários e jornadas, de maneira a levar em conta e minimizar as dificuldades gerais e individuais das pessoas em desvantagem que nelas trabalharem, e desenvolverão e executarão programas especiais de treinamento com o objetivo de aumentar-lhes a produtividade e a independência econômica e social. A condição de pessoa em desvantagem deve ser atestada por documentação proveniente de órgãos da administração pública, ressalvando-se o direito á privacidade. O estatuto da Cooperativa Social poderá prever uma ou mais categorias de sócios voluntários, que lhe prestem serviços gratuitamente, e não estejam incluídos na definição de pessoas em desvantagem. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS As Demonstrações Contábeis devem ser firmadas por contabilista habilitado pelo representante legal da entidade. As demonstrações contábeis que devem ser elaboradas pelas entidades sem finalidade de lucros são as determinadas pela NBC T 3 - Conceito, Conteúdo, Estrutura e Nomenclatura das Demonstrações Contábeis, e a sua divulgação pela NBC T 6 - Da Divulgação das Demonstrações Contábeis. Na aplicação das normas contábeis, em especial a NBC T 3, a conta Capital deve ser substituída por Patrimônio Social, integrante do grupo Patrimônio Líquido, e a conta Lucros ou Prejuízos Acumulados por Superávit ou Déficit do Exercício. FUNDAÇÕES Nas Fundações, a conta Capital será substituída pela conta Patrimônio Social e a conta Lucros ou Prejuízos Acumulados pela Conta Superávits ou Déficits Acumulados. A denominação da Demonstração do Resultado (item 3.3 da NBC T 3) é alterada para Demonstração do Superávit ou Déficit, a qual deve evidenciar a composição do resultado de um determinado período. Além dessa alteração, a NBC T 3 é aplicada substituindo a palavra resultado dos itens 3.3.2.3 d, 3.3.2.3, g e 3.3.2.3, m, pela expressão superávit ou déficit. A denominação Da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (item 3.5 da NBC T 3) é alterada para Demonstração das Mutações do Patrimônio Social, que deve evidenciar, num determinado período, a movimentação das contas que integram o seu patrimônio. Além dessa alteração, a NBC T 3 é aplicada com a substituição da palavras lucros dos itens 3.5.2.1 c, 3.5.2.1.f e 3.5.2.1.h, pela palavra superávit e a palavra prejuízo do item 3.5.2.1 i, pela palavra déficit. As Fundações estão dispensadas da elaboração da Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (item 3.4), por estar incluída na Demonstração das Mutações do Patrimônio Social. Na Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (item 3.6 da NBC T 3), a palavra resultado do item 3.6.2.1, a, é substituída pela expressão superávit ou déficit. ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO O Decreto 3.100/1999, também exige, ao tratar da prestação de contas das Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), as seguintes Demonstrações Contábeis (Art. 11, § 2º): § 2o A prestação de contas será instruída com os seguintes documentos: I - relatório anual de execução de atividades; II - demonstração de resultados do exercício; III - balanço patrimonial; IV - demonstração das origens e aplicações de recursos; V - demonstração das mutações do patrimônio social; VI - notas explicativas das demonstrações contábeis, caso necessário; e VII - parecer e relatório de auditoria nos termos do art. 19 deste Decreto, se for o caso. NOTAS EXPLICATIVAS As notas explicativas devem ser utilizadas para aumentar o poder informativo das Demonstrações Contábeis. Essas notas devem ser consideradas como parte integrante das Demonstrações Contábeis, como requerido pelas Normas Brasileiras de Contabilidade. As demonstrações contábeis devem ser complementadaspor notas explicativas que contenham, pelo menos, as seguintes informações: a) o resumo das principais práticas contábeis; b) os critérios de apuração das receitas e das despesas, especialmente com gratuidades, doações, subvenções, contribuições e aplicações de recursos; c) as contribuições previdenciárias relacionadas com a atividade assistencial devem ser demonstradas como se a entidade não gozasse de isenção, conforme normas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS); d) as subvenções recebidas pela entidade, a aplicação dos recursos e as responsabilidades decorrentes dessas subvenções; e) os fundos de aplicação restrita e responsabilidades decorrentes desses fundos; f) evidenciação dos recursos sujeitos a restrições ou vinculações por parte do doador; g) eventos subseqüentes à data do encerramento do exercício que tenham, ou possam vir a ter efeito relevante sobre a situação financeira e os resultados futuros da entidade; h) as taxas de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações a longo prazo; i) informações sobre os tipos de seguro contratados. Incentivos Fiscais, Subvenções, Contribuições, Auxílios e Doações Governamentais As notas explicativas relativas a existência de benefícios governamentais devem conter, no mínimo, as seguintes informações: a) os valores recebidos por tipo de benefício: incentivos fiscais, subvenções, contribuições, auxílios, perdão de empréstimos subsidiados e doações; b) critérios contábeis adotados, quando do registro dos benefícios recebidos; c) principais compromissos assumidos pela entidade por conta dos benefícios recebidos; d) potenciais ganhos ou perdas em decorrência do cumprimento ou descumprimento de compromissos de que trata esta norma; e) contingências relativas aos benefícios. ENTIDADES EDUCACIONAIS As entidades educacionais, além das notas explicativas, devem evidenciar a adequação das receitas com as despesas de pessoal, segundo parâmetros estabelecidos pela Lei das Diretrizes e Bases da Educação e sua regulamentação. ISENÇÃO DE TRIBUTOS As entidades beneficiadas com isenção de tributos e contribuições devem evidenciar suas receitas com e sem gratuidade de forma segregada, e os benefícios fiscais gozados. EXEMPLO DE BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO 31/12/2003 31/12/2002 CIRCULANTE 48.000,00 35.450,00 Disponibilidades 14.550,00 10.250,00 Caixa 1.000,00 500,00 Bancos Conta Movimento – Recursos Livres 1.800,00 1.500,00 Bancos Conta Movimento – Recursos de Terceiros 750,00 400,00 Bancos Conta Movimento – Recursos com Restrições 600,00 650,00 Aplicações Financeiras Liq. Imediata – Recursos Livres 5.000,00 4.000,00 Aplicações Financeiras Liq. Imediata – Recursos de Terceiros 2.500,00 1.500,00 Aplicações Financeiras Liq. Imediata – Recursos com Restrições 2.900,00 1.700,00 Créditos a Receber 24.450,00 18.000,00 Aplicações Financeiras a Prazo 18.200,00 15.000,00 Cheques a Depositar 2.000,00 1.000,00 Mensalidades a Receber 3.500,00 1.500,00 Atendimentos a Receber 1.000,00 1.200,00 (-) Provisão para Devedores Duvidosos (1.750,00) (1.600,00) Créditos Tributários 1.500,00 900,00 Estoques 5.000,00 3.700,00 Almoxarifado 1.800,00 2.200,00 Materiais Doados a Distribuir 1.700,00 500,00 Mercadorias e Produtos á Venda 1.500,00 1.000,00 Adiantamentos e Gratuidades Condicionais 4.000,00 3.500,00 Adiantamentos Salariais 1.500,00 1.200,00 Antecipação de Recursos em Projetos 1.300,00 1.500,00 Gratuidades Condicionais 1.200,00 800,00 PERMANENTE 52.000,00 53.800,00 Investimentos 18.000,00 18.000,00 Imobilizado 30.000,00 28.000,00 (-)Depreciação Acumulada (6.000,00) (5.000,00) Diferido 14.000,00 14.000,00 (-)Amortização Acumulada (4.000,00) (1.200,00) TOTAL DO ATIVO 100.000,00 89.250,00 PASSIVO 31/12/2003 31/12/2002 CIRCULANTE 37.250,00 31.050,00 Obrigações com Instituições de Crédito 3.000,00 2.650,00 Financiamentos do Imobilizado 2.500,00 1.750,00 Empréstimos para Capital de Trabalho 500,00 900,00 Fornecimento de Material e Serviços 3.600,00 3.150,00 Fornecedores 3.000,00 2.700,00 Fretes a Pagar 600,00 450,00 Consignações 3.050,00 3.050,00 Previdência Social 1.400,00 1.200,00 Imposto de Renda na Fonte 200,00 150,00 Sindical 150,00 100,00 Pensão Alimentícia 300,00 250,00 Convênios 700,00 900,00 Outras Consignações 300,00 450,00 Obrigações Tributárias 2.600,00 2.300,00 Previdência Social Patronal 1.400,00 1.250,00 PIS/PASEP 600,00 550,00 Impostos e Contribuições – Renúncia Fiscal 600,00 500,00 Obrigações com Empregados 14.500,00 13.100,00 Salários a Pagar 12.000,00 11.000,00 Provisão para Férias 2.500,00 2.100,00 Recursos de Projetos 6.000,00 3.500,00 Recursos de Entidades 8.000,00 7.000,00 (-) Recursos Aplicados (3.000,00) (4.500,00) Recursos Pendentes de Convênios Encerrados 1.000,00 1.000,00 Antecipações de Receita 1.900,00 1.000,00 Recebimentos Antecipados 1.900,00 1.000,00 EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 3.000,00 4.700,00 Financiamentos do Imobilizado 3.000,00 4.700,00 PATRIMÔNIO SOCIAL 59.750,00 53.500,00 Fundo Patrimonial 56.000,00 46.500,00 Fundo Institucional 47.000,00 40.000,00 Fundos Especiais 7.000,00 5.000,00 Doações e Subvenções 2.000,00 1.500,00 Superávit ou Déficit Acumulados 3.750,00 7.000,00 Superávit Acumulado 3.750,00 7.000,00 TOTAL PASSIVO + PATRIMÔNIO SOCIAL 100.000,00 89.250,00 DEMONSTRAÇÃO DO SUPERÁVIT DO EXERCÍCIO 2003 2002 RECEITAS ORDINÁRIAS NÃO VINCULADAS 42.384,21 35.600,00 Doações 1.800,00 2.100,00 Lucros e Dividendos Recebidos 2.500,00 1.900,00 Subvenções e Contribuições 4.500,00 2.500,00 Taxas de Administração 2.500,00 1.700,00 Mensalidades 16.084,21 14.900,00 Vendas de Bens e Serviços 15.000,00 12.500,00 CUSTOS E DESPESAS GERAIS NÃO VINCULADOS (31.400,00 ) (26.925,00) Despesas Administrativas (22.450,00 ) (19.450,00) Custo das Vendas de Bens e Serviços (8.500,00) (7.100,00) Despesas Tributárias das Vendas (450,00) (375,00) SUPERÁVIT OU DÉFICIT ORDINÁRIO NÃO VINCULADO 10.984,21 8.675,00 ATIVIDADES ORDINÁRIAS VINCULADAS Superávit ou Déficit de Atividade Social (2.000,00) 1.500,00 Receitas de Atividades de Assistência Social 37.000,00 29.000,00 Despesas de Atividades de Assistência Social (39.000,00 ) (27.500,00) Superávit ou Déficit de Atividade Educacional 5.000,00 4.500,00 Receitas de Atividades Educacionais 18.000,0016.000,00 Despesas de Atividades Educacionais (13.000,00 ) (11.500,00) SUPERÁVIT ATIVIDADES ORDINÁRIAS VINCULADAS 3.000,00 6.000,00 Receita Financeira 2.100,00 2.300,00 Despesas Financeiras 1.250,00 1.490,00 RESULTADO FINANCEIRO 850,00 810,00 Benefícios Obtidos - Gratuidade 15.000,00 16.000,00 Benefícios Concedidos - Gratuidade (25.000,00 ) (22.274,47) VARIAÇÕES PATRIMONIAIS LÍQUIDAS (10.000,00 ) (6.274,47) Receitas na Venda do Imobilizado 1.700,00 - Custo das Vendas do Imobilizado (1.600,00) - RECEITAS - DESPESAS EXTRAORDINÁRIAS 100,00 - DÉFICIT OU SUPERÁVIT ANTES DOS TRIBUTOS 4.934,21 9.210,53 IRPJ e CSLL sobre o Superávit do Exercício (1.184,21) (2.210,53) SUPERÁVIT LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 3.750,00 7.000,00 DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO SOCIAL Histórico e Valores R$ Fundo Patrimo nial Fundo Instituci onal Fundo s Especi ais Doações e Subvenç ões Superá vit ou Déficit Patrimô nio Social Saldo Inicial em 31.12.2002 46.500,0 0 40.000,0 0 5.000, 00 1.500,00 7.000,0 0 53.500,0 0 Transferências - AGO de 15.04.2003 7.000,00 7.000,00 (7.000, 00) - Doações 200,00 200,00 200,00 Subvenções 300,00 300,00 300,00 Fundo para Construção de Sede 2.000,00 2.000, 00 2.000,00 Superávit do Exercício - 3.750,0 0 3.750,00 Saldo Final em 31.12.2003 56.000,0 0 47.000,0 0 7.000, 00 2.000,00 3.750,0 0 59.750,0 0 DEPRECIAÇÕES Depreciação corresponde ao encargo periódico que determinados bens sofrem, por uso, obsolescência ou desgaste natural. A taxa anual de depreciação de um bem, será fixada em função do prazo, durante o qual se possa esperar utilização econômica. A quota de depreciação a ser registrada na escrituração contábil da entidade, como custo ou despesa, será determinada mediante aplicação da taxa de depreciação sobre o valor do bem em reais. Observe-se que o limite de depreciação é o valor do próprio bem. Desta forma, deve-se manter um controle individualizado, por bem, do tipo “ficha do imobilizado” ou “planilha de item do imobilizado” para que o valor contabilizado da depreciação, somado ás quotas já registradas anteriormente, não ultrapasse o valor contábil do respectivo bem. O cálculo das quotas de depreciação de bens do ativo imobilizado será efetuado da seguinte forma: Bens já Existentes no Patrimônio no Exercício Anterior Para os bens já existentes no Exercício anterior, que não foram baixados no exercício, basta aplicar a taxa anual de depreciação sobre o respectivo valor do bem. Exemplo: Valor de Edificações da sede: R$ 105.000,00 Taxa anual de depreciação: 4% Valor da Depreciação no ano: R$ 105.000,00 x 4% = R$ 4.200,00 Valor da Depreciação mensal: R$ 4.200,00 : 12 meses = R$ 350,00 Bens Acrescidos no Ativo Imobilizado no Período A quota de depreciação em reais, das aquisições ou dos valores acrescidos aos bens existentes, será calculada da seguinte forma: a) aplicar a taxa anual de depreciação sobre o valor do custo de aquisição ou acréscimo, obtendo a quota anual em reais; b) dividir a quota anual em reais por 12, para obter o valor do duodécimo mensal de depreciação, a ser registrado na escrituração a partir do mês de aquisição ou incorporação do acréscimo; c) no caso de bem incorporado e baixado do Ativo Imobilizado, dentro do ano- calendário, serão apropriados os duodécimos de depreciação proporcionais ao número de meses que o bem permanecer incorporado ao ativo. Exemplo: Bem acrescido em 10.02.2003, no valor de R$ 21.600,00 Taxa anual de depreciação: 10% Valor da depreciação anual: R$ 21.600,00 x 10% = R$ 2.160,00 Valor da depreciação mensal: R$ 2.160,00 : 12 = R$ 180,00 Valor da depreciação no ano de aquisição: 11 quotas x R$ 180,00 = R$ 1.980,00 Bens Baixados no Período a) aplicar a taxa anual de depreciação sobre o valor do custo de aquisição ou acréscimo, obtendo a quota anual em reais; b) dividir a quota anual em reais por 12, para obter o valor do duodécimo mensal de depreciação, a ser registrado na escrituração a partir do mês de aquisição ou incorporação do acréscimo; c) no caso de bem baixado do Ativo Imobilizado, dentro do ano-calendário, serão apropriados os duodécimos de depreciação proporcionais ao número de meses que o bem permanecer incorporado ao ativo. Exemplo: Bem baixado em 10.07.2003, no valor original de R$ 18.000,00 Taxa anual de depreciação: 20% Valor da depreciação anual: R$ 18.000,00 x 20% = R$ 3.600,00 Valor da depreciação mensal: R$ 3.600,00 : 12 = R$ 300,00 Valor da depreciação no ano até a data da baixa: 7 quotas x R$ 300,00 = R$ 2.100,00 CONTABILIZAÇÃO O registro contábil do encargo de depreciação será feito a débito de uma conta de custo ou despesa operacional e a crédito da conta redutora do ativo imobilizado intitulada depreciação acumulada. Exemplo: Depreciação de R$ 10.000,00 de máquinas e equipamentos: D - Depreciação de Máquinas e Equipamentos (Resultado) C - (-) Depreciações e Amortizações Acumuladas (Imobilizado) R$ 10.000,00 DIPJ - DCTF - DACON DIPJ - DECLARAÇÃO DE INFORMAÇÕES ECONÔMICO-FISCAIS DA PESSOA JURÍDICA A elaboração e entrega da Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica – DIPJ é obrigatória para todas as pessoas jurídicas de direito privado domiciliadas no País, registradas ou não, sejam quais forem seus fins e nacionalidade, incluindo as Entidades do Terceiro Setor. A inobservância dessa obrigação impõe restrições aos benefícios conquistados pela entidade, como a perda da imunidade ou da isenção, gerando passivo tributário e inviabilizando a continuidade da entidade. FORMA DE APRESENTAÇÃO A partir do exercício de 1999, ano-calendário de 1998, as declarações das pessoas jurídicas deverão ser apresentadas, exclusivamente, em meio magnético ou transmitidas via Internet. Na apresentação em meio magnético, o disquete deverá estar acompanhado do Recibo de Entrega da Declaração emitido pelo programa gerador da declaração e do cartão CNPJ. Na transmissão da declaração por meio da Internet, o Recibo de Recepção é emitido na conclusão do envio, podendo ser impresso pelo próprio contribuinte, como comprovante da recepção. Nenhum documento será anexado à declaração (RIR/1999, art. 809). PRAZO E PROGRAMA O prazo da apresentação é o último dia de maio de cada ano, compreendendo as operações do ano anterior. O programa DIPJ é baixado pela internet, através do site da Secretaria da Receita Federal www.receita.fazenda.gov.br DCTF - DECLARAÇÃO DE DÉBITOS E CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS FEDERAIS A Instrução Normativa SRF 695/2006 (alterada pela Instrução Normativa SRF 730/2007) trouxe a obrigatoriedade de entrega da DCTF - Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais, para todas as entidades sociais, esportivas, etc, inclusive associações religiosas, mesmo que não tenham qualquer valor a declarar. Somente se a entidade estiver inativa (ou seja, não tiver realizado qualquer atividade operacional, não-operacional, financeira ou patrimonial no curso do período e apresentar declaração IRPJ de inativa) é que estará dispensada da entrega da DCTF.Tal obrigatoriedade vigorará a partir de 2007, sendo que deverão ser apresentados dados relativos relativas aos 1º e 2º semestres de 2006 excepcionalmente até 08.05.2007, conforme artigo 14 da IN SRF 695 (na redação dada pela IN SRF 730). Até a edição da IN SRF 695/2006, as pessoas jurídicas imunes e as isentas, cujo valor mensal de impostos e contribuições a declarar na DCTF fosse inferior a R$ 10.000,00 (dez mil reais), não estavam obrigadas a entregar a DCTF, conforme norma anterior (IN SRF 583/2005). A maioria das entidades estava, assim, desobrigada da referida declaração. DACON - DEMONSTRATIVO DE APURAÇÃO DE CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS A entrega do DACON relativo a fatos geradores ocorridos a partir do primeiro trimestre do ano-calendário de 2005, será obrigatória para as pessoas jurídicas de direito privado e as que lhes são equiparadas pela legislação do Imposto de Renda, submetidas à apuração do PIS e da COFINS, nos regimes cumulativo e não-cumulativo, inclusive aquelas que apuram o PIS com base na folha de salários. Não estão obrigados à apresentação do DACON as pessoas jurídicas imunes e isentas do imposto de renda, cujo valor mensal das contribuições a serem informadas no Dacon seja inferior a R$ 10.000,00 (dez mil reais). DOAÇÕES As doações constituem-se em transferência de dinheiro ou outros ativos para uma entidade, ou um cancelamento de um passivo, sem a necessidade de uma contrapartida. Essas doações podem ser em dinheiro, gêneros alimentícios, roupas, materiais de uso e consumo, equipamentos ou outro ativo qualquer ou também por meio de prestação de serviços. As doações devem ser reconhecidas no recebimento efetivo. TIPOS DE DOAÇÕES 1) CONDICIONAL – quando sujeita ao cumprimento de certas obrigações por parte da entidade donatária. 2) INCONDICIONAL: quando o doador não impõe nenhuma condição a ser cumprida pela entidade. A utilização dessa classificação é importante para o usuário externo, devendo constar do Plano de Contas da entidade. Exemplos: Recebimento de material escolar, como doação, que será utilizado em programa de atendimento de público escolar, sendo que o doador não fixou termo condicional de doação: D – Materiais Doados a Distribuir (Estoques - Ativo Circulante) C – Doações Incondicionais (Receitas) Se o doador fixasse termo condicional de doação, para vincular que a distribuição se fizesse exclusivamente a pessoas de baixa renda, haveria necessidade de registros específicos da doação: 1) Por ocasião da recepção da doação condicional: D – Materiais Doados a Distribuir (Estoques - Ativo Circulante) C - Doações Vinculadas a Distribuição de Materiais (Passivo Circulante) 2) Por ocasião da efetiva distribuição dos materiais: a) Pela baixa dos estoques distribuídos: D - Atendimento a Criança (Despesa de Atividade Educacional) C - Materiais Doados a Distribuir (Estoques - Ativo Circulante) b) Pelo registro do cumprimento da doação condicional: D - Doações Vinculadas a Distribuição de Materiais (Passivo Circulante) C – Doações Condicionais (Resultado) Observar também a necessidade de registro da doação condicional em conta de compensação. Para maiores detalhes, acesse o tópico respectivo. DOAÇÃO DE ATIVOS PATRIMONIAIS Quando a doação ocorrer sob a forma de outros ativos patrimoniais não-destinados ao custeio, a partida do registro deverá ser efetuada, observando a conta de aplicação dos recursos e a contrapartida diretamente no patrimônio social da entidade. Exemplo: Veículo recebido como doação, no valor de R$ 15.000,00, para utilização nas atividades da entidade. O registro ocorrerá da seguinte forma: D – Veículos (Imobilizado) C – Doações e Subvenções (conta do Patrimônio Social) DOAÇÃO DE MATERIAIS Quando a doação não for em dinheiro, deve ser efetuada avaliação do bem doado pelo seu valor justo de mercado, menos as despesas necessárias para colocá-lo em operação ou à venda, e o valor obtido é o valor a ser registrado. A maioria das doações deste tipo que as entidades recebem são doações de gêneros alimentícios, roupas, livros e material escolar, para distribuição á pessoas carentes ou vendas em bazares. Exemplo: Entidade recebe 150 livros para distribuição á alunos carentes. Pesquisando-se nas livrarias da região, obteve-se o valor de mercado de R$ 15,00 por livro. Entretanto, haverá R$ 200,00 de despesas relativas ao frete da recepção da doação. Então teremos: Valor de mercado dos livros: 150 x R$ 15,00 = R$ 2.250,00 Valor do frete para recepção: R$ 200,00 Valor efetivo da doação: R$ 2.250,00 menos R$ 200,00 = R$ 2.050,00. Contabilização: D - Materiais Doados a Distribuir (Estoques – Ativo Circulante) C - Doações Condicionais (conta de Resultado) R$ 2.050,00 O registro do frete, na recepção da doação, será: D - Materiais Doados a Distribuir (Estoques – Ativo Circulante) C – Fretes a Pagar (Passivo Circulante) R$ 200,00 O frete, como um custo acessório ao principal, constitui-se elemento integrante do custo dos livros, a serem distribuídos. Por ocasião da efetivação da doação, o lançamento poderá ser como segue: D - 5.2.1.02 Educação (conta de Benefícios Concedidos – Gratuidade) C - Materiais Doados a Distribuir (Estoques – Ativo Circulante) R$ 2.250,00 Nota: O número á frente do título da conta corresponde a do modelo de plano de contas, inserido nesta obra. PERDÃO DE DÍVIDA Quando ocorre um perdão de dívida para uma entidade social, isto se caracteriza, de forma indireta, como uma doação. Tal evento natureza exigirá uma pesquisa no registro da contrapartida da dívida, com a finalidade de obter informação sobre a aplicação do bem doado, se foi utilizado para custeio ou se para investimento. Uma vez determinado a aplicação é que deverá ser efetuado o registro da doação, se em conta de resultado ou se em conta do patrimônio social. Aplicação dos Recursos em Custeio Se os recursos da dívida perdoada foram destinados ao custeio, o registro contábil será a débito da conta que registra a dívida e a crédito da conta de doações. Exemplo: Entidade recebe perdão de R$ 5.000,00 de dívida de empréstimo efetuado junto a associados, sendo que aplicou os referidos recursos em pagamentos de salários. Então o registro contábil será: D - Empréstimos e Créditos de Associados (Passivo Circulante) C - Doações Incondicionais (Resultado) R$ 5.000,00 Nota: Se houver qualquer condição para o perdão da dívida, o registro a crédito será em conta de Doações Condicionais. Aplicação dos Recursos em Investimentos Se os recursos da dívida perdoada foram destinados a formação do patrimônio social, o registro contábil será a débito da conta que registra a dívida e a crédito da conta de Doações e Subvenções (Patrimônio Social). Exemplo: Determinado credor cancela a dívida de entidade no valor de R$ 10.000,00, decorrente de saldo aplicado em aquisição de veículo pela respectiva entidade. Tal veículo é utilizado nas atividades sociais da entidade. O registro será: D - Empréstimos e Créditos de Terceiros (Passivo Circulante) C - Doações e Subvenções (Patrimônio Social) R$ 10.000,00 DOAÇÃO CONDICIONAL Pelo princípio do conservadorismo, o registro de uma doação sujeita á condições fixadas pelo doador, só deve ser registrado pela entidade quando se completarem as respectivas condições. Num evento condicional, o registro deve ser efetuado, primeiramente, em contas de compensação. Após a implementação das condições fixadas, faz-se a reversão de tal lançamento e registra-se efetivamente a receita respectiva. Doação Condicional em Numerário Na hipótese do doador efetuar doação condicional,em dinheiro, mas sujeito á cumprimento de obrigações por parte da entidade, entende-se que tal registro deva ser, primeiramente, ser efetuado em conta passiva, até que os termos da doação sejam cumpridos. Exemplo: Determinado doador efetuou uma doação a uma entidade social, em dinheiro, no valor de R$ 15.000,00, para aplicação em projeto de construção de moradias para idosos. Primeiramente, a entidade, por conservadorismo, deverá registrar o recebimento do numerário (supondo-se que tal valor fosse recebido mediante cheque) D - Cheques a Depositar (Ativo Circulante) C - Doações Vinculadas ao Projeto de Moradias (Passivo Circulante) R$ 15.000,00 Por ocasião do depósito do respectivo cheque em conta bancária: D - Bancos Conta Movimento – Recursos com Restrições (Ativo Circulante) C - Cheques a Depositar (Ativo Circulante) R$ 15.000,00 Pela aplicação efetiva dos recursos no propósito do doador, ou seja, moradias a idosos, cada parcela aplicada será assim contabilizada D - Construções em Andamento (Imobilizado) C – Bancos Cta. Movimento – Recursos com Restrições (Ativo Circulante) E, simultaneamente, o mesmo valor será registrado como doação condicional, transferindo-se a parcela do passivo para o patrimônio social D - Doações Vinculadas ao Projeto de Moradias (Passivo Circulante) C - 2.3.1.03 - Doações e Subvenções (Patrimônio Social) Nota: Como a doação está vinculada á formação do patrimônio para atendimento ás pessoas idosas, registra-se a doação no patrimônio social, e não como receita. Uma doação que seja efetuada para custeio, será registrada em conta de resultado (Doações Condicionais). Doação Condicional em Bens Na hipótese do doador efetuar doação condicional, em bens, mas sujeito à cumprimento de obrigações por parte da entidade, tal registro deve ser, primeiramente, ser efetuado em conta de compensação, até que os termos da doação sejam cumpridos. Para maiores detalhes, acesse o tópico “contas de compensação”. Finalizando o compromisso da entidade que recebeu a doação, reverte-se o lançamento das contas de compensação, e registra-se o bem doado, em contrapartida à conta de Doações e Subvenções (Patrimônio Social). Exemplo: Um doador efetua a transferência um terreno e uma entidade social, no valor de R$ 100.000,00. As condições da doação são a de que tal terreno seja utilizado pela entidade para construção de uma creche. Somente após a realização de tal construção, será considerado cumprido os termos da doação. Após a execução da obra civil, e averbação correspondente da edificação no registro de imóveis, a entidade registrará o cumprimento da obrigação e contabilizará a doação da seguinte forma: D – Terrenos (Imobilizado) C - Doações e Subvenções (Patrimônio Social) R$ 100.000,00 Nota: Simultaneamente, deve-se efetuar o lançamento nas contas de compensação, visando baixar a obrigação. DOAÇÃO INCONDICIONAL DE RECEBÍVEIS Na hipótese da existência de promessa de doação incondicional de recebíveis, com regularidade, o registro deverá ser efetuado em contas a receber, obedecendo à periodicidade da intenção. O registro deve estar embasado em documento que comprove a existência da promessa por parte do doador de informa incondicional. Simples promessa ou compromisso verbal não pode ser registrada. Exemplo: Determinado testamento de doador falecido especificou que R$ 20.000,00 seriam doados em 10 parcelas mensais, iguais e sucessivas, de R$ 2.000,00 cada, para a entidade, de forma incondicional. 1) Pelo registro da doação dos recebíveis D – Mensalidades a Receber (Ativo Circulante) C – Doações Incondicionais (Resultado) R$ 20.000,00 2) Por ocasião da recepção de cada parcela (supondo-se que a mesma seja mediante depósito bancário na conta da entidade) D - Bancos Conta Movimento – Recursos Livres (Ativo Circulante) C - Mensalidades a Receber (Ativo Circulante) Nota: Não são registráveis as promessas de doações feitas em testamento enquanto o doador estiver vivo, pois não existe uma previsibilidade da doação. PROVISÃO PARA OS RECEBÍVEIS Nas situações de promessa de doação incondicional de recebíveis, é recomendável a constituição de provisão para o não-recebimento, baseada no histórico dos créditos não- realizados como requerido na NBC T 10.19, item 2.2. Para maiores detalhes, acesse o tópico “Provisões”. FORMAÇÃO DO PATRIMÔNIO SOCIAL As doações, subvenções e contribuições patrimoniais, inclusive as arrecadadas na constituição da entidade, são contabilizadas no patrimônio social. Exemplo: Doação de um imóvel, no valor de R$ 100.000,00, sendo R$ 20.000,00 do valor de terreno e R$ 80.000,00 do valor de edificações, na constituição da entidade e para uso desta em seus objetivos estatutários: D – Terrenos (Imobilizado) R$ 20.000,00 D – Edificações (Imobilizado) R$ 80.000,00 C - Fundo Institucional (Patrimônio Social) R$ 100.000,00 SEGREGAÇÃO DOS REGISTROS CONTÁBEIS Os registros contábeis devem evidenciar as contas de receitas e despesas, superávit ou déficit, de forma segregada, quando identificáveis por tipo de atividade, tais como educação, saúde, assistência social, técnico-científica e outras, bem como, comercial, industrial ou de prestação de serviços. FUNDAÇÕES Fundações são entes jurídicos que têm como fator preponderante o patrimônio. Este ganha personalidade jurídica e deverá ser administrado de modo a atingir o cumprimento das finalidades estipuladas pelo seu instituidor. A partir da vigência do Código Civil de 2002, somente podem ser constituídas fundações para fins religiosos, morais, culturais ou de assistência (parágrafo único do art. 62 – Lei 10.406/2002). O fator primordial da fundação é o patrimônio, sendo que este deve ser formado por bens livres, ou seja, legalmente disponíveis ou desonerados. Deverá ainda ser suficiente para a manutenção da entidade e desenvolvimento de suas finalidades estatutárias. Quando o patrimônio for insuficiente para a constituição da fundação, este será incorporado a outra fundação com finalidades estatutárias iguais ou semelhantes, a não ser que o instituidor tenha disposto de outra forma no ato de instituição (escritura pública ou testamento). Adiante, a legislação respectiva, constante no atual Código Civil Brasileiro, relativamente ás fundações: CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO – LEI 10.406/2002 Capítulo III - Das Fundações Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la. Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins religiosos, morais, culturais ou de assistência. Art. 63. Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela destinados serão, se de outro modo não dispuser o instituidor, incorporados em outra fundação que se proponha a fim igual ou semelhante. Art. 64. Constituída a fundação por negócio jurídico entre vivos, o instituidor é obrigado a transferir-lhe a propriedade, ou outro direito real, sobre os bens dotados, e, se não o fizer, serão registrados, em nome dela, por mandado judicial. Art. 65. Aqueles a quem o instituidor cometer a aplicação do patrimônio, em tendo ciência do encargo, formularão logo, de acordo com as suas bases (art. 62), o estatuto da fundação projetada, submetendo-o, em seguida, à aprovação da autoridade competente, com recurso ao juiz. Parágrafo único. Se o estatuto não for elaborado no prazo assinado pelo instituidor, ou, não havendo prazo, em 180 (cento e oitenta) dias, a incumbência caberá ao Ministério Público.Art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas. § 1.º Se funcionarem no Distrito Federal, ou em Território, caberá o encargo ao Ministério Público Federal. § 2.º Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o encargo, em cada um deles, ao respectivo Ministério Público. Art. 67. Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma: I - seja deliberada por 2/3 (dois terços) dos competentes para gerir e representar a fundação; II - não contrarie ou desvirtue o fim desta; III - seja aprovada pelo órgão do Ministério Público, e, caso este a denegue, poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado. Art. 68. Quando a alteração não houver sido aprovada por votação unânime, os administradores da fundação, ao submeterem o estatuto ao órgão do Ministério Público, requererão que se dê ciência à minoria vencida para impugná-la, se quiser, em 10 (dez) dias. Art. 69. Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que visa a fundação, ou vencido o prazo de sua existência, o órgão do Ministério Público, ou qualquer interessado, lhe promoverá a extinção, incorporando-se o seu patrimônio, salvo disposição em contrário no ato constitutivo, ou no estatuto, em outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou semelhante. GRATUIDADES Uma das finalidades de boa parte dos esforços das entidades do terceiro setor, especialmente as que dão assistência social, é oferecer serviços de forma gratuita. Chama-se “gratuidades” a tais esforços, devendo os valores desembolsados serem registrados contabilmente, por exigência das Normas Brasileiras de Contabilidade e dos órgãos de controle (MPAS e SRF). Como exemplo, as entidades educacionais que cedem bolsas de estudos a alunos carentes, devem demonstrar, para fins de isenção parcial do INSS, a proporção entre o total das gratuidades e o total da receita bruta (art. 207 do Regulamento da Previdência Social). Para maiores detalhamentos, acesse o tópico INSS e Contribuições Sociais. Vamos aos exemplos de contabilização de gratuidades. 1) Doação de bolsas de estudos próprias: Uma entidade educacional doa 10 bolsas de estudos para crianças carentes. O custo de cada bolsa é de R$ 500,00 cada. Desta forma, teremos a seguinte contabilização mensal: D - Educação (Benefícios Concedidos – Gratuidade – conta de Resultado) C - Atendimento à Criança (Receita de Atividade Educacional – conta de Resultado) R$ 5.000,00 2) Doação de mercadorias: Entidade de assistência a idosos distribui agasalhos e alimentos, no valor de R$ 10.000,00: D - Assistência Social (Benefícios Concedidos – Gratuidade – conta de Resultado) C - Mercadorias e Produtos para Distribuição (Estoques – Ativo Circulante) R$ 10.000,00 3) Serviços de terceiros com reembolso parcial dos beneficiários: Entidade assistencial de saúde efetua prestação de consultas médicas e análises clínicas à população de baixa renda, no valor de R$ 1.000,00, sendo reembolsáveis 10% deste valor pelos usuários: a) Pelo registro do atendimento realizado: D - Assistência à Saúde (Benefícios Proporcional – Gratuidade - conta de Resultado) R$ 900,00 D - Atendimentos a Receber (Ativo Circulante) R$ 100,00 C - Contas a Pagar (Passivo Circulante) R$ 1.000,00 b) Pelo recebimento da parcela não subsidiada aos beneficiários: D - Caixa (Ativo Circulante) C - Atendimentos a Receber (Ativo Circulante) R$ 100,00 c) Pelo pagamento dos serviços prestados: D - Contas a Pagar (Passivo Circulante) C - Bancos Conta Movimento – Recursos Livres (Ativo Circulante) R$ 1.000,00 GRATUIDADES CONDICIONAIS Pode ocorrer que a gratuidade concedida exija algum requisito do beneficiário (como aproveitamento mínimo escolar, para bolsa de estudos). Neste caso, o registro da gratuidade será em conta de ativo, e a despesa registrada só deverá ocorrer quando a exigência for satisfeita. Exemplo: Concessão de bolsa de estudo a um adolescente, no valor de R$ 500,00 mensais, condicionada à que o aluno obtenha freqüência e aproveitamento mínimo determinados ao final de cada bimestre. a) Registro no primeiro mês, da gratuidade condicional: D - Gratuidades Condicionais (Ativo Circulante) C - Atendimento ao Adolescente (Resultado) R$ 500,00 b) Cumprimento da condição de gratuidade, verificada no segundo mês: D - Educação (Benefícios Concedidos – Gratuidade – Resultado) C - Gratuidades Condicionais (Ativo Circulante) R$ 500,00 c) Lançamento da gratuidade do segundo mês, cuja condição já esteja cumprida: D - Educação (Benefícios Concedidos – Gratuidade – Resultado) C - Atendimento ao Adolescente (Resultado) R$ 500,00 Na hipótese de o aluno não cumprir a exigência contratual fixada para a bolsa de estudo, deverá reembolsar a entidade. No recebimento, se contabilizará: D - Caixa ou Bancos Cta. Movimento (Ativo Circulante) C - Gratuidades Condicionais (Ativo Circulante) R$ 500,00 Caso houver inadimplência por parte do beneficiário, é prudente constituir provisão para créditos duvidosos. Consulte o tópico “Provisões de Recebíveis”. DESCONTOS FINANCEIROS Não se deve confundir a concessão de uma gratuidade com desconto de valor (por pagamento pontual, por exemplo). Quando a entidade conceder algum desconto de mensalidades, trata-se de despesa financeira, e não de concessão de gratuidade. Observe que na gratuidade não está presente a possibilidade de realização financeira do direito enquanto que na redução do débito ao devedor, pela concessão do desconto financeiro, essa possibilidade existia. Exemplo: Determinada entidade de saúde aprovou a concessão de um desconto de 40% para o débitos de R$ 1.000,00 em mensalidades, recebendo o restante em dinheiro: D - Juros e Descontos Concedidos (Resultado) R$ 400,00 D - Caixa (Ativo Circulante) R$ 600,00 C - Mensalidades a Receber (Ativo Circulante) R$ 1.000,00 INSS E CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS Fica isenta das contribuições ao INSS (parte patronal), bem como das contribuições provenientes do faturamento e do lucro, destinadas à seguridade social, a pessoa jurídica de direito privado beneficente de assistência social que atenda, cumulativamente, aos seguintes requisitos: I - seja reconhecida como de utilidade pública federal; II - seja reconhecida como de utilidade pública pelo respectivo Estado, Distrito Federal ou Município onde se encontre a sua sede; III - seja portadora do Registro e do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social fornecidos pelo Conselho Nacional de Assistência Social, renovado a cada três anos; IV - promova, gratuitamente e em caráter exclusivo, a assistência social beneficente a pessoas carentes, em especial a crianças, adolescentes, idosos e portadores de deficiência; V - aplique integralmente o eventual resultado operacional na manutenção e desenvolvimento de seus objetivos institucionais, apresentando, anualmente, relatório circunstanciado de suas atividades ao Instituto Nacional do Seguro Social; e VI - não percebam seus diretores, conselheiros, sócios, instituidores, benfeitores, ou equivalentes, remuneração, vantagens ou benefícios, por qualquer forma ou título, em razão das competências, funções ou atividades que lhes são atribuídas pelo respectivo estatuto social. VII - esteja em situação regular em relação às contribuições sociais. PLANO DE AÇÃO A pessoa jurídica beneficiária da isenção deverá apresentar, até 31 de janeiro de cada ano, plano de ação das atividades a serem desenvolvidas durante o ano em curso. FOLHA DE PAGAMENTO, GRATUIDADES E DESTAQUE DA ISENÇÃO A entidade isenta deve manter as folhas
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